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Gestão Atuarial Aula 01: Aspectos Conceituais e Históricos da Ciência Atuarial. Análise do papel do atuário e suas possíveis áreas de atuação Introdução Estamos iniciando a disciplina de Legislação e Gestão Atuarial, para isto, nesta aula você irá realizar o seu primeiro contato com a disciplina, assim sendo, primeiramente, vamos falar sobre o que é a Ciência Atuarial, como ela evoluiu e seus princípios. Nesta aula, você irá reconhecer como foi a evolução da atuária no Brasil, o papel do atuário e as suas áreas de atuação. Você irá compreender o quanto esta ciência está relacionada com o seu cotidiano e com o seu curso. De antemão, antecipamos que ter conhecimentos na área de atuária é um diferencial na sua carreira profissional! Objetivos Reconhecer o conceito de ciência atuarial, sua origem e evolução no mundo e no Brasil; Identificar os Princípios das Ciências Atuariais; Compreender as funções de um atuário e suas possíveis áreas de atuação. Créditos Aderbal Torres Revisor Luciane Pery Designer Instrucional Rafael Moraes Web Designer Rostan Silva Programador INTRO OBJETIVOS CRÉDITOS IMPRIMIR Ciências Atuariais: origem e evolução da atuária A atuária é a ciência que se preocupa com a identificação, medição e gerenciamento de riscos e divide-se nos ramos vida e não vida. Iremos considerar, nesta disciplina, o termo risco como a possibilidade de perda ou dano. Ao finalizar esta aula você perceberá o quanto a atuária está envolvida em nosso cotidiano, das entidades e de um país. Para iniciar nossos estudos sobre a Ciência Atuarial e compreendermos melhor a sua relevância é oportuno entender sua origem e evolução. Em se tratando de origem, Souza (2007), afirma que a Ciência Atuarial teve seu marco embrionário na Roma antiga, época do Império Romano, pois, neste período, os romanos já se preocupavam em registrar os nascimentos e as mortes em algumas regiões dos seus domínios. Na Roma antiga, Ulpianus elaborou a primeira tábua de mortalidade, com dados originados das contribuições para o enterro, em que os jovens pagavam a mesma quantia que os velhos. (GARCIA, 2016) Muitos séculos foram decorridos, até que se firmasse a Matemática Financeira e, posteriormente, a Matemática Estatística que são elementos essenciais à Ciência Atuarial. Garcia (2016) cita que os estudos que levam à Ciência Atuarial vêm de 1657, quando o filósofo e matemático francês Blaise Pascal (1623-1662) dedicou-se ao estudo dos problemas das chances e deu base à matéria das Probabilidades. Procurado por jogadores a respeito das chances de se ganhar ou de se perder em uma disputa de jogo, Pascal determinou o princípio da relação do número de casos prováveis para o número de casos possíveis, assim definido: Exemplo Um dado tem 6 lados. Portanto, o número de casos possíveis é a quantidade máxima que se pode tirar em um lançamento do dado. Qual a probabilidade de se jogar um dado e sair o número 2? A probabilidade de sair o número 2 vai ser determinada pela divisão pelo caso provável (2), pelo caso possível (6 [lados]). Como o dado será jogado apenas uma vez, o caso possível de sair o 4 é de apenas uma vez. Então, a probabilidade de se tirar o número 2, em um lançamento de dado, será a divisão de 1 sobre 6, que dá 0,17, ou, 17%. Podemos também fazer o inverso. Qual a chance de se tirar outro número em um dado, que não seja o número 2? Será a divisão de 5 sobre 6. Portanto, a chance de não se tirar o número 2 é de 83%. Os cálculos atuariais são auxiliados por Tábuas de Mortalidade, onde consta todo o comportamento de uma população estudada. (GARCIA, 2016) John Graunt (1620-1674) um comerciante inglês, foi o primeiro a projetar um exemplo de aplicação do método estatístico em 1662, um passo enorme para o seguro de vida! John Graunt também foi o cientista a tentar construir a primeira tábua de mortalidade. Ao longo de sua vida, ele esforçou-se para a obtenção de dados referentes à mortalidade de pessoas, mas faleceu sem concluir seu trabalho. (GARCIA, 2016) Edmond Halley (1656-1742), astrônomo que descobriu o cometa que leva seu nome, construiu a primeira Tábua de Sobrevivência chamada Breslaw Table, em 1693, mostrando como as estatísticas podiam ser usadas para calcular o valor das anuidades vitalícias. Halley conseguiu finalizar a Tábua quando identificou qual foi o problema. que Graunt teve, após não conseguir finalizar seu trabalho. Graunt tentou construir uma Tábua de Mortalidade, em Londres, cidade que era a hegemonia econômica na época. Sua localização portuária contribuía e muito para a imigração, mudando todo o perfil da população estudada Com isso, Halley escolheu uma cidadezinha chamada Breslaw, na Polônia, localizada bem ao centro da Europa e, portanto, sem grandes impactos na alteração de sua população (GARCIA, 2016). O nascimento oficial da Ciência Atuarial é datado em 1762, com a criação da Equitable Society, em Londres, lançando a pedra fundamental do Seguro de Vida Moderno, comercializando planos com tarifas de prêmios nivelados com prazos de contrato de longa duração. (GARCIA, 2016); (SOUZA, 2007) O nome atuário surgiu com a fundação dessa companhia inglesa, assim, a palavra começou a ser difundida para descrever todos os que eram peritos em problemas envolvendo probabilidades de vida. A Matemática atuarial também nasceu com criação da Equitable Society, como uma matemática aplicada. A intenção era criar uma nova forma de se calcular o valor das rendas, visto que ela veio de uma crise financeira provocada pelo insucesso das operações deficitárias das rendas vitalícias. Segundo Souza (2007), em uma linguagem bastante simplista, poderíamos dizer que os cálculos atuariais combinam os princípios da Estatística com a Matemática Financeira. Entenda o que são Tábuas de Mortalidade ou Biométricas Souza (2007) conceitua as Tábuas de Mortalidade (ou Tábuas Biométricas) como aquelas que calculam a probabilidade de morte de uma população a cada idade. Essas tábuas são instrumentos essenciais para os seguros de vida e os planos de previdência. Probabilidade de uma criança não completar 1 ano As seguradoras operantes, no Brasil, para precificar os seguros de vida e os seus planos de previdência, utilizavam a série de tábuas Annuity Table (AT) e outras similares, que são referenciadas na expectativa de vida dos norte-americanos. (OLIVEIRA et al, 2010) Existem mais de 80 Tábuas de Mortalidade de vários países, como a AT (Annuity Table) dos EUA, as CSO provindas da Alemanha, a GKM provinda da Inglaterra etc. Entre as tábuas AT, as existentes são: AT 49, AT-55, AT-71, AT-83, a AT-2000 e AT 2010. A numeração indica o ano em que essa tábua foi elaborada e, após um determinado tempo, essas tábuas são atualizadas, para acompanhar a expectativa de vida da população. A expectativa de vida em 1949 era menor do que em 2000, devido à evolução da Medicina e às condições de segurança e sanitárias. (SOUZA, 2007) Exemplo A expectativa de vida de uma pessoa com 60 anos de idade, na Tábua AT 49, é de viver até os 78,5 anos de idade; na Tábua AT 83, é de viver até os 82,6 anos de idade e, na Tábua AT 2000, é de viver até os 84,6 anos de idade. (SOUZA, 2007) O aumento da expectativa de vida de uma pessoa representa um tempo maior dessa pessoa recebendo benefício, assim que ela se aposentar. Com isso, essa pessoa precisa contribuir por mais tempo ou com um valor maior, para manter o equilíbrio financeiro e atuarial. Nos Estados Unidos, a quantidade de pessoas que tinha 100 anos de idade, em 1940, era de 4 mil. Em 1997, o número passou de 61.000. Conforme Oliveira et al (2012), a tábua, denominada Experiência do Mercado Segurador Brasileiro, BR-EMS, consiste em quatro variantes abrangendo as coberturas de sobrevivência e mortalidade, masculina e feminina. As variantes foram denominadas BR-EMSsb-v.2010-m, BR-EMSsb-v.2010-f, BR-EMSmtv.2010-m e BR-EMSmt-v.2010-f, onde sb denota a cobertura de sobrevivência, mt mortalidade, m masculino e f feminino. A Susep adotou as tábuas BR-EMS como padrão (standard)para o mercado segurador brasileiro. (Circular Susep nº 402 de 18.03.2010) Estas tábuas foram atualizadas em 2015. Definição de Ciências Atuariais A Ciência Atuarial aplica técnicas específicas a análises de riscos, definindo valores de prêmio para o pagamento de indenização de patrimônios ou custeamento de serviços, que possam causar prejuízos econômicos no futuro, mesclando métodos de Matemática, Economia e principalmente Estatística. É uma ciência importantíssima na precificação (dar preço) de planos de seguro, saúde, previdência e capitalização. (GARCIA, 2016) Segundo Hurtado (2014), a Ciência Atuarial pode ser aplicada se: A perda ou o dano pode ser economicamente dimensionado. Possibilidade pode ser medida ou estimada por um modelo probabilístico. Aquele sob risco deseja evitar, mitigar ou reduzir o risco. Os princípios das Ciências Atuariais O primeiro é o princípio do mutualismo, que seria a repartição de um dano entre um grupo de indivíduos. Segundo Henon, citado por Brasil (1985, p. 174), é mais fácil suportar coletivamente as consequências danosas de acontecimentos individuais do que deixar o indivíduo só e isolado, às voltas com tais consequências. O segundo e mais importante é o princípio básico das Ciências Atuariais que é manter o equilíbrio financeiro e atuarial de um plano que envolva risco. Vejamos... O equilíbrio financeiro e atuarial é o equilíbrio entre receitas e despesas, ou seja, todo dinheiro que uma companhia de seguros ou uma entidade de previdência pode gastar com benefícios, precisa ser igual a todo o dinheiro que ela vai arrecadar de contribuição. Em seguros, o equilibro financeiro e atuarial seria, o valor do prêmio que o segurado paga, igual ao valor do sinistro que ele pode acarretar. Nas instituições em que o atuário pode atuar, o equilíbrio financeiro e atuarial consiste em: PREVIDÊNCIA- CONTRIBUIÇÕES = BENEFÍCIOS SEGURO - PRÊMIO = SINISTRO PLANO DE SAÚDE - MENSALIDADE = DESPESA MÉDICO-HOSPITALAR CAPITALIZAÇÃO - CONTRIBUIÇÕES = SORTEIO Os princípios presentes nas atividades atuariais de acordo com o Comitê de Pronunciamentos Atuariais Segundo os preceitos técnicos presentes, nas atividades atuariais, são estes os princípios que devem nortear a sua atuação profissional: DO RISCO É o evento ou a condição incerta, cuja ocorrência se dá em qualquer momento futuro, independentemente de vontade das partes, que causa consequências financeiras. A incerteza é condição necessária, porém não suficiente para a avaliação do risco. Logo, todo o objeto ou serviço, tais como: coisa, pessoa, bem, responsabilidade, obrigação, garantia ou direito, estão sujeitos a um fato futuro e incerto, ou de data incerta, sendo que a principal atividade do atuário é analisar e quantificar esses riscos. DA ALEATORIEDADE A possibilidade de algo ocorrer ou não é um dos elementos essenciais da Ciência Atuarial. A noção de aleatoriedade baseia-se na experiência dos jogos de azar. Esse termo é utilizado para exprimir quebra de ordem, propósito ou imprevisibilidade. A natureza aleatória do contrato advém de sua própria função econômico-social, cujo risco dos envolvidos dependerá de fatos futuros e incertos, os quais devem independer da vontade das partes. DO MUTUALISMO Princípio fundamental que constitui a base de toda operação de seguro. O mutualismo na atividade atuarial nasce da convergência de duas virtudes cardeais da humanidade: boa fé e solidariedade. A credibilidade da palavra do segurado, ao declarar suas condições pessoais na contratação e/ou adesão, e do segurador, ao prometer proteção, é pilar essencial para a atividade de seguro, haja vista que as partes repartem entre si o preço da proteção ao patrimônio, às rendas, à vida ou à saúde, em face da imprevisibilidade do risco. O mutualismo, por conceito, é a associação entre membros de um grupo no qual suas contribuições são utilizadas para propor e garantir benefícios aos seus participantes, portanto está relacionado à união de esforços de muitos em favor aleatório de alguns elementos do grupo. DA LEI DOS GRANDES NÚMEROS Princípio geral das ciências de observação, segundo o qual a frequência de determinados acontecimentos tende a se estabilizar cada vez mais, a partir de certo número de observações e à medida que aumenta o número de casos análogos observados, aproximando-se dos valores esperados pela teoria das probabilidades. O número de observações necessárias será maior nos casos de eventos com baixa probabilidade de ocorrência, como também no caso de eventos de alta probabilidade de ocorrência. A Lei dos Grandes Números existe em duas versões que tratam de convergências de tipos distintos: a Lei Fraca e a Lei Forte. A primeira aborda uma convergência em probabilidade e a segunda em uma convergência quase certa. DA EQUIPROBABILIDADE Indica que os acontecimentos têm a mesma probabilidade quando não há razão para se presumir que um deles deva acontecer preferencialmente ao outro, isto é, quando se trata das mesmas características. DA CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS Consiste no agrupamento referente ao objeto do seguro, sob o aspecto físico ou moral, no qual o risco deverá ser incluído com o propósito de tarifação pelo atuário. Está relacionado com o princípio da equiprobabilidade, o qual corresponde à característica de similaridade que um conjunto de riscos apresenta, relacionada ao tipo, à natureza, ao valor ou ao objeto a ser segurado. DA MENSURAÇÃO DO RISCO Consiste na aplicação da teoria das probabilidades e/ou outras técnicas disponíveis, pela qual o atuário vai prever e mensurar os indicadores de ocorrência de eventos, segundo o nível observado de exposição ao risco, o qual refere-se a quaisquer objetos, pessoas ou interesses seguráveis, diante da maior ou menor possibilidade de materialização futura do mesmo. DA ADMINISTRAÇÃO E GERENCIAMENTO DO RISCO Conjunto de técnicas que tem por objetivo atingir o correto dimensionamento dos riscos, sob a ótica atuarial, definindo o tipo de tratamento a ser aplicado com vistas à sua mitigação, assegurando padrões de segurança econômico-financeira, com fins específicos de preservar a liquidez, a solvência e o equilíbrio do segurador. Trata-se do processo de formular metodologias que permitam ao atuário medir, de forma mais apurada, o valor médio esperado e sua variância ou sua distribuição de probabilidade, bem como de gerir o risco de determinados acontecimentos de uma carteira. Tal processo deve passar por algumas etapas, como: • identificar o risco, • avaliá-lo, • selecionar a técnica mais adequada para administrá-lo, • implementar a ação de sua gestão e • manter a permanente revisão do mesmo. A adequação das decisões ligadas à administração do risco, pelo atuário, deve ser julgada à luz dos dados e das informações disponíveis na ocasião em que serviram de base para a tomada de decisão. DA PULVERIZAÇÃO DO RISCO É reflexo do gerenciamento do risco pelo atuário, ligado à política de subscrição, onde parte deste risco é repassada a terceiros, nas modalidades de resseguro, cosseguro e outras técnicas legalmente disponíveis, tendo como principais objetivos a sua mitigação e o princípio da prudência sob a ótica atuarial. DA PRESERVAÇÃO DO PODER AQUISITIVO NO TEMPO (VALOR MONETÁRIO) Determina a observação dos efeitos da oscilação natural do poder aquisitivo da moeda vinculada a planos, provisões ou outros itens do trabalho do atuário, de cujos reflexos devem ser aplicados ou reconhecidos nos respectivos cálculos, avaliações, pareceres e/ou análises técnicas atinentes, observado o princípio da materialidade e relevância. DOS PARÂMETROS REALISTAS É o uso de variáveis estatísticas, atuariais, demográficas, financeiras e econômicas que possam influenciar no resultado do trabalho elaborado pelo atuário, tais como: tábuas biométricas, estudos estatísticos, probabilidades, taxas de juros e de desconto dentre outros. Os parâmetros realistas são aqueles que não representam excesso de conservadorismo ou de otimismo, levando-se em consideração a probabilidadeda ocorrência de oscilações destes parâmetros, cujos reflexos possam agravar os riscos futuros e comprometerem a solvência. DA SOLVÊNCIA E CONTINUIDADE DAS OPERAÇÕES Pressupõe a continuidade da operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos resultados e análises atuariais devem levar em conta esta circunstância, primando pela liquidez e solvência, atinente aos aspectos técnicos. DA PRUDÊNCIA Pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício da interpretação técnica necessária ao processo de mensuração do risco pelo atuário, no sentido de preservar a capacidade de solvência ou buscar o equilíbrio dos compromissos futuros. DA CONSISTÊNCIA O atuário, antes da elaboração do estudo a que se propõe, deve verificar a coerência da metodologia aplicada e a consistência dos dados, informações e parâmetros que lhe forem fornecidos pelo interessado responsável pela informação. DA COMPETÊNCIA DO RISCO Prevê que o atuário observe em suas análises e demais inferências atuariais, que os efeitos das transações e de outros eventos relacionados, sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento (receita) ou pagamento (despesa), observado o Princípio da Materialidade e Relevância. DA MATERIALIDADE E RELEVÂNCIA O atuário deve elaborar seu trabalho com base na materialidade dos valores envolvidos, cujos parâmetros e os indicadores devem ser por ele mensurados, observando-se os demais princípios atuariais em vigor, assim como a relevância dos valores envolvidos frente ao volume de provisões técnicas, indicadores de liquidez e de solvência ou outros valores que o atuário possa observar no contexto técnico, econômico e financeiro envolvido. DA SEGREGAÇÃO PATRIMONIAL Pressupõe que o atuário proceda a seu trabalho com base na identificação, na avaliação e na segregação entre o patrimônio dos planos ou carteiras, em relação ao respectivo equilíbrio atuarial. O atuário Segundo Ramos (2003), a palavra atuário vem do latim actuarius e significa o senhor das atas. Na época do Império Romano, era o atuário o escriba responsável por construir as atas do Senado. Garcia (2016) discorre que a função do atuário era: • Preparar os discursos pronunciados no Senado e o responsável em registrar os atos do mesmo; • Fazer a contabilidade de todas as mercadorias que entravam e saíam do Império de Roma; • Fazer o cálculo do montante das colheitas e o recolhimento dos impostos; • Cronista dos feitos de guerra; • Tabelião (notário público que reconhece assinatura, faz escritura e outros documentos); • Agrimensor (especialista em medição de terras). Antes que fossem estabelecidos os fundamentos científicos da atuária, tiveram início operações de seguros de vida e incêndio, porém, por falta de técnicas, eram tão fragilizadas, a ponto de ser comum a falência das empresas em pouco tempo de atuação. Já entre os séculos XVI e XVII, os ingleses mencionavam o atuário como um funcionário da contabilidade encarregado de efetuar os cálculos financeiros. Esses problemas enfrentados pelas companhias de seguro passaram a interessar matemáticos que dedicaram ao estudo e à compilação de óbitos e da ocorrência de doenças. Estes matemáticos foram chamados então de atuários. (RAMOS, 2003, p. 7) A partir daí, circunstâncias naturais fizeram com que o termo atuário fosse fixado como uma das profissões dentro das atividades do seguro de vida. Atualmente, com um amplo campo de trabalho, o atuário é considerado uma profissão de futuro, onde suas especialidades são as mais diversas. Na literatura, é comum definir o atuário como o profissional academicamente capacitado para solucionar, definir e analisar negócios complexos e problemas sociais. Compete a ele, elaborar planos técnicos e avaliar as reservas matemáticas das empresas privadas de seguros, de planos de saúde, de capitalização, das instituições de previdência social e privada, das associações ou caixas mutuarias de pecúlios ou sorteios e dos órgãos oficiais de seguros e resseguros. Somente o atuário pode assinar, como responsável técnico, os balanços dessas mesmas empresas quando publicados. (GARCIA, 2016) Para a BeAnActuary (2016, online), um atuário aplica modelos matemáticos a problemas de seguros e finanças. Para ser mais específico, os atuários melhoram os processos de tomada de decisão financeira, por meio do desenvolvimento de modelos que avaliam impactos financeiros decorrentes de eventos futuros e incertos. É o atuário o responsável, também, em determinar e tarifar os prêmios de seguros, de capitalização, podendo, estender alguns casos especiais e pela análise atuarial dos lucros dos seguros e da maneira que serão distribuídos entre os segurados e os portadores de títulos de capitalização. (SOUZA, 2007) Ainda, é o responsável pelas perícias e emissão de pareceres sobre auditoria e perícias técnicas atuariais envolvendo assuntos de sua exclusiva competência. Neste sentido, dois documentos destacam-se: A avaliação atuarial, onde são estudados os aspectos quantitativos e qualitativos relativos ao ativo e ao passivo do plano. O parecer atuarial, no qual o atuário aprova ou não a situação de solvência econômico-financeira da entidade, identifica as falhas encontradas e os motivos que as originaram e propõe soluções para as mesmas. (GARCIA, 2016) É obrigatória a consultoria do atuário em áreas como: direção, gerência, administração, fiscalização, orientação e elaboração das atividades e normas técnicas e ordens de serviço de algumas empresas de ramos de seguro, financiamento e capitalização, das instituições de previdência social e privada e de outros órgãos oficiais de seguros, resseguros, planos de saúde e investimentos. Essas atribuições são regulamentadas pelo art. 5º do Projeto de Lei n.º 602/99. Mas, o que é um atuário? Segundo o art. 1º, do Decreto-Lei nº 806 de 1.969, o atuário é o técnico especializado em matemática superior que atua, de modo geral, no mercado econômico-financeiro, promovendo pesquisas e estabelecendo planos e políticas de investimentos e amortizações e, em seguro privado e social, calculando probabilidades de eventos, avaliando riscos e fixando prêmios, indenizações, benefícios e reservas matemáticas. Segundo Souza (2007, p.132), entre as áreas de conhecimento importantes para a formação do atuário, estão, Estatística, Informática, Demografia, Contabilidade, Economia, Administração e Direito. O atuário no Brasil A profissão atuarial teve início no século passado, cujo primeiro expoente foi o brasileiro Antônio Felix de Faria Albernaz (1866-1954), engenheiro e inspetor de seguros, que muito batalhou para o desenvolvimento da técnica atuarial, da Ciência Atuarial, da profissão de atuário, da formação de atuários e da criação de uma instituição científica atuarial em nosso país. A regulamentação desta profissão só foi possível após a criação do Instituto Brasileiro de Atuária (IBA), fundado em 1944, na cidade do Rio de Janeiro. Ela tem por objetivos o incentivo à pesquisa, o desenvolvimento e o aperfeiçoamento da ciência e da tecnologia dos diversos fatos econômicos, financeiros e biométricos. Até 1953, a profissão de atuário era exercida, em sua grande maioria, por contabilistas, que possuíam autorização do IBA para exercer a função. No mesmo ano, criaram-se Faculdades de Ciências Atuariais no Rio de Janeiro e em Porto Alegre. Em 1970, o profissional atuário é regulamentando de acordo com o Decreto n.º 66.408, de 03 de abril de 1970. Art. 3º - A profissão de Atuário será exercida: I . Nas entidades que se ocupem de atividades próprias do campo da atuária, em repartições federais, estaduais ou municipais, entidades estatais, sociedades de economia mista ou sociedade de refinanciamentos, de desenvolvimento ou investimentos e de associações ou caixas mutuarias de pecúlios. II . Nas entidades públicas, privadas ou mistas, cujas atividades, não se relacionando com as de que trata o item anterior, envolvam questões do campo de conhecimento atuarial profissional, relativosa levantamentos e trabalhos atuariais. III . Nas faculdades de ensino superior oficial ou reconhecidas que mantenham cadeiras de atuária ou matérias afins. Campo de atuação dos atuários Basicamente, o atuário atua em: Companhias de seguros. Planos de saúde. Entidades de previdência aberta com e sem fins lucrativos. Fundos de pensões. Instituições de previdência social (RPPS). Instituições financeiras. Empresas de capitalização. Órgãos oficiais de previdência (municipal, estadual e federal). Órgãos de fiscalização. Perícia técnica-atuarial, atuando em processos judiciais que envolvem o cálculo atuarial. Auditoria atuarial. Por que estudar atuária no curso de Ciências Contábeis? MOTIVO 1: EXIGÊNCIA CURRICULAR Atualmente, no Brasil, o ensino superior em Ciências Contábeis está submetido à Resolução CNE/CES nº 10/2004, que estabelece as diretrizes curriculares, determinando que os cursos de graduação deverão contemplar conteúdos que revelem o conhecimento do cenário econômico e financeiro, nacional e internacional, incluindo as noções em atividades atuariais. MOTIVO 2: DIFERENCIAL DO MERCADO Conhecimento atuarial para um contador é um diferencial, visto o rápido crescimento dos mercados de seguros e de previdência, bem como a possibilidade de uma carreira promissora nestas áreas. Como por exemplo, no âmbito dos fundos de pensão vem se sobressaindo desde a última década no Brasil, e que profissionais de áreas correlatadas à atuária, como é o caso da Contabilidade, precisam deter alguns conhecimentos específicos de atuária para que possam atuar neste mercado, isto porque os conhecimentos gerais desta área são insuficientes para atuação neste segmento tão cheio de peculiaridades. Exercícios Questão 1: As tábuas de mortalidade constituem ferramentas essenciais na determinação de hipóteses demográficas em uma avaliação atuarial de previdência. A primeira tábua de mortalidade foi elaborada pelos: a) Romanos c) Gregos d) Fenícios e) Egípcios Corrigir Questão 2: Analise as afirmativas como verdadeiras ou falsas: I. Refere-se ao campo de atuação do profissional de Ciências Atuariais: seguradoras, operadores de plano de saúde, entidades de previdência privada, instituições de previdência social, fundos de pensões e em produtos de capitalização. II. As tábuas de mortalidade são instrumentos fundamentais para a ciência atuarial, visto que servem de base para precificar os seguros de vida e os planos de previdência. III. A gestão atuarial possui um campo de aplicação limitado a seguradoras, previdência e planos de saúde, sendo fundamental para gestão de riscos de perda. IV. O atuário necessita de conhecimentos contábeis e o contador necessita de conhecimentos da Ciência Atuarial. V. O contador já assumiu o papel do atuário nas entidades, contudo o CFC proibiu a atuação do contador nesta área.Estão corretas: a) Todas as alternativas. b) Nenhuma alternativa. c) Somente I e II. d) I, II, III e IV. e) I, II e III Corrigir Questão 3: Podemos afirmar que a Ciência Atuarial está relacionada com, EXCETO: a) Matemática Financeira e Matemática Estatística. b) Estudo de probabilidades. c) Ramos de vida e não vida. d) Gestão de riscos. e) Desequilíbrio financeiro. Corrigir Questão 4: São considerados princípios da Ciência Atuarial: a) Insolvência e descontinuidade de operações. b) Eventos certos e equilíbrio Financeiro. c) Mutualismo e equilíbrio financeiro e atuarial. d) Concentração de riscos e mutualismo. e) Descontinuidade de operações e mutualismo. Corrigir Questão 5: A consultoria do atuário em áreas como: direção, gerência, administração, fiscalização, orientação e elaboração das atividades e normas técnicas e ordens de serviço de algumas empresas de ramos de seguro, financiamento e capitalização, das instituições de previdência social e privada e de outros órgãos oficiais de seguros, resseguros, planos de saúde e investimentos, é: a) Facultativa em todas as situações citadas. b) Obrigatória em todas as situações citadas. c) Parcialmente obrigatória. d) Obrigatória somente para previdência social e privada. e) Facultativa em caso de seguros. Corrigir Referências desta aula Próximos passos Explore + Referências desta aula BEANACTUARY. http://www.beanactuary.org/ GARCIA, Igor França. Apostila Ciências Atuariais. 2016. Disponível em: http://www.atuarialconsultoria.com.br/2012/11/igor-garcia-da-atuarial-consultoria.html. Acesso em 31 ago. 2017. IBA. Instituto Brasileiro de Atuária. Disponível em: www.atuarios.org.br. Acesso em 31 ago. 2017. OLIVEIRA, Mario et al. Tábuas biométricas de mortalidade e sobrevivência: experiência do mercado segurador brasileiro 2010. Rio Janeiro: Funenseg, 2012. SOUZA, Silney de. Seguros, contabilidade, atuária e auditoria. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. Próximos passos Características do seguro e da previdência; Princípios consagrados, no Brasil, da Previdência Social. Explore + Sugestões de pesquisas e visitas a sítios: A partir da leitura do artigo: Análise do conhecimento das Ciências Atuariais: uma pesquisa empírica nos cursos de Ciências Contábeis das instituições de ensino superior nas capitais do Nordeste rasileiro. Autoria: Márcio Costa, Ducineli Régis Botelho de Aquino. Disponível em http://www.anpad.org.br/admin/pdf/enanpad2005-epqb-2039.pdf. acesso em 31 ago. 2017. Reflita: • Em que tipos de entidades podemos aplicar os conhecimentos advindos da Ciência Atuarial? • Qual a relação entre os cursos de Ciências Atuariais e Ciências Contábeis? • Por que o contador deve ter conhecimentos na área de Ciência Atuarial? • Por que as instituições de ensino superior, que possuem o curso de Ciências Contábeis, devem inserir na estrutura curricular do curso disciplinas que envolvem conhecimentos da área de ciências atuárias? Artigo da KPMG sobre desempenho dos seguros no Brasil. disponível em: https://www.kpmg.com/BR/PT/Estudos_Analises/artigosepublicacoes/Documents/pesquisa-seguros-2014.pdf. Gestão atuarial / Aula 2 - Seguro e Previdência: Origem e evolução no Brasil e no mundo Introdução Após entender que a Ciência Atuarial envolve a gestão de riscos, o próximo passo é estudar alguns aspectos conceituais sobre origem e evolução do seguro e da previdência. Nesta aula, estudaremos também os princípios consagrados no Brasil da Previdência Social. Esperamos que, após as questões evolutivas, você possa compreender os motivos que justificam a Reforma da Previdência Social. Tenha um ótimo aproveitamento e não se esqueça de ler os artigos e assistir aos vídeos sugeridos! Objetivos Analisar seguro, apresentando sua origem e evolução no Brasil e no mundo; Analisar previdência, apresentando sua origem e evolução no Brasil e no mundo; Reconhecer os princípios consagrados no Brasil da Previdência Social. Créditos Aderbal Torres Redator Luciane Pery Designer Instrucional Roberta Meireles Web Designer Rostan Silva Programador INTRO OBJETIVOS CRÉDITOS IMPRIMIR Origem e Evolução do Seguro Fonte: Africa Studio / Shutterstock Desde os primórdios, os seres humanos viveram em sociedade. De uma forma ou de outra, sempre dependeram uns dos outros, seja no âmbito tribal, familiar ou de consumo. Com essa visão de coletividade, para a segurança de si mesmo e dos seus, o homem sentiu a necessidade de um sistema o protegesse contra infortúnios da vida. Eventos que viessem a privá-lo dos seus meios de subsistência ou que causassem prejuízo de ordem econômica. Com essa preocupação, nasceu o sistema de Seguros e Previdência. Pensando no conceito, vamos verificar a situação abaixo: Carlos Augusto, possui um seguro que garante ao beneficiário cobertura em casos de danos, bem como, pequenos reparos ao seu imóvel. Houve um alagamento em sua residência, provavelmente decorrente da tubulação muito antiga de sua casa, e ele, acionou o seguro. Pergunta-se: Carlos agiu corretamente abrindo sinistro para resolver esse tipo de problema? Corrigir Sobre o conceito de seguro, Silva (1999, p. 21) lecionaque: […] seguro é um plano social que combina risco de muitos indivíduos dentro de um grupo, atuarialmente prevê perdas e usa os fundos das contribuições dos membros dos grupos para efetuar o pagamento das indenizações, quando são devidas nas condições e termos de contrato. Nesse contexto, a International Association of Insurance Supervisors - (Associação Internacional de Supervisores de Seguros — IAIS — 2008) estabelece, como princípio de seguros, a obrigatoriedade da seguradora fornecer as necessárias informações acerca dos riscos inerentes àquela atividade: [...] a autoridade supervisora deve requerer que as seguradoras divulguem informações relevantes em tempo hábil para dar às partes interessadas uma visão clara sobre suas atividades de negócios exposição financeira, de forma a facilitar a compreensão dos riscos aos quais estão expostos. O mercado de produtos financeiros está cada vez mais globalizado e se torna indispensável a elevação padrão de informações contábeis ao padrão internacional. A origem do seguro ainda é bastante controvertida. Existem duas correntes que divergem sobre isso: a corrente histórica e a corrente técnica. Origem do seguro: Corrente Histórica x Corrente Técnica A corrente histórica, defende que a origem do seguro remota há antiguidade nos anos antes de Cristo de maneira rudimentar e de caráter mutualístico. (GARCIA, 2016) Segundo Garcia (2016), na Babilônia, por volta de 2.250 a.C. existiam caravanas de nômades que atravessavam o Oriente Médio até a Ásia em busca de especiarias. Durante a expedição, era muito comum que alguns dos nômades perdessem seus camelos durante o trajeto, sendo eles por morte devido às condições terrestres e climáticas e até mesmo por roubos durante o acampamento dessas caravanas. Já o Estado criou a primeira proteção de seguro em 1.700 a.C. instituindo, de forma embrionária, o Código de Hamurabi. Segundo Brasil (1985, p. 172), grupos de navegantes convencionavam entre si, que se um deles perdesse a embarcação, seria construída outra e entregue ao proprietário. Ficava acordado também que se a perda da embarcação decorresse de viagem a locais distantes e ignotos (desconhecidos, inexplorados), seria cessado o acordo entre o grupo. Era declarado que a embarcação desaparecera por culpa do dono. Era a culpa anulando o acordo. Clique aqui para se aprofundar um pouco mais nessa questão da origem do seguro. Seguro no Brasil Em 1808, teve início o mercado de seguros no Brasil por meio da abertura dos portos ao comércio internacional, sendo a “Companhias de Seguros BOA-FÉ” a primeira a funcionar no país, datada de 24 de fevereiro de 1808, a operar o seguro marítimo. Com a promulgação da Lei n° 556, de 1850 (Código Comercial Brasileiro), surgiram inúmeras seguradoras, passando a operar não só com o seguro marítimo, mas também com o terrestre e o de vida. 1808 Em 1855, era fundada a “Companhia Tranquilidade”, especializada em seguro de escravos, com a qual o dono era ressarcido financeiramente, caso houvesse a mortalidade dos seus escravos. A vigência desse seguro era de um ano e a indenização só era paga, caso o escravo tivesse entre 10 e 60 anos de idade, se fosse vacinado e as apólices excluíam a cobertura da morte, se fosse consequência de maus tratos. (GARCIA, 2016) Na metade do século XIX, após um processo de industrialização e urbanização devido à cultura cafeeira, passa-se a ter uma expansão do mercado segurador brasileiro despertando o interesse das seguradoras estrangeiras. 1855 Em 1860, tornou-se obrigatória, no Brasil, a apresentação de balanço e o pedido de autorização para funcionamento de companhias de seguro. Já em 1862, foi autorizada a primeira companhia estrangeira a operar no país, denominada de “Garantia da Cidade do Porto”, seguradora portuguesa. (BORELLI e MONTI, 2013) 1860 Em 1932, surge o primeiro sindicato dos corretores de seguros no Rio de Janeiro. A profissão de corretor de seguros só foi regulamentada pela Lei n. 4.595 em 1964. 1932 Em 1939, é criado o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), tendo como proposta política, a proteção do mercado brasileiro contra a presença então maciça das companhias estrangeiras. (SOUZA, 2007) O resseguro nada mais é do que um seguro do seguro, onde uma seguradora repassa uma parte de um seguro para outra seguradora. Resseguro será assunto de aulas posteriores. 1939 Em 1951, é criada, no Rio de Janeiro, a Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (FENASEG). (SOUZA, 2007) 1951 Em 1966, por meio do Decreto-lei n° 73, de 21 de novembro de 1966, o governo militar cria o Sistema Nacional de Seguros Privados (SNSP) estabelecendo, posteriormente, o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) (com a incumbência de instituir normas e diretrizes para o ramo de seguros e previdência privada) e a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) (criada, com a função de controlar e fiscalizar os mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro). 1966 E, em 1971, é criada a Fundação Escola Nacional de Seguros (FUNENSEG), com o intuito de promover o aperfeiçoamento do mercado de seguros por meio do desenvolvimento e da disseminação de conhecimento e da capacitação de profissionais e habilitando corretores de seguros. 1971 Destaca-se, em 2007, a abertura do mercado brasileiro de resseguro, pela promulgação da Lei Complementar N° 126/07 e regulamentações posteriores, possibilitando a admissão de resseguradores estrangeiros a atuarem no país, após quase 60 anos de monopólio exercido pelo IRB-Brasil Re. 2007 De acordo com a Norma Internacional de Contabilidade — IFRS 4 — contrato de seguro é um contrato no qual uma parte (seguradora) aceita um risco de seguro significativo de outra parte (segurado), acordando compensá-lo no caso de um evento futuro incerto especificado (evento segurado) o afete adversamente. A popularidade do seguro decorre do fato que para os indivíduos é financeiramente mais vantajoso contratar um seguro do que constituir individualmente uma reserva monetária para ser usada no caso da ocorrência de um dano financeiro imprevisto. (CARNEIRO, 2012) A indústria de seguros, previdência complementar aberta e capitalização têm papel de destaque na economia nacional, pois sem ela, o desenvolvimento e a geração de renda não seriam possíveis na escala que temos atualmente. (TUDO SOBRE SEGUROS, 2014) Para estimar de forma indireta o impacto positivo do mercado segurador e previdência complementar aberta na atividade econômica, utiliza-se com frequência a razão premio/PIB. O prêmio, por sua vez, é o valor pago à seguradora pela assunção dos riscos cobertos. Os valores arrecadados com prêmios diretos no mercado de seguros, no Brasil, entre 2001 a 2015 passaram de aproximadamente R$24 bilhões de prêmios diretos em 2001 para R$184 bilhões em 2015, demonstrando um crescimento 662% no período em análise. Origem e Evolução da Previdência A previdência surge após a promulgação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão durante a Revolução Francesa, em 1789. A Declaração citava que era dever do Estado manter os meios de subsistência do cidadão, mesmo que ocorresse algum infortúnio ou devido à própria velhice. Com isso, o Estado passa a necessitar de meios de sistema de proteção para manter financeiramente seus cidadãos após um período laborativo. (GARCIA, 2016) Fonte: tynyuk / Shutterstock Em 1883, surgem na Alemanha, leis instituindo Auxílio-doença, Seguro Invalidez e Seguro Velhice. Estes benefícios visavam resolver casos de extrema miséria e de minimizar o sofrimento dos mutilados em guerra. No século XX, surge a primeira previdência estruturada, em 1917, no México. Em 1935, surge a previdência social, nos EUA, idealizada no Congresso do Social Security Actuaris. (GARCIA, 2016) Em 1945, após a Segunda Grande Guerra Mundial, inicia-se o desenvolvimento da previdência social em todo o mundo. As previdências sociais, em determinados países, sofrem devido sua composição demográfica, onde asua camada de pessoas jovens é praticamente igual à de pessoas mais velhas. Isso causa um impacto negativo com o aumento do número de benefícios. O primeiro sistema previdenciário formal, baseado em contribuições prévias como requisito obrigatório para se obter a condição de participante, surgiu na Alemanha ao fim do século XIX. (SCHWARZER, 2000) Na primeira metade do século XX, com a experiência da depressão econômica ocorrida entre as guerras mundiais, surgiram os modelos universalizantes — que contemplam benefícios para cidadãos sem exigência de contribuições prévias. (SANTOS, 2004) A partir da constatação de que necessidades e contingências individuais afetam a sociedade de maneira geral, se estabeleceu o conceito de seguridade social que é um conjunto de ações do poder público e da sociedade destinado a assegurar, ao cidadão e aos seus dependentes, o direito à saúde, à previdência e à assistência social. Previdência no Brasil A previdência surgiu, no Brasil, em 1554, como serviço de assistência social com a Criação da Santa Casa de Santos. (GARCIA, 2016) A primeira organização de previdência privada, o Montepio Geral dos Servidores do Estado (Mongeral), foi instituída em 1835 que se encontra em atividade até hoje. Em 1891, a Constituição estabeleceu a aposentadoria por invalidez, mas apenas para os servidores públicos. No século XX, o primeiro movimento de repercussão para criar a previdência social no país é datado em 1906. Operários da Companhia Paulista de Estradas de Ferro rebelaram-se contrários à empresa, que queria descontar 30% dos salários para formar o fundo previdenciário. Os operários queriam a contrapartida da empresa. Em 1923, por meio da Lei Eloy Chaves é introduzido o Regime Geral de Previdência Social, instituindo uma CAP (Caixa de Aposentadoria e Pensões), em cada empresa de estrada de ferro. (GARCIA, 2016) Após, surgiram instrumentos normativos infraconstitucionais importantes, tais como o Decreto nº 9.284/1911, criando a Caixa de Pensões dos Operários da Casa da Moeda, e o Decreto nº 3.274/1919, que regulou as obrigações resultantes dos acidentes no trabalho. Fonte: garagestock / Shutterstock As instituições previdenciárias organizaram-se a partir da década de 1920 por categorias profissionais segundo o modelo contributivo clássico. Até a década de 1950 houve forte expansão tanto da quantidade de instituições e filiados quanto da influência do Estado sobre elas, a ponto de serem convocadas a participar do financiamento da construção de Brasília. Entre 1923 e 1932, já existiam 183 CAPs de classes como prestadores de serviços de força e luz, bondes, telefones, telegrafia, rádio, água e esgoto, mineração e funcionários de empresas portuárias. Apenas para ilustrar, pode-se citar: Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Marítimos (IAPM) (ano de 1933)Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Comerciários (IAPC) (ano de 1934)Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Bancários (IAPB) (ano de 1934) Em 1930, o governo preocupado em corrigir as distorções das CAPs (que às vezes não eram adequadas às necessidades dos indivíduos) cria o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio e institui também as IAPs — Institutos de Aposentadoria e Pensões — para bancários, comerciantes e industriários (GARCIA, 2016). As novas instituições traziam alguns problemas, pois abrangiam apenas as classes de trabalhadores específicas e ainda traziam sistemas diferentes, por exemplo, nas contribuições e no pagamento dos benefícios, onde nem sempre as contribuições eram suficientes para o pagamento dos benefícios e por isso acarretaram problemas. Em 1934, com a promulgação da Constituição, por Getúlio Vargas, estabeleceu-se o princípio da tríplice forma de custeio: empregados, patrões e governo. 1934 A Constituição brasileira de 1937 utilizou-se da expressão “seguro social” pela primeira vez. 1937 Em 1941, o Conselho Atuarial, do Ministério do Trabalho, apresentou um projeto de uniformização das taxas de contribuição e dos planos de benefício. 1941 Em 1946, com a nova Constituição democrática, é criado o RGPS, onde se garante a todos os brasileiros e não apenas por categorias de profissionais, a proteção da previdência social. Mas as CAP e o IAP continuaram a existir. A Constituição brasileira também utilizou, de forma inédita, a expressão “previdência social”, e instituiu o mecanismo de “contrapartida”, como forma de manter o equilíbrio entre receita e despesas dentro do Sistema da Seguridade Social, bem como passou a proteger expressamente os denominados “riscos sociais”. As décadas de 1960 e 1970 caracterizaram-se pela unificação das normas e da gestão, 1946 Em 1960, é criado o Ministério do Trabalho e da Previdência Social. Pela primeira vez, foi dado à previdência social o status de primeiro plano na vida nacional. A Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS) de 1960, unificou a legislação dos diversos IAPs, iniciando o processo de universalização. É importante registrar que a LOPS manteve a exclusão dos trabalhadores rurais e dos domésticos do sistema previdenciário. A Constituição Federal de 1965 instituiu o “auxílio-desemprego”. 1960 Em 1966, devido a denúncias de corrupção nos institutos previdenciários, o governo militar criou o INPS — Instituto Nacional de Previdência Social — unificando todos os institutos. (GARCIA, 2016) A previdência social dos trabalhadores rurais somente foi instituída em 1971, com a criação do Programa de Assistência ao Trabalhador Rural (PRORURAL), que utilizava recursos do FUNRURAL, por meio da Lei Complementar nº 11/1971. 1966 Em 1974, é criado o Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), desmembrando do Ministério do Trabalho. 1974 Em 1977, foi criado o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS), por meio da Lei 6.439, o que possibilitou a integração das áreas de previdência social, assistência social e assistência médica, bem como a gestão das entidades ligadas ao Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS). As entidades integrantes do SINPAS são: IAPAS — Instituto de Administração Financeira da Previdência Social — autarquia responsável pela arrecadação, fiscalização e cobrança das contribuições; INPS — Instituto Nacional de Previdência Social — autarquia que administrava os benefícios; INAMPS — Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social — autarquia responsável pela saúde; FUNABEM — Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor — responsável pela promoção de política social em relação ao menor; CEME — Central de Medicamentos — órgão ministerial responsável pela distribuição de medicamentos; LBA — Fundação Legião Brasileira de Assistência –responsável pela Assistência Social; DATAPREV — Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social — empresa pública, gerencia os dados previdenciários. Com exceção da DATAPREV, que hoje administra os sistemas informatizados do Ministério da Previdência Social e presta serviços de tecnologia da informação a outros órgãos e entidades federais, todas as entidades acima foram extintas. 1977 Em 1988, a nova constituição surge com a expressão Seguridade Social, ampliando as áreas de atuação da seguridade social: saúde, previdência social e assistência social. Art. 201 — A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o Equilíbrio Financeiro e Atuarial e atenderá nos termos da lei à: I – Cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; II – Proteção à maternidade, especialmente à gestante; III – Proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; IV – Salário-família e auxílio reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; V – Pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º. 1988 Em 1990, surge o INSS — Instituto Nacional de Seguridade Social. A legislação previdenciária sofre fortes alterações com a promulgaçãoda Emenda Constitucional nº 20, em 1998, e a Emenda Constitucional nº 41 em 2003, onde as principais mudanças foram: aumento de idade para a concessão para a aposentadoria, fixação de teto para o pagamento de benefícios e obrigatoriedade de contribuição para a aposentadoria. O sistema previdenciário brasileiro atual é dividido em quatro blocos: O primeiro deles é constituído por um regime que atende ao setor privado, conhecido como Regime Geral de Previdência Social (RGPS) O segundo bloco corresponde ao sistema dos servidores públicos da União, conhecido como Regime Jurídico Único (RJU) Um terceiro bloco reúne os diversos sistemas de servidores estatutários estaduais e municipais O quarto bloco, de caráter privado e facultativo, é constituído pelos fundos de pensão patrocinados por empresas privadas ou estatais (previdência complementar fechada) e pelas entidades abertas de previdência complementar Quadro sinótico da evolução legislativa da seguridade social no Brasil Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, muitos avanços ocorreram na seguridade social. A saúde passou a ser um dever do Estado e um direito de todos, independentemente de contribuição. É dever do Estado prestar assistência social às pessoas carentes, sem exigência de contribuição, como forma de assegurar o mínimo existencial, materializando o corolário da dignidade da pessoa humana. A Previdência social tornou-se a única modalidade de proteção social que exige contribuição dos segurados, como condição para ampará-los de futuros infortúnios sociais e de outras situações que merecem amparo (riscos sociais). A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. (EC nº 20/1998) Princípios da Previdência no Brasil Os princípios consagrados são: Solidariedade: alguns contribuem mais para ajudar os que ganham menos; Universalidade da cobertura: não admite exclusão social; Uniformidade e equivalência dos benefícios: igualando direitos das populações urbanas e rurais; Seletividade e distributividade: na prestação de benefícios e serviços; Irredutibilidade no valor dos benefícios: o princípio é não permitir a redução dos mesmos; Equidade na forma de participação do custeio: acentuando que as contribuições sejam feitas de acordo com a capacidade do contribuinte. Exercícios Questão 1: (FUNIVERSA-2010) Do ponto de vista dos fundamentos que inspiram teoricamente o sistema de seguridade brasileiro, assinale a alternativa correta. a) Trata-se de um sistema legal inspirado apenas na doutrina do modelo alemão bismarkiano. b) Trata-se de um sistema legal inspirado apenas na doutrina do modelo inglês beveridgiano. c) Trata-se de um sistema inspirado na doutrina tanto do modelo alemão bismarkiano quanto no inglês beveridgiano. d) Trata-se de um sistema sem traços de inspiração nem na doutrina do modelo alemão bismarkiano nem na do inglês beveridgiano. e) Trata-se de um sistema sem traços de inspiração em nenhuma doutrina estrangeira. Corrigir Questão 2: (FCC -2015) Quanto ao conceito, à origem e evolução legislativa da Seguridade Social no Brasil é INCORRETO afirmar: a) É considerado um marco na história da Previdência Social a denominada "Lei Eloy Chaves" que determinou a criação de Caixas de Aposentadoria e Pensões para trabalhadores ferroviários. b) Em 1934, pela primeira vez uma Constituição do Brasil faz alusão expressa aos direitos previdenciários, instituindo o modelo tripartite suportado pela União, pelos empregados e empregadores, além de garantir mínima proteção em face da velhice, invalidez, maternidade, acidente de trabalho e morte. c) O sistema securitário social brasileiro consagra a proteção do indivíduo contra riscos que possam surgir em relação à previdência social e à assistência social, não abrangendo a saúde, que é tratada com exclusividade pela União, por intermédio do Ministério da Saúde. d) O plano de ação das áreas que envolvem a Seguridade Social será integrado e deve estar expresso na Lei de Diretrizes Orçamentárias que fixará as metas e prioridades do sistema, assegurando a cada área a gestão dos seus recursos. e) A Seguridade Social terá caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação de trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do governo nos órgãos colegiados. Corrigir Questão 3: (FUNRIO-2014) Qual foi a primeira norma legal a instituir a previdência social no Brasil? a) A Constituição de 1824. b) A Constituição de 1946. c) A Lei Áurea. d) A Lei Orgânica da Previdência Social de 1960. e) O Decreto Legislativo nº 4.682, de 24 de janeiro de 1923, conhecido como Lei Eloy Chaves. Corrigir Questão 4: ( FCC-2012) Dentre os princípios específicos da Previdência Social, NÃO está incluso: a) Vinculação entre o valor da contribuição do segurado e o benefício que venha a perceber. b) Filiação obrigatória de todo trabalhador que se enquadre na condição de segurado. c) Caráter contributivo independentemente do regime. d) Equilíbrio financeiro e atuarial, a fim de manter o sistema em condições superavitárias. e) Correção monetária dos salários de contribuição considerados no cálculo dos benefícios. Corrigir Questão 5: São princípios básicos e finalidades da Previdência Social, EXCETO: a) Individualidade de participação nos planos previdenciários. b) Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais. c) Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios. d) Irredutibilidade do valor dos benefícios de forma a preservar-lhes o poder aquisitivo. Corrigir Referências desta aula Próximos passos Explore + Referências desta aula AZEVEDO, Gustavo Henrique W. de Azevedo. Seguros, matemática atuarial e financeira: uma abordagem introdutória. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. BORELLI, E.; CHAN, B. L.; PERIS, R. W.; SILVA, F. L. Evolução do mercado segurador e crescimento econômico no Brasil. [s./l.]: Redeca, v. 2, n. 2. Jul- Dez. 2015 p. 21-36. CHAN, Betty Lilian, SILVA, Fabiana Lopes da, MARTINS, Gilberto de Andrade. Fundamentos da Previdência Complementar: da Atuária à Contabilidade. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2010. CHAN, Betty Lilian. Risco de subscrição frente às regras de solvência do mercado segurador brasileiro. São Paulo. 2010. Tese (Doutorado em Ciências Contábeis). Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo. CNSEG. Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização. Relatórios Estatísticos. CPC11. Contrato de Seguros. Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Disponível em <www.cpc.org.br>. GARCIA, Igor França. Apostila Ciências Atuariais. 2016. Disponível em <http://www.atuarialconsultoria.com.br/2012/11/igor-garcia-da-atuarial-consultoria.html>. Acesso em: 23 out. 2017. IBA. Instituto Brasileiro de Atuária. Disponível em: <www.atuarios.org.br> SILVA, Afonso. Contabilidade e análise econômico-financeira de seguradoras. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999. SOUZA, Silney de. Seguros, contabilidade, atuária e auditoria. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. TUDOSOBRESEGUROS.ORG.BR. Como a indústria de seguros, previdência complementar aberta e capitalização beneficia a economia. Disponível em: <http://www.tudosobreseguros.org.br/design/upl/arquivos/ComoSegurosApoiamEconomia.pdf>. Acesso em 23 out. 2017. Próximos passos Conceito e características do risco; Principais categorias de seguro; Os elementos essenciais de uma operação de seguro e de uma apólice de seguro; Operação de cosseguro X operação de resseguro. Explore + Leia o artigo: LEITE, Anderson Ribeiro et al. Previdência Social: fatores que explicam os resultados financeiros. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/rap/v44n2/11.pdf>. Acesso em 23 out. 2017. Gestão Atuarial / Aula 03: Conceitos Elementares das Operações de Seguro e os Elementos Essenciais deum Contrato de seguros Introdução Nesta aula, você irá reconhecer o que é risco e quais são as suas características. Também irá diferenciar as principais categorias de seguro. Irá analisar os elementos essenciais de uma operação de seguro e de uma apólice de seguro. E, para finalizar esta aula, você irá distinguir uma operação de cosseguro de uma operação de resseguro. Objetivos Reconhecer o que é risco e quais são as suas características; Identificar as principais categorias de seguro; Analisar os elementos essenciais de uma operação de seguro e de uma apólice de seguro; Distinguir uma operação de cosseguro de uma operação de resseguro. Créditos Aderbal Torres Revisor Luciane Pery Designer Instrucional Rafael Moraes Web Designer Rostan Silva Programador INTRO OBJETIVOS CRÉDITOS IMPRIMIR Conceitos e Termos Essenciais do Risco e Seguro Risco É a probabilidade de acontecimento de um determinado evento futuro, capaz de alterar o equilíbrio econômico de um patrimônio. Souza (2007, p. 25) define risco como “uma possibilidade de um evento inesperado ocorrer, gerando prejuízo ou necessidade econômica ou danos materiais ou pessoais [...]”. Características do Risco Ser possível: Existir uma possibilidade de ocorrência de sinistro. Se o objeto segurável não estiver exposto a nenhum tipo de risco, implicará em um contrato sem objeto e nulo. Ser um acontecimento futuro: O sinistro ainda não tenha ocorrido. O seguro feito para um risco já ocorrido é nulo conforme determina o Código Civil. Ser incerto ou aleatório: Que o risco possa ocorrer e em um determinado período predeterminado em contrato ou não. Ser independente da vontade das partes: Nenhuma das partes, nem o segurado e nem o segurador, podem ter influência na ocorrência do risco. Se houver, é anulado o contrato. Resultar em prejuízo de natureza econômica: O risco em que o objeto está assegurado deve ser passível de prejuízo econômico. Conforme Souza (2007, p. 25), o risco deve ser: “aleatório, possível, real, lícito e fortuito”. É relevante para os contadores entenderem estes conceitos, pois, segundo o CPC 11 (R3), a seguradora deve divulgar informações que auxiliem os usuários a entenderem a natureza e a extensão dos riscos originados por contratos de seguro. A divulgação sobre desenvolvimento de sinistros deve retroceder ao período do sinistro material mais antigo para o qual ainda haja incerteza sobre o montante e a tempestividade do pagamento de indenização, mas não precisa retroagir mais que dez anos. A seguradora não precisa divulgar essa informação para sinistros cuja incerteza sobre montante e tempestividade da indenização é tipicamente resolvida no período de um ano. Conceito e Categorias do Seguro Segundo Brasil (1985, p.174), “ O Seguro é um contrato bilateral e oneroso, através do qual uma das partes (segurador), recebendo uma remuneração (prêmio), obriga-se com a outra parte (segurado) á indenizá-lo, ou a terceiros, no caso de se realizar um risco determinado (sinistro).” Os seguros podem ser divididos em dois grupos: sociais e privados. Sendo o seguro de natureza Civil, a filiação do indivíduo às formas de proteção ali previstas se dava de maneira facultativa e por meio de contrato, com, evidentemente, expressa manifestação de vontade de quem procurava proteção em face dos eventos citados (RAMOS, 2014). Desta forma, o seguro decorria de contrato e era administrado por empresas privadas, com fins lucrativos, evidente que somente uma minoria poderia pagar pela proteção securitária, o que, naquela época, excluiu grande parte da população. Com a evolução social surgiu outra forma de proteção social, espécie ainda de Seguro, agora visando uma parcela maior da sociedade, sem prévia seleção dos riscos a serem protegido: o Seguro Social, que se originou com a Lei do Seguro Doença, em 1883, como resultado da proposta elaborada por Bismarck. Com essa nova visão de proteção social, surgem os primeiros passos para o ideal de seguro social mais abrangente, destinado não somente aos trabalhadores industriais (proteção somente àqueles que possuíssem vínculo de emprego), mas sim a toda sociedade. E, ainda, além de proteger toda sociedade, a filiação se daria de forma obrigatória, passando a ser visto como direito subjetivo do indivíduo (RAMOS, 2014) Desse modo, o Seguro (gênero) passou de Seguro Privado (espécie) para Seguro Social (espécie). As diferenças entre a proteção privada e a proteção social pairam, dentre outras, no fato de a primeira ser facultativa, menos abrangente e prever menos cobertura de riscos e ventos (somente o que fora contratado pelo individuo). Embora o Seguro Social fosse mais abrangente que o Seguro Privado, sua proteção só era destinada aos que contribuíssem para o custeio de proteção, e se deva de forma a proteger os indivíduos dos riscos sociais. Atente que: Seguro Social x Seguridade Social A Seguridade Social, por sua vez, reflete consequente evolução dos ideais anteriores de proteção social. Da Assistência Social ao tipo de proteção por Seguro Social, abarcando elementos e características de cada um, porém evoluindo e acrescendo na solidariedade social, surge o que conhecemos como Seguridade. Para Silva (2008): “A Seguridade Social constitui ‘instrumento mais eficiente da liberação das necessidades sociais, para garantir o bem-estar material, moral e espiritual de todos os indivíduos da população’”. O Seguro Social, além de proteger somente os trabalhadores com vínculo de emprego, tinha como objeto a ocorrência de algum evento que resultasse em determinada forma de dano ao indivíduo. Ou seja, protegia-se o risco social (como por exemplo, a invalidez, a orfandade, a mutilação etc.). Diferentemente do que vem a ocorrer com a Seguridade Social, que tem como objeto a proteção das contingências que venha a passar o indivíduo, independentemente de existência de qualquer forma de dano. Desse modo, não protege o risco, mas sim a necessidade social. Os seguros privados, pelo Decreto-Lei n°. 61.584 de 1987, dividem-se em três categorias: No Ramo Vida, são todos os seguros baseados na duração da vida humana. Seguro de vida, seguro de acidentes pessoais e planos de previdência. No Ramo Saúde, são seguros que garantem, dentro dos limites estabelecidos na apólice, despesas médico-hospitalares, decorrentes de acidente ou doença do titular e seus dependentes. Nos Ramos Elementares, demais ramos do seguro como incêndio, automóvel, responsabilidade civil etc. Fundamentos Técnicos da Precificação do Seguro As operações de seguro têm suas bases técnicas apoiadas no princípio do mutualismo e no cálculo das probabilidades. A estatística, nos leva ao cálculo das probabilidades, que consiste em prever a quantidade de eventos de prejuízo de ordem econômica, sobre um determinado grupo de segurados expostos ao risco. Assim, será previsto com exatidão, o número de sinistros que deverão ocorrer em uma determinada massa, permitindo a fixação de um valor pego pelo segurado, de acordo com o tipo de risco. Outro fator importantíssimo para a “aceitação do risco” pela seguradora é chamado de seleção. As seguradoras adotam exames para aceitar o tipo de risco, por meio de vistorias ou por entrevistas. Elementos Essenciais de uma Operação de Seguro Souza (2007) cita que um contrato é um documento que formaliza a relação entre segurador e segurado. Assim sendo, podemos afirmar que um contrato de seguro é identificado pelo nome do segurado, o nome do segurador, o risco, o prêmio e a responsabilidade do segurador. De uma maneira geral, Souza (2007), ressalta que todo contrato de seguro tem como principais características: Outras características do risco, em um contrato de seguro (além das cinco mencionadas), devem conter: Princípio e fim do risco: É preciso estar escrito no contrato de seguro, o início da vigência do risco e o fim da vigência do risco. Assim, é definido o tempo de cobertura do risco. RISCOS EXCLUÍDOS O SEGURADO O SEGURADOR OU A SEGURADORA PRÊMIO O prêmio e os riscos estão intimamenteligados, pois, é em função do risco que o prêmio é calculado. De acordo com Souza (2007), o prêmio é o preço ou custo do seguro, especificado no contrato. Desta forma, o seu valor depende: Do prazo do seguro Da importância segurada Da exposição ao risco. O prêmio é utilizado pela seguradora para: • Cobrir indenizações; • Despesas administrativas; • Comissões e • Gerar lucros pra seguradora. A indenização O valor limite que a seguradora pagará em caso de sinistro (variabilidade do patrimônio do bem segurado). Para Souza (2007), a indenização corresponde ao que a seguradora paga ao segurado pelos prejuízos decorrentes de um sinistro. Elementos de uma Apólice de Seguro PROPOSTA DE SEGURO OS SUJEITOS DA OPERAÇÃO A IMPORTÂNCIA SEGURADA VALOR DETERMINADO VALOR DE MERCADO REFERENCIADO PRAZO DE VIGÊNCIA O SINISTRO O RESSARCIMENTO A FRANQUIA Cosseguro e Resseguro Cosseguro É a distribuição de um seguro por duas ou mais seguradoras. Trata-se de resguardar o princípio da Pulverização das Responsabilidades. A apólice com cláusula de cosseguro é emitida em uma única apólice pela seguradora líder. Cabe ao líder receber e distribuir o prêmio e o eventual sinistro, proporcionalmente a cada cosseguradoras, conforme sua porcentagem de responsabilidade definida na apólice. Resseguro É o seguro do seguro. Não muda nada em relação ao cosseguro, a diferença é que a distribuição da responsabilidade é sem o consentimento do Segurado. No Brasil, o resseguro é um monopólio definido em lei apenas entre a seguradora e o IRB – Instituto de Resseguro do Brasil. Para esta disciplina, faz-se necessário entender alguns conceitos relacionados às operações de seguros, notadamente no que diz respeito aos termos utilizados nas seguradoras, dentre eles: Riscos, Seguros, Resseguros, Cosseguro, Sinistro e Prêmio, onde se projeta o Quadro 1: TERMOS CONCEITOS AUTORES RISCOS Fatos ou acontecimentos cuja probabilidade de ocorrência é incerta. (AVALOS, 2009, p. 65) SEGUROS Pode ser conceituado como uma obrigação assumida pela seguradora, para reparar possíveis danos causados à parte contratante ou a seus bens patrimoniais. (SILVA, 1999) RESSEGUROS Onde uma seguradora tem determinado risco diminuído pela atribuição a outro segurador de parte da responsabilidade e do prêmio recebido. (SOUZA, 2007, p, 112) COSSEGUROS Trata de um seguro realizado por duas ou mais seguradoras referentes ao mesmo risco, reduzindo e dividindo um perigo de grandes dimensões em responsabilidades menores, onde cada seguradora assume um percentual da responsabilidade por uma parte do montante. (SILVA, 1999) SINISTRO Qualquer evento em que o bem segurado sofre um acidente ou prejuízo material e representa a materialização do risco, causando perda financeira para a seguradora, podendo este ser parcial ou integral. (SILVA, 1999) PRÊMIO É o valor que o segurado paga à seguradora pelo seguro para transferir a ela o risco previsto nas Condições Contratuais. (SILVA, 1999) Fonte: Silva (1999), Souza (2007) e Avalos (2009) A familiarização desses conceitos por parte dos usuários faz-se importante, pois, em caso de utilização do seguro adquirido, o usuário terá noção do que está sendo tratado, são os termos mais citados nessas transações. Exercícios Questão 1: (CESGRANRIO-2012) As seguradoras também se preocupam com os riscos que as cercam por conta da possibilidade de um colapso no mercado ou, até mesmo, pela ocorrência simultânea de muitos sinistros. Nesse sentido, para se aliviar parcialmente do risco de um seguro já feito, a companhia poderá contrair um novo seguro em outra instituição, por meio de uma operação denominada: corretagem de seguro resseguro seguro de incêndio seguro de veículos seguro de vida Corrigir Questão 2: (ESAF 2010) O cosseguro reflete: prestação de garantia por duas ou mais seguradoras de forma igualitária. temor quanto ao montante da garantia prestada em face de um só segurado. divisão proporcional da garantia entre diferentes seguradoras. medida ligada ao limite de retenção de riscos. política do CNSP que favorece a criação de seguradoras. Corrigir Questão 3: (FGV-2015) Em uma dada situação de risco para um incidente de segurança, determinada organização decidiu não adotar controles, preferindo fazer um seguro para cobrir eventuais prejuízos no caso de ocorrência do incidente. Nesse exemplo, foi adotado o tratamento de: mitigar o risco; transferir o risco; evitar o risco; aceitar o risco; ocultar o risco. Corrigir Questão 4: (COPERJ-2013) Em teoria de seguros, o valor pago pelo segurado à seguradora, em caso de sinistro, denomina-se: franquia risco cobertura indenização ressarcimento Corrigir Questão 5: (FCC -2014) Sobre os contratos de seguro, é correto afirmar: No seguro de pessoa, é vedado ao proponente contratar mais de um seguro sobre o mesmo interesse. No seguro de vida ou de acidentes pessoais para o caso de morte, o capital estipulado não responde pelas dívidas do segurado, nem se considera herança. É nulo o contrato de seguro para garantia de risco proveniente de ato doloso do segurado ou do beneficiário, mas será válido aquele que vise a garantir risco decorrente de ato doloso dos seus respectivos representantes. No seguro de pessoa, é válida a celebração de transação para pagamento reduzido do capital segurado, desde que os beneficiários sejam todos maiores e capazes. Durante o contrato de seguro, a diminuição do risco, em qualquer grau, impõe a redução equitativa do prêmio estipulado. Corrigir Referências desta aula Próximos passos Explore + Referências desta aula AVALOS, J. M. A. Auditoria e gestão de riscos: inclui a Lei Sarbanes-Oxley e o Informe COSO. São Paulo: Saraiva, 2009 GARCIA, Igor França. Apostila Ciências Atuariais. 2016. Disponível em http://www.atuarialconsultoria.com.br/2012/11/igor-garcia-da-atuarial-consultoria.html. Acesso em 21 set. 2017. IBA — Instituto Brasileiro de Atuária. http://www.atuarios.org.br. SILVA, Afonso. Contabilidade e análise econômico-financeira de seguradoras. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999. SOUZA, Silney de. Seguros, contabilidade, atuária e auditoria. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. Próximos passos Estrutura do Sistema Nacional de Seguros Privados (SNSP). Papel de cada entidade que compõe o SNSP. Explore + Sugestões de pesquisas e visitas a sítios: A partir da leitura do artigo: Seis fatores para o sucesso da precificação de seguros. Disponível em: http://www.revistaapolice.com.br/2016/01/seis-fatores-para-o-sucesso-da-precificacao-de-seguros/ Comente sobre cada um dos seis fatores indicados no artigo e, em seguida, apresente o papel da Contabilidade na produção desses fatores. Gestão Atuarial / Aula 04: Estrutura do Sistema Nacional de Seguros Privados Introdução O seguro e a previdência estão entre as mais antigas atividades econômicas regulamentadas, no Brasil, pois tiveram início ainda no século XVI. Tão antiga quanto à operação de seguros, no Brasil, é sua fiscalização. Normas e instituições sucederam-se ao longo do tempo até termos as estruturas institucionais contemporâneas do Sistema Nacional de Seguros Privados e do Sistema Previdenciário Brasileiro. A intervenção do Estado normatizador e fiscalizador surge apenas quando o mercado, já em funcionamento, adquire complexidade e diversidade nos negócios, passando a requerer um mecanismo de modulação de interesses. Normas que atendendo aos superiores interesses do país, ditados pela conjuntura histórica, preservem o funcionamento das instituições do mercado e assegurem o cumprimento das coberturas contratadas pelos segurados. Com o passar do tempo, entretanto, seu modelo monopolista e centralizador começa a dar mostras de esgotamento, e de já não atender plenamente às novas exigências do mercado aberto e globalizado. O conceito de previdência surgiu com o intuito de proteção, defesa, visto que o homem precisa diminuir e até parar o ritmo de trabalho na velhice, necessitando, contudo, manter seu padrão de vida. Essas entidades exercem um papel importantena economia brasileira, sendo hoje um dos grandes investidores institucionais. Seus ativos fortalecem as atividades produtivas e contribuem para e geração de emprego e distribuição de renda, visto promoverem investimentos nos mercados de renda fixa e variável. Neste sentido, esta aula proporcionará a você o conhecimento da estrutura do Sistema Nacional de Seguros Privados e ressalta o papel que cada entidade, desta estrutura, desempenha para o funcionamento das operações de seguro no Brasil. Objetivos Reconhecer a estrutura do Sistema Nacional de Seguros Privados (SNSP); Analisar o papel que cada entidade pertencente desempenha para o funcionamento das operações de seguro no Brasil. Créditos Aderbal Torres Revisor Luciane Pery Designer Instrucional Rafael Moraes Web Designer Rostan Silva Programador INTRO OBJETIVOS CRÉDITOS IMPRIMIR Sistema Nacional de Seguros Privados (SNSP): perspectivas históricas e estrutura O seguro e a previdência, segundo a SUSEP (2016), alinhando-se entre as mais antigas atividades econômicas regulamentadas, no Brasil, tiveram início ainda no séc. XVI, com os jesuítas, e em especial o Padre José de Anchieta, criador de formas de mutualismo ligadas à assistência. Composição do Sistema Nacional de Seguros Privados De acordo com Souza (2007), o Sistema Nacional de Seguros Privados é composto por cinco grupos, conforme figura 1: Figura 1. A estrutura do mercado segurador brasileiro Fonte: (SOUZA, 2007) De acordo com a figura 1, os cinco grupos que formam o Sistema Nacional de Seguros privados são: • Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP); • Superintendência de Seguros Privados (SUSEP); • IRB Brasil Resseguros S.A.; • Sociedades seguradoras autorizadas e • os corretores habilitados; Na Figura 1, pode-se observar como funciona o esquema de subordinação do sistema. A função de cada um destes participantes serão conhecidas nesta aula. Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) O CNSP é o órgão máximo do setor de seguros, responsável pela fixação de diretrizes e normas da política de seguros e resseguros, regulando e fiscalizando a orientação básica e o funcionamento dos componentes do sistema. (SOUZA, 2007) Figura 2. A estrutura do mercado segurador brasileiro. Fonte: (SOUZA, 2007) Conforme apresenta a Figura 2, o CNSP é formado pelo ministro da Fazenda (como presidente) e representantes advindos de ministérios públicos, outros órgãos do setor (por exemplo, da presidência da SUSEP) e do sistema privado (nomeados pelo presidente da República). Conforme a SUSEP (2016), ao fixar as diretrizes e normas das políticas de seguros, o CNSP tem por objetivos: • promover a expansão do mercado em conformidade com o crescimento do país; • buscar reciprocidade nas operações, condicionamento a autorização para o funcionamento das empresas estrangeiras à igualdade de condições no país de origem; • coordenar a política de seguros com a política de investimento do Governo Federal; • preservar a liquidez e a solvência das sociedades seguradoras. Outras atribuições do CNSP também incluem: A regulamentação da constituição, da organização, do funcionamento, da fiscalização e da aplicação das penalidades previstas das empresas, organizações e pessoas envolvidas no sistema nacional de seguros privados. A fixação das características gerais dos contratos de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro; a fiscalização da corretagem do mercado e da profissão de corretor (Susep). Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) A SUSEP é o órgão governamental de atuação colegiada e competência normativa responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguros. (SOUZA, 2007) A SUSEP tem por missão "atuar na regulação, supervisão, fiscalização e incentivo das atividades de seguros, previdência complementar aberta e capitalização, de forma ágil, eficiente, ética e transparente, protegendo os direitos dos consumidores e os interesses da sociedade em geral." As atribuições da SUSEP são: Fiscalizar o mercado segurador, na qualidade de executora da política traçada pelo CNSP. Autorizar as empresas a atuar no mercado. Se uma empresa aproximar-se dos limites máximos estabelecidos, a SUSEP propõe uma reformulação da política, a ser executada em 90 dias. Aplicar penalidades. Administrar a massa liquidante. Proteger a captação de poupança popular. Promover o aperfeiçoamento das instituições. Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado. (SUSEP, 2016, online) É a SUSEP quem: Zela pela defesa dos interesses dos consumidores. Esclarece as dúvidas dos consumidores e recebe e encaminha as reclamações por eles realizadas. A maioria delas é relativa ao ramo de automóveis. Zela pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado. Disciplina e acompanha os investimentos daquelas entidades, em especial os efetuados em bens garantidores de provisões técnicas de cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP. Observe que o julgamento dos recursos contra as decisões da Susep é feito pelo CNSP. IRB — BRASIL Re Para compreender o que vem a ser um resseguro, reflita as seguintes situações: Quanto vale um satélite, um complexo industrial ou uma plataforma de petróleo? Que empresa poderia se responsabilizar pelo sinistro de um ou mesmo vários desses bens simultaneamente? Para responder e solucionar essas questões é que existe o resseguro. Para Garcia (2016), o resseguro é o seguro do seguro, ou seja, com o fito de diminuir sua responsabilidade na aceitação de um risco considerado excessivo ou perigoso (ultrapasse o limite técnico), repassa a outro segurador a responsabilidade pelo seguro; O resseguro é uma prática comum, feita em todo o mundo, como forma de mitigar o risco, preservar a estabilidade das companhias seguradoras e garantir a liquidação do sinistro ao segurado. A origem do resseguro é ligada aos enormes prejuízos que as seguradoras vinham tendo em razão do crescente onda de incêndios causado pelo fato de, antigamente, o maioria dos casas e edificações serem de madeira. (GARCIA, 2016) Quando o IRB era o operador único de resseguro no Brasil, ele acabava assumindo também funções normativas no mercado, em termos de obrigatoriedade de consulta das seguradoras, de resseguro, cosseguro ou retrocessão. As operações do IRB no mercado têm a garantia de seu capital e reservas e, subsidiariamente, a garantia do governo. De acordo com a SUSEP (2016), as principais atribuições do IRB são: Fiscalizar o resseguro obrigatório e facultativo do país ou exterior. Organizar e administrar consórcios. Proceder a liquidação de sinistros e distribuir pelas seguradoras a parte dos resseguros que não retiver e colocar no exterior as responsabilidades excedentes da capacidade do mercado segurador interno. Atualmente, o IRB-Brasil Re é a maior resseguradora da América Latina. Sociedades Seguradoras, Sociedades de Capitalização e Sociedade de Previdência Privada Sociedades seguradoras: • são entidades jurídicas que, por meio dos recursos dos prêmios cobrados dos segurados, comprometem-se a indenizá-los no caso de ocorrer o evento contra o qual se seguraram. • são empresas que administram riscos, com obrigações de pagar indenizações se ocorrerem perdas e danos nos bens segurados; • atuam nos ramos de vida e não vida (bens e direitos), têm suas atividades controladas pelo CNSP e fiscalizada pela SUSEP; • a autorização para funcionamento será concedida através de Portaria do Ministro da Indústria e do Comércio, mediante requerimento firmado pelos incorporadores, dirigido ao CNSP e apresentado por intermédio da SUSEP; • não poderão requerer concordata e não estão sujeitas à falência, salvo, neste último caso, se decretada a liquidação extrajudicial, o ativo não for suficiente para o • pagamento de pelo menos a metade dos credores quirografários, ou quando houver fundados indícios da ocorrência de crime falimentar;• são entidades jurídicas que, por meio dos recursos dos prêmios cobrados dos segurados, comprometem-se a indenizá-los no caso de ocorrer o evento contra o qual se seguraram; • Devem ter autorização para funcionamento concedida por Portaria do Ministro da Fazenda e não estão sujeitas à falência nem poderão impetrar concordata. Figura 3 – Principais áreas de uma seguradora Fonte: Elaborado com base em Souza (2007) A área comercial tem como função vender o seguro, pois somente após a venda a apólice poderá ser emitida. O underwriting trata do processo de aceitar ou rejeitar riscos, fixar taxas a serem cobradas de acordo com o risco e os objetivos de lucro da entidade. Já o departamento de indenizações (sinistros) cuida dos processos de regulação e liquidação de sinistros. O underwriting envolve o risco financeiro (ou de crédito) consiste na avaliação do fluxo de caixa da seguradora e do seu endividamento. Já o risco moral consiste na avaliação da boa-fé dos segurados e seu comportamento frente à contratação do seguro. E o risco técnico (ou subscrição) consiste na avaliação do perfil do segurado e do bem a ser garantido, frente às coberturas e garantias contratadas. O Departamento de Atuária e Estatística é responsável por calcular as taxas (seguros, níveis de comissões, reservas de prêmios não ganhos), e preparar relatório anuais, além de eventuais estudos de viabilidade econômica para grandes negócios que possam envolver altos níveis de riscos. Também auxilia no desenvolvimento de novos produtos. Já o Departamento de Contabilidade tem como objetivo fornecer e controlar as informações de modo a assegurar a otimização de resultados da empresa. Este departamento, muitas vezes, trabalha subordinado à Controladoria. Sociedade de Capitalização: • A primeira empresa de capitalização do Brasil foi fundada em 1929, chamada de "Sul América Capitalização S.A". Entretanto, somente 3 anos mais tarde, em 10 de março de 1932, é que foi oficializada a autorização para funcionamento das sociedades de capitalização através do Decreto n° 21.143, posteriormente regulamentado pelo Decreto n° 22.456, de 10 de fevereiro de 1933, também sob o controle da Inspetoria de Seguros. O parágrafo único, do artigo 1, do referido Decreto definia: "As únicas sociedades que poderão usar o nome de "capitalização" serão as que, autorizadas pelo Governo, tiverem por objetivo oferecer ao público, de acordo com planos aprovados pela Inspetoria de Seguros, a constituição de um capital mínimo perfeitamente determinado em cada plano e pago em moeda corrente, em um prazo máximo indicado no dito plano, à pessoa que subscrever ou possuir um título, segundo cláusulas e regras aprovadas e mencionadas no mesmo título". • Uma sociedade de capitalização é a combinação de economia programada (poupança) e sorteios e apresenta basicamente as seguintes características: prêmio, cota de sorteio, cota de carregamento, provisão matemática, sorteios, prazo de vigência e carência para resgate. Então, R$75,00 serão destinados para compor o capital, R$15,00 serão destinados para o custeio dos sorteios e R$10,00 serão destinados à Sociedade de Capitalização. Exemplos de alguns títulos de capitalização: • TC — HSBC Capitalização; • Pé Quente Bradesco — Bradesco Capitalização; • OuroCap — Banco do Brasil; • Super X Cap — Caixa Econômica Federal Sociedade de Previdência Privada: Conforme Garcia (2016), existem dois tipos de entidades que operam com Previdência Privada: • Entidades Abertas: com fins lucrativos, mantidas por meio de contribuições dos participantes; • Entidades Fechadas: sem fins lucrativos, com forma jurídica de associação civil ou fundação restrita a determinado grupo de trabalhadores ou empresas. Estas entidades serão analisadas nas próximas aulas. Corretor de Seguros Pode ser pessoa física ou jurídica, é o intermediário legalmente autorizado a angariar e promover contratos de seguro entre as Sociedades Seguradoras e as pessoas físicas ou jurídicas de Direito Privado. É ele também quem orientará o segurado sobre o melhor tipo de contrato de seguro, dentro da gama de produtos oferecidos pelas empresas, esclarecendo dúvidas, por exemplo, sobre coberturas, carências, validade, e atendendo às necessidades de seu representado; (SOUZA, 2007) É o profissional liberal sem vínculos com a seguradora que defende os interesses do segurado diante da seguradora, recebendo comissão de corretagem. (PINTO, 2006) A contratação do seguro, por meio de um corretor, ocorre quando o segurado, desejando contratar um seguro, recorre a um profissional, solicitando a ele que estude sua necessidade e selecione os melhores planos para ele, com as coberturas mais adequadas e o menor custo. Assim, o corretor não é um simples vendedor ou intermediário e sim um verdadeiro consultor. O corretor de seguros é como o médico da família: pode ser chamado a qualquer hora do dia ou da noite, no caso de uma emergência. É ele quem exigirá da seguradora os direitos do segurado e cuidará dos procedimentos necessários em caso de sinistro. Como o corretor opera com várias seguradoras, ele deve estar sempre atualizado das novidades na área e das vantagens e desvantagens de cada tipo de seguro e empresa. Avalia a melhor relação custo X benefício para o cliente (cobertura mais ampla pelo menor preço). No Brasil, as seguradoras só podem receber propostas de seguro por intermédio de corretores legalmente habilitados, ou, então, diretamente dos proponentes ou dos seus legítimos representantes. (SOUZA , 2007) O exercício da profissão, de corretor de seguros depende de prévia habilitação e registro (na SUSEP, mediante prova de capacidade técnico-profissional). Falando de Responsabilidade Civil, o artigo 723 dispõe sobre o respectivo tema, tendo sua redação original alterada pela Lei 12.236/2010, na seguinte redação: “O corretor é obrigado a executar a mediação com diligência e prudência, e a prestar ao cliente, espontaneamente, todas as informações sobre o andamento do negócio. Parágrafo único. Sob pena de responder por perdas e danos, o corretor prestará ao cliente todos os esclarecimentos acerca da segurança ou do risco do negócio, das alterações de valores e de outros fatores que possam influir nos resultados da incumbência.” Dos Corretores de Seguros (Decreto-lei nº 296, de 1967) • O comissionamento de intermediação é obrigatório. O corretor deve ser remunerado toda vez que o resultado previsto no contrato de mediação de seguros for alcançado, a não ser em casos de comprovada inércia ou ociosidade do profissional. • O corretor é legalmente autorizado a organizar e promover contratos de seguros. Para Souza (2007), a corretagem de seguros é a intermediação feita por profissionais habilitados na colocação de seguros, mediante o recebimento de uma comissão percentual sobre o prêmio auferido pela seguradora. É vedado aos corretores: a) aceitar ou exercer emprego de pessoa jurídica de Direito Público; b) manter relação de emprego ou de direção em Sociedade Seguradora. Cada organização gerencia seu papel nas cadeias de suprimentos e logísticas, de forma ampla, desde a negociação com os fornecedores até o recebimento da fatura dos produtos entregues aos clientes, o que compreende: O corretor de seguros responderá civilmente perante os segurados e as Sociedades Seguradoras pelos prejuízos que causar, por omissão, imperícia ou negligência no exercício da profissão. O corretor de seguros estará sujeito às penalidades seguintes: a) multa; b) suspensão temporária do exercício da profissão; c) cancelamento do registro. Outras Entidades do Setor Há várias entidades que apóiam o Sistema de Seguros Privados brasileiro, dentre elas destacam-se: • Fenaseg; • Anapp; • Fenacor. Figura 4. Principais entidades que apóiam o Sistema de Seguros Privados Brasileiros Fonte: (SOUZA, 2007) • A Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg) é uma entidade brasileira que congrega as empresas do setor de seguros, tendo sido fundadaem 1951 e é responsável pela divulgação do mercado de seguros e de seus participantes, realiza a defesa dos interesses da categoria e dos consumidores, promove a conciliação nos dissídios coletivos de trabalho e celebração de contratos, acordos e convenções coletivas e oferecimento de serviços de consultoria e assessoria para atender e orientar suas filiadas; • A Associação Nacional da Previdência Privada (Anapp) agrega entidades de previdência privada no Brasil, agindo pelos seus interesses; • A Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor) tem a função de coordenar os interesses da categoria econômica de Corretores de Seguros e Capitalização. Exercícios Questão 1: Os corretores de seguros: têm de responder civilmente pelos prejuízos que causarem por omissão, imperícia ou negligência no exercício da profissão. devem habilitar seu registro perante ao CNSP por meio de prova de capacitação promovida pelo IRB. recebem comissão sobre seus serviços, cuja percentagem independe do ramo do seguro e da companhia seguradora. são profissionais de vendas vinculados às companhias seguradoras para comercializar exclusivamente os produtos da empresa contratante. são simples intermediários entre as seguradoras e os segurados, não sendo sua responsabilidade esclarecer dúvidas sobre carências, coberturas ou validade do contrato. Corrigir Questão 2: O mercado de seguros surgiu da necessidade que as pessoas e as empresas têm de se associar para suportar coletivamente suas perdas individuais. Foram criadas, então, as seguradoras, as corretoras de seguro, além de algumas instituições encarregadas não só de fixar normas e políticas, mas também de regular e fiscalizar esse mercado. Com o surgimento de tal necessidade, qual instituição foi criada para, além de fiscalizar as seguradoras e corretoras, também regulamentar as operações de seguro, fixando as condições da apólice e dos planos de operação e valores de tarifas? Seguradora Líder Câmara Especial de Seguros Superintendência dos Seguros Privados Conselho Nacional de Seguros Privados Instituto de Resseguros do Brasil Corrigir Questão 3: O que compete, privativamente, ao Conselho Nacional de Seguros Privados, em relação às entidades de previdência privada? processar os pedidos de autorização para fins de constituição, funcionamento, fusão, incorporação, grupamento, transferência de controle e reforma dos estatutos das entidades abertas. estabelecer as normas gerais de contabilidade, atuária e estatística a serem observadas por essas entidades. proceder à liquidação das entidades abertas que tiverem cassada a autorização para funcionar no país. autorizar a movimentação e a liberação de bens e valores obrigatoriamente inscritos em garantia do capital, das reservas técnicas e dos fundos especiais das entidades abertas de previdência privada. proceder à inscrição dos corretores de planos previdenciários, de entidades abertas de previdência privada; fiscalizar suas atividades e aplicar as penas cabíveis. Corrigir Questão 4: O sistema de seguros privados vigente no Brasil tem como escopo oferecer garantias: para a velhice das pessoas. para eventos já ocorridos. para riscos deliberadamente assumidos. que permitam o exercício de atividades econômicas. que minorem perdas patrimoniais e/ou necessidades derivadas de riscos predeterminados. Corrigir Questão 5: (ESAF-2010) Analisando as sentenças abaixo e indicando por V (verdadeira) e por F (falsa), indique a opção correta correspondente, considerando o seguinte texto: A figura de underwriting, ou seja, na subscrição dos riscos temos os seguintes itens de análise: risco técnico; risco financeiro; risco moral; e risco jurídico. Com base nessa figura, é correto: I. o risco financeiro (ou de crédito) consiste na avaliação do fluxo de caixa da seguradora e do seu capital de garantia - margem de solvência. II. o risco moral consiste na avaliação da boa-fé dos segurados e seu comportamento frente à contratação do seguro. III. o risco técnico (ou subscrição) consiste na avaliação do perfil do segurado e do bem a ser garantido, frente às coberturas e garantias contratadas. F V V V F V V V F F F V F F F Corrigir Referências desta aula Próximos passos Explore + Referências desta aula GARCIA, Igor França. Apostila Ciências Atuariais. 2016. Disponível em http://www.atuarialconsultoria.com.br/2012/11/igor-garcia-da-atuarial-consultoria.html. Acesso em 25 set. 2017. IBA — Instituto Brasileiro de Atuária. Disponível em: http://www.atuarios.org.br. Acesso em 25 set. 2017. SOUZA, Silney. Seguros: Contabilidade, Atuária e Auditoria. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. Próximos passos Características do seguro e da previdência; Princípios consagrados no Brasil da Previdência Social. Explore + Sugestões de pesquisas e visitas a sítios: Assista ao vídeo 50 Anos SUSEP – 2016, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=B1kiZoxeOKM. Acesso em 25 set. 2017. Assista ao vídeo 10 causas para seguradora negar a indenização do seu seguro, e entenda sobre o papel do corretor na operação de seguros. Disponível em: https://youtu.be/gm7gTIyw4oE. Acesso em 25 set. 2017. Gestão atuarial / Aula 5 - A Previdência Social e Sistema Previdenciário Brasileiro Introdução Previdência é o ato de prever, com o objetivo de evitar antemão determinadas situações ou transtornos que sejam indesejados para o indivíduo. A partir do ponto de vista popular, a previdência é a prudência ou a cautela em relação a algo, como a capacidade de ver de modo prévio ou antecipado o acontecimento de alguma coisa. No âmbito econômico e financeiro, a previdência possui o mesmo significado: precaver. Para isso, foram criadas instituições e medidas de âmbito nacional que ajudam a garantir a sobrevivência financeira de pessoas em situações de invalidez ou velhice, como a aposentadoria e a pensão, por exemplo. Nesta aula, abordaremos o Sistema Previdenciário Brasileiro. Estudaremos também os tipos de previdência, reconhecendo suas características. Objetivos Reconhecer o Sistema Previdenciário Brasileiro; Identificar as modalidades de previdência; Analisar as características presentes em cada modalidade de previdência. Créditos Aderbal Torres Redator Luciane Pery Designer Instrucional Roberta Meireles Web Designer Rostan Silva Programador INTRO OBJETIVOS CRÉDITOS IMPRIMIR Sistema Previdenciário Brasileiro Etimologicamente, a palavra "previdência" surgiu do latim previdentia, que significa "previsão" ou "prevenção", que por sua vez se originou a partir de praevenire, termo latino que literalmente quer dizer "chegar antes", sendo prae, "antes" e venire, "vir". O conceito de previdência surgiu com o intuito de proteção, defesa, visto que o homem necessita diminuir e até parar o ritmo de trabalho na velhice, necessitando, contudo, manter seu padrão de vida. Essas entidades exercem um papel importante na economia brasileira, sendo hoje um dos grandes investidores institucionais. Seus ativos fortalecem as atividades produtivas e contribuem para a geração de emprego e distribuição de renda, pois promovem investimentos nos mercados de renda fixa e variável. Fonte: Evgeny Karandaev / sitthiphong / Shutterstock O Brasil só foi submetido a medidas legislativas a partir do século XX com a promulgação da Lei Eloi Chaves, que foi a primeira lei a tratar de previdência. Os Fundos de Pensão possuem uma estrutura contábil diferente em relação às Sociedades Anônimas, pois além de contarem com uma planificação contábil padrão, possuem uma característica especial que é a separação por programa. Essas entidades exercem um papel importante na economia brasileira, sendo hoje um dos grandes investidores institucionais. Seus ativos fortalecem as atividades produtivas e contribuem para e geração de emprego e distribuição de renda, visto promoverem investimentos nos mercados de renda fixa e variável, investimentos em complexos hoteleiros e até mesmo investimentos em shoppings centers no país. O Sistema PrevidenciárioBrasileiro, conforme mostra a Figura 1, é composto por a Previdência Social de filiação obrigatória (RPG e RPPS) e a Previdência Privada, de caráter facultativo e com a intenção de complementar a aposentadoria do cidadão (composta por entidades abertas e fechadas). Figura 1 – Sistema Previdenciário Brasileiro Previdência Social É uma espécie de seguro que os trabalhadores devem contribuir durante todo o período em que estiverem em atividade laboral. O principal objetivo desta contribuição é garantir a continuidade do benefício financeiro quando o trabalhador estiver aposentado, assim como em casos de gravidez, doenças ou acidentes. (PREVIDÊNCIA, 2017) Fonte: Jack Frog / Shutterstock A entidade responsável em repassar o dinheiro para as pessoas que não possuem condições financeiras, por vários e diferentes motivos, mas que já contribuíram para a Previdência Social, é o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Automaticamente, os funcionários têm o valor do INSS descontados diretamente na sua folha de pagamento, variando de acordo com o salário de cada um, sendo que, quanto maior o salário, maior é o desconto. (PREVIDÊNCIA, 2017) A contribuição para a Previdência Social é obrigatória para todos os trabalhadores formais, garantindo, assim, a formação de renda que será destinada para os aposentados. Existem dois tipos de Previdência Social no país: RGPS que é o INSS e de filiação obrigatória dos trabalhadores RGPS — Regime Geral de Previdência Social — é operado pelo INSS, está voltado para os trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis Trabalhista (CLT) (empregados, trabalhadores avulsos, trabalhadores rurais, empregadores, autônomos e empregados domésticos) e, nos casos em que o ente da federação não tenha instituído regime próprio de previdência, engloba também os servidores públicos. RPPS, de filiação dos Servidores Públicos RPPS — Regime Próprio de Previdência Social — são pessoas jurídicas descentralizadas da administração pública indireta, geralmente criadas sob a forma de autarquia, incumbidas da administração do custeio e das prestações referentes à cobertura previdenciária dos servidores públicos ocupantes de cargos efetivos da União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal. Todo trabalhador que contribui mensalmente para a Previdência Social é chamado de segurado e tem direito aos benefícios e serviços oferecidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), como a aposentadoria, a pensão por morte, o salário-maternidade, o auxílio-doença, entre outras. Juliete era conhecida pela fama de ser uma excelente manicure e ter a agenda sempre lotada de clientes que não abriam mão dos seus serviços, o que lhe garantia uma renda mensal de, aproximadamente, R$ 5.000,00. A manicure trabalhava muitas horas seguidas sem intervalos, o que lhe resultou uma grave lesão por esforço repetitivo na mão e punho direitos. Essa lesão a impossibilitava de exercer o seu trabalho. Reflita: Como trabalhadora autônoma, como Juliete deveria proceder para ter garantido um afastamento remunerado? Veja, agora, algumas modalidades de segurados. Há seis modalidades de segurados: EMPREGADOS EMPREGADOS DOMÉSTICOS TRABALHADORES AVULSOS CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS SEGURADOS ESPECIAIS SEGURADOS FACULTATIVOS Como trabalhadora autônoma, Juliete deveria contribuir na modalidade de Contribuintes individuais, o que lhe garantiria um afastamento remunerado. Por não acreditar que um dia pudesse precisar, ela não contribuía com o INSS, o que lhe gerou um grave problema: Sem condições de trabalhar, Juliete não tem dinheiro para se sustentar e arcar com suas despesas, o que levou seu nome a ser inserido no serviço de proteção ao crédito. Os benefícios da Previdência Social: Aposentadoria por Tempo de Contribuição, por Idade e Especial; Aposentadoria Compulsória; Aposentadoria por Invalidez; Pensão por Morte; Auxílio Doença e Auxílio Reclusão; Salário Maternidade e Salário Família. Previdência Privada Previdência Privada ou Complementar, ao contrário da Previdência Social, é uma alternativa não obrigatória do trabalhador e de caráter individual. (PREVIDÊNCIA, 2017) Enquanto que a Previdência Social se constitui por ser um regime de repartição simples, onde todos devem colaborar para poder gerar a renda para a distribuição dos benefícios entre as pessoas aptas para recebê-la (pessoas com idade avançada, inválidos, grávidas etc.), a Previdência Privada, como o próprio nome diz, age como um suplemento ou uma poupança reserva única para cada indivíduo. A Previdência Privada é um pagamento extra, feito pelo indivíduo, para complementar a renda recebida pelo INSS, como também para a realização de algum projeto de vida, como pagar a universidade dos filhos ou construir um negócio próprio. É uma aposentadoria independente e complementar a da previdência social. Tem como característica ser opcional e voluntária. É utilizada para preservar um determinado padrão de vida. Você lembra onde parou a história da Juliete? Alguns dias depois, as dores começaram a melhorar e ela retomou a sua agenda, podendo regularizar a sua situação financeira. Nesse período, em uma conversa com uma de suas clientes, esta apresentou para Juliete os benefícios de ter uma previdência privada. Dentre os principais benefícios, pode-se destacar: notas de dinheiro Renda por Sobrevivência É entendida como aquela a ser paga ao participante do plano que sobreviver ao prazo de diferimento contratado, geralmente denominada de aposentadoria. notas de dinheiro Renda por Invalidez Trata-se da renda a ser paga ao participante em decorrência de sua invalidez total e permanente ocorrida durante o período de cobertura e depois de cumprido o período de carência estabelecido no plano. notas de dinheiro Pensão por Morte Trata-se da renda a ser paga ao(s) beneficiário(s) indicado(s) na proposta de inscrição em decorrência da morte do participante ocorrida durante o período de cobertura e depois de cumprido o período de carência estabelecido no plano. notas de dinheiro Pecúlio por Morte É a importância em dinheiro, pagável de uma só vez ao(s) beneficiário(s) indicado(s) na proposta de inscrição, em decorrência da morte do participante ocorrida durante o período de cobertura e depois de cumprido o período de carência estabelecido no plano. notas de dinheiro Pecúlio por Invalidez Trata-se da importância em dinheiro, pagável de uma só vez ao próprio participante, em decorrência de sua invalidez total e permanente ocorrida durante o período de cobertura e depois de cumprido o período de carência estabelecido no plano. As Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC), com intuito de administrar recursos para garantir o nível de renda durante a aposentadoria, são também fomentadoras de práticas de responsabilidades sustentáveis por meio dos recursos investidos. Os fundos de pensão, como são também conhecidas, administram planos de benefícios que proporcionam complemento à aposentadoria do Regime Geral de Previdência Social e garante a manutenção da qualidade de vida para aqueles com salários acima do teto do INSS. Os planos de benefícios administrados pelas EFPC são divididos em: Benefício Definido (BD), Contribuição Definida (CD), Contribuição Variável (CV). Estes planos proporcionarão o pagamento aos aposentados e a assistidos. Assim, a fiscalização, adoção de normas e acompanhamento dos investimentos são reponderantes para que sejam respeitados o equilíbrio econômico-financeiro e atuarial. De tal modo, o objetivo é assegurar transparência, solvência e liquidez. Clique para conhecer elementos Técnicos importantes de uma Previdência Privada. Os Planos de Previdência Fechado (EFPC) São os Fundos de Pensão, formados para atender a necessidades específicas dos funcionários das empresas de grande porte, sobretudo das estatais. O acesso é restrito a um grupo determinado e eles não podem ser comercializados no mercado. Os Planos de Previdência Fechado são destinados a empresas ou associações onde o grupo de funcionáriosou associados contribui para formação de um fundo de pensão, gerido por entidades sem fins lucrativos. Esses planos são fiscalizados pela Superintendência de Previdência Privada (Previc), que é subordinada à Previdência Social. Em linhas gerais, o trabalhador contribui com uma parte mensal do salário e a empresa banca o restante, valor que normalmente é dividido em partes iguais. Outras empresas, essas mais raras, bancam toda a contribuição. Ex: PETROS, PREVI, SISTEL, FORLUZ. Os Planos de Previdência Aberto (EAPC) São comercializados no mercado por seguradoras ou entidades abertas de Previdência Privada. As regras são mais flexíveis para atender às necessidades de pessoas físicas ou empresas que queiram, de qualquer tamanho, fazer o plano para seus colaboradores. Esta modalidade de plano de previdência é composta por planos de benefícios administrados por seguradoras autorizadas a operar exclusivamente no ramo de seguro de pessoas. Ex.: PGBL, VGBL. Clique para conhecer mais sobre PDBL e VGBL. Saúde Suplementar Os planos de saúde são regulamentados pela Lei n. 9.656/1998. São todas as empresas que prestam serviço de assistência à saúde, regulamentadas e fiscalizadas pela Agência Nacional de Saúde (ANS) e classificadas da seguinte forma. AUTOGESTÃO ADMINISTRAÇÃO MEDICINA DE GRUPO (PLANOS DE SAÚDE) MEDICINA DE GRUPO (COOPERATIVAS MÉDICAS) SEGURO SAÚDE Regulamentação do Setor de Saúde Suplementar Alguns tópicos importantes da Lei n. 9.656/1998: Condições de Admissão do Consumidor Ninguém pode ser impedido de participar dos planos ou seguros, em razão da idade ou da condição de portador de deficiência. O consumidor é obrigado a informar à operadora, na assinatura do contrato, qualquer doença ou lesão preexistente (DLP), sob pena de cancelamento do contrato. A operadora, se desejar, pode solicitar perícia médica para esclarecer e definir as DLPs. Carência dos Planos Partos: Carência máxima de 10 meses para a utilização do plano; Para os demais casos: Carência máxima de 6 meses para a utilização do plano; Casos de urgência e emergência: Carência máxima de 24 horas para a utilização do plano. Faixa Etária e Percentual de Reajuste A lei estabelece 7 faixas para a variação de valores, em razão da idade dos usuários e seus dependentes: Até 17 anos de idade; De 18 a 29 anos de idade; De 30 a 39 anos de idade; De 40 a 49 anos de idade; De 50 a 59 anos de idade; De 60 a 69 anos de idade; 70 anos de idade ou mais. Os reajustes da faixa etária de 70 anos ou mais, não pode ser maior do que 6 vezes o valor para a faixa etária de até 17 anos de idade. Franquia e Coparticipação FRANQUIA COPARTICIPAÇÃO Perda da Qualidade de Segurado Nos contratos individuais, as únicas razões que podem levar à perda dos benefícios são: Fraude — Não revelar DLP conhecida; Não pagamento da mensalidade por mais de 2 meses. Reajuste do Prêmio Os reajustes relativos à variação dos custos médico-hospitalares, só poderão ser aplicados anualmente e após aprovação da ANS. Exercícios Questão 1: (VUNESP-2009) São segurados obrigatórios da Previdência Social: a) os empregados, brasileiros ou estrangeiros, domiciliados e contratados no Brasil para trabalhar como empregados em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior. b) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, ainda que vinculado a regime próprio de previdência social. c) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, ainda que coberto por regime próprio de previdência social. d) como trabalhador avulso, quem presta, a diversas empresas, com vínculo empregatício, serviços de natureza urbana ou rural definidos no regulamento. e) quem presta serviço de natureza urbana ou rural a uma ou mais empresas, sem relação de emprego, exceto se for em caráter eventual. Corrigir Questão 2: (CEGRANRIO 2015) Uma cliente bancária está decidida a contratar um plano de previdência privada para si. No entanto, ela está em dúvida se seu perfil está mais adequado ao “Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL)” ou ao “Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL)”. Sabendo que a cliente é solteira e que sempre estará isenta de imposto de renda, a escolha adequada seria o: a) PGBL, pois ela não conta com a vantagem fiscal do VGBL. b) VGBL, pois ela não conta com a vantagem fiscal do PGBL. c) PGBL, pois ela declara seu imposto de renda no modelo simplificado. d) PGBL, pois ela declara seu imposto de renda no modelo completo. e) VGBL, pois ela declara seu imposto de renda no modelo completo. Corrigir Questão 3: (FCC 2004) A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinado a assegurar o direito relativo à: a) saúde, ao trabalho, à previdência e à assistência social. b) previdência e à assistência social. c) previdência social. d) saúde, à previdência e à assistência social. e) previdência, à assistência social e ao trabalho. Corrigir Questão 4: (FCC-2012) Márcio é administrador, não empregado na sociedade por cotas de responsabilidade limitada XYZ, e recebe remuneração mensal pelos serviços prestados. Nessa situação, Márcio: a) não é segurado obrigatório da previdência social. b) é segurado facultativo da previdência social. c) é segurado especial da previdência social. d) é contribuinte individual da previdência social. e) é segurado eventual da previdência social. Corrigir Questão 5: (FCC 2006) Dentre as modalidades de investimento abaixo, aquela que permite a dedução dos valores investidos na Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda, até o limite de 12% da renda bruta do contribuinte, é o/a: a) CDB b) VGBL c) Fundo de Investimento Referenciado DI d) Caderneta de Poupança e) PGBL Corrigir Referências desta aula Próximos passos Explore + Referências desta aula GARCIA, Igor França. Apostila ciências atuariais. 2016. Disponível em: <http://www.atuarialconsultoria.com.br/2012/11/igor-garcia-da-atuarial-consultoria.html>. Acesso em 02 out. 2017. IBA. Instituto Brasileiro de Atuária. <www.atuarios.org.br>. SIGNIFICADOS.COM. Previdência. Disponível em: <https://www.significados.com.br/previdencia/>. Acesso em 02 out. 2017. Próximos passos Características do seguro e da previdência; Princípios consagrados no Brasil da Previdência Social. Explore + Sugestões de pesquisas e visitas a sítios: Assista ao vídeo: História da Previdência Social. Ministro da Previdência faz um panorama geral da história da Previdência Social e lista os benefícios ofertados pela instituição à população. Disponível em <https://youtu.be/L_emMZdb4PA>. Acesso em 02 out. 2017. Reflita: Quais os benefícios da Previdência Social para o segurado e para a economia de um país? Após entender a história da Previdência assista ao vídeo: Reforma da Previdência Social — Prof. Eduardo Tanaka. Análise técnica feita pelo Prof. Eduardo Tanaka, especialista em Direito Previdenciário e auditor da Receita Federal do Brasil. Disponível em: <https://youtu.be/X9tFlZ0cHnY>. Acesso em 02 out. 2017. Gestão Atuarial / Aula 06: Tipos de seguro Introdução Nesta aula, você inicialmente compreenderá o mercado segurador brasileiro e suas tendências. Após entender a evolução deste mercado, veremos os tipos de seguro e as principais diferenças entre uma modalidade de seguro e outra. As entidades, de uma forma geral, necessitam entender os tipos de seguros a que podem ter acesso para melhor se protegerem dos riscos. Ao concluir esta aula você será capaz de diferenciar seguros de pessoas e de não pessoas (seguros patrimoniais e de serviços). Objetivos Reconhecer os tipos de seguro e as principais diferenças entre uma modalidade de seguro e outra. Distinguir os seguros de pessoas e de não pessoas (seguros patrimoniais e de serviços). Identificar os tipos de seguro de pessoas e o que é cobertura por sobrevivência, bem como as formas de Contratação e de Custeio de seguro de pessoas. Créditos Aderbal Torres Revisor Luciane Pery Designer InstrucionalRafael Moraes Web Designer Rostan Silva Programador INTRO OBJETIVOS CRÉDITOS IMPRIMIR A relevância do mercado segurador para economia Entre meados da década de 1970 e fins da década de 1980, no Brasil, os mercados de seguros, previdência privada e capitalização se encontravam estagnados. A inflação estava elevada, a regulação era inibidora da competição e a cultura nacional desacostumada com os seguros constituíam os principais entraves ao desenvolvimento do setor. Conforme o site Tudo Sobre Seguros (2017), de 1990 para cá, o mercado mudou bastante: • Os governos concederam às seguradoras maior liberdade de fixação de preços e demais condições das apólices; • Diversas companhias internacionais passaram a operar no Brasil, a oferta de produtos se diversificou; • A maior concorrência trouxe benefícios aos consumidores na forma de queda de prêmios. • Com as reformas dos primeiros anos da década de 1990, teve início um período de crescimento ainda mais acentuado depois do sucesso da estabilização monetária de 1994 que acabou com a hiperinflação. Os principais indicadores do mercado segurador mais que dobraram: a receita anual com prêmios de seguros e contribuições a planos de previdência passou de US$32 por habitante, em 1990, para US$338 em 2015 e o quociente dessa receita contra o PIB subiu de 1,2% para 3,9% no mesmo período (excluído saúde suplementar). Em 2015, o referido mercado arrecadou R$363,1 bilhões em prêmios diretos de seguros, saúde suplementar, contribuições previdenciárias e em títulos de capitalização, o que significou 6,1% do PIB. Tais prêmios e contribuições serviram para incrementar provisões que se elevaram a R$652,1 bilhões, o que significou 11,0% do PIB. As provisões também garantiram o pagamento de indenizações de sinistros, benefícios assistenciais e resgates de planos previdenciários e de capitalização no valor de R$245,1 bilhões, em 2015 (4,2% do PIB). A importância do setor ultrapassa, em muito, a expressão numérica. (TUDO SOBRE SEGUROS, 2017). O setor de seguros é relevante na economia, pois fornece cobertura de risco contra todos os aspectos da vida moderna, desde perdas relacionadas ao exercício de atividades profissionais, morte e invalidez até perdas referentes a desastres naturais e à propriedade pessoal. Sem ela, muitos negócios não existiriam, empregos seriam perdidos e famílias não teriam proteção nos momentos de adversidade. O seguro permite aos indivíduos transferir seus riscos às seguradoras — transferido e compartilhado entre muitos indivíduos, reduzindo desse modo o custo da perda. Os prêmios (receita dos seguros vendidos) normalmente permanecem por um longo período como reservas das seguradoras. Eles serão aplicados nos mercados financeiro e de capitais e, em menor proporção, no mercado de imóveis, produzindo rendimentos. As reservas constituídas pela agregação de prêmios auxiliam o desenvolvimento dos mercados financeiro e de capitais e, portanto, a formação da poupança, fundamental para o financiamento em larga escala exigido nos projetos da infraestrutura. As seguradoras são igualmente intermediárias financeiras e importantes na mobilização de poupanças e na melhora da alocação de recursos da economia. Outro ponto a observar é a do mercado de seguro no gerenciamento de riscos. A gestão de riscos é a contribuição mais importante da indústria. Diversas seguradoras, ao assumirem determinados riscos, apresentam sugestões de melhorias de riscos e processos (a partir da inspeção dos locais segurados) visando evitar a ocorrência de sinistros e seus impactos — tanto em termos de perdas materiais como financeiras (redução do faturamento, por exemplo). É o olho “externo” do segurador, com base na experiência de diversos setores para aconselhar no gerenciamento dos riscos. Os contratos de seguros impõem regras de controle dos riscos e desta forma contribuem para a segurança das pessoas e das empresas. Por fim, não podemos deixar de destacar que a atividade de seguro facilita investimentos estratégicos. O investimento (capital fixo em formação), que é importante para o crescimento econômico, é tipicamente acompanhado de riscos ainda maiores. A incerteza e o risco acompanham a maioria das atividades econômicas. O gerenciamento de recursos que caracteriza a maioria de investimentos igualmente implica na assunção de riscos. O seguro oferece, frequentemente, a contrapartida para a garantia de financiamentos relacionados aos investimentos. Sem seguro os agentes financeiros não teriam condições de assumir os riscos dos empreendimentos. Classificação dos Seguros Conforme Souza (2007), as principais classificações de seguros são apresentadas no Quadro 1. De acordo com a ocorrência dos riscos Seguro de riscos decorridos Seguro de riscos a decorrer De acordo com a natureza dos riscos Seguro de pessoas Seguro de danos patrimoniais Seguro de prestação de serviços Fonte: Elaborado pelo autor com base em Souza (2007) De acordo com a natureza dos riscos os seguros podem ser classificados em: • seguros de pessoas (seguro de vida, acidentes pessoais e saúde); • seguro de não pessoas (composto por seguros patrimoniais e de prestação de serviços). SEGURO DE PESSOAS • Seguro de vida • Seguros de Acidentes Pessoais SEGURO DE DANOS PATRIMONIAIS • Seguros de responsabilidade e de bens SEGURO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS • Seguros de assistência a seguros de defesa Figura 1- Classificação dos seguros quanto à natureza dos riscos Fonte: Souza (2007) A classificação disponibilizada na Figura 1 pode ser resumida em dois grandes grupos: seguros de pessoas e seguro de não pessoas. » No seguro de pessoas o prêmio é fixo e definido pelo segurado. Neste caso, a variável mais importante é a duração da vida, seguro de danos patrimoniais e seguro de prestação de Serviços. » Já o seguro de não pessoas depende do grau de dano provocado ao bem. Assim, a variável é o tempo e a probabilidade de ocorrência do evento que contam, conforme Quadro 2. Quadro 2: Seguro de pessoas x Não pessoas Seguro de Pessoas Seguro de Não Pessoas Não se tem como determinar ao certo o valor econômico da vida de alguém. Assim, os valores da indenização, em caso de morte ou invalidez, estabelecidos pelos seguros de pessoas têm de ser escolhidos pelo próprio indivíduo, e não pelo "valor de mercado”. Depende do grau de dano provocado ao bem: um incêndio pode apenas danificar uma máquina ou pode alastrar-se para a indústria, destruindo todo o seu parque instalado. Da mesma forma, um ladrão pode roubar apenas um televisor ou todos os eletrodomésticos da casa. Os valores da indenização do seguro são fixos. Os valores da indenização variam conforme o dano. A variável mais importante é a duração da vida da pessoa. O tempo e a probabilidade de ocorrência do evento que contam como variáveis. Fonte: Elaborado pelo autor com base em Souza (2007) O Gráfico 1 mostra essa evolução e revela que, de 1994 para cá, foi o ramo vida (que inclui seguros de vida, acidentes pessoais e planos de previdência complementar aberta) que puxou o crescimento do mercado de seguros relativamente ao PIB. O faturamento do ramo não vida (seguros de danos, responsabilidades e saúde) ficou relativamente estável como proporção do PIB. Seguros de riscos decorridos Pagamento realizado após ocorrência do fato gerador. Exemplo: seguro de transporte, de vida em grupo e de acidentes pessoais. Seguros de riscos a decorrer Caracterizam-se pelo pré-pagamento do prêmio. Exemplo: seguro de automóvel, incêndio e fiança locatícia. Figura 2- Classificação dos seguros quanto à natureza da ocorrência dos riscos Fonte: Souza (2007) A Figura 2 apresenta a classificação dos seguros quanto à ocorrência dos riscos. No seguro de riscos decorridos, o pagamento é realizado após ocorrência do fato gerador. Exemplo: seguro de transporte, de vida em grupo e de acidentes pessoais. Já o seguro de riscos a decorrer caracteriza-se pelo pré-pagamento do prêmio. Exemplo: seguro de automóvel, incêndio e fiança locatícia. Seguro de Pessoas Nocurso de suas vidas, as pessoas estão sujeitas a uma série de infortúnios, inclusive relacionados a danos físicos, podendo-se destacar como mais relevantes: • a morte; • as consequências de um acidente pessoal; • a enfermidade grave; • a perda do emprego ou o impedimento de exercer a atividade; • a invalidez permanente ou temporária; • os riscos de enfrentar a velhice em condições financeiras desfavoráveis em relação àquelas usufruídas durante o período laboral, entre outros. (FENASEG, 2017) Sistemas públicos universais de seguridade, previdência e assistência social oferecem proteção para essas e para outras situações, mas, em condições que nem sempre suprem as reais necessidades dos indivíduos, em razão de limitações impostas pelos programas governamentais, em especial no tocante à percepção de valores financeiros. Nesse cenário, são criadas, regulamentadas e prosperam as modalidades privadas de prevenção contra os impactos financeiros negativos relacionados ao enfrentamento desses infortúnios, ou seja, programas de adesão voluntária voltados ao atendimento das necessidades das pessoas de proteção adicional para si ou para terceiros (beneficiários) em relação às inexoráveis consequências desses infortúnios, constituídos e operacionalizados, sobretudo, no segmento de seguros de pessoas, privado. A propósito, deve-se observar que, por se destinarem objetivamente à proteção pessoal, proporcionando garantias financeiras na hipótese de ocorrência de danos físicos imprevisíveis aos indivíduos segurados, os planos de seguros de pessoas e os de benefícios de previdência complementar aberta são técnica e operacionalmente muito assemelhados. Diferenciam-se, basicamente, em: aspectos estruturais relacionados à segmentação dos respectivos produtos função das finalidades mais diversificadas e específicas dos primeiros decorrência do tratamento fiscal ao qual sujeitam os consumidores. (FENASEG, 2017) O seguro de pessoas, mediante o pagamento do prêmio à sociedade seguradora, tem por finalidade garantir a proteção financeira (capital segurado contratado), caso ocorra o infortúnio por ele coberto. (FENASEG, 2017). Nos seguros de pessoas: • O pagamento da indenização não tem relação com o valor do dano produzido pela ocorrência do sinistro e sim com o valor da cobertura contratada pelo segurado; • As principais modalidades são: seguro de vida e de acidentes pessoais; • O prêmio feito para custeio do plano de seguro contratado poderá ser pago de forma única, ou em parcelas periódicas, de acordo com o produto, respectivas coberturas e prazo contratado, inclusive por toda a vida. • À seguradora caberá, na hipótese de ocorrência do infortúnio coberto pelo seguro, honrar o pagamento do valor do capital segurado, contratualmente predeterminado. (FENASEG, 2017) Podemos perceber que o seguro de pessoas trata-se de um importante mecanismo de proteção social, pois contribui, direta ou indiretamente, para minimizar dificuldades que titulares desses seguros e respectivos beneficiários virão a enfrentar caso ocorra o infortúnio ao segurado. (FENASEG, 2017) O seguro de pessoas pode oferecer uma variada gama de coberturas de risco, dentre as quais a mais comum, a por morte. Nesse caso, denomina-se seguro de vida. Essa cobertura garante o pagamento do valor predeterminado do capital segurado ao(s) beneficiário(s) livremente indicado(s) pelo segurado, caso ocorra seu falecimento, e à falta de indicação dele aos seus sucessores, na forma da lei civil. É importante registrar, como peculiaridade da cobertura de morte, a possibilidade de sua contratação exclusivamente para os casos de ocorrência de acidente pessoal. Assim, são oferecidas pelo mercado segurador a cobertura de morte em decorrência de acidente e/ou a cobertura de morte por qualquer causa, sempre respeitados os riscos considerados excluídos pelo plano de seguro, conforme as condições contratuais. Não obstante o expressivo benefício que essa cobertura proporciona aos componentes das mais diversas camadas sociais, ela ganha especial relevância para as classes socialmente menos favorecidas, onde a ocorrência desse infortúnio (óbito do provedor da família), normalmente, compromete, de forma imediata, a renda e naturalmente a subsistência familiar. No seguro de pessoas, o pagamento da indenização não tem relação com o valor do dano produzido pela ocorrência do sinistro e sim com o valor da cobertura contratada pelo segurado. Seguro de vida individual É a modalidade de seguro que cobre a morte ou a sobrevivência de um “único” segurado. Pode ter mais de uma pessoa: um casal (cônjuges) ou sócios de uma firma — conhecido como seguro em conjunto ou de duas ou mais cabeças. Esse seguro destinado às pessoas físicas, na intenção de obter indenizações, no caso de falecimento, de invalidez parcial ou total por acidente ou por doença, de despesas médicas, de despesas com funerais entre outros, de acordo com as coberturas contratadas na adesão da proposta de seguro. Na falta do contratante, a indenização é paga aos beneficiários legais ou aos predeterminados pelo segurado na aquisição do seguro. Existem três modalidades desse seguro: SEGURO DE VIDA ORDINÁRIO SEGURO DE VIDA DE PAGAMENTOS LIMITADOS SEGURO DE VIDA DOTAL Seguro de vida em grupo Ao contrário do individual, tem como premissa um conjunto de pessoas dividindo uma mesma apólice de seguro de vida, válido para mais de uma pessoa. Exemplo: uma empresa e seus funcionários. O seguro de vida em grupo é um tipo específico para pessoas jurídicas, onde tem por objetivo garantir pagamento do valor contratado aos funcionários ou sócios da empresa contratante, ou na falta destes, seus beneficiários legais no caso de ocorrência dos seguintes eventos: • morte natural ou acidental, • invalidez permanente ou parcial por acidentes ou por doenças, • despesas médico-hospitalares, • despesas com funerais e • cestas básicas durante um determinado período aos familiares. Seguro de acidentes pessoais Tem por objetivo garantir o pagamento de uma indenização ao segurado ou aos seus beneficiários na ocorrência de qualquer sinistro acidental, como: • morte acidental, • invalidez permanente total ou parcial por acidente e • despesas médico-hospitalares. Podem ser contratados de forma individual para pessoas físicas, coletivo para pessoas jurídicas. O seguro de acidentes pessoais cobre o segurado em casos de acidentes previstos no contrato que causem morte ou invalidez permanente, total ou parcial. Em caso de morte: os beneficiários indicados recebem pecúlio. Seguro Saúde Garante o pagamento em dinheiro ou reembolso de despesas com cirurgias, estadas em hospitais, tratamentos e consultas médicas feitas pelo segurado e previstas no contrato. Seguro saúde: seguro saúde privado garante ao segurado, de acordo com as condições gerais (pré-adquirida na assinatura dos contratos), todos os atendimentos médicos e hospitalares necessitados, porém, proporcionais a cada tipo de plano (regional ou nacional) optado. Seguro Educação e Seguro Educacional O seguro educação garante, na falta do segurado, a educação das pessoas indicadas por ele. Já o Educacional é um tipo de seguro a ser contratado especificamente por instituições de ensino, como objetivo principal garantir o pagamento das mensalidades escolares dos filhos/dependentes do responsável no caso de falecimento deste, invalidez permanente total por acidente ou perda de renda por desemprego, de acordo com as garantias contratadas pela escola, no período de validade dos contratos escolares. Cobertura por Sobrevivência Os seguros de pessoas, além de se prestarem a proteger crianças, jovens e adultos, cumprem, também, importante papel na garantia da complementação de renda na terceira idade, principalmente para a camada da população que, na ausência de renda proveniente de atividade laboral ou de outras fontes, contaria apenas com a aposentadoria concedida pelo sistema oficial público de previdência. Minimizar ou superar condições financeiras desfavoráveis, durante a terceiraidade, após o período laboral — particularmente para aqueles que, durante a vida ativa, usufruíram rendimentos acima do valor de aposentadoria que suas contribuições à previdência social puderam proporcionar — exige solução de, ao longo da vida laboral, ir formando um patrimônio, cujo valor possa, no momento oportuno, ser voltado para o usufruto de renda para complementar o valor da aposentadoria proporcionada pela previdência pública. Outras circunstâncias podem motivar — e têm motivado — pessoas a acumular poupanças nesse tipo de produto. Destaque-se, entre elas: • provisionamento de recursos para futuro custeio da educação de filhos, menores e/ou dependentes econômicos, assim como para iniciação de sua vida profissional; • formação de reserva financeira para complementar gastos com saúde, na terceira idade; • interesse em investimento, de médio a longo prazo — as taxas de rendimento proporcionadas pelos produtos conjugadas com o tratamento tributário ao qual se sujeitam, normalmente, torna-os competitivos em relação aos produtos financeiros oferecidos pelo setor financeiro; • simples garantia de reserva financeira para projetos futuros e eventualidades. Para suprir essa demanda, os seguros de pessoas oferecem as denominadas coberturas por sobrevivência, normalmente estruturadas, durante o período de acumulação de recursos, em regime de capitalização puramente financeira, onde cada um contribui para formação da própria poupança que irá financiar o benefício futuro. Assim, além das naturais preocupações com as prioridades de consumo, deve-se reservar recursos para aquisição dessa modalidade de seguro, pois oferece proteção na eventualidade da ocorrência dos citados infortúnios e para aquelas outras situações mencionadas, quando desejável. Além de todos os benefícios acima descritos, o principal mérito dos seguros de pessoas, com cobertura por sobrevivência, é terem sido regulamentados para possibilitar o acesso a planos de caráter previdenciário complementar à maior parte da população, ou seja, às pessoas que fazem, pelo formulário simplificado, a declaração anual de ajustes do imposto de renda pessoa física, ou que se declaram isentas desse imposto, até, então, alijadas, na prática, dessa oportunidade. O produto adequa-se também, em caráter suplementar, àqueles que contribuem regularmente para a previdência privada complementar aberta, e desejosos de incrementar sua poupança de caráter previdenciário com depósitos anuais superiores aos 12% da respectiva renda bruta anual — já destinados a planos de benefícios de previdência complementar aberta e passíveis de dedução — na declaração anual de ajustes do imposto de renda pessoa física pelo formulário completo. A propósito, e como ocorre para as coberturas de risco, uma vez contratada a cobertura por sobrevivência, na data programada para o início do seu recebimento, bastará ao titular do plano (segurado) comunicar o fato à operadora, mediante a apresentação dos documentos comprobatórios descritos no contrato. A companhia operadora pagará o capital segurado contratado (na forma acordada — pagamento único ou renda), no prazo máximo de 30 dias. Formas de Contratação Nos planos de seguros de pessoas, independentemente do tipo de cobertura que ofereçam, podem ser contratados de forma individual ou coletiva, cabendo o custeio, no primeiro caso, exclusivamente à pessoa física contratante do plano. Os planos de seguro coletivos podem ser de duas espécies: Os averbados destinam-se à contratação por Estipulantes (sindicatos, entidades de classe ou associações profissionais, entre outras) em favor de pessoas físicas a eles, direta ou indiretamente, vinculados. Incluem-se nesse rol de Estipulantes, as pessoas jurídicas que contratam a apólice coletiva de seguro de pessoas para associar as respectivas coberturas à garantia ou subsídio dos seus próprios produtos e serviços, nesse caso, o vínculo com os segurados decorre da relação comercial mantida com eles, na condição de clientes. Como exemplo, pode-se citar o caso das instituições financeiras, beneficiárias do seguro prestamista que estipulam para seus clientes financiados, até o valor do saldo da dívida a amortizar. Assim, o capital segurado, na hipótese de ocorrência de algum dos infortúnios cobertos, será pago ao beneficiário Estipulante da apólice, no valor do saldo da dívida, quitando as obrigações relativamente ao financiamento contratado, e, se houver algum valor excedente à dívida referida, será destinado ao(s) beneficiário(s) indicado(s) pelo segurado. À semelhança dos contratados de forma individual, o custeio dos planos coletivos averbados é de exclusiva responsabilidade dos segurados pessoas físicas, sendo eles os principais interessados nas condições contratuais. Os instituídos são contratados por Estipulantes (normalmente, empregadores) em favor dos empregados e dirigentes da pessoa jurídica, e a forma de custeio pode ser de três tipos: EXCLUSIVAMENTE CONTRIBUTÁRIO PARCIALMENTE CONTRIBUTÁRIO NÃO CONTRIBUTÁRIO Exercícios Questão 1:De acordo com a natureza dos riscos, os seguros podem ser classificados em: Seguros de pessoas, de danos patrimoniais e de prestação de serviços. Seguros resgatáveis e não resgatáveis. Seguros decorridos e a decorrer. Seguro de vida e seguro de automóveis. Seguro de responsabilidade e de vida. Corrigir Questão 2: (CESGRANRIO 2014) O mercado de seguros é cada vez mais crescente no Brasil. As seguradoras oferecem uma gama diferenciada de produtos e subprodutos para atender a essa grande demanda. O seguro de acidentes pessoais, por exemplo, garante o pagamento de indenização em caso de: Colisão do automóvel do segurado com veículos de terceiros, desde que esteja estipulado na apólice. Perda total do veículo sem danos ao segurado, desde que especificado na apólice. Paralisação das atividades laborais do segurado durante o período de uma eventual internação hospitalar causada por doença crônica. Invalidez permanente, total ou parcial, por acidente, ou indenização ao beneficiário em caso de falecimento do segurado. Incêndio, enchente ou qualquer outro tipo de fenômeno climático que danifique a residência do segurado. Corrigir Questão 3: (CESPE 2014) Atualmente, as empresas oferecem amplos pacotes de benefícios sociais, entre os quais aqueles relacionados a serviços médicos, que podem assumir diferentes padrões e podem ser direcionados ou de livre escolha. A situação acima descreve um benefício que envolve: transporte alimentação assistência jurídica assistência médico-hospitalar seguro de vida em grupo Corrigir Questão 4: (FCC 2012) A empresa “Seguros e Cia.” explora o ramo de seguros, tendo como uma de suas empregadas, Gaia Paiva, com 22 anos de idade. Além do salário, Gaia recebe: comissão; seguro de vida; seguro de acidentes pessoais; assistência médica mediante seguro-saúde; 50% da mensalidade de seu curso de inglês bem como livros e materiais didáticos. Neste caso, NÃO serão considerados como salário APENAS: a assistência médica mediante seguro-saúde; os 50% da mensalidade de seu curso de inglês e os livros e materiais didáticos. o seguro de vida; o seguro de acidentes pessoais e os livros e materiais didáticos. o seguro de vida; o seguro de acidentes pessoais e a assistência médica mediante seguro-saúde. o seguro de vida; o seguro de acidentes pessoais; a assistência médica mediante seguro-saúde; os 50% da mensalidade de seu curso de inglês e os livros e materiais didáticos. os 50% da mensalidade de seu curso de inglês e os livros e materiais didáticos. Corrigir Questão 5: (CESPE 2007). Assim como nos países de primeiro mundo, no Brasil, existem diversos produtos financeiros, com funções diversas, como previdência complementar, seguros privados, títulos de capitalização, seguro-saúde. Acerca desses produtos, julgue os itens a seguir. Os seguros de pessoas são necessariamente contratados de forma individual e podem ter vigência por prazo determinado ou por toda a vida do segurado (seguro vitalício).CERTO ERRADO Corrigir Referências desta aula Próximos passos Explore + Referências desta aula FENASEG – Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização. Disponível em: https://goo.gl/YnUzcc. Acesso em 25 out. 2017. GARCIA, Igor França. Apostila Ciências Atuariais. 2016. Disponível em https://goo.gl/zrq1Ws. Acesso em 25 out. 2017. IBA - Instituto Brasileiro de Atuária. Disponível em: . Acesso em 25 out. 2017. SIGNIFICADOS.COM.BR. Significado de previdência. Disponível em: https://www.significados.com.br/previdencia/. Acesso em 25 out. 2017. SOUZA, Silney. Seguros: Contabilidade, Atuária e Auditoria. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. TUDOSOBRESEGUROS.ORG.BR. Fastos e indicadores do mercado. Disponível em: https://goo.gl/1GUGJw. Acesso em 25 out. 2017. Próximos passos Características do seguro de danos patrimoniais; Tipos de seguros de danos patrimoniais. Explore + Sugestões de pesquisas e visitas a sítios: Para conhecer mais sobre o seguro saúde e diferenciá-lo do plano de saúde, visite o site: https://goo.gl/RH34Vs. Acesso em 25 out. 2017. Assista também ao vídeo: Quais as diferenças entre seguro e plano de saúde? Disponível em https://youtu.be/DmQNGCe3ffI. Acesso em 25 out. 2017. Reflita: • O que é um plano de saúde e um seguro saúde? • Quais são as opções de assistência privada à saúde? • Qual é a diferença entre seguro e plano de saúde? • Quais são os tipos de planos e seguros que existem? • Quais são os tipos de operadoras que existem no mercado? • Como funciona a carência nos seguros e planos de saúde? Gestão Atuarial / Aula 07: Seguros Patrimoniais Introdução A proteção do patrimônio aos riscos, de um modo geral, é atribuição essencial das entidades. Vimos em aulas anteriores que, para se proteger, o segurado transfere para seguradora os riscos. Nesta aula, você será capaz de entender o objetivo dos seguros de danos patrimoniais, conhecer seus tipos e diferenciá-los. Objetivos Reconhecer os tipos de seguro e as principais diferenças entre uma modalidade de seguro e outra. Diferenciar o objetivo dos seguros de danos patrimoniais. Reconhecer os tipos de seguro de danos patrimoniais e diferenciá-los. Créditos Aderbal Torres Revisor Luciane Pery Designer Instrucional Rafael Moraes Web Designer Rostan Silva Programador INTRO OBJETIVOS CRÉDITOS IMPRIMIR Seguro de Danos Patrimoniais Conforme Souza (2007), esta modalidade de seguros tem como principal finalidade reparar, ao segurado, a perda financeira ocasionada pelo sinistro. Os principais exemplos desta modalidade de seguros estão elencados na figura 1: Seguro DPVAT Seguro de Automóveis, Aeronaves e Embarcações Seguro de Cargas Seguro Incêndio Outros Seguros Figura 1- Principais seguros patrimoniais Fonte: Elaborado pelo autor (NUNES, Rosângela) com base em Souza (2007) Seguro DPVAT É o seguro obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres, ou por sua carga, a pessoas transportadas ou não, criado pela Lei n° 6.194/74, alterada pelas Leis 8.441/92, 11.482/07 e 11.945/09, com a finalidade de amparar as vítimas de acidentes de trânsito em todo o território nacional, não importando de quem seja a culpa dos acidentes. Este seguro é obrigatório a todas as categorias automotoras, com finalidade de garantir indenizações nos casos de acidentes de trânsito de qualquer gênero ou natureza, obtendo as seguintes coberturas: • morte acidental, • invalidez permanente ou parcial acidental, • despesas médicas hospitalares. A contratação do DPVAT é realizada no momento da regularização do veículo no DETRAN, e sua indenização poderá ser paga por qualquer instituição de seguro devidamente registrada nesta categoria pela SUSEP — Superintendência de Seguros Privado. A seguradora efetuará o pagamento das indenizações a seguir especificadas, por pessoa vitimada: • Morte; • Invalidez Permanente; • Despesas de Assistência Médica e Suplementares (DAMS). Não estão cobertos pelo DPVAT: • Danos materiais (roubo, colisão ou incêndio de veículos); • Acidentes ocorridos fora do território nacional; • Multas e fianças impostas ao condutor ou proprietário do veículo e quaisquer despesas decorrentes de ações ou processos criminais; e • Danos pessoais resultantes de radiações ionizantes ou contaminações por radioatividade de qualquer tipo de combustível nuclear, ou de qualquer resíduo de combustão de matéria nuclear. Seguro de automóveis É o seguro mais popular e vendido no Brasil, tem como função cobrir perdas ou danos dos veículos terrestres de propulsão a motor e a seus reboques, desde que não trafeguem sobre trilhos. (Circular SUSEP Nº 269/2004, publicada em 04 de outubro de 2004). Garante ao contratante da apólice, a indenização dos prejuízos efetivamente sofridos e despesas comprovadas, decorrentes dos riscos cobertos e pertinentes ao(s) veículo(s) segurado(s), com as seguintes coberturas: • colisão, • incêndio e • roubo. E ainda, coberturas acessórias como: • assistência Dia & Noite, • carro reserva, • vidro protegido e outros. A cobrança do prêmio leva em consideração o nível de risco: • a periculosidade da cidade; • o tipo de veículo; • o perfil do motorista. Seguro de aeronaves Abrange os riscos a que estão expostas as pessoas e as coisas quando transportadas por via aérea. Assim, no caso de um acidente, além de reposição do avião, o seguro de aeronaves cobre as despesas médicas dos passageiros acidentados e, em caso de morte, ainda funciona como seguro de vida. O valor da indenização leva em consideração o perfil socioeconômico das pessoas. Seguro de embarcações Este seguro é destinado a qualquer que seja o porte ou tipo de embarcação ou frota, ou seja, a pessoas físicas ou jurídicas. Garante cobertura para: • Casco; • Máquinas; • Motores; • Instalações; • Equipamentos; • Responsabilidade civil facultativa; • Roubo ou furto da embarcação; • Assistência e salvamento, dentro e fora do mar; • Embarcações — de carga ou de lazer; • Garanta contra indenizações por perdas ou danos às embarcações, seus acessórios e mercadorias nelas embarcadas. Seguro de cargas Também conhecido como seguro transporte, garante ao segurado uma indenização pelos prejuízos causados ao objeto segurado durante seu transporte. A contratação de um seguro de cargas é uma premissa do transporte seguida praticamente no mundo todo. Um dos motivos principais é o fato de as empresas serem ressarcidas em casos de furtos, roubos, sequestros de veículos e acidentes com avarias. Segundo a Prestex (2017), aqui no Brasil, sob a ótica regulatória, toda carga em circulação deve estar assegurada, coberta por, pelo menos, dois tipos de seguros diferentes, sendo que um deles é feito pelo cliente, embarcador de cargas, e o outro é feito pela transportadora. Como dissemos, no Brasil são utilizados comumente quatro tipos de seguro para cargas: SEGURO TRANSPORTE NACIONAL RESPONSABILIDADE CIVIL DO TRANSPORTADOR RODOVIÁRIO DE CARGA (RCTR-C) RESPONSABILIDADE CIVIL POR DESAPARECIMENTO DE CARGA (RCF-DC) RESPONSABILIDADE CIVIL DO TRANSPORTADOR AÉREO DE CARGA (RCTA-C) Além desses seguros, algumas empresas podem solicitar ainda a cobertura adicional de outros serviços, como: • operações de carga e descarga; • percurso fluvial adicional; • transporte de cargas especiais ou perigosas. Com todos os riscos inerentes ao transporte de carga e os elevados índices de casos de furtos, roubos e acidentes nas estradas, o seguro de cargas é capaz de transmitir mais segurança às empresas e garantir o pagamento de indenizações, de acordo com análises feitas. Também deve ser considerada a obrigatoriedade do cumprimento de legislação, o que torna imprescindível o uso do seguro por parte dos clientes e transportadores. Seguro de incêndio Cobre perdas e danos materiais causados por incêndios, queda de raios e explosão de gás de aparelhos de uso doméstico ou usados em iluminação. Seguro de transportes Oferecem proteção ampla para bens e mercadorias transportados no território nacional e internacional, em operaçõesde importação e exportação, em meios de transporte terrestre, marítimo, aéreo, ferroviário, fluvial ou lacustre. Os seguros de transportes atendem às necessidades de empresas transportadoras ou pessoas físicas ou jurídicas que possuam bens a ser transportados na condição de carga. Nos transporte aéreo, são oferecidas as coberturas de: • Incêndio; • Abalroação; • Colisão; • Queda da aeronave; • Além do extravio de volumes inteiros. No transporte marítimo em território nacional (cabotagem), são cobertos os riscos de perda total e parcial, em decorrência de avarias por encalhe, abalroação, entre outros. Tratando-se de transporte internacional, a cobertura All Risks cobre os riscos de: • incêndio ou explosão; • encalhe; • naufrágio; • colisão; • perda total; • amassamento; • danos causados por água doce ou de chuva; • operação de carga e descarga. Outros Seguros Para condomínios: protege condomínios residenciais, comerciais ou mistos contra os mais diversos riscos, garantindo a tranquilidade aos síndicos e aos moradores. Possuem como cobertura básica: incêndio, queda de raio e explosão por qualquer natureza e como algumas coberturas acessórias: • vendaval; • danos elétricos; • desmoronamento; • alagamento; • responsabilidade civil do síndico; • responsabilidade civil do condomínio; • responsabilidade de veículos de guarda de veículos de terceiro; • danos a portões eletrônicos, entre outros. Compreensivo residencial: seguro completo para residências habituais ou de veraneio, oferecendo como completa cobertura de incêndio, queda de raio e explosão de gás. Este seguro, ainda dispõe de algumas coberturas acessórias como: • vendaval; • danos elétricos; • desmoronamento; • alagamento; • perda e pagamento de aluguel; • responsabilidade civil familiar. Seguro animais: garante a indenização dos bovinos e equinos em diversas situações. Este seguro promete atendimento médico veterinário em caso de: • doença; • acidente; • cirurgia; • sacrifício ou • morte do animal. Seguro empresarial ou industrial: para pessoas jurídicas, com objetivo de indenizar o imóvel e o conteúdo por eventuais sinistros com as seguintes coberturas básicas: • incêndio (prédio e conteúdo prejudicados por fogo); • queda de raio (danos materiais causados por quedas de raios) e • explosão (danos causados por qualquer tipo de explosão). Igualmente aos residenciais, possuem opções de coberturas bastante abrangentes como: • Danos elétricos e queda de raio (danos a aparelhos e instalações elétricas ou eletrônicas causados por curto-circuito ou variação de tensão); • Vendaval/impacto de veículos (cobre, por exemplo, destelhamento por ventos fortes e danos a portões por colisão de veículo); • Despesas Fixas (paga as contas água, luz, impostos, salários, e ainda, em casos de incêndio, explosão e fumaça); • Perda ou pagamento de aluguel de imóvel (caso o imóvel fique inabitável devido a ocorrência de incêndio ou explosão); • Tumultos (danos ao imóvel e seu conteúdo, causados por tumultos ou greves); • Subtração de bens e mercadorias (mediante ameaça ao segurado ou arrombamento do local); • Subtração de valores (dentro da empresa, mediante ameaça ao segurado arrombamento do local ou em trajetos externos, por exemplo, do banco até a empresa); • Coberturas de equipamentos eletrônicos (danos a microcomputadores e impressoras causados por incêndio, quedas de raio, explosões, danos elétricos, transportes internos, subtração mediante ameaça ao segurado ou arrombamento do local). Responsabilidade Civil: Danos causados a terceiros decorrentes de vazamentos súbitos, queda de anúncios e atividades desenvolvidas dentro da empresa; Quebra de vidros (garante vidros e espelhos instalados em janelas, balcões, prateleiras, revestimentos etc.); Anúncios luminosos (cobre as perdas e danos causados a anúncios luminosos instalados no local segurado); Sprinklers (derrames acidentais de água ou outra substância líquida contida em instalações de sprinklers). Exercícios Questão 1: (ESAF 2006) O valor máximo a ser indenizado a título de reembolso hospitalar do DPVAT é: 15.000,00 14.500,00 13.479,48 5.525,00 2.700,00 Corrigir Questão 2: (ESAF 2006) O Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT) não cobre danos relativos: a incêndio no veículo e despesas relativas a tratamento sob orientação médica. à invalidez permanente e despesas de assistência médica e suplementar. a danos materiais e morte para o caso da vítima vir a falecer em virtude do acidente de trânsito. a roubo, colisão ou incêndio de veículos e acidentes ocorridos fora do território nacional. a despesas de assistência médica e suplementar e a danos materiais Corrigir Questão 3: (PUC PR 2014) Sobre o DPVAT — Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores em Vias Terrestres é correto afirmar: São beneficiários exclusivos da indenização pelo sinistro os passageiros (ou parentes destes, se falecidos) do veículo acidentado. A falta de pagamento do prêmio do DPVAT não é motivo para a recusa do pagamento da indenização. A ação de cobrança do seguro obrigatório (DPVAT) prescreve em um ano. O valor da indenização paga em razão do seguro obrigatório, em virtude da sua índole social, não pode ser deduzido da reparação fixada judicialmente. Corrigir Questão 4: (Consuplan, 2013) Considerando a regulamentação dada pela legislação pertinente, analise as afirmativas e marque V para as verdadeiras e F para as falsas. Nas hipóteses de DPVAT, no caso de ocorrência do sinistro do qual participem dois ou mais veículos, a indenização será paga pela Sociedade Seguradora do respectivo veículo em que cada pessoa vitimada era transportada. Nas hipóteses de DPVAT, o pagamento da indenização não será efetuado mediante simples prova do acidente e do dano decorrente, sendo necessária a demonstração da existência de culpa. Nas hipóteses de DPVAT, o Instituto Médico Legal da jurisdição do acidente ou da residência da vítima deverá fornecer, no prazo de até 90 dias, laudo à vítima com a verificação da existência e quantificação das lesões permanentes, totais ou parciais. Nas hipóteses de DPVAT, não se concluindo na certidão de óbito o nexo de causa e efeito entre a morte e o acidente, será acrescentada a certidão de auto de necrópsia, fornecida diretamente pelo Instituto Médico Legal, mediante requisição ou autorização da autoridade policial ou da jurisdição do acidente. A sequência está correta em: F, V, V, V V, V, F, F V, F, V, V F, V, F, V V, F, V, F Corrigir Questão 5: (CESPE 2010) No tocante à responsabilidade civil, julgue o item seguinte. Suponha que Antônio seja atropelado por José e sofra, em decorrência do acidente, danos materiais. Nessa situação, se comprovada culpa exclusiva de Antônio, não lhe será devida a indenização oriunda do seguro obrigatório (DPVAT). Certo Errado Corrigir Questão 6: (ESAF 2006) Os contratos de seguros novos de automóveis usados terão início de vigência: na data de emissão da apólice. a partir da realização da vistoria prévia. às 24 horas do dia do protocolo da proposta na seguradora. no dia da aceitação pela seguradora do risco. no momento do protocolo da proposta na seguradora. Corrigir Referências desta aula Próximos passos Explore + Referências desta aula GARCIA, Igor França. Apostila Ciências Atuariais. 2016. Disponível em https://goo.gl/zrq1Ws. Acesso em 31 out. 2017. IBA - Instituto Brasileiro de Atuária. Disponível em: http://www.atuarios.org.br. Acesso em 31 out. 2017. PRESTEX.COM.BR. Como funciona o seguro de cargas? Disponível em: https://goo.gl/XBZKZU. Acesso em 31 out. 2017. SIGNIFICADOS.COM.BR. Previdência. Disponível em: https://www.significados.com.br/previdencia/. Acesso em 31 out. 2017. SOUZA, Silney de. Seguros, contabilidade, atuária e auditoria. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. Próximos passos Ciclo Econômico de uma Companhia de Seguros; Modelo de contabilização das operações de seguros, resseguros, de capitalização e entidades abertasde previdência complementar; Processo de harmonização contábil no âmbito das entidades seguradoras brasileiras. Explore + Sugestões de pesquisas e visitas a sítios: Leia o artigo: VARGAS, María Jesús Segovia et al. Seleção dos fatores de risco nas políticas de seguro de automóveis: uma maneira de aprimorar os lucros das companhias de seguro. Disponível em: https://goo.gl/cPqLkQ. Acesso em 31 out. 2017. Reflita: • O artigo cita: “é importante que a companhia de seguros selecione um conjunto adequado de fatores de risco para prever corretamente as futuras taxas de reivindicação”. Apresente e comente os motivos principais que levam ao cuidado nesta seleção adequada de fatores; • Como a seleção adequada de fatores de riscos pode influenciar o resultado econômico (lucros) de uma seguradora? Assista ao vídeo: Entenda sobre o seguro incêndio imobiliário. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=yBBoj86Eg1s. Acesso em 31 out. 2017. Reflita: Quais são os benefícios e as coberturas oferecidas por um seguro incêndio? Gestão Atuarial / Aula 08: O ciclo Econômico e a Contabilidade de Seguradoras Introdução Nesta aula, trataremos do Ciclo Econômico de uma Companhia de Seguros, vamos conhecer o modelo de contabilização das operações de seguros, resseguros, de capitalização e entidades abertas de previdência complementar. Ao concluir esta aula, você será capaz de analisar processo de harmonização contábil no âmbito das entidades seguradoras brasileiras. Objetivos Compreender o Ciclo Econômico de uma Companhia de Seguros. Analisar processo de harmonização contábil no âmbito das entidades seguradoras brasileira e os CPCs e as Orientações Técnicas aplicadas no âmbito das seguradas. Reconhecer as principais normas contábeis aplicadas às entidades seguradoras. Créditos Aderbal Torres Revisor Luciane Pery Designer Instrucional Rafael Moraes Web Designer Rostan Silva Programador INTRO OBJETIVOS CRÉDITOS IMPRIMIR Ciclo Econômico de uma Companhia de Seguros Para entender os fundamentos contábeis de uma seguradora se faz necessário compreender o seu ciclo econômico. A atividade de seguros pode ser resumida pelos riscos existentes no mercado. Caracteriza-se pelo pagamento de um prêmio por intermédio de uma parte do contrato, que é o segurado, e na ocorrência do sinistro, o seu pagamento pela outra parte do contrato, a seguradora, que deu cobertura ao risco e recebeu o prêmio. Conforme Bento (2008), o mercado de seguros brasileiro se encontra em um processo de grandes mudanças, e tradicionalmente demonstra forte correlação com o desempenho da economia: expansão dos postos de trabalho e maior geração de renda. Efeitos derradeiros e mais positivos de um cenário progressista sempre andaram em linha com incremento da contratação do seguro. A companhia de seguros, em sua realidade, funciona como administrador de capital, porém, essa administração assume proporções mais sérias do que qualquer instituição responsável apenas pela manutenção de capital de terceiros e de consequente pagamento de juros. De acordo com Silva (1999 , p.21) “seguro é um plano social que combina risco de muitos indivíduos dentro de um grupo, atuarialmente prevê perdas e usa os fundos das contribuições dos membros dos grupos para efetuar o pagamento das indenizações, quando são devidas nas condições e nos termos do contrato”. As seguradoras são empresas estruturadas de forma diferenciada das demais, por isso apresentam características próprias, as suas funções podem ser vistas na Figura 1. Figura 1- Funções de uma entidade seguradora. Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em Souza (2007) De acordo com Souza (2007, p. 83), internamente, as seguradoras têm duas importantes funções: Atividade operacional — conhecida também como underwriting. Financeira ou patrimonial — decorrente do processo de gestão dos recursos arrecadados. O ciclo econômico completo de uma sociedade seguradora compreende, conforme Souza (2007): Figura 2- Ciclo Econômico de uma seguradora Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em Souza (2007) O entendimento do ciclo de operações de uma companhia de seguros requer o conhecimento de como a seguradora está organizada em suas funções e principais atividades. Modelo de contabilização das operações de seguros, resseguros, de capitalização e entidades abertas de previdência complementar A história do seguro no Brasil teve marco importante também no ano de 1996, com a liberação da entrada de empresas estrangeiras no mercado e a quebra do monopólio ressegurador do IRB. Essa abertura mantém estrita sintonia com a tendência de globalização dos mercados, que nos últimos anos vem ocorrendo em grande escala. (FENASEG, 2007) A Comissão Contábil foi criada pela Circular SUSEP n.° 224/2002, por meio de seu art. 3º, constituída por representantes da SUSEP, da FENASEG, da ANAPP, do CFC e do IBRACON, com a atribuição de acompanhar o Plano de Contas das sociedades seguradoras, sociedades de capitalização e entidades abertas de previdência complementar, assim como propor eventuais alterações que venham a ser consideradas necessárias. O atual Plano de Contas das Sociedades Seguradoras tem por finalidade: Uniformizar os registros contábeis. Racionalizar a utilização de contas. Estabelecer regras, critérios e procedimentos. Possibilitar o acompanhamento do Sistema Nacional de Seguros Privados. Possibilitar a análise, avaliação do desempenho e o controle, de modo que as demonstrações elaboradas expressem, com fidedignidade e transparência, a situação econômico-financeira das sociedades seguradoras. CONTAS DE ATIVO PRÊMIO A RECEBER SEGURADORAS — PAÍS RESSEGURADORAS SALVADOS A RECEBER Conforme Mendes (1977, p. 108) dá-se o nome Salvados a tudo que restar dos bens dos segurados após sinistro e que tiver valor econômico para qualquer das partes contratantes: segurado e seguradora. Despesas de Comercialização Diferidas: Conforme a SUSEP (2008) são despesas oriundas da celebração de um contrato de seguros, como: • comissões de corretagem, • agenciamento, • desconto de prêmio, • inspeção de risco. Contas do Passivo Contas a Pagar Imposto sobre operações financeiras (IOF): São registrados os valores de IOF, incidentes sobre os prêmios de seguro. Provisões técnicas de Seguros Representa o maior passivo das Seguradoras, sendo formada pelas obrigações com os segurados. De acordo com Costa (2005), provisões técnicas são passivos constituídos pelas seguradoras para garantir ao segurado os pagamentos de sinistros ocorridos ou a ocorrer em função dos riscos assumidos. Débitos de operações com Seguros, segundo a SUSEP Acionistas — Conta Depósitos: São registrados os pagamentos realizados pelos acionistas, em virtude de suas subscrições para aumento de capital. Cobrança Antecipada de Prêmio: São contabilizados os pagamentos realizados pelas segurados na fase da análise do risco. Resseguradora: Contabilizam-se os prêmios de Resseguros a pagar, líquido de comissões e adiantamentos de recuperações de sinistros de Resseguros. Prêmios e Emolumentos Recebidos: são registrados os prêmios recebidos pela seguradora após a emissão da apólice. Conforme a SUSEP (2008) são divididas em: Provisões de Prêmios não Ganhos: Representa a parcela correspondente ao período de risco não ainda decorrido. A constituição das provisões é realizada pela competência, com base nos prêmios retidos, reconhecendo, em resultado, os prêmios de pró-rata temporis, diariamente, conforme a vigência do seguro. Provisão de Insuficiência de Prêmio: São constituídas quando há insuficiência de reserva. Provisão de Sinistros ocorridos e não avisados. Provisão de Sinistro a Liquidar: Refere-se a sinistros avisados à seguradora e ainda não pagos relativos a segurados e cosseguros aceitos, líquidos das recuperações de cosseguros e resseguros cedidos. Contas de Resultado Segundo Souza (2007), a apuração dos resultados é feita conforme regime de competência e abrange a apropriação dos prêmios, deduzindo os cancelamentos, as restituições cessões em cossegurose resseguros, de acordo com o faturamento mensal em caso de Ramos de Riscos Decorridos e conforme prazo de vigência da apólice Ramos de Risco a Decorrer. Segue uma apresentação dos conceitos destas contas na ordem da estruturação da DRE. a) Prêmios Retidos Prêmios Retidos: Segundo a SUSEP, são os prêmios emitidos pelas Seguradoras excluídos os valores cedidos a títulos de resseguros, cosseguro, consórcios e fundos, além das exclusões dos prêmios cancelados, dos prêmios restituídos e dos descontos concedidos. São os valores que efetivamente permanecem em poder da seguradora Prêmios de Seguros: Conforme a SUSEP, é a principal receita da seguradora. Prêmios Cancelados: são apropriadas as despesas com os prêmios cancelados pelas seguradoras, tanto de sua liderança quanto de cosseguro aceito e retrocessões. Prêmios Restituídos: são contabilizadas as despesas incorridas pela seguradora com o prêmio que a seguradora restitui para o segurado. A contabilização ocorre na emissão da apólice, no momento do registro do prêmio. b) Variações de Provisões Técnicas Segundo Costa (2005), são utilizadas como contrapartida das constituições e reversões das provisões técnicas que são contabilizadas no passivo. A nomenclatura “variação” é utilizada, pois pode variar positivamente ou negativamente dependendo do valor da constituição e da reversão da provisão. c) Prêmios Ganhos Segundo Costa (2005), a receita de prêmios de seguro é contabilizada pelo montante quando da emissão da apólice, sendo corrigida mensalmente nas contas de Variações das Provisões Técnicas pelo seu valor proporcional, em conformidade com a vigência da apólice. d) Sinistros Retidos Segundo Souza (2007 p. 95), “expressam o valor da indenização de responsabilidade da própria seguradora. Do total das indenizações reclamadas pelos segurados são deduzidas as recuperações com cosseguros e resseguro, valores recuperados de terceiros responsáveis pelo sinistro (ressarcimento); e valores recuperados com a venda de bens recuperados de sinistros (salvados)”. e) Despesas de comercialização De acordo Souza (2007), caracterizam-se por agrupar os valores referentes às indenizações de corretagens. f) Despesas Administrativas Conforme Souza (2007), englobam todos os gastos vinculados à estrutura administrativa de uma seguradora, incluindo gastos com pessoal e encargos sociais. g) Resultado Bruto Composto pelos prêmios ganhos que são as receitas líquidas das seguradoras, deduzidos os principais custos do seguro, que são sinistros diretos e custos de comercialização. h) Resultados Financeiros Segundo Silva (1999), as contas de resultado financeiros são compostas de receitas e despesas de investimentos da seguradora. i) Resultados Patrimoniais De acordo com Silva (1999), são oriundas das receitas e despesas patrimoniais pertencentes aos investimentos permanentes das seguradoras. Normas Contábeis das operações de seguros, resseguros, de capitalização e entidades abertas de previdência complementar A Circular SUSEP N.º 517, de 30 de julho de 2015 dispõe sobre as Normas Contábeis e auditoria contábil independente das seguradoras, entidades abertas de previdência complementar, sociedades de capitalização e resseguradores em seus artigos 130 a 132. Assim, as supervisionadas, dentre elas as sociedades seguradoras, deverão observar as Normas Contábeis estabelecidas pela Circular nº 517/2015 e nos Anexos X e XI. Na Circular nº 517/2015, as Normas Básicas são compostas por: Princípios Gerais; • Escrituração; • Exercício Social; • Codificação da Norma Contábil. Procedimentos para o Registro Contábil dos Prêmios de Resseguro As seguradoras, EAPC e resseguradores locais deverão observar os procedimentos para registro contábil dos prêmios de resseguro estabelecidos pela Circular nº 517/2015, que considera: I - momento da aceitação do contrato: quando a cedente e o ressegurador, seja de forma direta ou por meio de corretor de resseguro, responsabilizam-se, de maneira formalizada ou não, pela existência do contrato de resseguro. II - momento do acordo entre as partes: quando as partes concordam com as bases técnicas envolvidas. A seguradora, a EAPC e o ressegurador local deverão reconhecer contabilmente o prêmio de resseguro de acordo com as características de cada tipo de contrato. Os prêmios dos contratos automáticos não proporcionais e facultativos deverão ser reconhecidos no início de vigência ou no momento da aceitação do contrato, o que primeiro ocorrer, pelo valor do prêmio acordado contratualmente. Os prêmios adicionais referentes a ajustes posteriores ao início do contrato deverão ser reconhecidos no momento do acordo entre as partes. As cedentes deverão reconhecer os prêmios dos contratos proporcionais pelo valor de cada risco a ser repassado, na proporção de sua cessão. Os resseguradores locais deverão reconhecer os prêmios dos contratos automáticos proporcionais pelo valor estimado informado pela cedente. Os resseguradores locais poderão aplicar fator de corte nos valores estimados de prêmios, de acordo com estudo específico elaborado pelo ressegurador. O prêmio estabelecido deverá ser apropriado por todos os meses do período de vigência do contrato. Os resseguradores locais poderão utilizar estimativas de sazonalidade para o rateio estabelecido, de acordo com estudo elaborado pelo ressegurador. Os resseguradores locais deverão ajustar os prêmios estimados já reconhecidos,assim que obtiverem informações sobre os prêmios efetivos. Os estudos mencionados deverão ser mantidos atualizados e à disposição da Susep e dos auditores independentes, em mídia digital e, quando solicitados, ser entregues no prazo máximo de 5 dias úteis contados da data do recebimento da solicitação. Os prêmios de resseguro: Deverão ser alocados entre os ramos ou grupo de ramos abrangidos pelo contrato, de acordo com a exposição de prêmios estimada pela cedente. Deverão ser diferidos ao longo dos prazos a decorrer do contrato. As cedentes deverão diferir os prêmios dos contratos automáticos e facultativos proporcionais pelo prazo de vigência do risco. Os prazos a decorrer dos contratos de resseguro poderão ser superiores à vigência contratual estabelecida, de acordo com as características de cada tipo de contrato. A Contabilidade nas Empresas Seguradoras e o processo de harmonização Em relação à regulamentação, as seguradoras devem seguir as normas contábeis instituídas: • pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC); • pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC); • pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM); • pela SUSEP. Além disso, devem seguir as Leis 6.404/76 e 11.638/07 e suas alterações (que dispõem sobre as sociedades anônimas), já que para atuar no Brasil as seguradoras devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima. Tal como se dá com instituições financeiras, sujeitas ao regime da Lei n. 6.024/74, as seguradoras e entidades de previdência complementar estão sujeitas à intervenção quando as reservas técnicas forem insuficientes para o cumprimento das obrigações assumidas. A confiança no sistema de informações contábeis é elemento essencial para assegurar que o mercado doméstico e global esteja alocando capitais eficientemente. Objetivo do CPC 11 É especificar o reconhecimento contábil para contratos de seguro por parte de qualquer entidade que emite tais contratos (denominada, nesse Pronunciamento, como seguradora) até que esse Comitê de Pronunciamentos Contábeis complete a segunda fase do projeto sobre contratos de seguro, em consonância com as normas internacionais de Contabilidade as quais preveem, para essa segunda fase, o aprofundamento das questões conceituais e práticas relevantes. Em particular, esse Pronunciamento determina: (a) limitadas melhorias na contabilização de contratos de seguro pelas seguradoras; (b) divulgação que identifique e explique os valores resultantes de contratos de seguro nas demonstrações contábeis da seguradora, e que ajude os usuários dessas demonstrações a compreender o valor,a tempestividade e a incerteza de fluxos de caixa futuros originados de contratos de seguro. A norma em seguida apresenta o conceito de derivativos embutidos e seus problemas para o reconhecimento na política contábil. Derivativo embutido É o componente de um contrato que possui uma parte que sofre variação por algum indexador, passando por uma atualização financeira, o que afeta os seus fluxos de caixa. Quando houver relação específica entre o valor contratado e o passivo final acrescido de juros, a empresa não estará obrigada a efetuar a separação. No entanto, a seguradora será sempre obrigada a efetuar a separação do contrato de seus encargos e atualizações quando a contabilização destes últimos puder ser realizada, sendo que o contrário é verdadeiro: se não puder realizar essa contabilização, estará impedida de efetuar esse procedimento. O item de número 12 apresenta o que se deve levar em conta para contabilizar um contrato em separado, mas para efeito de observação, este item afirma apenas que para os contratos contabilizados em separado deve-se aplicar o CPC 11 e especificamente o CPC 14 para os instrumentos financeiros de depósito. Basicamente, se não há procedimentos para serem seguidos, deve-se seguir os que a norma geral das práticas contábeis, de mudanças de estimativas e correção de erros determinarem. A exceção enquadra-se para os contratos de resseguros com despesas com comercialização, em que se permite uma apresentação na qual se diferencie em dois campos: passivo mensurado e ativo intangível. Entre as obrigações e os impedimentos que vêm com a aplicação desta norma consta: O reconhecimento de passivos, desde que haja a provisão em conformidade. Os testes de adequação do passivo com vistas ao fluxo de caixa. A proibição de compensação de ativos de contratos de resseguro contra passivos de contratos de resseguros. As receitas contra despesas desses mesmos contratos. Há proibições e impedimentos para as seguradoras ao adotarem os procedimentos, sendo que o assunto primeiro é exclusão dos passivos de contratos quando não houver uma exata provisão futura de suas despesas. Nesse item, ocorre a figura dos testes para a determinação dos passivos embasados em análises dos balanços e das atualizações com fluxos de caixas futuros. Os quesitos mínimos para a aceitação da classificação em passivo no contrato de seguro são: Consideração de estimativas correntes para todo o fluxo de caixa do contrato com relação direta aos encargos dos sinistros. A demonstração de ser inadequado, deve ser reconhecido no resultado. Deve-se aplicar sempre a técnica para verificar se o passivo contratual é mesmo o que parece, sendo que se os requisitos mínimos não forem satisfeitos, deve-se considerá-lo como relevante, retirando de seu montante os valores que não compõem contabilmente. Se não for possível, utilizam-se os procedimentos do item 17: • tratando o passivo como relevante; • separando seus adicionais; • visando às margens de investimentos, caso sejam definidas. É obrigação do cedente, conforme o item de número 20, atualizar para baixo o valor do contrato de resseguro sempre que houver diminuição do valor do ativo recuperável do contrato, mas que precisa ser comprovado por evidências e ser feito de forma confiável, proporcional ao valor da perda. O que o item 22 consolida é uma prática contábil visando à consistência dos dados e métodos de contabilização e apresentação às opções das seguradoras em adotar ou não os procedimentos impostos pelo CPC 11: a Consistência. Além do aspecto da melhora na qualidade das informações produzidas pela Contabilidade, outra condição para a seguradora se adequar e aplicar as normas, em uma nova política contábil, consiste na aplicabilidade de critérios vigentes mais relevantes, o que pode ser analisável quando se tratar de itens mais específicos. A seguradora tem a possibilidade de atualizar seu passivo quando este se apresentar defasado em decorrência dos juros no mercado corrente. Isso aproxima o valor do contrato à realidade financeira do país, deixando assim as informações mais fidedignas, além da correção de erros quando determinados, como pretende o item de número 21. O que a norma faz no item de número 26 é determinar que devem ser adotados métodos prudentes para a nova política contábil a ser implantada, mas sem adicionar aos métodos de zelo que já existem, caso sejam suficientes. A Contabilidade deve adotar os procedimentos contábeis para melhorar o grau de informações produzidas, sendo desencorajada uma alteração em política contábil caso se evidencie prejuízo da credibilidade dos dados gerados aos usuários da informação. O item 29 trata as duas formas de mensuração do valor presente do lucro futuro pela utilização de taxas de desconto: • mensurando o passivo indiretamente, ao longo de alguns períodos (menos apropriada por ser menos precisa) e • sobre o passivo diretamente aplicada sobre o ativo. Conforme o item de número 30, deve-se tomar algumas providências para a contabilização das perdas e ganhos dos ativos da seguradora para não afetar desfavoravelmente (no quesito de informação) itens críticos como despesas comerciais diferidas ativos intangíveis e passivos de contratos de seguros. A norma destaca que não é obrigatório o uso dessa política contábil, mas que quando feito, os ajustes de contrato sejam realizados no patrimônio líquido. Visite o site do CPC e leia os CPCs 11 e 14. ATIVIDADES Questão 1. (CFC – Exame de Suficiência-2016) Acerca das seguradoras, julgue os itens abaixo como Verdadeiros (V) ou Falsos (F) e, em seguida, assinale a opção correta. I. As seguradoras, as Entidades Abertas de Previdência Complementar (EAPC) e os resseguradores locais poderão oferecer direitos creditórios como ativos garantidores redutores da necessidade de cobertura das provisões técnicas. II. Os valores de direitos creditórios correspondem ao montante de prêmios a receber, referente às parcelas não vencidas, na proporção dos prazos dos riscos a decorrer, considerando cada parcela na data-base de cálculo. III. Poderão ser considerados para apuração dos valores de direitos creditórios, as parcelas a vencer cujo risco já tenha decorrido e as parcelas vencidas e não pagas. IV. A base de cálculo utilizada para apuração dos valores dos direitos creditórios deve corresponder à mesma base de cálculo da Provisão de Prêmios não Ganhos (PPNG). V. As seguradoras e os resseguradores locais que utilizarem direitos creditórios referentes a riscos vigentes e não emitidos deverão manter estudo atualizado detalhado em nota técnica atuarial que comprove a adequação e a consistência do saldo constituído. A sequência correta é: a) V, V, F, F, V b) V, V, F, F, F c) V, V, V, V, V d) V, V, F, V, V Corrigir Questão 2: (CFC – Exame de Suficiência-2016) São ativos redutores da necessidade de cobertura de suas provisões técnicas que poderão ser utilizados pelas seguradoras, Entidades Abertas de Previdência Complementar (EAPC) e resseguradores locais. A esse respeito, julgue os itens abaixo como Verdadeiros (V) ou Falsos (F) e, em seguida, assinale a opção correta. I. Créditos com a cessionária em um contrato de resseguro ou retrocessão. II. O valor, respectivamente, dos prêmios de resseguro diferidos e dos prêmios de retrocessão diferidos, diretamente relacionados às provisões técnicas da cedente, líquidos de montantes pendentes de pagamento à contraparte, vencidos e a vencer. III. Depósitos judiciais relacionados às provisões técnicas. IV. Custos de aquisição diferidos referentes às despesas de corretagem, efetivamente liquidadas diretamente relacionadas ao valor do prêmio comercial e diferidas de acordo com a vigência de cada risco. V. O valor da parcela da insuficiência das provisões técnicas, apurada no Teste de Adequação de Passivos (TAP), de responsabilidade de cessionária em um contrato de resseguro a retrocessão. a) F, F, V, V, F b) V, F, F, V, F c) V, V, V, V, V d) V, V, F, F, F Corrigir Questão 3: (CFC – Exame de Suficiência-2016)As seguradoras deverão elaborar o Teste de Adequação de Passivos (TAP) para avaliar as obrigações decorrentes dos seus contratos, utilizando critérios estatísticos e atuariais com base em considerações realistas. Com relação a esse assunto, assinale a opção correta. a) A insuficiência no Teste de Avaliação de Passivos (TAP) deverá ser reconhecido na Provisão de Despesas Relacionadas (PDR). b) A atualização mensal do Teste de Avaliação de Passivos (TAP) entre as datas-bases de apuração é obrigatória, devendo ser informado o critério técnico utilizado no estudo atuarial. c) Atualização mensal do Teste de Avaliação de Passivos (TAP) entre as datas-bases de operação obedece a critérios definidos pela Susep. d) Espera-se que os critérios utilizados pela sociedade supervisionada no Teste de Avaliação de Passivos (TAP) estejam relacionados com os valores de provisões técnicas que tenham apresentado insuficiência no último teste realizado. Corrigir Questão 4: (CFC – Exame de Suficiência-2016) De acordo com orientações da Susep custos de aquisição são gastos ligados à celebração ou renovação de contratos de seguro, previdência complementar aberta, capitalização e resseguro. Entre os gastos com custos de aquisição abaixo, assinale a opção que apresenta aqueles que são passíveis de diferimento. a) Gastos com remuneração da equipe de subscrição de risco. b) Gastos com emissão e envio de apólices aos segurados. c) Gastos com comissões pagas ao corretor. d) Gastos com consultas a agências de análise de crédito. Corrigir Questão 5: (CFC – Exame de Suficiência-2016). A Circular Susep nº 517/15 dispõe sobre normas, procedimentos e demonstrações financeiras que são de uso obrigatório para algumas entidades. Com base na referida Circular, identifique abaixo essas entidades e, em seguida, assinale a opção correta. 1. EAPC. 2. Sociedades de capitalização. 3. Corretoras. 4. Seguradoras. 5. Resseguradores do exterior. Estão certas apenas as entidades: a) 1, 2 e 4. b) 1, 2, 3 e 4. c) 1, 4 e 5. d) 1 e 4. Corrigir Questão 6: (CFC – Exame de Suficiência-2016) As supervisionadas poderão utilizar o seguinte procedimento contábil: a) optar pela atribuição de custo (deemed cost) na avaliação do seu ativo imobilizado. b) modificar o custo de aquisição dos seus ativos imobilizados e propriedades para investimento. c) classificar imóveis mantidos para aluguel a terceiros, como ativos intangíveis. d) considerar como equivalente de caixa, o investimento que na sua data de aquisição possui prazo de vencimento igual ou inferior a 90 dias. Corrigir Questão 7: (CFC – Exame de Suficiência-2016) De acordo com as normas da Susep a regra básica para fins de reconhecimento das receitas é o regime da competência. A respeito dos procedimentos que podem ser adotados pela supervisionada, julgue os itens abaixo com os Verdadeiros (V) ou Falsos (F) e, em seguida, assinale a opção correta. I. Para os produtos de risco, o fato gerador da receita é a emissão do prêmio/contribuição ou a vigência do risco, o que ocorrer primeiro. II. Para a contabilização das receitas das operações de capitalização cujo correspondente título seja contratado por meio de pagamento único, as receitas são diferidas no período compreendido entre o mês de sua emissão e o término de vigência. III. Para a contabilização das receitas das operações de capitalização, cujo correspondente título seja contratado por meio de pagamento único, as receitas são reconhecidas integralmente no mês de sua emissão, suportado por estudo técnico da sociedade de capitalização comprovando a não relevância das despesas residuais relacionadas ao título. IV. Para a contabilização das receitas referentes aos títulos de capitalização contratados por meio de pagamentos mensais ou periódicos, o fato gerador é a data de vencimento de cada parcela. A sequência correta é: a) V, V, F, F. b) V, V, V, F. c) V, F, V, V. d) V, F, F, V. Corrigir Questão 8: (CFC – Exame de Suficiência-2017) As sociedades seguradoras, entidades abertas de previdência complementar, sociedades de capitalização ou ressegurador local, direta ou indiretamente podem: a) realizar operações com derivativos que gerem, a qualquer tempo, exposição superior ao total das posições à vista. b) realizar operações com derivativos na modalidade, “sem garantia”. c) realizar operações de venda de opção a descoberto. d) investir recursos no exterior previstos em regulamentação do Conselho Monetário Nacional. Corrigir Questão 9: (CFC – Exame de Suficiência-2017) Em uma operação de cosseguro três seguradoras assumiram uma responsabilidade de R$150.000,00. Considerando que a Seguradora A é a seguradora líder e assumiu 50% do risco, a seguradora B assumiu 30% do risco e a seguradora C detém 20% do risco, bem como supondo-se que o cálculo do prêmio de seguro é de 10% sobre a importância segurada. Calcule o prêmio de seguro de cada uma delas e a parcela de indenização, considerando a ocorrência de um sinistro no valor de R$10.000,00. Considerando as seguintes alternativas, assinale a opção correta. I. O valor do prêmio de seguro é de R$7.500,00 para a seguradora A; R$4.500,00 para seguradora B e; R$3.000,00 para seguradora C. II. O valor da indenização é de R$5.000,00 para seguradora A; R$3.000,00 para seguradora B e; R$2.000,00 para seguradora C. III. O valor do prêmio de seguro é de R$5.000,00 para a seguradora A; R$3.000,00 para seguradora B e; R$2.000,00 para seguradora C. IV. A importância segurada é de R$150.000,00. Está(ão) certo(s) apenas o(s) item(ns): a) I, II e IV. b) I, III e IV. c) III. d) II e III Corrigir Questão 10: (CFC – Exame de Suficiência-2017) Entre as operações realizadas por seguradoras, destacam-se as operações de cosseguro e resseguro, em que os riscos são transferidos entre as seguradoras. Da mesma forma que o seguro viabiliza negócios, o resseguro viabiliza o seguro. Considerando os tipos de operações realizadas e os registros contábeis pertinentes, relacione a primeira coluna à segunda e, em seguida, assinale a opção correta. A sequência correta é: a) 1, 2, 3, 4, 5. b) 4, 3, 2, 1, 5. c) 1, 3, 2, 4, 5. d) 4, 2, 3, 1, 5. Corrigir Referências desta aula Próximos passos Explore + Referências desta aula BRASIL. Resolução CNSP n. 517, de 30 de julho de 2015. Dispõe sobre as Normas Contábeis a serem observadas pelas sociedades seguradoras, resseguradoras, de capitalização e entidades abertas de previdência complementar, e dá outras providencias. Disponível em: https://goo.gl/8SBvLk. Acesso em 16 jun. 2009. CARVALHO, L. Nelson; LEMES, Sirlei e COSTA, Fabiano Moraes da. Contabilidade Internacional: aplicação das IFRS. 2005. São Paulo, Atlas, 2006. CLARK, I. M.; MCMANUS, K. Vantagens de implementar já as normas internacionais de Contabilidade — o caso brasileiro. PricewaterhouseCoopers. Dezembro, 2003. Disponível em: http://www.pwc.combr>. Acesso em: 20 set. 2017. CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Disponível em: http://www.cpc.org.br. Acesso em 20 set. 2017. FENASEG – Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização. Disponível em . Acesso em 23 set. 2017. GARCIA, Igor França. Apostila Ciências Atuariais. 2016. Disponível em: https://goo.gl/zrq1Ws. Acesso em 23 nov. 2017. IBA - Instituto Brasileiro de Atuária. Disponível em: http://www.atuarios.org.br. Acesso em 23 nov. 2017. IASPLUS.COM. IFRS 4, IASB, Insurance Contracts, 2004. Disponível em: https://goo.gl/Ds87Bi. Acesso em 23 nov. 2017. MOURAD, Nabil Ahmad. IFRS: Introdução à Contabilidade Internacional de Seguros. São Paulo: Saraiva, 2009. SIGNIFICADOS.COM.BR Previdência. Disponível em: https://goo.gl/ivPdvN. Acesso em 23 nov. 2017. SILVA, J. C. Práticas contábeis das operações de seguros. Funenseg, Série Cadernos de Seguros: Teses. Rio de Janeiro, 2005. p. 131-144. SOUZA, Silney de. Seguros, contabilidade, atuária e auditoria. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. SUSEP - Superintendência de Seguros Privados. Disponível em: http://www.susep.govbr/principal.asp>.Acesso em: 20 set. 2017. Próximos passos Conceito de provisões técnicas. Importância das provisões técnicas. Provisões técnicas conforme Circular Nº 517 da SUSEP. Explore + Sugestões de pesquisas e visitas a sítios: Leia os artigos: MARTINS, Eliseu e RODRIGUES, Adriano. Gerenciamento da informação contábil através das provisões técnicas constituídas por sociedades seguradoras. Disponível em: https://goo.gl/VYmrCx. Acesso em 23 nov. 2017. TORRES JUNIOR, Fabiano. A contabilidade aplicada nas sociedades seguradoras. Disponível em: https://goo.gl/ubWc4Q. Acesso em 23 nov. 2017. Gestão atuarial / Aula 9: Principais normas contábeis aplicadas às entidades seguradoras Introdução Nesta aula, você entenderá o papel das Provisões Técnicas nas seguradoras, entidades de previdência privada aberta ou fechada, empresas de capitalização e seus objetivos. Para isto, estudaremos o seu conceito, a sua importância, e como a Circular nº517/2015 da SUSEP descreve as suas formas de cálculo. Objetivos Reconhecer o que é uma Provisão Técnica e a sua importância para gestão de seguradoras, entidades de previdência privada aberta ou fechada, empresas de capitalização. Distinguir os tipos de Provisões Técnicas conforme Circular Nº517 da SUSEP. Analisar os procedimentos para cálculo das Provisões Técnicas e limites operacionais. Créditos Aderbal Torres Redator Luciane Pery Designer Instrucional Roberta Meireles Web Designer Rostan Silva Programador INTRO OBJETIVOS CRÉDITOS IMPRIMIR Conceito de Provisões Técnicas São valores constituídos pelas entidades cujo produto é o risco. Tais empresas podem ser: Seguradoras Entidades de previdência privada aberta ou fechada Empresas de capitalização etc As Provisões Técnicas correspondem a diversos compromissos financeiros futuros destas entidades para com seus clientes/participantes. Os valores de Provisões Técnicas são alocados, portanto, no passivo e formados pelo excesso de valores pagos pelos clientes em relação aos riscos/custos assumidos pelas empresas. Esses compromissos futuros podem corresponder a valores já conhecidos, ou como acontece na maioria das vezes, corresponder a estimativas. Dessa forma, o cálculo das Provisões Técnicas deve ser feito necessariamente por um atuário, profissional que estabelece os limites de segurança na gestão de riscos a partir do uso das teorias financeiras e das probabilidades. Importância das Provisões Técnicas As Provisões Técnicas representam um instrumento fundamental na gestão de uma empresa que assume riscos: Se estiverem superdimensionadas elas comprometem a distribuição de lucros da empresa. Se subdimensionadas, elas podem conduzir à insolvência da empresa. As Provisões Técnicas são importantes também na determinação do volume de impostos pagos pela empresa ou serem por ela provisionados ou recuperados no futuro, pois influenciam diretamente no resultado bruto servindo de base para tributação. Em processos de fusões e aquisições o dimensionamento das Provisões Técnicas assume importância fundamental na avaliação da empresa, já que representam o maior passivo dos tipos de empresas que estamos estudando. No gerenciamento da carteira, o dimensionamento das Provisões Técnicas assume, também, papel fundamental, pois os diversos indicadores de gestão de uma empresa devem ser calculados a partir da alocação correta das Provisões Técnicas nos diversos componentes de cálculo desses indicadores. Provisões Técnicas conforme Circular Nº 517 da SUSEP Para cada Provisão Técnica, as supervisionadas deverão manter nota técnica atuarial, assinada pelo atuário técnico responsável, à disposição da Susep, com o detalhamento da metodologia de cálculo utilizada. No que se refere à nota técnica atuarial com a metodologia de cálculo deverá ser entregue à Susep no prazo máximo de 5 dias úteis contados da data de recebimento da solicitação. A Susep poderá, a qualquer tempo, conforme se faça necessário, em cada caso concreto, determinar às supervisionadas a utilização de método específico para o cálculo da Provisão Técnica. As supervisionadas poderão encaminhar à Susep solicitação para o uso de método próprio, cuja aplicação depende de prévia autorização da Susep. A constituição de Outras Provisões Técnicas (OPT) somente poderá ser admitida mediante prévia autorização da Susep, devendo estar prevista em nota técnica atuarial assinada pelo atuário responsável. Consideram-se os prêmios ou as contribuições do segurado para seguradora e os sinistros: os eventos previstos e os cobertos no contrato ou no plano. Segundo artigo 6, da Circular 517/2015 da SUSEP, para garantia de suas operações, as seguradoras e EAPC deverão, observado o Anexo I, constituir, mensalmente, as seguintes provisões técnicas, quando necessárias: Provisão de Prêmios Não Ganhos (PPNG); Provisão de Sinistros a Liquidar (PSL); Provisão de Sinistros Ocorridos e Não Avisados (IBNR); Provisão Matemática de Benefícios a Conceder (PMBAC); Provisão Matemática de Benefícios Concedidos (PMBC); Provisão Complementar de Cobertura (PCC); Provisão de Despesas Relacionadas (PDR); Provisão de Excedentes Técnicos (PET); Provisão de Excedentes Financeiros (PEF); e Provisão de Resgates e Outros Valores a Regularizar (PVR). Provisões de Prêmios Não Ganhos (PPNG) Segundo o artigo 7.º, da Circular 517/2015, a PPNG deverá ser constituída para a cobertura dos valores a pagar relativos a sinistros e despesas a ocorrer, ao longo dos prazos a decorrer, referentes aos riscos assumidos na data-base de cálculo, obedecidos os seguintes critérios: o cálculo da provisão deverá considerar a parcela de prêmios não ganhos na data de sua apuração, sendo formada pelo valor resultante da fórmula abaixo, em cada ramo ou plano, por meio de cálculos individuais por cobertura contratada; Cálculo da PPNG PPNG = Base de Cálculo x (Período de Vigência a Decorrer/ Prazo de Vigência do Risco) a base de cálculo corresponde ao valor do prêmio comercial, em moeda nacional, incluindo as operações de cosseguro aceito, bruto das operações de resseguro e líquido das operações de cosseguro cedido e da parcela do prêmio definida como receita destinada a recuperação dos custos iniciais de contratação; no período entre a emissão e o início de vigência do risco, o cálculo da provisão deverá ser efetuado considerando o período de vigência a decorrer igual ao prazo de vigência do risco; após a emissão e o início de vigência do risco, a provisão deverá ser calculada pro rata die, considerando, para a obtenção do período de vigência a decorrer, a data-base de cálculo da provisão e a data de fim de vigência do risco; a provisão deverá contemplar ajustes para variação cambial; e o cálculo da provisão deverá contemplar estimativa para os riscos vigentes e não emitidos (PPNG-RVNE); A constituição da provisão não abrange os planos ou produtos estruturados no regime financeiro de capitalização. Provisões de Sinistros (PS) A PSL deverá ser constituída para a cobertura dos valores esperados a liquidar relativos a pagamentos únicos e rendas vencidas, de sinistros avisados até a data-base de cálculo, incluindo as operações de cosseguro aceito, brutos das operações de resseguro e líquidos das operações de cosseguro cedido, obedecidos os seguintes critérios: a provisão abrange os valores relativos a indenizações, pecúlios e rendas vencidas, incluindo atualizações monetárias, juros, variações cambiais e multas contratuais, além dos montantes estimados referentes às ações judiciais e os resultantes de sentença transitada em julgado; os valores esperados a liquidar referentes às ações judiciais para pagamentos de rendas a vencer que excederem os valores concedidos deverão ser contemplados no cálculo da PSL, enquanto não houver sentença transitada em julgado, quando então deverão ser consideradas na PMBC; a provisão deverá contemplar, quando necessário, os ajustes de IBNER (Sinistros Ocorridos e Não Suficientemente Avisados) para o desenvolvimento agregado dos sinistros avisados e ainda não pagos, cujos valores poderãoser alterados ao longo do processo até a sua liquidação final; e a expectativa de recebimento de salvados e ressarcidos deverá ser apurada com base em metodologia definida em nota técnica atuarial e registrada como ajuste de salvados e ressarcidos na PSL; os montantes de salvados ativados contabilmente não poderão ser considerados como expectativa de recebimento de salvados e ressarcidos; e para fins de ajuste de salvados e ressarcidos na PSL, deverá ser considerada, no cálculo da expectativa de recebimento de salvados e ressarcimentos, apenas a estimativa de recuperação relacionada a sinistros avisados e ainda não liquidados. A metodologia a ser desenvolvida para o cálculo da provisão deverá considerar a data de aviso do sinistro como sendo a data do efetivo registro no sistema por parte da seguradora ou entidade aberta de previdência complementar. Os valores relativos a sinistros avisados à seguradora ou EAPC deverão ser registrados brutos das expectativas de recebimento de salvados e ressarcidos. O ajuste de salvados e ressarcidos na PSL poderá ser utilizado somente quando a seguradora ou a EAPC dispuser de base de dados suficiente para permitir a análise da consistência dos montantes registrados. O fato gerador da baixa da provisão, decorrente de pagamento, se caracteriza quando: Da liquidação financeira. Do recebimento do comprovante de pagamento da indenização, pecúlio ou renda vencida. Conforme os demais casos previstos em lei. A Provisão de IBNR deverá ser constituída para a cobertura dos valores esperados a liquidar relativos a sinistros ocorridos e não avisados até a data-base de cálculo, incluindo as operações de cosseguro aceito, brutos das operações de resseguro e líquidos das operações de cosseguro cedido, obedecidos os seguintes critérios: a provisão deverá contemplar estimativa para os valores relativos a indenizações, pecúlios e rendas, incluindo as estimativas para o desenvolvimento agregado dos sinistros ocorridos e não avisados, e considerando os montantes referentes às ações judiciais e os resultantes de sentença transitada em julgado; a expectativa de recebimento de salvados e ressarcidos deverá ser apurada com base em metodologia definida em nota técnica atuarial e registrada como ajuste de salvados e ressarcidos na provisão de IBNR; os montantes de salvados ativados contabilmente não poderão ser considerados como expectativa de recebimento de salvados e ressarcidos; e para fins de ajuste de salvados e ressarcidos na provisão de IBNR, deverá ser considerada, no cálculo da expectativa de recebimento de salvados e ressarcidos, apenas a estimativa de recuperação relacionada a sinistros ocorridos e não avisados; A metodologia a ser desenvolvida para o cálculo da provisão deverá considerar a data de aviso do sinistro como sendo a data do efetivo registro no sistema por parte da seguradora ou EAPC. O ajuste de salvados e ressarcidos na provisão de IBNR poderá ser utilizado somente quando a seguradora ou EAPC dispuser de base de dados suficiente para permitir a análise da consistência dos montantes registrados. Provisões Matemáticas A PMBAC deverá ser constituída, enquanto não ocorrido o evento gerador do benefício, para a cobertura dos compromissos assumidos com os participantes ou segurados, sendo calculada conforme metodologia aprovada na nota técnica atuarial do plano ou produto. A provisão deverá ser constituída para a cobertura de benefícios decorrentes de planos ou produtos estruturados no regime financeiro de capitalização. A PMBC deverá ser constituída depois de ocorrido o evento gerador do benefício, para a cobertura dos compromissos assumidos com os participantes ou segurados, sendo calculada conforme metodologia aprovada na nota técnica atuarial do plano ou produto. A provisão abrange apenas as rendas a vencer, e deverá ser constituída para a cobertura de benefícios decorrentes de planos ou produtos estruturados no regime financeiro de capitalização ou no regime financeiro de repartição de capitais de cobertura. Os valores relativos a rendas vencidas e não pagas constantes da PMBC deverá ser baixados desta e incluídos na PSL. Das Demais Provisões A PCC deverá ser constituída, quando for constatada insuficiência nas provisões técnicas, conforme valor apurado no Teste de Adequação de Passivos (TAP), de acordo com as determinações especificadas. A PDR deverá ser constituída para a cobertura dos valores esperados relativos a despesas relacionadas a sinistros. Nos planos estruturados no regime financeiro de capitalização, a provisão deverá abranger todas as despesas relacionadas à liquidação de indenizações ou benefícios, em função de sinistros ocorridos e a ocorrer. Nos planos estruturados no regime financeiro de repartição simples e repartição de capitais de cobertura, a provisão deverá abranger todas as despesas relacionadas à liquidação de indenizações ou benefícios, em função de sinistros ocorridos, avisados ou não. A PET deverá ser constituída para garantir os valores destinados à distribuição de excedentes decorrentes de superávit técnicos na operacionalização de seus contratos, caso haja sua previsão contratual. A PEF deverá ser constituída para garantir os valores destinados à distribuição de excedentes financeiros, conforme regulamentação em vigor, caso haja sua previsão contratual. A PVR abrange os valores referentes aos resgates a regularizar, às devoluções de prêmios ou fundos, às portabilidades solicitadas e, por qualquer motivo, ainda não transferidas para a seguradora ou EAPC receptora e aos prêmios recebidos e não cotizados. Considerar-se-ão resgates a regularizar aqueles solicitados e por qualquer motivo ainda não pagos, bem como os valores correspondentes a resgate cujo direito não tenha sido exercido nos casos de cancelamento do contrato do participante. Teste de Adequação de Passivos (TAP) Com objetivo de regular o Teste de Adequação de Passivos (TAP), a SUSEP publicou a Circular nº 410/2010 (revogada posteriormente pela Circular nº 457/2012), instituindo referido teste para elaboração das demonstrações financeiras e definiu regras e procedimentos para sua realização. De acordo a com Circular, o TAP tem por objetivo verificar se as Provisões Técnicas constituídas pelas seguradoras, deduzidas das despesas de comercialização diferidas e dos ativos intangíveis relacionados, são suficientes para suportar o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros de seus contratos de seguros (Estimativa Corrente) descontados pela Estrutura a Termos da Taxa de Juros Livre de risco (ETTJ). Havendo insuficiência de provisões, esta deve ser reconhecida imediatamente. As seguradoras, EAPC e os resseguradores locais deverão elaborar o Teste de Adequação de Passivos (TAP) para avaliar as obrigações decorrentes dos seus contratos e certificados, utilizando métodos estatísticos e atuariais com base em considerações realistas. Ativos Redutores da Necessidade de Cobertura das Provisões Técnicas Poderão ser oferecidos como redutores da necessidade de cobertura das provisões técnicas por ativos garantidores: direitos creditórios; ativos de resseguro redutores e ativos de retrocessão redutores; depósitos judiciais redutores; custos de aquisição diferidos redutores. Os ativos oferecidos como redutores da necessidade de cobertura das provisões técnicas não poderão ser oferecidos em garantia de outras operações. Ativos de Resseguro Redutores e Ativos de Retrocessão Redutores As seguradoras, as EAPC e os resseguradores locais poderão deduzir da necessidade de cobertura das suas provisões técnicas por ativos garantidores os valores de ativos de resseguro redutores e ativos de retrocessão redutores. A Circular nº 517/2015 da SUSEP apresenta que para efeitos, considerar-se-ão: cedente: aquele que transfere parte do risco assumido; cessionário: aquele que assume parte do risco transferido; contraparte: a cessionária em um contrato de resseguro ou retrocessão; ativos de resseguro redutores e ativos de retrocessão redutores:os créditos com a contraparte que poderão ser deduzidos da necessidade de cobertura das provisões técnicas por ativos garantidores; prêmios de resseguro: a parcela dos montantes de prêmios estabelecidos nos contratos de cessão relacionada às operações de seguro que já tenham gerado constituição de provisões técnicas para a seguradora ou EAPC; e prêmios de retrocessão: a parcela dos montantes de prêmios estabelecidos nos contratos de cessão relacionada às operações de resseguro que já tenham gerado constituição de provisões técnicas para o ressegurador local. Caracteriza-se como ativo de resseguro redutor e ativo de retrocessão redutor: o valor, respectivamente, dos prêmios de resseguro diferidos e dos prêmios de retrocessão diferidos diretamente relacionados às provisões técnicas da cedente, líquidos de montantes pendentes de pagamento à contraparte, vencidos e a vencer; o valor esperado dos fluxos de caixa de sinistros e benefícios ocorridos e ainda não pagos pela cedente, decorrentes do cumprimento, respectivamente, dos contratos de resseguro e dos contratos de retrocessão; e o valor da parcela da insuficiência das provisões técnicas, apurada no TAP, de responsabilidade das contrapartes. Limite de Retenção (LR) A exposição ao risco é um fator de suma importância para análise do seguro, haja vista ser por meio da análise de probabilidade e de ocorrência de sinistro a mensuração de determinado custo do seguro. De acordo com Souza (2007), os limites operacionais (a capacidade de absorção de risco) vêm a ser estabelecidos conforme seu valor de patrimônio líquido ajustado (PLA), isto é, capital social e reservas, livres de quaisquer ônus. Segundo Silva (2005), o limite de retenção é o valor máximo permitido de responsabilidade que a Sociedade Seguradora poderá reter, em cada risco isolado, esse valor será determinado com base no valor do respectivo ativo líquido. Souza (2007) afirma que as companhias de seguro precisam fixar os seus limites técnicos e estabelecer segundo ramos, haja vista a situação econômico-financeira da sociedade e as condições técnicas de suas carteiras em cada modalidade de seguro. Por conta disso, o excedente técnico, ou seja, o risco que a seguradora não tem condições de reter, deverá se transferido a outra seguradora por meio de cosseguro ou ao IRB por intermédio do resseguro. Patrimônio Líquido Ajustado O ajuste serve como instrumento de proteção para as seguradoras, além de restringir o valor máximo de responsabilidade que as cias podem reter em cada risco isolado. Conforme Resolução CNSP no 85 (2002), serão ajustados por meio de adições ou deduções, ativos que possam trazer dúvida sobre os benefícios futuros para a seguradora, não apresentem claro valor de realização ou que dependam de eventos futuros e incertos para sua realização, além de passivos já conhecidos e não registrados. Mecanismos de Pulverização do Risco De acordo com Funenseg (2006) a técnica das operações de seguros fundamentam-se em vários princípios, dentre os quais se destaca o princípio da distribuição das responsabilidades decorrentes dos negócios segurados. Na sequência, serão apresentados três instrumentos: COSSEGURO RESSEGURO RETROCESSÃO Margem de Solvência Segundo Costa (2005, p. 34), “solvência é a capacidade da entidade de cumprir com os riscos assumidos”. Determinação da Margem de Solvência Com a inserção da SUSEP no International Association of Insurance Supervisors (IAIS), fica muito evidente a preocupação em adotar as medidas já utilizadas por todo o mundo, no sentido de estabelecer um nível de controle ou uma série de controle, para as seguradoras se salvaguardarem frente a possíveis perdas excessivas, que possam gerar a incapacidade de uma seguradora de cumprir com as suas obrigações. Para efeito de cálculo de margem de solvência, a SUSEP determina que as sociedades seguradoras devam computar as operações de todos os ramos, com exceção de vida individual e previdência privada. Para se calcular a margem de solvência para a data base de dezembro, deve-se adotar o seguinte procedimento: 1 Multiplicar o valor dos somatórios dos prêmios retidos de janeiro a dezembro de cada ano por 0,20. 2 Multiplicar o somatório dos sinistros retidos dos últimos 36 meses por 0,33, e dividir o resultado por três. 3 O maior entre os valores encontrados nos itens 1 e 2 será a Margem de Solvência da Sociedade Seguradora. Para se calcular a margem de solvência para a data base de junho, deve-se adotar o seguinte procedimento: Multiplicar por 0,20 o valor do somatório dos prêmios retidos de janeiro a junho do exercício corrente e de julho a dezembro do exercício anterior; Efetuar o somatório dos sinistros retidos de janeiro a junho do exercício corrente, os sinistros retidos de dois exercícios anteriores e, dos sinistros retidos de julho a dezembro do 3º ano anterior. Multiplicar o resultado por 0,33 e dividir por 3; O maior entre os valores encontrados nos itens 1 e 2 será a margem de solvência da sociedade seguradora. ATIVIDADES Questão 1. (CFC – Exame de Suficiência-2016) As seguradoras deverão elaborar o Teste de Adequação de Passivos (TAP) para avaliar as obrigações decorrentes dos seus contratos, utilizando critérios estatísticos e atuariais com base em considerações realistas. Com relação a esse assunto, assinale a opção correta. a) A insuficiência no Teste de Avaliação de Passivos (TAP) deverá ser reconhecido na Provisão de Despesas Relacionadas (PDR). b) A atualização mensal do Teste de Avaliação de Passivos (TAP) entre as datas-bases de apuração é obrigatória, devendo ser informado o critério técnico utilizado no estudo atuarial. c) Atualização mensal do Teste de Avaliação de Passivos (TAP) entre as datas-bases de operação obedece a critérios definidos pela Susep. d) Espera-se que os critérios utilizados pela sociedade supervisionada no Teste de Avaliação de Passivos (TAP) estejam relacionados com os valores de provisões técnicas que tenham apresentado insuficiência no último teste realizado. Corrigir Questão 2: (CFC – Exame de Suficiência-2017) Em relação ao Plano de Regularização de Solvência (PRS), julgue os itens abaixo como Verdadeiros (V) ou Falsos (F) e, em seguida, assinale a opção correta. O PRS deverá ser apresentado pela supervisionada, sempre que for apurada insuficiência do Patrimônio Líquido Ajustado (PLA) e o Capital Mínimo Requerido (CMR). O prazo máximo para a apresentação do PRS à Susep é de 45 dias a contar da data da constatação da insuficiência do PLA em relação ao CMR. O PRS deverá ser submetido à aprovação pela diretoria e, se houver, pelo conselho de administração ou conselho deliberativo da supervisionada, bem como sujeitar-se-á a deliberação da Diretoria de Supervisão de Solvência da Susep. O PRS deverá identificar os fatores que contribuíram para a insuficiência do PLA em relação ao CMR. O PRS será objeto de avaliação dos auditores independentes os quais deverão emitir relatório circunstanciado sobre a adequação das propostas de ações corretivas a serem adotadas pela supervisionada, conforme previsto na Regulamentação da Susep. Assinale a sequência correta: a) V, F, V, V, F. b) V, F, V, F, V. c) F, V, V, F, F. d) F, F, V, V, F. Corrigir Questão 3: (CFC – Exame de Suficiência-2017) As supervisionadas deverão constituir, mensalmente, as provisões técnicas previstas, quando necessárias. No caso dos Resseguradores Locais, a Provisão para Prêmios não Ganhos (PPNG) deve: a) ser constituída para cobertura dos valores a pagar relativos a sinistros e despesas incorridos. b) ser calculada líquida das operações de retrocessão. c) contemplar ajustes para variação cambial. d) contemplar estimativa para os contratos emitidos vigentes. Corrigir Questão 4: (CFC – Exame de Suficiência-2017) As operações de transferência de carteira de capitalização, previdência complementar aberta, resseguros e seguros deverão ser registradas de acordo com os critérios estabelecidos pela regulamentação da Susep. Com relação aos critérios aplicáveisà cessionária, julgue os itens abaixo, relativos aos critérios aplicáveis à cessionária, como Verdadeiros (V) ou Falsos (F) e, em seguida, assinale a opção correta. O valor recebido que exceda o saldo da Provisão de Prêmios não Ganhos (PPNG) deverá ser considerado como prêmio de seguro, registrado em subconta específica como complemento de provisão e apropriado ao resultado durante o prazo restante do período de vigência das apólices. O valor recebido que exceda o saldo da PPNG deverá ser considerado como prêmio de seguro, registrado em subconta específica como complemento de provisão e apropriado ao resultado do exercício na data de operação. Caso o valor recebido da cedente seja inferior ao saldo da PPNG, a correspondente diferença deverá ser registrada no Ativo Circulante, em subconta distinta, no grupo de Custos de Aquisição Diferidos, e apropriada ao resultado durante o prazo restante do período de vigência das apólices. Todos os direitos e obrigações recebidos em função da aquisição da carteira deverão ser registrados em contas próprias. A cessionária deverá obter junto a cedente todos os dados históricos relacionados às operações recebidas em transferência, necessários aos eventuais cálculos de provisões técnicas. Assinale a sequência correta: a) F, F, V, V, V. b) F, V, F, V, V. c) V, F, V, V, V. d) F, F, F, V, V. Corrigir Questão 5: (CFC – Exame de Suficiência-2017) A Provisão Matemática para Capitalização (PMC) é uma provisão técnica que deverá ser constituída pelas sociedades de capitalização. Julgue as opções abaixo e, em seguida, assinale a opção correta. A PMC deverá ser constituída enquanto não ocorrido o evento gerador de resgate do título. A PMC abrange a parcela dos valores arrecadados para capitalização, devendo ser calculada para cada título que estiver em vigor ou suspenso durante o prazo previsto em nota técnica atuarial. O fato gerador da constituição da PMC será a emissão do título, quando se tratar de título de capitalização por meio de pagamento único ou quando se tratar da primeira parcela de título de capitalização contratado por meio de pagamentos mensais ou periódicos. O fato gerador da constituição da PMC será a informação quanto ao pagamento por parte do subscritor, em relação às demais parcelas após a primeira. O fato gerador da constituição da PMC é o mesmo fato gerador da contabilização das receitas das operações de capitalização definido pelas normas contábeis. Estão certos apenas os itens: a) I, III e IV. b) I e V. c) I, II e V. d) I, II, III e IV. Corrigir Questão 6. Em relação ao cálculo dos Capitais de Riscos e as Respectivas Transferências destes Riscos nas Transformações Societárias, julgue os itens abaixo como Verdadeiros (V) ou Falsos (F) e, em seguida, assinale a opção correta. Para a supervisionada que incorporar outra supervisionada ou for criada a partir de fusão entre supervisionadas, as parcelas do capital de risco cujos cálculos dependem de informações de períodos anteriores à combinação de negócios serão calculadas, considerando-se a agregação dos históricos individuais de cada uma das supervisionadas que se combinaram. Para a supervisionada que transferir ou receber operações de outra supervisionada através de cisão ou de transferência de carteira, as parcelas do capital de risco cujos cálculos dependem de informações de períodos anteriores à transferência/cisão serão calculadas considerando-se o histórico de operações das carteiras transferidas/cindidas. Para a supervisionada que se transformar de seguradora em EAPC, ou vice-versa, as parcelas do capital de risco cujos cálculos dependem de informações de períodos anteriores à transformação serão calculadas, considerando-se o histórico de operações da supervisionada que lhe deu origem. A supervisionada que receber carteira, incorporar outra supervisionada ou parcela cindida de supervisionada ou for criada por meio de fusão ou cisão deverá, até o dia 10 do mês seguinte ao da conclusão da operação, protocolar expediente na Susep comunicando o fato à Coordenação-Geral de Monitoramento de Solvência (CGSOA). A sequência correta é: a) V, V, V, F. b) F, V, V, F. c) V, V, F, F. d) V, V, V, V. Corrigir Referências desta aula Próximos passos Explore + Referências desta aula BRASIL. Resolução CNSP n. 517, de 30 de julho de 2015. Dispõe sobre as Normas Contábeis a serem observadas pelas sociedades seguradoras, resseguradoras, de capitalização e entidades abertas de previdência complementar, e dá outras providencias. Disponível em: <http://www.susep.gov.br/menubiblioteca/biblioteca.asp>. Acesso em 16 jun. 2009. CARVALHO, L. Nelson. Contabilidade Internacional: aplicação das IFRS. São Paulo, Atlas, 2006. CLARK, I. M.; MCMANUS, K. Vantagens de implementar já as normas internacionais de Contabilidade - o caso brasileiro. Pricewaterhouse Coopers. Dezembro, 2003. Disponível em: <http://www.pwc.com/br>. 20 de set. 2017. CPC. Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Disponível em: <www.cpc.org.br>. Acesso em 20 set. 2017. FENASEG. Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização. Disponível em: <www.fenaseg.org.br>. Acesso em 23 set. 2017. GARCIA, Igor França. Apostila Ciências Atuariais. 2016. Disponível em <https://goo.gl/zrq1Ws>. Acesso em 04 dez. 2017. IASPLUS.COM. IFRS 4, IASB, Insurance Contracts, 2004. Disponível em: <https://goo.gl/Ds87Bi>. Acesso em 23 nov. 2017. IBA. Instituto Brasileiro de Atuária. Disponível em: <www.atuarios.org.br>. Acesso em 04 dez. 2017. MOURAD, Nabil Ahmad e PARASKEVOUPOULOS, Alexandre. IFRS: Introdução à Contabilidade Internacional de Seguros. São Paulo: Saraiva, 2009. SIGNIFICADOS.COM.BR. Previdência. Disponível em: <https://www.significados.com.br/previdencia/>. Acesso em 04 dez. 2017. SILVA, J. C. Práticas Contábeis das Operações de Seguros. Funenseg, Série Cadernos de Seguros: Teses. Rio de Janeiro, 2005. p. 131-144. SUSEP. Superintendência de Seguros Privados. Disponível em: <http://www.susep.gov.br/principal.asp>. Acesso em: 20 set. 2017. Próximos passos Demonstrações Contábeis das Companhias de Seguros; Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) e Registros Auxiliares da Contabilidade; Importância da Análise das Informações Contábeis; Análise Financeira; Responsabilidade das Seguradoras; Auditoria Atuarial. Explore + Sugestões de pesquisas: CPA Nº 11 Provisões Técnicas para Despesas Supervisionadas Susep. Disponível em: <https://goo.gl/6HR9V8>. Acesso em 04 dez. 2017. Gestão atuarial / Aula 10: Análise das Demonstrações Contábeis e Principais indicadores Aplicados ao Setor de Seguros Introdução Nesta aula, trataremos da importância da análise das informações contábeis e conheceremos os principais indicadores para analisar a situação financeira de seguradoras. Objetivos Identificar os demonstrativos contábeis que devem ser divulgados pelas sociedades supervisionadas pela SUSEP. Reconhecer os indicadores para análise econômica e financeira de entidades seguradoras. Distinguir os tipos de seguro de danos patrimoniais e diferenciá-los. Créditos Aderbal Torres Redator Luciane Pery Designer Instrucional Roberta Meireles Web Designer Rostan Silva Programador INTRO OBJETIVOS CRÉDITOS IMPRIMIR Demonstrações Contábeis das Companhias de Seguros Devem ser elaboradas em conformidade com princípios contábeis previstos na legislação societária e nas normas do Conselho Nacional de Seguros Privados, regulamentadas por instruções da SUSEP. O quadro 1 sintetiza os demonstrativos que devem ser apresentados. Quadro 1 De acordo com o CPC 26 (IAS 1) – lei societária Circular SUSEP n.º 517, de 30 de julho de 2015 (a) Balanço Patrimonial; (b) Demonstração do Resultado; (c) Demonstração do Resultado Abrangente; (d) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido; (e) Demonstração dos Fluxos de Caixa; (f) Demonstração do Valor Adicionado, se exigido legalmente ou por algum órgão regulador ou mesmo se apresentada voluntariamente; (g) Notas Explicativas Relatório da Administração; Balanço Patrimonial; Demonstração doResultado do Período; Demonstração de Resultado Abrangente; Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido; Demonstração dos Fluxos de Caixa; Notas Explicativas e o correspondente relatório do auditor independente sobre as demonstrações financeiras. Deverão ser publicadas até o dia 28 de fevereiro de cada ano, observado o que dispõe a Lei das Sociedades por Ações; As demonstrações financeiras, das supervisionadas pela Susep, deverão ser acompanhadas da opinião de auditor independente que aborde, entre outros assuntos: a adequação das demonstrações financeiras individuais às práticas contábeis adotadas no Brasil, aplicáveis às instituições autorizadas a funcionar pela Susep; a adequação das demonstrações financeiras consolidadas aos pronunciamentos plenamente convergentes com as normas internacionais, emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC, referendados pela Susep. O CPC 26 (correlacionado ao IAS 1 – Presentation of Financial Statements) dispõe sobre as demonstrações contábeis que devem ser elaboradas e divulgadas pelas entidades e a base para a apresentação dessas demonstrações. Segundo o CPC 26 (IAS 1), as demonstrações contábeis devem apresentar, apropriadamente: Ícone de um cofre. A posição financeira Ícone de um gráfico com quatro barras e uma linha reta em cima. Essa linha sobe, desce e depois sobe novamente. Cada mudança de direção na linha é marcada por um círculo pequeno. O desempenho financeiro Ícone Os fluxos de caixa de uma entidade Fonte: create jobs 51 / Shutterstock Mulher vestindo camisa branca e terno preto, escreve com a mão direita em um documento de demonstrativos financeiros, dentro de uma pasta azul, e usa uma calculadora com a mão esquerda. Reserva de Contingência de Benefícios Poderá ser constituída somente por entidades sem fins lucrativos, em base mínima de 50% do resultado de cada exercício, de forma cumulativa, até o limite máximo de 25% do somatório dos valores das seguintes provisões técnicas, correspondentes ao respectivo exercício: A avaliação da toxicidade é caracterizada por parâmetros essenciais, como: Provisão de Sinistros Ocorridos e Não Avisados - IBNR Provisão Matemática de Benefícios a Conceder Provisão Matemática de Benefícios Concedidos Provisão Complementar de Cobertura A reversão da reserva de contingência de benefícios ocorrerá, em contrapartida dos superávits ou déficits acumulados, quando da ocorrência do evento gerador da sua constituição ou quando sua constituição não for mais justificada. Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) e Registros Auxiliares da Contabilidade As seguradoras, por serem constituídas na forma de sociedades por ações, relativamente aos fatos contábeis ocorridos a partir de 1.º de janeiro de 2009, passaram a enviar sua escrituração contábil em versão digital ao Sistema Público de Escrituração Digital (SPED). Isto foi feito nas condições estabelecidas pelo administrador do SPED, sem prejuízo das demais informações a que estão obrigadas a prestar, em conformidade com a legislação e a regulamentação societária aplicáveis. As sociedades seguradoras deverão manter registros auxiliares de contabilidade gerados, totalizados e conciliados, mensalmente, na forma estabelecida pela Susep. Homem digitando em um laptop Fonte: GaudiLab / Shutterstock As supervisionadas deverão manter à disposição da Susep, em meio magnético, para fins de análise e de supervisão, a estrutura de dados relativa aos registros contábeis auxiliares obrigatórios de suas operações, em conformidade com o disposto nas normas vigentes. As supervisionadas deverão estar aptas a enviar à Susep os dados solicitados, bem como a prestar quaisquer informações, no prazo máximo de 5 dias úteis, contados do recebimento do pedido. Os registros auxiliares da contabilidade serão consolidados mensalmente. É facultada a contabilização unificada dos movimentos da matriz e de outras de pendências emissoras, quando da formatação dos registros auxiliares, devendo ser observadas: A perfeita identificação da origem de cada registro auxiliar, no cabeçalho. A indicação de cada ramo de seguro ou modalidade do plano de benefício de cada de pendência, seguida dos lançamentos destacados e consolidados, no texto do registro auxiliar. Na hipótese da supervisionada adotar meio eletrônico ou magnético, a base de dados utilizada como fonte das informações contidas nos registros auxiliares de contabilidade deverá ser copiada, no encerramento de cada mês, em mídia CDs ou DVDs não regraváveis, de forma que somente possam ser utilizados para leitura e reprodução e as respectivas mídias deverão ser mantidas na supervisionada. Responsabilidade das Seguradoras As seguradoras são entidades jurídicas que por meio de recursos gerados pelos prêmios cobrados dos segurados, garantem uma indenização caso ocorra um sinistro que seja coberto e estabelecido na apólice. Homem vestindo terno, agachado ao lado de um carro com a frente danificada. Ele escreve em um documento preso em uma prancheta azul. Fonte: Andrey_Popov / Shutterstock De acordo com Silva (1999), o Decreto-Lei nº 73/1966 estabelece as responsabilidades das seguradoras, dentre elas: A seguradora só poderá operar em seguro para os quais tenha autorização da SUSEP; É vedado às seguradoras reter responsabilidades, cujo valor exceda os seus limites de retenção aprovados pela SUSEP, sendo que para a garantia de todas as suas obrigações retidas, as seguradoras deverão constituir provisões técnicas, conforme os critérios previstos pela CNPS; Em caso de incapacidade de cobertura (ativos garantidores) das provisões técnicas ou de má situação econômica financeira da seguradora, a SUSEP pode, além de outras providências cabíveis, nomear por tempo não definido, um diretor-fiscal com atribuições e vantagens que lhe forem indicadas pelo CNSP. Patrimônio Líquido Ajustado O ajuste serve como instrumento de proteção para as seguradoras, além de restringir o valor máximo de responsabilidade que as cias. podem reter em cada risco isolado. Conforme Resolução CNSP nº 85 (2002), serão ajustados por meio de adições ou deduções, ativos que possam trazer dúvida sobre os benefícios futuros para a seguradora, não apresentem claro valor de realização ou que dependam de eventos futuros e incertos para sua realização, além de passivos já conhecidos e não registrados. Limite de Retenção (LR) A exposição ao risco é um fator de suma importância para análise do seguro, haja vista ser, por análise de probabilidade e de ocorrência de sinistro, a mensuração de determinado custo do seguro. De acordo com Souza (2007), os limites operacionais (capacidade de absorção de risco) vêm a ser estabelecidos conforme seu valor de patrimônio líquido ajustado (PLA), isto é, capital social e reservas, livres de quaisquer ônus. Segundo Silva (1999), o limite de retenção é o valor máximo permitido de responsabilidade que a Sociedade Seguradora poderá reter, em cada risco isolado. Esse valor será determinado com base no respectivo ativo líquido. Souza (2007) afirma que as companhias de seguro precisam fixar os seus limites técnicos e estabelecer segundo ramos, haja vista a situação econômico-financeira da sociedade e as condições técnicas de suas carteiras em cada modalidade de seguro. Por conta disso, o excedente técnico, ou seja, o risco que a seguradora não tem condições de reter, deverá se transferido a outra seguradora por meio de cosseguro ou ao IRB por intermédio do resseguro. Capital Mínimo Conforme Silva (1999), a fixação de capitais mínimos para as operações de seguros é um importante instrumento de controle de solvência e foi a primeira regra imposta pela política de seguros privados para a preservação da solvência. Determinação da Margem de Solvência Com a inserção da SUSEP no International Association of Insurance Supervisors (IAIS), fica muito evidente a preocupação em adotar as medidas já utilizadas por todo o mundo, no sentido de estabelecer um nível de controle ou uma série de controle, para as seguradoras sesalvaguardarem frente a possíveis perdas excessivas, que possam gerar a incapacidade de uma seguradora de cumprir com as suas obrigações. Gráfico vermelho com várias linhas decrescentes. Fonte: BEST-BACKGROUNDS / Shutterstock Para efeito de cálculo de margem de solvência, a SUSEP determina que as sociedades seguradoras deverão computar as operações de todos os ramos, com exceção de vida individual e previdência privada. Para se calcular a margem de solvência para a data base de dezembro, deve-se adotar o seguinte procedimento: Para se calcular a margem de solvência para a data base de junho, deve-se adotar o seguinte procedimento: Multiplicar o valor dos somatórios dos prêmios retidos de janeiro a dezembro de cada ano por 0,20; Multiplicar o somatório dos sinistros retidos dos últimos 36 meses por 0,33, e dividir o resultado por três; O maior entre os valores encontrados nos itens 1 e 2 será a Margem de Solvência da sociedade Seguradora. Multiplicar por 0,20 o valor do somatório dos prêmios retidos de janeiro a junho do exercício corrente e de julho a dezembro do exercício anterior; Efetuar o somatório dos sinistros retidos de janeiro a junho do exercício corrente, os sinistros retidos de dois exercícios anteriores e, dos sinistros retidos de julho a dezembro do 3º ano anterior. Multiplicar o resultado por 0,33 e dividir por 3; O maior entre os valores encontrados nos itens 1 e 2 será a margem de solvência da sociedade seguradora. Mecanismos de Pulverização do Risco De acordo com Funenseg (2006) a técnica das operações de seguros fundamenta-se em vários princípios, dentre os quais se destaca o princípio da distribuição das responsabilidades decorrentes dos negócios segurados. Vejamos os instrumentos: Ícone de um guarda-chuvaCosseguro Conforme Souza (2007), é a operação na qual se reparte determinado risco entre duas ou mais seguradoras. Cada seguradora se responsabiliza pela quota-parte assumida em relação ao prêmio recebido. Ícone de um guarda-chuvaResseguro Segundo a Funenseg (2006), operação pela qual o segurador, com intuito de diminuir sua responsabilidade, na aceitação do risco, cede uma parcela do prêmio e do risco. Ícone de um guarda-chuvaRetrocessão De acordo com Figueiredo (1997), é a operação na qual o ressegurador transfere parte da responsabilidade a outros resseguradores. Em suma, é o resseguro do resseguro. Duas pessoas apontam para um gráfico sobre uma mesa de madeira. Fonte: Doidam 10 / Shutterstock Análise das Informações Contábeis de seguradoras Para Matarazzo (2015, p.32) “o diagnóstico de uma empresa quase sempre começa com uma rigorosa Análise de Balanços, cuja finalidade é determinar quais são os pontos críticos e permitir, de imediato, apresentar um esboço das prioridades para a solução dos seus problemas”. Segundo Iudícibus (2008) “a análise de balaço é considerada uma arte, pois embora haja alguns cálculos formalizados, não existe forma cientifica ou metodologia comprovada de relacionar índices de maneira a se obter diagnósticos precisos”. A partir das informações das demonstrações é possível avaliar as atividades de financiamento, investimento e operacional. As atividades de financiamento observam os índices de solvência, valoração e retorno, os quais também estão presentes na atividade operacional, juntamente com índices de lucratividade e capital. A liquidez e a rentabilidade influenciam as decisões ligadas à área de investimento. Análise através de quocientes (ou índices) É um mecanismo utilizado há muito tempo. Apresenta-se como a maneira de obter um quociente pela combinação de grandezas ilimitadamente. Com a modernização, as técnicas foram aprimoradas e refinadas, fazendo parte delas, avançados conhecimentos de Estatística e Matemática. Conforme Helfert (2000, p.78): Os índices não apresentam um critério absoluto: eles servem melhor quando em combinações selecionadas para apontar mudanças nas condições financeiras ou operacionais ao longo de vários períodos e ajudam a ilustrar tendências e os padrões de tais mudanças; em troca, podem indicar ao analista os riscos e as oportunidades para a empresa analisada. De acordo com Matarazzo (2003, p. 147) “índice é a relação entre contas ou grupo de contas das demonstrações financeiras, que visa evidenciar determinado aspecto da situação econômica ou financeira de uma empresa”. Os índices são os elementos mais utilizados em Análise das demonstrações financeiras, e são indicadores do quadro geral da empresa, mas não significa que uma entidade com índices considerados ruins esteja próxima à insolvência. de tais cálculos. (IUDÍCIBUS, 1995, p.81) Matarazzo (2003, p. 262) define como sendo análise de indicador: Econômico Refere-se a lucro, sentido dinâmico, de movimentação. Estaticamente refere-se a patrimônio líquido. Financeiro Refere-se a dinheiro. Dinamicamente, representa a variação de Caixa amplo e restrito. Quando encarado de forma restrita, refere-se a Caixa; quando significado é amplo, refere-se a Caixa Circulante líquido. Vejamos agora a base teórica e as equações dos índices, dividindo-se entre: Índices que evidenciam a situação financeira da empresa Índices que demonstram a situação econômica Sobreposição de duas fotos. Ao fundo, uma pilha de moedas. Em primeiro plano, um gráfico com várias linhas curvas, dados percentuais e barras verticais. Fonte: Phongphan / Shutterstock Análise Financeira Este grupo de índices apresenta a situação financeira da empresa, ou seja, a capacidade de efetuar pagamentos, e mede o seu grau de solvência em decorrência da existência ou não de solidez financeira que permite comprimento dos compromissos com terceiros. De acordo com Silva (1999, p. 123), a análise financeira “envolve os Ativos Realizáveis da empresa, tanto a curto como a longo prazo, ou seja, do que a seguradora dispõe em face de suas obrigações, bem como o que tem a receber e o que tem a pagar”. ATIVIDADES Questão 1: No que se referem aos demonstrativos que devem ser publicados pelas supervisionadas da SUSEP, estas devem seguir: a) a Legislação do BACEN e as IFRS b) a Legislação do IRB e a lei 6.404/76 c) ao Padrão US GAAP e ao Padrão BR GAAP d) a Circular SUSEP N.º 517, de 30 de julho de 2015 e ao CPC 26 (IAS 01) e) a Legislação da CVM e ao US GAAP Corrigir Questão 2: “Envolve os Ativos Realizáveis da empresa, tanto a curto como a longo prazo, ou seja, do que a seguradora dispõe em face de suas obrigações, bem como o que tem a receber e o que tem a pagar”. O grupo de indicadores relacionados à afirmação citada é: a) Margem Operacional, Endividamento e Prêmio Margem. b) Taxa de Retorno do Capital Próprio, Margem Operacional e Endividamento. c) Liquidez Operacional, Solvência Geral e Endividamento. d) Garantia de Capital de Terceiros, Taxa de Retorno do Capital Próprio e Margem Operacional. e) Retenção Própria, Retenção de Terceiros e Taxa de Retorno do Capital Próprio. Corrigir Questão 3: Ao coletar informações de 20 entidades seguradoras e calcular a média do resultado obtido de seus indicadores de TRCP, Sinistralidade e Custo Administrativo foram os gráficos a seguir: Após os resultados evidenciados no gráfico pode-se afirmar que: a) No decorrer dos anos observa-se que o custo administrativo piorou e a sinistralidade foi melhor no ano de 2011. b) O TRCP apresentou uma tendência decrescente, isto foi favorável a média de seguradoras analisadas. c) A sinistralidade apresentou em média um melhor desempenho para grupo de empresas analisadas em 2013. d) O comportamento do custo administrativo melhorou entre 2010 e 2013, bem como a rentabilidade apresentada pelo TRCP. Corrigir Questão 4: Observe o desempenho dos indicadores das 10 seguradoras evidenciados na tabela em seguida analise as afirmações e considere V para as verdadeiras e F para as falsas. ÍNDICES LIMITE OPERACIONAL (LO) SOLVÊNCIA GERAL (SG) ENDIVIDAMENTO (E) GERAÇÃO DE CAPITAIS DE TERCEIROS SEGURADORAS X1 X2 X3 X4 MÉDIA X1 X2 X3 X4 MÉDIA X1 X2 X3 X4 MÉDIA X1 X2 X3 X4 MÉDIAA 1,49 2,34 1.97 2,89 2,17 1,47 1,33 1,41 1,22 1,36 0,42 0,54 0,52 0,55 0,51 0,67 0,28 0,41 0,68 0,51 B 1,69 1,08 2,68 2,56 2,00 1,37 1,23 1,31 1,26 1,29 0,34 0,45 0,41 0,45 0,41 0,68 0,44 0,64 0,69 0,61 C 1,89 3,34 2,88 3,07 2,80 1,37 1,06 1,42 1,24 1,27 0,57 0,76 0,74 0,77 0,71 0,76 0,32 0,76 0,75 0,65 D 4,07 2,77 3,33 2,71 3,22 1,18 1,14 1,27 1,18 1,19 0,73 0,74 0,72 0,74 0,73 0,36 0,36 0,38 0,36 0,37 E 2,09 1,89 2,22 2,29 2,12 1,38 1,08 1,37 1,28 1,28 0,58 0,63 0,59 0,64 0,61 0,54 0,45 0,59 0,47 0,51 F 2,28 3,01 3,44 3,01 2,94 1,42 1,12 1,23 1,16 1,23 0,61 0,72 0,69 0,75 0,69 0,49 0,56 0,49 0,56 0,53 G 3,07 2,06 3,17 2,98 2,82 1,45 1,16 1,21 1,27 1,27 0,71 0,75 0,74 0,77 0,74 0,65 0,61 0,62 0,63 0,63 H 3,37 3,49 3,21 3,01 3,27 1,36 1,24 1,31 1,32 1,31 0,69 0,71 0,66 0,72 0,70 0,74 0,67 0,75 0,62 0,70 I 2,98 3,09 2,87 3,22 3,04 1,17 1,05 1,09 1,18 1,12 0,56 0,64 0,54 0,66 0,60 0,77 0,72 0,67 0,72 0,72 J 4,02 3,79 3,21 2,99 3,50 1,28 1,09 1,17 1,24 1,20 0,57 0,59 0,62 0,62 0,60 0,39 0,49 0,39 0,49 0,44 MÉDIA ANUAL 2,70 2,69 2,90 2,87 1,35 1,15 1,28 1,24 0,58 0,65 0,67 0,67 0,61 0,49 0,57 0,60 ( ) A análise do indicador de limite operacional (LO) permite verificar diversos aspectos do desempenho da atividade comercial de seguros, como a produção de prêmios, a transferências de riscos para as congêneres e o resultado líquido da angariação de negócios através do IRB. Assim do grupo de seguradoras todas as empresas apresentaram um bom desempenho no decorrer dos 3 anos (x1,x2 e x3) a seguradora que mais se destacou foi a J, que obteve a maior média no decorrer do período analisado. ( ) A solvência geral aponta quanto a empresa possui de ativo para pagar cada real dos capitais tomados de terceiros, logo x2 foi o ano em que a média das empresas obteve seu melhor desempenho. A empresa que mais se destacou quanto à performance deste indicador foi a seguradora “I” com média dos 3 anos de 1,12. ( ) Quanto ao endividamento das empresas, pode-se afirmar que nenhuma das empresas encontra-se em uma situação desfavorável, pois nenhuma aproximou-se, em nenhum ano, a um indicador próximo ou superior a 1,0. O endividamento tende a aumentar o risco financeiro, representando sempre uma situação ruim para empresa. ( ) Quanto ao índice de Geração de Capital de Terceiros, pode-se destacar que o melhor desempenho foi da seguradora “I” e o pior foi da seguradora “D”, pois quanto maior o valor obtido, maior será a garantia dos credores que participam do financiamento do ativo da seguradora. A sequência está correta em: a) F, V, V, V b) V, V, F, F c) V, F, V, V d) F, V, F, V e) V, F, F, V Corrigir Referências desta aula Explore + Referências desta aula GARCIA, Igor França. Apostila Ciências Atuariais. 2016. Disponível em <https://goo.gl/zrq1Ws>. Acesso em 08 dez. 2017. IBA. Instituto Brasileiro de Atuária. Disponível em: <www.atuarios.org.br>. Acesso em 08 dez. 2017. PRESTEX.COM.BR. Como funciona o seguro de cargas? Disponível em: <https://goo.gl/XBZKZU>. Acesso em 08 dez. 2017. SIGNIFICADOS.COM.BR. Previdência. Disponível em: <https://goo.gl/ivPdvN>. Acesso em 08 dez. 2017. Próximos passos Explore + LARA, Cynthia Oliveira; MACEDO, Marcelo Alvaro da Silva; SILVA, Fabrícia de Farias da; SOUZA, Antônio Artur de. Análise do Desempenho Econômico-Financeiro de Seguradoras. Disponível em: <https://goo.gl/4ZsE2g>. Acesso em 08 dez. 2017.