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Matemática, Estatística e Computação na Indústria

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Matemática, estatística e computação 
consolidam-se como ferramentas 
fundamentais para melhorar as práticas 
do setor produtivo 
Um programa de pós-graduação pioneiro da USP, em São Carlos, mostra que é possível 
aproximar a Universidade do setor produtivo; primeiro formando aprimorou modelo utilizado no 
mercado financeiro 
Data da publicação: 11/12/2017 
 
É a segunda vez que Daniel Rodrigues vem ao Instituto de Ciências Matemáticas 
e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. Embora esteja concluindo um 
percurso de três anos como aluno de pós-graduação do Instituto, ele só esteve 
aqui quando entregou a cópia impressa de sua dissertação de mestrado e agora, 
no momento em que faz a defesa oral de seu projeto. 
 
Analista de risco no Itaú-Unibanco, Daniel sonhava com a possibilidade de 
realizar um programa de mestrado de alta qualidade desde que ingressou no 
banco, em julho de 2010: “Mas era difícil encontrar uma opção em que fosse 
possível conciliar a pesada carga horária de trabalho com o curso, de modo que 
pudesse me dedicar às duas atividades”. 
 
Por isso, quando surgiu a oportunidade de ingressar na primeira turma 
do Mestrado Profissional em Matemática, Estatística e Computação Aplicadas à 
Indústria (MECAI), em 2014, Daniel não pensou duas vezes. “Com as aulas 
sendo ministradas em São Paulo, casou exatamente com o que eu buscava”, 
revela o recém-mestre. “Foi uma surpresa muito boa para mim a abordagem que 
o programa teve, com os professores da USP direcionando o curso para um lado 
bem acadêmico e, sem perder a identidade da proposta, fazendo uma conexão 
com as necessidades atuais da indústria”, completa. 
 
Daniel foi o primeiro a passar pela etapa final da jornada pelo MECAI. Ele 
apresentou a dissertação de mestrado na manhã do dia 22 de setembro. Depois 
dele, outros seis pós-graduandos do programa submeteram seus projetos à 
avaliação e, junto com Daniel, formam o grupo dos primeiros formados pelo 
MECAI. 
 
Começo dos desafios – Do lado oposto ao projetor em que Daniel expõe a 
pesquisa que desenvolveu ao longo desses três anos, na ampla sala onde se 
reúne a Congregação do Instituto, estão os quatro pesquisadores que avaliarão 
o projeto, diante de uma ampla mesa. Entre eles, está Francisco Louzada, 
professor do ICMC que orientou Daniel e, antes da defesa começar, diz 
emocionado: “É a primeira vez que participo de uma banca formada apenas por 
meus ex-alunos”. A seu lado estão Adriano Suzuki e Katiane Conceição, ambos 
professores do ICMC, e José Augusto Fiorucci, que é pós-doutorando do Instituto 
http://www.icmc.usp.br/pos-graduacao/mecai
http://www.icmc.usp.br/pos-graduacao/mecai
de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Unesp, no campus de São José do 
Rio Preto. 
 
Depois da apresentação de Daniel, Louzada diz que se sente orgulhoso por 
perceber que seus alunos evoluíram ao longo do tempo, mas que não deixaram 
de lado os ensinamentos que receberam, pois continuam pesquisando e 
publicando. Ao que tudo indica, Daniel dará continuidade a essa tradição porque 
também pretende continuar os estudos. “Espero que surja uma oportunidade de 
doutorado parecida com o MECAI. Estou envolvido em iniciativas para tentar 
aproximar a indústria das universidades e pretendo conversar bastante com o 
pessoal do programa, pois percebi que esse sentimento é mútuo”. 
 
De fato, aproximar a USP do setor produtivo é um dos principais desafios que 
motivaram a criação do programa, tanto que a iniciativa está ligada ao Centro de 
Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CEPID-CeMEAI), sediado no ICMC. 
“Houve sempre uma dificuldade em promover esse diálogo entre as instituições 
acadêmicas e as empresas”, explica a professora Ellen Francine, que foi 
coordenadora do MECAI até novembro. 
 
Segundo Ellen, um dos principais diferenciais dos mestrados profissionais é, 
exatamente, possibilitar que quem já está inserido no mercado de trabalho possa 
voltar para o contexto da universidade e da pesquisa. Dessa forma, surgem 
oportunidades para o desenvolvimento de projetos voltados a resolver 
problemas existentes dentro das empresas, por meio da realização de pesquisas 
aplicadas aos locais em que os profissionais atuam. 
Reduzindo riscos – O projeto de Daniel – intitulado Aplicação de medidas de 
causalidade na geração de cenários de Monte Carlo como alternativa para 
precificação de contratos de opções – é um exemplo das contribuições que o 
campo da estatística pode trazer ao mercado financeiro. O professor Louzada 
conta que modelos estatísticos tradicionais empregados atualmente na área de 
finanças podem ser inadequados para estimar o valor futuro de ativos, o que 
aumenta, consequentemente, o risco de prejuízos. “O projeto de Daniel mostra 
o quanto é relevante buscarmos novos modelos estatísticos, que sejam 
alternativas para os modelos tradicionais, levando em consideração as relações 
entre diferentes ativos”, diz Louzada. 
 
Grosso modo, a pesquisa realizada por Daniel apresenta uma metodologia 
estatística para a obtenção de projeções futuras aplicadas a um ativo financeiro, 
nesse caso trata-se da precificação de opções. Ele acredita que o estudo abre 
possibilidades para que a instituição em que trabalha, o Itaú Unibanco, evolua 
nos cálculos de risco: “Esses cálculos fornecem informações cruciais para a 
administração da empresa e também podem viabilizar operações que, sem 
essas estimativas, o Banco não faria”. 
 
Ao mostrar que é possível promover evolução das técnicas que o mercado usa 
atualmente e projetar cenários futuros que forneçam um embasamento 
adequado para a tomada de decisões de negócios, a pesquisa de Daniel reforça 
quanto aproximar a Universidade do setor produtivo pode trazer vantagens para 
todos. 
 
http://www.cemeai.icmc.usp.br/index.php
http://www.cemeai.icmc.usp.br/index.php
Além das finanças – A professora Ellen explica que a primeira ênfase oferecida 
aos alunos do MECAI foi voltada à área financeira. Porém, ao longo dos quatro 
anos de existência, o programa evoluiu e verificou-se a necessidade de propiciar 
uma formação mais abrangente. Por isso, para as turmas seguintes foi oferecida 
a ênfase em ciência de dados, que possibilitou abarcar a área médica, o 
agronegócio e a governança empresarial. 
 
Além disso, as aulas da primeira turma foram ministradas na cidade de São 
Paulo, mas as demais turmas cursaram as disciplinas no ICMC. “Agora, os 
alunos têm aulas em São Carlos às sextas-feiras. Temos alunos que vêm de São 
Paulo, Ribeirão Preto e notamos uma grande demanda na região, o que não nos 
impede de eventualmente oferecer novas turmas com aulas na capital”, afirma 
Ellen. 
 
Ela ressalta que, independentemente de onde as aulas são ministradas, há um 
esforço dos professores e dos alunos para concentrar as demandas em um único 
dia da semana, já que todos os estudantes trabalham. Mas isso não implica dizer 
que o nível de dificuldade é menor do que em um mestrado acadêmico. 
 
Ao analisar os primeiros anos do MECAI, a professora destaca que a experiência 
tem sido muito positiva: “Houve uma evolução nas disciplinas oferecidas e no 
escopo de professores orientadores, pois agora temos mais pesquisadores de 
outras instituições, como a UFSCar e a Embrapa. Mas ainda estamos 
aprendendo com a experiência e queremos estabelecer parcerias mais efetivas 
com o setor produtivo”. A julgar pelos resultados alcançados nos primeiros quatro 
anos, não é preciso ser um estatístico para estimar os impactos positivos que o 
MECAI terá. 
 
 
Texto e fotos: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação ICMC/USP 
 
 
Fonte: https://www.icmc.usp.br/noticias/3444-matematica-estatistica-e-computacao-
consolidam-se-como-ferramentas-fundamentais-para-melhorar-as-praticas-do-setor-produtivo 
 
https://www.icmc.usp.br/noticias/3444-matematica-estatistica-e-computacao-consolidam-se-como-ferramentas-fundamentais-para-melhorar-as-praticas-do-setor-produtivo
https://www.icmc.usp.br/noticias/3444-matematica-estatistica-e-computacao-consolidam-se-como-ferramentas-fundamentais-para-melhorar-as-praticas-do-setor-produtivo

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