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1 - Noções Prévias de Fiscalização de Projetos e Obras

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21/04/2020 Noções Prévias de Fiscalização de Projetos e Obras
https://mooc.escolavirtual.gov.br/mod/book/tool/print/index.php?id=116562 1/25
Noções Prévias de Fiscalização de Projetos e Obras
Site: Ambiente Virtual de Aprendizagem MOOC
Curso: Fiscalização de Projetos e Obras de Engenharia
Livro: Noções Prévias de Fiscalização de Projetos e Obras
Impresso por: Thales Emanuel Fontenele Araújo
Data: terça, 21 abr 2020, 19:35
https://mooc.escolavirtual.gov.br/
21/04/2020 Noções Prévias de Fiscalização de Projetos e Obras
https://mooc.escolavirtual.gov.br/mod/book/tool/print/index.php?id=116562 2/25
Sumário
1.1. Qual é o conhecimento básico necessário aos profissionais que atuam no preparo do instrumento convocatório, do contrato e na fiscalização? – Parte 1
1.1. Qual é o conhecimento básico necessário aos profissionais que atuam no preparo do instrumento convocatório, do contrato e na fiscalização? – Parte 2
1.1. Qual é o conhecimento básico necessário aos profissionais que atuam no preparo do instrumento convocatório, do contrato e na fiscalização? – Parte 3
1.1. Qual é o conhecimento básico necessário aos profissionais que atuam no preparo do instrumento convocatório, do contrato e na fiscalização? – Parte 4
1.2. O Termo de Referência (ou Projeto Básico, anexo ao edital): os cuidados na sua elaboração – Parte 1
1.2. O Termo de Referência (ou Projeto Básico, anexo ao edital): os cuidados na sua elaboração – Parte 2
1.2. O Termo de Referência (ou Projeto Básico, anexo ao edital): os cuidados na sua elaboração – Parte 3
1.3. Fiscal de contrato e o profissional habilitado: quais as diferenças entre um e outro? – Parte 1
1.3. Fiscal de contrato e o profissional habilitado: quais as diferenças entre um e outro? – Parte 2
1.4. Os conceitos específicos na área de fiscalização de projetos e obras – Parte 1
1.4. Os conceitos específicos na área de fiscalização de projetos e obras – Parte 2
1.4 Os conceitos específicos na área de fiscalização de projetos e obras – Parte 3
Encerramento
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https://mooc.escolavirtual.gov.br/mod/book/tool/print/index.php?id=116562 3/25
1.1. Qual é o conhecimento básico necessário aos profissionais que atuam no
preparo do instrumento convocatório, do contrato e na fiscalização? – Parte 1
Ao final deste tópico, o aluno será capaz de:
Relacionar qual é a legislação vinculada aos processos licitatórios, aos contratos e à fiscalização;
Perceber a importância de cada uma das leis aplicadas aos temas.
Seja bem-vindo ao curso de Fiscalização de Projetos e Obras de Engenharia! Durante o seu desenvolvimento, você terá contato
com vários temas relacionados a essas duas importantes ações do servidor público que atua na área. Com o objetivo de
encaminhar as atividades do curso de maneira didática, iniciaremos, neste Módulo 1, com a apresentação e a introdução de alguns
conceitos importantes. Certamente, prezado(a) aluno(a), muitos dos conceitos que serão aqui desenvolvidos já são do seu
conhecimento, ou mesmo domínio. Outros, no entanto, podem ser novos, e serão aqui apresentados. Para que possamos atender
inclusive aqueles alunos que não têm conhecimento aprofundado no tema, essa ação de apresentação dos conceitos ganha grande
importância e será constaFnte até o final do curso. Assim, desejamos a você uma excelente experiência, e que comecemos os
trabalhos!
No âmbito da Administração Pública, as atividades de fiscalização de projetos e obras apresentam uma particularidade, se
considerarmos o desempenho dessas mesmas atividades no âmbito da iniciativa privada. Trata-se da preparação da contratação,
amparada em normativas legais específicas, e o seu resultado com a publicação de um edital. Compare e veja que na esfera
pública as contratações são muito mais demoradas do que aquelas da iniciativa privada.
O edital, como peça fundamental para as contratações de projetos e obras, é o instrumento que norteará a relação entre a
Administração Pública e a proponente (dos serviços), e dele fará parte a minuta do contrato, como um dos seus anexos, quando
das modalidades de licitação Concorrência e Tomada de Preços, ou Dispensa de Licitação e Inexigibilidade (BRASIL, 1993,
arts. 40 e 62) . O regime jurídico para tais contratos, conforme a Lei n° 8.666/1993, confere à Administração Pública a
prerrogativa de modificá-los unilateralmente para a melhor adequação às finalidades do interesse público, respeitados os direitos
do contratado.
Para as demais modalidades, o contrato é facultativo, podendo ser substituído por carta-contrato, nota de empenho de despesa ou ainda ordem de execução de serviço.
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É muito importante que os profissionais que atuam nessas áreas detenham um conhecimento básico de legislação
relativa à elaboração de editais. A preparação desse instrumento convocatório deve obedecer às inúmeras normativas,
muitas em constante atualização, devendo a sua redação ser correta e atualizada, visto que esse será o principal
documento da relação contratante/contratado, servindo de referência legal durante todo o período da contratação. O
edital, como é o principal elemento que solucionará impasses e esclarecerá dúvidas, se incorreto, perderá o seu
propósito, inclusive dando oportunidade para contestações judiciais, caso não esteja bem elaborado ou redigido de
forma clara, coesa e obedecendo fielmente à legislação vigente.
BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da
Administração Pública e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 1993.
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1.1. Qual é o conhecimento básico necessário aos profissionais que atuam no
preparo do instrumento convocatório, do contrato e na fiscalização? – Parte 2
Recentemente, a Instrução Normativa (IN) n° 05, de 25 de maio de 2017, da Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (Seges/MP),
determinou a obrigatoriedade do gerenciamento de riscos para as contratações públicas, com a elaboração de mapas de riscos, juntados aos autos dos processos em algumas
etapas da licitação, entre elas ao final da elaboração do Termo de Referência ou Projeto Básico. Já a Portaria n° 389, de 23 de agosto de 2017, do Ministério da Fazenda
(MF), determina que devam ser adotadas as minutas padronizadas da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) na elaboração de instrumentos de contratação pública
de serviços, como projetos ou execução de obras pelos órgãos do MF. Essa determinação foi acatada com a edição da Portaria da Receita Federal do Brasil (RFB) nº 2.363, de
6 de julho de 2017.
Outro aspecto importante é a observação ao Decreto nº 7.746, de 5 de junho de 2012, que regulamenta o art. 3° da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, para estabelecer
critérios, práticas e diretrizes para a promoção do desenvolvimento nacional sustentável nas contratações realizadas pela Administração Pública Federal, e institui a Comissão
Interministerial de Sustentabilidade na Administração Pública (Cisap), e ao Decreto nº 9.178, de 23 de outubro de 2017, que o atualiza. Complementa o mesmo tema a IN da
Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SLTI/MP) nº 01, de 19 de janeiro de 2010, que dispõe sobre os
critérios de sustentabilidade ambiental na aquisição de bens, contratação de serviços ou obras pela Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional, e dá outras
providências.
A Lei nº 8.666/1993 determina os elementos mínimos necessários à composição de um edital. No seu art. 40 estão as principais exigências para a sua elaboração:
Preste muita atenção nos três pontos desse artigo (acima em negrito),os quais devem ter a sua total atenção como fiscal do contrato.
O primeiro refere-se à previsão legal de que seja parte integrante do edital ao menos o Projeto Básico do objeto (no caso em estudo, obras ou serviços de engenharia), com a
relação completa dos seus elementos (pranchas de desenho, especificações técnicas e tantos outros elementos necessários ao entendimento do objeto). Você encontrará um
estudo mais aprofundado dessa relação no tópico 1.1.2 e no Módulo 2.
O segundo ponto refere-se à necessidade de que conste do edital o orçamento estimado em planilhas de quantitativos e custos unitários.
Este orçamento é uma responsabilidade da Administração, e servirá como uma referência para o preço de venda que se deseja para o objeto a ser contratado.
2
https://mooc.escolavirtual.gov.br/pluginfile.php/5192811/mod_book/chapter/203675/IN%20SEGES%20n%C2%BA%205_2017_Mapa%20de%20Riscos%20e%20Editais%20da%20AGU.pdf
http://www.fazenda.gov.br/acesso-a-informacao/institucional/legislacao/portarias-ministeriais/2017/portaria-ndeg-389-de-23-de-agosto-de-2017
http://www.pgfn.fazenda.gov.br/consultoria-administrativa/minutas-padrao
https://mooc.escolavirtual.gov.br/pluginfile.php/5192811/mod_book/chapter/203675/Portaria%20RFB%202363-2017%20-%20editais%20padr%C3%A3o%20PFN.pdf
https://mooc.escolavirtual.gov.br/pluginfile.php/5192811/mod_book/chapter/203675/Decreto%20n%C2%BA%207746-Sustentabilidade.pdf
https://mooc.escolavirtual.gov.br/pluginfile.php/5192811/mod_book/chapter/203675/Decreto%20n%C2%BA%207746-Sustentabilidade.pdf
https://mooc.escolavirtual.gov.br/pluginfile.php/5192811/mod_book/chapter/203675/Dec%20n%C2%BA%209178-17-Sustentabilidade%20.pdf
https://www.governodigital.gov.br/documentos-e-arquivos/legislacao/INSTRUCAO%20NORMATIVA%20N.%2001%20de%202010%20-%20Compras%20Sustentav.pdf/view
https://mooc.escolavirtual.gov.br/pluginfile.php/5192811/mod_book/chapter/203675/Lei%208666_1993%20-%20Licita%C3%A7%C3%B5es%20e%20contratos%20na%20Administra%C3%A7%C3%A3o%20P%C3%BAblica.pdf
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Isso não impede, no entanto, que as licitantes apresentem valores diferentes para os custos unitários em relação àqueles demonstrados na planilha referencial da Administração,
advindos de sistemas de custos de referência. Essa possibilidade deve respeitar, porém, regras definidas nos diversos Acórdãos do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o
tema e determinações que constarão do próprio edital.
O preço global da etapa não deverá ser excedido, ainda que os seu custos unitários formadores sejam distribuídos de forma diferente, ou que sejam
diferentes daqueles obtidos a partir dos sistemas de custos de referência previstos no Decreto nº 7.983/2013, assunto que estudaremos no Módulo 3.
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Esses conceitos serão desenvolvidos ao longo deste curso.
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1.1. Qual é o conhecimento básico necessário aos profissionais que atuam no
preparo do instrumento convocatório, do contrato e na fiscalização? – Parte 3
O terceiro ponto refere-se à inclusão, nesse artigo, da obrigatoriedade de que conste no edital a minuta do contrato. Essa determinação advém
do fato de que os contratos administrativos são contratos de adesão, já que as suas cláusulas são estabelecidas unilateralmente pela
Administração. 
O licitante (ou contratado), ao participar da licitação, demonstra aceitar as condições do contrato, cuja minuta estará anexa ao edital. Esse
simples comando legal servirá de base de argumentação em eventuais discussões futuras acercas das obrigações e dos direitos do contratado,
assunto ao qual nos dedicaremos no Módulo 4.
Já o art. 41 da Lei nº 8.666/1993 define que o edital é peça régia quando da licitação e contratação dos serviços, ou seja, ele é a lei interna da
licitação, documento que servirá ao esclarecimento para quaisquer controvérsias que venham a ocorrer durante o período do contrato e ao
qual a Administração está vinculada:
“Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada” (BRASIL,
1993).
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A elaboração de editais, considerando-se todos os quesitos já discutidos até aqui, é tarefa complexa e que requer dedicação do agente público. Por tal razão, é
imprescindível a sua capacitação no seu desenvolvimento. Soma-se a isso o fato de que há constantes atualizações na legislação afeta ao tema, que muitas vezes corrigem
ou alteram preceitos anteriormente adotados, seja pela edição de novas leis, seja por jurisprudência dos Tribunais Superiores ou outros órgãos de controle.
Sendo o edital a peça fundamental na relação contratual entre a Administração Pública e o contratado, dele faz parte a minuta do contrato de prestação de serviços, conforme
disposto no art. 40, inciso XVII, parágrafo 2º, item III da Lei nº 8.666/1993.
Contudo, uma análise detalhada da Gestão por Competências da RFB (no caso dos servidores desse órgão), apresentada na forma de uma Cadeia de Valor, por meio do Mapa
Estratégico da instituição, informa quais são as competências que se espera do servidor, em níveis fundamental, gerencial (quando servidor ocupante de cargos de chefia) e
específico.
A Gestão por Competências da RFB está vinculada à Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal da Administração Pública Federal (PNDP), que foi instituída pelo
Decreto nº 5.707, de 23 de fevereiro de 2006, sendo o referencial para a política de capacitação do servidor.
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1.1. Qual é o conhecimento básico necessário aos profissionais que atuam no
preparo do instrumento convocatório, do contrato e na fiscalização? – Parte 4
Dentro das competências individuais específicas necessárias ao servidor, estruturadas de acordo com os processos de trabalho que compõem a Cadeia de Valor da RFB, aquelas
aplicadas aos servidores arquitetos, engenheiros, ou demais servidores que atuam na Fiscalização de Projetos e Obras, são as relacionadas ao macroprocesso “Gestão de
Materiais e Logística”, processo de trabalho “Gerir Imóveis e Obras” (Portaria RFB n° 38, de 11 de janeiro de 2016), e são as listadas a seguir:
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Manutenção da infraestrutura física da RFB – gerir a infraestrutura física da RFB, mantendo a adequação dos imóveis aos padrões técnicos e à imagem institucional, de
forma a conferir funcionalidade e segurança à consecução das atividades-fim;
Adequação da infraestrutura física – adequar a infraestrutura física da RFB, de acordo com os padrões técnicos e a imagem institucional, propiciando um ambiente seguro e
saudável aos servidores no desempenho de suas atividades;
Contratação de projetos, obras e serviços de engenharia – gerir os procedimentos necessários à contratação de projetos, obras e serviços de engenharia, inclusive
orçamentos, tendo em vista a gestão efetiva dos recursos disponíveis e o desempenho das atividades-fim;
Fiscalização de projetos, obras e serviços de engenharia – fiscalizar minuciosamente a execução dos contratos e a realização de projetos, obras e serviços de engenharia,
primando pelo pleno cumprimento da especificação do objeto, das obrigações do contratado e das orientações dos órgãos de controle e fiscalização.
Perceba que, das competências elencadas, os dois itens marcados devem ser observados com muito cuidado, pois invocam grande responsabilidade do agente público. Ambos
tratam da responsabilidade subsidiária que está vinculada ao servidor quando nomeado fiscal do contrato,na figura de especialista (engenheiro ou arquiteto), e que será
novamente tratada nos Módulos 2 e 4. O primeiro está diretamente ligado à qualidade e à segurança do ambiente construído. O segundo, à observância das determinações e
jurisprudência dos órgãos de controle.
Note que a qualidade e a segurança do ambiente construído referem-se ao cuidado de se prever instalações que atendam às normas técnicas ou normas legais intrinsicamente
vinculadas ao desempenho, à funcionalidade, ao conforto, à acessibilidade e à segurança. Como exemplo, podemos citar a necessária observação à legislação ambiental ou à
legislação de incêndio. Nesse aspecto, o fiscal do contrato com formação técnica é solidariamente responsável, caso não sejam cumpridas as normativas técnicas ou legais que
são vinculadas à construção, inclusive podendo vir a ser responsabilizado civil e criminalmente nesses casos.
Em relação aos órgãos superiores de controle, a não observância das suas normativas legais (acórdãos ou outras jurisprudências), por parte do fiscal do contrato, poderá
implicar a sua responsabilização, inclusive prevendo sanções.
Dessa forma, é de vital importância que o fiscal proceda com todo o rigor na atuação da sua fiscalização, devendo sempre fazer constar nos autos do processo administrativo do
contrato todos os seus atos relativos a tais quesitos, como exigências da observância de tais normas e, o mais importante, o seu cumprimento.
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1.2. O Termo de Referência (ou Projeto Básico, anexo ao edital): os cuidados na
sua elaboração – Parte 1
Ao final deste tópico, o aluno será capaz de:
Identificar o conceito de Termo de Referência, como apresentado na legislação, e a sua elaboração de forma eficiente.
Conforme orientações do TCU, o Termo de Referência é o documento que definirá o escopo do objeto do contrato
quando da licitação na modalidade pregão, regida pela Lei nº 10.520/2002, incluindo os serviços comuns de engenharia.
Nas modalidades definidas pela Lei nº 8.666/1993, para a licitação de obras, tal documento é o Projeto Básico, previsto
no item I, parágrafo 2°, inciso XVII, do art. 40. Constitui-se em importante etapa que antecede o Projeto Básico, a
elaboração de estudo técnico preliminar ou anteprojeto, previstos no art. 6º da Lei nº 8.666/1993:
Pereira Jr. (2012) ensina :
"Durante o estudo preliminar, avaliam-se questões que possibilitarão a elaboração de anteprojeto em
conformidade com as necessidades administrativas e as características do objeto a licitar, ou a contratar de forma
direta. Tal estudo leva em conta aspectos como:
a) adequação técnica; b) funcionalidade; c) requisitos ambientais; d) adequação às normas vigentes (requisitos de
limites e áreas de ocupação, normas de urbanização, leis de proteção ambiental etc.); e) possível movimento de
terra decorrente da implantação, necessidade de estabilizar taludes, construir muros de arrimo ou fundações
especiais; f) processo construtivo a ser empregado; g) possibilidade de racionalização do processo construtivo; h)
existência de fornecedores que deem respostas às soluções sob consideração; i) estimativa preliminar de custo e
viabilidade econômico-financeira do objeto (PEREIRA JR., 2012)."
Já para a contratação de serviço de elaboração do Projeto Básico da obra ou edificação, farão parte de anexo do edital as diretrizes e especificações técnicas do projeto
pretendido, em que estarão descritos todos os requisitos (técnicos, de prazos etc.) que deverão ser atendidos.
3
PEREIRA JR., J. T. Políticas públicas nas licitações e contratações administrativas. 2. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2012.
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Essas diretrizes devem ser dadas por profissional habilitado, do próprio quadro da Administração, ou contratado para tal, e serão abordadas no Módulo 2.
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https://mooc.escolavirtual.gov.br/mod/book/tool/print/index.php?id=116562 13/25
1.2. O Termo de Referência (ou Projeto Básico, anexo ao edital): os cuidados na
sua elaboração – Parte 2
Para a contratação de serviços de execução de obras, nos quais já se tenha o Projeto Básico, estarão descritas em anexo ao
edital as diretrizes para a elaboração do Projeto Executivo concomitante à obra (previsão dada pelo art. 7º, parágrafo 1º, da Lei
nº 8.666/1993), e as providências que se espera da contratada quando da sua execução. Obviamente, não será descrito nesta
peça todo o roteiro técnico para a execução da edificação ou obra viária ou de infraestrutura, visto que isso é tema do projeto de
construção civil (documentos técnicos) que dela fará parte. Nas diretrizes para a elaboração do Projeto Executivo,
complementar ao Projeto Básico, estarão descritos os elementos que devem ser entregues à Administração quando da execução
ou finalização da obra (além do Projeto Executivo, os laudos, o “as built” etc.), e as providências que devem ser tomadas pela
contratada para a execução do objeto (observância às normativas de sustentabilidade, à legislação ambiental, ao cronograma de
etapas, aos prazos etc.).
O Termo de Referência, ou Projeto Básico, deve apresentar os seguintes itens:
a)
b)
c)
d)
e)
f)
Justificativa no que se refere à alternativa escolhida, notadamente quanto à viabilidade técnica, econômica e ambiental do serviço;
Fornecimento de uma visão global do serviço e identificação de seus elementos constituintes de forma precisa;
Especificação do desempenho esperado;
Demonstração de que estão sendo adotadas soluções técnicas, quer para o conjunto, quer para suas partes, amparada por memórias de cálculo e de acordo com critérios de
projeto previamente estabelecidos, de modo a evitar e/ou minimizar reformulações e/ou ajustes acentuados, durante a fase de execução;
Identificação e especificações dos tipos de serviços a serem executados, dos materiais e dos equipamentos a serem incorporados;
Definição das quantidades e dos custos dos serviços e fornecimentos com precisão compatível com o tipo e o porte do objeto, de forma a ensejar a determinação do custo
global;
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Destaca-se, dessa doutrina, a característica meramente referencial do orçamento da Administração. Enquanto esse é necessário e obrigatório, conforme o Decreto nº
7.983/2013, o orçamento da licitante é de sua responsabilidade, devendo esta produzi-lo conforme a sua técnica adotada, seus procedimentos construtivos ou de projetos e o
seu enquadramento tributário, sempre observando os limites e as regras dados no próprio decreto.
Por certo essa condição remete àquela licitante toda e qualquer assunção de responsabilidade pelos serviços que serão prestados, pelo preço ofertado e pela distribuição dos
seus custos, inclusive para a eventual celebração de aditivos ao contrato, conforme será estudado no Módulo 3.
O detalhamento de todos os serviços da planilha orçamentária tanto motiva o preço referencial proposto, como dá maior condição ao
particular de melhor oferecer a sua proposta, ao conhecer todas as nuanças da contratação. Além da necessária publicidade e motivação do
referencial de preços utilizado, tal medida instiga a competitividade e contribui para a economicidade do certame, uma vez que, ao melhor
conhecer o objeto, em tese, embutem-se menos riscos na contratação. O particular, igualmente, deve apresentar o detalhamento de seus
preços. Não se destina desclassificar concorrente por sobrestimativa de eventual insumo, posto que tal rigorismo em nada contribuiria para a
obtenção da "melhor proposta". A demonstração objetiva de todos os custos do empreendimento subsidia a Administração em eventuais
análises de exequibilidade da oferta. Também evita a ocorrênciade duplicidade de encargos dispostos no orçamento e serve de lastro
probatório para o discernimento de futuros pleitos de reequilíbrio econômico-financeiro (CAMPELO; CAVALCANTE, 2014, p. 119). 4
 CAMPELO, Valmir; CAVALCANTE, Rafael Jardim. Obras públicas: comentários à jurisprudência do TCU. 3. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2014.
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1.2. O Termo de Referência (ou Projeto Básico, anexo ao edital): os cuidados na
sua elaboração – Parte 3
g)
h)
i)
j)
k)
l)
m)
n)
o)
p)
q)
r)
As regras sobre como serão realizadas as medições, a exemplo de pagamentos após cada etapa conclusa do empreendimento ou de acordo com o cronograma físico-financeiro
da obra, em atendimento ao que dispõe o art. 40, inciso XIV, da Lei nº 8.666/1993 (Acórdão nº 1.977/2013 – Plenário, TCU);
Fornecimento de subsídios suficientes para a montagem do plano de gestão do serviço;
Detalhamento dos programas ambientais, compatível com o porte do serviço;
Observância das normas do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), de modo a abranger todos os materiais, equipamentos e serviços previstos no
projeto;
Se a referência de marca ou modelo for indispensável para a perfeita caracterização do componente do serviço, a especificação deverá indicar as expressões “ou similar”, “ou
equivalente” ou “de melhor qualidade”, definindo-se com clareza e precisão as características e o desempenho técnico requerido pelo projeto, de modo a permitir a verificação
e a comprovação da equivalência com outros modelos e fabricantes;
As especificações técnicas deverão considerar as condições locais em relação ao clima e às técnicas a serem utilizadas;
As especificações de componentes conectados a redes de utilidade pública deverão adotar, rigorosamente, os padrões das concessionárias;
As especificações serão elaboradas visando equilibrar economia e desempenho técnico, considerando custos de fornecimento e de manutenção, porém sem prejuízo da vida útil
do componente utilizado;
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Características e condições do local de execução dos serviços, bem como de seu impacto ambiental, se houver, considerando-se os seguintes requisitos: segurança,
funcionalidade e adequação ao interesse público, possibilidade de emprego de mão de obra, materiais, tecnologia e matérias-primas existentes no local para execução, de modo
a diminuir os custos de transporte, facilidade e economia na execução, na conservação e na operação, sem prejuízo da durabilidade do serviço, adoção das normas técnicas de
saúde e de segurança do trabalho adequadas e infraestrutura de acesso;
Observância de critérios e parâmetros técnicos prescritos na norma NBR 9050/2015, relacionados à acessibilidade de pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
reduzida (Acórdão nº 853/2013 – Plenário, TCU);
Catálogo de projetos que devem ser elaborados pela contratada, durante a execução do serviço, retratando a forma exata como foi cumprido o objeto contratado (“as built”);
A indicação de leis, decretos, regulamentos, portarias e demais atos normativos federais, estaduais, distritais e municipais, bem como normas técnicas aplicáveis ao objeto.
A expressão “pessoas portadoras de deficiência” , constante no item "p" da infografia acima, atualmente está em desuso. O item apresenta o texto da lei.
Essa expressão e as expressões correlatas “pessoa com
necessidades especiais” e “pessoa deficiente” não têm mais sido aceitas desde a assinatura, pelo Brasil, do Tratado Internacional dos Direitos Humanos na
Convenção de Nova Iorque sobre os direitos das pessoas com deficiência, em 2007, e da edição do Estatuto da Pessoa com Deficiência, em 2015. Isso
decorre do fato que a primeira expressão, ao transmitir a ideia de portabilidade, pode levar à conclusão de que se pode abrir mão da deficiência,
configurando um eufemismo. Igualmente, a segunda e terceira expressões, equivocadamente, transmitem a ideia de redução da capacidade das pessoas com
deficiência. A deficiência se manifesta na relação com o meio externo, mas jamais limita as habilidades das pessoas no desempenho de competências
ordinárias.
O Termo de Referência ou Projeto Básico contemplará ainda:
a) Cronograma físico-financeiro;
� 
 
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b) Realização de vistoria (se obrigatória ou facultativa);
c) Data de início das etapas de execução, conclusão e entrega do objeto;
d) Condições para o recebimento do serviço, recebimento provisório e definitivo;
e) Critério de aceitação do objeto e prazo para correções/substituições, quando em desacordo com as especificações exigidas;
f) Obrigações da contratada e da contratante;
g) Procedimentos de fiscalização e gerenciamento do contrato;
h) Subcontratação (possibilidade ou não);
i) Projeto Executivo.
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1.3. Fiscal de contrato e o profissional habilitado: quais as diferenças entre um
e outro? – Parte 1
Ao final deste tópico, o aluno será capaz de:
Identificar os limites de atuação e as responsabilidades legais dos diferentes tipos de profissionais;
Reconhecer por que o profissional habilitado é importante para a contratante;
Reconhecer quais as vantagens de possuir o profissional habilitado no quadro do órgão.
Na esfera pública, a contratação de serviços de engenharia e arquitetura comumente se dá por necessidade da manutenção ou
ampliação das suas instalações, como atividade não finalística, salvo em alguns poucos casos, em que a atividade-fim do órgão
público seja a construção ou a edificação. No entanto, uma das prerrogativas da Administração Pública é a gestão de contratos
geridos por suas seções de licitação.
Nas seções de licitação, invariavelmente estão alocados servidores do órgão que apresentam experiência na gestão de contratos e
certames licitatórios, mas que normalmente são servidores com pouca ou nenhuma experiência na contratação de serviços
específicos de engenharia e arquitetura.
Salvo se o órgão dispor de seções especializadas nessas áreas, tais processos licitatórios são conduzidos pelas seções de licitação, que não raras as vezes têm pouca
familiaridade para conduzir temas tão específicos.
Para essa situação, a Lei n° 8.666/1993 prevê, no seu art. 67, a possibilidade de assessoramento técnico especializado:
No caso da RFB, há orientação no mesmo sentido, dada na Portaria RFB/Sucor/Copol nº 566, de 30 de novembro de 2011:
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Art. 20. Caso seja necessário, a autoridade competente, mediante justificativa fundamentada, poderá autorizar a contratação de profissional, empresa ou
escritório técnico, especializados, para assessorar o representante da Administração, assistindo-o e subsidiando-o com informações pertinentes a sua
atribuição (BRASIL, 2011).
 
5
 BRASIL. Receita Federal do Brasil. Portaria RFB/Sucor/Copol nº 566, de 30 de novembro de 2011. Brasília: RFB, 2011.
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1.3. Fiscal de contrato e o profissional habilitado: quais as diferenças entre um
e outro? – Parte 2
Da análise da legislação citada é possível identificar a diferença entre o servidor fiscal de contrato e o servidor profissional habilitado
na área de engenharia ou arquitetura. O servidor fiscal de contrato, embora com experiência na sua gestão, não tem a experiência nas
áreas específicas, salvo se habilitado.
Já o profissional habilitado emengenharia ou arquitetura detém o conhecimento técnico específico.
Como a realidade da maior parte dos órgãos da Administração Pública é ter as atividades de engenharia e arquitetura como áreas-
meio – e não finalísticas –, é natural que nos seus quadros não estejam presentes tais profissionais. Por conta disso, a legislação traz
explicitamente a possibilidade da contratação desses, como assessoria, conforme já mencionado, pelos comandos da Lei nº
8.666/1993, e, no caso da RFB, da Portaria RFB/Sucor/Copol nº 566, de 30 de novembro de 2011.
A presença desses profissionais nos quadros dos órgãos da Administração Pública, cujas áreas de atuação finalística não sejam a
arquitetura e a engenharia, é, no entanto, recomendável. Isso se deve ao fato de que somente tais profissionais têm condições técnicas
de contratar, fiscalizar e receber serviços de projetos e obras e, muito embora se possa dizer que essas atividades possam ser
contratadas, na forma de assessoramento, a vantagem de o órgão ter servidores nessas especialidades é muito grande. A razão é
simples: profissionais engenheiros ou arquitetos nos seus quadros, atuando nas áreas específicas, trazem segurança técnica mesmo
quando tais atividades são contratadas na forma de assessoramento ou terceirizadas, visto que os servidores do quadro poderiam atuar
como revisores.
Os servidores do órgão, desempenhando a atividade de revisão, possibilitam a análise isenta dos serviços propostos por empresas
contratadas (tanto projeto quanto obra), ou ainda a complementação e a convalidação do trabalho desenvolvido por empresas de
assessoramento.
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1.4. Os conceitos específicos na área de fiscalização de projetos e obras –
Parte 1
Ao final deste tópico, o aluno será capaz de:
Identificar os principais conceitos vinculados aos temas.
Nesta parte do Módulo 1, você será apresentado aos principais termos das áreas de arquitetura e engenharia, cuja
conceituação é necessária para o desenvolvimento do trabalho do fiscal.
Retomam-se, dessa forma, os conceitos de Projeto Básico, Projeto Executivo e “as built”, já mencionados neste módulo, e
apresentam-se outros termos de igual importância.
Os dois primeiros termos acima, especialmente, têm conceitos diferentes se tomados a partir da Lei nº 8.666/1993, das
normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e das resoluções do sistema Conselho Federal de
Engenharia e Agronomia (Confea) e Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR).
A ABNT NBR 16636-1:2017 – Elaboração e desenvolvimento de serviços técnicos especializados de projetos arquitetônicos
e urbanísticos – Parte 1: Diretrizes e terminologia, por sua vez, traz os seguintes conceitos:
Já o Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas (Ibraop), por meio da sua Orientação Técnica n° 01/2006, assim
define Projeto Básico:
 ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 16636-1:2017 – Elaboração e desenvolvimento de serviços técnicos IBRAOP – INSTITUTO BRASILEIRO DE AUDITORIA DE OBRAS PÚBLICAS. Orientação Técnica n° 01/2006. Florianópolis: Ibraop, 2006.
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1.4. Os conceitos específicos na área de fiscalização de projetos e obras –
Parte 2
E, por fim, o sistema Confea/Crea assim conceitua o termo “Projeto Executivo” na sua Decisão Normativa nº 106, de 17 de abril de 2015:
Perceba que a variação na conceituação dos termos “Projeto Básico” e “Projeto Executivo”, conforme a legislação ou normativa consultada – e também a adoção da Lei nº
8.666/1993 como referência principal aos atos licitatórios da Administração Pública – tem causado muita confusão nas licitações dos órgãos públicos, em relação àquilo que se
exigirá das licitantes e àquilo que o contratado entenda devido. Se considerarmos ainda o “as built”, identificam-se três termos vinculados à documentação técnica que deve
ser gerada por ocasião do desenvolvimento do projeto ou da execução da obra.
Esses conceitos devem ser parte integrante do instrumento convocatório com clara e precisa conceituação, devendo estar presentes no Termo de Referência ou Projeto Básico,
anexo a esse.
Além do conhecimento dos conceitos anteriores, é importante o fiscal de contrato conhecer também os conceitos de retrofit, compatibilização de projetos e etiquetagem das
edificações, apresentados a seguir. Não se pretende encerrar este tema neste módulo. Outros conceitos, igualmente importantes, serão definidos e apresentados ao longo do
curso, conforme a sua aplicação.
especializados de projetos arquitetônicos e urbanísticos – Parte 1: Diretrizes e terminologia. Rio de Janeiro: ABNT, 2017.
Esse último, cujo conceito deriva da expressão da língua inglesa que significa “como construído”, trata tão somente do registro da solução
técnica efetivamente executada na obra. Conforme o Manual de Escopo de Projetos e Serviços de Arquitetura e Urbanismo – Indústria
Imobiliária, da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea), “as built” é o jogo completo do projeto arquitetônico e dos
projetos das demais especialidades envolvidas, bem como dos pareceres de consultorias, contendo todas as anotações de ajustes e/ou
alterações ocorridas, devidamente assinadas e assumidas pelos engenheiros e/ou arquitetos responsáveis pela obra, e será a base para a
elaboração do Manual do Proprietário, obrigatório conforme a ABNT NBR 14037: 2011 – Versão Corrigida: 2014 – Diretrizes para
elaboração de manuais de uso, operação e manutenção das edificações – Requisitos para elaboração e apresentação dos conteúdos.
 CONFEA – CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA. Decisão Normativa nº 106, de 17 de abril de 2015. Conceitua o termo “Projeto” e
define suas tipificações. Brasília: Confea, 2015.
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Note que o retrofit não se limita apenas a dar uma cara nova ao edifício, como é comumente entendido, mas lhe conceder renovação, necessariamente elevando o seu
desempenho.
Retrofit, conforme definido na IN nº 2, de 4 de junho de 2014, da SLTI/MP, é qualquer reforma que altere os sistemas de iluminação,
condicionamento de ar ou envoltória da edificação. Segundo Qualharini (2004) , retrofit “é processo de interferir em uma benfeitoria, que
foi executada em padrões inadequados às necessidades atuais”. Assim, retrofit, em sua forma original, é qualquer tipo de reforma, a
renovação completa de uma edificação, uma intervenção a um patrimônio, ou seja, colocar o velho em forma de novo, preservando seus
valores estéticos e históricos originais, além de trabalhar com o conceito de sustentabilidade, na medida em que busca preservar os elementos
que caracterizam a edificação ao invés de simplesmente descartá-los. Croitor (2009) define retrofit como a ação tomada quando há
interesse do empreendedor pela substituição de sistemas prediais ineficientes e/ou inadequados, pela mudança de uso do imóvel ou, também,
quando as edificações encontram-se inacabadas e abandonadas. A ABNT NBR 15575-1:2013 – Edificações habitacionais – Desempenho –
Parte 1: Requisitos gerais, define retrofit como “remodelação ou atualização do edifício ou de sistemas, através da incorporação de novas
tecnologias e conceitos, normalmente visando à valorização do imóvel, mudança de uso, aumento de vida útil e eficiência operacional e
energética” (ABNT, 2013, grifo nosso) .
9
10
11
QUALHARINI, E. L. Retrofit de construções: metodologia de avaliação. In: ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 10.,
2004, São Paulo. Anais... São Paulo: Antac, 2004.
CROITOR, E. P. N. A gestão de projetos aplicada à reabilitação de edifícios: estudo da interface entre projeto e obra. 2009. Dissertação (Mestrado em Engenhariade Construção Civil) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.
 ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 15575-1:2013 – Edificações habitacionais – Desempenho – Parte 1:
Requisitos gerais. Rio de Janeiro: ABNT, 2013.
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1.4 Os conceitos específicos na área de fiscalização de projetos e obras –
Parte 3
A compatibilização de projetos é a atividade de integrar os diferentes elementos do projeto, para que todos tragam as mesmas informações. A
coordenação de projetos, em um nível mais aprofundado, busca a identificação de orientações conflitantes, que poderiam ordenar comandos
contraditórios nas pranchas de desenho ou outros documentos dos diversos projetos envolvidos na concepção de um objeto. Assim, projetos
elétricos, hidráulicos, estruturais e de arquitetura, por exemplo, devem trazer coerência nas informações, referenciando-se em uma mesma base
(plantas baixas, cortes, fachadas e demais desenhos). Os trabalhos de compatibilização e coordenação dos projetos são complexos e com alto
grau de dificuldade, devendo ser feitos por profissional especializado (arquiteto ou engenheiro), e requerem treinamento e experiência.
Atualmente, esse trabalho vem sendo facilitado com o uso de ferramentas BIM (Building Information Modelling – ou Modelagem da Informação
da Construção), tema que será tratado no Módulo 2.
Por fim, a etiquetagem das edificações, que teve o seu início por meio da Lei nº 10.295, promulgada em 17 de outubro de 2001. Conhecida como
Lei da Eficiência Energética, dispõe sobre a Política Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia e visa desenvolver, difundir e estimular
a eficiência energética no país. Esta lei foi regulamentada pelo Decreto nº 4.059, de 19 de dezembro de 2001, que determinou que:
Para tanto, por meio do decreto foi instituído, em 2003, o Comitê Gestor de Indicadores e Níveis de Eficiência Energética (CGIEE), e,
especificamente para edificações, o Grupo Técnico para Melhoria da Eficiência Energética nas Edificações no país (GT-Edificações), para regulamentar e elaborar
procedimentos para avaliação da eficiência energética das edificações construídas no Brasil, visando ao uso racional da energia elétrica.
A etiquetagem das edificações, no âmbito da Administração Pública Federal, é obrigatória para edificações novas ou que recebam retrofit, com área superior a 500 m² ou cujo
valor da obra seja maior que o equivalente ao Custo Unitário Básico da Construção Civil (CUB Médio Brasil) aplicado a uma edificação de 500 m², conforme o art. 8º da IN nº
2, de 4 de junho de 2014, da SLTI/MP.
os níveis máximos de consumo de energia, ou mínimos de eficiência energética, de máquinas e aparelhos consumidores de
energia fabricados ou comercializados no país, bem como as edificações construídas, serão estabelecidos com base em
indicadores técnicos e regulamentação específica a ser fixada nos termos deste decreto, sob a coordenação do Ministério de
Minas e Energia (BRASIL, 2001). 12
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https://mooc.escolavirtual.gov.br/pluginfile.php/5192811/mod_book/chapter/203677/Lei%20n%C2%BA%2010295_2001.pdf
https://mooc.escolavirtual.gov.br/pluginfile.php/5192811/mod_book/chapter/203677/Decreto%204.059_2001%20-%20Regulamenta%20a%20Lei%20n%C2%B0%2010.295_2001.pdf
21/04/2020 Noções Prévias de Fiscalização de Projetos e Obras
https://mooc.escolavirtual.gov.br/mod/book/tool/print/index.php?id=116562 25/25
Encerramento
 
 BRASIL. Decreto nº 4.059, de 19 de dezembro de 2001. Regulamenta a Lei nº 10.295, de 17 de outubro de 2001, que dispõe sobre a Política Nacional de
Conservação e Uso Racional de Energia, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 2001.
 Mais informações em: <http://www.pbeedifica.com.br /etiquetagem>. Acesso em: 24 ago. 2018.
http://www.pbeedifica.com.br/etiquetagem

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