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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI CAMPUS ALTO PARAOPEBA MEDIDORES DE VAZÃO E MEDIDORES DE NÍVEL Relatório apresentado como parte das exigências da disciplina Instrumentação Industrial sob responsabilidade da Profª. Aderjane Ferreira Lacerda. Karina Takai Pereira Thalyta Fonseca Silva Ouro Branco – MG Dezembro/2017 2 Sumário Introdução ......................................................................................................................... 3 Medidores de Vazão ......................................................................................................... 4 Medidores de Nível ........................................................................................................ 14 Referências Bibliográficas .............................................................................................. 20 3 Introdução O presente trabalho trata sobre medição de vazão e de nível, mais concretamente sobre os tipos de medidores com o objetivo de estudar mais a fundo as formas de se controlar esses parâmetros na indústria. A metodologia utilizada para realizar o trabalho foi a revisão bibliográfica de alguns documentos encontrados para a pesquisa de medidores. 4 Medidores de Vazão A medição de vazão inclui a determinação da quantidade de líquidos, gases e sólidos que passa por um de terminado local na unidade de tempo, como também podem ser incluídos os instrumentos que indicam a quantidade total movimentada, num intervalo de tempo qualquer. A vazão é uma das principais variáveis em um processo contínuo, pois com a sua medição pode-se determinar o controle e balanço de materiais. Quando se mede a vazão em unidades de volume, as "condições base" consideradas devem ser avaliadas e especificadas. Dessa forma, para os líquidos, é importante indicar que a vazão se considera "nas condições de operação", ou a 10 °C, 20 °C, ou a outra temperatura qualquer. Para a medição de vazão é preciso que alguns parâmetros sejam avaliados como: 1. Calor específico (quociente da quantidade infinitesimal de calor fornecido a uma unidade de massa duma substância pela variação infinitesimal de temperatura resultante deste aquecimento); 2. Viscosidade (resistência ao escoamento de um fluido em um duto qualquer); 3. Tipo de escoamento (regime laminar ou turbulento); 4. Número de Reynolds (classificação do escoamento); 5. Distribuição de velocidade em um duto (o regime de escoamento no interior de um duto, a velocidade não será a mesma em todos os pontos); Existem diversos tipos de medidores de vazão e eles podem se dividir entre indiretos, diretos e especiais, como segue o seguinte diagrama: 5 Figura 1: Diagrama dos tipos de medidores de pressão. Dentro do subtópico de medidores de carga variável, temos: 1. Tubo de Pitot É um dispositivo utilizado para medição de vazão através da velocidade detectada em um determinado ponto de tubulação. É um tubo com uma abertura em sua extremidade, sendo esta, colocada na direção da corrente fluida de um duto, mas em sentido contrário. A diferença entre a pressão total e a pressão estática da linha nos fornecerá a pressão dinâmica a qual é proporcional ao quadrado da velocidade. Figura 2: Medidor de vazão tipo Tubo de Pitot. 6 Determina-se assim um diferencial de pressão, que corresponde a pressão dinâmica e com o valor dessa pressão calculada, obtém-se a velocidade de um ponto de medição. O tubo de Pitot mede apenas a velocidade do ponto de impacto e não a velocidade média do fluxo. Assim sendo, a indicação da vazão não será correta se o tubo de impacto não for colocado no ponto onde se encontra a velocidade média do fluxo. 2. Tubo Venturi Segundo a lei de Venturi: “Os fluidos sob pressão, na passagem através de tubos convergentes; ganham velocidade e perdem pressão, ocorrendo o oposto em tubos divergentes”. Caso seja utilizado um tubo convergente ou restrição, num conduto através do qual passa um fluido, a sua velocidade aumenta enquanto passa pela seção menor, já que num dado tempo a mesma quantidade do fluido passa pelo tubo, tanto na seção menor como no trecho de diâmetro mais largo. O tubo Venturi combina dentro de uma unidade simples uma curta “garganta” estreitada entre duas seções cônicas e está usualmente instalada entre duas flanges, numa tubulação seu propósito é acelerar o fluido e temporariamente baixar sua pressão estática. São fornecidas conexões apropriadas de pressão para observar a diferença nas pressões entre a entrada e a porta estreitada ou garganta. 7 Figura 3: Medidor de vazão tipo Tubo Venturi. 3. Tubo de Dall Esse tubo proporciona uma recuperação de pressão muito maior do que a obtida por um tubo Venturi, já que ele é desprovido de garganta, é menor e mais simples. Possui um curto cone convergência, que começa em diâmetro algo inferior diâmetro de conduto. Há a seguir um espaço anular na “garganta”, seguido pelo cone divergente. O fluido ao passar pelo tubo, pode entrar pelo espaço anular entre o tubo de Dall que funciona como um revestimento interno do tubo e, este último transmitindo assim, uma pressão média, do “gargalo”, ao instrumento de medida através de uma derivação no tubo, nesse ponto. 8 Figura 4: Medidor de vazão tipo Tubo de Dall. 4. Annubar Este dispositivo consiste em um pequeno par de pontos de prova sensores de pressão montadas perpendicularmente ao fluxo. A barra sensora de pressão a jusante possui um orifício que está posicionado no centro do fluxo de modo a medir a pressão do fluxo a jusante. A barra sensora de pressão de montante possui vários orifícios, estes orifícios estão localizados criteriosamente ao longo da barra, de tal forma que cada um detecta a pressão total de um anel. Cada um destes anéis tem área da seção transversal exatamente igual às outras áreas anulares detectadas por cada orifício. Figura 5: Medidor de vazão tipo Annubar. 5. Placa de orifício 9 A placa de orifício é o elemento primário mais simples e de menor custo inserido em uma tubulação para gerar uma pressão diferencial. Consiste basicamente de uma chapa metálica, perfurada de forma precisa e calculada, a qual é instalada perpendicularmente ao eixo da tubulação entre flanges. É essencial que as bordas do orifício estejam sempre perfeitas, porque, se ficarem gastas, corroídas pelo fluido, a precisão da medição será comprometida. A placa de orifício pode ser ajustada mais convenientemente entre flanges de tubo adjacentes e pontos de tomadas de impulso feitos em lugares adequados, um montante da placa e o outro em um ponto no qual a velocidade, devido à restrição, seja máxima. Este ponto não é próprio orifício porque, devido à inércia do fluido, a área de sua secção transversal continua a diminuir após passar através do orifício, de forma que sua velocidade máxima está a jusante do orifício. É neste ponto que a pressão é mais baixa e a diferença de pressão a mais acentuada. Figura 6: Medidor de vazão tipo Placa de Orifício. Dentro do subtópico de medidores de área variável, temos o rotâmetro: Rotâmetro são medidores de vazão por área variável nos quais um flutuador varia sua posição dentro de um tubo cônico, proporcionalmente à vazão do fluido. Basicamente um rotâmetro consiste de duas partes: um tubo de vidro de formato cônico que é colocado verticalmente na tubulação e um flutuador dentro do tubo cônico que se moverá verticalmente, em função da vazão medida. O fluido passa através no tubo da base para o topo. Quando não há vazão o flutuador permanece na base do tubo e seu diâmetro maior é usualmente selecionado de tal maneira que o bloqueia a pequena extremidade do tubo, quase que completamente. Quando a vazão começa e o fluido atinge o flutuador,o empuxo torna o flutuador mais 10 leve, porém como o flutuador tem uma densidade maior que a do fluido, o empuxo não é suficiente para levantar o flutuador. Com a vazão, surge também uma força de atrito, entre o fluido e o flutuador, que tende a leva-lo para cima, a chamaremos de força de arraste. Quando a vazão atinge um valor que faça a força de arraste ser maior que a força peso do flutuador, este começará a subir. Se o tubo fosse paralelo o flutuador subiria até o topo; mas sendo cônico a força de arraste diminui à medida que o flutuador sobe até estabilizar em uma nova posição (pois aumenta a área disponível para a passagem do fluido). Qualquer aumento na vazão movimenta o flutuador para a parte superior do tubo de vidro e a diminuição causa uma queda a um nível mais baixo. Cada posição sua corresponde a um valor determinado de vazão e somente um. É somente necessário colocar uma escala calibrada na parte externa do tubo e a vazão poderá ser determinada pela observação direta da posição do flutuador. Figura 7: Medidor de vazão tipo Rotâmetro. 11 Dentro do subtópico de medidores de deslocamento positivo, temos como exemplo o disco nutante: Este tipo de medidor é utilizado principalmente para medidores de vazão de água, já que o líquido entra no medidor através da conexão de entrada, passa por um filtro indo ao topo da carcaça principal. O fluido então se movimenta para baixo, através da câmara de medição, indo até a base do medidor e daí a conexão da saída do medidor. Figura 8: Medidor de vazão tipo Disco Nutante. O movimento do disco é controlado de tal forma que quando o líquido entra na câmara de medição, impele o pistão de medição o qual efetua um movimento de nutação completa em cada rotação. Estes movimentos são transmitidos por um conjunto de engrenagens ou acoplamento magnético ao indicador. Dentro do subtópico de medidores de velocidade pelo impacto do fluido, temos como exemplo o medidor de turbina: Um medidor de vazão tipo turbina consiste basicamente de um rotor provido de palhetas, suspenso numa corrente de fluido com seu eixo de rotação paralelo a direção do fluxo. O rotor é acionado pela passagem de fluido sobre as palhetas em ângulo; a velocidade angular do rotor é proporcional à velocidade do fluido que, por sua vez, é proporcional à vazão do volume. Uma bobina sensora na parte externa do corpo do medidor, detecta o movimento do rotor. 12 Figura 9: Medidor de vazão tipo Turbina. Esta bobina é alimentada, produzindo um campo magnético. Como as palhetas do rotor são feitas de material ferroso, à medida que cada palheta passa em frente à bobina corta o campo magnético e produz um pulso. O sinal de saída é uma sequência de pulsos de tensão, em que cada pulso representa um pequeno volume determinado de líquido. Dentro do subtópico de medidores especiais, tem-se: 1. Por Eletromagnetismo O princípio de medição é baseado na lei de Faraday que diz que: “Quando um condutor se move dentro de um campo magnético, é produzida uma força eletromotriz (f.e.m.) proporcional a sua velocidade.” Vamos supor que nós temos um campo magnético, com densidade de fluxo magnético igual a B (gauss), aplicado a uma seção de uma tubulação com diâmetro D (cm), como mostrado na figura 10. Figura 10: Medidor de vazão por Eletromagnetismo. 13 2. Por Ultra-som A técnica de medição de vazão por ultra-som vem adquirindo crescente importância para a medição industrial de vazão de fluidos em tubulações fechadas. Como a medição de vazão ultra-som é feita, geralmente, sem contato com o fluido não há criação de turbulência ou perda de carga, que era causada pelos medidores de vazão como placas de orifício, entre outros. Além disso, possibilita a medição de vazão de fluidos altamente corrosivos, líquidos não condutores, líquidos viscosos. 3. Tipo Vortex O efeito vortex pode ser observado no vibrar de fios ou cordas ao vento, ou ainda em uma bandeira que tremula. Os vortex gerados repetem-se num tempo inversamente proporcional à vazão. Figura 11: Medidor de vazão tipo Vortex. 14 Medidores de Nível Comparada com outras grandezas, como vazão e viscosidade, o nível é mais simples e fácil de medir, podendo ser utilizada uma barra graduada apenas. Porém, apesar de sua simplicidade possui uma importância elevada, pois a medição de nível industrial, por exemplo, exige que seja gerado um sinal para evitar possíveis acidentes ou erros. O medidor de nível é utilizado para a análise de sistemas de medição, envolvendo contagem de líquidos, sólidos, vapor e gases, considerando vantagens e desvantagens na função de cada um desses visores. Este equipamento foi projetado para analisar com exatidão o volume de determinadas substâncias contando com estoques específicos em controle seguro, contribuindo assim par a segurança em processos de diversas aplicações. Através do mesmo é possível avaliar o volume estocado, fazer o balanceamento de materiais em processo e aumentar a segurança e controle de alguns processos. São divididos para medição de líquidos e sólidos, com alta resistência à corrosão e sensibilidade adequada, com baixo custo de instalação e pouca necessidade de manutenção, com alta ou baixa potência entre a análise de materiais de diferentes, de forma direta, descontínua ou indireta. Na medição de nível direta, toma-se como referência a posição do plano superior da substância a ser medida, neste tipo de medição pode-se utilizar réguas, gabaritos, visores de nível, boia ou flutuadores. Na medição de nível indireta o nível é medido indiretamente em função de grandezas físicas como: pressão, empuxo radiação e propriedades elétricas. Na medição de nível descontínua são empregados apenas quando o nível atinge certos pontos desejados como em sistemas de alarme e segurança de nível alto ou baixo. Os medidores de nível são classificados, normalmente de acordo com o seu princípio de funcionamento. Podemos destacar alguns tipos de medidores de nível como régua, flutuadores, com eletrodos metálicos, por pressão hidrostática, capacitivos, vibratórios, ópticos, por onda sonora, radioativos, por célula de carga e com pás rotativas. 15 1. Régua ou gabarito Se trata de uma régua graduada que possui um comprimento adequado para ser introduzido em um reservatório a ser medido. A determinação do nível será feita de forma direta do comprimento molhado na régua pelo líquido. Figura 12: Medidor de nível tipo régua. 2. Flutuadores São bastante simples, é um instrumento de medição tipo boia, a mesma é presa a um cabo que tem sua extremidade ligada a um contrapeso. No contrapeso está fixo um ponteiro que indicará diretamente o nível em uma escala, essa medição é normalmente encontrada em tanques abertos. Esse tipo de medidor é bastante simples e de baixo custo, porém por ter contato direto com o fluido, pode ser apenas utilizado em líquidos relativamente limpos e não corrosivos, a temperaturas não muito elevadas. A viscosidade do fluido também não pode ser muito elevada. Figura 13: Medidor de nível tipo flutuador. 3. Visores de nível 16 Usa o princípio de vasos comunicantes, o mesmo é observado por um visor de vidro especial, podendo conter uma escala graduada acompanhado ao visor. São mais simples e de baixo custo, precisos e de indicação direta. Pode ser utilizado em tanques abertos ou fechados. Figura 14: Visor de nível. 4. Pressão hidrostática Neste tipo de medição usa-se a pressão exercida pela altura da coluna líquida, para medir indiretamente o nível. Utiliza-se um transmissor de pressão diferencial cuja cápsula sensora é dividida em duas câmaras: a de alta pressão (H) e de baixa pressão (L), mede- se a pressão diferencial subtraindo a pressão da câmara alta (H) da câmara baixa (L). Essa técnica permite que a medição seja feita independentementedo formato do tanque, se é aberto ou não. Figura 15: Medidor de nível por Pressão hidrostática 5. Medição de nível com borbulhador Com o sistema borbulhador pode-se detectar o nível de líquidos viscosos, corrosivos, ou quaisquer líquidos a distância. Para esse sistema utiliza-se um suprimento de gás ou ar e uma pressão ligeiramente superior à máxima pressão hidrostática exercida pelo 17 líquido. Ajusta-se a vazão de ao ou gás até que se observe a formação de bolhas em pequenas quantidades. Figura 16: Medição de nível com Borbulhador. 6. Medição de nível por empuxo Baseado no princípio de Arquimedes, usa-se um deslocador que sofre o empuxo do nível do líquido, transmitindo para um indicador este movimento, por meio de um tubo de torque. O medidor deve ter um dispositivo de ajuste para densidade do líquido cujo nível está sendo medido, pois o empuxo varia com a densidade. Figura 17: Medição de nível por empuxo. 7. Medição de nível por capacitância A capacidade do conjunto depende do nível do líquido, pois à medida que o nível do tanque for aumentando, o valor da capacitância aumentará progressivamente devido ao dielétrico ar ser substituído pelo dielétrico líquido. 18 Figura 18: Medição de nível por capacitância. 8. Medição de nível por ultrassom O ultrassom consiste em uma onda sonora cuja frequência de oscilação é maior que aquela sensível pelo ouvido humano. A propagação do ultrassom depende, portanto, do meio (sólido, líquido ou gasoso). A velocidade do som é a base para a medição através da técnica de eco, usada nos dispositivos ultrassônicos. Figura 19: Medição de nível por ultrassom. 9. Medição de nível por radiação Os sistemas de radiação são utilizados para medição de nível de líquidos, polpas ou sólidos granulados em aplicações onde nenhuma outra tecnologia disponível pode ser aplicada. Esses sistemas consistem de uma fonte de emissão de raio gama, um detector tipo câmara de ionização ou cintilação e uma unidade eletrônica conversora e transmissora de sinal. 19 Figura 20: Medição de nível por radiação. . 20 Referências Bibliográficas 1. Disponível em: http://www.sollwert.com.br/site/manuais/instrumentacao_e_controle_de_acesso/13/ parte_13.pdf. Acesso em 17 de dezembro de 2017. 2. Disponível em: http://www.dwyler.com.br/medidor-de-nivel/. Acesso em 17 de dezembro de 2017. 3. Disponível em: https://www.dca.ufrn.br/~acari/Sistemas. Acesso em 17 de dezembro de 2017. http://www.sollwert.com.br/site/manuais/instrumentacao_e_controle_de_acesso/13/parte_13.pdf http://www.sollwert.com.br/site/manuais/instrumentacao_e_controle_de_acesso/13/parte_13.pdf http://www.dwyler.com.br/medidor-de-nivel/ https://www.dca.ufrn.br/~acari/Sistemas
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