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1 Escola da Inteligência - Todos os direitos reservados. 2 Escola da Inteligência - Todos os direitos reservados. IDEALIZADOR DO PROGRAMA Augusto Cury DIRETORIA EDITORIAL Camila Cury DIRETORIA EXECUTIVA Bruno Oliveira GERÊNCIA PEDAGÓGICA Denise Cavalini GERÊNCIA DE PRODUÇÃO DE CONTEÚDO Ana Paula Guiroto de Castro COORDENADORIA DE PRODUÇÃO DE CONTEÚDO Lilian Vargas Chede Elias da Silva EDIÇÃO DE CONTEÚDO Danubia Cristina de Paula TUTORIA EAD Emanoela Priscila Toledo Arruda EQUIPE DE PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE CONTEÚDO Danubia Cristina de Paula Emanoela Priscila Toledo Arruda Maisa Marçal Vieira Orlandini Mara de Souza Leal Rafaela Guilherme Monte Cassiano Raquel Messi Falcoski CONCEPÇÃO DE ARTE E DIAGRAMAÇÃO Gustavo Soares Silva IMAGENS Shutterstock PREPARAÇÃO E REVISÃO DE TEXTO Joice Karoline Vasconcelos dos Santos Todos os direitos desta edição estão reservados à Escola da Inteligência Cursos Educacionais Ltda. Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou reproduzida sob quaisquer meios existentes sem autorização por escrito da empresa. www.escoladainteligencia.com.br falecomaproducao@escoladainteligencia.com.br 3 Escola da Inteligência - Todos os direitos reservados. MÓDULO 4 MÓDULO 4 CONST RUÇÃO SOCIAL, RESPEIT O E DIVERSIDADE CONST RUÇÃO SOCIAL, RESPEIT O E DIVERSIDADE 4 Escola da Inteligência - Todos os direitos reservados. PART E A PART E A PENSANDO COM O PROFESSOR PENSANDO COM O PROFESSOR Querido professor, neste Módulo faremos uma análise sobre construção social, respeito e diversidade no ambiente escolar. Somos pertencentes a uma sociedade e para convivermos com o outro é imprescindível respeitar as diferenças, entendendo que somos múltiplos e diversos. Não existe uma regra que demonstre como cada um deve ser, afinal se tomarmos o Brasil como exemplo, percebemos que nosso país é constituído de pessoas brancas, negras, pardas, amarelas, indígenas etc. Assim, buscaremos refletir sobre como nossas relações e crenças podem impactar a educação de modo geral. Para dar início ao tema, convidamos você a ler o conto a seguir. QUEM EU QUERO SER NO FUT URO? Helena, professora da Educação Infantil, tem uma média de 15 alunos em sua sala de aula, e propôs a seguinte atividade aos seus alunos: pediu para que eles desenhassem pessoas executando os seguintes trabalhos: bombeiro, piloto de avião e profissional de medicina. Durante a realização da atividade, ela começou a perguntar aos alunos: "como vocês imaginam que seja uma pessoa que pilota aeronaves? E uma pessoa que trabalha no Corpo de Bombeiros? E uma pessoa que atua na área de medicina? Como seriam esses profissionais?". A maioria das crianças desenhou, nas três profissões, pessoas do sexo masculino, relatando serem pessoas fortes e que as protegeriam. Logo após o encerramento da atividade a professora perguntou às crianças se gostariam de conhecer essas pessoas, e todas responderam que sim. Em seguida, ela convidou as profissionais para adentrar na sala de aula. Eram três mulheres que trabalhavam como bombeira, pilota de avião e médica-cirurgiã. As crianças ficaram muito animadas quando descobriram que uma mulher também poderia trabalhar com fogo, pilotar um avião ou operar alguém. Em um primeiro momento, as crianças ficaram espantadas, mas depois fizeram muitas perguntas e adoraram saber que todos podem exercer a profissão que quiser. 5 Escola da Inteligência - Todos os direitos reservados. Professor, você trabalha o tema diversidade com seus alunos? De que forma esse tema pode ajudá-los a sentirem-se mais autoconfiantes nas escolhas que fazem? A proposta deste Módulo é estimular a reflexão sobre um importante assunto que deve ser abordado nas escolas desde a Educação Infantil, a fim de despertar nos alunos a compreensão das relações sociais, pautando no respeito às diferenças. A ideia é trazer questionamentos que vão além de nossas crenças e percepções individuais, compreendendo os significados e entendendo como a temática está inserida no ambiente escolar. Portanto, é muito importante começarmos esse debate pensando no bem-estar emocional de todos os alunos, para assim, atuar com propostas com foco na diminuição dos índices de violência e sofrimento psíquico. O conto da professora Helena é um disparador para inicirarmos a reflexão sobre como podemos trabalhar com os alunos a percepção de que todos devem ter as mesmas oportunidades, independentemente de raça, crença, gênero etc. Professor, é na escola, também, que deve-se trabalhar a descontrução dos papéis sociais que são ocupados pelas pessoas, além de ensinar aos alunos aceitar e respeitar o outro. É importante que sejam inseridos esses temas na escola, assim promovemos caminhos para a equidade entre todas as pessoas. Existem inúmeras abordagens que discorrem sobre o desenvolvimento do indivíduo a partir de estudos realizados por Lev Semenovich Vygotsky (1896-1934), importante teórico e pesquisador sobre o desenvolvimento intelectual das crianças por meio do desenvolvimento da abordagem histórica-social, que privilegia a importância das interações sociais e o papel da linguagem no desenvolvimento. Este renomado psicólogo entende que o conhecimento é construído nas relações que cada um estabelece com o meio sociocultural e com as condições de vida. Vygotsky et. al. (1988) acredita que as características individuais e até mesmo as atitudes individuais estão impregnadas de trocas com o coletivo, ou seja, mesmo o que tomamos por mais individual de um ser humano foi construído a partir de sua relação com o mundo. Assim, pela interação com o meio social, incluindo colegas de sala, familiares, professores, escola, se constitui cada indivíduo com suas peculiaridades, gostos e personalidades. Para Vygotsky (1996), essa interação de ensino- aprendizagem e suas relações nos processos vivenciais são denominadas Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP). Segundo Oliveira (1997), Vygotsky observou que existem atividades que podem ser realizadas sem a ajuda de outras pessoas, por corresponderem a conceitos já internalizados pelo indivíduo, o que denominou nível de desenvolvimento real. Por outro lado, o nível de desenvolvimento potencial possibilita a realização de algumas tarefas com a ajuda de outras pessoas. “A Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) corresponde à distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar por meio da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado pela solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes” (VYGOTSKY, 1984, p. 97, apud OLIVEIRA, 1997, p. 60). É exatamente na Zona de Desenvolvimento Proximal que a aprendizagem vai ocorrer. Então, a função de um educador escolar, por exemplo, deve se pautar em favorecer essa aprendizagem, servindo de mediador entre a criança e o mundo, pois como vimos, as interações humanas possibilitam a construção das estruturas psicológicas do ser. E é assim que as crianças, possuindo habilidades parciais, as desenvolvem com a ajuda de parceiros mais habilitados (mediadores) até que passem de parciais a habilidades totais. 5 Escola da Inteligência - Todos os direitos reservados. Professor, você trabalha o tema diversidade com seus alunos? De que forma esse tema pode ajudá-los a sentirem-se mais autoconfiantes nas escolhas que fazem? Professor, você trabalha o tema diversidade com seus alunos? De que forma esse tema pode ajudá-los a sentirem-se mais autoconfiantes nas escolhas que fazem? 6 Escola da Inteligência - Todos os direitos reservados. De acordo com Vasconcellos e Valsiner (1995), isto comprova, portanto, a importância de se trabalhar com a estimativa das potencialidades da criança para que elas tenham desenvolvimento efetivo, visto que exigem que o processo de aprendizagem, os mediadores e as ferramentas estejam distribuídos em um ambiente adequado.Para contribuir com a discussão e pensarmos sobre a experiência da professora Helena, que propôs aos alunos que desenhassem alguns profissionais, compartilhamos um vídeo da ONG Plan International Brasil, que trabalha com empoderamento de crianças. A ONG chegou ao Brasil em 1997 e, desde então, vem se dedicando a garantir os direitos e promover o protagonismo das crianças, adolescentes e jovens, especialmente meninas, por meio de seus projetos, programas e ações de incidência e de mobilização social. Título do vídeo: O desafio da escola Descrição: mini-documentário que mostra as reflexões de um grupo de educadores sobre o desafio de promover a igualdade de gênero nas escolas. Autor/canal: Plan International Brasil Duração: 5 minutos e 25 segundos. Endereço eletrônico: https://www.youtube.com/watch?v=sdvdVnZDKZ0&t=1s. Acesso em: 20 jan. 2020. Fomos ensinados, durante muito tempo, que a mulher tinha a função de cuidadora de um ambiente doméstico e ao homem era atribuído o ambiente público, coorporativo e de provedor da família. Essas designações contribuíram para criarmos um mundo predominantemente machista e desigual, colocando a mulher, muitas vezes, em um papel de submissão e desvantagens na sociedade. O vídeo O desafio da escola, enfatiza a importância e a necessidade de a escola iniciar esse debate com os alunos e promover a construção de uma nova sociedade, pautada na melhoria das relações entre as pessoas, entendendo que por meio do respeito, empatia e resiliência é possível criar relações emocionalmente saudáveis. Para tanto, a escola precisa se caracterizar como espaço de desenvolvimento humano, de modo a assegurá-lo como direito de todo cidadão, pois a escola, como obrigatoriedade, atrai a função de equipamento social, por meio da qual crianças e jovens devem respeitar e aprender sobre diversidade. A seguir, vamos discorrer sobre o papel da escola como espaço de equidade, apresentando os avanços já alcançados pela escola e, também, demonstrando como ainda há um longo caminho a ser percorrido pelas políticas públicas nesses aspectos. Vamos em frente! 6 7 Escola da Inteligência - Todos os direitos reservados. PART E B PART E B APRESENTANDO CONCEIT OS APRESENTANDO CONCEIT OS Em 2004, a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI) foi criada para garantir o direito à educação de todos os cidadãos brasileiros e como modo de suprir algumas das lacunas nas políticas públicas, assumindo e reorganizando projetos que tinham como objetivo abranger a diversidade cultural. No Módulo anterior tratamos da inclusão, pontuando algumas dificuldades ainda reais no momento da recepção do aluno incluído, desde a relação família-escola, levantando, também, dificuldades de interação e tratamento em uma sala de aula com alunos incluídos. Agora, é necessário reconhecer a inclusão escolar como diversidade na escola, pois não podemos tratar de inclusão sem considerar a importância de trabalhar, estimular e desenvolver o ambiente escolar como um espaço seguro também para os alunos incluídos. Toda essa reflexão nos leva ao fator primordial quando falamos de diversidade na escola: o respeito. Gomes (2012) pontua que “a diversidade, entendida como construção histórica, social, cultural e política das diferenças, realiza-se em meio às relações de poder e ao crescimento das desigualdades e da crise econômica que se acentuam no contexto nacional e internacional”. E nesse sentido, portanto, se torna irrelevante refutar “os efeitos da desigualdade socioeconômica sobre toda a sociedade e, em especial, sobre os coletivos sociais considerados diversos” (GOMES, 2012, p. 687). Podemos dizer, então, que a educação deve ser compreendida como o que realmente é: um direito de todo cidadão, enquanto sujeito de direitos, que busca desenvolver crianças e jovens, neste contexto, com discernimento para distinguir o certo do errado, convivendo em sociedade de maneira respeitosa, ou seja, com senso de cidadania não discriminatório. Com isso, abordar temas complexos e sensíveis pode ser necessário para que os alunos percebam o papel que têm no mundo, a fim de auxiliá-los na formação de consciência pluralizada. Assim, devido à miscigenação étnica no Brasil, é comum nos depararmos com episódios de preconceitos, racismo, entre outros tipos de discriminações no ambiente escolar, onde as diferenças, por vezes, tornam-se mais evidentes. Esses casos precisam e devem ser abordados e discutidos em sala de aula para ajudar os alunos na compreensão de como os episódios de discriminação afetam a sociedade com um todo e como isso pode ser discutido, buscando melhorias. A orientação da escola deve acontecer de maneira clara e inclusiva para motivar a convivência em harmonia. DIVERSIDADE NA ESCOLA 8 Escola da Inteligência - Todos os direitos reservados. 9 Devemos salientar o modo como essa orientação deve acontecer na escola, enfatizando que o respeito à diversidade não acontece em um ambiente de imposição e, sim, em um ambiente onde é necessário compreender o respeito às diferenças de gênero, raça, religião comportamento etc. Pensar sobre o que significa o dialógo sobre as questões de gênero tem sido uma das pautas mais contraditórias na sociedade, porque a temática da busca por uma igualdade entre os gêneros, tanto nas relações interpessoais como no mundo corporativo, está cada vez mais em evidência e tem chegado às escolas de diversas maneiras. Em algumas, têm gerado polêmica, em outras acredita-se que é necessário e importante dar início à compreensão para promover o respeito e a equidade entre todas as pessoas. 8 9 Escola da Inteligência - Todos os direitos reservados. 9 DIVERSIDADE E DIVERSIDADE E CONST RUÇÃO SOCIALCONST RUÇÃO SOCIAL DIVERSIDADE E CONST RUÇÃO SOCIAL Na sociedade atual ainda é comum encontrar situações em que as mulheres são tratadas diferentemente dos homens. É comum, também, encontrar situações em que a educação acontece de maneira a estimular a superioridade entre os gêneros. Partindo daí, encontramos potencial para uma reflexão: afinal, é possível reconstruir esse olhar? Promover uma educação que trabalhe a igualdade entre todas as pessoas pode combater a misoginia (ódio ou aversão às mulheres), o sexismo (quando reduz ou discrimina alguém por seu gênero ou orientação sexual) e, principalmente, o preconceito. A seguir, apresentamos dois vídeos para refletirmos sobre o assunto. 10 Escola da Inteligência - Todos os direitos reservados. Título do vídeo: Escola Inovadora 1 – Respeito à diversidade Descrição: o vídeo apresenta uma reportagem de uma escola que adotou brincadeiras para tratar de assuntos sérios, como a diversidade e o respeito. Autor/canal: Jornalismo TV Cultura Duração: 3 minutos e 34 segundos. Endereço eletrônico: https://www.youtube.com/watch?v=tq3pt4yA-Wg. Acesso em: 17 fev. 2020. Título do vídeo: O desafio da igualdade Descrição: o vídeo mostra como pode ser a vida de um casal de irmãos gêmeos, e promove questionamentos do que a educação pode fazer para promover igualdade na escola. Autor/canal: Plan International Brasil Duração: 1 minuto e 51 segundos. Endereço eletrônico: https://www.youtube.com/watch?v=04u0UHEq2f4. Acesso em: 20 jan. 2020. Professor, nosso convite é para que você busque outras maneiras de pensar na educação dos alunos, criando um ambiente com oportunidades iguais, pois sabemos que o início da vida escolar, que acaba se tornando o início da vida social é um momento de muita importância na vida de uma criança, pois é o início da construção de posicionamentos socioculturais, como evidenciado no início do Módulo, elucidado nos estudos de Vigotsky. Quando inserimos esses temas na primeira infância é possível promover uma educação com menos estereótipos e discriminações. Sugerimos, como leitura complementar, os dois artigos a seguir. Fique à vontade para utilizá-los e enriquecer ainda mais seusconhecimentos! BELIEVE EARTH. Como educar crianças para um mundo com igualdade de gênero. NOVA ESCOLA GESTÃO. Para conviver com a diversidade. Disponível em: https://believe.earth/pt-br/como-educar- criancas-para-um-mundo-com-igualdade-de-genero/. Acesso em: 17 fev. 2020. Disponível em: https://gestaoescolar.org.br/conteudo/145/ para-conviver-com-a-diversidade. Acesso em: 17 fev. 2020. Leitura complementarLeitura complementar • • 11 Escola da Inteligência - Todos os direitos reservados. GÊNERO: “Termo que surge em 1947 com John Money e aprimorado por Robert Stoller em 1968, a partir de experimentos psicológicos e observações clínicas de pessoas intersex. Em 1970, com forte influência dos movimentos feministas, têm-se o conceito mais aceito atualmente. Foi criado para distinguir a dimensão biológica da dimensão social, baseando-se no raciocínio de que há machos e fêmeas na espécie humana, levando em consideração, no entanto, que a maneira de ser homem e de ser mulher é realizada pela cultura. Assim, gênero significa que homens e mulheres são produtos da realidade social e não decorrência da anatomia de seus corpos” (GÊNERO, 2009, p. 43). SEXO BIOLÓGICO: Em termos simples, o sexo biológico diz respeito às características biológicas que a pessoa tem ao nascer. Podem incluir cromossomos, genitália, composição hormonal, entre outros. Em um primeiro momento, isso infere que a pessoa pode nascer macho, fêmea ou intersexual (Neutrois.com. [20XX]) SEXUALIDADE: “Refere-se às elaborações culturais sobre os prazeres e os intercâmbios sociais e corporais que compreendem desde o erotismo, o desejo e o afeto, até noções relativas à saúde, à reprodução, ao uso de tecnologias e ao exercício do poder na sociedade. As definições atuais da sexualidade abarcam, nas ciências sociais, significados, ideias, desejos, sensações, emoções, experiências, condutas, proibições, modelos e fantasias que são configurados de modos diversos em diferentes contextos sociais e períodos históricos” (GÊNERO, 2009, p. 112). ORIENT AÇÃO SEXUAL: “Refere-se à capacidade de cada pessoa sentir-se atraída sexual, afetiva ou emocionalmente. É um processo complexo e espontâneo não entendido como questão de escolha ou opção. As orientações sexuais mais conhecidas são: heterossexualidade, homossexualidade e bissexualidade. Seu reconhecimento pode estar relacionado ao sexo e/ou ao gênero” (CRP-03, 2018) 11 Entendemos que o tema é controverso, mas o assunto está inserido nas nossas relações sociais e cabe a escola tratá-lo com cuidado e respeito. Algumas dessas discussões se dão na problematização do que significa gênero, então precisamos entender melhor as definições de: gênero, sexo biológico, sexualidade e orientação sexual, que são coisas distintas entre si e promovem muitas dúvidas na população. 12 Escola da Inteligência - Todos os direitos reservados. Martinelli (2016, p. 7) afirma que tratar do tema diversidade “exige a compreensão dos conceitos de igualdade, desigualdade, equidade, exclusão, discriminação e estereótipos”, para que, assim, seja possível “romper o silêncio histórico diante do preconceito, do racismo e da discriminação, presentes no cotidiano escolar, apontando para a necessidade de estudos mais aprofundados, de ações formativas e pedagógicas mais consistentes, capazes de revelar, de fato, as implicações que envolvam a relação de educação e diversidade" (PERRUDE, SILVA, 2009. p. 173 apud MARTINELLI, 2016, p. 7). Abordar esse tema auxilia o aluno a compreender seu papel no mundo, de modo que a escola (re)produza e promova a desconstrução de relações opressoras, motivando a construção de relações que valorizam a dignidade humana e a igualdade de direitos (RIBEIRO; BORELLA, 2016, p. 6). Já os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), no Tópico Tema Transversal – Pluralidade Cultural, sustentam que o tema racismo seja abordado com os alunos, apresentando algumas propostas pedagógicas. Ribeiro (2018), diz que é preciso apresentar o racismo como “um sistema de opressão que nega oportunidades para as pessoas negras. É a estrutura racista, o sistema, e não uma coisa individual. Então, tem muito desconhecimento ainda sobre o que é o racismo no Brasil, muito por causa do mito da democracia racial, um mito fundante deste país e que fez muitos acreditarem que o Brasil era um país harmonioso entre as raças”. Compreendendo as crianças como seres sociais, tratar do racismo desde a primeira infância é fundamental, pois elas não estão dissociadas da sociedade e podem, da mesma maneira, influenciar mudanças culturais, por reproduzirem comportamentos que lhes são ensinados e internalizados. Quando falamos de racismo, professor, é importante discutir sobre a discriminação. Discriminar, de acordo com o Livro de Conteúdo – Gênero e Diversidade na Escola (BRASIL, 2009, p. 226 apud MARTINELLI, 2016, p. 8), é tratar de modo diferente, “anular, tornar invisível, excluir, marginalizar”; e preconceito é “qualquer atitude negativa em relação a uma pessoa ou a um grupo social que derive de uma ideia preconcebida sobre tal pessoa ou grupo”. Desse modo, é possível relacionar esses conceitos e compreender o porquê da necessidade de que sejam trabalhados conjuntamente, para que despertem a consciência da criança, logo em sua abordagem na primeira infância. Então, quando a educação faz um trabalho que visa o respeito à diversidade, ela passa a atuar como orientação para que as pessoas aprendam a respeitar as diferenças, sem discriminação, para promover o combate ao preconceito racial, elitismo, preconceito de diversidade sexual, religiosa entre outros. Professor, estar preprarado para trabalhar com esses temas transversais é imprescindível para promover um ambiente escolar saudável e de sucesso, pois com esse olhar de respeito à diversidade ocorre uma transformação do espaço da escola, com estudantes que têm pensamento crítico desde o início da vida escolar. Respeito e valorização da diversidade precisam fazer parte do cotidiano escolar e, por isso, estes temas aparecem na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), enfatizada na competência 9, denominada Empatia e Cooperação: “exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza”. PARA CONHECER ESSA COMPETÊNCIA DE MANEIRA MAIS DETALHADA, ACESSE: NOVA ESCOLA. Competência 9: empatia e cooperação. 12 Disponível em: https://novaescola. org.br/bncc/conteudo/13/o-que-e-a- competencia-empatia-e-cooperacao. Acesso em: 17 fev. 2020. 13 Escola da Inteligência - Todos os direitos reservados. GÊNERO, DIVERSIDADE GÊNERO, DIVERSIDADE E ORGANIZAÇÃO SOCIALE ORGANIZAÇÃO SOCIAL GÊNERO, DIVERSIDADE E ORGANIZAÇÃO SOCIAL A proposta é refletir sobre a rigidez dos padrões estabelecidos pela sociedade, evitando reproduzir estereótipos para que cada um desenvolva suas potencialidades, livres de padrões pré-concebidos. Para trabalhar a diversidade de gênero e sua importância para romper com os estereótipos criados pela sociedade, convidamos você, professor, a conhecer duas pesquisas feitas por economistas para nos ajudar na compreensão de algumas escolhas de mulheres na sociedade contemporânea. A pesquisa On the origins of gender roles evidencia que sociedades que fizeram o uso do arado para a agricultura entre os séculos XVII e XIX, em que os homens detinham grande parte das tarefas agrícolas pelo uso da força, são sociedades em que, atualmente, a mulher tem pouca participação no mercado de trabalho. Essa comparação faz sentido para percebermos que o equilíbrio social é difícil de ser alcançado (ALESINA et al., 2013). Outra pesquisa, realizada por Raquel Fernandez e intitulada Mothers and sons: preferenceformation and female labor force dynamics (2004), evidencia que quando homens que foram criados por mães que trabalhavam fora de casa se casavam, havia uma probabilidade maior de que apoiassem suas parceiras em suas decisões de estudar e trabalhar, ou seja, a pesquisa indica que a mudança de paradigma nas percepções dos homens são tão importantes, ou até mais, do que alterações nas crenças das mulheres para conseguir um equilíbrio social. Há muito tempo a mulher busca igualdade e reconhecimento além dos cuidados com o lar, mas ela começou a ser inserida no mercado de trabalho na Revolução Industrial, a partir da segunda metade do século XVIII, devido ao aumento da demanda de mão de obra, ainda assim, o valor pago pelo trabalho feminino era inferior ao masculino. Para Hirata e Kergoat (2007), a relação social recorrente entre o grupo dos homens e o das mulheres é considerada "relações sociais de sexo". Para as autoras, a divisão sexual do trabalho é fruto da divisão social estabelecida nas relações sociais entre os sexos, divisão modulada histórica e socialmente, e instrumento da sobrevivência da relação social. À mulher foi dada a responsabilidade dos cuidados de casa e da família, independentemente de idade ou renda. Por isso, o trabalho doméstico recaía sobre as mulheres, pautado no discurso, ainda existente, da naturalidade feminina para o cuidado. Para Sousa e Guedes (2016) tal atribuição social do cuidado ao feminino, primeiramente, limitou a vida das mulheres ao espaço privado (casa) e, posteriormente, com as transformações socioeconômicas e a busca de independência feminina, marcou desvantagens em relação aos homens na atuação econômica e social. 13 14 Escola da Inteligência - Todos os direitos reservados. Os autores avaliam que o ingresso das mulheres no mundo econômico não equilibra as funções atribuídas aos sexos, ao contrário, reforça as desvantagens vividas pelas mulheres que atualmente compartilham com os homens, de forma equânime ou não, a provisão financeira da família juntamente com a responsabilidade da esfera reprodutiva. A saída do lar e as conquistas cada vez mais visíveis no âmbito público representaram uma revolução incompleta, uma vez que parte das mulheres ainda assume as atividades do espaço privado, o que perpetua uma desigual e desfavorável divisão sexual do trabalho para elas. Um estudo feito pela Organização Mundial do Trabalho evidencia que a desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho não diminui há 27 anos. A pesquisa mostra que, em 2018, a probabilidade de uma mulher trabalhar foi 26% inferior do que a de um homem — uma melhoria de apenas 1,9% se comparado a 1991. As disparidades aumentam ainda mais quando incluímos mulheres negras, gestantes, mães e lactantes. A diferença salarial chega a 20% entre os gêneros em cargos semelhantes. Nos países desenvolvidos a conquista da equidade ainda é um sonho e a Islândia é o único país que tem plena paridade de oportunidades de trabalho (ESTEVANS, 2019). Essas disparidades entre os gêneros refletem um problema que não é só brasileiro, e sim, mundial, evidenciando a importância de pautar políticas públicas que fomentem ao redor do mundo essas discussões, a fim de promover uma mudança de paradigma na sociedade. Professor, é na escola que conseguimos provocar mudanças, respeitando o passado e promovendo presente e futuro com pessoas saudáveis. Compreendendo a resistência e manutenção de estigmas culturais e a educação que promove discussão e questionamentos dos papéis sociais que cada gênero possui, é possível colaborar para uma sociedade justa, igualitária e cada vez menos violenta. O tema violência é cada vez mais essencial de ser aborbado com os alunos, visto que o Anuário de Segurança Pública de 2019, que foi elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, relata, comprovadamente, que quatro meninas com menos de 13 anos são estupradas a cada hora no Brasil. A violência sexual acomete, com maior relevância, pessoas em maior vulnerabilidade, que geralmente sofrem essa agressão pelos pais, padrastos, tios, vizinhos ou primos (FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA, 2019). A lei brasileira garante a proteção contra o abuso e a exploração sexual infantil por meio do Código Penal (2017), Estatuto da Criança e Adolescente (1990) e Constituição Federal (1988): “abuso, violência e exploração sexual de crianças e adolescentes são enquadrados penalmente como corrupção de menores” (art. 218) e “atentado violento ao pudor (art. 214), caracterizado por violência física ou grave ameaça” (Lei nº 12.015, de 2009). Mas, infelizmente, não é ensinado às crianças maneiras de identificar o que é o abuso sexual, mesmo sendo no período escolar a janela oportuna para que professores e pais, em conjunto, apliquem a metodologia adequada para redução do risco de abuso sexual. No Anuário também foi relatado que as meninas menores de 13 anos representam mais da metade (54%) das vítimas dos 66.000 estupros registrados. Já as vítimas do sexo masculino são ainda mais jovens e a maioria com menos de 7 anos. Houve, ainda, aumento de 4% do número de vítimas de estupro seguido de feminicídio, com mais de 1.200 mulheres assassinadas, principalmente, pelos companheiros ou ex-companheiros. No Brasil, a cada 2 minutos acontece uma denúncia por violência doméstica (FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA, 2019). 14 15 Escola da Inteligência - Todos os direitos reservados. A seguir, convidamos você, professor, a analisar os gráficos que ilustram as estatísticas apresentadas pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Fonte: Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2019 Fonte: Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2019 Todas essas violências contra as mulheres impulsionaram algumas campanhas que são realizadas no Brasil e no mundo, demonstrando a necessidade de ser um tema trabalhado com os alunos cada vez mais cedo. O dia de Luta Contra a Violência à Mulher, no dia 10 de outubro, e a campanha 16 Dias de Ativismo contra a violência de Genêro, que aconteceu em 2019, são dois importantes exemplos. FEMINICÍDIOS E VIOLÊNCIA DOMÉSTICA ESTUPROS 1.206 vítimas de feminicídio em 88,8% dos casos o autor foi o companheiro ou ex-companheiro Ápice da mortalidade se dá aos 30 anos 28,2% entre 20 e 29 anos 29,8% entre 30 e 39 anos 18,5% entre 40 e 49 anos 93,2% tiveram apenas um autor 96,3% o autor era do sexo masculino 81,8% do sexo feminino 53,8% tinham até 13 anos 50,9% negras 48,5% brancas 4 meninas de até 13 anos estupradas por hora 61% negras 70,7% tinham no máximo Ensino Fundamental 263.067 casos de lesão corporal dolosa um registro de violência a cada 66.041 registros em 2018 o maior já registrado 16 Escola da Inteligência - Todos os direitos reservados. E PARA T RABALHAR AS MASCULINIDADES, O QUE T EMOS? Título do vídeo: O Silêncio dos Homens Descrição: documentário que ouviu mais de 40 mil pessoas a respeito das masculinidades para promover diálogos construtivos e saúdaveis sobre o tema. Autor/canal: Papo de Homem Duração: 1 hora e 12 minutos. Endereço eletrônico: https://www.youtube.com/watch?v=NRom49UVXCE. Acesso em: 27 nov. 2019. Agora, convidamos você a assistir o documentário O Silêncio dos Homens. Por meio do diálogo podemos mudar nossas percepções, falar sobre nossas angústias, medos e desejos. É a partir deste momento de encontro, de se permitir ressignificar sentimentos e posturas, que surge o tema abordado pelo documentário O Silêncio dos Homens. Divulgação: https://papodehomem.com.br/o-silencio-dos- homens-documentario-completo/ 16 17 Escola da Inteligência - Todos os direitos reservados. COMO DEBAT ER UM T EMA QUE AINDA É COMO DEBAT ER UM T EMA QUE AINDA É DESCONFORTÁVEL PARA MUITAS PESSOAS?DESCONFORTÁVEL PARA MUITAS PESSOAS? COMO DEBAT ER UM T EMA QUE AINDA É DESCONFORTÁVEL PARA MUITAS PESSOAS? Antigamente, nas gerações constituídas por controle,violência, competitividade e força, era comum haver pessoas que pensavam estar em posição de poder e de superioridade pelo fato de ser homem. Entretanto, na sociedade atual, as mulheres deixam de ser submissas e se tornam independentes, criando uma nova organização social. A compreensão sobre as masculinidades também está atrelada às condições socioeconômicas e raciais. As disparidades educacionais e salariais entre homens brancos e negros é ainda maior do que entre as mulheres brancas e negras. O livro deNicholas Eberstadt (2016) Men Without Work – America’s Invisible Crisis aponta um número crescente de homens que não trabalham ou deixam de procurar emprego, demonstrando que a participação masculina no mercado de trabalho vem diminuindo e que as taxas de desemprego estão aumentando entre os homens. Isso reflete além do impacto na renda familiar, gerando consequências sociais e comunitárias que tendem a crescer. No Brasil, por exemplo, 95% da população carcerária é masculina, portanto, os egressos do sistema prisional, que enfrentam desafios de reinserção socioeconômica após o cumprimento de pena, são majoritariamente homens. Além disso, mais de 90% da população em situação de rua também é do sexo masculino. Por isso, o debate sobre masculinidades tem ganhado força, originando a criação de grupos de homens que se reúnem em vários lugares do país para repensar seus posicionamentos. PARA SABER MAIS SOBRE OS ENCONTROS DE HOMENS SOBRE MASCULINIDADES, ACESSE: PAPO DE HOMEM. 129 projetos, iniciativas e pessoas que trabalham com a transformação dos homens, no Brasil e no mundo. Disponível em: https://papodehomem.com. br/transformacao-homens-masculinidades- projetos-iniciativas-pessoas/. Acesso em: 17 fev. 2020. A educação é fundamental para levar essas discussões para as crianças a fim de dar espaço para que elas alcancem todo o potencial que têm, evidenciando a ética da responsabilidade e o cuidado com o outro, experienciando o amor, o afeto, o cuidado e as potencialidades. ! 17 #SELIGANADICA! 18 Escola da Inteligência - Todos os direitos reservados. O QUE AS POLIT ICAS PÚBLICAS O QUE AS POLIT ICAS PÚBLICAS DIZEM SOBRE A T EMÁT ICA?DIZEM SOBRE A T EMÁT ICA? O QUE AS POLIT ICAS PÚBLICAS DIZEM SOBRE A T EMÁT ICA? Sobre Gênero e Diversidade, existem, não só documentos importantes, mas também diretrizes. Dentre elas, temos os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN - 1997) que constituem um referencial de qualidade para o Ensino Fundamental, fazendo com que os professores socializem discussões sobre temas transversais dentro da escola. Ressaltando, ainda, que é dever do Estado democrático investir na escola e elaborar propostas educacionais que visem autonomia, participação dos alunos e diversidade. Já o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (2018) entende que a interação entre escola e comunidade local deve ocorrer como eixo fundamental da educação básica, para que haja valorização da diversidade, cidadania ativa, pluralidade e, principalmente, para fazer com que o aluno desfrute do direito ao debate, assumindo o papel de sujeito em seu processo de formação e democratização. A Lei nº 13.005, de 26 de junho de 2014, dispõe sobre o Plano Nacional de Educação (PNE), que tem validade de 10 anos, e estabelece diretrizes, metas e estratégias que devem reger as iniciativas na área da educação. Todos os estados e municípios possuem autonomia para elaborar planejamentos específicos no âmbito educacional, a fim de fundamentar o alcance dos objetivos previstos e considerando a situação, as demandas e as necessidades locais. O PNE, em sua redação, expressa nos artigos (2º, incisos III, V, X, 7º, §7º, e 8º, §1º, III) que faz parte de suas diretrizes a superação das desigualdades educacionais, a promoção da cidadania e a erradicação de todas as formas de discriminação; bem como o respeito aos direitos humanos e à diversidade. A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, dá autonomia aos municípios para que elaborem a proposta pedagógica pertinente ao contexto deles, respeitando a liberdade e apreciando a tolerância, bem como, promovendo a conscientização de intimidação sistemática, que ocorre frequentemente no âmbito escolar por ser um ambiente de diversidade. Contudo, é inevitável a compreensão de que se faz necessário discutir, como tema transversal, gênero, racismo, discriminação, preconceito e inclusão como meio de abranger a diversidade no meio escolar, pois a educação promove transformação social, reconhecendo e valorizando as diferenças, igualdade de direitos e oportunidades, por meio de materiais didáticos, paradidáticos e disciplinas. Tais temas transversais visam estimular um ambiente escolar mais saudável, livre de estereótipos, estigmas e bullying, que são recorrentes neste contexto e na sociedade como um todo. 19 Escola da Inteligência - Todos os direitos reservados. PART E C PART E C MOMENT O INT ELIGÊNCIA MULT IFOCAL MOMENT O INT ELIGÊNCIA MULT IFOCAL Professor, anteriormente, neste Módulo, pensamos e refletimos sobre questões complexas que podem provocar incômodos, angústias e até sofrimentos. Ao mesmo tempo, entendemos que somos integrantes de uma sociedade na qual são construídas, rotineiramente, as relações, o cuidado e o respeito entre todas as pessoas, o que torna fundamental exercermos a empatia para compreendermos a perspectiva do outro. Quando falamos em respeitar as diferenças e conviver em harmonia com a diversidade, sabemos que desenvolver a habilidade empatia é primordial. Esta pode ser desenvolvida no ser humano por meio da Inteligência Emocional, quando reconhecemos a importância de nos colocarmos no lugar do outro para compreender a situação pela qual ele está passando. Desenvolver a empatia nos torna capazes de acolher o outro em momento de dor e sofrimento e nos auxilia a entender e a respeitar ainda mais as situações de diversidade. Isso nos mostra, professor, que lidar com questões, principalmente transversais, pode ser o caminho para reconhecer a aflição de alguns alunos e facilitar o caminho deles por um ambiente escolar seguro. 19 20 Escola da Inteligência - Todos os direitos reservados. A empatia como habilidade social foi descrita por diversos autores, que a definem como uma sintonia fina de sentimentos e pensamentos com outras pessoas, ou seja, uma maneira de considerá-las sujeitos únicos, singulares e originais, com capacidade de aceitação frente ao que são, pensam, sentem e comportam-se (PORTELA, 2013). Já outros entendem que a empatia pode ser desenvolvida e aprimorada ao longo da vida, por meio do exercício de compreensão do que o outro pode estar pensando e/ou sentindo. A literatura evidencia a possibilidade de apontar ganhos no desenvolvimento da empatia em períodos do ciclo vital, como na infância e adolescência, conforme exemplificado na tabela a seguir, para que possamos trabalhar com os alunos e que eles desenvolvam essa habilidade com excelência (PORTELA, 2013). Tabela 1 – Desenvolvimento da capacidade empática na infância e adolescência (PORTELA, 2013). Primeiro ano Inicio da reação seletiva às expressões faciais do outros Diferenciação dos sentimentos do outro Formação do seu próprio reportório emocional Julgamento das emoções que o outro sentirá em determinada situação Entendimento da aflição do outro além da situação imediata Compreensão da situação de um grupo social ao qual ele não pertence Dois anos De dois a quatro anos Faixa pré-escolar Final da infância Adolescência DESENVOLVIMENT O DE EMPAT IAFAIXA ETÁRIA DESENVOLVIMENT O DE EMPAT IAFAIXA ETÁRIA Respostas pré-empáticas e mímica motora Percepção do eu como um ser em si Incorporação dos sentimentos do outro Percepção das diferentes reações que um mesmo evento pode provocar nas pessoas Aprofundamento dos níveis empáticos Sentimento universal: eu souparte do outro, que é parte do todo Convívio entre criança e adulto Sincronia afetiva mãe e bebê Construção dos laços afetivos Costura entre os laços afetivos da família e da escola Generalização de comportamentos empáticos Dimensão da igualdade na diferença e valorização do outro 21 Escola da Inteligência - Todos os direitos reservados. Com base na Tabela 1, Portela (2013) apresenta a empatia como habilidade social que compreende três componentes: Dessa maneira, a empatia é uma habilidade que deve ser desenvolvida em você, professor, para que seja possível acolher os alunos e ajudá-los a trabalhar em busca do desenvolvimento dessa e de outras habilidades. Com isso, uma vez mais, conseguiremos valorizar o sentimento dos alunos e os nossos, compreendendo-os e fazendo a gestão da nossa emoção, principalmente, em relação aos temas relacionados à diversidade. Ser empático, portanto, é o primeiro passo para compreender que pessoas são distintas uma das outras e que não existe verdade absoluta sobre como cada um deve seguir a vida. Por meio de habilidades como a empatia, é possível respeitar a diversidade, viver em sociedade e lutar para erradicar opressões vividas por homens e mulheres. Se somos um país de grande diversidade cultural, religiosa, racial, étnica etc., como não acolher todas as maneiras de ser e viver? A partir da compreensão do que é empatia podemos pensar sobre outro conceito importante apresentado pela TIM: pensar como espécie. Pensar como Espécie é a mais nobre e sofisticada de todas as funções da inteligência. Cury (2012) faz uma refexão importante que diz "somos americanos, europeus, asiáticos, africanos, judeus, árabes, muçulmanos, cristãos, budistas, ateus..., mas acima de tudo constituimos uma única e grande família, a humanidade” (CURY, 2012, p. 15). A grande lição que podemos extrair dessa reflexão é que se ficarmos presos aos “grupos” que cada um é inserido, será muito mais dificil enraizar que, na verdade, somos pertencentes a mesma humanidade e que devemos cuidar uns dos outros através do respeito e empatia. Pensar como humanidade nutre vigorosamente a nossa emoção: a melhor forma de irrigar a felicidade inteligente e saúde emocional é investir no bem-estar da nossa espécie e do meio ambiente. COGNIT IVO: que adota a perspectiva do interlocutor, interpretando e compreendendo os pensamentos e sentimentos dele de forma precisa; AFET IVO: identificado por sentimentos de compaixão, simpatia pelo outro e de preocupação com o bem-estar; é a capacidade de experienciar a emoção do outro, de sentir a emoção dele e com ele; COMPORT AMENT AL: quando se transmite e se dá visibilidade à própria empatia de tal forma que o outro perceba que é compreendido; consiste em expressar o entendimento do sentimento e da perspectiva do outro quanto ao seu êxito ou às suas dificuldades. A) A) B) B) C) C) 22 Escola da Inteligência - Todos os direitos reservados. PART E D PART E D DESAFIO DO PROFESSOR DESAFIO DO PROFESSOR 31 Lembra-se do conto do início do Módulo? Que tal propor a mesma atividade para seus alunos? Basta adaptá-la à faixa etária de sua turma para promover um diálogo sobre profissões e suas peculiaridades, enfatizando que quando se trata da realização de sonhos, é fundamental ter perseverança, comprometimento e dedicação. Professor, chegamos ao final de mais um Módulo e foi uma alegria compartilhar momentos de tantos aprendizados e reflexões, lançando novos olhares sobre a sociedade junto com você. Para finalizarmos este trabalho e com base em tudo que apresentamos aqui, sugerimos a seguinte atividade: Quem eu quero ser no futuro? 22 23 Escola da Inteligência - Todos os direitos reservados. A AZ Internacional, escola localizada na cidade de Bragança Paulista/ S.P. e parceira da Escola da Inteligência, realizou essa atividade e com muito carinho e afetividade compartilhamos aqui o vídeo da experiência para inspirá-lo. O resultado ficou incrível! Título do vídeo: Vamos transformar o mundo em um lugar melhor? #somostodosiguais Descrição: atividade sobre gêneros e profissões realizada com os alunos do 1º ano do Ensino Fundamental – anos iniciais, para o Dia das Mulheres da escola AZ Internacional. Autor/canal: AZ Internacional Duração: 2 minutos e 45 segundos. Endereço eletrônico: https://www.youtube.com/watch?v=EXMNZT14kHU. Acesso em: 20 jan. 2020. Professor, para dialogar sobre temas tão diversos, sem deixar que convicções pessoais influenciem neste debate, e promover uma educação de qualidade com capacidade de acolher todas as pessoas e cuidar para que uma vida emocionalmente saudável seja conquistada, sugerimos que a discussão sobre esses temas não seja finalizada juntamente com esse Módulo, para que, com empatia, você contribua com a construção de um ambiente escolar mais seguro e saudável. Compartilhe no Fórum como foi para você essa construção e a realização do desafio. Esperamos ter contribuído para um diálogo mais aberto e cuidadoso entre todos da comunidade escolar. No próximo Módulo, trabalharemos a relação entre o professor e a educação moderna, apresentando novos conceitos e ferramentas para contribuir com a sua jornada. Contamos com a sua presença e imersão neste próximo Módulo que foi preparado com muito cuidado e carinho! Equipe Escola da Inteligência. © 23 24 Escola da Inteligência - Todos os direitos reservados. ALESINA, A.; GIULIANO, P.; & NUNN, N. (2013). On the origins of gender roles: Women and the plough. The Quarterly Journal of Economics, 128(2), 469-530. ALVES, A. A.; AZEVEDO, B. G.; SILVA, D. S.; et al. Psicologia, sexualidades e identidades de gênero: guia de referências técnicas e teóricas. Salvador: CRP-03, 2018. BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. [S. l.], 13 jul. 1990. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. 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