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Ecologia, Biodiversidade e Áreas Protegidas

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Prévia do material em texto

2014
Ecologia, BiodivErsidadE E 
ÁrEas ProtEgidas
Profª. Iraci Alves
Profª. Cláudia Sabrine Brandt 
Profª. Edna Maria Alves
Copyright © UNIASSELVI 2014
Elaboração:
Profª. Iraci Alves
Profª. Cláudia Sabrine Brandt 
Profª. Edna Maria Alves 
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
 
301.3108
A474e Alves, Iraci 
 Ecologia, biodiversidade e áreas protegidas / Iraci Alves, Cláudia 
Sabrine Brandt, Edna Maria Alves. Indaial : Uniasselvi, 2014.
 240 p. : il 
 
 
 ISBN 978-85-7830-856-8
1. Ecologia
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
 
 
Impresso por:
III
ApresentAção
Prezado(a) acadêmico(a)!
Considerando o compromisso do Grupo UNIASSELVI em garantir 
a qualidade do material disponibilizado para auxiliar no seu processo de 
aprendizagem é sempre um desafio desenvolver um material de estudo 
que possa contribuir efetivamente para a formação de um profissional que 
seja capaz de ir além do saber, mas saber fazer, produto do conhecimento 
compartilhado e internalizado.
Neste sentido, este caderno busca fornecer subsídios para suas 
atividades de construção do conhecimento através da apresentação de temas 
relevantes à disciplina Ecologia. O processo de construção se deu no sentido de 
estimular o aprendizado do conteúdo apresentado em um material eficiente.
O conteúdo é rico em informações, entretanto não temos a pretensão 
de esgotar a discussão do tema e por isto foi necessário delimitar a abordagem. 
São apresentadas 3 unidades, subdivididas em tópicos cujo objetivo principal 
é estimular seu interesse e curiosidade no estudo da disciplina. Sugerimos 
algumas vezes outras fontes de informações que serão úteis para a consolidação 
do seu conhecimento.
A Unidade 1 do caderno apresenta no Tópico 1, definições que 
possibilitam a compreensão dos conceitos básicos de Ecologia. No tópico 2 
são relacionados os fatores que influenciam o ambiente físico. O Tópico 3 trata 
da correlação entre clima e biomas e o Tópico 4 busca identificar a correlação 
entre meio físico e a disponibilidade de recursos naturais.
A Unidade 2 apresenta conteúdo que busca facilitar o conhecimento 
da dinâmica da estrutura das populações naturais, identificando as 
diferentes formas de interação ocorrentes entre os organismos. No tópico 3 
são apresentados conteúdos que possibilitam a compreensão dos padrões e 
processos existentes nas comunidades e para finalizar a unidade, no Tópico 
4 são apresentadas as relações de fluxo de energia e matéria que regem a 
dinâmica dos ecossistemas.
Finalmente, a Unidade 3 aborda as aplicações da ecologia, onde são 
tratados temas atuais como a Ecologia da Conservação, a Ecologia Humana e 
fechando o caderno o Tópico Desenvolvimento Sustentável. 
Lembre-se que a UNIASSELVI coloca a sua disposição tutores e demais 
colaboradores que podem contribuir neste modelo de Educação a Distância. 
IV
Sucesso em sua caminhada! 
Profa. Cláudia Sabrine Brandt
Profa. Edna Maria Alves
Profa. Iraci Alves
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
UNI
V
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
VI
VII
sumário
UNIDADE 1 - VIDA E AMBIENTE FÍSICO ..................................................................................... 1
TÓPICO 1 - ECOLOGIA BÁSICA ....................................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 HISTÓRIA DA ECOLOGIA ............................................................................................................... 4
3 OS ORGANISMOS E O MEIO FÍSICO – CONCEITOS .............................................................. 6
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 11
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 13
TÓPICO 2 - AMBIENTE FÍSICO ......................................................................................................... 15
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 15
2 POTENCIAL BIÓTICO ....................................................................................................................... 15
3 FATORES LIMITANTES FÍSICOS .................................................................................................... 17
4 MAGNIFICAÇÃO BIOLÓGICA DAS SUBSTÂNCIASTÓXICAS ............................................ 20
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 23
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 25
TÓPICO 3 - BIOMAS .............................................................................................................................. 27
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 27
2 O QUE SÃO BIOMAS? ........................................................................................................................ 27
3 AS CONDIÇÕES QUE DETERMINAM A DISTRIBUIÇÃO DOS BIOMAS E A 
ADAPTAÇÃO DOS SERES VIVOS AOS PRINCIPAIS BIOMAS MUNDIAIS E 
BRASILEIROS ......................................................................................................................................... 27
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 51
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................56
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 58
TÓPICO 4 - MEIO FÍSICO E A DISPONIBILIDADE DE RECURSOS ....................................... 59
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 59
2 CONDIÇÕES AMBIENTAIS ............................................................................................................. 59
3 RECURSOS VEGETAIS ...................................................................................................................... 60
4 ANIMAIS E SEUS RECURSOS ......................................................................................................... 62
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 64
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 66
ATIVIDADE DE LABORATÓRIO E DIDÁTICO-PEDAGÓGICO DE BIOLOGIA ............... 67
UNIDADE 2 - ORGANISMOS, POPULAÇÕES, COMUNIDADES E ECOSSISTEMAS ........ 73
TÓPICO 1 - ORGANISMOS E POPULAÇÕES ................................................................................. 75
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 75
2 HISTÓRIAS DE VIDA DOS ORGANISMOS ..................................................................... 77
3 MONITORANDO A MORTALIDADE, A NATALIDADE E A DISPERSÃO DOS 
ORGANISMOS DE UMA POPULAÇÃO .......................................................................................... 80
VIII
3.1 TABELAS DE VIDA E CURVAS DE SOBREVIVÊNCIA ........................................................... 80
3.2 DISPERSÃO E MIGRAÇÃO........................................................................................................... 83
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 85
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 86
TÓPICO 2 - INTERAÇÕES ECOLÓGICAS ....................................................................................... 87
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 87
2 INTERAÇÕES INTRAESPECÍFICAS ............................................................................................... 87
 2.1 SOCIEDADE ..................................................................................................................................... 88
3 INTERAÇÕES INTERESPECÍFICAS ............................................................................................... 89
3.1 PREDAÇÃO ...................................................................................................................................... 90
3.2 HERBIVORIA ................................................................................................................................... 91
3.3 PARASITISMO ................................................................................................................................. 92
3.4 AMENSALISMO .............................................................................................................................. 93
3.5 COMENSALISMO ........................................................................................................................... 94
3.6 PROTOCOOPERAÇÃO .................................................................................................................. 95
3.7 MUTUALISMO ................................................................................................................................ 96
4 A COMPETIÇÃO .................................................................................................................................. 98
4.1 RECURSOS ECOLÓGICOS ............................................................................................................ 98
4.2 RECURSOS LIMITANTES .............................................................................................................. 99
4.3 TIPOS DE COMPETIÇÃO .............................................................................................................. 99
 4.3.1 Competição intraespecífica .................................................................................................... 100
 4.3.2 Competição interespecífica .................................................................................................... 102
5 A EVOLUÇÃO DAS INTERAÇÕES ENTRE AS ESPÉCIES ........................................................ 103
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 107
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 109
TÓPICO 3 - ECOLOGIA DE COMUNIDADES ............................................................................... 111
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 111
2 CADEIAS ALIMENTARES ................................................................................................................. 113
3 SUCESSÃO ECOLÓGICA ................................................................................................................. 114
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 118
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 125
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 126
TÓPICO 4 - ECOSSISTEMAS ............................................................................................................... 127
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 127
2 ENERGIA NOS ECOSSISTEMAS .................................................................................................... 127
3 CICLOS BIOGEOQUÍMICOS ........................................................................................................... 130
3.1 CICLAGEM DO NITROGÊNIO .................................................................................................... 131
3.2 CICLAGEM DO FÓSFORO ............................................................................................................ 133
3.3 CICLAGEM DO ENXOFRE ........................................................................................................... 134
3.4 CICLAGEM DO CARBONO .......................................................................................................... 135
3.5 CICLO HIDROLÓGICO ................................................................................................................. 137
4 CLASSIFICAÇÃO DOS ECOSSISTEMAS ..................................................................................... 138
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 140
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 141
UNIDADE 3 - GESTÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ...................................................143
TÓPICO 1 - BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO ................................................................................. 145
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 145
IX
2 COMPREENDENDO OS PROCESSOS ........................................................................................... 145
3 BIODIVERSIDADE .............................................................................................................................. 146
4 ESTIMATIVA DA BIODIVERSIDADE ........................................................................................... 147
5 AMEAÇAS À BIODIVERSIDADE.................................................................................................... 148
5.1 EXTINÇÃO E SUAS CAUSAS ....................................................................................................... 149
5.2 PERDA E FRAGMENTAÇÃO DE HABITATS ............................................................................ 150
6 CONSERVAÇÃO .................................................................................................................................. 151
6.1 O ESTABELECIMENTO DE NOVAS POPULAÇÕES ............................................................... 153
6.2 CONSERVAÇÃO IN SITU E EX SITU .......................................................................................... 153
 6.2.1 Zoológicos ................................................................................................................................ 154
 6.2.2 Aquários ................................................................................................................................... 154
 6.2.3 Jardins botânicos ..................................................................................................................... 154
 6.2.4 Bancos de sementes ................................................................................................................ 154
7 O VALOR ECONÔMICO DA BIODIVERSIDADE ...................................................................... 155
7.1 OS CUSTOS AMBIENTAIS ............................................................................................................ 157
8 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL......................................................................................... 158
8.1 ASPECTOS TEÓRICOS SOBRE DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE............... 158
8.2 DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE .................................................................................... 159
8.3 CRESCIMENTO OU DESENVOLVIMENTO? ............................................................................ 161
8.4 A ABORDAGEM DA SUSTENTABILIDADE NO CONTEXTO INTERNACIONAL ........... 162
8.5 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO BRASIL ............................................................... 163
9 A AGRICULTURA E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ............................................. 164
9.1 A AGRICULTURA MODERNA .................................................................................................... 165
9.2 AGRICULTURA TRADICIONAL ................................................................................................. 166
9.3 AGRICULTURA SUSTENTÁVEL ................................................................................................. 166
9.4 AGRICULTURA FAMILIAR .......................................................................................................... 170
9.5 POLÍTICAS PÚBLICAS .................................................................................................................. 171
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 172
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 175
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 176
TÓPICO 2 - CONSERVAÇÃO EM ÁREAS PROTEGIDAS ............................................................ 177
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 177
2 DEFININDO CONCEITOS ................................................................................................................ 178
3 ESTABELECIMENTO DE ÁREAS PROTEGIDAS ........................................................................ 180
3.1 ÁREAS DE PROTEÇÃO PERMANENTE – APP ........................................................................ 181
 3.2 RESERVA LEGAL – RL ................................................................................................................... 186
4 AS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO SEGUNDO O SISTEMA NACIONAL
 DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO – SNUC (Lei nº 9.985/00) ................................................ 187
4.1 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE PROTEÇÃO INTEGRAL ............................................. 188
 4.1.1 Estação Ecológica (Esec) ........................................................................................................ 189
 4.1.2 Reserva Biológica (Rebio) ..................................................................................................... 190
 4.1.3 Parque Nacional (Parna) ....................................................................................................... 190
 4.1.4 Monumento Natural (Mona) ................................................................................................ 192
 4.1.5 Refúgio da Vida Silvestre (Revis) ........................................................................................ 192
4.2 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE USO SUSTENTÁVEL .................................................. 193
 4.2.1 Área de Proteção Ambiental (APA) ..................................................................................... 193
 4.2.2 Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) .................................................................. 194
 4.2.3 Floresta Nacional (Flona) ...................................................................................................... 194
 4.2.4 Reserva Extrativista (Resex) ................................................................................................. 195
 4.2.5 Reserva de Fauna ................................................................................................................... 196
 4.2.6 Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) .............................................................. 197
X
 4.2.7 Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) ........................................................... 197
5 CONSIDERAÇÕES SOBRE A LEI Nº 9.985/00 ............................................................................... 199
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 200
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 201
TÓPICO 3 - CRIAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO E GESTÃO DE UNIDADES 
DE CONSERVAÇÃO............................................................................................................................... 203
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 203
2 ÓRGÃOS RESPONSÁVEIS PELO SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE 
 CONSERVAÇÃO .................................................................................................................................. 203
3 A CRIAÇÃO DE UMA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO ............................................................204
4 ELABORAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DE UMA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO ..... 206
5 AVALIAÇÃO DA EFETIVIDADE DO MANEJO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO .... 212
5.1 MÉTODO RAPPAM (RAPID ASSESSMENT AND PRIORIZATION FOR PROTECTED 
 AREAS MANAGEMENT) OU METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO RÁPIDA E 
 PRIORIZAÇÃO DO MANEJO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ................................... 213
 5.2 O ESTABELECIMENTO DO CONSELHO DE UMA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO ...... 215
6 O USO PÚBLICO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ........................................................... 217
7 ACORDOS DE GESTÃO .................................................................................................................... 219
8 CONCESSÃO DE FLORESTAS PÚBLICAS ................................................................................... 219
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 221
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 222
TÓPICO 4 - GESTÃO TERRITORIAL PARA A CONSERVAÇÃO .............................................. 223
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 223
2 CORREDORES ECOLÓGICOS ......................................................................................................... 223
3 MOSAICOS DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ..................................................................... 224
4 RESERVAS DA BIOSFERA ................................................................................................................ 226
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 228
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 229
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 231
1
UNIDADE 1
VIDA E AMBIENTE FÍSICO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade tem por objetivos:
• definir e compreender conceitos básicos de ecologia;
• relacionar fatores que influenciam o ambiente físico;
• identificar correlação entre clima e biomas;
• identificar correlação entre meio físico e disponibilidade de recursos.
A Unidade 1 está dividida em quatro tópicos, cujas atividades, no final de 
cada um deles, reforçarão o seu aprendizado.
TÓPICO 1 – ECOLOGIA BÁSICA
TÓPICO 2 – AMBIENTE FÍSICO
TÓPICO 3 – BIOMAS
TÓPICO 4 – MEIO FÍSICO E A DISPONIBILIDADE DE RECURSOS
2
3
• Phillipson (1969): “o estudo das inter-relações, entre o vivo e o seu 
ambiente físico, e com todos os outros organismos que vivem nesse ambiente”; 
• Odum (1977): o “estudo da estruturação e funcionalidade da 
natureza”; 
• Dajoz (1978): a “ciência que estuda as condições em que os seres 
vivos existem e suas interações, com o seu meio”; 
• Pianka (1983): o “estudo das relações entre os seres vivos os fatores 
físicos e biológicos, que os atingem, ou são afetados por eles, direta ou 
indiretamente”;
TÓPICO 1
UNIDADE 1
ECOLOGIA BÁSICA
1 INTRODUÇÃO
Caro(a) acadêmico(a)! Você, provavelmente, já deve ter ouvido falar em 
ecologia e já deve ter uma noção sobre o tema. O significado da palavra ecologia 
originou do grego oikos (casa) e logos (estudo), e têm como significado literal 
“estudo da casa”. Ecologia é a ciência que estuda a relação entre os seres vivos e os 
demais componentes do ambiente, ou seja, o estudo do ambiente, com seus fatores 
físicos, químicos e biológicos que afetam os organismos. 
A ecologia também pode ser definida, segundo os autores a seguir:
FONTE: Adaptado de: < http://www.ufpa.br/npadc/gpeea/artigostext/resumoEcologia.pdf >. 
Acesso em: 31 maio 2013.
• Lopes e Rosso (2005): a “Ecologia é uma área da biologia que se preocupa 
em estudar as relações entre os seres vivos e entre eles e o meio ambiente em que 
vivem.” 
Pelo fato da ecologia procurar explicar fenômenos ambientais complexos, 
apoia-se em outras ciências como a Química, Física, Climatologia, Geografia, 
Economia, Oceanografia, Geologia, Antropologia, Sociologia, Psicologia, e outros 
ramos da Biologia como Botânica, Fisiologia, Zoologia, etc. 
A Ecologia como ciência é muito recente comparada à Física e à Química, 
consideradas ciências mais precisas. O seu entendimento quanto à estrutura e 
funcionamento dos ecossistemas necessita de comprovação e investigação frente 
às várias hipóteses, o que demanda ainda muitos estudos. Um exemplo desta 
problemática é a “teoria da seleção natural”, descrita inicialmente por Charles 
UNIDADE 1 | VIDA E AMBIENTE FÍSICO
4
Darwin (1809-1882) e Alfred Wallace (1823-1913) e amplamente difundida através 
da obra “A origem das espécies pela seleção natural”, escrita por Darwin em 1859 
(PIANKA, 1983).
2 HISTÓRIA DA ECOLOGIA
Apesar de o pesquisador alemão Ernst Haeckel (Figura a seguir) ter sido 
o primeiro a empregar a palavra ecologia, no ano de 1866, outros pesquisadores 
contribuíram no desenvolvimento desta ciência.
FIGURA 1 – BIÓLOGO ALEMÃO ERNST HAECKEL, PRIMEIRO 
CIENTISTA A EMPREGAR O TERMO ECOLOGIA, NO ANO DE 1866
FONTE: Disponível em: <www.eudesandradebiologo.blogspot.com>. 
Acesso em: 3 mar. 2013.
Essa contribuição ocorreu através de estudos das cadeias alimentares e 
regulação de populações por Anton Van Leeuwenhoek e sobre a produtividade 
biológica com Richard Bradley, no século XVIII e XIX. Ainda, Charles Darwin 
em 1859 já considerava as inter-relações dos organismos, mesmo não tendo 
conhecimento mais profundo sobre a questão ecológica desta ciência. Já na 
segunda metade do século XIX, estudando a função comparada entre animais e 
vegetais, Forbes (1887) dividiu a ecologia em Ecologia Animal e Ecologia Vegetal. 
Möbius (1877), por sua vez, abordou os ambientes aquáticos marinhos, originando 
a ecologia dos oceanos. 
Para melhor explicar a função e a estrutura dos ecossistemas, a ecologia 
contou com o surgimento da Termodinâmica, da Estatística e da Cibernética 
possibilitando o surgimento da Ecologia Humana. Através da observação do papel 
do homem no meio por Odum (1959) e sob a ênfase da subsistência e da evolução 
http://www.crv.educacao.mg.gov.br
TÓPICO 1 | ECOLOGIA BÁSICA
5
das populações humanas no meio, por König (1967) e Wallner (1972), foi possível 
considerar a relação dependente entre meio ambiente e o homem (socioeconomia 
e antropoecologia). Além disso, os estudos ecológicos foram subdivididos sob os 
seguintes enfoques: indivíduo e ambiente (autoecologia); população e ambiente 
(demoecologia); comunidade e ambiente (sinecologia). 
Mas foi no século XX, que a ecologia foi reconhecida como um campo 
distinto da biologia e como ciência, através de uma teoria unificada baseada em 
estudos que produziram os conceitos: comunidades bióticas por F. E. Clements e 
V. E. Shelford, e cadeia alimentar e ciclagem de matéria por R. Linderman e G. E. 
Hutchinson (ODUM, 1988). 
Atualmente, é frequente a confusão entre os termos Ecologia Humana e 
Ecologia e Meio Ambiente pelo fato do termo ecologia ser referido também como 
o estudo dos problemas ambientais causados pelas sociedades humanas, que na 
verdade abrange apenas o homem. Porém, é denominado Ecologia Humana o 
estudo focando o homem como um organismo, uma espécie animal e suas relações 
com o meio. 
Por outro lado, a questão ambiental, em nível global, vem tomando maior 
destaque desde o final da década de 60 e 70, devido às crescentes alterações 
ambientais causadas pela sociedade moderna. Nesse contexto é possível verificar 
que meio ambiente não é sinônimo de ecologia, mas uma área de ação dentro 
da ecologia que integra problemas ambientais. O manejo de ecossistemas se 
fundamenta em teorias ecológicas consistentes,baseadas em leis ambientais 
que visam a um equilíbrio entre as comunidades animais e vegetais, fontes de 
produtos úteis ao homem (conservação) e de conhecimento científico (conservação 
e preservação) para uso das próximas gerações, bem como, o desenvolvimento 
sustentável, trabalhando as necessidades presentes sem prejudicar as futuras. Por 
fim, a abordagem mais polêmica dada por esta parte da ecologia e o jogo existente 
entre os interesses econômicos e as ações políticas (ODUM; BARRET, 2008 apud 
SANTO; FERRARI, 2012).
Cibernética é uma tentativa de compreender a comunicação e o controle de 
máquinas, seres vivos e grupos sociais através de analogias com as máquinas eletrônicas. 
FONTE: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Cibernética>. Acesso em: 6 fev. 2013. 
NOTA
UNIDADE 1 | VIDA E AMBIENTE FÍSICO
6
Os três principais ramos/áreas de estudo da ecologia foram determinados pelo 
botânico Carl Schroter no início do século XX, que são: 
Autoecologia: estuda as espécies (animal ou vegetal) a partir de suas relações com o meio 
ambiente, ou seja, como reagem separadamente a determinados fatores ambientais (clima, 
vegetação, relevo etc.). É um ramo científico clássico e atualmente seguido por poucos 
cientistas. 
Sinecologia: conhecida por ecologia comunitária é voltada ao estudo das comunidades 
de seres vivos. Foca a distribuição das populações e suas relações ecológicas, demografia, 
deslocamento e quantidades. Ainda, examina as cadeias alimentares, as sucessões ecológicas 
e inter-relações entre predadores e presas. 
Demoecologia: também conhecida por dinâmica das populações ou ecologia das 
populações. Realiza o estudo de cada população separadamente. 
FONTE: Disponível em: <www.todabiologia.com/ecologia/ramos_ecologia.htm>. Acesso 
em: 18 mar. 2013.
Atualmente novos ramos da ecologia estão surgindo como: a dinâmica 
de populações, ecologia humana, ecologia social, ecologia comportamental, ecologia 
matemática, entre outras. Dezenas de livros, jornais, periódicos, congressos e simpósios 
especializados em ecologia são lançados todos os anos, em todos os países do mundo.
A abordagem política da ecologia tem crescido muito, principalmente porque esta ciência é 
a que possibilita o entendimento das transformações causadas pelo homem no ambiente, 
e das suas consequências para a humanidade. O congresso mundial de meio ambiente, 
a ECO-92 e a AGENDA 21 são exemplos de transformações políticas impulsionadas pela 
ecologia e pelas ciências ambientais. 
FONTE: Disponível em: <www.terra.com.br>. Acesso em: 18 mar. 2013. 
3 OS ORGANISMOS E O MEIO FÍSICO – CONCEITOS
 
Vamos agora relembrar alguns conceitos básicos de ecologia. 
 
Os fatores abióticos (a= sem; bio= vida) são todos os elementos não vivos 
de um ambiente, tais como a luz solar, solo, ar, água e temperatura. Por outro lado, 
os fatores bióticos são todos os elementos vivos de um ambiente, ou seja, todos os 
seres vivos, tanto os aquáticos como os seres terrestres (Figura 2).
 Os seres vivos podem ser organizados em diferentes níveis de organização 
ecológica: célula – tecido – órgão – sistema de órgãos – organismo – população – 
ATENCAO
ATENCAO
TÓPICO 1 | ECOLOGIA BÁSICA
7
comunidade – ecossistema – paisagem – bioma – ecosfera (Figura 3), interagindo 
entre eles nos seus processos ou funções. Portanto, qualquer estado de organização 
da vida somente é mantido através de um fluxo de energia contínuo, pois passa 
por uma série de níveis diferentes de organização (ODUM; BARRET, 2008).
FIGURA 2 – OS FATORES BIÓTICOS E ABIÓTICOS DO ECOSSISTEMA SERRA DA MALCATA, A 
1075 METROS DE ALTITUDE – PORTUGAL
FONTE: Disponível em: <http://cn8-st.blogspot.com.br/2011/02/1-dinamica-dos-
ecossistemas.html#!/2011/02/1-dinamica-dos-ecossistemas.html>. Acesso em: 3 mar. 2013.
UNIDADE 1 | VIDA E AMBIENTE FÍSICO
8
Conceitos Ecológicos
Espécie: é o conjunto de indivíduos semelhantes estruturalmente, 
funcionalmente e bioquimicamente que se reproduzem naturalmente, originando 
descendentes férteis. Apresenta uma propagação genética própria em resposta às 
pressões do ambiente ao longo da evolução. Assim, todos os organismos de Homo 
sapiens pertencem a uma mesma espécie, assim como ocorre, por exemplo, com 
organismos de Araucaria angustifolia (pinheiro-do-paraná).
FIGURA 3 – AS ESCALAS HIERÁRQUICAS DENTRO DE NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO 
ECOLÓGICOS NOS SEUS PROCESSOS E FUNÇÕES
FONTE: Disponível em: <www.ecopaisagem.wikispaces.com>. Acesso em: 3 mar. 2013. 
Organismo: é a unidade (indivíduo) fundamental da ecologia. É qualquer corpo vivo 
(unicelular ou pluricelular), ou seja, é um ser vivo individual (veja com maiores detalhes a 
Unidade 2). 
População: é o conjunto de indivíduos da mesma espécie que vivem em uma mesma 
área em um determinado período, e abrange a taxa de natalidade, a taxa de mortalidade, a 
proporção de sexos, a distribuição de idades, a emigração e imigração etc. Ex.: indivíduos de 
aracuã (Ortalis guttata) vivendo em um fragmento florestal; cardume de uma espécie de peixe, 
entre outros (mais detalhes serão dados na Unidade 2).
Comunidade: é o conjunto de populações de várias espécies que sofrem interferência 
uma das outras, e que habitam um determinado espaço (região) em um determinado tempo 
TÓPICO 1 | ECOLOGIA BÁSICA
9
(período). Ex.: o conjunto de seres vivos que habitam um rio ou lago, ou ainda uma área 
florestal, entre outros.
Ecossistema ou sistema ecológico: “Um sistema ecológico ou ecossistema 
é qualquer unidade que inclui todos os organismos (comunidade biótica), em 
uma dada área, interagindo com o meio físico de modo que um fluxo de energia 
leve a estruturas bióticas claramente definidas e à ciclagem de materiais entre 
componentes vivos e não vivos”. (ODUM; BARRET, 2008). Ex.: cavidade bucal; 
floresta Amazônica. 
FONTE: Adaptado de: <http://www.oficinacientifica.com.br/downloads/Ecossistemas.pdf>. 
Acesso em: 1 jun. 2013
Habitat: é o lugar preciso onde uma espécie vive, isto é, o seu “endereço” 
dentro do ecossistema que determina o comportamento de sobrevivência e 
reprodutivo da comunidade (local de abrigo, alimentação e reprodução). Ex.: o 
habitat de uma solitária Taenia solium é o intestino de outro animal; o solo é o 
habitat de minhocas. 
Biótopo: é a área física na qual determinada comunidade vive. Ex.: o habitat 
das piranhas é a água doce e o biótopo Rio Amazonas é o local onde vivem todos 
os seres vivos desse rio, inclusive as piranhas.
Nicho ecológico: o nicho ecológico pode ser definido como o total de 
necessidades e condições necessárias à sobrevivência de um organismo. É um 
espaço n-dimensional, no sentido de que há uma infinidade de propriedades 
envolvidas (ODUM, 1988).
Ecótono: é a região de transição entre duas ou mais comunidades/
ecossistemas. Nesta área de transição (ecótono) encontramos grande número de 
espécies, e consequentemente, grande número de nichos ecológicos. Ex.: floresta e 
campo, ambiente marinho e dulcícola, matas de cocais que consistem na transição 
entre o bioma amazônico e a caatinga. 
Biosfera: é o conjunto de todos os ecossistemas da Terra, ou seja, de todas 
as formas de vida que inclui a litosfera, a hidrosfera e a atmosfera. Nesta faixa se 
encontram os gases oxigênio e nitrogênio, importantes para a vida. (ODUM, 1988).
O termo “biosfera” foi introduzido em 1875, pelo geólogo austríaco Eduard 
Suess. Entre 1920 e 1930 iniciou a aplicar o termo biosfera para designar “a parte do planeta 
ocupada pelos seres vivos. O conjunto de todas as partes do planeta Terra onde existe ou 
pode existir vida. Os seus limites vão desde as mais altas montanhas até as profundezas das 
fossas abissais marinhas”. Existem autores que consideram a Terra um verdadeiro ser.
NOTA
UNIDADE 1 | VIDA E AMBIENTE FÍSICO
10
Complemente seus conhecimentos, leia também: fatores abióticos e bióticos: 
<http://www.puc-campinas.edu.br/centros/ccv/Graduacao/Biologia/aulas/Aula03.pdf>.
<http://www.slideshare.net/teresacondeixa/factores-abiticos-temperatura-355512>.<http://www.db-piracicaba.com.br/download/Fatores ecologicos.pdf>.
DICAS
http://www.rbma.org.br/
http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/77505/1/doc-146.pdf
11
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você pode concluir que:
• O termo ecologia foi empregado pela primeira vez, em 1866, pelo zoólogo 
alemão Ernst Haeckel.
• Ecologia é a ciência que estuda a relação entre os seres vivos e os componentes 
do meio ambiente que afetam os organismos. 
• A ecologia se relaciona com outras ciências para explicar fenômenos ambientais 
que ocorrem nos ecossistemas, como: Química, Física, Climatologia, Geografia, 
Economia, Oceanografia, Geologia, Antropologia, Sociologia, Psicologia; e 
outros ramos da Biologia: Botânica, Fisiologia, Zoologia etc. 
• Depois do primeiro emprego da palavra ecologia, em 1869, com o alemão Ernst 
Haeckel, outros pesquisadores contribuíram no desenvolvimento desta ciência.
• Forbes (1887) subdividiu a ecologia em Ecologia Animal e Ecologia Vegetal, na 
segunda metade do século XIX.
• Möbius (1877) abordou a ecologia dos oceanos. 
• A termodinâmica, a estatística e a cibernética contribuíram para melhor explicar 
a função e estrutura dos ecossistemas.
• A Ecologia Humana foi criada através da observação do papel do homem 
no meio, por Odum (1959) e sob a ênfase da subsistência e da evolução das 
populações humanas no meio, por König (1967) e Wallner (1972), designado de 
relação dependente (socioeconomia e antropoecologia). 
• No século XX, a ecologia foi reconhecida como um campo distinto da biologia e 
como ciência.
• Espécie é o conjunto de indivíduos semelhantes que se intercruzam, originando 
descendentes férteis. 
• Organismo é um ser vivo. A unidade fundamental da ecologia. Cada organismo 
é limitado por uma membrana (unicelulares) ou outra cobertura, no qual ocorre 
uma troca de energia e matéria com seu meio.
• População é o conjunto de indivíduos da mesma espécie que vivem numa 
mesma área em um determinado período.
• Comunidade é o conjunto de populações de várias espécies que habitam um 
12
determinado espaço em um determinado tempo.
• Ecossistema ou sistema ecológico é o conjunto dos fatores abióticos e bióticos 
que interagem.
• Habitat é o endereço de uma espécie dentro do ecossistema.
• Biótopo é a área física na qual determinada comunidade vive.
• Nicho ecológico é o conjunto de condições e recursos necessários à sobrevivência 
de um organismo. 
• Ecótono é a região de transição entre duas comunidades ou entre dois 
ecossistemas. 
• Biosfera é o conjunto de todos os ecossistemas da Terra, os seres vivos e o 
ambiente em que vivem (habitat). 
13
AUTOATIVIDADE
1 Qual o conceito biológico da palavra Ecologia e discorra sobre a 
importância deste estudo para os seres vivos em geral.
2 Assinale as alternativas incorretas e torne-as corretas:
a) Espécies são indivíduos morfologicamente diferentes, capazes 
de se reproduzirem e gerarem descendentes férteis.
b) População: indivíduos da mesma espécie presentes em áreas 
diferentes.
c) Comunidade: indivíduos de iguais espécies presentes em uma 
área.
d) Ecossistema: relação que ocorre entre a comunidade e os fatores 
abióticos.
e) Biosfera: maior ecossistema da Terra, parte não viva do planeta.
f) Habitat: papel “profissão” que o indivíduo desempenha na 
natureza.
14
15
TÓPICO 2
AMBIENTE FÍSICO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Depois do contexto introdutório da ecologia, o que ela é? Qual é a sua 
função? E do que consiste? Podemos entender que no mundo natural encontramos 
componentes vivos e o não vivos onde um depende do outro. Em outras palavras, 
a vida depende do mundo físico e os seres vivos afetam o meio físico. 
Neste Tópico veremos a influência do meio físico sobre a vida, ou seja, 
sobre os organismos e consequentemente sobre o seu grupo. O conjunto de todos 
os fatores físicos exerce influência sobre o crescimento, atividades, características 
e a distribuição de comunidades, em diferentes locais (regiões), determinando a 
diversidade de ambientes (RICKLEFS, 2003). 
2 POTENCIAL BIÓTICO
Em condições hipotéticas ideais, em que não houvesse mortalidade e 
nenhuma restrição à sobrevivência de uma população biológica, seu crescimento 
seria infinito, atingindo rapidamente um número elevadíssimo de indivíduos. 
Vamos pensar na reprodução de um casal de coelhos, que aos seis meses estão 
maduros sexualmente, e a cada dois meses se procriam gerando em média sete 
filhotes. Ao completar dois anos estes já somariam 3158 descendentes, e ao final de 
alguns anos somariam milhões de indivíduos, cuja capacidade de crescimento se 
denomina potencial biótico. A representação gráfica deste crescimento hipotético é 
representada por uma curva exponencial em forma de J (Figura 4). 
No entanto, em ecossistemas naturais não se observa tal potencial biótico. 
Observam-se populações relativamente estáveis na sua densidade, devido à 
resistência do meio, observando-se então o crescimento real. Isso ocorre porque todas 
as populações estão expostas a uma grande variedade e quantidade de fatores 
ambientais (bióticos e abióticos), que limitam o seu crescimento, cujo conjunto de 
fatores ambientais limitantes denomina-se resistência do meio. Esta resistência pode 
ocorrer devido à indisponibilidade de alimento, água, espaço, condições climáticas 
adversas e pelas relações com outras espécies, principalmente a predação e a 
competição (Figura 5) (RICKLEFS, 2003).
UNIDADE 1 | VIDA E AMBIENTE FÍSICO
16
FIGURA 4 – GRÁFICO DE CRESCIMENTO REAL DE UMA POPULAÇÃO
FONTE: Disponível em: <http://falamorim.blogspot.com.br/2009/09/dinamica-das-
populacoes-analise-grafica.html>. Acesso em: 16 abr. 2013.
FIGURA 5 – FATORES AMBIENTAIS QUE INFLUENCIAM O CRESCIMENTO REAL DE UMA 
POPULAÇÃO
FONTE: Disponível em: <www.portalportinari.com.br/dw/ecologia.ppt>. Acesso em: 16 fev. 2013.
 De modo geral uma população cresce em um ambiente favorável real 
obedecendo aos seguintes critérios:
• Primeiramente o crescimento populacional é baixo, pelo baixo número de 
indivíduos.
• Ocorre um aumento exponencial, à medida que o número de indivíduos vai 
aumentando.
TÓPICO 2 | AMBIENTE FÍSICO
17
• Sua densidade também aumenta, elevando a resistência do meio, diminuindo o 
crescimento populacional.
• É atingido um equilíbrio na taxa de natalidade e mortalidade (estabilização 
da densidade populacional), permanecendo constante. Graficamente esse 
crescimento tem forma sigmoide, em forma de S, caracterizando o limite 
máximo de indivíduos suportado pelo ambiente (capacidade de suporte do 
meio ou carga biótica máxima). (Figura 4) (RICKLEFS, 2003).
3 FATORES LIMITANTES FÍSICOS
 
Agora veremos os principais fatores abióticos que formam os diferentes 
ecossistemas distribuídos no planeta e a sua influência sobre o sucesso de um 
organismo, de um grupo de organismos, ou de uma comunidade biótica. Bem 
como, os fatores limitantes (qualquer condição que se aproxime ou exceda os limites 
de tolerância), ou seja, que se aproxime das necessidades mínimas de sucesso, em 
condições de estabilidade de uma comunidade (ODUM; BARRETT, 2008).
 
Os fatores climáticos (luz, temperatura, umidade e pluviosidade) caracterizam 
o clima de uma região, e os fatores edáficos, como a composição química e a estrutura 
do solo, classificam os diferentes fatores abióticos. Esses fatores nada mais são 
do que as condições ambientais, ou seja, as características físicas e químicas 
do ambiente e não são consumidas nem esgotadas durante as atividades dos 
organismos, criando assim o Macroclima ou Clima Regional e o Microclima particular 
a que um organismo vivo está sendo submetido (ODUM; BARRETT, 2008).
Segundo Odum e Barrett (2008), os principais fatores limitantes físicos 
(fatores abióticos) de um ecossistema natural são:
 A luz, energia indispensável ao desenvolvimento das plantas, através do 
processo da fotossíntese, que capta a energia luminosa, tendo como fonte o sol. Com 
exceção das espécies cavernícolas (que vivem emcavernas) e das espécies abissais 
(que vivem em grandes profundezas), todos os seres vivos necessitam de luz 
solar. A luz também influencia a distribuição dos seres vivos e suas características 
morfológicas (fenótipo). 
Desta forma, os seres vivos, cada um na sua espécie, conseguem sobreviver 
entre um limite de temperatura, denominado por limite térmico ou Lei do Mínimo 
de Liebig. E para que suas atividades vitais possam ser desenvolvidas ao máximo, 
deverão se encontrar, na faixa da temperatura ótima. 
A água é outro fator indispensável para a sobrevivência dos organismos 
e das comunidades. Sua importância se dá tanto nas atividades celulares e 
fisiológicas dos seres vivos (transpiração e condução das seivas), como também, no 
ponto de vista ecológico, já que, nos ambientes terrestres e aquáticos, a salinidade 
pode variar muito causando a perda de água dos organismos por osmose. Por isso, 
UNIDADE 1 | VIDA E AMBIENTE FÍSICO
18
a chuva, a umidade, a evaporação e a disponibilidade superficial de água são os 
principais fatores abióticos de um ecossistema. 
Os gases atmosféricos, como o oxigênio e o gás carbônico, também são 
essenciais para a vida no planeta Terra (fotossíntese e respiração), em ambientes 
terrestres e aquáticos, assim como a concentração de íons de hidrogênio, que estão 
diretamente relacionados ao pH da água (habitat de muitos organismos). 
E por fim, o vento e as enchentes também são considerados fatores 
limitantes aos seres vivos, porque o meio atmosférico e hidrosférico não são 
estáveis. Por isso, são fatores que contribuem para o aumento ou diminuição da 
produção no nível de espécies em nível de ecossistema. 
Não se pode esquecer a disponibilidade de nutrientes (macronutrientes 
e micronutrientes) também essenciais à vida dos animais e vegetais, por serem 
elementos e compostos necessários ao funcionamento das atividades vitais dos 
organismos vivos.
Além dos fatores abióticos, temos os fatores bióticos que limitam o 
crescimento e reprodução de organismos e comunidades (parasitismo, competição 
e predação). 
Segundo Ricklefs (2003), o pesquisador russo Georgyi F. Gause, em 
seus experimentos, demonstrou através da produção de duas populações de 
protozoários (Paramecium aurelia e Paramecium caudatum), que duas populações não 
podem coexistir por muito tempo no mesmo habitat, especialmente quando ocorre 
a sobreposição de nichos de duas ou mais espécies, denominado por Princípio de 
Gause ou Princípio da Exclusão Competitiva. Assim, após certo período, uma das 
populações poderá apresentar um crescimento gradual enquanto outra poderá 
declinar (Figura 6). Além disso, o aumento da densidade populacional também 
poderá levar à diminuição da natalidade e assim, o aumento da mortalidade 
proporcionando flutuações populacionais, bem como o estresse ambiental (secas, 
erupções vulcânicas etc.). Os indivíduos sobreviventes é que transmitirão esse 
potencial genético às futuras populações.
Entre as fontes de estresse ambiental encontramos: as físicas (condições 
extremas de calor, umidade, luz, radiações em geral) descritas anteriormente, 
a poeira e outros poluentes, que serão descritos na Unidade 3, que tratam da 
influência do homem sobre o meio ambiente e este (ambiente físico) sobre os 
organismos vivos, e as biológicas (predadores, parasitas – inclusive patógenos), além 
da deficiência ou excesso de nutrientes específicos. Na Figura 7 podemos ver 
um exemplo de adaptação de indivíduos às mudanças ambientais e ao estresse, 
estudada pela Fisiologia Ambiental.
TÓPICO 2 | AMBIENTE FÍSICO
19
FIGURA 6 – CRESCIMENTO DAS POPULAÇÕES DE DUAS ESPÉCIES DE PARAMÉCIO, 
OBTIDAS POR GAUSE, CULTIVADAS NO MESMO RECIPIENTE, MOSTRANDO A EXTINÇÃO 
DO PARAMECIUM CAUDATUM PELA FORTE COMPETIÇÃO COM O PARAMECIUM AURELIA
FONTE: Disponível em: <www.portalportinari.com.br/dw/ecologia.ppt>. Acesso em: 16 fev. 2013.
Linha superior representa P. aurelia e a linha inferior representa P. caudatum.
FIGURA 7 – O ESTRESSE AMBIENTAL COMO LIMITANTE, OCASIONANDO 
FLUTUAÇÕES POPULACIONAIS
FONTE: Disponível em: <www.portalportinari.com.br/dw/ecologia.ppt>. Acesso em: 
16 fev. 2013.
Por fim, um organismo ou grupo apresenta uma taxa mínima ou máxima 
de tolerância à deficiência ou ao excesso de um fator ambiental, que pode limitar 
seu desenvolvimento e reprodução, chamado de Lei da Tolerância de Shelford (Fi-
gura 8). A este espectro (mínimo e máximo) de tolerância denomina-se Amplitude 
UNIDADE 1 | VIDA E AMBIENTE FÍSICO
20
FIGURA 8 – AMPLITUDE ECOLÓGICA DE UM ORGANISMO OU POPULAÇÃO, 
COM O LIMITE MÁXIMO PARA UM FATOR E LIMITE MÍNIMO PARA OUTRO 
FATOR – LEI DA TOLERÂNCIA DE SHELFORD
FONTE: Disponível em: <www.portalportinari.com.br/dw/ecologia.ppt>. 
Acesso em: 16 fev. 2013.
FIGURA 9 – UM EXEMPLO DE AMPLITUDE DE TOLERÂNCIA DE UMA POPULAÇÃO, COM O 
LIMITE INFERIOR E LIMITE SUPERIOR DE TOLERÂNCIA TÉRMICA
FONTE: Disponível em: <http://www.slideshare.net/popecologia/fatores-limitantes>. 
Acesso em: 18 fev. 2013. 
Ecológica, que poderá ser larga ou estreita, para cada um dos fatores ecológicos. 
Ex.: disponibilidade de alimento (fator limitante dependente da densidade) e frio 
(fator limitante independente da densidade). Quanto mais um organismo ou gru-
po estiverem próximos deste limite, maior será o estresse ambiental (tendo que 
usar todos os seus artifícios) para sua sobrevivência, e quando um organismo ou 
grupo volta ao seu nível normal, esta capacidade recebe o nome de Resiliência.
4 MAGNIFICAÇÃO BIOLÓGICA DAS SUBSTÂNCIASTÓXICAS
Magnificação biológica ou trófica é a concentração acumulativa de 
algumas substâncias através da distribuição de energia, via cadeia alimentar, pelo 
TÓPICO 2 | AMBIENTE FÍSICO
21
comportamento de certos radionuclídeos persistentes (césio-127, estrôncio-90, 
plutônio-239 e o fósforo radioativos etc.), pesticidas (a base de hidrocarbonetos 
clorados), metais pesados encontrados em tintas, agrotóxicos, indústrias têxteis etc. 
((cádmio (Cd), chumbo (Pb), zinco (Zn), mercúrio (Hg), cobre (Cu) entre outros), 
benzopireno (hidrocarboneto liberado combustão, ação cancerígena), entre outros.
Radionuclídeos são substâncias radioativas usadas no diagnóstico e tratamento 
de problemas de saúde, a serviço da medicina nuclear em hospitais, clínicas e laboratórios, 
fiscalizados pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Os radionuclídeos são 
usados no mundo desde 1940 e no Brasil iniciou-se em 1955, cuja denominação genérica 
dos exames da medicina nuclear denomina-se cintilografia, fundamental para o diagnóstico 
e tratamento de inúmeras doenças, em fase bastante precoce. Além disso, o avanço 
tecnológico tem permitido o uso de radionuclídeos que emitem radiações que ficam menos 
tempo no organismo e não lhe causam danos. Um exemplo desse avanço se observa na 
radiação cósmica de um voo Rio-São Paulo que é mínima e ainda superior, a comparada aos 
exames administrados atualmente na medicina nuclear. 
FONTE: Disponível em: <http://www.ien.gov.br/noticias/midia_arquivo/oglobo_280201.
htm>. Acesso em: 20 de mar. de 2013.
Por não serem biodegradáveis, permanecem nos ecossistemas e entram 
na cadeia alimentar, passando aos diferentes níveis tróficos (produtores aos 
consumidores). Como apenas 10% da matéria e energia são efetivamente 
absorvidos pelo nível trófico imediatamente superior, estes necessitam consumir 
uma biomassa 10 vezes maior do que a sua própria (veja unidade 2). Por isso, a 
passagem de matéria e energia a partir dos produtores e destes aos consumidores 
é sempre numa concentração acumulativa e crescente. Dessa forma, uma maior 
acumulação destas substâncias ocorre nos organismos que se encontram no topo 
da cadeia alimentar, incluindo o homem. Como exemplo pode-se citar o DDT 
(dimetil-difenil-tricloroetano) ou mesmo o BHC (benzeno-hexaclorito), criado 
após a resistência de algumas espécies ao DDT. Estes inseticidas (combatem 
piolhos, moscas, mosquitos e pragas da lavoura no mundo todo), são biocidas 
originalmente usadospara matar insetos, mas que interferem diretamente sobre 
peixes, aves e outros consumidores. 
As aves são extremamente vulneráveis, a estes biocidas, pois estes interferem 
na formação da casca do ovo fazendo com que se quebrem antes do término de seu 
desenvolvimento. Deste modo, pequenas concentrações podem não ser letais para 
alguns indivíduos, mas para a população (diminuição do número populacional). 
Esses e outros pesticidas e agrotóxicos, embora proibidos, ainda continuam sendo 
industrializados e comercializados, pondo em risco a saúde do homem, de outros 
animais e do ambiente. (PEAKALL, 1967; HICKEY; ANDERSON, 1968 apud 
ODUM; BARRETT, 2008).
NOTA
UNIDADE 1 | VIDA E AMBIENTE FÍSICO
22
Segundo pesquisas, metais pesados encontrados no lodo de esgotos 
industriais, em área urbana ou bacias hidrográficas, podem ser magnificados 
biologicamente através da cadeia alimentar. Estudos mostraram que minhocas do 
gênero Lumbricus, detritívoras, acumularam 30 vezes mais cádmio do que níveis 
encontrados no solo; 60 vezes mais do que encontrado nas plantas Poa, e mais de 
100 vezes acima dos níveis encontrados em rins de arganaz-do-prado (Microtus), 
durante o décimo ano de aplicação de lodo de esgoto, no local do experimento 
(veja maiores detalhes deste experimento em CARSON, 1962; LEVINE et al., 1989; 
e BREWER et al., 1994). Os autores citados anteriormente propõem que estes 
animais são indicadores entre os detritívoros e monitores dos efeitos do lodo ao 
longo do tempo, principalmente durante a sucessão secundária desta paisagem 
(ODUM; BARRET, 2008). 
23
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você pode concluir que:
• No ambiente natural, os fatores ambientais podem limitar indivíduos e 
populações, influenciando o crescimento, atividades, características e a 
distribuição de comunidades, para diferentes locais (regiões), determinando a 
diversidade de ambientes. 
• Potencial biótico é a capacidade de sobrevivência de uma população biológica 
em condições hipotéticas ideais, sem nenhuma restrição de sobrevivência 
(crescimento infinito). O que em ecossistemas naturais não se observa. 
Observam-se populações relativamente estáveis na sua densidade, devido à 
resistência do meio (indisponibilidade de alimento, água, espaço, condições 
climáticas adversas e pelas relações com outras espécies, principalmente a 
predação e a competição), observando-se então o crescimento real. 
• Fatores limitantes: são quaisquer condições que se aproxime ou exceda os 
limites de tolerância (se aproxime das necessidades mínimas de sucesso), em 
condições de estabilidade de uma comunidade.
• Os fatores abióticos se subdividem em: fatores climáticos (luz, temperatura, 
umidade e pluviosidade) e os fatores edáficos (composição química e a 
estrutura do solo); criando o Macroclima ou Clima Regional e o Microclima, 
particular a que um organismo vivo está sendo submetido.
• Os principais fatores limitantes físicos (fatores abióticos) de um ecossistema 
natural são:
• Luz, energia indispensável ao desenvolvimento das plantas, através do 
processo da fotossíntese, que capta a energia luminosa, tendo como fonte 
o sol.
• Temperatura, cada espécie de seres vivos consegue sobreviver entre um 
limite de temperatura, denominado, limite térmico ou Lei do Mínimo de 
Liebig, para o desenvolvimento de suas atividades vitais. 
• Água, indispensável para a sobrevivência dos organismos e das 
comunidades (atividades celulares e fisiológicas dos seres vivos – 
transpiração e condução das seivas).
• Os gases atmosféricos como o oxigênio e o gás carbônico são essenciais 
para a vida no planeta terra (fotossíntese e respiração), em ambientes 
terrestres e aquáticos. E a concentração de íons de hidrogênio, diretamente 
relacionados ao pH da água.
24
• Disponibilidade de nutrientes (macronutrientes e micronutrientes) 
também é essencial à vida dos animais e vegetais (elementos e compostos 
necessários ao funcionamento das atividades vitais dos organismos vivos).
• Vento e enchente, também são fatores limitantes dos seres vivos, 
contribuem para o aumento ou diminuição da produção de ecossistemas, 
no nível de espécies.
• Os fatores bióticos limitam o crescimento e reprodução de organismos e 
comunidades (parasitismo, competição e predação).
• O Princípio de Gause se refere a duas populações que não podem coexistir 
por muito tempo em um mesmo lugar, principalmente quando ocorre a 
sobreposição de nichos de duas ou mais espécies.
• Flutuação populacional ocorre com o aumento da densidade populacional, 
levando à diminuição da natalidade e ao aumento da mortalidade. 
• Estresse ambiental natural se refere a secas, erupções vulcânicas etc.
• As fontes de estresse ambiental: físicas (condições extremas de calor, umidade, 
luz, radiações em geral) e biológicas (predadores, parasitas – inclusive 
patógenos), deficiência ou excesso de nutrientes específicos. 
• A Lei da Tolerância se refere a um organismo ou grupo que apresentam uma 
taxa mínima ou máxima de tolerância, para os fatores ecológicos.
• Amplitude ecológica é um termo que se refere ao espectro mínimo e máximo de 
tolerância. 
• Resiliência é a capacidade de um organismo ou grupo voltar ao nível normal, 
após terem passado por um estresse ambiental.
• Magnificação biológica consiste na acumulação de substâncias nocivas, via 
cadeia alimentar.
25
AUTOATIVIDADE
2 Em que condições um fator ecológico desempenha o papel de 
fator limitante?
3 O que diz o enunciado da Lei de tolerância?
4 Quando uma população está em resiliência?
5 O potencial biótico é observado em ecossistemas naturais? 
Justifique.
6 Diferencie organismos euritérmicos de estenotérmicos.
1 O que você entende por fator ecológico?
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TÓPICO 3
BIOMAS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Como vimos no tópico anterior, a ecologia estuda a relação e a influência 
dos componentes do meio ambiente com os seres vivos. Assim, o meio ambiente 
inclui os elementos do clima, do solo, da água, de organismos, de uma população 
ou de uma comunidade. Neste tópico veremos as caracterizações dos biomas 
terrestres brasileiros e mundiais.
Vamos lá!
2 O QUE SÃO BIOMAS?
 
Biomas são grandes comunidades de plantas e animais dos ecossistemas 
de terra firme sob a influência da latitude e altitude. Os biomas podem ser “um 
grande biossistema regional ou subcontinental caracterizado por um tipo principal 
de vegetação ou outro aspecto identificador da paisagem” (ODUM, 1985). 
3 AS CONDIÇÕES QUE DETERMINAM A DISTRIBUIÇÃO DOS 
BIOMAS E A ADAPTAÇÃO DOS SERES VIVOS AOS PRINCIPAIS 
BIOMAS MUNDIAIS E BRASILEIROS 
 
A influência do clima e latitude determinam os diferentes tipos de biomas 
terrestres. Os principais ambientes onde se desenvolvem os biomas são os campos, 
florestas, desertos, praias e montanhas. 
Entre as florestas pode-se destacar a floresta tropical úmida, a floresta 
temperada, a floresta de mangues e a floresta de coníferas. Entre os variados 
campos, a campina, a pradaria, a savana, o pampa, a tundra, a estepe, o cerrado, 
a taiga etc. A caatinga, que é característica entre o campo e o deserto; e, por fim, 
os desertos como o do Saara, do Gobi e o do Arizona, todos com características 
diferenciadas (Figuras 10 (a), (b), (c) e 11) (ODUM;BARRET, 2008).
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UNIDADE 1 | VIDA E AMBIENTE FÍSICO
O crescimento das plantas está diretamente relacionado com o clima, 
formando os grandes tipos vegetais. Os grandes tipos de vegetação podem ser 
usados para classificar ecossistemas em categorias chamadas biomas. Fatores 
como o solo, a sazonalidade climática, os incêndios e a paisagem influenciam 
adicionalmente o caráter dos biomas. 
As abordagens usadas para a classificação de biomas são: a abordagem 
de zona climática de Walter, que classifica as regiões com base no clima, dentro 
das quais o tipo característico de vegetação normalmente se desenvolve, e a 
abordagem simplificada de vegetação de Whittaker (1975), que classifica as regiões. 
Adicionalmente a vegetação geralmente refleteo clima local (RICKLEFS, 2003).
As distribuições geográficas de plantas nas escalas continentais são determinadas 
principalmente pelo clima e latitude, enquanto as distribuições locais dentro das regiões 
podem variar de acordo com a topografia e com os tipos solos (RICKLEFS, 2003).
O clima afeta profundamente a evolução das plantas e dos animais, que se 
tornam especializados para condições particulares do ambiente físico. Consequentemente 
cada região apresenta suas características vegetais que diferem na forma de crescimento, na 
morfologia foliar e na sazonalidade da folhagem (RICKLEFS, 2003).
ATENCAO
IMPORTANT
E
TÓPICO 3 | BIOMAS
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FIGURA 10 – (a): EFEITO DA ALTITUDE E LATITUDE SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DOS PRINCIPAIS 
BIOMAS DO MUNDO
FONTE: Disponível em: <www.geografiaparatodos.com.br>. Acesso em: 6 mar. 2013.
FIGURA 10 – (b) BIOMAS
FONTE: Disponível em: <www.japassei.pt>. Acesso em: 6 mar. 2013.
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UNIDADE 1 | VIDA E AMBIENTE FÍSICO
FIGURA 10 - (c) BIOMAS
FONTE: Disponível em: <www.picstopin.com> Acesso em: 6 mar. 2013.
FIGURA 11 – OS PADRÕES DE WHITTAKER (1975) DAS FORMAÇÕES VEGETAIS NO 
MUNDO, BASEADOS NA RELAÇÃO DAS MÉDIAS ANUAIS DE PRECIPITAÇÃO (cm3) COM 
AS MÉDIAS ANUAIS DE TEMPERATURA (ₒC). 
FONTE: Disponível em: <http://www.unicamp.br/fea/ortega/eco/iuri10a.htm>. Acesso 
em: 25 fev. 2013. 
TÓPICO 3 | BIOMAS
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Os principais biomas terrestres mundiais
As zonas de biomas climáticos estão amplamente divididas de acordo com 
as suas latitudes norte e sul do Equador em zonas tropicais, temperadas, boreais 
e polares. Dentro destas zonas latitudinais, o nível anual de precipitação e sua 
sazonalidade distinguem ainda mais os biomas. Dentro das zonas climáticas 
temperadas, os grandes biomas são as florestas sazonais, florestas úmidas e 
campos/desertos. 
Nas latitudes mais baixas dentro das zonas temperadas estão os bosques 
e arbustos de clima mediterrâneo. Os desertos subtropicais se situam entre as 
zonas climáticas tropicais e temperadas. Em latitudes maiores, encontram-se as 
florestas boreais, normalmente consistindo em árvores de acículas com folhagens 
persistentes e baixas taxas de crescimento sobre solos ácidos e pobres em nutrientes, 
e a tundra, um bioma sem árvores que se desenvolveu nos solos permanentemente 
congelados ou permafrost. 
As zonas climáticas tropicais são fornadas por florestas pluviais perenes e 
florestas sazonais que vão desde florestas parcial e completamente decíduas até 
florestas de espinhos em climas mais secos, e, às vezes, savana, um campo com 
árvores esparsas que é mantido pelas pressões do fogo e da pastagem (RICKLEFS, 
2003) (Figuras 12 a e b).
FIGURA 12 – (a): LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DOS PRINCIPAIS BIOMAS TERRESTRES MUNDIAIS
FONTE: Disponível em: <www.profwladimir.blogspot.com>. Acesso em: 6 mar. 2013. 
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UNIDADE 1 | VIDA E AMBIENTE FÍSICO
FIGURA 12 – (b): TIPOS DE VEGETAÇÃO E LOCALIZAÇÃO
FONTE: AUDESIRK; AUDESIRK, 1996. Disponível em: <www.crv.educacao.mg.gov.br>. Acesso em: 
6 mar. 2013. 
Classificação dos biomas a seguir relacionados, segundo Whittaker (1975), 
e as zonas climáticas do mundo de acordo com o curso anual da temperatura e da 
precipitação, segundo Heinrich Walter (1986). 
Bioma Tundra – Ártica e Alpina (acima das altitudes de limitação de 
árvores em montanhas altas, mesmo nos trópicos). 
É um bioma terrestre importante da América do Norte, encontrado nos 
países escandinavos, Sibéria, Canadá e Alasca. Essa zona climática polar fica 
localizada entre 60º e 80º de latitude norte, nas proximidades do Circulo Polar 
Ártico, apresentam uma temperatura média anual abaixo de -5ºC. O ar seco e a 
escassez de chuvas e muita neve formam um típico deserto polar. 
As estações climáticas se resumem em inverno e verão. No inverno, as 
temperaturas ficam entre -28ºC e -34ºC, com período de luminosidade curto e 
noites longas. Grandes camadas de gelo recobrem o solo. 
O verão, por sua vez, dura cerca de três meses, com temperatura máxima 
não ultrapassando os 10ºC. As noites são ausentes ou curtas, fazendo com que 
TÓPICO 3 | BIOMAS
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o período de luminosidade seja longo. Durante o degelo ocorre a formação de 
pântanos/grandes brejos e várias lagoas, porque as águas superficiais não 
conseguem penetrar no subsolo, que fica permanentemente congelado denominado 
permafrost. Consequentemente a vegetação é perene e baixa, sem árvores, composta 
por gramíneas, ciperáceas (ervas), musgos e líquens, o solo apresenta baixa taxa de 
decomposição. 
Em relação à fauna, no solo existem poucos invertebrados pequenos e 
populações de herbívoros como os lemingues (pequenos roedores), ratos e lebres 
árticas. Entre os carnívoros há linces, aves predadoras migratórias como, as 
corujas, gaivotas e ptármigas (aves do tamanho de um pombo), e mamíferos, como 
as doninhas, ursos-polares, lobos, raposas entre outros. (ODUM; BARRET, 2008; 
TOWNSEND; BEGON; HARPER, 2006; RICKLEFS, 2003) (Figura 13).
FIGURA 13 – TUNDRA ÁRTICA – AMÉRICA DO NORTE 
FONTE: Disponível em: (a) <www.ciencias.seed.pr.gov.br> (b) <www.ecoanimateca.net.br>. 
Acesso em: 11 mar. 2013.
Nas regiões de “Tundras”, as aves e os mamíferos possuem várias adaptações 
evitando a perda do calor corporal através da diminuição das extremidades corporais, como 
orelhas, caudas e patas. Além disso, apresentam espessa plumagem e pelagem (TOWNSEND; 
BEGON; HARPER, 2006).
Bioma floresta boreal ou taiga ou biomas de floresta de coníferas do norte 
 A floresta boreal se estende a 50ºN na América do Norte e cerca de 60ºN 
na Europa e Ásia com extensões que vão desde as montanhas até os trópicos. O 
clima é parecido ao da tundra, com temperatura anual média abaixo dos 5ºC e 
NOTA
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UNIDADE 1 | VIDA E AMBIENTE FÍSICO
precipitação entre 400 e 1.000mm. Devido a essa alta precipitação os solos são 
úmidos durante a maior parte da estação de crescimento da vegetação. 
As temperaturas no inverno (durante a metade do ano) podem chegar a -60ºC, 
havendo um curto período de luminosidade. O congelamento do solo dificulta a 
absorção de água pelas raízes, ocorrendo a seca fisiológica (árvores desfolhadas). 
Isso fez com que a vegetação se adaptasse a estas baixas temperaturas (tolerância) 
assim como às estações de crescimento (verão) que não duram mais de 100 dias, 
período de luminosidade maior e cuja temperatura pode chegar aos 20ºC. 
Durante o verão a paisagem vai mudando com o derretimento do gelo, 
formando-se pântanos e vários lagos, que permitem que a vida se torne abundante 
nesta estação, apesar da diversidade de espécies ser baixa. A flora é composta por 
cedros, abetos perenes do gênero Picea, pinheiros do gênero Abies e Pinus, bem como 
por laricas decíduas coníferas do gênero Larix, de 10-20m de altura, com folhas 
aciculadas (em forma de agulha) e grossa cutícula (evitar excesso transpiração).
 
As florestas de coníferas estão entre as regiões de grande produção de 
madeira do mundo (ODUM; BARRETT, 2008). Os troncos apresentam um espesso 
súber (cortiça) para o isolamento térmico e proteção dos tecidos internos. A densa 
sombra que se estende o ano todo proporciona pouco desenvolvimento de camadas 
de arbustos e de ervas e, devido ao congelamento do solo, a decomposição da 
serapilheira de acículas (produz ácidos orgânicos) é lenta, acumulando-se na 
superfície do solo, formando solos ácidos, podzolizados e de baixa fertilidade. 
A fauna de solo é composta por populações razoáveis de invertebrados, 
além de vertebrados herbívoros como o alce, lebre-da-pata-branca (dependem das 
angiospermas), esquilos, pintassilgos, pardais e muitas outras aves migratórias 
(sementes de coníferas), ursos, lobos, raposas (ODUM; BARRETT, 2008; 
TOWNSEND; BEGON; HARPER, 2006; RICKLEFS, 2003) (Figura 14).
FIGURA 14 – FLORESTA DE CONÍFERAS NA FRANÇA
FONTE: Disponível em: <www.franca-trabalhodegeo.blogspot.com>. 
Acesso em: 11 mar. 2013.
TÓPICO 3 | BIOMAS
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Bioma florestas decíduas temperadas
As florestas decíduas temperadas originalmente cobriam a América do 
Norte,no leste dos Estados Unidos e sul do Canadá, parte da Europa Ocidental e 
no leste da Ásia, e Hemisfério sul (Nova Zelândia e sul do Chile). O reflexo desse 
grau de isolamento é a diversidade na composição de suas espécies. As chuvas 
são abundantes e bem distribuídas o ano todo (75 a 150 cm3), e temperaturas 
moderadas formando um padrão sazonal distinto (-30ºC e 30ºC). 
Nas latitudes mais baixas (Florida e Nova Zelândia), os invernos são 
amenos (pouca geada e seca), com árvores latifoliadas perenifólias, cuja estação 
de crescimento dura cerca de 180 dias. Já ao norte (latitudes altas) das Florestas 
de Maine e meio oeste superior dos Estados Unidos, as estações são fortemente 
marcadas, o inverno é curto, com seis meses de baixas temperaturas e muita neve, 
com uma estação de crescimento vegetativo que dura aproximadamente 130 dias. 
Há predomínio de árvores decíduas, cujas folhas caem no outono, tornando-
se dormentes após grande transferência do seu conteúdo mineral para o seu corpo 
lenhoso. No outono, à medida que a temperatura cai, as folhas da vegetação de 
médio e grande porte, e arbustos ficam avermelhadas ou amareladas e caem. Por 
isso, muitos autores denominam estas florestas de temperada caducifólia (folhas 
envelhecem e caem) havendo um grande contraste entre o verão e o inverno, 
onde no inverno a vegetação das florestas perdem completamente suas folhas. 
Na primavera, as temperaturas vão aumentando gradativamente, assim como, as 
chuvas. 
Nas camadas de estratificação entre as árvores decíduas dominantes e as 
ervas e arbustos, que são bem desenvolvidas, a floração e o crescimento destes dois 
tipos de vegetação se completam antes do início da primavera, que é quando as 
árvores dominantes completam a sua cobertura com folhas. O solo é abundante em 
material orgânico, como também a biota do solo (decomposição folhas e frutos). Com 
exceção das partes mais secas e quentes do bioma da floresta sazonal temperada, 
principalmente onde os solos são arenosos e pobres em material orgânico, tendem 
a se desenvolver florestas acículas, dominadas por pinheiros, predominantemente 
na América do Norte (planícies costeiras do Atlântico e dos estados do Golfo dos 
USA) e no oeste e sudeste dos Estados Unidos onde os incêndios são frequentes e 
a maioria das espécies está adaptada/resistência aos danos do fogo. A vegetação 
variada é formada por belotas e castanheiras (produzem frutas com polpa e nozes), 
carvalhos-vermelhos (espécie longeva), bordo (colonizadores de clareiras), faia 
etc. A fauna também apresenta uma grande diversidade, como insetos sazonais, 
de ciclos de vida curtos (comedores de folhas), aves migratórias (joão-de-barro e 
várias espécies de pica-paus, característico de estágios florestais maduros, entre 
outros), que retornam na primavera, veados, ursos, esquilo-cinza, raposa-cinza e 
dourada, lince e peru selvagem. (ODUM; BARRETT, 2008; TOWNSEND; BEGON; 
HARPER, 2006; RICKLEFS, 2003) (Figura 15).
Segundo Odum e Barrett (2008), entre os principais tipos de floresta decídua 
madura da América do Norte está a floresta de faia-bordo, floresta de bordo-tília, 
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UNIDADE 1 | VIDA E AMBIENTE FÍSICO
floresta de carvalho-nogueira, floresta de carvalho-castanheira das montanhas 
Apalaches (atualmente apenas uma, devido à destruição por doenças de fungos), 
floresta mesofítica mista do platô dos Apalaches e floresta edáfica de pinheiros da 
planície costeira do sudeste.
FIGURA 15 – (a) FLORESTA TEMPERADA ÚMIDA EM WASHINGTON (b) FLORESTA TEMPERADA DA 
CHINA
FONTE: Disponível em: (a) <www.meioambiente.culturamix.com>. (b) <www.picstopin.com>. 
Acesso em: 11 mar. 2013.
Bioma florestas pluviais tropicais
As florestas pluviais tropicais se estendem em três regiões dos trópicos. 
A primeira constitui a floresta pluvial americana, que se localiza nas bacias do 
Amazonas e do Orinoco da América do Sul, com áreas adicionais na América 
Central e ao longo da costa atlântica do Brasil. A segunda, encontra-se na África 
Ocidental (bacia do Congo), e a terceira, cobre parte do Sudeste da Ásia (Índia, 
Malásia, Tailândia) e parte da Austrália. O clima é sempre quente com temperaturas 
geralmente altas (21ºC e 32ºC), grande precipitação, pelo menos 2000 mm anuais, 
e não abaixo de 100 mm em qualquer mês e grande umidade relativa do ar 
(transpiração dos vegetais). Esta floresta pluvial é extremamente estratificada, 
cujas árvores formam cinco camadas, que se distinguem em árvores emergentes 
ocasionais entre 50 e 60 metros de altura (acima camada dossel), geralmente 
decíduas, mesmo em floresta pluvial perene; as árvores da camada do dossel, 
formando um tapete contínuo de 25 a 35m de altura; o estrato de árvores mais 
baixas de 15 a 24 m de altura, tornando-se mais denso quando aparecem clareiras 
da quebra do dossel; os arbustos e árvores jovens, que se encontram em sombra 
profunda; e as camadas de herbáceas formadas por ervas e gramíneas altas, entre 
elas as lianas lenhosas (cipós) e as epífitas (orquídeas, samambaias, bromélias). 
A luminosidade é alta (incidência de radiação solar), principalmente na copa 
das árvores (temperaturas mais altas), que filtram a radiação solar (fotossíntese), 
permanecendo mais escuro nos estratos inferiores, aumentando a umidade e 
com menor temperatura, comparado aos estratos superiores. A produtividade 
TÓPICO 3 | BIOMAS
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fotossintética pode ser superior a 1.000 g de carbono fixado por metro quadrado 
ao ano, devido à alta radiação solar e chuvas regulares e abundantes. Neste bioma 
encontra-se a maior biodiversidade de espécies, comparado aos outros biomas 
encontrados no planeta terra. Por isso, a preocupação na comunidade científica, 
da necessidade da preservação de grandes áreas de floresta tropical como recurso 
genético. Estima-se que mais de 50% das espécies animais e vegetais do planeta se 
encontrem em florestas tropicais. A rápida degradação da matéria orgânica (alta 
temperatura e umidade), que acelera a decomposição da serapilheira sobre o solo, 
é rapidamente absorvida pelas raízes das árvores, tornando o solo geralmente 
pobre e vulnerável à perturbação. A fauna é rica em biodiversidade, com milhares 
de espécies de insetos, muitas espécies de aves, onças, primatas, capivaras, antas, 
tartarugas, cobras, jacarés, peixes, anfíbios etc. E por fim, nas áreas montanhosas 
dos trópicos encontramos a floresta pluvial montana (terras baixas), que vai ficando 
progressivamente menos alta com a elevação da altitude, aumentando a biomassa 
das epífitas, se direcionando para uma floresta de neblina anã e ao longo da 
margem e leitos dos rios denominada de floresta de galeria ou às vezes de mata ciliar. 
(ODUM; BARRETT, 2008; TOWNSEND; BEGON; HARPER, 2006; RICKLEFS, 
2003) (Figura 16 a; b). 
FIGURA 16 – (a) FLORESTAS TROPICAIS ÚMIDAS, ILUSTRADA PELA VEGETAÇÃO AO LONGO DO 
RIO SEGAMA, NO BORNÉO, (b) FLORESTAS TROPICAIS MUNDIAIS
FONTE: Disponível em: (a) <http://www.unicamp.br>. (b) <www.infoescola.com>. Acesso em: 11 
mar. 2013.
Bioma campos (pradarias ou estepes) temperados
As grandes áreas de pradarias temperadas se estendem desde o interior da 
América do Norte e da Eurásia, ao Sul da América do Sul (pampas argentinos) e da 
Austrália. Nestes locais, ocorre uma baixa umidade do ar, com precipitações que 
ficam entre as que ocorrem nos desertos 250 a 750 mm/ano (regiões temperadas), 
e nas áreas de florestas, que passam dos 1000 mm/anuais (regiões subtropicais). 
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UNIDADE 1 | VIDA E AMBIENTE FÍSICO
Segundo Odum e Barret (2008), existem três tipos de pradarias, determinados pelo 
volume de precipitação, na América do Norte e dividido entre zonas que vão do 
Leste-Oeste, que são: “pradaria alta, típico das regiões bem úmidas, com gramíneas 
de 2 a 3m de altura e raízes bem profundas (grandes capins-vassoura Andropogon 
gerardii, branqueja Panicum virgatum, capim-do-banhado Sorghastrum nutans, entre 
outros), a pradaria mista, com grande diversidade florística de 1 a 2 metros de 
altura (pequenos capins-vassoura Andropogon

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