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112 Panorama da Aquicultura

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1Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2009
2 Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2009
3Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2009 3
Editorial
Jomar Carvalho Filho
Biólogo e Editor
N ão sei se tem a ver com o fato do meu avô materno ter sido pescador, e ter tido outros pescadores na família, mas sempre achei que era furado aquele papo de que nunca fal-tariam peixes no mar e nos rios. Na minha lógica de adolescente já sabia, de alguma 
forma, que aquela equação ambiental não ia acabar bem. E não deu outra. Ainda no início da minha 
vida universitária, quando esse assunto me chamava cada vez mais a atenção, tive a oportunidade 
de presenciar as tentativas frustradas dos pesquisadores do PDP (Programa de Desenvolvimento Pes-
queiro da SUDEPE/FAO), para estabelecerem os acordos para os primeiros defesos da sardinha e do 
camarão. Era de dar raiva a miopia do setor pesqueiro! Naquela época o único acordo que era possível 
com os armadores se restringia a uma parada da frota no final de ano, entre o Natal e o Ano Novo, 
uma espécie de defeso de meia tigela, regado a vinho, castanhas e bacalhau portugueses. Por essas 
e outras é que ficava cada vez mais claro pra mim que o cultivo era o caminho. A única coisa chata 
era ter que explicar aos familiares e amigos o significado da palavra aquicultura, fato que tive que me 
acostumar, já que ainda faço isso até hoje.
Ainda universitário, na década de 70, quase toda a literatura sobre cultivos vinha de fora, o 
que me motivou a aproveitar umas férias de final de ano, para fazer um estágio num laboratório que 
era a referência no cultivo de camarões, localizado na beira do Golfo do México, na cidade de Galves-
ton, no Texas. Lá trabalhava o Cornelius “Corny” Mock, “o cara”, responsável, na época, pelos mais 
importantes artigos sobre desenvolvimento ovariano, desova e larvicultura do Penaeus aztecus, e sua 
parceira nas pesquisas, a Dra. Zoula Zein-Eldin, uma simpática senhora, que sabia tudo, ou quase tudo, 
da fisiologia desses bichos. O céu era lá: pesquisa, recursos, visão do futuro...
Aqui no Brasil, não se tinha muitas pesquisas sobre o cultivo aquático. Nessa época, quando a 
maturação do camarão em laboratório só existia quando a gente resolvia brincar de ficção científica, 
a Companhia de Cigarros Souza Cruz investiu numa instalação experimental para produção de pós-
larvas, pequena e eficiente, e ainda na compra de um barco de pesca (o cigarro era muito lucrativo 
naquela época), somente para capturar as fêmeas ovadas para rodar o laboratório. Muitas pós-larvas 
foram produzidas naqueles dias, sem que existissem estruturas de engorda, ração, e tantas outras 
coisas indispensáveis para o cotidiano de um cultivo. A Souza Cruz, é claro, cansou de brincar e saiu 
do negócio.
Bem, essa história toda é pra dizer que há 35 anos, quando os estoques silvestres davam sinais 
de que estavam declinando, fui testemunha de que era praticamente impossível falar em preservação 
com o setor pesqueiro. Uma época onde os argumentos técnicos entravam por um ouvido e saiam pelo 
outro, e não sei até que ponto isso mudou hoje em dia. Não me cabe aqui comentar o que aconteceu 
com a pesca de lá pra cá. Mas com relação à aquicultura, muita coisa foi feita, e posso dizer que tive 
o enorme prazer de acompanhar bem de pertinho essa espetacular transformação. Entre esses praze-
res, o de ter acompanhado a trajetória da Aquatec, uma empresa que dá orgulho a todos que estão 
envolvidos com a aquicultura brasileira, por tudo que construiu, pelo altíssimo padrão de qualidade 
com que sempre fez questão de impor às suas pós-larvas, pelos investimentos que nunca deixou de 
fazer para que isso acontecesse, tudo isso sob a batuta precisa da Ana Carolina Guerrelhas, a quem, 
de público quero parabenizar pelos 20 anos à frente desse belo empreendimento. À Ana, Werner e 
Maria Claudia, o meu grande abraço.
A todos uma boa leitura.
4 Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2009
ACQUA SUPRE
ALFAKIT LTDA
AQUACULTURA PL BRASIL
AQUATEC IND. PECUÁRIA
BAYER HEALTHCARE
BERNAUER AQUACULTURA
BRUSINOX IND. E COM. DE MÁQUINAS
IND. DE RAÇÕES DO BRASIL/ PURINA
DANÚBIO AQUACULTURA LTDA
ESCAMA FORTE PISCICULTURA
ENGEPESCA REDES PARA AQÜICULTURA
FAZENDA PACIÊNCIA
FENACAM 2009
FERRAZ MÁQUINAS
INVE DO BRASIL
MALTA CLEYTON DO BRASIL
MEGABOMBAS
MOANA AQUACULTURA
NUTRON ALIMENTOS/ PROÁQUA
PELETIZADORAS CHAVANTES
PISCICULTURA AQUABEL
PISCICULTURA ARACANGUÁ
POLI-NUTRI ALIMENTOS
PROVET DIAGNÓSTICOS
RAÇÕES FRI-RIBE
RAÇÕES GUABI
SCHERING-PLOUGH SAÚDE ANIMAL
SEAP
SOCIL EVIALIS NUTRIÇÃO ANIMAL
STYMMULAB/ PHOSLOCK
TANQUES-REDE IAREMA
TELAS RHV
TEXTIL SAUTER
TREVISAN EQUIP. AGROINDUSTRIAIS
VENDA DE PISCICULTURA
Anunciantes da edição 112
5Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2009
...Pág 51
...Pág 34
...Pág 36
...Pág 26
...Pág 30
...Pág 46
...Pág 06
...Pág 03
...Pág 15
...Pág 24
...Pág 33
Í N D I C E
Editor Chefe:
Biólogo Jomar Carvalho Filho
jomar@panoramadaaquicultura.com.br
Jornalista Responsável:
Solange Fonseca - MT23.828
Direção Comercial:
Solange Fonseca
publicidade@panoramadaaquicultura.com.br
Colaboradores desta edição: 
Carlos Augusto Gomes Leal, Daniel 
Lemos, Felipe de Azevedo Silva Ribeiro, 
Fernando Kubitza, Henrique César Pereira 
Figueiredo, Jaime Ribeiro Carvalho Júnior, 
João Batista Kochenborger Fernandes, 
Lamartine da Nóbrega Netto, Luiza 
Nakayama, Rodrigo Carvalho 
Os artigos assinados são de 
responsabilidade dos autores. 
A única publicação brasileira dedicada 
exclusivamente aos cultivos de 
organismos aquáticos
Uma publicação Bimestral da: 
Panorama da AQÜICULTURA Ltda.
Rua Alegrete, 32 
22240-130 - Laranjeiras - RJ
Tel: (21) 2553-1107 / Fone/fax: (21) 3547-9979
www.panoramadaaquicultura.com.br
revista@panoramadaaquicultura.com.br
ISSN 1519-1141
Assinatura:
Daniela Dell’Armi
assinatura@panoramadaaquicultura.com.br
Para assinatura use o cupom encartado, 
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ASSINANTE - Você pode controlar, a cada 
edição, quantos exemplares ainda fazem parte 
da sua assinatura. Basta conferir o número de 
créditos descrito entre parênteses na etiqueta 
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Números atrasados custam R$ 16,00 cada. Para 
adquiri-los entre em contato com a redação. 
Edições esgotadas: 01, 05, 09, 10, 11, 12, 14, 17, 18, 20, 
21, 22, 24, 25, 26, 27, 29, 30,33, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 
40, 41, 44, 45, 59, 61, 62, 63, 65, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 
82, 83, 84, 85, 87, 88
Projeto Gráfico:
Leandro Aguiar
leandro@panoramadaaquicultura.com.br
Design & Editoração Eletrônica:
Panorama da AQÜICULTURA Ltda.
 Impresso na Grafitto Gráfica & Editora Ltda.
Os editores não respondem quanto a quali-
dade dos serviços e produtos anunciados. 
Capa: Arte Panorama da AQÜICULTURA
Edição 112 - março/abril - 2009
Boas práticas no manejo 
sanitário - página 15...
Cadeia produtiva do peixe 
ornamental - página 36...
...Pág 53
...Pág 55
...Pág 57
...Pág 58
...Pág 61
...Pág 61
Os números da aquicultura
Apesar de ainda serem difíceis de serem dimensionados estatisticamente, os números 
da produção da aquicultura no Brasil e no mundo, sempre causam impacto. O objetivo 
do artigo escrito pelo doutorando do Instituto Oceanográfico da Universidade de 
São Paulo – USP, Rodrigo Carvalho, é apresentar alguns desses números atuais, 
combinados, em certos casos, com estimativas. Ao ler a matéria de capa dessa 
edição, publicada a página 46, o leitor da revista Panorama da AQÜICULTURA 
vai se informar através de gráficos, sobre a situação geral da produção mundial e 
nacional de pescado oriundo da aquicultura. Através desses dados é possível fazer 
uma avaliação sobre até que ponto o Brasil está alinhado com as tendências do 
desenvolvimento da aquicultura mundial. 
Editorial
Notícias & Negócios
Manejo na produção de peixes – Parte 5: Boas práticas 
no manejo sanitário
Combatendo o off-flavor na tilápia
Sanidade Aquícola: Streptococcus iniae – um grande vilão
Entrevista como Departamento Técnico da Poli-Nutri
A melhoria da sanidade de peixes nos sistemas aquícolas brasileiros
Aquatec comemora 20 anos
Cadeia produtiva do peixe ornamental
Aquicultura e consumo de carnes no Brasil e no Mundo
Guabi comemora 35 anos e lança produto anti-stress para camarões
Inaugurado Curso de Aquicultura da UFMG
Seminário no BNDES reúne investidores no Rio de Janeiro
Lançamentos Editoriais
Programa de Certificação da Qualidade das Ostras 
concede o primeiro Selo
V FIAM - Feira Internacional da Amazônia acontecerá em novembro
ExpoLondrina 2009: seminário reune cerca de 300 participantes
Evialis marca presença na Fenacam 2009
Calendário Aquícola
...Pág 63
...Pág 66
6 Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2009
3.960/08), o resultado das discussões foi 
bastante positivo após o compartilhamen-
to das competências do novo órgão ter sido 
negociado dentro do governo. A idéia é que 
a pasta do Meio Ambiente cuide da pesca 
amadora e o novo ministério trate da pesca 
comercial. O texto mantém o dispositivo que 
obriga o Ministério da Pesca e da Aquicultura 
a repassar para o Ibama metade da receita 
obtida com a arrecadação de taxas, por acre-
ditar que sem receita não dá para desenvol-
ver com mais eficiência o trabalho que já 
vem sendo executado pelo órgão. O ministro 
Altemir Gregolin fez uma visita ao presiden-
te do Senado, José Sarney, que manifestou 
publicamente o seu interesse na criação do 
Ministério da Pesca e da Aquicultura. Sarney 
se mostrou disposto a apressar na Casa a vo-
tação do projeto que realiza essa mudança. 
“O presidente Sarney me disse que tem total 
compromisso em dar agilidade à votação des-
se projeto. A transformação dessa secretaria 
em ministério é da maior importância. O Bra-
sil, que hoje produz 1 milhão de toneladas 
de pescados, terá a possibilidade de produzir 
20 milhões de toneladas”, disse Gregolin ao 
sair do encontro, explicando que a estrutura 
de um ministério dará mais autonomia admi-
nistrativa, financeira e jurídica ao organismo 
que dirige, tirando o setor de uma situação 
pouco estável. Há uma grande expectativa 
dentro da SEAP para que o Projeto de Lei que 
cria o Ministério da Pesca e da Aquicultura 
seja aprovado no Senado ainda em junho, 
para que o presidente Lula possa anunciá-lo 
oficialmente no dia 29 de junho, dia de São 
Pedro, padroeiro dos pescadores, mesma data 
em que Lula assinou no ano passado a Medi-
da Provisória que criou o Ministério, e que foi 
posteriormente revogada.
RESOLUÇÃO CONAMA – Nos dias 27 e 28 
de maio será, finalmente, aprovada a redação 
final da Resolução que tratará o licenciamen-
to ambiental da aquicultura. No processo, 
segundo o regimento do Conselho Nacional 
do Meio Ambiente (CONAMA), já não cabe 
mais nenhum recurso ou adiamento, daí a 
certeza de que as propostas serão votadas 
neste final de maio. A votação já constava da 
pauta da reunião de março, mas foi suspensa 
em função de pedidos de vista pelo conse-
lheiro da ONG Fundação Ondazul. Um acordo 
no plenário definiu mais uma rodada de de-
bate, tendo sido criado um Grupo Assessor, 
WAS 2009 AGORA EM SETEMBRO – A ver-
são deste ano do maior evento da aquicul-
tura mundial, WAS 2009, já tem uma nova 
data, após ter sido desmarcado por conta 
do surto da gripe suína. Segundo o diretor 
executivo da WAS, John Cooksey, tudo está 
pronto para 25 a 29 de setembro de 2009, na 
mesma cidade de Veracruz, no México. Apesar 
dos transtornos, Cooksey recebeu o apoio de 
todos os envolvidos, e manteve a mesma pro-
gramação prevista anteriormente para maio. 
Em nota divulgada no site da entidade www.
was.org, Cooksey agradeceu a paciência e a 
compreensão de todos, e se colocou a dis-
posição para qualquer esclarecimento que se 
fizer necessário. 
MINISTÉRIO À VISTA – Depois de uma longa 
negociação entre o governo e a oposição, e 
até mesmo entre diferentes correntes ligadas 
ao setor aquícola, o ministro Altemir Gregolin 
espera que a criação do Ministério da Pesca e 
da Aquicultura, que substituirá a SEAP, seja 
aprovada pelo Congresso Nacional, ainda 
neste semestre “Conseguimos um acordo na 
Câmara com todos os partidos e lá o projeto 
teve aprovação unânime na comissão espe-
cial”, disse o ministro. Segundo o Deputado 
federal José Airton Cirilo (PT-CE), relator do 
projeto de criação do Ministério da Pesca (PL 
Notícias & Negócios Notícias & Negócios
cujo objetivo foi o de buscar um consenso. 
As divergências referem-se ao processo de li-
cenciamento de baixo impacto e à liberação 
de instalação de empreendimentos em áreas 
de preservação permanente. A proposta que 
pretende regulamentar a aquicultura no Brasil 
vem sendo construída há cerca de seis anos, e 
foi apresentada ao plenário do CONAMA pelo 
conselheiro representante SEAP. Entre seus 
objetivos está a simplificação e a padroniza-
ção do licenciamento para a piscicultura em 
todo o País. O presidente do CONAMA, minis-
tro do Meio Ambiente, Carlos Minc, chegou 
a declarar que a regulamentação do licencia-
mento do setor coloca de um mesmo lado, 
a produção pesqueira e o Meio Ambiente. “A 
simplificação do licenciamento vai evitar a 
ameaça às espécies e contribuir para a queda 
no preço do pescado”, disse Minc aos conse-
lheiros na apresentação da pauta. Nesta reta 
final, porém, a expectativa é muito grande 
com relação a redação final da Resolução, já 
que não houve um acordo no Grupo Assessor. 
Existem duas versões que serão votadas, a 
primeira é da ONG Ondazul (que pode ser bai-
xada no endereço http://www.mma.gov.br/
port/conama/reuniao/dir1187/ParecerOndA-
zul_PropResolAquicultura.pdf) e a segunda é 
uma proposta conjunta do MMA, Governos do 
Rio Grande do Sul e Amazonas e SEAP, (que 
também pode ser baixada no endereço
7Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2009
Notícias & Negócios Notícias & Negócios
http://www.mma.gov.br/port/conama/
reuniao/dir1187/PropResolAquic-Pedido-
VistasMMA-Reuniao14abr09.pdf). Entidades 
ligadas ao setor produtivo estão convocando 
produtores e demais envolvidos com a cadeia 
produtiva do pescado cultivado, para que se 
mobilizem e enviem representantes a Brasília 
nos dias 27 e 28 de maio, para demonstrar 
apoio para que a melhor redação de Resolu-
ção seja aprovada.
OSTRAS TRIPLÓIDES – A Blue Water Aqua-
cultura Ltda., com sede em Florianópolis - SC, 
acaba de realizar sua primeira desova para a 
produção de sementes de ostras triplóides 
(3n) de Crassostrea 
gigas. Segundo Carlos 
Rogério Poli, diretor 
da empresa, este é 
um acontecimento 
importante e pionei-
ro no estado, e con-
sequentemente no 
Brasil, “por serem se-
mentes triplóides e também pelo fato de ser 
uma iniciativa particular, que vem preencher 
uma lacuna em nosso país, onde tudo é feito 
apenas nas Universidades, sem que tenham 
empresas interessadas em apostar nesta área 
de produção”. Ainda segundo Poli, este ex-
perimento serviu como calibrador do sistema 
montado e demonstrou ser bastante promis-
sor. Os reprodutores foram maturados por 
indução no próprio laboratório e apresenta-
ram boa quantidade de óvulos e esperma, e 
a fecundação ocorreu normalmente, em 80% 
dos casos. As larvas veliger, por sua vez, fo-
ram poucas e a ausência do flowcitometro, 
um instrumento que mede quantas são tri-
plóides, através do tamanho do núcleo das 
células (núcleos maiores são 3n), não pos-
sibilitou definir a quantidade de larvas 3n. 
Este equipamento, entretanto, está sendo 
esperado no laboratório ainda em maio. A 
Blue Water já prepara novos reprodutores, 
induzindo a maturação e terá, com isso, da-
dos para a correção dos pontos de desequilí-
brio do sistema. A empresa pretende, ainda 
este ano, produzir de 5 a 10 milhões de se-
mentes até atingir, gradativamente, os 30 
milhões que otimizará o sistema montado. 
O laboratório da empresa tem o suporte do 
SEBRAE/FINEPE, FAPESC e da UFSC (MIP).
PROVET – O Centro de Diagnósticos Provet 
em parceria com a Acquapiscis, inaugurou o 
primeiro laboratório particular para peixes 
do Estado de São Paulo. O novo laboratóriovisa diagnosticar problemas nos animais e 
na água em que estão e, a partir disso, fazer 
tratamento dos peixes e de seu ambiente. O 
serviço do laboratório é disponibilizado para 
criadores de peixes para abate, para aquaris-
tas e criadores de peixes ornamentais. Para o 
atendimento, o criador pode ir até uma das 
unidades do Provet e contar seu problema, 
para que através do histórico do peixe seja 
possível detectar a doença, ou levar o próprio 
animal até o centro de diagnóstico. “Grande 
parte dos problemas que encontramos são 
gerados pela falta de tratamento adequado 
da água. Como os peixes são animais peci-
lotérmicos, quando ocorre queda brusca da 
temperatura da água, seu sistema de defesas 
fica frágil e com a resistência baixa podem 
ser afetados por doenças”, explica Roberto 
Ishikawa, coordenador do laboratório. Além 
do atendimento ao público, um dos focos 
do laboratório de peixes é auxiliar e orien-
tar os órgãos públicos no desenvolvimento 
do conhecimento a respeito das doenças que 
afligem os peixes. Segundo Ishikawa, “atual-
mente, neste campo, existem poucos veteri-
nários qualificados para realizar as vistorias. 
Os biólogos, técnicos e engenheiros de pesca 
que atuam no setor não podem realizar tra-
tamentos, pois não possuem conhecimento 
de farmacologia”, acrescentando que “para 
evitar doenças nos cultivos o criador deve fa-
zer um exame preventivo antes de introduzir 
qualquer peixe recém-comprado no tanque, 
pois há perigo de surtos de doenças, que po-
dem levar a um grande prejuízo econômico”. 
O Instituto Brasileiro de Diagnósticos e Espe-
cialidades Veterinárias foi fundado em 1987. 
Criado com o propósito de oferecer diversos 
serviços diferenciados, num mesmo espaço 
físico, voltado para o diagnóstico e algu-
mas especialidades clínicas, destacando-se 
pelo atendimento, exclusivamente por soli-
citação de um clínico responsável. Hoje, o 
Instituto conta com três unidades de aten-
dimento. O médico veterinário Edgar Luiz 
Sommer, diretor deste Instituto, também 
preside a Associação Brasileira de Radiolo-
gia Veterináia e o Congresso da Internatio-
nal Veterinary Association Radiology.
GLOBALGAP – Os padrões GLOBALGAP para 
camarões marinhos já estão disponíveis em 
português. O GLOBALGAP é um dos maiores 
criadores de padrões voluntários para certifi-
cação da Europa e seus membros formam uma 
ramificação que engloba os maiores varejistas 
europeus. O objetivo é estabelecer um padrão 
8 Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2009
Notícias & Negócios
mundial para Boas Práticas de Aquicultura 
aplicado a diferentes espécies em escala glo-
bal, a exemplo do que vem sendo feito para 
a agricultura. Este padrão foi elaborado com 
a participação de produtores de camarão da 
Ásia e das Américas, entre eles o Brasil, e foi 
um dos primeiros padrões do GLOBALGAP a 
contar a participação de ONG’s como a World 
Conservation Union, IUCN NL, e OxfamNOVIB. 
O padrão contempla aspectos ambientais, so-
ciais e de segurança do trabalho, bem estar 
animal, além de controles com a qualidade da 
água, efluentes, manguezais, ração e produ-
tos químicos para larviculturas e fazendas de 
camarão marinho. As discussões sobre o pa-
drão no Brasil contaram com o apoio da ABCC 
e a tradução contou com a colaboração de 
Rodrigo Carvalho, Fanny Yasumaru e Luciana 
Xavier. Além dos padrões estabelecidos para o 
camarão (em português), a GLOBALGAP tam-
bém já elaborou (ainda em inglês) os padrões 
para a tilápia, pangassius e salmonídeos, e 
todos estão disponíveis para download no 
link http://www.globalgap.org/cms/front_
content.php?idart=34
CANAVIEIRAS – A Secretaria da Agricultu-
ra, por meio da Agência de Defesa Agrope-
cuária da Bahia (Adab), em conjunto com 
o Ministério da Agricultura (Mapa) e Bahia 
Pesca, liberou os produtores de camarão da 
região de Canavieiras, localizada a 600 km 
ao sul de Salvador, para repovoarem seus vi-
veiros. Os órgãos concluíram que o vírus da 
Mancha Branca e da Necrose Hipodérmica 
Hepatopoética Infecciosa (NHHI), doenças 
que acometem esse tipo de crustáceo, já es-
tão sob controle. Em agosto do ano passado, 
após o surgimento da doença na região, to-
das as fazendas de criação de camarões foram 
interditadas pela agência. A Adab, seguindo 
orientação do Mapa e normas internacionais, 
realizou coleta de material para exames, con-
trole do trânsito e orientou o processamento 
da produção do camarão para comercializa-
ção, além de realizar atividades de educação 
sanitária e reuniões periódicas com os pro-
dutores para esclarecimento da situação. An-
tes do surgimento das doenças, o município 
produzia aproximadamente 2.500 toneladas 
de camarão/ano, gerando em torno de 250 
empregos diretos e 310 indiretos.
PRODUÇÃO DE PEIXES NATIVOS - No perío-
do de 25 a 28 de agosto de 2009, Cuiabá – MT, 
será sede do II Congresso de Produção de Pei-
xe Nativo de Água Doce e do I Encontro Mato-
Grossense de Aquicultura, uma promoção da 
SEAP, da Sociedade Brasileira de Aquicultura e 
Biologia Aquática (Aquabio), EMBRAPA e Mi-
nistério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-
mento (MAPA), com realização do Governo do 
Estado de Mato Grosso e AQUAMAT. O evento 
tem previsão de 800 participantes. O Esta-
do de Mato Grosso é hoje o maior produtor 
de peixes nativos do Brasil, principalmente 
o híbrido tambacu. Segundo o Presidente da 
Aquabio, João Donato Scorvo Filho, o prazo 
para envio de resumos vai até 10 de julho de 
2009, e as normas para a elaboração do resu-
mo, bem como a programação do Congresso, 
estão disponíveis no site da Aquabio (www.
aquabio.com.br). O II Congresso de Produ-
ção de Peixe Nativo de Água Doce tem como 
principais objetivos reunir, discutir e divul-
gar informações e novas tecnologias sobre os 
aspectos inerentes à piscicultura, atualizar 
conhecimentos, promover debates sobre pro-
blemas e dificuldades técnicas, econômicas e 
políticas da piscicultura nas diferentes regi-
ões produtoras do país. Além disso, pretende 
levantar demandas para a pesquisa científica, 
divulgar as pesquisas realizadas no cultivo 
de espécies de peixes nativos de água doce, 
dando maior visibilidade a este setor da pisci-
cultura e, promover a interação entre pesqui-
sadores e produtores dos estados brasileiros. 
Inscrições e outras informações poderão ser 
obtidas com a Indústria d’Eventos, empresa 
responsável pelo apoio ao Congresso, através 
do endereço eletrônico atendimento@indus-
triadeeventos.com.br aos cuidados de Danie-
la ou Bárbara, ou tel. (65) 3621-1315.
ALGAS TÓXICAS – O Phoslock® é um pro-
duto natural, desenvolvido na Austrália, para 
melhorar a qualidade da água e controlar 
algas tóxicas em tanques de aquicultura e 
ambientes aquáticos, em geral. O produto já 
está disponível no mercado brasileiro, segun-
do Tiago Finkler Ferreira, da Stymmulab S.A., 
empresa gaúcha que representa com exclu-
sividade o produto e o aplica em ambientes 
aquáticos eutrofizados (ricos em fosfatos). 
Ferreira explica que “Phoslock® reduz mais de 
95% do orto-fosfato disponível na água em 
poucas horas, alcançando uma remoção de 
até 99%". Como o orto-fosfato é o principal 
alimento de algas tóxicas (cianobactérias), 
uma vez que este nutriente é adsorvido pelo 
produto, ele não estará mais disponível para 
a assimilação e crescimento destes organis-
9Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2009
Notícias & Negócios Notícias & Negócios
mos indesejáveis. Após aplicação, ocorre 
também um efeito de tamponamento do 
influxo de orto-fosfato do sedimento, evi-
tando que a água se torne novamente eu-
trofizada por influência do estoque de fós-
foro e mineralização do acúmulo de ração 
proveniente do fundo. Portanto, a redução 
de fosfatos nos tanques de aquicultura tem 
impacto direto na proliferação das algas 
tóxicas, diz Ferreira. As toxinas produzidas 
por estas algas, além de afetar a saúde dos 
organismos cultivados, podendo levar à 
morte, se acumulam no organismo gerando 
problemas de sabor e odor alterados. Além 
disso, a redução de fosfatos possibilitao 
aumento da proporção N:P na água. O efei-
to disso é uma redução significativa das 
cianobactérias e o aumento da densidade 
de algas benignas, que servem de alimento 
para o zooplâncton. As algas benignas e o 
zooplâncton são um alimento natural para 
os organismos cultivados. Assim, ao contro-
lar o fósforo, as cianobactérias são elimina-
das e consequentemente o risco de toxinas. 
Isto permite que o equilíbrio ecológico seja 
restabelecido nos tanques, melhorando a 
qualidade da água, evitando doenças e into-
xicação dos organismos cutivados, garante 
Ferreira. Mais sobre a Stymmulab S.A. e o 
produto, no site: www.phoslock.com.br
HORMÔNIOS - Diante da constatação de que 
tanto o hormônio 17 alpha-metil testoste-
rona, utilizado por produtores para reversão 
sexual de tilápia, como a hipófise, utilizada 
para indução de desovas em diversas espé-
cies, não possuem registro no setor compe-
tente do Ministério da Agricultura e Pecuária 
(MAPA), caracterizando uma situação de irre-
gularidade, e também por conta de atuações 
feitas por fiscais do MAPA, principalmente no 
Estado de Minas Gerais, a Diretoria de Desen-
volvimento da Aquicultura da SEAP (DIDAQ) 
elaborou uma nota aos produtores de alevi-
nos no sentido de orientá-los. A nota tem 
por base uma solução provisória elaborada 
em conjunto por representantes de diversas 
instituições, incluindo o MAPA. Os produtores 
devem legalizar o estoque atual e as futu-
ras importações dos hormônios, mediante o 
preenchimento de um formulário apropriado, 
que deverá ser entregue ao Serviço de Fis-
calização Agropecuária do MAPA no Estado, 
para análise e posteriormente autoriza-
ção. O teor completo da nota elaborada 
pelo DIDAQ/SEAP pode ser acessado no 
site http://www.presidencia.gov.br/estru-
tura_presidencia/seap/publicacoes/int_
aos_produtores_de_alevinos_do_Brasil, no 
mesmo endereço os produtores encontrarão 
as orientações para baixar os formulários e 
outros documentos pertinentes. 
INFOPESCA INVESTIRÁ R$ 3 MILHÕES - O 
Banco Mundial (BIRD), através do Infopesca, 
investirá R$ 3 milhões num projeto que irá le-
vantar o potencial de mercado para os peixes 
da Amazônia. Os recursos serão investidos em 
pesquisas de mercado, capacitação de pesca-
dores, empresários e organizações do setor, 
como cooperativas, entidades sindicais, entre 
outras. Haverá, também, investimentos em 
infraestrutura, como fábricas de gelo, para 
apoiar as ações a serem desenvolvidas. O pro-
jeto, que irá beneficiar o Brasil, a Colômbia e 
o Peru, começará a ser desenvolvido a partir 
de julho. A sua execução estará sob respon-
sabilidade da Organização das Nações Unidas 
para Agricultura e Alimentação (FAO), SEAP, 
Infopesca, Instituto de Pesquisa da Amazô-
nia e organizações de pescadores e aquicul-
tores. O Infopesca é um centro para os servi-
ços de informação e assessoramento sobre a 
comercialização dos produtos pesqueiros na 
América Latina e Caribe. Tem como principal 
objetivo a prestação de serviços a empresas, 
associações setoriais e a governos em todos 
os aspectos do desenvolvimento da pesca e 
aquicultura. O Infopesca tem 11 países mem-
bros: Argentina, Belize, Brasil, Colômbia, 
Costa Rica, Honduras, México, Nicarágua, Re-
pública Dominicana, Uruguai e Venezuela. A 
organização trata de diversos projetos de pro-
dução, industrialização e comercialização. Ele 
produz e disponibiliza no sítio www.infopes-
ca.org um boletim com informações e diag-
nósticos da situação do comércio pesqueiro 
em vários continentes servindo de base para 
a abertura de novos mercados para os produ-
tos da pesca e da aquicultura brasileira.
IAREMA, 25 ANOS DE PISCICULTURA - Um 
certificado de Curso de Piscicultura, emitido 
pela Emater-PR, em 1984, e o nascimento do 
filho Demétrio, no dia em que escavava al-
guns tanques, marcaram de forma indelével 
o início das atividades do Eng. Agrônomo Cé-
sar Iarema no setor. Na sua trajetória, César 
trabalhou com viveiros escavados até o ano 
2000, quando desenvolveu, com tecnologia 
própria, o primeiro tanque-rede em alumínio 
do Brasil. Seu diferencial foi a fabricação de 
estruturas, tampas e suportes para bóias mol-
dados, que hoje, segundo César, são copiados 
10 Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2009
Notícias & Negócios Notícias & Negócios
pelas maiores e mais tradicionais empresas 
do setor. “Enquanto grandes e tradicionais 
empresas passaram a cortar e juntar seg-
mentos do metal, a Iarema usou a técnica da 
moldagem. Isso foi possível porque começou 
usando o formato cilíndrico, com única emen-
da, e passou a fazer um quadrado com cantos 
arredondados”, diz César Iarema. Para testar 
o equipamento e desenvolver tecnologia de 
produção, a empresa montou uma piscicultu-
ra experimental em parcerias, com duzentas 
unidades. Atualmente o empresário tenta a 
obtenção de patente no INPI, requerida em 
2004. Mais detalhes e vídeos sobre os pro-
dutos Iarema podem ser obtidos no endereço 
www.iarema.com.br
INSTITUTO DE PESCA COMEMORA 40 
ANOS – O Instituto de Pesca, ligado à Agên-
cia Paulista de Tecnologia dos Agronegócios 
da Secretaria de Agricultura e Abastecimento 
do estado, comemorou seu aniversário de 40 
anos no dia 8 de abril, com uma solenidade 
no Museu de Pesca, 
em Santos. O even-
to contou com uma 
breve apresenta-
ção de seu histó-
rico, homenagens 
a entidades ligadas ao setor, demonstração 
dos trabalhos executados, degustação de 
produtos, dentre outras atividades. Parale-
lamente às atividades de investigação cien-
tífica, coleta e processamento de dados de 
produção e esforço de pesca, o Instituto de 
Pesca transfere tecnologia na área de culti-
vo de bivalves marinhos (ostra e mexilhão) 
para comunidades de pescadores artesanais, 
analisa a qualidade física, química e biológica 
da água para cultivo e consolida processos 
inovadores de processamento e qualidade de 
produtos pesqueiros. “O Pesca”, como é ca-
rinhosamente chamado, também emite lau-
dos e pareceres sobre qualidade, diagnostica, 
cuida e orienta sobre a profilaxia de doenças 
em peixes, presta assessoria técnica a cria-
dores de organismos aquáticos, pescadores, 
associações e empresários, assessora órgãos 
dos poderes legislativos, executivos e órgãos 
governamentais nas políticas para o setor. 
Como parte das comemorações dos 40 anos, 
será realizada ainda, de 11 a 15 de agosto, 
no Auditório Paulinho Nogueira, do Parque da 
Água Branca (Av. Francisco Matarazzo, 455 - 
Água Branca - São Paulo, SP), a 9ª Reunião 
Científica do Instituto de Pesca, um evento 
voltado para pesquisadores e estudantes das 
áreas de pesca e aquicultura, que terá como 
destaque as apresentações orais e os painéis 
dos bolsistas de graduação e pós-graduação 
dessas áreas. Mais informações através do e-
mail: mase@pesca.sp.gov.br 
CONFERÊNCIA NACIONAL DE AQUICULTU-
RA E PESCA – A 3ª Conferência Nacional de 
Aquicultura e Pesca, que se realizará no Cen-
tro de Convenções de Brasília entre os dias 
30 de setembro a 2 de outubro, terá como 
tema a: “Consolidação de uma política de 
Estado para o desenvolvimento sustentável 
de Aquicultura e Pesca”. A terceira versão da 
Conferência Nacional está sendo precedida 
por 26 reuniões estaduais e uma no Distrito 
Federal. É muito importante a participação de 
todos os envolvidos na aquicultura nas Con-
ferências prévias realizadas nos seus estados. 
Para saber sobre a data das Conferências Es-
taduais consulte o calendário no endereço 
http://200.198.202.145/seap/3conferencia/
calendario.html. No mesmo endereço poderá 
também ser checado o número de delegados 
com direito a voto de cada estado, que varia 
de 25 para o Estado do Acre a 137 para o 
Estado do Pará. O total de delegados com di-
reito a votos na 3ª Conferência Nacional será 
de 1760. Não custa lembrar que as demandas 
do setor aquícola devem ser encaminhadas às 
Conferências Estaduais para então serem le-
vadas e legitimadas na Conferência Nacional. 
TECNOLOGIA 100% NACIONAL – O desen-
volvimento da aquicultura brasileira levou a 
avanços técnico-científicosque incrementam 
os indicadores de produtividade. Sendo assim, 
a água como principal insumo da atividade, 
é um aspecto muito importante a ser con-
siderado. Com o objetivo de facilitar a vida 
dos piscicultores e carcinicultores, a Alfakit, 
empresa catarinense sediada em Florianópo-
lis tomou a iniciativa de montar o primeiro 
kit brasileiro para análise de água utilizada 
em aquicultura, conhecido e comercializado 
como Kit Produtor. A Alfakit atua no mercado 
desde 1989, atendendo, além da aquicultura, 
diversos outros segmentos, tais como sane-
amento, educação ambiental, entre outros, 
fabricando kits específicos e equipamentos 
com tecnologia 100% nacional. Os kits téc-
nicos, colorimétricos, Polikit´s e o Ecokit´s 
são exemplos de alguns dos seus produtos. 
Os Ecokit’s foram desenvolvidos especialmen-
te para educação ambiental, sendo utilizados 
em projetos de monitoramento ambiental de 
todo país. A empresa desenvolve também 
equipamentos eletrônicos, como oxímetros, 
pHmetros e blocos digestores e o fotocolo-
rímetro multiparâmetros. Além de novos pro-
dutos, o corpo técnico da empresa se dedica 
a aperfeiçoá-los, tal como foi feito com o 
oxímetro AT 150, microprocessado, digital e 
a prova d’água. Os produtos da Alfakit são 
de fácil aplicação, podendo ser utilizados 
pelo próprio aquicultor, que poderá analisar 
parâmetros como alcalinidade total, cloro 
residual, cloreto, dureza de cálcio e magné-
sio, temperatura, etc.. Os kits acompanham 
reagentes específicos para cada parâmetro, 
permitindo que sejam analisados em poucos 
minutos. Para facilitar ainda mais as análises 
a Alfakit disponibiliza em seu site (http://
www.alfakit.com.br) uma tabela de parâme-
tros dos produtos químicos onde é possível 
encontrar determinações colorimétricas e vo-
lumétricas de cada elemento. 
PERDAS COM ENCHENTES – As enchentes 
deste ano na Região Norte e Nordeste do país 
novamente deixam um rastro de prejuízos 
severos para o setor aquícola. Entidades que 
representam carcinicultores e piscicultores já 
solicitaram ajuda ao BNB, e no fechamento 
desta edição, quando o índice pluviométrico 
já havia atingido 853 milímetros, não havia 
sido feito um inventário detalhado das perdas 
e tampouco dos postos de trabalho. 
SEMINÁRIO NO AMAPÁ – A Embrapa Ama-
pá promove nos dias 9 e 10 de junho, no au-
ditório da Universidade do Estado do Amapá 
(UEAP), em Macapá, o Iº Seminário de Aqui-
cultura do Estado do Amapá: Boas práticas de 
manejo para a saúde de peixes. As inscrições e 
a programação do evento podem ser vistas no 
site www.cpafap.embrapa.br/aquicultura. As 
palestras e os debates abordarão temas como 
políticas para aquicultura e pesca no Amapá, 
manejo em piscicultura, sistema de manejo 
para o tambaqui na Amazônia, alimentação 
e nutrição de peixes cultivados, qualidade 
da água para aquicultura, situação atual e 
11Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2009
Notícias & Negócios Notícias & Negócios
perspectivas da pesca de camarão e carcini-
cultura no Amapá, que serão apresentados 
por especialistas locais e de outros estados, 
de diversas áreas que atuam na aquicultura. 
Mais informações pelo tel.: (96) 4009-9550 
ou e-mail: aquicultura@cpafap.embrapa.br
LEI 9.109/2009 – Foi sancionada no dia 13 
de abril a Lei 9.109/2009, que trata de be-
nefícios para a aquicultura matogrossense. O 
sistema tributário facilitará a comercialização 
do pescado cultivado, na medida que isenta 
do Imposto sobre Circulação de Mercadorias 
e Serviços (ICMS) os produtos da aquicultura 
comercializados dentro e fora de Mato Grosso. 
A medida permitirá que a produção estadual 
alcance grandes centros de consumo do país. 
Em um período de 10 anos (1995 -2004), a 
produção total de pescado em Mato Grosso 
cresceu 27,3% ao ano, saindo de 6.046 tone-
ladas para 22.550 toneladas. Com a aprova-
ção do projeto e os consequentes benefícios 
gerados, o setor estima um crescimento de 
56%, elevando o Estado para o quarto maior 
produtor de aquícola do país.
ENTREPOSTO EM DOURADOS – O município 
de Dourados - MS vai ser beneficiado com 
a implantação de um entreposto de pesca-
do que vai possibilitar o beneficiamento e 
a comercialização de peixes com o selo do 
SIF (Serviço de Inspeção Federal). Para tan-
to, a SEAP liberou recursos da ordem de R$ 
997.546,00, que serão utilizados na cons-
trução de um prédio de 960 m2, em área de 
42.980 m2, doada à Cooperativa de Aquicul-
tores do Mato Grosso do Sul (MSPEIXE) pelo 
Município. Segundo o presidente do Conse-
lho de Administração da MSPeixe, Ademar 
Ferreira, o recurso é pleiteado pela entida-
de desde 2007. A cooperativa congrega 38 
aquicultores na região da Grande Dourados. A 
MSPeixe, porém, vai pleitear à SEAP mais R$ 
1,5 milhão para a compra dos equipamentos 
necessários. Segundo Ademar, a estrutura fí-
sica e os equipamentos que serão adquiridos 
possibilitarão o beneficiamento de cinco to-
neladas de peixe/dia. A cooperativa receberá 
o produto tanto de cooperados quanto de não 
sócios e fará o abate, a evisceração e a em-
balagem, possibilitando a venda do produ-
to para qualquer parte do país. Atualmente 
os cooperados da MSPeixe produzem cerca 
de 1.200 toneladas de peixes/ano, que são 
vendidos em pesque-pagues, e uma parte é 
vendida para a indústria Mar e Terra, locali-
zada no município de Itaporã.
BIJUPIRÁ EM SÃO PAULO – O LANAM - La-
boratório Nacional de Aquicultura Marinha, 
instalado no Boqueirão Sul, em Ilha Com-
prida-SP, produziu nos dois primeiros meses 
desse ano, cerca de 16 mil alevinos de biju-
pirá. Um projeto de expansão dos trabalhos 
do LANAM está sendo acertado entre a Pre-
feitura local e a SEAP, visando beneficiar pe-
quenos, médios e grandes produtores da área 
pesqueira. Para dar andamento ao projeto de 
ampliação do laboratório, o prefeito da Ilha 
12 Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2009
Comprida, Décio Ventura, recebeu o minis-
tro adjunto da SEAP, Dirceu Lopes; o co-
ordenador de Maricultura da SEAP, Felipe 
Suplicy; o coordenador de Infra-Estrutura, 
Wilson Abreu e, a chefe do escritório es-
tadual da SEAP, Leinad Ayer. Após analisar 
as condições de instalação do LANAM a 
comitiva da SEAP anunciou novos inves-
timentos no laboratório, já que o projeto 
vai de encontro aos interesses da SEAP, 
que quer envolver as comunidades costei-
ras de pescadores e outros parceiros no 
processo de reprodução do bijupirá. Se-
gundo o prefeito, o LANAM é reconhecido 
como o maior e mais bem equipado labo-
ratório de aquicultura marinha da América 
Latina, e detentor da melhor tecnologia 
mundial de produção de alevinos em labo-
ratório. O laboratório é resultado de uma 
parceria entre SEAP e Prefeitura da Ilha 
Solteira e a sua operacionalização conta 
com apoio da Fundação Primeira de São 
Vicente (FUNDASV), também responsável 
pela capacitação e constituição do corpo 
técnico. Outro parceiro é a TWB - Fazenda 
Marinha, integrante do grupo TWB S/A, 
empresa privada que está investindo no 
cultivo de peixes marinhos offshore em 
Ilha Comprida.
REDE DE IDENTIFICAÇÃO DO PESCADO – 
A SEAP e a Universidade Federal do Rio 
de Janeiro (UFRJ) devem acertar uma par-
do pescado para estatísticas da pesca; à 
indústria pesqueira, que irá agregar valor 
ao pescado ao permitir a certificação de 
origem para a exportação; aos importa-
dores, que poderão controlar a qualidade 
do material importado. A SEAP dará con-
trapartida de R$ 800 mil e definirá 100 
espécies que deseja ter sequenciada. O 
programa terá duas etapas, a primeira, de 
pesquisa e desenvolvimento; e a segunda, 
de implementação.
CENTRO VOCACIONAL TECNOLÓGICO – 
Sete mil famílias da região dos municípios 
de Floresta, Petrolândia, Jatobá, Belém de 
São Francisco e Itacuruba serão beneficia-
das com a implementação do Centro Voca-
cional Tecnológico (CVT) de Aquicultura. O 
CVT vai possibilitar a capacitação profis-
sional dos pequenos produtores e jovens 
do ensino médio e destacar a demanda 
produtiva local desses municípios. A im-
plementação do CVT conta com o apoioda Finep, ligada ao Ministério de Ciência 
e Tecnologia, que aprovou a liberação de 
cerca de R$ 1,3 milhão para viabilizar o 
Projeto, que tem prazo para conclusão 
em dois anos. O Cefet-Petrolina, Univer-
sidade Federal Rural de Pernambuco e a 
Prefeitura de Itacuruba são parceiros da 
iniciativa. O principal responsável pelo 
desenvolvimento do Centro Vocacional de 
Tecnologia de Aquicultura será o Cefet-
Notícias & Negócios Notícias & Negócios
ceria para criarem uma Rede de Identifi-
cação Molecular de Pescado (RENIMP). O 
projeto foi apresentado no dia 24 de abril 
pelo Professor Antônio Solé-Cava, do La-
boratório de Biodiversidade Molecular da 
UFRJ, a diretores e técnicos da Secretaria. 
A RENIMP tem como meta desenvolver e 
implantar uma metodologia segura para 
a identificação molecular das principais 
espécies de pescado brasileiro. Dentre os 
seus objetivos estão: construir um ban-
co de referência nacional de sequências 
diagnósticas de pescado; estabelecer uma 
rotina segura de identificação, basea-
da no sequenciamento de DNA; otimizar 
a identificação para casos específicos de 
fraude conhecida; oferecer formação para 
técnicos do Governo no uso da metodolo-
gia desenvolvida. Os métodos de identi-
ficação de espécies devem: comprovar a 
autenticidade de amostras-padrão e a ho-
mogeneidade intra-específica; permitir um 
teste de presença/ausência da amostra; 
excluir equívocos em relação a espécies 
próximas; basear-se em procedimentos re-
produzíveis, seguros, rápidos e simples de 
executar e interpretar. A certificação das 
espécies interessa aos consumidores, que 
deixarão de pagar mais caro por pescados 
de qualidade inferior; aos conservacio-
nistas, que poderão evitar que espécies 
ameaçadas de extinção sejam pescadas e 
comercializadas ilegalmente; aos biólogos 
pesqueiros, que validarão a identificação 
13Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2009
senta a segunda maior atividade do Produ-
to Interno Bruto (PIB) da Noruega, ficando 
atrás apenas da produção petrolífera.
AQUICULTURA NO PROGRAMA DE AQUI-
SIÇÃO DE ALIMENTOS – A Comissão de 
Agricultura, Pecuária, Abastecimento e 
Desenvolvimento Rural aprovou a inclusão 
da aquicultura familiar e da pesca artesanal 
no Programa de Aquisição de Alimentos do 
governo federal. Por meio desse programa, 
criado pela Lei 10.696/03, o Executivo des-
tina a pessoas em situação de insegurança 
alimentar e nutricional alimentos compra-
dos de agricultores familiares. O objetivo 
é institucionalizar a aquisição de peixes, 
uma vez que essas pessoas têm dietas ricas 
em carboidratos, mas pobres em proteínas, 
minerais e vitaminas. O projeto estabelece 
que, para vender o pescado ao governo, os 
produtores deverão se enquadrar no Pro-
grama Nacional de Fortalecimento da Agri-
cultura Familiar (Pronaf) ou em outro equi-
valente em âmbito federal. Esse requisito 
Petrolina, executor do Projeto. A UFRPE 
e o Instituo de Tecnologia de Pernambu-
co (Itep) serão os co-executores. 
 
BRASIL + NORUEGA – No dia 5 de março foi 
firmado um acordo entre o Brasil e a Norue-
ga que inclui a criação de um Comitê para 
planejar as primeiras ações de colaboração 
no desenvolvimento da aquicultura e da pes-
ca oceânica. Segundo o ministro Gregolin, a 
colaboração será feita também através de 
intercâmbios entre as universidades brasi-
leiras e norueguesas, cientistas, pesquisado-
res e empresários dos dois países. Gregolin 
destacou ainda o interesse da Noruega no 
desenvolvimento da aquicultura na Amazô-
nia. “Os noruegueses têm uma preocupação 
muito grande com as questões climáticas 
e a possibilidade da produção de proteína 
animal proveniente da aquicultura como 
um instrumento de preservação da Floresta 
Amazônica, despertou o interesse deles”, 
disse o ministro. Atualmente a produção de 
pescado (aquicultura e pesca juntas), repre-
já vale para os agricultores familiares.
DIA DE CAMPO – A Embrapa Meio Ambiente 
(Jaguariúna, SP), a Apta Pólo Leste Pau-
lista, a Guabi Alimentos SA e a Bayer SA - 
Health Care realizaram no dia 4 de abril, o 
Dia de Campo sobre produção de tilápia em 
tanques-rede em represa rural, na sede da 
Apta Pólo Leste Paulista , Monte Alegre do 
Sul, SP. A tilápia é a principal espécie de 
peixe cultivado na região do Leste Paulista 
e no Dia de Campo foram discutidas expe-
riências da sua criação quando os partici-
pantes tiveram a oportunidade de atualizar 
seus conhecimentos sobre melhores práticas 
de manejo. O uso racional de alimentos (ra-
ções), a densidade de estocagem em tan-
ques rede, noções básicas sobre parâmetros 
físicos, químicos e biológicos de qualidade 
d’água, com demonstração prática da uti-
lização de equipamentos para procedimen-
tos de coleta, análise e monitoramento da 
qualidade d’água foram outros importantes 
temas abordados. 
Notícias & Negócios Notícias & Negócios
14 Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2009
15Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2009
Boas práticas no manejo sanitário
Parte 5
Na edição 108, iniciamos uma série de artigos 
sobre práticas eficientes e responsáveis empregadas no 
manejo na criação de peixes. O termo “manejo” aqui se 
refere às intervenções realizadas durante a criação. Estas 
intervenções buscam, dentre inúmeros objetivos, otimizar 
a produção e a rentabilidade nas pisciculturas, de maneira 
compatível com a manutenção de adequada qualidade 
ambiental, dentro e fora do empreendimento, possibili-
tando a oferta de produtos seguros ao consumidor. Nas 
próximas edições desta revista será dada continuidade a 
esta matéria com os temas:
	 •Parte	6	–	Boas	práticas	nas	despescas,	manuseio	e		
 classificações dos peixes
	 •Parte	7	–	Boas	práticas	no	transporte	de	peixes	vivos	
Manejo na produção 
de peixes
Por:
Fernando Kubitza, Ph. D.
Acqua & Imagem Serviços Ltda.
fernando@acquaimagem.com.br
No Brasil, do mesmo modo que em outros países, diversos empre-
endimentos aquícolas têm sua rotina marcada por surtos de doenças de 
diferentes intensidades. Estes surtos, muitas vezes, resultam em perdas 
econômicas consideráveis, que podem até mesmo selar o destino de um 
empreendimento ou da indústria aquícola de um país. No mundo há diver-
sos exemplos desse devastador efeito. Doenças virais dizimaram estoques 
de camarão cultivado na Ásia e no Equador, e também tiveram sua contri-
buição na crise da carcinicultura no Brasil. Doenças bacterianas em tilápia 
atingiram severamente alguns dos mais importantes empreendimentos do 
mundo e têm sido uma preocupação em nosso país. 
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16 Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2009
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Recentemente, no Chile, uma virose vem im-
pondo riscos e incertezas sobre o futuro da indústria 
salmoneira e sobre os milhares de empregos diretos 
e indiretos por esta sustentados. 
Por estas implicações as doenças são conside-
radas hoje o principal obstáculo para a intensificação 
e expansão da aquicultura no mundo. Estima-se que 
as perdas econômicas na aquicultura mundial devido 
a doenças superam a cifra dos US$ 9 bilhões ao ano. 
Produtores, técnicos, professores, pesquisadores, 
empresas privadas e gestores do setor precisam se 
antecipar a este obstáculo. Com a difusão e adoção 
de boas práticas de produção e manejo sanitário. 
Com pesquisas focadas nos reais problemas do 
setor e formação de profissionais preparados para 
atender a indústria. Através da oferta de serviços de 
diagnóstico ictiopatológicos e do desenvolvimento 
de medicamentos e vacinas eficientes na prevenção 
e controle das principais enfermidades. Com pron-
tidão, objetividade e bom senso na regulamentação 
do uso de produtos e medicamentos já avaliados 
como seguros e aprovados para uso em aquicultura 
em outros países. E, por fim, através do incentivo 
ao processo de registro de novos medicamentos e 
vacinas desenvolvidos especificamente para uso em 
aquicultura.
O artigo aqui apresentado expressa a impor-
tância da adoção de boas práticas de produção e de 
manejo sanitário como ferramenta fundamental ao 
sucessode um empreendimento aquícola, propor-
cionando condições adequadas ao bom desenvol-
vimento e saúde dos peixes, de forma a minimizar 
a ocorrência de doenças e, com isso, aumentar a 
rentabilidade da criação.
Fatores que predispõem os peixes às doenças
Doenças ocorrem quando há um desequilíbrio 
na relação entre os peixes, a qualidade do ambiente 
em que vivem e os potenciais patógenos, bem como 
quando os peixes são submetidos a estresse relacio-
nado ao manuseio, transporte, confinamento, entre 
outras adversidades comuns na rotina de produção 
(Figura 1). Muitos dos potenciais patógenos estão 
presentes no ambiente de cultivo. Alguns, até mesmo, 
se encontram residentes no próprio organismo dos 
peixes. Apenas aguardam uma oportunidade propícia 
para se manifestarem. Condições inadequadas de 
qualidade da água, má nutrição, manuseio grosseiro 
ou feito em momentos inadequados, temperaturas 
extremas, excessivo acúmulo de material orgânico 
nas unidades de produção (que favorece a prolife-
ração de diversos patógenos), exposição a produtos 
químicos e medicamentos, dentre outros desequilí-
Figura 1 – Representação da interação entre a qualidade 
ambiental, os fatores de estresse relacionados à produção e os 
patógenos sobre a saúde dos peixes
Figura 2 – Mortalidade crônica de catfish americano em tanques com 
elevada carga orgânica, excessiva proliferação de fitoplâncton e baixos 
níveis de oxigênio durante a madrugada
brios, comprometem a resistência dos peixes e beneficiam 
os patógenos, levando a um aumento nos problemas com 
doenças. No Quadro 1 são resumidos os principais fatores 
que afetam a resistência dos peixes aos agentes patogênicos 
e favorecem a ocorrência de doenças na piscicultura.
Parasitos e 
Patógenos
Estresses da 
produção
Alta densidade
Despesca
Transporte
Produtos químicos
Nutrição
Qualidade 
da água
17Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2009
•	Qualidade de água – exposição prolongada ao baixo oxigênio dissolvido e a com-
postos tóxicos como a amônia e o nitrito, prejudicam o crescimento e reduz a resistência 
dos peixes às doenças. O baixo oxigênio dissolvido geralmente está associado a uma alta 
carga orgânica no ambiente de cultivo. O acúmulo de material orgânico, além de prejudicar a 
qualidade da água, favorece a multiplicação de diversos organismos patogênicos. Mortalidade 
crônica devido a ocorrência de doenças (Figura 2).
•	Excessiva densidade (ou biomassa) – altas densidades de estocagem podem 
implicar em alta biomassa de peixe estocada nas unidades de cultivo. Esta biomassa, quando 
excede a capacidade de suporte do ambiente, pode causar desequilíbrios na qualidade da água 
e favorecer uma rápida disseminação dos patógenos devido a maior facilidade de contato e 
proximidade entre os animais, bem como pelo maior acúmulo de resíduos orgânicos (fezes, 
plâncton, sobras de alimento, etc.) por unidade de área ou volume dos tanques de cultivo. 
Altas densidades / biomassa demandam altas taxas de alimentação, aumentando a carga 
orgânica no ambiente de cultivo.
•	Temperaturas extremas e grande oscilação diária na temperatura – o conforto 
térmico para a maioria dos peixes tropicais geralmente está entre 25 e 28ºC. Sob condições 
extremas de temperatura (muito baixa ou muito alta) a resistência dos peixes às doenças 
pode ficar severamente comprometida. Instabilidade na temperatura (grande variação diária) 
também favorece a ocorrência de doenças. Geralmente, os produtores não podem controlar 
a temperatura em suas unidades de cultivo (salvo em sistemas fechados de produção) 
•	Má nutrição – deficiências nutricionais (vitaminas, minerais e outros nutrientes) 
comprometem a resposta imunológica dos peixes, o que favorece a ocorrência de doenças. 
Deficiências nutricionais são mais comuns em sistemas de produção onde os peixes não têm 
acesso a alimentos naturais que possam complementar eventuais deficiências das rações, a 
exemplo da criação de peixe em tanques redes, raceways e em sistemas de recirculação.
•	Manuseio inadequado – despescas, classificações, transferências e transportes de 
longa distância são operações rotineiras nas pisciculturas. O manuseio dos peixes durante 
estas operações deve ser feito com critério, técnica, equipamento adequado e pessoal trei-
nado. O ideal é deixar os peixes em jejum por pelo menos 24 horas antes de realizar qualquer 
manejo mais intenso (despesca, classificações, transportes, etc.). Os peixes não devem ser 
manipulados logo após as alimentações, pois neste momento suas demandas por oxigênio 
e energia são elevadas devido ao processo de digestão. Operações mais intensas de manejo 
devem ser programadas para os horários mais frescos do dia, evitando o manuseio dos peixes 
sob altas temperaturas. Com os peixes tropicais – como exemplo a tilápia e diversas espécies 
nativas – é recomendável minimizar, e até mesmo evitar, o manuseio durante o inverno, 
pois sob baixas temperaturas, a imunidade dos peixes é minimizada e há um grande risco 
de infecções por fungos ou bactérias. O manuseio dos peixes deve ser feito de forma rápida 
e suave, evitando ferimentos e minimizando o tempo de confinamento dos peixes durante o 
manuseio, este último um importante fator de estresse durante as operações de despesca, 
classificações e transferências.
•	Transporte inadequado e de longa duração – considerável mortalidade tem sido 
registrada durante e após o transporte de peixes. Uma parte desta mortalidade se deve 
aos descuidos no transporte (como o inadequado jejum dos peixes, déficits de oxigênio e 
excessivo acúmulo de gás carbônico na água de transporte). Ou ainda aos desequilíbrios 
fisiológicos e osmorregulatório desencadeados pelo estresse do manuseio e transporte. O 
estresse durante o manuseio e transporte resulta em diminuição da resposta imunológica 
dos peixes, favorecendo a ocorrência de infecções bacterianas, fúngicas e mesmo virais, que 
resultam em considerável mortalidade dos peixes pós-transporte.
•	Contínua exposição a produtos químicos e medicamentos – pode resultar em 
alterações fisiológicas, anemia, irritação das brânquias, má função hepática, danos a barreira 
mucosa e supressão da resposta imunológica dos peixes, entre outros efeitos adversos. Por-
tanto, os produtores devem procurar obter o máximo de informação a respeito dos produtos 
que dispõem para uso. A decisão pelo uso de medicamentos e profiláticos deve ser tomada 
com critério e baseada em recomendação de profissional especializado, de preferência com 
o respaldo de um diagnóstico seguro do agente patogênico envolvido.
Quadro 1 – Fatores que prejudicam a resistência imunológica dos peixes e 
favorecem o desenvolvimento e manifestação dos agentes patogênicos
18 Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2009
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o
Forma de disseminação das doenças
A disseminação de doenças ocorre facilmente através da água 
que abastece um empreendimento aquícola. Potenciais patógenos 
podem estar presentes na água de drenagem das pisciculturas e 
pesque pagues, bem como nos efluentes domésticos e industriais. 
Estes efluentes podem estar sendo lançados em mananciais que, 
em sua jusante, servem ao abastecimento de outras pisciculturas e 
pesque pagues. Desta forma, um problema sanitário rapidamente 
pode ser transferido de um a outro empreendimento. Outra forma 
de disseminação de doenças é através do transporte de peixes vivos, 
que com técnicas e equipamentos adequados, pode ser realizado a 
longas distâncias. Assim, a água usada no transporte, os equipamen-
tos e os peixes em si podem ser os veículos de patógenos entre uma 
piscicultura e outra. 
Boas práticas para a prevenção de doenças
Os produtores devem adotar boas práticas 
de manejo sanitário com o intuito de minimizar 
a ocorrência de doenças na criação. Na grande 
maioria das pisciculturas é praticamente impossí-
vel manter um ambiente livre de patógenos. Por-
tanto, é preciso saber conviver com os mesmos, 
buscando sempre manter adequadas condições 
para o bom desenvolvimento e saúdedos peixes. 
A inadequada qualidade da água, a má nutrição, 
o acúmulo de resíduos orgânicos, a presença de 
carcaças de animais mortos nas unidades de pro-
dução, o manejo grosseiro (nas despescas, classi-
ficações e transferências de peixes) e a introdução 
de peixes doentes nas unidades de cultivo, entre 
outras, são condições que devem ser evitadas. A 
seguir serão discutidas algumas das principais 
boas práticas para a prevenção de doenças nas 
pisciculturas.
Manutenção de adequada qualidade da água – 
através do monitoramento contínuo dos parâme-
tros críticos e da adequada correção, principal-
mente no que diz respeito ao oxigênio dissolvido. 
Mais informações sobre qualidade de água podem 
ser obtidas nas edições 45, 46, 47 (1998) e mais 
recentemente nas edições 109 e 110 (2008).
Nutrição e alimentação adequadas – o manejo 
nutricional e alimentar deve ser ajustado de acor-
do com a espécie cultivada, a etapa de desenvolvi-
mento e o sistema de produção adotado (conforme 
apresentado na edição 111 desta revista). Peixes 
bem nutridos são menos susceptíveis às doenças 
e mais tolerantes ao manuseio e transporte. O 
produtor deve evitar alimentar excessivamente 
os peixes. A severidade de algumas doenças pode 
ser agravada quando os peixes são alimentados 
em excesso (ver edição 105 desta revista). Os 
alimentos (rações) devem ser armazenados em 
locais adequados, protegidos de animais (imple-
mentar controle de roedores), do excessivo calor 
e da umidade. Alguns produtores, por questões 
econômicas ou por desconhecimento, acabam 
aproveitando os resíduos de processamento de 
pescado ou carcaças de outros animais, para uso 
direto na alimentação dos peixes ou, então, para 
o preparo de rações caseiras (Figura 3). O uso 
destes resíduos deve ser evitado, pois estes são 
excelentes substratos e veículos para diversos 
patógenos, e podem auxiliar a fechar o ciclo e a 
aumentar a capacidade de infecção (ou virulência) 
de um determinado patógeno.
•	Via	oral	-	através	da	água	ingerida,	do	alimento	natural,	da	prática	
do canibalismo sobre peixes vivos ou mortos; da ingestão de fezes 
de outros peixes; do consumo de rações contaminadas, de esterco e 
de carcaças de outros animais; do uso de restos de processamento de 
produtos animais na confecção de rações para os peixes;
•	Infecção	através	da	água	que	circula	pelas	narinas	dos	peixes;
•	Ferimentos	(lesões)	no	corpo	e	nas	brânquias,	que	servem	como	porta	
de entrada para diversos patógenos (bactérias, fungos, vírus);
•	Contato	direto	entre	os	peixes	(transmissão	horizontal)	–	via	narinas,	
via oral, via brânquias, via pele (ferimentos), entre outras;
•	Da	mãe	para	os	filhos,	através	de	ovos	infectados	(transmissão	
vertical);
•	Infecção	através	de	vetores	específicos	-	parasitos	externos,	por	exem-
plo, podem servir como reservatório de patógenos e/ou funcionar como 
vetores destes durante seu trabalho de parasitismo sobre os peixes.
Vias de infecção dos peixes
Os peixes contraem agentes patogênicos através do contato com a 
água, equipamentos e instalações infectadas. Também através do contato 
direto com outros peixes doentes ou através da ingestão de alimentos 
contaminados. As rotas de entrada de organismos patogênicos são: via 
oral, pela ingestão de água e alimento contaminado; via narinas, sendo 
infectados por patógenos livres na água; via canibalismo, onde peixes 
sadios acabam comendo peixes mortos ou moribundos infectados; e 
através de lesões na pele e brânquias (Quadro 2). Ainda há a possibili-
dade de infecções verticais, ou seja, um determinado patógeno pode ser 
transmitido da mãe para os filhos através de ovos infectados. Essa é uma 
via comum de infecção no caso de viroses.
Quadro 2 - Principais vias de infecção dos peixes por 
agentes patogênicos
19Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2009
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anejo
Figura 3 – Cabeças de frango (a) e descartes de pescado 
(b) usados como ingredientes na produção de rações 
caseiras para peixes: potenciais fontes de patógenos
Ajuste nas densidades de estocagem – que devem ser 
feitos de acordo com a capacidade de produção em cada 
fase de cultivo e conforme os limites do sistema de pro-
dução utilizado.
Aquisição de peixes sadios – na chegada de novos peixes 
à piscicultura, o produtor deve ficar atento a sinais indica-
tivos de doenças ou parasitos. O fato de não ser detectado 
parasitos a olho nu, ou mesmo sinais indicativos de doen-
ças, não assegura que os peixes adquiridos estejam livres de 
organismos patogênicos. Muitos parasitos somente podem 
ser visualizados ao microscópio e alguns patógenos, como 
exemplo bactérias e vírus, podem estar hospedados nos 
peixes sem manifestar sinais de infecção. Desta forma, 
sempre que possível, os animais recém adquiridos devem 
ser mantidos em uma unidade de cultivo isolada das demais 
por um período de ao menos 30 dias. No recebimento destes 
peixes deve ser feito um raspado do muco (das brânquias e 
do corpo) de alguns exemplares para verificar ao micros-
cópio se há presença significativa de parasitos, indicando 
assim a necessidade ou não de um tratamento preventivo 
ou curativo logo na chegada dos peixes. Daí a importância 
de se adquirir alevinos, juvenis ou matrizes de produtores 
profissionalizados e capazes de comercializar peixes livres 
de parasitos e sem sinais de doenças.
Observação contínua do comportamento dos peixes 
nas unidades de produção – o produtor deve ficar atento 
à resposta alimentar dos peixes. A redução no apetite e a 
presença de sobras de alimento pode ser um sinal indicativo 
de problemas na qualidade da água ou do início da insta-
lação de uma enfermidade. Natação errática ou letárgica, 
peixes se raspando contra as paredes e fundo dos tanques 
ou, ainda, boquejando na superfície da água sob condições 
de adequado oxigênio, são alterações comportamentais que 
podem indicar a ocorrência de infestações parasitárias 
ou doenças.
Realização de exames rotineiros – a presença e o grau 
de infestação por parasitos, bem como eventuais sinais 
clínicos de doenças devem ser avaliados rotineiramente 
em amostras de peixes retiradas das unidades de produção. 
Estes exames devem ser feitos tanto em peixes moribun-
dos que apresentam os sinais clínicos da enfermidade, 
como em peixes aparentemente sadios, sem quaisquer 
sinais de doença. Tal procedimento permite a detecção de 
infestações parasitárias e de sinais clínicos ainda no início 
do estabelecimento de uma enfermidade, possibilitando 
a adoção de medidas que previnam o agravamento da 
situação. Mais informações sobre como proceder nestas 
avaliações da saúde dos peixes podem ser encontradas 
nesta revista, na edição 62 (2000).
Controle de infestações parasitárias – parasitos podem 
ser potenciais vetores de doenças. Assim, o tratamento 
preventivo e curativo contra parasitos é uma forma eficaz 
de prevenir doenças mais severas na produção de peixes. 
Estes tratamentos devem ser realizados sob a orientação 
de um profissional experiente.
Rotina de remoção de peixes moribundos ou mortos – 
estes peixes são potenciais reservatórios de agentes pato-
gênicos e devem ser rapidamente removidos das unidades 
de produção (Figura 4). Peixes sadios podem consumir 
parte das carcaças destes peixes mortos e acelerar o pro-
cesso de infecção. 
20 Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2009
21Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2009
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anejo
Manejo adequado nas despescas, 
classificações, transferências e trans-
porte de peixes – mortalidades devido 
à infecções por fungos e/ou bactérias 
são comuns após o manuseio e o trans-
porte. Essas perdas podem ser signi-
ficativamente minimizadas com o uso 
de técnicas e equipamentos adequados, 
bem como de pessoal devidamente trei-
nado, reduzindo o estresse fisiológico e as injúrias físicas nos 
peixes. Deixar os peixes em jejum por 24 a 48 horas antes do 
manuseio e transporte aumenta a sobrevivência dos peixes após 
a operação. No transporte de peixes vivos, prover condições 
que amenizem o estresse dos peixes,como a salinização e o 
abaixamento da temperatura da água e o controle nos níveis 
de oxigênio de forma a manter um adequado fluxo de oxigênio 
nos tanques de transporte. 
Estabelecimento de uma rotina de limpeza e desinfecção de 
equipamentos e instalações – realizar a limpeza e desinfecção 
de redes, caixas de transporte, puçás, hapas, barcos, platafor-
mas, peças do vestuário dos funcionários, incubadoras, classi-
ficadores, tanques e caixas d’água, caixas plásticas, sacolas de 
manejo, baldes, entre outros equipamentos usados na rotina de 
produção das pisciculturas. A limpeza dos equipamentos pode 
ser feita com água pressurizada, ou através de lavagem com 
sabão em pó. Diversos compostos podem ser usados como 
desinfetantes. Alguns com espectro de ação mais abrangente 
e outros com eficácia apenas sobre um número restrito de 
organismos patogênicos. A eficiência destes desinfetantes de-
pende da concentração empregada, do pH da água usada para 
a dissolução do produto, da presença de material orgânico nos 
equipamentos ou água a ser desinfetadas e da pré-limpeza dos 
equipamentos. Produtos como o cloro (hipoclorito de sódio), 
água oxigenada, formalina, iodo, sal, permanganato de potás-
sio, amônia quaternária, alguns ácidos (em soluções diluídas), 
entre outros, podem ser usados como desinfetantes. Precauções 
devem ser tomadas para evitar o contato direto com a pele e a 
inalação dos vapores de alguns destes produtos durante o uso. 
Luvas e máscaras são equipamentos essenciais na manipula-
ção destes e de suas soluções. Alguns equipamentos, depois 
de limpos, podem ser expostos ao sol, permitindo a ação dos 
raios ultravioletas sobre potenciais organismos patogênicos. 
Figura 4 – Peixes mortos devem ser 
prontamente removidos das unidades de 
produção, para diminuir o potencial de 
infecção dos peixes sadios. A unidade 
de produção com problema, no caso 
do cultivo de peixes em tanques rede, 
deve ser afastada das demais unidades 
de produção
Expor periodicamente (ao final de cada ciclo de produção) 
o fundo dos tanques ao sol também é um bom procedimento 
para redução na carga de organismos patogênicos nos tanques 
de cultivo. Aplicação de cal hidratada ou cal virgem no fundo 
dos tanques também complementa a desinfecção iniciada pelo 
sol, sendo uma prática importante sempre que tenha ocorrido 
problemas sérios de doenças no ciclo anterior de produção.
Restrição de visitas à propriedade – evitar ao máximo as 
visitas à propriedade, ou restringir o acesso dos visitantes a 
áreas menos críticas, sem descuidar do emprego de medidas 
de higienização preventiva (desinfecção do exterior, das rodas 
e do assoalho dos veículos; instalação de pedilúvio ou lava 
botas na entrada dos laboratórios; uso de roupa e calçados 
limpos fornecidos pela empresa; lavagem de mãos e braços, 
entre outras precauções). 
Contar com os serviços de profissional especializado – para 
a implantação de um programa de sanidade em seu empre-
endimento. Este profissional é capaz de avaliar os procedi-
mentos de produção empregados e detectar pontos críticos 
referentes à infraestrutura de produção e manejo, apontando 
soluções que podem contribuir com a redução dos problemas 
associados às doenças, melhorando os resultados econômicos 
do empreendimento.
Procedimentos básicos quando da ocorrência de mortali-
dade ou de alterações no comportamento dos peixes.
Diante da observação de anormalidades comportamen-
tais ou de sinais clínicos de doenças (ver Quadro 3) ou ainda 
já diante de mortalidade crônica dos peixes, o produtor deve 
proceder da seguinte forma:
22 Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2009
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o
Verificar a qualidade da água nas unidades de produ-
ção afetadas, em particular os níveis de oxigênio dissolvido 
na água nas primeiras horas da manhã e a concentração de 
amônia tóxica, entre outros parâmetros críticos.
Coletar alguns peixes moribundos e que apresentem 
os sinais clínicos da doença para análises parasitológicas e 
microbiológicas. Caso o produtor disponha de equipamen-
tos (material de dissecação e microscópio) e conhecimento 
para uma primeira análise, pode analisar alguns raspados 
do muco das brânquias e do corpo dos animais afetados 
para verificar a presença de parasitos. Também pode reali-
zar uma minuciosa análise macroscópica, para verificar a 
presença de sinais clínicos de doenças. Todos os achados 
nesta primeira análise devem ser registrados, juntamente 
com as observações sobre o comportamento dos peixes 
ainda nos tanques. Hoje com o recurso de câmeras digitais é 
possível sacar boas fotografias de parasitos visualizados ao 
microscópio, bem como dos peixes doentes e seus principais 
sinais clínicos (Figura 5). Estas fotos podem ser enviadas 
por e-mail a profissionais que podem auxiliar no diagnóstico 
do problema.
Figura 5 - Fotos de parasitos de peixes vistos ao microscópio (A - monogenóide 
em raspado do muco das brânquias; B - Epistylis, em raspado de lesão sobre 
pele) e C – foto de uma tilápia doente ilustrando alguns sinais clínicos (lesão e 
hemorragia na pele)
O envio de amostras de peixes para um laboratório de 
diagnóstico – quando o diagnóstico no local não for possível, 
amostras de peixes vivos com sinais da doença devem ser en-
viadas a laboratórios especializados, onde há maior chance de 
se determinar o agente patogênico. Muitos destes laboratórios 
podem realizar antibiogramas (teste de eficiência de antibióti-
cos, no caso de infecções bacterianas) ou testes de dosagem de 
medicamentos administrados na forma de banhos, provendo 
uma recomendação mais eficaz na tentativa de controlar a 
doença (Figura 6). Caso não seja possível enviar amostras de 
peixes vivos, os exemplares coletados deverão ser sacrificados 
imediatamente e acondicionados em sacos plásticos sem água 
e colocados em caixas térmicas com gelo ou “gel pack” em 
quantidade suficiente para manter a amostra resfriada até que 
esta chegue ao laboratório para análise. Verifique com o labo-
ratório a forma mais adequada para envio das amostras e quais 
são as informações que precisam para auxiliar no diagnóstico 
dos problemas. Os laboratórios de ictiopatologia geralmente 
fornecem um questionário que deve ser preenchido pelo produtor 
para auxílio na compreensão do problema. 
Figura 6 – Laboratório especializado 
no diagnóstico de doenças em peixes 
– Auburn, Alabama, USA. Meio de 
cultura com teste da eficácia de 
antibióticos (antibiograma)
Em caso de uma mortalidade significativa, um bom 
procedimento é reduzir ou interromper a alimentação por um a 
três dias e observar se a mortalidade diminui, além é claro da 
adoção dos procedimentos anteriormente mencionados.
O produtor também deve evitar o manuseio dos peixes 
doentes (classificações, transferências, transporte vivo) até que 
as condições retornem ao normal.
Peixes mortos e moribundos devem ser removidos dia-
riamente, pois servem como potencial reservatório do patógeno. 
Peixes sadios podem se alimentar com as carcaças destes peixes 
mortos e assim contrair a doença. As carcaças devem ser dispos-
tas adequadamente em aterros ou em pilhas de compostagem.
No caso da criação de peixes em tanques rede, os tanques 
que apresentam significativa quantidade de peixes moribundos 
ou mortos devem ser afastados, quando possível, dos demais.
Realizar a limpeza e desinfecção dos equipamentos de uso em 
comum entre as unidades de produção (redes, puçás, roupas de tra-
balho, caixas de transporte, baldes, entre outros), de forma a impedir 
a propagação do problema para outros setores da piscicultura.
23Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2009
Saiba mais: Quem é assinante lê on-line
A Panorama da AQÜICULTURA sugere a leitura de artigos 
relativos ao tema, publicados em edições anteriores.
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anejo
A importância de um diagnóstico preciso do problema
Grande parte da ineficiência das medidas de prevenção 
e controle de doenças nas pisciculturas deve ser creditada a 
falta de um diagnóstico preciso do problema. Invariavelmenteos tratamentos são feitos na base da tentativa e erro, minis-
trando-se medicamentos na água ou nas rações, muitas vezes 
sem qualquer noção da dose efetiva, sem conhecimento da 
composição do produto, seus efeitos colaterais e sua eficácia 
sobre a doença sendo enfrentada.
Grande parte do esforço empregado nos tratamentos “ce-
gos” hoje realizados nas pisciculturas pode ser poupada com o 
correto diagnóstico da doença e seu agente causador, bem como 
através da realização de testes de eficiência dos medicamentos. 
Isso significa rapidez e eficiência no controle do problema e 
economia de dinheiro.
Assim, sempre que possível, busque auxílio junto 
a um laboratório de diagnóstico de doenças em peixes 
e conte com o suporte de um profissional experiente na 
implementação das medidas imediatas de controle da 
enfermidade e na implantação de procedimentos para 
minimizar a ocorrência de doenças no futuro. 
•	Alterações no Comportamento
Perda total ou redução no apetite
Letargia - natação vagarosa ou o peixe fica parado
Natação errática
Peixes ficam boquejando na superfície (asfixia) 
Peixes raspam o corpo em alguma superfície (prurido) 
•	Sinais Clínicos Externos 
Hemorragia (pele, olhos, tronco, nadadeiras, boca, abdô-
men, ânus) 
Lesões corporais (necroses, úlceras e furúnculos) 
Manchas despigmentadas (descoloridas) pelo corpo 
Abdômen inchado (ascite) ou comprimido (barriga seca)
Escamas eriçadas 
Olhos saltados e córnea opaca (catarata) 
Coloração anormal: escurecimento ou palidez 
Excessiva produção de muco no corpo e nas brânquias 
Palidez das brânquias (sinal indicativo de anemia) 
Áreas necrosadas ou podridão das brânquias
Inflamação das brânquias (inchaço, vermelhidão e san-
gramento) 
Pontos brancos, amarelos ou pretos no corpo (cistos) 
Necroses nas nadadeiras (podridão, erosão, ablação) 
•	Sinais Clínicos Internos 
Vísceras e/ou órgãos internos (fígado, baço e rins) he-
morrágicos
Fluído claro ou opaco na cavidade abdominal 
Fluído amarelado ou sanguinolento no intestino 
Lesões tipo úlceras no fígado 
Hiperplasia (aumento de tamanho) dos órgãos internos 
Fígado: cor anormal, aspecto friável e margens espessas
Baço de tamanho aumentado, com margens espessas e 
coloração escura
Pontos brancos no fígado, rins, coração e/ou no baço
Quadro 3 - Alterações comportamentais e sinais clínicos 
externos e internos que servem como indicativos de uma 
enfermidade nos peixes 
Monitorando a saúde dos peixes 
(Panorama da Aqüicultura - Edição 62 Novembro/Dezembro 2000)
Atenção no manejo dos peixes na saída do inverno 
(Panorama da Aqüicultura - Edição 96 Julho/Agosto 2006)
Antecipando-se às doenças na Tilapicultura 
(Panorama da Aqüicultura - Edição 89 Maio/Junho 2005)
A versatilidade do sal na piscicultura 
(Panorama da Aqüicultura - Edição 103 Setembro/Outubro 2007)
Excessiva alimentação pode agravar a mortalidade de peixe em 
sistemas intensivos de cultivo 
(Panorama da Aqüicultura - Edição 105 Janeiro/Fevereiro 2008)
Tilápia na mira dos patógenos 
(Panorama da Aqüicultura - Edição 107 Maio/Junho 2008)
O perigo do uso indiscriminado de medicamentos
Grande parte dos produtores desconhece as boas práticas 
de produção, nem contam com uma equipe de funcionários su-
ficientemente treinada para realizar um manuseio adequado dos 
peixes (despescas, classificações, transferências, entre outros 
manejos). Como se isso não bastasse, também não dispõem de 
equipamentos adequados para um eficiente manejo. Por tudo isso, 
mais a falta de um diagnóstico preciso dos problemas sanitários 
e a experiência de altas mortalidades após operações específi-
cas de manejo e durante o curso da criação, muitos produtores 
acabam lançando mão do uso de rações medicadas com grande 
frequência. Os principais problemas com o uso indiscriminado 
de medicamentos – em particular os antibióticos – como forma 
de compensar deficiências do manejo são: o aumento no custo de 
produção; o desenvolvimento de cepas de bactérias resistentes 
aos antibióticos disponíveis; a destruição de outros organismos 
naturais importantes na ecologia do ambiente aquático; a redução 
da resistência dos peixes às doenças (proporcionadas por alguns 
antibióticos); os efeitos colaterais adversos que prejudicam a saúde 
dos peixes; o maior risco aos funcionários com a manipulação 
contínua de medicamentos; e a possibilidade de permanência de 
resíduos acima do permitido na carne dos peixes, quando não se 
respeita o período de carência dos produtos.
24 Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2009
INFORME EMPRESARIAL
 Nos Estados Unidos os prejuízos causados por algas azuis 
(cianobactérias) custam milhares de dólares todos os anos à industria 
do catfish cultivado (Fishsite, abril 2008). O “sabor de lama” ou “sa-
bor de terra” off-flavor em peixes, camarões e outros invertebrados 
deve-se principalmente a dois terpenos: geosmina e 2-metilisoborneol 
(MIB). A geosmina (trans-1,10-dimetil-trans-9-decalol) tem um gosto 
de lama/terra e o MIB (1,2,7,7-tetrametil-exo-biciclo-heptano-2-ol) 
tem gosto de mofo/bolor. Estes compostos são problemas não só para 
a aquicultura, mas também para a indústria de alimentos, bebidas e na 
indústria de água potável. O olfato humano pode detectá-los (i.e. 
nós podemos cheirá-los) em concentrações bem pequenas de 4 
a 15 ng/l. Eles se acumulam nos lipídeos do peixe e podem ser 
tóxicos, por exemplo, a geosmina é tóxica para truta em concen-
trações de 0,45 mg/l e o MIB é tóxico à 10 mg/l.
A maioria dos organismos produtores destes compostos está 
constituída por:
• Espécies de cianobactérias do gênero Anabaena, Oscillatoria, 
Phormidium, Lyngbya, Leptolyngbya, Microcoleus, Nostoc, 
Planktothrix, Pseudanabaena, Hyella e Synechococcus.
• Espécies de Actinomicetos do gênero Streptomyces, Nocardia 
e Microbispora.
• Outros microorganismos incluindo muitos fungos de solo, e.g. 
Penicillum e Aspergillus, bactérias deslizantes e a mixobactéria 
Nannocystis exedens.
Combatendo o off-flavor na tilápia
Por: Denny Chavez1, Teófilo Rivera2, Jaime Quinto2, David Moriarty3,4 e Olivier Decamp3
1 –INVE Ásia Services, Tailândia; 2- Ruby Aquaculture, Filipinas; 3- INVE Aquaculture Health, 
Tailândia; 4- Center for Marine Studies, University of Queensland, Australia.
O off-flavor na tilápia é 
responsável por perdas substan-
ciais aos produtores, na forma de 
peixes não aptos à comercializa-
ção. As soluções atuais incluem 
o uso de depuração em tanques 
com água clara e procedimentos 
especiais de alimentação. O uso 
de probióticos é uma solução ba-
seada no exemplo das Filipinas.
Alguns microorganismos excretam geosmina ou MIB no 
ambiente, enquanto outros retêm a maior parte dentro da célula. 
A maioria destes microorganismos é bentônica ou perifítica. Por 
esta razão espécies de peixes detritívoros que se alimentam sobre 
o perifiton, micróbios bentônicos ou matéria orgânica em decom-
posição, ingerem microorganismos com geosmina e MIB.
O problema na tilápia de água doce
Este é um problema comum em tilápia cultivada em 
viveiros ou em sistemas de recirculação em água doce. Em um 
recente artigo, Guttman e van Rijn (2008) reportam como condi-
ções aeróbicas e organicamente ricas, prevalecentes em sistemas 
de recirculação, estimulam o crescimento de actinomicetos e a 
subseqüente produção de geosmina e MIB.
Para produtos de tilápia destinados a mercados interna-
cionais ou domésticos de primeira linha, o controle do off-flavor 
é um pré-requisito para o marketing. A maioria das grandes 
fazendas agora incorporam a fase de depuração entre a despesca 
e o processamento. Peixes tratados desta maneira podem per-
der até 4% em peso após o tratamento. Isto pode ser um custo 
adicional significante para o aquicultor. Ao mesmo tempo que 
o procedimento reduz grandemente as chances do off-flavor, ele 
também reduz a quantidade de resíduos excretados pelos peixes 
na água de transporte e a contaminação do produto com as fezes. 
25Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2009
Contudo, tais soluções aumentam consideravelmente

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