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EPIFISIÓLISE PROXIMAL DO FÊMUR EPIFISIÓLISE FEMURAL Escorregamento ao nível da placa epifisária femoral proximal, na sua camada hipertrófica, que ocorre durante o estirão de crescimento, devido à “lise espontânea da fise” na pré-adolescência e na adolescência, isto é, antes do término do crescimento. EPIFISIÓLISE FEMURAL O colo do fêmur desvia no sentido anterior e superior em relação à cabeça femoral, constatando-se deformidade em varo. A cabeça femoral mantém perfeita relação anatômica com o acetábulo, o que faz a descrição “coxa vara do adolescente” mais adequada. A e B) RADIOGRAFIAS NAS POSIÇÕES CLÁSSICAS DE FRENTE E LOWENSTEIN, RESPECTIVAMENTE. NOTAR O ASPECTO DE ESCORREGAMENTO ACENTUADO DA EPÍFISE EM RELAÇÃO AO COLO, CONFERINDO IMAGEM APARENTE DE VARO. 34.bin 35.bin C e D) RADIOGRAFIAS NAS INCIDÊNCIAS EM PÓSTERO-ANTERIOR DA BACIA EM HIPEREXTENSÃO E LOCALIZADA NO QUADRIL ESQUERDO. SOB O NOVO ENFOQUE, OBSERVAR QUE DESAPARECE A FALSA IMAGEM DO DESVIO EM VARO DA EPÍFISE EM RELAÇÃO AO COLO. 36.bin 37.bin EPIDEMIOLOGIA A incidência varia de 0,71 a 3,41 por 100.000, sendo o sexo masculino mais acometido, na relação de 2 a 3:1 EPIDEMIOLOGIA Atraso da maturidade esquelética; Aumento de peso ou de estatura; Raça negra; Comumente acomete um dos lados mas pode apresentar-se bilateralmente de 50% a 80% dos casos e bilateral concomitantemente em 10% dos pacientes. ETIOLOGIA Teoria traumática Teoria anatômica Teoria familiar Teoria hormonal TEORIA HORMONAL Hipotiroidismo; Pan-hipopituitarismo; Doença hipogonadal; Hiperparatireoidismo; É incontestável que a placa fisária apresenta alguma alteração que a faz suscetível às forças que cruzam por ela. Essa conclusão é respaldada na hereditariedade, pelo fato de atletas do sexo masculino não serem os mais acometidos pela doença, pela predileção relativa ao sexo e à raça, além de pela diferença de incidência relacionada à variação geográfica, tornando-a multifatorial. QUADRO CLÍNICO As queixas são vagas e pouco específicas, mas se um adolescente apresenta claudicação e dor na face ântero-medial da coxa e do joelho, sem história de trauma, deve-se suspeitar da existência de epifisiólise crônica da cabeça do fêmur; Pode haver falha diagnóstica quando busca-se patologias apenas no joelho. QUADRO CLÍNICO Na epifisiólise aguda, o paciente apresenta dor súbita, aguda, lancinante e persistente, tendo dificuldade de apoiar o membro acometido, e não deambula; A história mostra trauma de alta energia. EXAME FÍSICO Os pacientes apresentam claudicação antálgica com passos curtos no lado afetado, podendo haver até Trendelemburg presente e marcha em rotação externa; No deslocamento agudo o paciente geralmente não caminha porque não suporta o peso corporal. EXAME FÍSICO Com o paciente em decúbito dorsal nota-se atitude em rotação externa e dor na face anterior do quadril em vez de na coxa ou no joelho; Atitude de flexão e abdução, perda da rotação interna e contratura em rotação externa. EXAME FÍSICO Sinal de Drehman : quando a posição do quadril está flexão e o membro gira em rotação externa; O teste de Thomas quando positivo sugere processo inflamatório intra-articular, devendo-se pensar em condrólise da cabeça do fêmur. CLASSIFICAÇÃO – Fahey AGUDA – sintomas agudos com diagnóstico até 3 semanas de seu início; CRÔNICA – sintomas aparecem gradativamente e diagnóstico é feito após 3 semanas do início do quadro; CRÔNICA-AGUDIZADA – sintomas crônicos com exacerbação aguda, geralmente relacionada à trauma de baixa energia. CLASSIFICAÇÃO - Loder ESTÁVEIS – quando consegue deambular; INSTÁVEIS – quando não deambula, não apoia o membro inferior, mesmo com auxílio de muletas. DIAGNÓSTICO POR IMAGEM O estudo deve ser feito com radiografias simples, nas posições de anteroposterior e na posição de Lowenstein. DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Nos casos agudos a imagem é semelhante a um deslocamento epifisário verdadeiro, no qual nota-se solução de continuidade ao longo da placa epifisária, sem neoformação óssea; Nos casos crônicos a epífise femoral desvia-se e a neoformação óssea metafisária segue sua formação, dando ao colo um aspecto encurvado de “cajado” ou “giba”. Linha de Klein Sinal de Trethovan ou Perkins CLASSIFICAÇÃO RADIOGRÁFICA Grau 0 – pré-deslizamento, alargamento da placa de crescimento; Grau 1 – deslizamento leve, a epífise desloca-se até um terço da largura da metáfise ; Grau 2 – moderado, deslizamento até a metade da metáfise; Grau 3 – grave, a epífise desloca-se mais da metade da largura. CLASSIFICAÇÃO DE SOUTHWICK ATÉ 30º ENTRE 30º-60º ACIMA DE 60º Os casos em que outros métodos de imagem são necessários para a confirmação do diagnóstico são raros TRATAMENTO A epifisiólise proximal do fêmur requer tratamento cirúrgico imediato; Poucos autores ainda recomendam repouso no leito, tração e aparelho gessado. TRATAMENTO A terapêutica nos pré-deslizamentos, deslizamentos leves e até moderados com boa mobilidade é a fixação in situ com parafuso canulado, é um procedimento radiográfico, e a colocação do material de síntese no interior do osso é fundamental no tratamento e no prognóstico dessa afecção. TRATAMENTO Nos escorregamentos graus 2 e 3 pode-se indicar a fixação in situ associada à ressecção da gibosidade (queilectomia), o que permite maior amplitude de movimentos. TRATAMENTO Em pacientes com impossibilidade de visão adequada da articulação (obesos e deslizamentos graves) é indicado a epifisiodese aberta com enxertia óssea autóloga e ressecção da “giba”. TRATAMENTO Na forma aguda, a literatura não mostra como proceder, mas parece razoável inicialmente uma tração por 24 a 48 horas, sem puncionar a articulação, seguida de fixação interna com único parafuso canulado. COMPLICAÇÕES Necrose avascular da cabeça femoral; Condrólise. NECROSE AVASCULAR DA CABEÇA FEMORAL A ocorrência de necrose avascular não é relatada nos casos crônicos, antes de ser instituído o tratamento, podendo ser considerado uma iatrogenia; A fixação do pino no pólo postero-superior, onde ocorre um déficit circulatório, deve ser evitada; Manobras intempestivas na tentativa de reduzir também podem gerar necrose e por isso são proscritas. ESCLEROSE INICIAL DA EPÍFISE FEMORAL, SUGERINDO NECROSE AVASCULAR INICIAL DA MESMA. NECROSE AVASCULAR DA CABEÇA FEMORAL Alguns autores consideram que a lesão vascular esteja relacionada com o escorregamento da placa inicial; Na epifisiólise aguda, em que o paciente não consegue caminhar, a incidência de necrose avascular é de 47% . NECROSE AVASCULAR DA CABEÇA FEMORAL No tratamento o objetivo é manter a mobilidade articular e retirar o apoio sobre o membro acometido; Na maioria das vezes, o resultado é uma articulação em dobradiça, em que o quadril somente flexiona e estende e é indolor. CONDRÓLISE A razão para a necrose da cartilagem hialina ainda é desconhecida; A doença se inicia com uma sinovite intensa, tem curso rápido, tornando a cápsula espessa, substituindo a sinovial por tecido fibroso e levando ao desaparecimento da cartilagem. PINÇAMENTO ARTICULAR DO QUADRIL DIREITO CONDRÓLISE Os pacientes queixam-se de dor e limitação funcional da articulação, acompanhados de claudicação e atitude viciosa em semiflexão, abdução e rotação externa; Na radiografia ocorre pinçamento articular. CONDRÓLISE O tratamento deve ser instituído com antiinflamatórios, tração, fisioterapia com mobilidade passiva, hidroterapia e proibição de apoiar-se sobre o membro. FIXAÇÃO PROFILÁTICA DO QUADRIL CONTRALATERAL É bastante discutida; Sempre em alterações endócrinas e metabólicas; Meninas; Raça negra; Meninas abaixo dos 12 anos e meninos, abaixo dos 14 anos. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Sinovite transitória; Necrose avascular idiopática transitória; Osteocondrite dissecante da cabeça do fêmur; Condrólise idiopática; Artrite reumatoide juvenil;Artrite séptica.
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