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TIPOS DE REMUNERAÇÃO DOS SOCIOS

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Uma empresa pode remunerar os seus sócios de três formas diferentes: por meio do pró-labore, através da distribuição de lucros (ou dividendos) ou com o pagamento de juros sobre o capital próprio. Em empresas menores, o pró-labore e a distribuição de lucros sãos as duas formas mais comuns de remuneração dos sócios, embora exista certa preponderância da primeira sobre a segunda, em razão do nível de controle exigido pelo governo para os pagamentos de dividendos.
Pró-Labore
Pró-labore (do latim "pro labore", significa "pelo trabalho") é a remuneração pelo trabalho do empresário. Geralmente o pró-labore é pago mensalmente ao sócio como um salário, e por isso, sobre ele incidem a contribuição previdenciária de 11% retida na fonte, até o teto de contribuição vigente, mais 20% de contribuição previdenciária devida pela empresa, além do imposto de renda retido na fonte calculado pela tabela progressiva.
Atualmente, os sócios administradores (definidos desta forma no contrato social da empresa) devem obrigatoriamente receber pró-labore (Decreto nº 3.048, de 06 de maio 1999). Não há limites mínimos ou máximos na fixação de seu valor, mas sabe-se que auditores fiscais do INSS têm autuado empresas (com base no texto do art. nº 62 da Instrução Normativa nº 70/2002 e do art. 214, III e § 3º, I, do Decreto nº 3.048/1999) que pagam aos seus sócios administradores valores inferiores ao salário mínimo ou valores menores do que o maior salário de seu quadro de funcionários.
O sócio pessoa jurídica, por outro lado, não recebe pró-labore, pois a pessoa física que representa a pessoa jurídica na administração de outra empresa recebe sua remuneração e paga seus impostos por meio da sócia investidora.
Distribuição de Lucros
A distribuição de lucros ou dividendos não é sujeita à tributação, pois as empresas já pagam imposto de renda sempre que apuram lucros.
Para que a distribuição de lucros seja feita da maneira correta, todavia, o empresário precisa estar atento ao seguinte: 
1) o contrato social deve estabelecer qual é a periodicidade de distribuição de lucros;
 2) se a empresa apresentou prejuízo nos meses anteriores, ela não pode distribuir lucros ou dividendos; 
3) o valor de lucro a ser distribuído deve ser compatível com as necessidades futuras do empreendimento, isto é, não é saudável para nenhuma empresa distribuir todos os seus lucros e deixar de reinvestir no próprio negócio; e, 4) os valores pagos aos sócios devem ser identificados e contabilizados adequadamente, seja qual for a natureza dos pagamentos.
Juros Sobre o Capital Próprio (JSCP)
Os juros sobre o capital próprio são comuns em grandes empresas, que têm valores elevados de capital social e patrimônio líquido. O conceito dos JSCP implica em uma recompensa que os investidores podem receber sobre o capital investido, na forma de juros calculados pela TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) ou pela Selic. Sobre o valor pago aos acionistas a título de JSCP incide o imposto de renda retido na fonte à alíquota de 15%.
Em empresas optantes pelo regime do lucro real, os JSCP podem ser deduzidos como despesa do exercício, o que faz desse tipo de remuneração dos acionistas algo bastante razoável.

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