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Capítulo 2 – Receitas 
1. Quais os tipos de receitas que são auferidos pela Multiplus? 
Sugestão de resposta: 
A receita bruta na demonstração do resultado é composta pelo valor dos pontos 
resgatados e pelo valor dos pontos que se estima que não serão resgatados (breakage). 
Além disso, também possui receitas de rendas financeiras e instrumentos financeiros 
derivativos. 
 
2. Pelas notas explicativas, de que modo a Multiplus reconhece a receita de 
breakage? Onde tais vendas são registradas antes de atender as condições para 
reconhecimento no resultado? 
Sugestão de resposta: 
Inicialmente, a receita da venda dos pontos é reconhecida como receita diferida no 
passivo. Posteriormente, quando os pontos são resgatados, na forma de produtos ou 
serviços nos parceiros de resgate de prêmios ou nos parceiros de coalizão, a Multiplus 
reconhece no resultado tanto o custo do resgate quanto a receita pela venda dos pontos. 
Entretanto, uma vez que cada ponto emitido tem validade de dois anos, alguns expiram 
antes do resgate. Essa situação é conhecida como breakage e gera uma receita livre de 
custo. Ao final de cada mês, a companhia faz (i) uma provisão do montante equivalente 
à receita esperada de breakage, denominado passivo de breakage, e (ii) um 
reconhecimento gradual dessa receita nos resultados, na linha receita de breakage. 
Portanto, antes de atendidas as condições de reconhecimento de receitas, tais valores 
ficam registrados na conta de receitas diferidas (passivo). 
 
3. Considerando a abordagem de reconhecimento da receita por intermédio do 
ponto de transferência de riscos e benefícios, as receitas de breakage da Multiplus 
atendem esse critério essencial do CPC 30 (R1)? 
Sugestão de resposta: 
A resposta sugerida na presente obra é que as receitas de brekage não atendem o critério 
do ponto de transferência. Considerando que parte da receita de breakage é reconhecida 
no resultado com base na parcela dos pontos que se espera que não sejam resgatados, 
mesmo antes da sua expiração, verifica-se que, nesse momento, não houve efetiva 
transferência dos riscos e benefícios (ocorre o reconhecimento da receita antes do ponto 
de transferência, conforme item 1, alínea (a), destacado no parágrafo baseado em 
Hendriksen & Van Breda (2010). 
 
4. Segundo o IFRIC Interpretation 13 – Customer Loyalty Programmes, pode-se 
afirmar que o tratamento contábil adotado pela Multiplus para o breakage é 
correto? Justifique sua resposta. 
Sugestão de resposta: 
Verifica-se que o reconhecimento de receita de breakage pela Multiplus atende as 
orientações do IFRIC 13. A referida norma determina que as receitas de breakage 
devem ser diferidas (reconhecidas no passivo) para futura apropriação ao resultado. O 
reconhecimento da receita de breakage é realizada em relação (i) aos créditos de 
prêmios expirados e (ii) em relação à expectativa de que tais créditos não sejam 
resgatados, mesmo antes da sua expiração. Nesse caso, os valores devem ser 
fundamentados em estimativas robustas e em suporte confiável, com probabilidade de 
que os benefícios futuros fluirão para a entidade. Conforme informações das notas 
explicativas da Multiplus, a empresa efetua o reconhecimento da receita de breakage 
baseado nas expectativas de resgates dos pontos e nos pontos expirados. 
 
5. Dentro das possibilidades abarcadas pela Teoria da Contabilidade Financeira, a 
forma como a Multiplus trata o breakage é uma escolha. Tomando como base a 
exposição de Hendriksen e Van Breda (2010), quais outras possibilidades 
temporais de reconhecimento poderiam ser aventadas e quais os eventuais 
impactos poderiam ser observados nas demonstrações de resultados de diferentes 
períodos? (Não são requeridos cálculos. Sustente sua explicação em argumentos.) 
Sugestão de resposta: 
A receita poderia ser totalmente reconhecida quando da expiração dos pontos, conforme 
o momento 2 destacado no parágrafo baseado em Hendriksen & Van Breda (2010). 
Nesse momento não existe mais qualquer possibilidade de resgate dos pontos por parte 
dos clientes. Esse procedimento postergaria as receitas para períodos futuros e 
armazenaria por mais tempo a conta receitas diferidas (passivo). 
A receita também poderia ser reconhecida antes do ponto de transferência, considerando 
que ocorre um processo de transferência de riscos e benefícios durante o transcorrer do 
prazo da expiração dos pontos, com base no momento 1, alínea (b) destacado no 
parágrafo baseado em Hendriksen & Van Breda (2010). Nessa situação, entende-se que 
também haveria postergação no reconhecimento da receita, visto que o valor de cada 
crédito seria apropriado no resultado dentro de um intervalo de tempo contínuo. 
Entendemos que parece não existir fundamento teórico que suporte o reconhecimento 
da receita após a transferência dos riscos e benefícios (momento 3 destacado no 
parágrafo baseado em Hendriksen & Van Breda (2010)). 
 
 
Capítulo 3 – Contratos de Construção 
1. Considerando a realidade do mercado imobiliário brasileiro, explique como ocorre 
o reconhecimento da receita pela empresa quando: 
Sugestão de resposta: 
De acordo com a realidade brasileira, conforme explicado no OCPC 04, o 
reconhecimento de receita, quando a venda ocorre antes do término da construção, 
ocorre pelo método de completude. 
Conforme os itens 12 e 13 do OCPC 04, no setor imobiliário brasileiro, as entidades que 
realizam incorporação ou construção de imóveis firmam contratos antes do término da 
construção mediante contrato costumeiramente denominado de “promessa de compra e 
venda”. Esse contrato tem força de uma operação de compra e venda de unidade futura, 
sendo, via de regra, irrevogável e irretratável para ambas as partes. Como consequência, 
pode iniciar o reconhecimento da receita, mesmo sem antes do termino da construção, 
sem necessariamente ter que esperar para a entrega da chave. 
Sendo assim, para os imóveis que já foram vendidos, a entidade pode transferir ao 
comprador o controle, os riscos e os benefícios da propriedade do imóvel em construção 
em seu estágio atual de acordo com a evolução da obra. Portanto, o reconhecimento da 
receita deve ocorrer de forma proporcional ao andamento da construção. Esse é um 
ponto importante a ser observado: se houve a transferência contínua dos riscos e 
benefícios significativos sobre o imóvel em construção, o reconhecimento da receita e 
custos deve ser efetuado a medida que ocorre a transferência desses riscos e benefícios 
significativos. 
A venda do imóvel após a conclusão da construção é normatizada pelo CPC 30 – 
Receitas, e não mais pelo ICPC 02. 
 
1.a) Imóvel é vendido na planta (não iniciou a construção); 
Sugestão de resposta: 
Imóvel é vendido na planta (não iniciou a construção): O reconhecimento da receita 
nessa situação é pelo POC (percentagem de conclusão). Sendo assim, como ainda não 
iniciou a construção do imóvel, até o momento nenhuma receita é reconhecida, mesmo 
que o imóvel já tenha sido vendido. 
 
1.b) Imóvel é vendido durante a construção; 
Sugestão de resposta: 
Imóvel é vendido durante a construção: O reconhecimento da receita também se dá pelo 
método do POC (percentagem de conclusão). Ou seja, caso a venda ocorra durante a 
construção, no momento da venda se reconhece a receita referente a percentagem da 
obra que já foi construída, sendo o restante da receita reconhecida durante a continuação 
do processo de construção. 
 
1.c) Imóvel é vendido após a conclusão; 
Sugestão de resposta: 
Imóvel é vendido após a conclusão: Nesse caso, o reconhecimento é normatizado pelo 
CPC 30. Como o imobilizado já está construído, o reconhecimento integral da receita no 
momento da venda, independentemente de ser a vista ou a prazo. 
 
 
2. No Brasil, contratos de compra e venda de imóveis podem conter cláusulas 
prevendo o distrato do negócio, situação a qual pode exigir a devolução do total ou 
de parte dos valoresjá pagos pelos compradores. Caso os contratos firmados pela 
Rossi Residencial S.A. junto aos seus clientes contenham tais previsões de distrato, 
é adequado que a empresa reconheça as receitas pelo método do percentual de 
evolução da obra (POC)? 
 
Sugestão de resposta: 
 
a) Os itens 22 a 24 do CPC 17 (R1) determinam, de forma geral, que as receitas devem ser 
reconhecidas quando a conclusão de um contrato de construção puder ser estimada com 
confiabilidade, seu valor puder ser mensurado com confiabilidade e for provável que os 
benefícios econômicos associados ao contrato fluirão para a entidade. 
No caso de contrato de preço fixo (fixed price), é necessário, além do já mencionado, 
que tanto os custos para concluir o contrato quanto o estágio de execução da atividade 
contratual possam ser mensurados com confiabilidade ao término do período de reporte 
e que os custos atribuíveis ao contrato possam ser claramente identificados e 
mensurados com confiabilidade de forma tal que os custos atuais incorridos possam ser 
comparados com estimativas anteriores. 
No caso de contratos de custo mais margem (cost plus), é necessário, além do já 
mencionado no primeiro parágrafo da presente resposta, que seja provável que os 
benefícios econômicos associados ao contrato fluirão para a entidade e que os custos 
atribuíveis ao contrato, especificamente reembolsáveis ou não, possam sem claramente 
identificados e mensurados com confiabilidade. 
Quando houver incerteza acerca da realização de quantia incluída na receita do contrato 
e já reconhecida como receita na demonstração do resultado, o item 28 do CPC 17 (R1) 
define que o montante não realizável ou cuja recuperação deixou de ser provável deve 
ser reconhecido como despesa e não como ajuste às receitas do contrato. 
Em relação à recuperação dos custos já incorridos, o item 34 do CPC 17 (R1) determina 
que: 
“Os custos do contrato, cuja probabilidade de recuperação não seja provável, devem ser 
reconhecidos imediatamente como despesa. Exemplos de circunstâncias em que a 
recuperação dos custos de um contrato incorridos pode não ser provável, e em que os 
custos do contrato devem ser reconhecidos imediatamente como despesa, incluem 
contratos: 
(a) que não dispõem de instrumentos de coerção para seu cumprimento integral, isto é, 
sua validade pode ser seriamente questionada; 
(b) cuja conclusão está sujeita ao desfecho de litígio ou de legislação pendente; 
(c) relacionados com propriedades que tenham a possibilidade de serem condenadas ou 
expropriadas; 
(d) em que o contratante (cliente) está impossibilitado de cumprir com as suas 
obrigações; ou 
(e) em que a entidade contratada (fornecedora dos serviços) é incapaz de completar o 
contrato ou de cumprir com as suas obrigações, nos termos do contrato.” (grifo nosso) 
Além disso, o item 36 do CPC 17 (R1) estipula que a perda esperada deve ser 
reconhecida imediatamente como despesa quando for provável que os custos totais do 
contrato excederão a receita total do contrato. 
Assim, a partir da previsão contratual de distrato, a entidade necessita, para fins de 
reconhecimento da receita, avaliar a probabilidade de que os benefícios econômicos 
fluam para ela no futuro. A empresa necessita contabilizar uma provisão de acordo com 
o histórico de distratos. A partir de qualquer indício de que não seja provável que tais 
benefícios futuros sejam obtidos, os montantes cujo recebimento deixaram de ser 
prováveis devem ser reconhecidos como despesa na demonstração do resultado. 
 
3. Verifica-se a partir da nota explicativa # 2.24 que a Rossi Residencial S.A. alterou 
seus procedimentos de reconhecimento de receitas em 2011. Quais os motivos pelos 
quais a companhia alterou seus procedimentos de reconhecimento de receitas? 
Quais os procedimentos anteriores e atuais adotados pela companhia? 
 
Sugestão de resposta: 
 
A Rossi Residencial S.A. informou em nota explicativa que tais alterações são 
decorrentes de uma revisão de práticas contábeis adotadas, com intuito de 
aprimoramento do conjunto de suas demonstrações financeiras. A entidade enquadrou 
essas modificações dentro das previsões do CPC 23. 
O procedimento anterior adotado pela companhia era o de reconhecer a receita de venda 
do terreno separadamente da receita de venda do imóvel. Após a alteração, a companhia 
passou a reconhecer a receita de forma conjunta, pela proporção do custo incorrido. 
 
4. Qual a diferença entre os métodos de reconhecimento de receita de contratos de 
construção de incorporação imobiliária determinados pelas normas brasileiras e 
pelo IFRS? Qual seria o impacto nas demonstrações contábeis da empresa Rossi 
Residencial S.A. caso a empresa utilizasse o método de reconhecimento proposto 
pelas normas internacionais (IFRS)? 
 
 
Sugestão de resposta: 
 
As normas brasileiras determinam, de forma geral, o reconhecimento da receita pelo 
método de percentagem de completude (POC), pois consideram que a transferência dos 
riscos e benefícios ocorre durante a construção, já que a promessa de compra e venda, 
na realidade brasileira, tem sido tratada como um efetivo contrato de compra e venda, 
sendo, via de regra, irrevogável e irretratável para ambas as partes. 
Porém, para as normas internacionais IFRS, a compra de um imóvel ainda em 
construção tem a característica de um direito de adquirir um ativo no futuro, e não um 
contrato efetivamente de compra e venda. Portanto, as normas internacionais 
consideram que a receita deve ser reconhecida quando ocorre a transferência dos riscos 
e benefícios, sendo que para a prática internacional esse momento ocorre na entrega das 
chaves. Sendo assim, a receita somente poderia ser reconhecida nesse momento, não 
durante o processo de construção. 
Caso a empresa utilizasse o método do reconhecimento de acordo com as práticas 
internacionais, a receita seria reconhecida apenas na entrega das chaves e não durante a 
construção do bem, o que resultaria em uma postergação do reconhecimento da receita. 
Ceteris paribus, isso causa uma redução do resultado no exercício atual e aumento no 
resultado de períodos seguintes. Esse impacto refletiria da mesma forma no patrimônio 
da empresa. 
Além disso todos os valores recebidos antes do reconhecimento da receita seriam 
tratados como antecipação de clientes, no passivo. 
 
Capítulo 4 – Informações por segmento 
 
1) Descreva o que são segmentos operacionais conforme CPC 22 e analise se os 
segmentos divulgados pela USIMINAS estão de acordo com esta definição. 
Resposta: 
De acordo com o item 5 do CPC 22 
Um segmento operacional é um componente de entidade: 
(a) que desenvolve atividades de negócio das quais pode obter receitas e incorrer em 
despesas (incluindo receitas e despesas relacionadas com transações com outros 
componentes da mesma entidade); 
(b) cujos resultados operacionais são regularmente revistos pelo principal gestor das 
operações da entidade para a tomada de decisões sobre recursos a serem alocados ao 
segmento e para a avaliação do seu desempenho; e 
(c) para o qual haja informação financeira individualizada disponível. 
Um segmento operacional pode desenvolver atividades de negócio cujas receitas ainda 
serão obtidas. Por exemplo, as operações em início de atividade podem constituir 
segmentos operacionais antes da obtenção de receitas. 
As informações divulgadas pela USIMINAS demonstram que estes são os segmentos 
nos quais são tomadas as decisões estratégicas da empresa, o que atende ao item B. E as 
notas explicativas referentes aos segmentos mostram que os segmentos propostos obtém 
receitas e incorrem em despesas, assim como existe informações financeiras 
individualizadas disponíveis, o que atende aos itens A e C. Desta forma, os segmentos 
operacionais estão de acordo com o proposto pelo CPC 22. 
2) De acordo com o parágrafo 12 do CPC 22, dois ou mais segmentos operacionais 
podemser agregados em um único segmento operacional se a agregação for 
compatível com o princípio do pronunciamento. Ao analisar as informações da 
USIMINAS, é possível identificar alguma agregação de segmento? Se sim, esta 
agregação está compatível com o previsto no pronunciamento? Poderia haver mais 
alguma agregação dentre os segmentos operacionais demonstrados? 
Resposta: 
O item 12 do CPC 22, os segmentos operacionais apresentam muitas vezes desempenho 
financeiro de longo prazo semelhante se possuírem características econômicas similares. 
Por exemplo, para dois segmentos operacionais, caso suas características econômicas 
sejam semelhantes, seriam esperadas margens brutas médias semelhantes no longo 
prazo. Dois ou mais segmentos operacionais podem ser agregados em um único 
segmento operacional se a agregação for compatível com o princípio básico deste 
Pronunciamento, se os segmentos tiverem características econômicas semelhantes e se 
forem semelhantes em relação a cada um dos seguintes aspectos: 
(a) natureza dos produtos ou serviços; 
(b) natureza dos processos de produção; 
(c) tipo ou categoria de clientes dos seus produtos e serviços; 
(d) métodos usados para distribuir os seus produtos ou prestar os serviços; e 
(e) se aplicável, a natureza do ambiente regulatório, por exemplo, bancos, seguros ou 
serviços de utilidade pública. 
Desta forma, o segmento “Mineração e Logística” pode gerar dúvidas quanto à sua 
agregação para divulgação por segmentos, dado que apenas os itens C e D poderiam 
corroborar a definição de segmento dada pela USIMINAS, entretanto a empresa não 
divulga se as operações de mineração e logística têm os mesmos clientes ou se estão 
atreladas pelo método de distribuição. Vale ressaltar que as apresentações da empresa 
para Acionistas destacam apenas o segmento de Mineração. 
Com relação à agregação de outros segmentos, acredita-se que isto não é possível dada 
a diferença entre a natureza dos produtos e serviços de cada segmento. 
 
 
3) A respeito dos parâmetros quantitativos previstos no CPC 22 (parágrafo 13), todos 
os segmentos operacionais da USIMINAS atingem esses parâmetros? Demonstre 
por meio de cálculos. 
Resposta: 
De acordo com o item 13 do CPC 22, a entidade deve divulgar separadamente as 
informações sobre o segmento operacional que atenda a qualquer um dos seguintes 
parâmetros: 
(a) sua receita reconhecida, incluindo tanto as vendas para clientes externos quanto as 
vendas ou transferências intersegmentos, é igual ou superior a 10% da receita 
combinada, interna e externa, de todos os segmentos operacionais; 
(b) o montante em termos absolutos do lucro ou prejuízo apurado é igual ou superior a 
10% do maior, em termos absolutos, dos seguintes montantes: 
(i) lucro apurado combinado de todos os segmentos operacionais que não apresentaram 
prejuízos; e 
(ii) prejuízo apurado combinado de todos os segmentos operacionais que apresentaram 
prejuízos; 
(c) seus ativos são iguais ou superiores a 10% dos ativos combinados de todos os 
segmentos operacionais. 
Os segmentos operacionais que não atinjam quaisquer dos parâmetros mínimos 
quantitativos podem ser considerados divulgáveis e podem ser apresentados 
separadamente se a administração entender que essa informação sobre o segmento possa 
ser útil para os usuários das demonstrações contábeis. 
Os cálculos abaixo demonstram que os segmentos Mineração e Logística, Siderurgia e 
Transformação do Aço atingem pelo menos um dos itens pedidos e, assim, devem ser 
divulgados, de acordo com a norma. Embora o segmento Bens de Capital não atinja os 
parâmetros para ser divulgado, ele foi divulgado como um segmento reportável. Essa 
divulgação pode ter ocorrido pelo fato de a USIMINAS considerar a informação útil ou 
mesmo por ser o único segmento não divulgável e, dessa forma, como é analisado pela 
administração, foi reportado como se fosse um segmento divulgável. Outro aspecto que 
vale ser mencionado a respeito do segmento Bens de Capital, é que o mesmo atingiu um 
percentual superior a 10% dos lucros da empresa no ano de 2011, o que também pode 
ter influenciado a divulgação deste segmento em 2012. 
 
 
 
4. Com base nos valores encontrados no item anterior, analise de que forma as 
informações por segmento são importantes. 
Resposta: 
A informação por segmento mostra aos usuários da informação contábil a participação 
de cada segmento da empresa frente ao seu todo nos principais itens das demonstrações 
financeiras. Desta forma, a informação por segmento pode auxiliar a tomada de decisões 
para o investimento de recursos, o impacto que determinada medida do governo pode 
causar na empresa dentre outros aspectos. Um exemplo utilizando as informações da 
USIMINAS seria de que se a empresa pudesse focar seus novos investimentos em um 
dos setores em que ela atua, o setor beneficiado deveria ser o de mineração e logística, 
que possui os melhores indicadores de rentabilidade. 
 
5. Quais as conciliações exigidas em nota explicativa pelo CPC 22? Analisando as 
informações da USIMINAS, estas conciliações foram demonstradas 
adequadamente? 
Resposta: 
De acordo com o item 28, a entidade deve fornecer conciliações dos seguintes 
elementos: 
(a) o total das receitas dos segmentos divulgáveis com as receitas da entidade; 
(b) o total dos valores de lucro ou prejuízo dos segmentos divulgáveis com o lucro ou o 
prejuízo da entidade antes das despesas (receitas) de imposto de renda e contribuição 
social e das operações descontinuadas. No entanto, se a entidade alocar a segmentos 
divulgáveis itens como despesa de imposto de renda e contribuição social, a entidade 
pode conciliar o total dos valores de lucro ou prejuízo dos segmentos com o lucro ou o 
prejuízo da entidade depois daqueles itens; 
(c) o total dos ativos dos segmentos divulgáveis com os ativos da entidade; 
(d) o total dos passivos dos segmentos divulgáveis com os passivos da entidade, se os 
passivos dos segmentos forem divulgados de acordo com o item 23; 
(e) o total dos montantes de quaisquer outros itens materiais das informações 
evidenciadas dos segmentos divulgáveis com os correspondentes montantes da 
entidade. 
Todos os itens de conciliação materiais devem ser identificados e descritos 
separadamente. Por exemplo, o montante de cada ajuste significativo necessário para 
conciliar lucros ou prejuízos do segmento divulgável com o lucro ou o prejuízo da 
entidade, decorrente de diferentes políticas contábeis, deve ser identificado e descrito 
separadamente. 
Com base nas conciliações demonstradas pela USIMINAS nas notas explicativas, 
podemos afirmar que elas estão de acordo com o CPC 22, uma vez que, no caso do 
resultado, a reconciliação entre o resultado contábil e o EBITDA está apresentada e, no 
caso do total de ativos e passivos, a informação contábil é a base do relatório analisado 
pela administração, e o único item de reconciliação são as transações entre segmentos. 
Capítulo 5 – Ativos Biológicos 
1) Quais são os ativos biológicos e os produtos agrícolas da Klabin? Qual é a 
representatividade desses ativos biológicos e desses produtos agrícolas em relação 
ao ativo total da Klabin? 
Sugestão de resposta: O CPC 29 define que ativo biológico é “um animal e/ou uma 
planta, vivos”. Consequentemente, os ativos biológicos da Klabin são suas plantas 
vivas, especificamente, são seus pinus e seus eucaliptos vivos plantados e cultivados nas 
suas florestas. Vale destacar que os ativos biológicos não se referem às terras da 
floresta, mas sim ao cultivo e ao plantio que nelas se localizam. Ou seja, são ativos 
biológicos apenas as culturas que estão sobre os 242 mil hectares de florestas plantadas 
e não propriamente os 242 mil hectares de terras. 
No que se refere aos produtos agrícolas, cumpre retomar o CPC 29, que define produção 
agrícola como “o produto colhido de ativo biológico da entidade”. Logo,os produtos 
agrícolas da Klabin são os pinus e os eucaliptos colhidos dos plantios e dos cultivos das 
florestas (não mais vivos). Cumpre salientar que os produtos agrícolas são apenas 
aqueles obtidos no momento da colheita e não aqueles derivados do posterior 
processamento, como toras de madeira e celulose. 
A Figura 1 ilustra a diferenciação entre os ativos biológicos, os produtos agrícolas e os 
produtos resultantes do processamento após a colheita na Klabin: 
 
 
No que se refere à representatividade, nota-se que os ativos biológicos apresentam o 
segundo montante mais expressivo no ativo total da Klabin, correspondente a 24% do 
ativo total em 2012 e a 21% em 2011 (apenas o ativo imobilizado possui montante mais 
expressivo do que eles). No que se refere aos produtos agrícolas, assumindo que os 
valores expressos no item de estoques “madeiras e toras” contem parte das madeiras de 
pinus e de eucalipto imediatamente colhidas, nota-se pequena relevância em relação ao 
Figura 1 Ativos biológicos, produtos agrícolas e produtos resultantes do processamento após a colheita 
na Klabin 
Ativos biológicos Produtos agrícolas 
Produtos resultantes do 
processamento após a 
colheita 
Cultivo e plantio das florestas de 
pinus e eucalipto (planta viva) 
Pinus e eucalipto (planta 
colhida) 
Toras de madeira e celulose 
total do ativo, com montantes correspondentes a apenas 1%, tanto em 2012 quanto em 
2011. A Tabela 1 evidencia detalhes da representatividade de cada ativo: 
Tabela 1 – Representatividade dos ativos biológicos e dos produtos agrícolas 
 31/12/2012 31/12/2011 
ATIVO Valor % Valor % 
Circulante 
Caixa e equivalentes de caixa 2.517.312 18% 2.341.064 18% 
Títulos e valores mobiliários 240.077 2% 221.260 2% 
Contas a receber 981.986 7% 821.148 6% 
Estoques 0% 0% 
Produtos acabados 123.358 1% 129.714 1% 
Matérias-primas 115.924 1% 122.456 1% 
Madeiras e toras 99.999 1% 111.193 1% 
Combustíveis e lubrificantes 6.133 0% 6.731 0% 
Material de manutenção 122.355 1% 128.982 1% 
Provisão para perdas -11.625 0% -3.127 0% 
Outros 17.514 0% 10.269 0% 
Impostos e contribuições a recuperar 135.310 1% 100.619 1% 
Despesas antecipadas e outros ativos 
circulantes 
83.747 1% 93.173 1% 
Não Circulante 0% 0% 
Realizável a longo prazo 374.045 3% 400.132 3% 
Investimentos 462.193 3% 618.029 5% 
Imobilizado 5.379.426 38% 4.917.083 39% 
Ativos biológicos 3.441.495 24% 2.715.769 21% 
Intangíveis 8.654 0% 7.100 0% 
TOTAL DO ATIVO 14.097.903 100% 12.741.595 100% 
 
2) Considerando-se que os ativos biológicos, assim como os demais ativos, apenas 
podem ser reconhecidos se a entidade controlá-los como resultado de eventos 
passados e deles esperar obter benefícios econômicos futuros, responda: o que 
configura o controle da Klabin sobre os ativos que reconhece como biológicos e 
quais são os benefícios econômicos futuros deles esperados? 
Sugestão de resposta: O controle dos ativos biológicos pode ser evidenciado pela 
propriedade legal e a Klabin mostra ter a propriedade própria ou arrendada dos 242 mil 
hectares nos quais se localizam o cultivo e o plantio dos pinus e dos eucaliptos. No que 
se refere aos benefícios econômicos futuros, destaca-se que os produtos agrícolas (pinus 
e eucaliptos) são advindos dos ativos biológicos (cultivo e plantio de florestas de pinus 
e de eucaliptos) e proporcionarão a entrada de recursos econômicos pela sua venda a 
terceiros e pelo seu uso na produção de celulose para confecção de papéis e de 
embalagens. 
3) Os ativos biológicos produzidos pelos pequenos proprietários rurais 
participantes do Programa de Fomento Florestal compõem os ativos biológicos da 
Klabin? E os produtos agrícolas deles derivados são produtos agrícolas da Klabin? 
Para responder a essa questão considere dois cenários: (1) não há contrato de 
exclusividade e os pequenos proprietários rurais têm a possibilidade de efetuar a 
venda dos pinus e eucaliptos para a Klabin ou para qualquer outra entidade que 
oferte condições mais vantajosas; e (2) os pequenos proprietários rurais firmam 
um contrato de exclusividade com a Klabin, de modo que só poderão vender seus 
produtos para ela. 
Sugestão de resposta: A entidade deve reconhecer um ativo biológico ou produto 
agrícola quando, e somente quando, controlar o ativo como resultado de eventos 
passados, apresentar probabilidade de que benefícios econômicos futuros associados 
com o ativo fluirão para a entidade e puder mensurar confiavelmente seu valor justo ou 
custo. 
Considerando o cenário em que a Klabin não possui contrato de exclusividade com os 
pequenos proprietários rurais, não se detecta seu controle sobre o cultivo e sobre o 
plantio de pinus e de eucalipto (o controle é detido pelos pequenos proprietários). 
Ademais, não há garantia de que os benefícios econômicos futuros fluirão apenas para a 
Klabin. Nessa situação, a Klabin exerce apenas o papel de fornecer a orientação 
necessária para que os proprietários rurais tenham uma atuação mais eficiente, ajudem a 
preservar os ecossistemas e planejem sua propriedade para estabelecer os plantios 
comerciais de forma a atender à legislação ambiental pertinente. Consequentemente, a 
Klabin não pode reconhecer o cultivo e o plantio de pinus e de eucalipto desses 
pequenos proprietários rurais como seus ativos biológicos. No que tange ao 
reconhecimento dos pinus e dos eucaliptos como produtos agrícolas, destaca-se que 
esses compõem os estoques da Klabin quando são colhidos dos pequenos proprietários e 
são por ela adquiridos para serem vendidos como toras ou transformados em celulose a 
ser usada como matéria-prima na produção do papel. 
Considerando o cenário em que há um contrato de exclusividade que obriga os 
pequenos produtores rurais a venderem seus produtos agrícolas unicamente à Klabin, 
nas condições estabelecidas contratualmente, pode-se constatar a essência de controle, 
assim como a certeza de que os benefícios econômicos advindos desses ativos fluirão a 
ela. Nesse caso, se for viável a mensuração confiável do custo ou do valor justo desses 
ativos biológicos, poderá haver seu reconhecimento. No momento da colheita, esses 
ativos biológicos transformam-se em produtos agrícolas e permanecem reconhecidos 
pela Klabin. 
4) Qual(is) é(são) a(s) forma(s) possível(is) para se mensurar os ativos biológicos, 
segundo o CPC 29 (Ativo Biológico e Produto Agrícola)? O CPC 29 orienta a 
operacionalização do cálculo dessa(s) forma(s) possível(is) de mensuração? 
Sugestão de resposta: O CPC 29 determina que os ativos biológicos sejam mensurados 
pelo seu valor justo menos sua despesa de venda. Há situações em que o custo pode se 
aproximar do valor justo, particularmente quando uma pequena transformação biológica 
ocorre desde o momento inicial ou quando não se espera que o impacto da 
transformação do ativo biológico sobre o preço seja material. Há outras situações em 
que, apesar de não existir mercado separado para os ativos biológicos, pode existir 
mercado ativo para a combinação deles com a terra em que estão implantados. Nessas 
situações, a entidade pode usar informações sobre o conjunto para mensurar o valor 
justo dos ativos biológicos, deduzindo o valor justo da terra nua e da terra com 
melhorias do valor justo dos ativos combinados. Há ainda outra situação (configurada 
como exceção, não regra) em que se rejeita a premissa de que o valor justo dos ativos 
biológicos pode ser mensurado de forma confiável. Isso ocorre quando um ativo 
biológico deveria ter seu valor cotado pelo mercado, porém, não tem um mercado ativo 
disponível e não possui alternativas confiáveis para a sua mensuração. Diante dessa 
situação, o ativo biológico deve permanecer mensurado a custo, menos qualquer 
depreciação e perda por irrecuperabilidade acumuladas. Assim que o valor justo se 
tornar mensurável de forma confiável, a entidade deve tomá-lo, subtraído das despesas 
de venda, como base demensuração dos ativos biológicos. 
O CPC 29 não traz orientações específicas sobre o cálculo do valor justo, uma vez que o 
tema é escopo do Pronunciamento Técnico CPC 46 – Mensuração do Valor Justo. 
Segundo esse pronunciamento, o valor justo pode ser determinado com base em três 
distintos níveis de informação: (1) preços de ativos idênticos cotados (não ajustados) em 
mercados ativos (informações de Nível 1); (2) preços de ativos similares cotados em 
mercados ativos, preços de ativos idênticos cotados em mercados não ativos, ou preços 
calculados de acordo com informações observáveis, como, taxas de juros, volatilidades 
e spreads (informações de Nível 2); e (3) preços calculados de acordo com informações 
não observáveis (informações de Nível 3). Prioridade deve ser dada à determinação do 
valor justo com base em informações de Nível 1. 
 
5) Qual(is) das formas possíveis de mensuração dos ativos biológicos permitidas 
pelo CPC 29 são utilizadas pela Klabin? Quais são as justificativas apresentadas 
pela Klabin e/ou que fatores poderiam explicar essa decisão? 
Sugestão de resposta: Na Klabin, a mensuração do cultivo e do plantio das florestas de 
eucalipto e de pinus é feita pelo custo e pelo valor justo. 
Nos anos iniciais (até o terceiro ano para o eucalipto e até o quinto ano para o pinus), os 
ativos biológicos da Klabin são mensurados com base nos custos históricos, pois se 
enquadram na situação em que seu valor justo se aproxima do custo. Segundo a 
administração da Klabin, isso ocorre porque a pequena transformação biológica que 
ocorre no momento inicial da plantação não impacta materialmente o valor justo. 
Após o terceiro e o quinto ano de plantio, o cultivo de eucalipto e de pinus, 
respectivamente, passa a ser mensurado pelo valor justo, com base na projeção dos 
fluxos de caixa futuros descontados. A Klabin não retrata se durante o crescimento e o 
desenvolvimento das culturas de eucaliptos e de pinus haveria um mercado ativo para 
sua comercialização, seja específico ou similar; somente menciona que o valor justo é 
mensurado utilizando o valor presente do fluxo de caixa líquido esperado de acordo 
com o ciclo de produtividade projetado das florestas. Um fator que pode explicar essa 
decisão é o fato que os produtos agrícolas derivados dos ativos biológicos da Klabin são 
usados como insumos na produção própria de papéis. Com isso, a Klabin acaba sendo a 
principal responsável pelas transações no mercado dos seus produtos agrícolas, o que 
poderia influenciar o preço no mercado ativo dos seus ativos biológicos, mesmo em fase 
de desenvolvimento. Dessa forma, a mensuração do valor justo mediante apuração do 
valor presente do fluxo de caixa líquido esperado, pautado pelo preço divulgado por 
pesquisas de mercado e incorrido em transações com terceiros, permite reduzir o 
impacto de a própria Klabin movimentar o mercado dos seus ativos biológicos. 
 
6) O pronunciamento CPC 46 (Mensuração a Valor Justo) estabelece três níveis de 
hierarquia para as técnicas de avaliação utilizadas na mensuração do valor justo. 
Se a Klabin tiver ativos biológicos mensurados a valor justo, em que nível de 
hierarquia sua mensuração está enquadrada e quais são as premissas utilizadas 
para sua designação? 
Sugestão de resposta: A mensuração do valor justo dos ativos biológicos na Klabin 
classifica-se como hierarquia de nível 3, pois dados não observáveis são usados para 
calcular o fluxo de caixa líquido esperado para o ativo biológico. 
Para determinação desse fluxo de caixa líquido, a Klabin define três principais 
premissas: (1) estimativa do volume de produtividade das florestas; (2) preços dos pinus 
e dos eucaliptos; e (3) taxa de desconto. 
(1) A produtividade das florestas é determinada com base em análises estratificadas das 
espécies, do material genético, do regime de manejo florestal, do potencial produtivo, da 
rotação e da idade das florestas. O conjunto dessas características compõe um índice 
denominado IMA (Incremento Médio Anual), expresso em metros cúbicos por 
hectare/ano. 
(2) Os preços dos pinus e dos eucaliptos, denominados em R$/metro cúbico, são obtidos 
através de pesquisas de preço de mercado, divulgados por entidades especializadas, e/ou 
referem-se aos preços praticados pela Klabin em vendas para terceiros. Os preços são 
deduzidos dos seus custos associados, o que inclui: (a) os custos de capital referente a 
terras; (b) os custos necessários para colocação dos ativos em condição de venda ou de 
consumo; (c) os gastos com plantio (que se referem aos custos de formação dos ativos 
biológicos); e (d) a exaustão dos ativos biológicos (com base na quantidade de madeira 
cortada, avaliada por seu valor justo). 
(3) A taxa de desconto, por sua vez, corresponde ao WACC (Custo de Capital 
Ponderado) da Klabin. 
 
7) Considerando que algumas premissas usadas na mensuração do valor justo 
podem ser facilmente identificadas e verificadas enquanto outras podem não ser 
observáveis, relate o grau percebido de verificabilidade e de subjetividade para as 
premissas relacionadas na questão 6 (se aplicável). 
Sugestão de resposta: A premissa relativa à produtividade das florestas possui alto grau 
de verificabilidade, pois é possível observar se, a cada ano, há ou não, em média, maior 
produção de pinus e de eucaliptos em um mesmo hectare plantado. 
As premissas relativas aos preços dos pinus e dos eucaliptos, e dos seus custos 
associados, permanecem sendo verificáveis, mas já implicam em certo grau de 
subjetividade. A seleção das pesquisas de mercado, a mensuração do custo de capital 
das terras, a determinação dos custos necessários para colocar o ativo em condições de 
venda, o método de custeio adotado para mensuração do custo de formação do ativo 
biológico e a apuração da exaustão estão permeadas a projeções. Essas projeções são 
estimadas, em maior ou menor extensão, com subjetividade, ou seja, não são tão 
facilmente verificáveis. 
A premissa relativa à taxa de desconto é mais subjetiva e implica em mais 
discricionariedade. Dados não observáveis pelo mercado podem ser incluídos e 
alterarem os valores reconhecidos. Há, contudo, que se ressaltar que a taxa de desconto 
também é composta por elementos objetivos, impedindo que a arbitrariedade seja total. 
Diante da existência de itens não observáveis no processo de mensuração dos ativos 
biológicos, é importante considerar se suas adoções pela Klabin são consistentes ao 
longo dos anos e se certificar de que não está havendo uso aleatório para gerenciamento 
de resultados. 
 
8) Os preços do papel são cíclicos e estão sujeitos a fatores alheios ao controle da 
Klabin, sendo influenciados principalmente por períodos de expansão e de 
retração da economia mundial. Caso haja uma variação nesses preços, o valor dos 
ativos biológicos da Klabin pode ser alterado (em variações de preços tanto com 
perspectivas definitivas quanto passageiras)? Justifique sua resposta. 
Sugestão de resposta: Na determinação do valor justo dos ativos biológicos pelo fluxo 
de caixa descontado, é importante que as entidades discirnam entre a valorização desses 
ativos e a valorização de sua própria atividade. Desse modo, não se deve confundir que 
eventuais quedas ou aumentos no preço do papel influenciem a produtividade das 
florestas, já que essa é determinada pela espécie, pelo material genético, pelo regime de 
manejo florestal, pelo potencial produtivo, pela rotação e pela idade das florestas. 
Contudo, o preço do papel acabará por influenciar o valor justo do cultivo e do plantio 
dos pinus e dos eucaliptos por interferir no preço que o mercado estará disposto a pagar 
por eles: com a maior demanda por papel, o preço dos seus insumos tenderá a aumentar, 
e, consequentemente, o valor justo dos ativos biológicos tenderá a se expandir. Situação 
inversa acontecerá se houver uma retração de demanda. A taxa de desconto também 
pode vira ser influenciada pelo aumento/diminuição no preço de papel ao passo que 
pode interferir a expectativa de retorno dos acionistas e a taxa de juros cobrada por 
credores. 
 
9) Antes da vigência do CPC 29, o valor do cultivo e do plantio dos pinus e dos 
eucaliptos na Klabin somente era aumentado (debitado) com novos plantios e 
diminuído (creditado) pela exaustão, de acordo com a quantidade de madeira 
extraída. E com a vigência do CPC 29, como se dá o aumento (débito) e a 
diminuição (crédito) do valor pelo qual estão mensurados os ativos biológicos da 
Klabin? Quais são as contas movimentadas em contrapartida a esse aumento ou a 
essa diminuição? 
Sugestão de resposta: Com o CPC 29 foi trazida a perspectiva de valor justo e o valor 
do cultivo e do plantio dos pinus e dos eucaliptos na Klabin, apesar de permanecer 
sendo ampliado (debitado) pelo custo incorrido em novos plantios, passou a ser 
aumentado também pela variação do valor justo. A variação do valor justo ocorre em 
função do aumento do preço e do crescimento do cultivo (o valor justo de pinus com 
dez anos, por exemplo, é maior do que aquele que era aos nove anos). A diminuição 
(crédito) do valor do cultivo e do plantio dos pinus e dos eucaliptos na Klabin 
permanece ocorrendo pela exaustão, só que essa não considera apenas o custo exaurido, 
mas também o valor justo que foi consumido na colheita dos ativos biológicos. 
Ademais, no caso de o valor justo do ativo ser inferior ao que estava reconhecido no 
exercício anterior, há a diminuição (crédito) do saldo da conta pela variação negativa do 
valor justo. 
O débito decorrente do plantio ativa custos, tais como sementes, mudas, fertilizantes, 
água, energia elétrica, que em algum momento incumbiram em saída de caixa ou em 
assunção de contas a pagar. Já o débito referente à variação do valor justo é registrado 
em contrapartida a uma conta de receita do exercício. O crédito referente à exaustão, 
tanto do custo quanto do valor justo, é registrado em contrapartida aos estoques, que 
serão utilizados no processo produtivo, ou ao custo dos produtos vendidos dos produtos 
agrícolas diretamente vendidos a terceiros. O crédito da variação negativa do valor 
justo, por sua vez, é reconhecido em contrapartida ao débito de uma despesa no 
resultado. 
10) A Klabin possui uma reserva de lucros que designa como “reserva de ativos 
biológicos”. O que a Klabin registra nessa reserva e qual é sua classificação 
segundo a legislação societária? Qual motivo pode ter levado a Klabin a constituir 
essa reserva? 
Sugestão de resposta: A Klabin registra nessa reserva a receita de variação do valor 
justo ainda não realizada financeiramente (reconhecida em contrapartida ao ajuste 
positivo do valor justo dos ativos biológicos). A baixa da reserva ocorre somente na 
realização financeira da variação do valor justo, quando há a exaustão pela colheita ou a 
venda dos ativos biológicos. A reserva é revertida para lucros ou prejuízos acumulados 
caso haja uma despesa de variação do valor justo ainda não realizada financeiramente 
(reconhecida em contrapartida ao ajuste negativo do valor justo dos ativos biológicos). 
A reserva de ativos biológicos se classifica, de acordo com a legislação societária, como 
uma reserva de lucros a realizar, já que, como tal, tem o objetivo de não distribuir 
dividendos da parcela do lucro que ainda não foi realizada financeiramente. Como o 
lucro é formado por ganhos e perdas já realizados economicamente, que podem tanto 
terem sido quanto não terem sido realizados financeiramente, a constituição da reserva 
de lucros a realizar (opcional para as entidades) viabiliza uma distribuição de 
dividendos compatível com os recursos financeiros de fato disponíveis. 
A Klabin optou por constituir essa reserva para evitar que as variações positivas do 
valor justo dos ativos biológicos ainda não realizadas financeiramente fossem 
distribuídas na forma de dividendos. Considerando a expressividade da variação do 
valor justo no resultado da Klabin (40% do lucro bruto de 2012, conforme discorrerá a 
questão 11), pode-se deduzir que a distribuição antecipada de valores não realizados 
financeiramente poderia trazer problemas à liquidez da entidade. 
 
11) Segundo o CPC 29, deve haver divulgação do ganho ou da perda decorrente da 
alteração do valor justo entre o período corrente e o período inicial. Se a Klabin 
tiver ativos biológicos mensurados a valor justo, responda a qual percentual do 
lucro bruto esse ganho ou essa perda correspondeu em 2012 e em 2011, e em 
quanto aumentou ou diminuiu de 2011 a 2012. 
Sugestão de resposta: A variação do valor justo dos ativos biológicos correspondeu a 
40% do lucro bruto em 2012 e a 20% do lucro bruto em 2011. Em 2012, houve uma 
ampliação do seu montante em relação a 2011 de R$ 615.411 mil, ou seja, de 227%. A 
Tabela 2 demonstra os valores consultados para os cálculos: 
Tabela 2 – Variação do valor justo dos ativos biológicos 
 31/12/2012 31/12/2011 
Receita líquida de vendas 4.163.670 3.889.151 
Variação do valor justo dos ativos biológicos 885.988 270.577 
Custo dos Produtos Vendidos -2.823.148 -2.827.442 
Lucro Bruto 2.226.510 1.332.286 
 
Percentual da variação em relação ao lucro bruto 40% 20% 
 
12) O CPC 29 encoraja a divulgação segregada de variações decorrentes de 
flutuações do preço no mercado e de variações decorrentes de mudanças físicas. 
Considerando as variações de preço e de crescimento apresentadas pela Klabin de 
2009 a 2012, levante possíveis fatores que podem estar a elas associadas: 
 31/12/2009 31/12/2010 31/12/2011 31/12/2012 
Variação de preço (152.336) 75.455 102.999 290.705 
 
Variação de mudança física (crescimento) 216.913 373.170 167.578 595.283 
 
 
Sugestão de resposta: 
 31/12/2009 31/12/2010 31/12/2011 31/12/2012 
Variação de preço (152.336) 75.455 102.999 290.705 
Possíveis fatores 
associados: 
 Queda do preço dos 
pinus e dos eucaliptos 
(crise); 
 Aumento da taxa de 
desconto. 
 Aumento do preço 
dos pinus e dos 
eucaliptos; 
 Redução da taxa de 
desconto. 
 Aumento do preço 
pinus e dos eucaliptos; 
 Redução da taxa de 
desconto. 
 Aumento do 
preço dos pinus e 
dos eucaliptos; 
 Redução da taxa 
de desconto. 
Variação de 
mudança física 
(crescimento) 
216.913 373.170 167.578 595.283 
Possíveis fatores 
associados: 
 Aumento da 
produtividade 
projetada da floresta; 
 Redução da taxa de 
desconto. 
 Aumento da 
produtividade 
projetada da floresta; 
 Redução da taxa de 
desconto. 
 Aumento da 
produtividade projetada 
da floresta; 
 Redução da taxa de 
desconto. 
 Aumento da 
produtividade 
projetada da 
floresta; 
 Redução da taxa 
de desconto. 
 
 
Capítulo 6 – Concessões 
1) Qual o tipo de atividade da concessão? Quem é a concedente? Qual o prazo de 
vigência da concessão? 
Sugestão de resposta: 
A Cemig Distribuição tem concessões para exploração nas áreas de distribuição de 
energia elétrica e a concedente é a União (Governo Federal), que delega à ANEEL 
muitas das tarefas operacionais como regulador, incluindo fiscalização. A concessão 
tem vigência de 20 anos, terminando em fevereiro de 2016. A Cemig Distribuição 
manifestou interesse em prorrogar suas concessões que vencem em 2016 (de acordo 
com a MP 579/2012), por mais 30 anos. 
2) Com base nas Notas Explicativas acima apresentadas quais são os riscos e 
benefícios associados a essa concessão (obrigações e direitos da companhia)? E 
quanto ao risco da demanda por energia elétrica, quem assume: a concedente 
(União) ou a concessionária (Cemig Distribuição S.A.)? 
Sugestão de resposta: 
Segundo a Nota Explicativa 3, a companhia não possui obrigações de pagamentos 
compensatórios pela exploração das concessões, mas ela deve atender às exigências 
de qualidade e investimentos previstas nos contratos. A infraestrutura investida será 
objeto de indenização doPoder Concedente ao final das concessões. 
Quem assume o risco de demanda é a própria concessionária, de modo que a receita 
da companhia depende da demanda por energia elétrica. Como a companhia assume 
esse risco, ela tem o direito de requerer reajustes anuais nas tarifas, para compensar 
os efeitos da inflação e repassar alterações nos custos que estejam for a do controle 
da companhia. Além disso, ela pode solicitar revisões extraordinária das tarifas em 
caso de eventos que alterem significativamente o equilíbrio econômico-financeiro 
da concessão, mas sujeita, em certo grau, à discricionariedade da ANEEL. Não há 
garantia de que a ANEEL estabeleça tarifas que compensarão adequadamente a 
companhia, e que as receitas e os resultados não serão prejudicados por tais tarifas. 
O contrato de concessão de distribuição permite que a Companhia cobre uma tarifa 
pelo fornecimento de energia consistindo em dois componentes: custos com energia 
elétrica comprada para revenda, encargos de uso da rede básica de transmissão e 
encargos de uso do sistema de distribuição de energia não gerenciáveis e uma 
parcela de custos operacionais, além do reajuste da inflação. 
3) Caracterize os ativos vinculados à concessão. Por que esses ativos não estão 
registrados como parte do imobilizado da companhia? 
Sugestão de resposta: 
Os ativos relacionados às concessões se referem à infraestrutura investida no 
processo de distribuição de energia elétrica que será objeto de indenização ao Poder 
Concedente ao final das concessões. 
Segundo o item 11 do ICPC 01 (R1), a infraestrutura dentro do alcance “não será 
registrada como ativo imobilizado do concessionário porque o contrato de concessão 
não transfere ao concessionário o direito de controlar o uso da infraestrutura de 
serviços públicos”. 
4) Se os ativos relacionados à concessão não podem ser classificados como 
imobilizado na concessionária, como eles são, então, classificados 
(reconhecimento inicial e posterior) e qual o critério? Qual a relação desse 
critério com o risco da demanda? 
Sugestão de resposta: 
Os novos ativos são registrados inicialmente no ativo intangível, mensurados pelo 
custo de aquisição, incluindo os custos de empréstimos capitalizados. Quando da 
sua entrada em operação são bifurcados entre ativo financeiro e ativo intangível. A 
parcela dos ativos da concessão que será integralmente utilizada durante a concessão 
é registrada como um ativo intangível e amortizada integralmente durante o período 
de vigência do contrato de concessão, pois a concessionária assume os riscos pela 
demanda. A parcela do valor dos ativos que será indenizada no final do contrato, 
por ser um direito incondicional de receber caixa ou outro ativo financeiro 
diretamente do poder concedente, não estará integralmente amortizada até o final da 
concessão. Neste caso, o risco da demanda é assumido pela concedente, portanto, é 
registrada como um ativo financeiro pela concessionária. 
5) Quais os critérios precisam ser atendidos para a classificação dos ativos 
financeiros na questão anterior segundo o ICPC 01/IFRIC 12? Justifique. 
Sugestão de resposta: 
Não, os ativos financeiros da CEMIG não representam um direito incondicional de 
receber caixa porque o risco da demanda é assumido totalmente pela CEMIG. 
6) Suponha que parte dos ativos da concessão seja fornecida pela concedente 
como parte da remuneração a ser paga pela concedente. Neste caso, estes ativos 
se constituíram como subvenções governamentais? 
Sugestão de resposta: 
De acordo com o item 27 do ICPC 01 (R1), nesse caso, eles não se constituem como 
subvenções governamentais conforme definido no CPC 07 – Subvenção e 
Assistência Governamentais. Portanto, “esses outros ativos devem ser registrados 
como ativos do concessionário, avaliados pelo valor justo no seu reconhecimento 
inicial. O concessionário deve registrar um passivo relativo a obrigações não 
cumpridas que ele tenha assumido em troca desses outros ativos”. 
7) Que tratamento contábil recebem os empréstimos e financiamentos obtidos 
para investimentos na infraestrutura objeto dos contratos de concessão? 
Sugestão de resposta: 
Os custos de empréstimos são capitalizados inicialmente como ativos intangíveis e, 
assim como os demais custos, quando da entrada do ativo em operação, são 
bifurcados entre ativo financeiro e ativo intangível. 
 
8) Dadas as obrigações contratuais de manutenção da infraestrutura e melhoria 
na qualidade, os bens vinculados a concessão podem ser repostos várias vezes 
durante o prazo de concessão. Como deve ser efetuado o reconhecimento dos 
gastos relativos a essas obrigações? Qual o procedimento feito pela Cemig 
Distribuição S.A.? 
Sugestão de resposta: 
Quando o concessionário constrói ou melhora a infraestrutura é considerado como 
serviços de construção ou de melhoria. Neste caso, deve ser reconhecida a receita de 
construção juntamente com a despesa de construção. O reconhecimento da receita é 
realizado nos períodos contábeis em que os serviços forem prestados, sendo 
confrontados com suas respectivas despesas. Como visto nas Notas Explicativas 
número 20 e 21, este é o procedimento feito pela companhia, que registra a receita e 
despesa de construção no mesmo valor (R$ 1.228.483,00). 
 
9) Conforme pode ser verificado no gráfico a seguir, as alterações impostas pela 
MEDIDA PROVISÓRIA No 579 (LEI FEDERAL No 12.783) divulgadas no dia 
11/09/2012, impactaram substancialmente – e negativamente – a percepção do 
Mercado em relação à performance futura das empresas do segmento e, de 
forma relevante, as ações da CEMIG (CMIG4 – PN): 
 
 
A CEMIG possui em sua estrutura societária, como subsidiárias integrais – dentre 
outras investidas – a Cemig Geração e Transmissão S.A., e a Cemig Distribuição 
S.A.. Tratam-se de investimentos relevantes dentro do grupo e fatores que impactam 
os negócios das subsidiárias são fortemente refletidos no grupo e, portanto, nas suas 
ações negociadas em bolsa. 
Para complementar o entendimento do impacto desta Medida provisória no grupo, 
considere as notas explicativas divulgadas nas informações consolidadas da 
Companhia Energética de Minas Gerais, controladora da Cemig D: 
NOTA EXPLICATIVA 4. DAS CONCESSÕES E OS EFEITOS DA MEDIDA 
PROVISÓRIA N° 579 DE 11 DE SETEMBRO DE 2012 (CONVERTIDA NA 
LEI DE N° 12.783 DE 11 DE JANEIRO DE 2013) 
[…] 
Dessa forma, o Conselho de Administração da Companhia decidiu pelas seguintes 
deliberações no que se refere à renovação das concessões em conformidade aos 
termos da MP 579: 
Distribuição de energia elétrica 
A Companhia requereu a renovação de todos os contratos de concessão de 
distribuição no Estado de Minas Gerais […] 
Considerando que as concessões da Light possuem vencimentos apenas após 2026, 
as regras introduzidas pela MP 579 não afetam a Companhia neste momento, e 
nenhum impacto relevante a ser reconhecido foi identificado. 
Transmissão de energia elétrica 
A Companhia requereu a renovação do contrato de concessão No 006/97 – Cemig, 
referente às instalações de transmissão sob a sua responsabilidade classificadas como 
integrantes da Rede Básica no Estado de Minas Gerais, de acordo com a Lei no 
9.074/95 e regulamentação pertinente. 
O valor contábil dos ativos financeiros referentes ao contrato 006/97 correspondiam 
ao montante de R$635.209. A indenização prevista na Portaria Interministerial MME 
n° 580 para os ativos de transmissão da Companhia posteriores a junho de 2000 é de 
R$285.438, não sendo ainda divulgado, conforme comentário anterior, o valor da 
indenização para os ativos de transmissão anteriores a junho de 2000. Tendo em vista 
que a Companhia, em conformidade aos critérios previstos na MP 579, tem direito a 
indenização do total dos ativos ainda não depreciados e ainda não foi divulgado pela 
Aneel o valor efetivo da indenização, a Companhia estimou os valores da 
indenização, utilizando comoreferência a Nota Técnica da Aneel no 387/2012, onde 
são apresentados estudos para definição do VNR das instalações de transmissão, 
sendo estimada a indenização total da Cemig em R$827.519. A diferença entre os 
valores contábeis e o valor estimado de indenização foi registrada pela Companhia 
como um ganho no resultado do exercício de 2012, no valor de R$192.310. […] 
NOTA EXPLICATIVA 16 
Em 11 de setembro de 2012 foi editada a Medida Provisória 579, que trata das 
renovações das concessões. 
O Processo de Revisão Tarifária da controlada Cemig D ocorre a cada 5 anos, através 
de um processo de avaliação econômica, no qual são definidas as tarifas das 
concessões de distribuição da companhia no Estado de Minas Gerais. Dentro do 
processo de revisão tarifária é definida a Base Regulatória de Remuneração (“BRR”) 
relacionada aos ativos vinculados às concessões. 
Em 11 de março de 2013, a Superintendência de Fiscalização Econômico 
Financeira
(SFF) da ANEEL, através do Despacho n° 689, divulgou a BRR 
preliminar da Cemig D, no 144 montante de R$5.111.837. Logo após a divulgação 
da BRR preliminar, a Administração iniciou discussões com a ANEEL com o intuito 
de demonstrar tecnicamente a esta
Agência a necessidade de que referido montante 
fosse revisado. Considerando que o valor informado de forma preliminar pela 
ANEEL deveria ser modificado e que, na opinião da Administração, este era 
significativamente inferior ao valor pelo qual deveria ser feita sua homologação, a 
Administração não possuía elementos suficientes para determinar se haveria a 
necessidade de ajustes nas demonstrações financeiras de
31 de dezembro de 2012 da 
Cemig D, originalmente arquivadas em 28 de março de
2013. 
Em 5 de abril de 2013, em reunião da Diretoria da ANEEL, foi homologada a BRR 
revisada da Cemig D, no montante de R$5.511.768, superior em R$399.931 à BRR 
preliminarmente divulgada. A companhia ainda aguarda o julgamento do primeiro 
recurso interposto junto à ANEEL, no qual manifesta sua discordância quanto a 
determinados critérios e valores adotados pela ANEEL na definição da BRR 
preliminar informada e que ainda não foi apreciado pela ANEEL. Adicionalmente, a 
companhia interporá novo recurso à ANEEL questionando certos critérios e valores 
da BRR que foram definidos em 5 de abril de 2013, uma vez que os montantes 
considerados na BRR revisada divulgada, relacionados principalmente aos gastos 
efetuados pela companhia com o Programa Luz para Todos (“Programa Luz para 
Todos” ou “PLPT”) ainda são substancialmente inferiores aos efetivamente 
incorridos na execução deste programa. A Administração mantém sua expectativa de 
que, quando da apreciação desses recursos pela ANEEL, sejam revistos critérios e 
valores definidos por esta Agência para a BRR, o que resultará num montante 
superior ao recentemente apresentado. 
Tendo em vista o mencionado no parágrafo anterior, a Administração refez os 
cálculos dos impactos desta nova BRR na composição dos ativos financeiros e 
intangíveis de suas concessões e concluiu, com base em suas melhores estimativas, 
que não são necessários ajustes nos saldos dessas contas apresentados nas 
demonstrações financeiras da Companhia em 31 de dezembro de 2012. 
PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES 
O parecer dos auditores independentes (Deloitte), apesar de sem ressalvas, conta com 
algumas ênfases. Dentre elas, consta: 
a) Conforme descrito nas notas explicativas no. 2.6(i) e 13, os bens do imobilizado 
da atividade de geração de energia elétrica no regime de produção independente são 
depreciados pelo seu prazo estimado de vida útil e os ativos financeiros relacionados 
às atividades de distribuição de gás natural foram determinados pela Administração 
assumindo indenização do respectivo poder concedente, considerando-se os fatos e 
circunstâncias que estão mencionados nas referidas notas. À medida que novas 
informações ou decisões dos órgãos reguladores ou dos poderes concedentes sejam 
conhecidas, o atual prazo de depreciação dos ativos imobilizados ou a forma de 
realização do ativo financeiro poderão ou não ser alterados. Nossa opinião não 
contém ressalva relacionada a esse assunto. 
 
Dado o contexto das disposições desta nova Medida Provisória, responda: 
 
a) Até o momento de divulgação destas informações, de acordo com o 
disposto nas notas explicativas, houve impactos relevantes nos 
demonstrativos da empresa (Cemig D) e seu resultado? De que forma? 
No caso da Cemig Distribuição, a empresa considerou que não deveriam ser 
incorporados aos demonstrativos da empresa em 2012 os reflexos de tal Medida 
Provisória, como pode ser verificado no comentário na nota explicativa 12: 
“Companhia entende que os números divulgados pela SFF ainda são provisórios e 
foi divulgado por um montante substancialmente inferior às suas expectativas e, por 
esta razão está em discussão com a Agência dos valores a serem homologados. 
Dessa forma, ainda não é possível estimar os valores definitivos da BRR a serem 
homologados pela Diretoria da Aneel e que servirão de base para a definição das 
tarifas a vigorarem a partir de 8 de abril de 2013, bem como os seus impactos nas 
demonstrações financeiras da Companhia. Assim que a Companhia obtiver os 
valores definitivos da BRR, efetuará os registros nas Demonstrações Financeiras dos 
eventuais impactos.” 
No entanto, é interessante mencionar a discordância dos auditores independentes em 
relação a esta prática, ao ressalvarem os demonstrativos a empresa por indicarem 
não ser possível avaliar a composição destes itens. 
 
b) E no caso do Grupo como um todo, quais as considerações pertinentes? 
Até o momento de divulgação das demonstrações contábeis, apesar de os efeitos da 
MP terem sido sentidos e incorporados ao valor da empresa pelo Mercado, isto não 
refletiu de forma significativa nos demonstrativos financeiros da empresa. No que se 
refere à distribuição, por exemplo, a nota explicativa N.4 (Cemig S.A.) indica: 
“Considerando que as concessões da Light possuem vencimentos apenas após 2026, 
as regras introduzidas pela MP 579 não afetam a Companhia neste momento, e 
nenhum impacto relevante a ser reconhecido foi identificado.” 
No caso da transmissão de energia elétrica, como está indicado na mesma nota 
explicativa, o valor da indenização proposto na MP supera o valor contábil 
reconhecido. Desta forma, a empresa reconheceu nesta atividade um ganho, 
conforme descrito: “A diferença entre os valores contábeis e o valor estimado de 
indenização foi registrado pela Companhia como um ganho no resultado do exercício 
de 2012, no valor de R$192.310.” 
A respeito da controlada Cemig Distribuição, na nota explicativa 16, a empresa 
esclarece que não foram incorporados aos demonstrativos de 2012 maiores detalhes a 
respeito dos ativos da Cemig Distribuição por falta de informações suficientes para 
ajustar os demonstrativos, bem como por haver discordância em relação a alguns termos 
propostos pela ANEEL em relação à revisão tarifária. Desta forma, optou-se por não 
impactar, por hora, os demonstrativos da empresa. Esta decisão foi suportada pelos 
auditores independentes, ao apenas colocarem uma ênfase no assunto, indicando, no 
entanto, que estavam de acordo com os procedimentos contábeis adotados. Nota-se que 
este parecer, apesar de ser do mesmo auditor Deloitte, não foi ressalvado, enquanto o 
parecer da controlada (Cemig D), foi ressalvado. 
c) Na nota explicativa 16 (publicada pela empresa Cemig controladora) a empresa 
esclarece que está aguardando julgamento em relação a aspectos em que ela 
manifestou discordância junto à ANEEL. Supondo que o resultado do julgamento 
seja desfavorável à empresa, qual o potencial impacto que isso trará aos seus 
resultados e por quê? (Atenção: não é necessário responder quantitativamente, e 
sim apenas qualitativamente). 
Havendo uma resposta desfavorável à empresa quanto à definição da BRR(Base 
Regulatória de Remuneração) isso irá impactar o fluxo de caixa futuro a ser recebido 
pela empresa, negativamente. Desta forma, a Cemig D teria uma perda – em relação ao 
que havia sido anteriormente estimado – em relação aos ativos da concessão. Assim, 
isto impactaria negativamente os Ativos Financeiros e Intangíveis vinculados à 
concessão, que posteriormente registrariam uma perda para refletir esta revisão tarifária 
inferior àquela demandada pela empresa junto ao órgão regulador. 
 
Capítulo 7 – Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada 
 
1)- Considerando a decisão de descontinuidade das operações ligadas à produção e 
comercialização de biodiesel realizada no ano de 2012, qual a obrigação de 
divulgação a que a empresa está submetida, em relação as operações 
descontinuadas? A entidade cumpriu a obrigação? Em caso afirmativo, qual foi o 
valor transferido para operações descontinuadas de cada um dos seguintes itens da 
DRE: 
 Receita líquida de vendas. 
 Custo dos Produtos Vendidos. 
 Resultado do exercício. 
 
Resposta: 
De acordo com o item 34 do CPC31, a entidade deve divulgar novamente as 
evidenciações do item 33 para períodos anteriores apresentados nas demonstrações 
contábeis, de forma que as divulgações se relacionem com todas as operações que 
tenham sido descontinuadas à data do balanço do último período apresentado. 
A empresa atendeu esta obrigação quando apresentou em nota explicativa – item 2.1 – 
Base de apresentação das demonstrações financeiras – da reapresentação das cifras 
comparativas por (b) – Operações descontinuadas, na qual são apresentados os 
requisitos descritos no item 33 de forma retrospectiva ao ano de 2011, em função da 
decisão de descontinuidade das operações de biodiesel realizada no ano de 2012. 
Retrospectivamente, o ano de 2011 sofreu impacto na DRE (reapresentada para fins de 
comparabilidade), em diversos itens, relacionados aos resultados da operação de 
biodiesel, os resultados solicitados são os seguintes: 
 
 
 Receita líquida de vendas: R$ 567.649 – este valor refere-se a receita da 
operação de biodiesel que está em processo de descontinuidade; 
 
 Custo dos Produtos Vendidos: R$ 555.172 – este valor se refere aos custos dos 
produtos vendidos relativos a operação de biodiesel, que está em processo de 
descontinuidade; 
 
 Resultado do exercício: R$ 0 - não existe diferença no lucro líquido do ano de 
2011, a informação retrospectiva apenas realoca os valores das operações 
descontinuadas para apenas 01 (uma) linha na DRE, retirando das demais e deixando 
apenas os valores relativos às operações em continuidade. 
 
2) Para a resolução das questões descritas subsequentemente, utilize as 
informações descritas na nota explicativa 32 (as questões referem-se 
exclusivamente às informações de operações descontinuadas): 
 
a) Qual o valor do resultado das operações descontinuadas do exercício de 2012? 
Resposta: 
Controladora 
2012 = (R$ 74.813) 
Consolidado 
2012 = (R$ 74.813) 
 
 
 
b) Qual o valor da receita líquida de vendas do exercício de 2012 relativa a 
operações descontinuadas? 
Resposta: 
Controladora 
2012 = R$ 94.141 
Consolidado 
2012 = R$ 94.141 
 
O valor da receita líquida de vendas se refere às operações com biodiesel que foram 
consideradas em processo de descontinuidade no ano de 2012. As informações estão 
descritas na NE32.3 – Descontinuidade das operações com Biodiesel. 
 
 
 
c) O Resultado das operações descontinuadas do exercício de 2011 apresentado 
individualmente é compatível com o demonstrado no resumo geral? Existe algum 
item de valor relevante que não possui explicação nas notas? 
 
Resposta: 
Resultado das operações descontinuadas de 2011 
Controladora 
2011 = (R$ 69.942) 
Consolidado 
2011 = (R$ 69.942) 
 
 
Estes resultados provêm das seguintes operações: 
 
Item 32.1. – Alienação da fábrica de óleo = R$ 1.716 (lucro) 
 
Item 32.2. – Alienação das participações na Tropical Bioenergia S.A. = R$ 26.393 
(lucro) + Resultada de Equivalência Patrimonial = R$ 6.057 (lucro) 
 
Item 32.3. – Descontinuidade das operações de Biodiesel = (R$ 7.488) (prejuízo) 
 
Saldo do resultado de 2011 = R$ 26.678 (lucro) 
 
Resultado apresentado na NE32 = (R$ 69.942) (prejuízo) 
 
Diferença apurada = (R$ 96.620) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A diferença apurada é verificada no corpo da nota explicativa 32: 
 
-Realização de ágio na venda da participação na Tropical = (R$ 96.620) 
 
 
 
 
 
 
O valor de (R$ 96.620) referente a realização de ágio na venda da participação na 
Tropical não possui explicação adicional. 
 
d) Considere que não existam informações adicionais para o valor de R$ 96.620 
evidenciado como realização do ágio na venda da participação na Tropical (NE32). 
Qual seria uma justificativa para este valor estar presente nos resultados das 
operações descontinuadas? 
Resposta: 
Como já informado na questão anterior o valor de (R$ 96.620) relativos a realização do 
ágio na venda da participação na Tropical não possui informação adicional nas notas 
explicativas de 2012. 
O resultado impactou os demonstrativos de 2011, entretanto, em razão da necessidade 
de comparabilidade, as informações deste ano deveriam ser apresentadas de forma 
completa, pois o resultado é apresentado juntamente com o de 2012. O leitor das DF 
não possui informação complementar sobre a origem deste valor. 
Este valor se refere ao ágio pago na aquisição da Tropical, o qual está sendo baixado no 
momento da alienação. Desta forma podemos afirmar que o mesmo se refira a ágio por 
rentabilidade futura (goodwill) e que, neste momento está gerando uma baixa por 
ocasião da venda do investimento. 
 
3) A entidade está cumprindo as obrigações de divulgação constantes no item 33 do 
CPC31? 
Resposta: 
O item 33 do CPC31 determina que a empresa deve evidenciar os seguintes itens: 
(a) um montante único na demonstração do resultado compreendendo: 
 
(i) o resultado total após o imposto de renda das operações descontinuadas; e 
 
(ii) os ganhos ou as perdas após o imposto de renda reconhecidos na mensuração pelo valor 
justo menos as despesas de venda ou na baixa de ativos ou de grupo de ativos(s) 
mantidos para venda que constituam a operação descontinuada. 
 
Informações apresentadas na demonstração de resultado do exercício: 
 
 
 
 
(b) análise da quantia única referida na alínea (a) com: 
 
(i) as receitas, as despesas e o resultado antes dos tributos das operações descontinuadas; 
 
(ii) as despesas com os tributos sobre o lucro relacionadas conforme exigido pelo item 
81(h) do Pronunciamento Técnico CPC 32 – Tributos sobre o Lucro; 
 
(iii) os ganhos ou as perdas reconhecidas na mensuração pelo valor justo menos as despesas 
de venda ou na alienação de ativos ou de grupo de ativos mantidos para venda que 
constitua a operação descontinuada; e 
 
(iv) as despesas de imposto de renda relacionadas conforme exigido pelo item 81(h) do 
Pronunciamento Técnico CPC 32 - Tributos sobre o Lucro. 
 
 A análise pode ser apresentada nas notas explicativas ou na demonstração do resultado. 
Se for na demonstração do resultado, deve ser apresentada em seção identificada e que 
esteja relacionada com as operações descontinuadas, isto é, separadamente das 
operações em continuidade. A análise não é exigida para grupos de ativos mantidos 
para venda que sejam controladas recém-adquiridas que satisfaçam aos critérios de 
classificação como destinadas à venda no momento da aquisição (ver item 11). 
 
Informações apresentadas na nota explicativa 32.2: 
 
 
 
(a) os fluxos de caixa líquidos atribuíveis às atividades operacionais, de investimento e de 
financiamento das operações descontinuadas. Essas evidenciações podem ser 
apresentadas nas notas explicativas ou nos quadros das demonstrações contábeis. Essas 
evidenciações não são exigidas para gruposde ativos mantidos para venda que sejam 
controladas recém-adquiridas que satisfaçam aos critérios de classificação como 
destinadas à venda no momento da aquisição (ver item 11); 
 
Informações apresentadas na nota explicativa 32.4 
 
 
(a) o montante do resultado das operações continuadas e o das operações descontinuadas 
atribuível aos acionistas controladores. Essa evidenciação pode ser apresentada 
alternativamente em notas explicativas que tratam do resultado. 
 
APRESENTADO NA DEMONTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 
Cabe salientar aqui que a empresa não possui acionistas não controladores, desta forma 
a obrigatoriedade descrita no item (d) não se faz necessária, mesmo assim a empresa 
apresenta o resultado de forma clara para os acionistas. 
 
 
 
 
 
A empresa está cumprindo o que determina o item 33 do CPC31 com as notas 
explicativas apresentadas, especificamente a nota 32 e a DRE. 
 
Capítulo 8 - Pagamento Baseado em Ações 
I - Conceituação 
1) Uma entidade pode fazer um pagamento baseado em ações a uma contraparte 
em troca da aquisição ou do recebimento de produtos ou serviços. Qual é a 
contraparte da Grendene e quais produtos ou serviços ela oferece? Quais 
instrumentos patrimoniais a Grendene fornece em troca desses produtos ou 
serviços? 
Sugestão de resposta: A contraparte da Grendene é composta pelos seus executivos, 
dos níveis de Administração, Diretoria e Gerência, que oferecem serviços de 
administração, direção e gestão. A Grendene, em troca desses serviços, fornece um 
pagamento baseado em ações liquidado com instrumentos patrimoniais. Os 
instrumentos são: opções de compra ações.. 
2) Em quais datas (dia, mês e ano) a Grendene outorgou à sua contraparte os 
instrumentos patrimoniais em troca dos produtos ou serviços que recebeu ou que 
pretende receber? Como se denominam e a que se referem essas datas? 
Sugestão de resposta: A Grendene outorgou opções de compra ou subscrição de ações 
nas seguintes datas: 25 de abril de 2008, 05 de março de 2009, 04 de março de 2010, 24 
de fevereiro de 2011 e 1° de março de 2012. Essas datas denominam-se datas da 
outorga e referem-se à data em que a Grendene conferiu a seus executivos o direito de 
receber opções de compra ou subscrição das suas ações, desde que as condições de 
aquisição de direito especificadas sejam cumpridas. Nessas datas, detalhadamente, o 
Conselho de Administração da Grendene, determinou os beneficiários, estabeleceu o 
número de ações que poderiam ser adquiridas com o exercício de cada opção, o preço 
de exercício de cada opção, as condições de seu pagamento, os prazos e as condições de 
exercício de cada opção. Como a contraparte da Grendene são seus executivos, essas 
datas também são as datas da mensuração, ou seja, a data na qual o valor justo dos 
instrumentos patrimoniais outorgados é mensurado. 
3) A Grendene impõe condições de aquisição de direito (vesting conditions) 
determinando que o direito aos instrumentos patrimoniais outorgados não é 
imediatamente adquirido pela sua contraparte. Essas condições de aquisição 
impostas pela Grendene classificam-se como condições de desempenho, como 
condições de serviço ou como ambas? 
Sugestão de resposta: A Grendene impõe condições de aquisição classificadas como 
condições de serviço, já que exige que seus executivos completem um período de tempo 
especificado na prestação dos serviços para que tenham direito a receber as opções de 
compra ou subscrição de ações. Especificamente, a Grendene impõe a condição de 
prestação dos serviços de até 3 anos (contados a partir da data de outorga), liberando 
33% das opções no primeiro aniversário, 66% no segundo aniversário e 100% no 
terceiro aniversário. 
A Grendene não impõe condições de aquisição classificadas como condições de 
desempenho, pois não exige que seus executivos alcancem metas especificadas de 
desempenho (como, por exemplo, um aumento nos lucros ao longo de um período de 
tempo especificado). Vale destacar que as análises realizadas pela Grendene do lucro 
obtido no exercício anterior, da evolução do EBIT e da participação no total das 
exportações brasileiras de calçados ocorrem antes de as opções serem outorgadas, para 
determinar sua quantidade, e, portanto, não caracterizam exigência aos executivos de 
atendimento de determinado desempenho. 
II - Reconhecimento 
4) Em que momento a Grendene deve reconhecer os produtos ou os serviços 
recebidos ou adquiridos em troca dos instrumentos patrimoniais outorgados? Qual 
deve ser a contabilização correspondente? Qual foi o valor contabilizado pela 
Grendene em 2012 e em 2011? 
Sugestão de resposta: A Grendene deve reconhecer os serviços na medida em que os 
recebe e, como os executivos não adquirem imediatamente as opções de compra ou 
subscrição de ações outorgadas, deve presumir que esses serviços serão recebidos no 
futuro, ao longo do período de aquisição de direito (vesting period). Especificamente, a 
Grendene deve reconhecer os serviços dos seus executivos na medida em que os 
mesmos são recebidos ao longo dos três anos estabelecidos como período de aquisição 
de direito. Por exemplo, no primeiro aniversário, a partir da data de outorga, o serviço 
correspondente às opções já exercíveis (33%) deve estar integralmente reconhecido, 
enquanto o serviço correspondente às opções ainda não exercíveis (66%) deve ser 
reconhecido ao longo de todo o período de aquisição (um terço para cada um dos três 
anos). 
Os serviços recebidos pela Grendene, em troca das opções de compra ou subscrição de 
ações, não se qualificam como ativos, e, portanto, devem ser reconhecidos como 
despesa. Em contrapartida à despesa deve haver um correspondente aumento no 
patrimônio líquido. Cumpre ressaltar que o CPC 10 (R1) determina que as transações 
com pagamento baseadas em ações liquidadas com instrumentos patrimoniais devem 
ser contabilizadas no patrimônio líquido, mas não define em que componente 
específico. Contudo, considerando que o patrimônio líquido, conforme a Lei das 
S.A,divide-se em capital social, reserva de capital, ajustes de avaliação patrimonial, 
reservas de lucro, ações em tesouraria e prejuízos acumulados, observa-se tendência de 
as entidades Brasileiras de contabilizarem as despesas de transações com pagamento 
baseadas em ações em contrapartida à reserva de capital. 
Na nota explicativa 20, a Grendene revela que a despesa reconhecida de remuneração 
por meio de opções de compra ou subscrição de ações foi de R$1.636 mil em 2012 e de 
R$1.615 mil em 2011. Destaca-se que, nesta mesma Nota Explicativa, a Grendene 
confirma que o reconhecimento dos serviços ocorre ao longo dos três anos do período 
de aquisição de direito e envolve um débito de despesa em contrapartida a um crédito 
no patrimônio líquido: “o valor justo das opções concedidas durante o período de 
serviço exigido pelo plano é reconhecido como despesa, em base linear, em 
contrapartida de Reserva de Capital”. 
5) A Grendene, por impor condições de aquisição de direito (vesting conditions) 
aos instrumentos patrimoniais outorgados, não tem, no momento da outorga, 
conhecimento exato da quantidade de instrumentos patrimoniais que terão os 
direitos adquiridos. Diante dessa incerteza, a Grendene deve ou não reconhecer o 
montante relativo aos produtos ou serviços recebidos durante o período de 
aquisição de direito (vesting period)? Caso a resposta seja afirmativa, de que 
forma deve ser o reconhecimento? 
Sugestão de resposta: A Grendene deve reconhecer o montante relativo aos serviços 
recebidos dos executivos durante o período de aquisição de direito (vesting period). 
Para tanto, ela deve basear-se na melhor estimativa disponível sobre a quantidade de 
opções de compra ou subscrição de ações das quais se espera a aquisição de direito 
(expected to vest). Deve ainda revisar tal estimativa sempre que informações 
subsequentes indicarem que o número esperado de opções

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