Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Rosângela de Oliveira Pinto e Graziella Rollemberg Fundamentos Filosóficos e Sociológicos da Educação Sumário 03 CAPÍTULO 2 – As Correntes Filosóficas ..........................................................................05 Introdução ....................................................................................................................05 2.1 Principais filósofos e suas contribuições para o campo da educação ..............................05 2.1.1 O conhecimento filosófico e os principais Filósofos .............................................05 2.1.2 As Correntes Filosóficas ...................................................................................08 2.1.3 A Filosofia e seu olhar para a educação ............................................................09 2.2 Correntes filosóficas e suas implicações no campo educacional ....................................11 2.2.1 Contribuições da Filosofia ao longo da história ..................................................11 2.2.2 A Filosofia e o processo de ensino e aprendizagem .............................................15 2.2.3 A Filosofia da Educação ...................................................................................17 Síntese ..........................................................................................................................19 Referências Bibliográficas ................................................................................................20 Capítulo 2 05 Introdução A Filosofia é uma área de estudo bastante antiga e surgiu na Grécia antiga. Você sabe do que a filosofia trata? Qual é a origem do pensamento filosófico? Quais os principais filósofos da história? Quais as correntes filosóficas? Aonde a Filosofia e a Educação se encontram e se com- pletam? Faço um convite a você para embarcar na leitura deste capítulo em busca destas respostas. Es- pero que você encontre tais ideias e que outros questionamentos sejam semeados, para que a busca pelo conhecimento seja constante! Este capítulo está dividido em dois tópicos: principais filósofos e suas contribuições para o campo da educação e correntes filosóficas e suas implicações no campo educacional. No primeiro tópico, será abordado o conhecimento filosófico de uma forma panorâmica: veremos seus conceitos, as principais correntes e suas ideias e, por fim, o olhar da Filosofia sobre a Edu- cação. Este tópico está dividido em três itens. No segundo tópico, apresentaremos uma análise das contribuições da Filosofia para a socieda- de e para o processo de ensino e aprendizagem. Discutiremos também a disciplina Filosofia da Educação. Tenha um ótimo aproveitamento! 2.1 Principais filósofos e suas contribuições para o campo da educação Vamos conhecer um pouco do surgimento da Filosofia? Em seguida, passaremos ao conhecimen- to filosófico e seus principais filósofos, às correntes filosóficas e, por fim, a Filosofia e o seu olhar para a Educação. Saiba, desde já, que a Filosofia, como conhecimento racional e sistemático, teve origem na Grécia Antiga e foi resultado de uma intensa mudança de pensamento. Mas que mudança foi essa? Acompanhe a seguir! 2.1.1 O conhecimento filosófico e os principais Filósofos A Filosofia que surge na Grécia Antiga não era dogmática, ou seja, não girava em torno de dog- mas inquestionáveis, fato que permitia aos filósofos expressarem e debaterem suas ideias. Local de poesia, arte e política, a Grécia foi o palco adequado para a Filosofia brotar e se desenvolver. Neste momento histórico, os indivíduos já não se satisfaziam com a explicação mística da reali- dade e buscavam questionar o mundo à sua volta. De acordo com Aristóteles, é Tales o iniciador do pensamento filosófico. Porém, a autoria da palavra “filosofia” foi atribuída a Pitágoras. As Correntes Filosóficas era materialista 06 Laureate- International Universities Fundamentos Filosóficos e Sociológicos da Educação Você sabe a origem da palavra filosofia? A palavra filosofia é a junção das palavras gregas philo e sophia, em que philia significa sentir falta de algo ou gostar de algo, e sophia designa conhecimento, sabedoria. Assim, a filosofia é a busca do conhecimento e da sabedoria. NÓS QUEREMOS SABER! NÃO DEIXE DE VER... O primeiro vídeo de uma série especial disponibilizada pelo portal Saraiva Conteúdo em 2014, no qual o Prof. Mario Sergio Cortella fala sobre Filosofia no dia a dia. No vídeo, há a introdução das questões filosóficas levantadas pelos filósofos ocidentais. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=3oxP-wjI4lE&spfreload=10>. Ou ainda no Portal da Saraiva Conteúdo: <http://www.saraivaconteudo.com.br>. De acordo com a história da Filosofia ocidental, Sócrates se destaca como um filósofo de grande importância, devido à forma como compreendia a atividade de filosofar em relação ao ser huma- no, em comparação com os demais filósofos. Portanto, os filósofos são geralmente denominados de “pré-socráticos” e “pós-socráticos”. Figura 1 – Imagem de Sócrates, grande filósofo do período medieval. Fonte: Shutterstock, 2015. A construção do pensamento filosófico, de grande capacidade especulativa, surge numa época de muitas limitações com relação ao conhecimento. Mesmo assim, foi se desenvolvendo ao longo da história e hoje não é possível pensar em Educação sem o pensamento filosófico. No 07 pensamento de Platão, por exemplo, a educação é indissociável da ação política, pois para ele é através da educação que a alma do homem/filósofo deve ser formada (CUSTÓDIO, 2008). Na história ocidental, é possível observar que educação e filosofia sempre estiveram próximas, ligadas pelo esforço de conhecer melhor o ser humano e as suas relações. O discurso filosófico da Antiguidade sempre concebeu a educação como proposta de transformação do indivíduo e da sociedade. Tales e Pitágoras, os primeiros filósofos, refletem sobre todos os setores da inda- gação humana. De acordo com Severino (2006), para a Filosofia, a formação é processo do devir humano, em que o indivíduo é um ser cultural, uma pessoa no sentido mais amplo, um ser inacabado, em constante transformação. Ainda de acordo com Severino (2006, p. 21), [...] a ideia de formação é pois aquela do alcance de um modo de ser, mediante um devir, modo de ser que se caracterizaria por uma qualidade existencial marcada por um máximo possível de emancipação, pela condição de sujeito autônomo. Uma situação de plena humanidade. A educação não é apenas um processo institucional e instrucional, seu lado visível, mas fundamentalmente um investimento formativo do humano, seja na particularidade da relação pedagógica pessoal, seja no âmbito da relação social coletiva. Por isso, a interação docente é considerada mediação universal e insubstituível dessa formação, tendo-se em vista a condição da educabilidade do homem. Ao longo dos três milênios de expressão cultural ocidental, a Filosofia divide-se em quatro gran- des momentos históricos: a Filosofia Antiga, a Medieval, a Moderna e a Contemporânea. Vamos compreender agora cada um desses momentos! • Filosofia antiga – é o momento em que surge a Filosofia, entre os séculos VI a V a.C. Composto do período pré-socrático e pós-socrático. Os filósofos de destaque são Platão e Aristóteles, além de Tales, Anaximandro, Anaxímenes, Heráclito, Parmênides, Empédocles e Demócrito. A transição entre a Filosofia Antiga e a Medieval coincide aproximadamente com a queda de Roma, no século V. Platão e Aristóteles foram filósofos da Grécia Antiga com influência extremamente marcante. Platão defendia que existem dois mundos: o sensível, onde nos encontramos, transitório e ilusório, aparentemente real; o outro mundo, o inteligível, alcançado apenas pela lógica e razão, ou seja, a realidade verdadeira. Aristóteles foi discípulo de Platão, porém, nunca concordou com sua teoria de dois mundos. Para Aristóteles, um mundo seria a continuação do outro e tudo se desenvolveria por meio da experiência,em contato com o mundo externo. As ideias, por exemplo, se desenvolveriam a partir da observação e resultariam no conhecimento e aperfeiçoamento do intelecto. • Filosofia medieval – é o momento do pensamento filosófico que se estende até aproximadamente o século XV, quando ocorre a Renascença. Nesse momento, a Filosofia está subordinada à Igreja Católica. Os principais filósofos da época são Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. • Filosofia moderna – este momento tem início com o Renascimento, perpassa vários séculos e, portanto, vários momentos históricos até o século XIX. As linhas de pensamento são divididas em Filosofia da Renascença e Filosofia Moderna. A primeira é marcada pela descoberta de obras desconhecidas de Platão e Aristóteles, além de outras obras do mundo grego. Seus principais pensadores são Maquiavel, Montaigne, Erasmo, Thomas More e Giordano Bruno. Na segunda, predomina a ideia da conquista do pensamento científico. Os principais filósofos deste momento são Galileu, Bacon, Descartes, Pascal, Hobbes, Espinosa, Leibniz, Locke, Berkeley, Newton, Hume e Kant. • Filosofia contemporânea – por fim, o momento contemporâneo da Filosofia, que inicia em meados do século XIX e se estende até os dias atuais. A Filosofia contemporânea 08 Laureate- International Universities Fundamentos Filosóficos e Sociológicos da Educação fundamenta-se em alguns conceitos que foram elaborados no século XIX, como o de história, por exemplo, formulado pelo filósofo G. W. F. Hegel, segundo o qual o homem passa a ser compreendido como um ser histórico, assim como a sociedade. Os principais filósofos da Filosofia moderna até o momento são: Donald Davidson, John Dewey, Michel Foucault, Jürgen Habermas, Martin Heidegger, David Lewis, Maurice Merleau- Ponty, George Edward Moore, Karl Popper, Bertrand Russel, Jean-Paul Sartre, Peter Singer, Marilena Chauí, entre muitos outros. Saiba que a Filosofia passou por várias linhas de pensamento, que foram se transformando conforme o momento histórico no qual estavam inseridas: idealismo, materialismo, escolástica, racionalismo, empirismo, pragmatismo, fenomenologia, existencialismo e pós-modernismo. Visitar os trabalhos apresentados na última reunião da Associação Nacional de Pós- -graduação e Pesquisa em Educação (Anped, 2014). A leitura dos artigos comple- mentará seus estudos sobre os assuntos que acabamos de abordar. Disponível em: <http://34reuniao.anped.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1 25:trabalhos-gt17-filosofia-da-educacao&catid=47:trabalhos&Itemid=59>. NÃO DEIXE DE LER... 2.1.2 As Correntes Filosóficas Durante os momentos históricos pelos quais o conhecimento filosófico passou e se transformou, correntes filosóficas foram se desenvolvendo, na forma de apropriação do conhecimento e da compreensão sobre os fatos. Vamos conhecê-las? • Idealismo – corrente de conhecimento filosófico baseado na investigação e manifestação interna, ou seja, o conhecimento inicia na mente, e não externamente. Os idealistas explicam o mundo e o ser humano apoiados na espiritualidade, relacionando-os sempre com a metafísica e teologia. Para os idealistas, a busca do conhecimento estava longe da experiência e da matéria, mas próxima do pensamento e das emoções. O idealismo procurou compreender não só o que existia, mas também o que ainda viria existir. Filósofos que podem ser citados como idealistas: Platão e Hegel. • Materialismo – primeiramente, é importante destacar que esta corrente filosófica se contrapõe ao idealismo, pois seus filósofos compreendem o mundo real como algo externo ao ser humano. Dessa forma, a busca do conhecimento está ligada ao que existe, ao material. No momento mais maduro desta corrente filosófica, o materialismo se une ao idealismo, formando o materialismo moderno, numa concepção única: espírito e corpo. Dois filósofos que representam esta corrente filosófica são: Aristóteles e Karl Marx. • Escolástica – compreenderam e explicaram as doutrinas cristãs à luz da antiga filosofia grega. O pensamento escolástico foi próprio do período medieval. A questão-chave deste pensamento é a harmonização entre fé e razão. Dois filósofos que representam a escolástica: Santo Agostinho e Tomás de Aquino. • Racionalismo – o pensamento dos racionalistas prioriza a razão, em detrimento da experiência do mundo sensível, como caminho para se alcançar a verdade sobre a realidade. Descartes, um dos representantes desta linha de pensamento, inaugura a idealismo vem da mente e depois do pensamento materialismo: esta ligado ao material 09 reflexão independente da fé e defende a noção do método. Em sua obra Discurso do Método, publicada em 1637, o autor conta sobre as reflexões que o fizeram buscar os passos para a elaboração do seu método, que ficou denominado como método cartesiano. Principais representantes: Parmênides, René Descartes e Baruch Spinoza. NÃO DEIXE DE VER... Descartes, de Roberto Rossellini. Neste filme, Rossellini extrai trechos inteiros de algumas das obras fundamentais do pensador, como O Discurso do Método (1637) e as Meditações Metafísicas (1641), para compor as ações “dramáticas” do personagem. O filme irá fazê-lo compreender melhor a autonomia do pensamento racional diante da fé, defendida por Descartes. • Empirismo – opõe-se ao racionalismo na defesa de que todo o conhecimento é baseado na experiência. Os filósofos empiristas acreditam que temos ideias apenas porque temos percepções. Representantes: John Locke, David Hume, Immanuel Kant. • Pragmatismo – visão prática da Filosofia. Possui doutrina metafísica. Para os pragmáticos, um estudo só se justifica se houver utilidade social, mesmo que seja em longo prazo. Defendem uma teoria que deve ser comprovada por evidências práticas, assemelhando- se, assim, ao empirismo. Este movimento filosófico possui suas origens na América do Norte. Os principais representantes desta corrente filosófica são: Charles Sanders Pierce, William James E John Dewey. • Fenomenologia – estuda como as coisas são apresentadas ou representadas. Os fenomenologistas examinam a relação entre a consciência e o ser. Esses filósofos defendem uma atenção especial com o que ocorre nos atos da consciência que, para eles, chama-se fenômeno. Representantes: Edmund Husserl, Martin Heidegger e Maurice Merleau-Ponty. • Existencialistas – acreditam que não há ordem no universo e não há objetivos certos ou errados. Os existencialistas dão ênfase à responsabilidade do homem sobre o seu destino e sobre seu livre-arbítrio. Esses filósofos não acreditam que o homem tenha nascido com um propósito determinado, mas que, de acordo com a sua caminhada existencial, o homem vá construindo o seu ser. A liberdade humana é a característica básica desta corrente filosófica. Principais representantes: Søren Kierkegaard e Jean Paul Sartre. • Os pós-modernos – movimento filosófico relativamente recente. Para os filósofos pós- modernistas, não existe uma doutrina que dê um sentido único para a vida dos indivíduos, no sentido de que a sociedade contemporânea não acredita mais em ideias totalizantes ou verdades universais. Alguns representantes desta corrente filosófica são: Heráclito, Friedrich Nietzsche, Ludwig Wittgenstein, Thomas Kuhn, Michel Foucault e Jacques Derrida. 2.1.3 A Filosofia e seu olhar para a educação A Filosofia, diferentemente das demais áreas das ciências humanas, busca uma visão de con- junto. Essa é a sua principal função: “[...] fazer uma reflexão crítica e global a respeito do saber e da prática do homem” (ARANHA, 1996, p. 108). É importante destacar que a filosofia não possui o conhecimento absoluto, no entanto, e sua prática está inserida na história, que sofre transformações constantes. 10 Laureate- International Universities Fundamentos Filosóficos e Sociológicos da Educação Em outras palavras, temos que o conhecimento filosófico precisa mudar para se ocupar dos problemas enfrentados de acordo com cada momento histórico. Assim como qualquer ideia filo- sófica deve serlida de acordo com o contexto no qual ela foi produzida. Será que precisamos ser pensadores para filosofar? Todos nós podemos e devemos filosofar, ou seja, fazer reflexões diárias acerca do cotidiano, questionando nossas próprias atitudes e pensamentos. É o ato de filosofar que permite ao ser humano perceber outras dimensões além daquelas a que ele pertence. A Filosofia permite parar, distanciar-se um pouco dos fatos e enxergá-los de uma forma mais crítica, mais racional. De acordo com Aranha (1996, p. 107), a Filosofia impede a estagnação que resulta do não questionamento. Sua investigação não está alheia à ética e à política, fazendo com que sempre se confronte com o poder. Daí a sua função de desvelar as ideologias, ou seja, as formas pelas quais é mantida a dominação. Para esclarecer um pouco a ideia de uma Filosofia Política, com a influência das relações de poder, Foucault é um pensador que pode ser utilizado como embasamento teórico. Foucault, em suas obras, estudou o saber, o poder e as formas de controle sobre o homem. De acordo com o pensador, as relações de poder e controle não vêm de uma única fonte, ou seja, de uma única Instituição (escola, igreja, prisão, sanatório etc.), mas estão presentes em nosso cotidiano. De acordo com esta lógica, o homem seria um objeto, passível de ser moldado. Dessa forma, Foucault compreendeu que as instituições produzem mecanismos de controle por meio de vigilância e punição, os quais seriam exercidos pelo poder constituído, para manter a ordem social vigente. Nos dias de hoje, com o avanço da tecnologia, podemos considerar essa teoria sobre controle e vigilância como especialmente verdadeira e condizente com a realidade. Figura 2 – Demonstra a capacidade do ser humano em refletir, unir o quebra-cabeça da sua existência. Fonte: Shutterstock, 2015. Sendo a Filosofia um campo de conhecimento que se ocupa com a interpretação do conhecimen- to e das práticas humanas, a área da Educação é um dos seus focos de estudo constante. Qual a concepção de homem de cada momento histórico? Quais as práticas educacionais? Quais as intenções das políticas educacionais? Qual o conceito de escola e educação em cada momento histórico? Quais as contribuições dessa instituição para o conhecimento e a formação dos in- divíduos? Esses questionamentos, e muito outros, fazem parte da reflexão filosófica e, portanto, totalmente necessária na área da educação. 11 O que é o homem? É esta a primeira e principal pergunta da filosofia. [...] Se pensarmos nisto, a própria pergunta não é uma pergunta abstrata ou “objetiva”. Nasceu daquilo que refletimos sobre nós mesmos e sobre os outros e queremos saber, em relação ao que refletimos e vimos, o que somos e em que coisa nós podemos tornar, se realmente e dentro os limites somos “artífices de nós próprios”, da nossa vida, do nosso destino. E isto queremos sabe-lo “hoje”, nas condições dadas hoje, pela vida “hodierna” e não por uma vida qualquer e de qualquer homem. (GRAMSCI, 1986 apud ARANHA, 1996, p. 112). Um homem nunca está só! A escola também não. Estão inseridos num contexto social, econômi- co e político. Dessa forma, a Filosofia contribui para a educação à medida que pensa e estuda o homem como ser situado no contexto social macro e micro e em determinado momento histórico, sem desconsiderar a história humana e a contribuição das demais áreas de conhecimento. Essa visão de totalidade é fundamental para o filósofo e também para educadores e educandos. Para a Filosofia, é necessária a reflexão sobre o significado da condição humana no mundo. 2.2 Correntes filosóficas e suas implicações no campo educacional Neste tópico, vamos pensar em um caso real, bem recente: reflita sobre as últimas notícias sobre a greve e manifestação dos professores da rede estadual do Paraná. A forma que ocorreram as manifestações foi a mais correta? A docência merece o tipo de tratamento que tiveram pelos policiais e pelas autoridades? Quais são as soluções para este problema e da docência no Brasil como um todo? Como a Filosofia contribui nesta situação? Proponha-se a estes e outros tipos de questionamentos. Exercite o filosofar, o pensar sobre os problemas sociais e educacionais. A educação não pode ser compreendida como uma área isolada, mas sim como uma área que perpassa e necessita de diversas áreas do conhecimento para sua compreensão, implementação e inovação. A educação está inserida em um contexto social, político e econômico, que necessita de criticidade e de ter suas questões vasculhadas numa busca constante de significado (SAVIANI, 1984 apud ARANHA, 1996). A Filosofia, nesta linha de raciocínio, busca o conhecimento dos fatos, das coisas e do ser, mas não nos mostra fórmulas prontas. Ela possibilita reflexões sobre o processo educacional, seja no campo das ideias, da política ou da gestão. Neste tópico, abordaremos as contribuições ao longo do tempo para a área da educação e do processo de ensino e aprendizagem, bem como a disciplina Filosofia da Educação. 2.2.1 Contribuições da Filosofia ao longo da história Percebemos as várias contribuições do pensamento filosófico para a compreensão dos fatos e do ser. A educação é indissociável da ação política, do contexto social e econômico, pois estas são problemáticas que fazem parte da própria existência do filósofo. Para entendermos a influência da Filosofia na Educação, vamos fazer uma viagem ao passado histórico, ao encontro de algu- mas teorias sobre a educação! Platão (aproximadamente 428-348 a.C.) Em Fédon (1991), Platão diz que a filosofia é um exercício para a morte, através da qual há a separação entre o corpo e a alma. Aqui, o conceito de morte dá-se no sentido de fazer morrer qualquer coisa que pareça pronta e acabada. Entenda que a morte é, para Platão, uma analogia com o ato de filosofar, ou seja, o exercício da Filosofia deve colocar o indivíduo além do corpo e da alma para conseguir compreender e ver a vida com um olhar mais racional. 12 Laureate- International Universities Fundamentos Filosóficos e Sociológicos da Educação Assim, para Platão, liberar o intelecto é fundamental para que o pensamento filosófico mais pro- fundo aconteça. No livro VI da República, Platão apresenta a educação como um caminho para despertar no homem a necessidade de buscar mudanças e se desapegar das coisas mundanas. A educação deveria exercer um caráter normatizador, no sentido de orientar o indivíduo para deixar o patamar da espécie sensível e evoluir para a espécie inteligível, ou seja, sair apenas do sentido e evoluir para o racional. René Descartes (1596-1650) Vamos agora ao Racionalismo, com Descartes? O primeiro momento que Descartes adentra no campo educacional é quando se contrapõe ao programa pedagógico medieval. Para Descartes, o homem deve decidir entre seguir os exemplos que devem ser imitados e aqueles que, por al- guma razão, não devem. O rompimento com a educação escolástica não acontece de uma vez, mas se dá à medida que suas obras são publicadas. O segundo momento em que Descartes contribui com a educação é a partir do pensamento cartesiano em que passa a defender uma educação mais racionalista. Des- cartes propôs não só uma nova Filosofia, mas também um novo pensamento sobre o fenômeno educativo: a “educação racionalista”. Para Descartes, durante a busca do conhecimento, o indiví- duo deve rejeitar tudo aquilo que possa ser colocado em dúvida. Por isso, elaborou um modelo de busca do conhecimento científico de forma sistemática que denominou como Modelo Cartesiano. Immanuel Kant (1724-1804) Kant, um dos representantes do empirismo, defende a importância de a educação seguir a expe- riência. Ele compreende os indivíduos como seres livres, seres autônomos, porém, para isso, o homem deve seguir a lei universal que a sua própria razão proporciona. Outro ponto importante a ser destacado na teoria kantiana é a “essência humana”, fator que tende sempre para o bem, apesar da tendência que os indivíduostêm para os vícios. Nessa lógica, a educação possui como tarefas: orientar os indivíduos para que não tomem dife- rentes direções, ter como objetivos a racionalidade, ter por aprendizagem o exercício das regras no plano teórico e prático. Figura 3 – Immanuel Kant, um dos representantes do empirismo. Fonte: Shutterstock, 2015. 13 Karl Marx (1818-1883) Outro grande filósofo, cujas contribuições para a educação vamos analisar, é Karl Marx. Com o filósofo Engels, produziu uma teoria acerca da relação entre o homem e a sociedade capitalista, conhecida como marxismo. De acordo com o marxismo, não há como analisar a educação de forma abstrata, pois ela é construída em meio às relações de produção e forças produtivas. É uma dimensão da vida dos homens como qualquer outra, construída e transformada historicamente, expressando os movimentos contraditórios que emergem do processo das lutas entre classes. Mas o que os termos “forças produtivas”, “relações de poder” e “luta de classes” realmente significam? Bem, por “forças produtivas” podemos entender a força física, as habilidades e os conhecimentos técnicos que os trabalhadores possuem para produzir. Na sociedade capitalista, os trabalhadores utilizam suas forças produtivas para adquirir o que for necessário para viver. Já o termo “relações de poder” denota o poder econômico que os capitalistas detêm sobre os meios de produção. Marx entendeu que essa relação resulta na exploração da classe trabalha- dora e promove a desigualdade social, a divisão de classes sociais e acumulação de capital. Em outras palavras, temos o trabalhador vendendo sua força produtiva para obter o que a sociedade capitalista lhe “sugere” como necessário e não tendo o conhecimento intelectual, que seria seu poder transformador. A possibilidade de emancipação do indivíduo no sistema capitalista torna- -se quase impossível. Figura 4 – Karl Marx, grande filósofo que representa o marxismo. Fonte: Shutterstock, 2015. John Dewey (1859-1952) E John Dewey? Você já ouviu expressões como “Deve-se valorizar o pensar dos alunos!”, “Deve- mos preparar os indivíduos para questionar a realidade” e “A teoria deve estar sempre unida à prática”? Pois bem, saiba que estas são contribuições da teoria de Dewey. 14 Laureate- International Universities Fundamentos Filosóficos e Sociológicos da Educação Um dos principais objetivos, segundo Dewey, da educação é transformar o indivíduo como um todo. Quando praticam o conteúdo teórico ensinado, os alunos são estimulados a pensar por si próprios. Dewey olha para a educação como uma área muito fértil para a Filosofia, pois ela pode testar suas hipóteses sobre o homem individual e, principalmente, sobre seu comportamento em coletividade. Os educadores possuem a responsabilidade de utilizar essa área de conhecimento promovendo modificações nos indivíduos para a construção de uma sociedade democrática. Maurice Merleau-Ponty (1908-1961) Vamos agora compreender o pensamento de Merleau-Ponty. Este filósofo que viveu na primeira metade do século XX, é um dos representantes da Fenomenologia. Filosofar para Merleau-Ponty é reaprender a ver o mundo, ou seja, quando a consciência humana se depara com algo novo, será a capacidade perceptiva que dará sentido e significado ao fenômeno. Existe para a fenome- nologia um “intermundo” além do homem e das coisas, e é nesse intermundo que se encontra o significado, a verdade. Jean Paul-Sartre (1905-1980) Chegamos ao existencialismo e, como já mencionamos anteriormente, um de seus representan- tes é Jean-Paul Sartre. O pensamento de Sartre compreende que a educação tem a função de educar para a liberdade, pela liberdade. Para isso, ela deve ser realizada nas condições sócio históricas e existenciais da prática individual e coletiva. Sartre fala da necessidade da revolta. Mas o que exatamente seria revolta para ele? Bem, trata-se da revelação da singularidade e da experiência, através do pensamento filosófico, para compreensão da dinâmica da história e, assim, a busca pela liberdade. Michel Foucault (1926-1984) Por fim, temos Michel Foucault representando o pós-modernismo. Foucault deixou grandes con- tribuições à educação, especialmente se levarmos em conta suas pesquisas inovadoras na ma- neira de pensá-la. Mostrou, pela primeira vez, que a educação sempre produziu e continua reproduzindo um tipo de sociedade. A escola, segundo Foucault, é uma instituição de discurso, de verdade e poder, apesar de não ser a única. Ele aponta outras instituições que fazem o mesmo, como o exército, as fábricas e as prisões. Como mencionamos anteriormente, na concepção do filósofo, o homem é tido como um objeto capaz de ser moldado, domesticado, por meio de normas e punições. Esse poder é exercido através da vigilância (estratégias de controle de grandes massas humanas) e tem função política e econômica. Figura 5 – Foucault analisa a perpetuação das relações de poder por instituições como a escola. Fonte: Shutterstock, 2015. 15 Paul Michel Foucault nasceu em 1926 em Poitiers, no sul da França, em uma tradicio- nal família de médicos. Estudou psicologia e filosofia na École Normal e Superieure, em Paris, e dedicou sua vida acadêmica a pesquisar sobre os mecanismos de controle utilizados e institucionalizados pelo Estado. A partir dos anos 1970, militou no Grupo de Informações sobre prisões. Foucault inovou ao estudar a educação sob uma ótica de perpetuação das relações de poder existentes na sociedade. VOCÊ O CONHECE? É importante identificar como o conhecimento filosófico desses diversos e diferentes pensadores ora ou outra se entrelaçam e como os estudos anteriores sempre são utilizados como um ponto de partida para novos estudos. Atualmente, a análise de que o capital exerce um grande poder alienador, disciplinador e de controle nunca fez tanto sentido. Vivemos em uma sociedade em constantes transformações, pautada pelo poder do capital e pelo consumo. Dessa forma, a análise dos fatos e acontecimentos deve ser, mais do que nunca, feita a partir de um contexto social, político, econômico, cultural. A instituição educacional que também está in- serida nesse contexto precisa lutar para proporcionar sempre essa reflexão, o pensamento crítico, a liberdade de expressão e decisão. 2.2.2 A Filosofia e o processo de ensino e aprendizagem A contribuição que a Filosofia dá à educação está no estímulo à capacidade de interrogar, de ques- tionar padrões impostos de conduta e pensamento. É preciso perceber a instituição educacional sob um olhar crítico, ponderando sobre seus fins e sobre as práticas perpetuadas em seu ambiente. A educação deve sempre estar em busca de formar, transmitir competências, saberes, valores, entre outros. Hoje, a educação se tornou responsável por preparar os indivíduos com os saberes e as competências fundamentais para a formação do cidadão que a sociedade atual necessita. Mas a educação cumpre este papel? Vamos tentar encontrar a resposta? Quando falamos no processo de ensino e aprendizagem, trata-se de um processo que pode ser considerado cíclico, ou seja, ensina-se e aprende-se, tanto aluno quanto professor trocam saberes. O docente precisa estar atento se a aprendizagem está acontecendo da forma mais adequada, por meio das observações e avaliações diversas. Esse processo cíclico envolve os meios, ou seja, as estratégias utilizadas para alcançar a aprendi- zagem. Os meios são escolhidos a partir de várias teorias desenvolvidas ao longo da história, por diversos pensadores, e oriundos de várias áreas da ciência. A escolha irá depender da intenção, de qual formação pretende-se oferecer aos indivíduos. 16 Laureate- International Universities Fundamentos Filosóficos e Sociológicos da Educação Figura 6 – Representação do processo de ensino e aprendizagem. Fonte: Elaborada pelo autor, 2015. A Filosofia só tem a contribuir no processo de ensino e aprendizagem. Para que o saber crítico, livre e consciente não fique somente nas mãos daquelesque detém o poder, é necessário ques- tionar, pensar e refletir. Segundo Severino (2006), a educação é, com efeito, instauração de um projeto, ou seja, prática concreta com vista a uma finalidade que dá sentido a existência cultural da sociedade histórica. CASO A Professora Marlene tem acompanhado as manifestações dos professores da Educação Básica e Superior pelo Brasil, as quais têm acontecido com frequência, mesmo que os governantes e a imprensa não enfatizem. Esses profissionais lutam contra a desvalorização de sua profissão e da atividade intelectual, contra os salários baixos, as classes superlotadas, contra a forma de contratação na educação, a organização do sistema educacional, as condições de infraestrutura inadequada nas escolas, a falta de financiamento estudantil, a falta de incentivo à pesquisa, entre outras reivindicações. A Professora Marlene ministra a disciplina de Filosofia da Educação para o curso de Pedago- gia. Ela decidiu inserir em sua próxima aula uma discussão sobre este tema, propondo algumas questões para os alunos refletirem. • Vocês estão acompanhando as manifestações dos professores no Brasil, nos diversos níveis educacionais? • Sobre o que esses profissionais manifestam? • Quais as políticas educacionais mais recentes que orientam essas questões? • Quais as intenções que estão por trás dessas políticas? A Professora Marlene conclui com seus alunos que é por meio do conhecimento que temos con- dições de compreender, olhar de forma mais crítica e consciente para as políticas educacionais, para as práticas educativas e ações governamentais com relação à educação brasileira. Desta forma, o conhecimento filosófico é necessário para a formação inicial e continuada dos profis- sionais da educação, a fim de proporcionar condições de um pensamento mais livre, democráti- co, justo, em busca de uma educação voltada para a emancipação dos indivíduos. 17 2.2.3 A Filosofia da Educação No decorrer da história, muitas transformações ocorreram com relação a legislação, metodo- logias e compreensão do processo de ensino e aprendizagem, como temos discutido até o mo- mento. As primeiras preocupações que levaram à inserção da disciplina Filosofia da Educação na formação dos professores data do final do século XIX e início do século XX. É possível afirmar que a disciplina oferece um modelo filosófico mais clássico, baseado nos pen- sadores que normalmente prezam pela manutenção do status quo, como oferece um modelo filo- sófico mais progressista, que reconhece as condições históricas e busca uma educação inovadora. Você já ouviu o termo “status quo”? Sabe o que significa? Status quo é um termo uti- lizado geralmente na área das ciências humanas e sociais, que em latim significa o estado atual das coisas, seja em que momento for. Pode ter uma conotação positiva ou negativa. NÓS QUEREMOS SABER! Figura 7 – A Filosofia da Educação, como disciplina, foi inserida na formação dos professores entre o final do século XIX e início do XX. Fonte: Shutterstock, 2015. A formação docente, assumida como uma política de Estado, precisa estar comprometida com projetos formativos. Isso significa pensar a própria Educação como um exercício de Filosofia, va- lorizando a formação continuada, buscando melhorias nas condições de trabalho e na remunera- ção dos profissionais da educação. Só a partir dessa reflexão profunda, direcionada para a ação concreta, é que podemos pensar em transformações significativas e sustentáveis na educação. 18 Laureate- International Universities Fundamentos Filosóficos e Sociológicos da Educação Voltando às questões propostas para reflexão, no início do tópico, sobre a greve dos professores estaduais do Paraná que ocorreu no 1º semestre de 2015, o que podemos refletir? Como um professor que mal prepara as aulas, que não lê um livro por ano, que vive insatisfeito com o seu trabalho e seu salário pode fazer desabrochar na criança o amor pela leitura, a paixão do saber, a ética do trabalho e o interesse pela política? (FREITAG, 1980 apud ARANHA, 1996, p. 22) Como em toda e qualquer política pública, na qual estão inseridas intenções e objetivos, pode- mos dizer que a intenção da maioria dos governantes é manter a população alienada? A desvalorização dificulta a atração de profissionais qualificados para a carreira docente. Segundo o Censo Escolar de 2013, um quarto dos mais de 2 milhões de professores da educação básica não possui diploma de ensino superior. Nos anos finais do ensino fundamental, apenas 32,8% têm licenciatura na área em que atuam. No ensino médio, o porcentual é de 48,3%. “Hoje, temos um enorme déficit de professores de matemática e física, por exemplo. Os egressos das universidades preferem exercer outras atividades na iniciativa privada ou mesmo no setor público”, diz Fernandes. “Diante de tanto desprestígio, não é uma escolha difícil de entender ”. (RUSCHEL; MARTINS, 2015). Finalizando e citando Aranha (2006, p. 106), a Filosofia da Educação constitui-se como um esforço filosófico e empírico na tentativa de integração dos conteúdos das ciências humanas na busca de uma visão completa do ser humano. Porém, a disciplina está inserida em um contexto que, na grande maioria das vezes, não a deixa exercer o seu papel, a sua função. São necessá- rias condições, esforço, luta, para tal. Nesse cenário, os educadores precisam conhecer, compreender, questionar, conscientizar-se e lutar por uma educação com qualidade que possibilite o questionamento dos padrões impostos, a transformação da sociedade e a emancipação dos indivíduos. O artigo A contribuição da filosofia para a educação, do Prof. Antônio Joaquim Severi- no. Essa leitura irá complementar o seu conhecimento sobre as questões que discutimos neste último tópico. Disponível em: <http://emaberto.inep.gov.br/index.php/emaber- to/article/viewFile/717/640>. NÃO DEIXE DE LER... 19 Síntese Durante este capítulo, você teve a oportunidade de estudar questões como a origem do pensa- mento filosófico e suas principais correntes. • Vimos que a Filosofia, como um conhecimento racional e sistemático, teve origem na Grécia Antiga como resultado de uma intensa mudança de pensamento, no período do século VI a.C. • De acordo com Aristóteles, Tales foi o iniciador do pensamento filosófico. Porém, a autoria da palavra “filosofia” foi atribuída a Pitágoras. • De acordo com a história da Filosofia Ocidental, Sócrates se destaca como um filósofo de grande importância, devido à forma como compreendia a atividade de filosofar e as inovações na compreensão, em comparação com os demais filósofos, do humano. Dessa forma, os filósofos são geralmente denominados de “pré-socráticos” e “pós-socráticos”. • Ao longo dos três milênios da expressão cultural ocidental, a Filosofia passou por quatro grandes momentos: a Filosofia Antiga, a Filosofia Medieval, a Filosofia Moderna e a Filosofia Contemporânea. • Durante todos os momentos históricos, a Filosofia teve várias linhas de pensamento filosófico, como o idealismo, o materialismo, a escolástica, o racionalismo, o empirismo, o pragmatismo, a fenomenologia, o existencialismo e o pós-modernismo. • Agora sabemos que, sendo a Filosofia uma área do conhecimento que se ocupa com a interpretação do conhecimento e das práticas humanas, a educação constitui um de seus objetos de estudo. • A Filosofia contribui à medida que pensa e estuda o homem como situado no contexto social macro e micro e em determinado momento histórico. • A educação é indissociável da ação política, do contexto social e econômico. Tais problemáticas fazem parte da própria existência do filósofo. A abordagem filosófica proporciona um melhor aproveitamento, pela educação, dos saberes produzidos e investigados pelos demais campos de conhecimento. • É importante identificar como o conhecimento filosófico dos diversos e diferentes pensadores ora ou outra se entrelaçam e como os estudos anteriores sempre são utilizadoscomo um ponto de partida para novos estudos. • A contribuição que a Filosofia faz à educação está no estímulo à interrogação, ao questionamento de padrões impostos. • O processo de ensino e aprendizagem deve ser cíclico, ou seja, ensina-se, aprende-se, tanto aluno quanto professor. • As primeiras preocupações que levam a inserção da disciplina Filosofia da Educação na formação dos professores data do final do século XIX e início do século XX. • A Filosofia da Educação constitui-se como antropologia filosófica, como tentativa de integração dos conteúdos das ciências humanas na busca de uma visão integrada do homem. Síntese 20 Laureate- International Universities Referências ADORNO, T. W. Educação e emancipação. Trad. Wolfgang Leo Maar. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995. ARANHA, M. L de A. Filosofia da Educação. 2. ed. São Paulo: Moderna, 1996. ______. História da Educação. In: Brasil no Século XX: O desafio da educação. São Paulo: Moderna, 1996. BARRETO, E. S. de S. Políticas e práticas de formação de professores da educação básica no Brasil: um panorama nacional. RBPAE, v. 27, n.1, p. 39-52, jan./abr. 2011. CACIANO, C.; ARBOITE, G. da S. Foucault e educação: as práticas de poder e a escola atual. Revista Pedagógica FACOS/CNECO, v. 2, n. 1, ago. /2012. DESCARTES, R. Discurso do Método. Madrid: Ver de Ocidente, 1974. DURKHEIM, É. Educação e Sociologia. São Paulo: Melhoramentos, 1955. KANT, E. A crítica da razão prática. São Paulo: Brasil Ed, 1954. Disponível em: <http://le- onayres.com.br/wp-content/uploads/2013/10/kant_critica_da_razao_pratica.pdf>. Acesso em: 22 jun. 2015. LOCKE, J. Alguns pensamentos sobre a educação. São Paulo: Almedina Brasil, 2012. MARX, K. La mercadoria. In: O capital – crítica da economia política. Buenos Aires: Cartago, 1973. MELCHIOR, M. do N. O ensino de filosofia e a formação docente nas escolas públicas de Barra do Garças/MT – UNIVAR. Disponível em: <http://www.pucpr.br/eventos/educere/ educere2008/anais/pdf/926_724.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2015. MELO, R. Emancipação hoje e os desafios da democracia. Cadernos de ética e filosofia po- lítica (USP), n. 23, p. 6, 2013. OLIVEIRA, F. B. de. Educação em Descartes: que educação racionalista é essa? Vitória da Con- quista: APRENDER - Cad. de Filosofia e Psic. da Educação, ano IV n. 6 p. 55-78, 2006. PUJOL, S. Educação e emancipação no horizonte das luzes. Trad. Christine Arndt de Santana e Vladimir de Oliva Mota. Cadernos de Ética e Filosofia Política, v.2, n. 25, p. 124, 2014. Diálogos. Seleção de textos de José Américo Motta Pessanha. Tradução e notas de José Cavalcante de Souza, Jorge Peleikat e João Cruz Costa. 5. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1991. Bibliográficas PLATÃO. Fédon. In: PLATÃO. Fédon. In: SEVERINO, J. A. A busca do sentido da formação humana: tarefa da Filosofia da Educação. Educação e Pesquisa, v.32, n.3, pp.619-634, 2006. RUSCHEL, R; MARTINS, R. Educação na paulada. Carta Capital, 2015. Disponível em: <http://www.cartacapital.com.br/blogs/cartas-da-esplanada/educacao-na-paulada-1290.html>. Acesso em: 02 mai. 2016.
Compartilhar