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A Exclusão Social de Deficientes Mentais no Ambiente Escolar Introdução: O livro “A História da loucura na Idade Clássica” escrito pelo filósofo Michel Foucault, publicado em 1961 pela editora Plon (FOULCAULT, Michel. 1961), É uma importante referência bibliográfica no entendimento do processo de transformação da loucura em doença mental e de seu encarceramento nos asilos. Idade Média (século V ao XV) - Período marcado pela epidemia da Lepra na Europa, por isso, cria-se os leprosários, com o intuito de excluí-los da sociedade. Com o desenrolar do período, os leprosários foram desaparecendo, passando a ser ocupados por pessoas que não contribuíam para a sociedade: os portadores de doenças venéreas, os doentes mentais, dentre outros. As causas e tratamentos da “loucura” continuam sendo uma incógnita para cientistas; Renascimento (meados do século XIV e o fim do século XVI) – Loucura x Razão. Século XVII – Mercantilismo: Todo aquele que não produz para o crescimento da nação era inserido no conjunto dos mendigos e dos malucos. “Nau dos Loucos” Introdução: Século XVIII -Philippe Pinel, considerado o pai da psiquiatria, propôs uma nova forma de tratamento aos “loucos”, libertando-os das correntes e transferindo-os aos manicômios, lugar destinado a princípio para os doentes mentais. No entanto, com o passar do tempo, esse tratamento moral de Pinel vai se modificando, permanecendo apenas as ideias corretivas do comportamento. Século XIX - O tratamento dos deficientes mentais incluía medidas físicas, como duchas de água fria e chicotadas. Século XX – O Psiquiatra italiano Franco Basaglia inicia uma radical transformação do tratamento e das instituições psiquiátricas. Assim, iniciou a Luta Antimanicomial; Sancionada a lei 10.216 procurando atender a Saúde Mental da população. Aliada a essa luta, nasce o movimento de Reforma Psiquiatra, propondo a construção de uma rede de serviços e estratégias comunitárias, inclusivas e libertárias. Introdução: Segundo a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) no Art. 2º da Lei Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015, entende-se pessoa com deficiência como “aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.” (Brasil, 2015). De acordo com o Art. 27 da Lei Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015 “A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistemas educacionais inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem” (Brasil, 2015). Diagnóstico Situacional: A importância da escola na vida desses sujeitos são para não somente propiciar o desenvolvimento de habilidades como também desfazer esses equívocos que impedem a inserção social. Participação dos gestores de escola, professores e demais profissionais da área da educação, juntamente com profissionais da saúde. Rejeição➝ Sentimento de incapacidade e invalidez➝ Agressividade; Uma sociedade inclusiva se baseia no respeito aos direitos humanos, na liberdade, diversidade, justiça social de grupos vulneráveis e marginalizados em busca da participação democrática e do exercício dos direitos, podendo favorecer a participação dessas pessoas com deficiência em todas as esferas da vida. Justificativa: O temor existente em relação aos estudantes com deficiência, se explica pela história de invisibilidade e descrédito dessas crianças e jovens pertencentes a esse grupo social no cenário educacional brasileiro. É de extrema importância intervir no ambiente escolar. Podendo trazer novos olhares, fazendo com que esses deficientes não sejam vistos como incapazes, visando à deficiência como condição e não doença. O papel do psicólogo no atendimento ao deficiente mental se amplia. A atenção especial nas escolas deve ser dada ao desenvolvimento de condutas e habilidades que facilitem a adequação desse indivíduo às normas sociais, aumentando as suas chances de interação social e profissional. Objetivos: Reabilitação social, apresentando as devidas condições a esses deficientes. Ampliamento das trocas sociais, afetivas e materiais. Como os profissionais da própria instituição devem se organizar para dar toda assistência necessária aos portadores de deficiência mental. Dar condições a esses deficientes de exercerem suas potencialidades e capacidades de forma independente e autônoma. Metodologia: O desconhecimento e as dificuldades que as instituições de ensino enfrentam ao lidar com alunos com deficiência mental ainda são grandes. Processos de inclusão e aprendizagem. Quais mudanças a própria instituição escolar pode fazer para mudar esse cenário? Quais intervenções psicológicas poderiam ser utilizadas para o processo de reabilitação social? A técnica de Grupo Operativo consiste em um trabalho com grupos, cujo objetivo é promover um processo de aprendizagem para os sujeitos envolvidos. Atividades propostas pelos Grupos Operativos : O Sociodrama, técnica desenvolvida pelo Médico e Psicólogo Jacob Levy Moreno. Aplicação do teste WISC-IV, Buscando avaliar a capacidade intelectual das crianças e o processo de resolução de problemas, considerando o objetivo do uso dos resultados de modo a atender as demandas dos alunos com e sem deficiência mental da instituição. Técnicas utilizadas: A Técnica do Espelho, da Estátua e a de Inversão de Papéis. Cronograma: Encontros Semanais, onde se juntariam alunos, professores e psicólogo da instituição. Os encontros aconteceriam nas terças-feiras, das 09:00 às 11:00, por todo semestre. Proposta do primeiro encontro: Apresentação da turma, professores e psicólogo. Esclarecimento e objetivo do que seria uma melhor integração dos alunos entre si, e incentivar a inclusão de cada um, respeitando suas limitações e espaço, mas promovendo o debate e união. Os encontros apresentam: Esclarecimentos, Dia de educação física, Cinema na escola, Dia de teatro, Sociodrama, Fortalecendo os vínculos, Discussão em grupo, Dia de estudos e entre outros. Total de 19 encontros. Recursos Humanos e físicos: Humanos: • 30 alunos de uma mesma classe do Ensino Fundamental; • Professores; • Psicólogo da instituição. Físicos: • A instituição de ensino; • Uma sala onde as atividades possam ser realizadas; • Filmes: UMA lição de amor. Direção de Jessie Nelson. EUA: Bedford Falls Productions, 2001; Cordas. Direção de Pedro Solís García. Espanha, 2014; • Aparelho de DVD com televisão, ou computador e projetor para assistir aos filmes e para as aulas que necessitem de sua utilização; • Papel e lápis; • Itens para as atividades de Educação Física, tais como bolas, vendas, etc. Resultados esperados e considerações finais : Diferentes aspectos referentes a exclusão social de deficientes mentais no âmbito escolar com o objetivo de proporcionar a reabilitação social destes, além de oferecer estratégias à organização de ensino no intuito de garantir toda assistência necessária aos portadores de deficiência mental. Esclarecimento sobre questões relativas à sua aprendizagem, garantindo-lhes melhores e maiores condições de inclusão escolar. A evolução significativa nas características de personalidade e nas aquisições acadêmicas dos alunos, além da melhora nos padrões de comunicação, atitudes e ajustamento emocional destes. As técnicas escolhidas tiveram como resultados a ideia de interação, desenvolvimento e aprendizagem em grupo. Visualizando os alunos como sujeitos contextualizados,a partir de suas interações, no inter-jogo entre a vida psíquica e a estrutura social. Grupo: Bruna Lalinka; Gazielly pinheiro; Lara Silva; Larissa ribeiro; Referências: TONELOTTI, Francieli Trevizan Fernandes. Deficiência Intelectual: Inclusão Escolar e Social. Psicologado, [S.l.]. (2019). Disponível em https://psicologado.com.br/atuacao/psicologiasocial/deficiencia-intelectual-inclusao-escolar-e-social . Acesso em 20 Mai 2020. TERESA, Maria. Educação escolar de deficientes mentais: problemas para a pesquisa e o desenvolvimento. Scielo. Campinas, 1998. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-32621998000300009. Acesso em 29 de maio de 2020 JURDI, Andréa Perosa Saigh; AMIRALIAN, Maria Lúcia Toledo de Moraes. A inclusão escolar de alunos com deficiência mental: uma proposta de intervenção do terapeuta ocupacional no cotidiano escola. 2006. Estud. psicol. (Campinas) v.23 n.2 Campinas abr./jun. 2006. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103- 166X2006000200009&lng=pt&nrm=iso. Acesso em 20 maio 2020. Referências: LEÃO, Adriana; BARROS, Sônia. Inclusão e exclusão social: as representações sociais dos profissionais de saúde mental. 2011. Interface (Botucatu) vol.15 no.36 Botucatu Jan./Mar. 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414- 32832011000100011. Acesso em 20 maio 2020. PICHON-RIVIÈRE, E. Teoria do vínculo. São Paulo: Martins Fontes, 1988. E-book. FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. São Paulo: Paz e terra, 1993. Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/594559/mod_resource/content/2/Texto6-Freire1parte.pdf> Acesso em 29 de maio de 2020. Rogers, C. R. Tornar-se pessoa. (2012). São Paulo, SP: Martins Fontes. (original publicado em 1961). Disponível em: <https://psicologadrumond.files.wordpress.com/2013/08/tornar-sepessoa-carl-rogers.pdf> Acesso em 29 de maio de 2020. Referências: Figura 1 - "A NAU DOS INSENSATOS: UMA ALEGORIA CADA VEZ MAIS FAMILIAR". Disponível em: http://obviousmag.org/superantropia/2015/a-nau-dos-insensatos-uma-alegoria-cada-vez-mais-familiar.html. Figura 2 - "Loucura". Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Loucura. Figura 3 - "Dia Nacional da Luta Antimanicomial". Disponível em: https://www.pmtresdemaio.com.br/site/noticias/saude/3603-encontro-regional-da-luta-antimanicomial-ocorre-dia-16-de-ma.
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