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H I D R O M E T R I A (Curso de Hidráulica Geral e Aplicada) P r o f. G i l b e r t o B e r z i n Notas de Aula 2015 1 H I D R O M E T R I A Prof Gilberto Berzin Notas de Aula 2015 È uma das partes mais importantes da Hidráulica, pois cuida das questões de como se efetuar medidas de profundidade, variações de nível d´água, pressões, seções de escoamento, velocidades, determinação de correntes, vazões, ensaios de bomba, turbinas e outras mais. Trata-se uma matéria profissionalizante, havendo um grande número de firmas e especialistas desenvolvendo continuamente novos processos, mas todos baseados nos principio básicos estudados a seguir. Há dois tipos de escoamento: - A pressão atmosférica - patm (também a céu aberto), ex : rios e canais , ... - Em condutos forçados (p > patm) , ex: tubulações de distribuição de água, ... Há dois tipos de escoamento a céu aberto a serem considerados: regime uniforme, que indica descarga constante e regime variável quando a descarga é variável com o tempo. Via de regra, deve-se se instalar os dispositivos de medição em locais onde o escoamento é uniforme. Medição de Vazão Finalidade das medições de Vazão: Medições de Sistemas de Abastecimento d´Água Controle de Tratamento e Lançamento de Esgotos, Instalações Hidroelétricas, Obras de Irrigação, Controle de Inundação, ... – Processos de Medida 1 – Processo Direto 2 – Orifícios 3 – Bocais 4 – Vertedores 5 – Medidores de regime Crítico 6 – Medidores Diferenciais: Orifícios Concêntricos, Venturi e Tubo Dall 7 – Método da Califórnia 8 – Fluxômetros 9 – Singularidades 10 – Processos Químicos, Calorimétricos e Radioativos. 11 - Determinação da Velocidade: Flutuadores, tubos Pitot e Molinetes. 12 – Hidrômetros 13 – Medidores Magnéticos 2 1 – Processo Direto Medição direta em recipiente de volume conhecido. Mede-se o tempo que o recipiente leva para encher. => Vazão = Volume / tempo Exemplo: (Fonte x balde x cronômetro) – No mínimo cinco (5) medidas, após tira-se a média do volume cte pelo tempo registrado. Precisão = f (tempo). Utilização: Pequenas descargas, fontes, bicas, riachos, canalizações de pequeno porte com baixa pressão,.... --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prática: Foram realizadas 06 medidas para verificar o tempo para encher um balde de 25 litros, a saber : 70, 72, 69. 71 e 70 segundos. Qual a vazão media medida em litros / s? --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 2 – Orifícios 2.1 – Definição: Orifícios são perfurações feitas abaixo da superfície livre do líquido, em paredes de reservatórios, tanque, canais e canalizações. Figura-1 – Esquema Básico de um Orifício. 2.2 - Classificação - conforme : a - Forma Geométrica : ▲ , ●, ■ b - Dimensões relativas – Pequeno ---- Φ ≤ h/3 Grande ---- Φ > h/3 c – Qto a natureza das paredes – Parede Delgada e < 1,5 Φ Parede Espessa (bocais) e ≥ 1,5 Φ Em geral 1,5 Φ ≤ e ≤ 2 a 3 Φ d – Contrações : 1 – Completa : orifício longe da paredes => L > 2 Φ 2 – Parcial : orifício próximo a uma parede => 0 < L < 2 Φ 3 – Suprimida : orifício se apóia em uma das paredes ou no fundo. e – Escoamento a Jusante: - Livre : Nível de jusante abaixo do bordo inferior do jato - Parcial/e Afogado : Nível entre o bordo inferior e superior do orifício. - Afogado : NA acima do bordo superior. 3 2.3 - Fórmula de Torricelli : Eq. Bernoulli => V2 = √ 2g (h + P1 – P2 ) , para pequenos orifícios 2 P1 = P2 = Pressão atmosférica ( Patm) Velocidade Teórica => Vt = √ 2gh e Velocidade real => V = Cv.√ 2gh Cv = coeficiente de redução de velocidade Vazão Teórica => Qt = Sc. Vt - Sc = seção contraída => Sc = SCc Vazão Real => Q = SCcCv√ 2gh = μS √ 2gh Q = μ.S.√ 2gh μ = coeficiente de descarga μ = Cc Cv -Para orifícios em geral => μ = 0,61 – (Obtido experimentalmente em Laboratórios de Hidráulica) .............. - Escoamento com Nível Variável Tempo de escoamento ( t ) t = 1/ μ . (S1/ S ) . √ 2g / h h h 4 - Determinação de μ´ para casos especiais de Comportas Retangulares Circulares μ´ = μ ( 1+ 0,15K) μ´ = μ ( 1+ 0,13K) K= b / 2(a+b) k = 0,25 k = 075 K= (a+b) / 2(a+b) k = 0,25 K= (2a+ b) / 2(a+b) k = 0,5 --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Exercícios: 1 - Um reservatório d´água, retangular, com 16,5 x 5,5 m de lados, tem uma lamina d´agua com altura de 3,5 m , Pode ser esvaziado por meio de uma pequena comporta de 0,30 x 0,20 m localizada na parede menor e apoiada no fundo. Calcular a vazão inicial de descarga e o tempo gasto para se esvaziar completamente. 2 – Necessita-se de 1,0 l/s de água através de um orifício a ser feito numa linha de pressão de 20 mca. Qual o diâmetro que deverá ser feito o orifício e com qual velocidade que sairá . R: d = 10,3 mm e v = 19,7 m/s . 3 – Verificações Experimentais realizadas em Laboratório de Hidráulica: Orifício de Parede Delgada Bocal cilíndrico interno Bocal cilíndrico externo Orifício Quadrado de Parede Delgada. 5 6 7 8 9 10 11 12 13 9 – Singularidades - Peças instaladas em tubulações: curvas, registros e outras singularidades podem ser utilizados para medição de vazão nas tubulações. (Não deve ser exigida precisão). Todas as peças provocam diferenças de pressão, passíveis de serem estudadas e medidas e relacionadas com a vazão dentro da tubulação. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 10 – Processos Químicos e Colorimétricos São aplicados em casos particulares: a) Acrescenta-se na correnteuma solução concentrada de um sal, com vazão constante (q), que se diluirá na água, alterando a concentração. Determinando a concentração final tem-se a Vazão (Q). Q = q ( C1 – C2 ) Co – concentração inicial da corrente C2 - Co C1 – c da solução C2- - c final da corrente Aplicação: Correntes turbulentas ( Bombas, turbinas, ressaltos, ...) propiciam boa mistura. Determinação de vazão em canais, tubulações grandes, .... Existe uma derivação do processo medindo-se a variação da condutividade elétrica da água, que se eleva com o sal dissolvido. b) Radioativo – Idem ao “a” , outra fórmula baseada na emissão de raios α e γ , medidos por meio de um contador Geiger de partículas radioativas. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 11 – Hidrômetros - Medem a quantidade d´água que escoa em intervalos de tempo relativamente longos. Mede o consumo nas instalações prediais e industrias, e também em grande tubulações de distribuição. Os hidrômetros podem ser : de Velocidade – tipo turbina. de Volume – Compartimento que enche e esvazia continuamente. Vazão Característica : 1,5 m 3 / h e 3,0 m 3 / h . TIPO VANTAGENS INCONVENIENTES de Velocidade + baratos, + simples de manutenção + insensíveis a impurezas Limite de sensibilidade Exatidão menor de Volume + precisos + mais sensíveis Indica consumo muito pequeno + caros Sensíveis a impurezas Reparação difícil - Hidrômetro Woltmann – (de veloc.) para grandes volumes – (Adutoras, sub-adutoras, saídas de reservatórios, etc. prédios e indústria de grande consumo – Técnica: Pás helicoidais patenteadas. Como escolher um Hidrômetro – Pela Q média diária indicada, superior ao consumo médio diário observada em longo período ou pela Q característica superior a Q máxima horária de instalação. 14 12 - Determinação da Velocidade 12.1 – Flutuadores – Objetos flutuantes que adquirem a velocidade das correntes. Podem ser : a) Simples ou de Superfície – medem veloc. da superfície – V média = (0,80 a 0,90) da Vsup. - Sofrem influência do vento, ondas e correntes secundárias. b) Duplos ou Sub-Superficiais – flutuador ligado a um corpo submerso por um cordel na profundidade desejada . (aquela que se quer medir a velocidade). c) Bastões flutuantes ou flutuadores lastrados – não são mais utilizados. Vento influencia muito. 12.2 – Tubo Pitot- Foi idealizado e construído por Henri de Pitot (1695-1771). Rio Sena-1730 O tubo de Pitot é um medidor de caudal indireto, pois utiliza fenômenos intimamente relacionados com a quantidade de água que passa. Mede diretamente a diferença entre a pressão dinâmica e a pressão estática do fluido. É um medidor de velocidade que determina a velocidade do fluido num determinado instante e num determinado ponto do conduto, denominada de velocidade pontual. A utilização deste medidor a nível industrial é muito grande, visto que pode ser usado quando as dimensões dos condutos são demasiado grandes e quando se quer efetuar uma medição temporária de vazão. Pode-se, por exemplo, encontrar a sua utilização até em velocímetros de aviões, navios ou túneis aerodinâmicos. È tão utilizado que existe o tempo Pitometria para as áreas de seu estudo. H = V2 / 2g - V = √ 2gH = > V = C√ 2gH onde C = coef. de correção 12.3 – Molinetes Utilizados quando não é possível instalar vertedores, como os anteriormente descritos, geralmente utilizados para se obter vazões de rios e canais de todas as larguras e profundidades . São aparelhos providos de hélice que gira impulsionada pelo líquido, sendo sua rotação proporcional a velocidade das correntes. Utilizando uma curva de calibração própria de cada molinete, pode-se associar a cada velocidade de rotação registrada, uma correspondente velocidade da corrente líquida do rio ou do canal. Dois tipos principais: eixo horizontal (Europa e Brasil) e vertical ( tipo Pride-USA). Normalmente sua utilização é desenvolvida com detalhes na Hidrologia. 15 12.4 – Medidores Magnéticos - Usados com sucesso em lugares onde outros tipos de medidores seriam obstruídos pelas impurezas (Sólidos) em suspensão na água. ( Ex: esgotos, águas residuárias, água bruta de ETA´s, ...) - Opera segundo a lei de Faraday, a voltagem induzida por um condutor que se move 90° em um campo magnético, será proporcional a velocidade do condutor através do campo. No medidor magnético, o líquido em movimento é o próprio condutor e, um conjunto de bobinas eletromagnéticas no medidor produz o campo. A voltagem induzida é obtida por meio de eletrodos do medidor, os quais estão em contato com o líquido. A voltagem induzida é f(velocidade) e não é afetada pela viscosidade, turbulência ou condutividade. Utilizada para diâmetros pequenos até em grandes tubulações. Esquema de um medidor magnético em funcionamento: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx. 16 DETALHES: Medidores de Regime Crítico - (Medidores ou Calha Parshall - USA-1949) - A calha Parshall é um dispositivo de medição de vazão na forma de um canal aberto com dimensões padronizadas. A água é forçada por uma garganta relativamente estreita, sendo que o nível da água à montante da garganta é o indicativo da vazão a ser medida, independendo do nível da água à jusante. Utilização : ETE e EEE – Medidas de vazão de esgotos (Não há formação de depósitos) ETA - “ “ “ “ Água Brutas de captações. 17 Medidor Venturi -. - Medida de uma depressão devido a um estrangulamento gradual de seção de um conduto forçado. Foi desenvolvido por Clemens Herchel (1881), e homenageou Venturi que foi o primeiro a estudar tubos divergentes. Figura - Corte Longitudinal de um Medidor Venturi e suas partes constituintes Os comprimentos dos tubos Venturi - longo = 5 a 12 D e curtos = 3,5 a 7,0 D Deve ser precedido no mínimo com um trecho de canalização retilínea de pelo menos 6 x D. Na prática tem-se Q = K√ h - sendo K = Coeficiente próprio de cada aparelho. Atualmente está em desuso, sendo substituído por medidores magnéticos. xxxxxxxxxxxxxxxxx
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