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SOCIOLOGIA - ANTHONY GIDDENS - GLOBALIZACAO

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Colégio Gonzaga
Disciplina de Sociologia
3° trimestre
Professora Carolina Vergara
O Mundo na Era da Globalização
Anthony Giddens
De acordo com o sociólogo inglês Anthony Giddens, na nova economia eletrônica global, 
gestores de fundos, bancos, empresas, sem esquecer milhões de investidores a título pessoal, podem 
transferir grandes somas de capitais com o simples carregar de um botão. E ao fazê-lo, podem 
desestabilizar economias que pareciam sólidas como granito. O volume das transações financeiras 
mundiais é habitualmente medido em dólares americanos. Para a maioria das pessoas um milhão de 
dólares é muito dinheiro. Mas, atualmente os mercados financeiros globais movimentam mais de 
um trilhão de dólares por dia. 
Neste contexto, o conceito de globalização, dado por Giddens, refere-se a intensificação 
das relações sociais em escala mundial e as conexões entre as diferentes regiões do globo, através 
das quais os acontecimentos locais sofrem a influência dos acontecimentos que ocorrem a muitas 
milhas de distância e vice-versa. As consequências de nossos atos estão encadeadas de tal forma 
que o que fizemos agora repercute em espaços e tempos distantes. Isto diz respeito às interconexões 
que se dão entre as dimensões global, local e cotidiana. 
Contudo, na perspectiva do sociólogo a globalização não é apenas um fenômeno de 
natureza econômica. A globalização é política, tecnológica e cultural, além de econômica. Acima de 
tudo, tem sido influenciada pelo progresso nos sistemas de comunicação, registrado a partir do final 
da década de 1960. Sendo que o primeiro satélite comercial foi lançado em 1969. Agora há mais de 
duzentos destes satélites em órbita, cada um carregado com uma enorme diversidade de 
informações.
Como é evidente, a globalização não está a evoluir de forma imparcial, e as suas 
consequências não são totalmente benignas. Para muitos povos que vivem fora da Europa e da 
América do Norte, parece que se trata de uma ocidentalização que causa desconforto ou, talvez, de 
uma americanização, visto que os Estados Unidos são agora a única superpotência, que desfruta de 
posições dominantes, econômicas, culturais e militares, na ordem global. Muitas das expressões 
mais visíveis da globalização são americanas: Coca-Cola, McDonald's, CNN.
A maioria das empresas multinacionais gigantescas também tem a sede nos Estados 
Unidos. As que têm sede noutros países também pertencem todas aos países ricos. Para Giddens, 
uma visão pessimista da globalização (da qual o mesmo não compartilha) poderia dar a ideia de que 
em grande parte se trata de um problema do Norte industrializado, em que países em 
desenvolvimento do Sul têm um papel discreto ou não tem papel nenhum. Assim, os teóricos 
pessimistas (tal qual Giddens os nomeia) observam que a globalização tende a destruir as culturas 
locais, a aumentar as desigualdades do mundo e piorar a sorte dos empobrecidos.
Em alguns países menos desenvolvidos, os regulamentos de segurança e defesa do meio 
ambiente são virtualmente inexistentes. Algumas empresas transnacionais vendem-lhes produtos 
sujeitos a restrições ou banidos nos países industrializados: fármacos de baixa qualidade, pesticidas 
destrutivos ou cigarros com altos teores de alcatrão e de nicotina. Os pessimistas acreditam que, em 
vez da aldeia global, estamos perante uma pilhagem global. 
Contudo, Giddens observa que a globalização é um fenômeno cada vez mais 
descentralizado, que não esta sob controle de nenhum grupo de nações e ainda menos sob o 
domínio de grandes empresas. Os seus efeitos fazem-se sentir tanto no ocidente como em qualquer 
outra parte. Assim, países do oriente, e do hemisfério sul estão também influindo nas 
transformações ocorridos no ocidente. Pode-se afirmar que a perspectiva adotada por Giddens sobre 
o fenômeno da globalização tende a ser positiva, pois este afirma que os efeitos produzidos pela 
globalização considerados relevantes a sociedade se sobressaem aos negativos. 
Sobre os riscos que a globalização emana para permitir o progresso, seja ele econômico ou 
tecnológico, como transgênia nos alimentos, problemas ambientais, entre outros, Giddens afirma 
que devemos inovar e ousar, pois viver numa época global significa a necessidade de enfrentar uma 
série de novos fatores de risco. Ou seja, para haver progresso devemos ousar.
Outra manifestação positiva da globalização seria o reforço da tradição, e das 
manifestações culturais. Assim, frente a imposições culturais hegemônicas, que tenderiam a 
desestruturar as manifestações locais das culturas de diferentes países, a globalização criou um 
protecionismo a elas. Ou seja, uma espécie de barreira contra o que a grande indústria cultural 
tenderia homogeneizar. 
Em um nível político, a globalização, ou melhor o progresso das comunicações globais, 
levou a expansão da democracia no mundo. Exemplo disto, foi o papel da televisão na abertura do 
Muro de Berlim, e nas transformações que abalaram o Leste da Europa em 1989. Contudo, o autor 
afirma ser necessário um aprofundamento da democracia, e em uma escala transnacional. Outro 
exemplo para refletirmos o avanço dos governos democráticos no mundo, são as manifestações e 
revoltas populares que deflagraram a Primavera Árabe, recentemente. Em que as redes, mídias e 
meios de comunicação tornaram-se peças fundamentais na expansão do movimento. 
Por fim, os modelos de famílias não-tradicionais foram impulsionadas pela globalização. A 
percepção das sociedades sobre os direitos das mulheres, igualdade sexual, homossexualismo, 
casamento e relação pais-filhos foram profundamente modificadas. Em muitos aspectos, de forma 
positiva e progressista. Mesmo países mais tradicionais em relação a estes temas, como a China, 
para Giddens tenderiam a ser mais flexíveis e progressivamente se globalizariam. O Brasil, por sua 
vez, avançou significantemente nos direitos aos homossexuais. Em 2011, foi promulgada a lei de 
união estável, permitindo a casais do mesmo sexo ter acesso a um contrato matrimonial, a 
transmitir herança e declarar o(a) companheiro(a) como dependente, para fins de declaração de 
impostos, ou mesmo ter acesso a plano de saúde. Contudo, é importante salientar que não há 
jurisprudência específica para crimes ou ofensas a homossexuais no país. Além do mais, é 
extremamente alto os índices de violência e assassinatos de caráter homofóbicos. 
Texto adaptado do livro:
GIDDENS, Anthony. O mundo na era da globalização. Lisboa: Presença, 2000. 
Refletindo sobre o texto
Das propostas de reflexão abaixo, escolha uma e desenvolva argumentos relevantes acerca 
do tema, em no mínimo 8 linhas. Valor 1 ponto, entrega em 04/11. Se desenvolver pesquisa, utilize 
seu entendimento sobre o que foi pesquisado e cite a fonte, casos de plágio serão avaliados com 
nota 0,0. 
1. Fica evidente o tom positivo da perspectiva de Giddens sobre o fenômeno da globalização, 
quando o mesmo trata dos riscos produzidos pelo progresso econômico e tecnológico, e sua opinião 
de que devemos ousar. Neste contexto, reflita sobre algum risco produzido pelo progresso, de que 
forma ele pode ser prejudicial a humanidade, e se realmente ele deve ser considerado irrelevante 
diante do progresso.
2. Sobre o tema tratado no texto, o atual reforço da tradição – ou seja, processos de valorização 
de culturas, manifestações e práticas locais e específicas – que está diante do constante consumo de 
uma cultura “industrializada” e de entretenimento (como músicas de hip hop, rock, seriados, redes 
sociais, entre outros) para Giddens é uma realidade. Desenvolva uma argumentação, partindo de seu 
ponto de vista, sobre se realmente a busca por valorização e defesa de manifestações e culturas 
locais ocorre no mesmo grau das imposições e processos de homogeneização cultural. Apresente 
algum exemplo.

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