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Contratos Civil e Empresarial Aula 13 05-1

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CONTRATOS CIVIL E 
EMPRESARIAL 
Prof. Edson Soares da Silva, M.Sc. 
Comissão 
Prof. Edson Soares, MSc. 
2 
 Art. 693. O contrato de comissão tem por objeto a aquisição ou 
a venda de bens pelo comissário, em seu próprio nome, à conta 
do comitente. 
 Das Partes: 
 Comitente: é a pessoa que paga determinada remuneração 
a outra em razão da incumbência que lhe faz para vender, 
comprar ou praticar outros atos conforme suas específicas ins-
truções, ou seja, é o contratante. 
 Comissário: é a pessoa contratada que recebe poderes de 
outra para comprar, vender ou praticar outros atos, mediante 
o recebimento de uma remuneração previamente acertada, 
que é a comissão. 
 
Comissão 
Prof. Edson Soares, MSc. 
3 
 Art. 694. O comissário fica diretamente obrigado para com as 
pessoas com quem contratar, sem que estas tenham ação contra 
o comitente, nem este contra elas, salvo se o comissário ceder 
seus direitos a qualquer das partes. 
 Art. 695. O comissário é obrigado a agir de conformidade com 
as ordens e instruções do comitente, devendo, na falta destas, 
não podendo pedi-las a tempo, proceder segundo os usos em 
casos semelhantes. 
 Parágrafo único. Ter-se-ão por justificados os atos do comis-
sário, se deles houver resultado vantagem para o comitente, e 
ainda no caso em que, não admitindo demora a realização do 
negócio, o comissário agiu de acordo com os usos. 
 
Comissão 
Prof. Edson Soares, MSc. 
4 
 Embora, sob vários aspectos, o comitente se assemelhe ao 
mandante, nem sempre ele o é, pois a comissão pode resultar 
de mandato ou simplesmente das ordens para execução de 
atos comerciais, que são feitos sob o nome e responsabilidade 
do comissário, que, assim, age autonomamente perante os 
terceiros com quem contrata. 
 A responsabilidade do comitente, relativamente aos atos pra-
ticados pela pessoa a quem os incumbiu de praticar, decorre 
das condições em que foram dadas essas ordens, se em virtu-
de de contrato de comissão mercantil, de mandato ou de pre-
posição comercial, pois somente nestes dois últimos casos, per-
feito mandante é responsável pelos atos de seus 
 
Comissão 
Prof. Edson Soares, MSc. 
5 
 mandatários, se agirem segundo suas instruções e poderes da-
dos. 
 No entanto, mesmo na comissão, o comitente é responsável pe-
las obrigações assumidas pelo comissário nos negócios ou ope-
rações realizados por determinação dele. 
 O contrato de Comissão é negócio jurídico bilateral, onde a 
parte Comissário assume, em seu próprio nome a obrigação 
de adquirir ou vender bens móveis. 
 Pela natureza deste tipo de contrato, e em razão da formali-
dade exigida para a transferência dos bens de raiz, conclui-
se não ser possível comissão que tenha por objeto bens imó-
veis. 
 
 
Comissão 
Prof. Edson Soares, MSc. 
6 
 Art. 696. No desempenho das suas incumbências o comissário é 
obrigado a agir com cuidado e diligência, não só para evitar 
qualquer prejuízo ao comitente, mas ainda para lhe proporcionar 
o lucro que razoavelmente se podia esperar do negócio. 
 Parágrafo único. Responderá o comissário, salvo motivo de força 
maior, por qualquer prejuízo que, por ação ou omissão, ocasio-
nar ao comitente. 
 Art. 697. O comissário não responde pela insolvência das 
pessoas com quem tratar, exceto em caso de culpa e no do 
artigo seguinte. 
 
Comissão 
Prof. Edson Soares, MSc. 
7 
 Características: 
 A comissão é uma espécie de contrato oneroso, autônomo, 
típico e nominado. É bilateral tanto na sua formação, quanto 
aos seus efeitos, já que impõe direitos e obrigações para 
ambas as partes. A obrigação do Comissário é adquirir ou 
alienar bens móveis no interesse da outra parte, e a obriga-
ção do Comitente é a de pagar a remuneração (comissão) 
combinada. É ainda, consensual, pois se aperfeiçoa, ou seja, 
torna-se perfeito, pela simples convergência de vontades das 
partes. 
 
Comissão 
Prof. Edson Soares, MSc. 
8 
 Na maioria das vezes, assume formato não solene, uma vez 
que é admitida a sua celebração de forma verbal. 
 Entretanto, quando o valor do contrato de comissão for supe-
rior a dez vezes o maior salário mínimo vigente no país, é bom 
alvitre pauta-lo pela forma escrita, para efeito de prova em 
juízo (negócio ad probationem) considerando o art 401, CPC. 
 Art. 401. A prova exclusivamente testemunhal só se admite nos 
contratos cujo valor não exceda o décuplo do maior salário mí-
nimo vigente no país, ao tempo em que foram celebrados. 
 O art. 401, CPC, refere-se ao CPC / 73. 
 
Comissão 
Prof. Edson Soares, MSc. 
9 
 O NCPC/ 15, comtempla o art. 401, CPC/ 73, no art. 444; 
vejamos: 
 Art. 444. Nos casos em que a lei exigir prova escrita da 
obrigação, é admissível a prova testemunhal quando houver 
começo de prova por escrito, emanado da parte contra a 
qual se pretende produzir a prova. 
 
Comissão 
Prof. Edson Soares, MSc. 
10 
 Art. 227. Salvo os casos expressos, a prova exclusivamente 
testemunhal só se admite nos negócios jurídicos cujo valor não 
ultrapasse o décuplo do maior salário mínimo vigente no País ao 
tempo em que foram celebrados. (Revogado pela Lei n º 
13.105, de 2015 em Vigência) 
 Parágrafo único. Qualquer que seja o valor do negócio jurídico, 
a prova testemunhal é admissível como subsidiária ou comple-
mentar da prova por escrito. 
 Nota: o PÚ, não foi revogado. 
 
 
Comissão 
Prof. Edson Soares, MSc. 
11 
 Art. 698. Se do contrato de comissão constar a cláusula del 
credere, responderá o comissário solidariamente com as pessoas 
com que houver tratado em nome do comitente, caso em que, 
salvo estipulação em contrário, o comissário tem direito a remu-
neração mais elevada, para compensar o ônus assumido. (grifo 
nosso). 
Comissão 
Prof. Edson Soares, MSc. 
12 
 Não obstante o comissário cumprir as ordens e instruções do 
comitente, em razão do encargo contratual, suas atividades 
desenvolvidas junto a terceiros, equivalem às atividades de um 
empresário que administra seus negócios com autonomia, uma 
vez que age em nome próprio e sob sua direta responsa-
bilidade; logo, não é um representante nem agente, tampouco, 
um gerente. Assim Sendo, não se pode concluir pela existência 
do contrato de comissão, quando o comitente mantém no ne-
gócio do comissário um preposto com autoridade e autonomia 
sobre ele. 
 
 
Comissão 
Prof. Edson Soares, MSc. 
13 
 Entretanto, necessário se faz, que o comitente não desvirtue o 
contrato de comissão, sob pena de se fazer presente elemen-
tos do vínculo empregatício. 
 Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alte-
ração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda 
assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao 
empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta 
garantia. 
 Parágrafo único - Não se considera alteração unilateral a determi-
nação do empregador para que o respectivo empregado reverta 
ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de 
função de confiança. 
 
Fiança 
Prof. Edson Soares, MSc. 
14 
 Fiança: disposta no art 818, CC; pode-se afirmar que é o 
negócio jurídico onde o fiador garante satisfazer ao credor 
uma obrigação que ele fiador assumirá pelo devedor, caso 
este não a cumpra. 
 Art. 818. Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante satis-
fazer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso 
este não a cumpra. 
 
Fiança 
Prof. Edson Soares, MSc. 
15 
 É perceptível, que a Fiança é um Contrato pactuado entre 
Credor e Fiador, onde a participação do devedor não é 
obrigatória. Considerando que o fiador responde subsidiária 
ou solidariamente, o devedor não tem poder para impedir a 
contratação entre o credor e o fiador, conforme art. 820, CC. 
 Art. 820. Pode-se estipular a fiança, ainda que sem consenti-
mento do devedor ou contra a sua vontade. 
 
FiançaProf. Edson Soares, MSc. 
16 
 A despeito do artigo 820, CC, não se afirma, entretanto, que 
o devedor não tome conhecimento da estipulação da garan-
tia, pois isso seria ignorar o princípio da boa-fé objetiva e até 
porque é sabido que na prática o fiador é indicado pelo deve-
dor ao credor, que o aceita ou não. 
 Verifica-se portanto, que a preocupação do art em questão, 
foca apenas o interesse do credor e não do devedor. 
 
Fiança 
Prof. Edson Soares, MSc. 
17 
 Características: 
 1- A fiança definida em nossa legislação civil, é contrato 
típico, unilateral, nominado e acessório, largamente utilizado 
nas relações civis, comerciais e consumeristas. 
 2- A fiança só existe na forma definitiva, pois não se admite 
em forma preliminar. Via de regra é gratuito, entretanto, 
admite-se a onerosidade; v.g., a fiança bancária. 
 3- O princípio da liberdade da forma preceituado no art. 
107, CC; não se aplica à Fiança, pois esta exige a forma es-
crita e não admite interpretação extensiva, conf. art 819, CC. 
 
 
 
Fiança 
Prof. Edson Soares, MSc. 
18 
 Art. 819. A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpre-
tação extensiva. 
 Para a repercussão da eficácia erga omnes do contrato de 
Fiança, as partes necessitam registrá-lo no Cartório de Títulos 
e Documentos. 
 Ressalta-se que o formalismo que permeia o Contrato de Fian-
ça, pode em determinadas ocasiões exigir a outorga uxória. 
 
Fiança 
Prof. Edson Soares, MSc. 
19 
 Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos 
cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da 
separação absoluta: 
 I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; 
 II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; 
 III - prestar fiança ou aval; 
 
 
Fiança 
Prof. Edson Soares, MSc. 
20 
 Observa-se que o contrato de fiança, pode tornar-se bilateral 
imperfeito, quando dos casos em que o fiador paga a dívida pelo 
devedor e volta-se contra esse para receber o montante pago. 
 Do Objeto: é a dívida para a qual se busca garantia. 
 Das Partes: Credor e Fiador. 
 Art. 823. A fiança pode ser de valor inferior ao da obrigação principal e 
contraída em condições menos onerosas, e, quando exceder o valor da 
dívida, ou for mais onerosa que ela, não valerá senão até ao limite da 
obrigação afiançada. 
 
Fiança 
Prof. Edson Soares, MSc. 
21 
 Efeitos da Fiança: o contrato de fiança gera efeitos tanto 
para o credor e fiador, quanto para o devedor afiançado. 
 De pronto, pode-se afirmar, que o fiador em razão do caráter 
acessório do contrato de fiança, torna-se sujeito passivo de 
segundo grau, já que o mesmo é um garantidor da obrigação 
principal. 
 
Fiança 
Prof. Edson Soares, MSc. 
22 
 Quanto a ser garantidor da obrigação principal, disserta 
Gagliano; Stolze (2015): 
 Podemos concluir debruçando-nos na essência do instituto, que 
a obrigação do fiador é, em princípio, meramente subsidiária. 
Vale lembrar, a respeito do tema, que a subsidiariedade nada 
mais é do que uma solidariedade com preferência. De fato, na 
visão assentada sobre a solidariedade passiva, temos uma 
determinada obrigação, em que concorre uma pluralidade de 
devedores, cada um deles obrigado ao pagamento de toda a 
dívida. Nessa responsabilidade solidária, há, portanto, duas 
ou mais pessoas unidas pelo mesmo débito. 
 
Fiança 
Prof. Edson Soares, MSc. 
23 
 Na responsabilidade subsidiária, por sua vez, temos que uma 
das pessoas tem o débito originário e a outra tem apenas a 
responsabilidade por este débito. Por isso, existe uma prefe-
rência (dada pela lei) na “fila” (ordem) de excussão (execu-
ção): no mesmo processo, primeiro são demandados os bens 
do devedor (porque foi ele quem se vinculou, de modo 
pessoal e originário, à dívida) não tendo sido encontrados 
bens do devedor, ou não sendo eles suficientes, inicia-se a 
excussão de bens do responsável, em caráter subsidiário, por 
toda a dívida. Art. 827, CC. 
 
Fiança 
Prof. Edson Soares, MSc. 
24 
 O Benefício de Ordem, é preceituado pelo art. 827, CC; veja-
mos: 
 Art. 827. O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem 
direito a exigir, até a contestação da lide, que sejam primeiro 
executados os bens do devedor. 
 Parágrafo único. O fiador que alegar o benefício de ordem, a 
que se refere este artigo, deve nomear bens do devedor, sitos no 
mesmo município, livres e desembargados, quantos bastem para 
solver o débito. 
Fiança 
Prof. Edson Soares, MSc. 
25 
 Vale lembrar que a expressão “subsidiária” se refere a 
tudo que vem em reforço de... ou em substituição de..., ou 
seja, não sendo possível executar o efetivo devedor — 
sujeito passivo direto da relação jurídica obrigacional —, 
devem ser executados os demais responsáveis pela dívida 
contraída. 
 
Fiança 
Prof. Edson Soares, MSc. 
26 
 Art. 831. O fiador que pagar integralmente a dívida fica sub-
rogado nos direitos do credor; mas só poderá demandar a cada um 
dos outros fiadores pela respectiva quota. 
 Parágrafo único. A parte do fiador insolvente distribuir-se-á pelos 
outros. 
 Art. 832. O devedor responde também perante o fiador por todas 
as perdas e danos que este pagar, e pelos que sofrer em razão da 
fiança. 
 Art. 833. O fiador tem direito aos juros do desembolso pela taxa 
estipulada na obrigação principal, e, não havendo taxa convencio-
nada, aos juros legais da mora. 
 
Fiança 
Prof. Edson Soares, MSc. 
27 
Ressalta-se que o fiador é tipicamente terceiro interessado, ou 
seja, titular de um interesse jurídico no cumprimento da 
obrigação, de maneira que, pagando, subroga-se, ou seja, 
substitui-se, em todos os direitos, ações, privilégios e garantias 
do credor originário, ora, sub-rogado. Art. 349, CC. 
Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os 
direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à 
dívida, contra o devedor principal e os fiadores. 
Fiança 
Prof. Edson Soares, MSc. 
28 
 Art. 350. Na sub-rogação legal o sub-rogado não poderá 
exercer os direitos e as ações do credor, senão até a soma que 
tiver desembolsado para desobrigar o devedor. 
 
Fiança 
Prof. Edson Soares, MSc. 
29 
 A obrigação estabelecida em função da pessoa do fiador, é 
transmitida aos seus herdeiros conforme art. 836, CC; limitan-
do-se a responsabilidade até a morte do fiador, bem como, 
até o montante da herança. 
 Art. 836. A obrigação do fiador passa aos herdeiros; mas a 
responsabilidade da fiança se limita ao tempo decorrido até a 
morte do fiador, e não pode ultrapassar as forças da herança. 
 
Fiança 
Prof. Edson Soares, MSc. 
30 
 Extinção da Fiança: ensinam Pablo Stolze e Rodolfo Pamplo-
na, que a fiança enquanto contrato acessório, extingue-se em 
princípio, com o pagamento da obrigação principal. 
 A extinção pode ser invocada obedecendo às modalidades 
de extinção do contrato, sejam por causas anteriores ou con-
temporâneas à sua formação; v.g., por invalidade, sejam su-
pervenientes, com a dissolução da obrigação, tais como, por 
resolução, resilição ou rescisão. 
 
 
Fiança 
Prof. Edson Soares, MSc. 
31 
 Extingue-se também com o advento do seu termo final, ou 
quando, como vimos em momento anterior, houver exoneração 
da garantia, conforme art. 835, CC. 
 Art. 835. O fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver assi-
nado sem limitação de tempo, sempre que lhe convier, ficando 
obrigado por todos os efeitos da fiança, durante sessenta dias 
após a notificação do credor. 
 
Fiança 
Prof. Edson Soares, MSc. 
32 
 O fiador pode ainda se liberar da obrigação e extinguir o 
contrato de fiança, conforme previsto no art. 838, CC e inci-
sos. 
 Art. 838. O fiador, ainda que solidário, ficará desobrigado: 
 I - se, sem consentimento seu, o credor conceder moratória ao 
devedor; 
 II - se, por fato do credor, for impossível a sub-rogaçãonos seus 
direitos e preferências; 
 III - se o credor, em pagamento da dívida, aceitar amigavelmente do 
devedor objeto diverso do que este era obrigado a lhe dar, ainda que 
depois venha a perdê-lo por evicção. 
 
Mandato 
Prof. Edson Soares, MSc. 
33 
 A maioria dos dicionários afirmam que Mandato é procuração 
ou delegação; autorização ou poder que uma pessoa dá a 
outra para que ela a represente. 
 Logo, pode-se afirmar que Mandato é um contrato de repre-
sentação, ou seja, uma pessoa recebe poderes de outra pes-
soa, para em seu nome, praticar atos ou administrar seus inte-
resses. Assim sendo, nos dias de hoje, tempo hodierno, o man-
dato possibilita que uma pessoa esteja simultaneamente em 
vários lugares. 
 
Mandato 
Prof. Edson Soares, MSc. 
34 
 O Mandato é diferente de mandado, já que o último é ordem; 
assim sendo, pode-se afirmar que o advogado e o despa-
chante representam o cliente, os senadores e os deputados 
representam o povo, ou seja, têm mandato de representação. 
Dessa forma, se conclui que o juiz expede mandado; v.g., 
mandado de prisão, mandado de segurança, mandado de 
busca e apreensão, dentre outros. 
 
Mandato 
Prof. Edson Soares, MSc. 
35 
 Representação: é o instituto pelo qual uma pessoa fica investi-
da de autoridade para praticar determinados atos ou exercer 
certas funções em nome de outro. 
 Via de regra, os negócios jurídicos são diretamente celebra-
dos pelas partes contratantes; mas, nada obsta, que um ter-
ceiro (Representante) possa agir no interesse e em nome de 
outro (Representado) que é parte no negócio jurídico, que ora 
se pactua. 
 No mundo dos negócios, essa relação é comumente denomi-
nada de Representação. 
 
 
Mandato 
Prof. Edson Soares, MSc. 
36 
 Observa-se que o nosso Código Civil em seu capítulo II, 
dedica vários artigos à Representação. Vejamos a seguir: 
 Art. 115. Os poderes de representação conferem-se por lei ou 
pelo interessado. 
 Art. 116. A manifestação de vontade pelo representante, nos 
limites de seus poderes, produz efeitos em relação ao represen-
tado. 
 A vontade do representado é externada pelo representante e 
este, não pode exceder os poderes do mandato, sob pena de 
anulação do negócio jurídico. 
 
Mandato 
Prof. Edson Soares, MSc. 
37 
 Art. 118. O representante é obrigado a provar às pessoas, com 
quem tratar em nome do representado, a sua qualidade e a 
extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo, respon-
der pelos atos que a estes excederem. 
 Art. 120. Os requisitos e os efeitos da representação legal são 
os estabelecidos nas normas respectivas; os da representação 
voluntária são os da Parte Especial deste Código. 
 
Mandato 
Prof. Edson Soares, MSc. 
38 
 CARACTERÍSTICAS 
 O contrato de mandato é típico e nominado, sendo a sua natureza 
da obrigação de um contrato tipicamente unilateral, uma vez que 
implica, a priori, obrigações apenas a uma das partes. 
 Adianta-se de logo, que, assim como o contrato de depósito, o 
mandato é perfeitamente enquadrável na classificação de contrato 
bilateral imperfeito, já que eventualmente, durante a sua execução, 
por fato superveniente, pode gerar efeitos à parte contrária. Entre-
tanto, a regra geral do contrato de mandato é que seja de forma 
gratuita; mas, pode-se estabelecer na forma onerosa; v.g., nos con-
tratos com advogados e dos despachantes, dentre outros. 
 
Mandato 
Prof. Edson Soares, MSc. 
39 
 Características do mandato: 
 Sempre será personalíssimo, já que a confiança é na idonei-
dade e qualidades do procurador. Art. 682, II, CC. 
 Art. 682. Cessa o mandato: 
 I - pela revogação ou pela renúncia; 
 II - pela morte ou interdição de uma das partes; (grifo nosso) 
 Será oneroso quando se pagar remuneração ao procurador, 
e.g., ao advogado; mas, pode ser gratuito quando pactuado 
entre conhecidos, amigos ou parentes; e.g., fazer a matricula 
na faculdade; art. 658, CC. 
 
Mandato 
Prof. Edson Soares, MSc. 
40 
 Art. 658. O mandato presume-se gratuito quando não houver 
sido estipulada retribuição, exceto se o seu objeto corresponder 
ao daqueles que o mandatário trata por ofício ou profissão lu-
crativa. 
 Parágrafo único. Se o mandato for oneroso, caberá ao manda-
tário a retribuição prevista em lei ou no contrato. Sendo estes 
omissos, será ela determinada pelos usos do lugar, ou, na falta 
destes, por arbitramento. 
 
Mandato 
Prof. Edson Soares, MSc. 
41 
 Espécies de Representação 
 Representação legal: decorre de lei, ou seja, a lei confere 
poderes para administrar bens e interesses alheios; v.g., o 
inventariante representa o espólio, o curador em relação ao 
louco ou pródigo curatelado, o pai em relação ao filho menor 
de idade e o tutor em relação ao órfão tutelado; inexistindo 
contrato e mandato, bem como, não necessita instrumento de 
representação. 
 
Mandato 
Prof. Edson Soares, MSc. 
42 
 Representação Voluntária, Consensual ou Convencional: 
deriva do contrato de mandato, o representado nomeia um 
representante para o representar em certos atos, tais como, 
na alienação, dar quitação em nome do representado. Ad 
judicia e Ad negotia 
 Representação judicial: O representante é nomeado pelo juiz; 
v.g., nos casos de inventário, onde o inventariante é nomeado 
para cuidar dos interesses dos herdeiros; administrador judici-
al nos casos de massa falida. 
 
Mandato 
Prof. Edson Soares, MSc. 
43 
 O Mandatário ou Procurador representa o mandante, v.g., o 
despachante representa o contribuinte/interessado nas autar-
quias e o advogado representa e substitui a parte em juízo; 
logo para que eles executem o trabalho será necessário, o 
contrato de serviço e o contrato de mandato; diferentemente 
se contratasse um dentista, um arquiteto, seria necessário ape-
nas o contrato de prestação de serviço porque são meros 
prestadores de serviço e não representante. Percebe-se, por-
tanto, que o Mandato não se confunde com o Contrato de 
Prestação de Serviço. 
Mandato 
Prof. Edson Soares, MSc. 
44 
 Dos Atos jurídicos: o mandato serve para mandatário agir 
em nome do mandante nos atos jurídicos, mas não pode ser 
usado para a prática de atos ou fatos materiais; e.g., a cele-
bração jurídica do casamento pode ser via procuração; mas, a 
obrigação conjugal, nunca! Ainda, a pessoa pode dar procu-
ração para alguém o inscrever em um concurso público, entre-
tanto, o mandatário não poderá fazer a prova no lugar do 
mandante. 
Mandato 
Prof. Edson Soares, MSc. 
45 
 Partes: 
 Mandante ou outorgante: é a pessoa que estipula e transfere 
os poderes. 
 Mandatário ou outorgado ou procurador: é a pessoa que 
recebe os poderes; logo é o representante, que juridicamente 
atua em nome e por conta do mandante. 
 Consensual e não Solene: se aperfeiçoa pela simples mani-
festação de vontade das partes, não existindo forma especial. 
Mandato 
Prof. Edson Soares, MSc. 
46 
 Obrigações do procurador: 
 i) Agir com zelo e competência em benefício do mandante 
quando do cumprimento do mandato pautado pelas orienta-
ções recebidas do mandante; 
 ii) Em razão do art. 667, CC, o procurador responde por per-
das e danos quando exercer com negligencia os poderes rece-
bidos ou substabeleça tais poderes a outrem que não primem 
pela competência. Caso, não seja explicita a vedação, o 
substabelecimento é admitido; art. 655, CC. 
 
Mandato 
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47 
 Art. 667. O mandatário é obrigado a aplicar toda sua 
diligência habitual na execução do mandato, e a indenizar 
qualquer prejuízo causado por culpa sua ou daquele a quem 
substabelecer, sem autorização, poderes que devia exercer 
pessoalmente. 
 § 1o Se, não obstante proibição do mandante, o mandatário se 
fizer substituir na execução do mandato, responderá ao seu 
constituinte pelos prejuízos ocorridos sob a gerência do 
substituto, emboraprovenientes de caso fortuito, salvo provando 
que o caso teria sobrevindo, ainda que não tivesse havido 
substabelecimento. 
 
Mandato 
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48 
 § 2o Havendo poderes de substabelecer, só serão imputáveis ao 
mandatário os danos causados pelo substabelecido, se tiver agido 
com culpa na escolha deste ou nas instruções dadas a ele. 
 § 3o Se a proibição de substabelecer constar da procuração, os 
atos praticados pelo substabelecido não obrigam o mandante, 
salvo ratificação expressa, que retroagirá à data do ato. 
 § 4o Sendo omissa a procuração quanto ao substabelecimento, o 
procurador será responsável se o substabelecido proceder culposa-
mente. 
 Art. 655. Ainda quando se outorgue mandato por instrumento 
público, pode substabelecer-se mediante instrumento particular. 
 
Mandato 
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49 
 iii) Quando solicitado, tem que apresentar prestação de con-
tas dos seus atos, conforme art. 668, CC. 
 Art. 668. O mandatário é obrigado a dar contas de sua ge-
rência ao mandante, transferindo-lhe as vantagens provenientes 
do mandato, por qualquer título que seja. 
 
Mandato 
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50 
 Revogação/ Extinção: as partes podem extinguir sem precisar 
justificar; logo, o mandante pode revogar ou o mandatário po-
de renunciar; ainda, por morte ou interdição de qualquer das 
partes, mudança de estado civil que inabilite o mandante a 
conferir os poderes ou o mandatário a exercê-los, término do 
prazo ou conclusão do negócio ou extinção da pessoa jurídica, 
quando o mandato decorrer do contrato social. 
 Quanto ao Instrumento: sabe-se que a procuração é a forma 
pela qual o contrato se instrumentaliza, em razão do art. 653, 
CC, e pode ser: 
 
Mandato 
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51 
 Instrumento público: se faz necessário quando se tratar de rela-
tivamente incapaz, cego, analfabeto, um dos conjugues conferir 
poderes para o outro vender, doar, hipotecar ou gravar de ônus 
real os bens imóveis do casal, prestar fiança, dentre outros; 
 Instrumento particular: é necessário e essencial o reconhecimento 
da firma do outorgante para a validade em relação a terceiros. 
 Art. 653. Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem 
poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. A 
procuração é o instrumento do mandato. 
 Como visto acima, o incapaz, cego, analfabeto, não podem passar 
procuração particular, apenas podem passar procuração pública 
feita em Cartório de Notas. 
 
 
 
 
Mandato 
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52 
 Classificação: 
 Considerando a relação mandante x mandatário, pode ser: 
a) Oneroso: o mandatário percebe remuneração, logo é con-
trato bilateral; 
b) Gratuito: inexiste remuneração, dessa forma, é contrato 
unilateral; 
 c) Intuitu Personae: considera-se a idoneidade técnica e moral do 
mandatário, ou seja, exige mútua confiança; 
 Fracionário: o poder de ação de cada mandatário é explicita-
do; cada um age em razão do poder recebido; 
 Substitutivo: um mandatário pode agir na falta de outro, obser-
vada a ordem de nomeação. 
 
Mandato 
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53 
 Quanto à finalidade, subdivide-se em: 
1- Ad negotia (extrajudicial): o mandatário não tem poder para 
agir na esfera judicial; logo, é necessário poderes especiais pa-
ra comprar e vender, doar, hipotecar, dentre outros atos jurídicos. 
2- Ad judicia (judicial): confere poderes para tratar dos interes-
ses da pessoa perante juízos ou tribunais, logo, precisa ser escrito 
e oneroso; sob pena de nulidade, o mandatário deve ser advo-
gado e, necessita poderes especiais para receber citação, rece-
ber e dar quitação, confessar, transigir, dentre outros. Pode ser 
outorgado por instrumento público ou particular. Sabe-se que o 
instrumento é prescindível quando o defensor é nomeado pelo 
juiz. 
 
Mandato 
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54 
 Substabelecimento 
1- Sem Reserva de Poderes: o procurador ou substabelecen-
te, transfere os poderes ao substabelecido, que em razão dis-
so, passa a ser o único procurador; entretanto o mandante 
precisa ser notificado, caso contrário, o mandatário continua 
responsável. 
2. Com Reserva de Poderes: o procurador outorga poderes 
ao substabelecido, sem perde-los; ambos podem exercer os 
poderes outorgados. 
 
Mandato 
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55 
 Notas Importantes: 
 1- Os maiores de 16 anos e menores de 18 anos podem ser 
mandatários ad negotia, contudo, o mandante não pode inten-
tar ação de regresso para cobrar prejuízos eventualmente 
causados; exceto quando: i) o menor foi autorizado por seu 
representante; ii) o menor se apresentou como maior ou ocul-
tou a idade. 
 
Mandato 
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56 
 2- Quando o Mandato permite, o substabelecimento é de 
pronto válido e o substabelecido responde pessoalmente pe-
rante o mandante, como seu procurador. O mandatário que 
substabelece responderá e será responsabilizado apenas 
quando e se, o substabelecido for comprovadamente insolven-
te ou incapaz. 
 3- Quando o Mandato é Omisso: o substabelecimento é váli-
do, mas, o mandatário continua responsável por qualquer pre-
juízo advindo de culpa do substabelecido. 
 
 
Mandato 
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57 
 4- Quando o Mandato Proíbe Substabelecimento, o substa-
belecimento é válido e o mandatário responde perante o 
mandante por prejuízo que aquele causar, mesmo que por 
caso fortuito, salvo quando provado que o fato aconteceria 
mesmo sem o substabelecimento. 
 5- Os atos extrapatrimoniais podem ser praticados por meio 
de procuração, v.g., a celebração de casamento, art. 1.542, 
CC; mas, é vedado a realização de atos personalíssimos, tais 
como, fazer ou revogar testamento, votar, dentre outros. 
 
 
Mandato 
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58 
 A representação pode ser: 
 Singular ou Simples: existe apenas um mandatário. 
 Plural: vários mandatários figuram no instrumento e exercem 
os poderes conforme o explicitado no instrumento mandatório, 
vejamos: 
 Conjunto: todos praticam o ato conjuntamente, logo, não po-
dem agir separadamente sob pena de não produzir os efei-
tos, caso não seja ratificada. 
 Solidário: os mandatários podem agir em separado e 
independentemente da ordem de nomeação. 
 
 
Autocontrato ou 
Contrato Consigo Mesmo 
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59 
 Embora não seja vedado, o art. 117, CC impõe restrição, 
conforme bem observado por Stolze; Pamplona Filho ( 2015) 
 o contrato consigo mesmo, enquanto manifestação de uma 
representação, em uma interpretação a contrario sensu do 
dispositivo legal, é aceitável, desde que a modalidade con-
tratual adotada seja permitida legalmente ou, omissa a 
norma legal, desde que exista livre manifestação de vonta-
de do representado. 
 
 
Autocontrato ou 
Contrato Consigo Mesmo 
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60 
 O autocontrato ou contrato consigo mesmo acontece quando o 
mandatário utiliza o mandato em causa própria; v.g., uma pessoa 
passa procuração para um corretor vender um terreno seu, e ele 
resolve compra-lo, ou seja, ele solitariamente vai passar escritura 
de compra e venda em nome da pessoa e em nome dele. Art. 117, 
CC. 
 Destaca-se ainda, que sendo a procuração em causa própria bené-
fica ao mandatário, o mandante não pode revoga-la; v.g., vendo 
meu terreno a Ricardo, ele me paga e passo uma procuração para 
Ricardo ir ao cartório providenciar a necessária escritura pública e 
o registro, dai, já não posso mais revogar essa procuração em 
razão dos arts. 684, 685 e 686, PU, CC. 
Autocontrato ou 
Contrato Consigo Mesmo 
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61 
 Art. 684. Quando a cláusula de irrevogabilidade for condição 
de um negócio bilateral, ou tiver sido estipulada no exclusivo 
interesse do mandatário, a revogação do mandato será ineficaz. 
 Art. 685. Conferido o mandato com a cláusula "em causa 
própria", a sua revogaçãonão terá eficácia, nem se extinguirá 
pela morte de qualquer das partes, ficando o mandatário 
dispensado de prestar contas, e podendo transferir para si os 
bens móveis ou imóveis objeto do mandato, obedecidas as 
formalidades legais. 
Autocontrato ou 
Contrato Consigo Mesmo 
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62 
 Art. 686. A revogação do mandato, notificada somente ao 
mandatário, não se pode opor aos terceiros que, ignorando-a, 
de boa-fé com ele trataram; mas ficam salvas ao constituinte as 
ações que no caso lhe possam caber contra o procurador. 
 Parágrafo único. É irrevogável o mandato que contenha poderes 
de cumprimento ou confirmação de negócios encetados, aos 
quais se ache vinculado. (grifo nosso). 
 
Atos Praticados Contra o Interesse do Representado 
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63 
 Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é 
anulável o negócio jurídico que o representante, no seu 
interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo. 
 Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado 
pelo representante o negócio realizado por aquele em 
quem os poderes houverem sido substabelecidos. 
 
Atos Praticados Contra o Interesse do Representado 
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64 
 O art. 117, CC, embute restrição legal à realização do con-
trato consigo mesmo ou autocontrato enquanto manifestação 
de uma representação; ressalva-se, entretanto, os casos permi-
tidos legalmente, os decorrentes de omissão da norma legal, 
bem como, os que tenham prévio conhecimento e autorização 
do representado. 
 
Atos Praticados Contra o Interesse do Representado 
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65 
 Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em 
conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou 
devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou. 
 Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão 
do negócio ou da cessação da incapacidade, o prazo de deca-
dência para pleitear-se a anulação prevista neste artigo. 
 O artigo acima, dispõe sobre os atos legais praticados pelo 
representante, em nome do representado, porém, causa prejuízo 
ao representado. 
 
Contrato de Seguro 
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66 
 No mundo dos negócios, o contrato de seguro do Direito Civil, 
a cada dia torna-se imprescindível, uma vez que o prejuízo de 
uma pessoa é repartido com várias pessoas, ou seja, todos 
pagam; mas, a indenização é paga apenas àquele que sofre 
dano ou perda. Dessa forma, pode-se afirmar que existe uma 
solidariedade tácita entre os segurados, já que o pagamento/ 
contribuição de cada segurado, pagará ao que precisar de 
indenização. 
Contrato de Seguro 
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67 
 Seguro de Dano: conforme art. 757, CC, é contrato firmado 
com empresa seguradora por pessoa física ou jurídica, onde o 
segurador recebe o pagamento, remuneração (prêmio) do 
segurado e assume à responsabilidade de pagar ao mesmo o 
dano contratado (sinistro) que vier a sofrer. 
 Art. 757. Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante 
o pagamento do prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado, 
relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos predeterminados. 
 Parágrafo único. Somente pode ser parte, no contrato de seguro, 
como segurador, entidade para tal fim legalmente autorizada. 
Contrato de Seguro 
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68 
 Em razão do PÚ, percebe-se que apenas pessoa jurídica le-
galmente autorizada. Percebe-se ainda, que trata-se de con-
trato aleatório; daí a seguradora assume o risco ao receber o 
prêmio e pagar indenização, se e quando acontecer sinistro. 
 O seguro de dano visa a proteção do bem ou bens do segu-
rado constantes do contrato, quer seja pessoa física ou jurídi-
ca, contra roubo, acidente, incêndio, dentre outros. 
 Objeto do Seguro: é o risco do patrimônio que se quer prote-
ger, ou seja, interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa 
ou a coisa, contra riscos predeterminados. Art. 757, CC. 
 
Contrato de Seguro 
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69 
 Características: 
 Contrato Aleatório: em razão das variáveis risco, sorte e ao 
acaso, ou seja, sempre dependerá de fato eventual, i.e., a 
prestação do segurado é exata, já a obrigação da segura-
dora é eventual, logo, inexistindo sinistro dentro prazo contra-
tual, a seguradora nada pagará e embolsa o valor do prê-
mio. Art. 764, CC. 
 Art. 764. Salvo disposição especial, o fato de se não ter verifi-
cado o risco, em previsão do qual se faz o seguro, não exime o 
segurado de pagar o prêmio. 
Contrato de Seguro 
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70 
 Oneroso: as partes visam vantagem patrimonial, a segura-
dora busca o valor pago pelo segurado; o segurado perse-
gue a garantia de proteção para o seu bem. 
 Bilateral: necessita da manifestação de vontade das partes, 
para se obrigarem reciprocamente. 
 Quanto ao Segurado: o mesmo tem a obrigação de pagar o 
prêmio à seguradora pelo risco assumido, conforme art.763, 
CC; bem como, tem ainda, a obrigação de não agravar o 
risco. Art. 768, CC 
 
Contrato de Seguro 
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71 
 Art. 763. Não terá direito a indenização o segurado que estiver 
em mora no pagamento do prêmio, se ocorrer o sinistro antes de 
sua purgação. 
 Art. 768. O segurado perderá o direito à garantia se agravar 
intencionalmente o risco objeto do contrato. 
 Art. 771. Sob pena de perder o direito à indenização, o segura-
do participará o sinistro ao segurador, logo que o saiba, e to-
mará as providências imediatas para minorar-lhe as conse-
qüências. (sic) 
 Parágrafo único. Correm à conta do segurador, até o limite 
fixado no contrato, as despesas de salvamento conseqüente (sic) 
ao sinistro. 
 
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72 
 Quanto à Seguradora: por força da legislação civil, a segura-
dora tem a obrigação de indenizar o segurado se o sinistro 
acontecer, conforme PÚ, art. 771 e arts. 772 e 776, CC. 
 Art. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro obriga à 
atualização monetária da indenização devida segundo índices 
oficiais regularmente estabelecidos, sem prejuízo dos juros mo-
ratórios. 
 Art. 776. O segurador é obrigado a pagar em dinheiro o 
prejuízo resultante do risco assumido, salvo se convencionada 
a reposição da coisa. 
 
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73 
 Consensual: já que decorre apenas do consentimento das 
partes, logo, prescinde de solenidade. Entretanto, alguns dou-
trinadores divergem; mas, à consensualidade está disposta na 
parte final do art. 758, CC, já que o pagamento do prêmio 
institui e prova a relação contratual. Caso, à relação depen-
desse tão somente da emissão da apólice, seria de fato, sole-
ne. 
 Art. 758. O contrato de seguro prova-se com a exibição da 
apólice ou do bilhete do seguro, e, na falta deles, por documento 
comprobatório do pagamento do respectivo prêmio. (grifo 
nosso). 
 
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74 
 Contudo, existe o Contrato de Seguro de Adesão, que podem 
ser aderidos ou não pelo consumidor. A título de lembrança, 
ressaltamos que no contrato de adesão, quando de dúvida ou 
de demanda em qualquer instância, a interpretação das nor-
mas deve ser sempre em favor do segurado. Art. 423, CC. 
 Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas 
ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação 
mais favorável ao aderente. 
 Vale ressaltar que nenhuma cláusula contratual pode contra-
riar normas de ordem pública, independentemente da autono-
mia dos contratantes. 
 
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75 
 Requisitos: são os mesmos que permeiam os contratos, que 
são o objeto e a boa-fé. O princípio da boa-fé no contrato de 
seguro é aplicado com mais rigor; ainda, importante saber 
que o segurado não pode mentir, tampouco, omitir informa-
ções relevantes quando da contratação com à seguradora.O 
segurado que não pautar pela boa-fé perde o direito à inde-
nização. Arts. 765, 766 e 784. 
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76 
 Art. 765. O segurado e o segurador são obrigados a guardar 
na conclusão e na execução do contrato, a mais estrita boa-fé e 
veracidade, tanto a respeito do objeto como das circunstâncias e 
declarações a ele concernentes. 
 Art. 766. Se o segurado, por si ou por seu representante, fizer 
declarações inexatas ou omitir circunstâncias que possam influir 
na aceitação da proposta ou na taxa do prêmio, perderá o 
direito à garantia, além de ficar obrigado ao prêmio vencido. 
 Parágrafo único. Se a inexatidão ou omissão nas declarações 
não resultar de má-fé do segurado, o segurador terá direito a 
resolver o contrato, ou a cobrar, mesmo após o sinistro, a 
diferença do prêmio. 
 
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77 
 Art. 784. Não se inclui na garantia o sinistro provocado por 
vício intrínseco da coisa segurada, não declarado pelo 
segurado. 
 Parágrafo único. Entende-se por vício intrínseco o defeito 
próprio da coisa, que se não encontra normalmente em outras 
da mesma espécie. 
 
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78 
 Seguro de Pessoa: são duas as espécies, seguro de vida e 
seguro saúde. 
 Seguro de Vida: o objeto é a morte; o segurado pode contra-
tar com diversas seguradoras e todas as apólices serão inde-
nizadas. Art. 789, CC. 
 Art. 789. Nos seguros de pessoas, o capital segurado é 
livremente estipulado pelo proponente, que pode contratar mais 
de um seguro sobre o mesmo interesse, com o mesmo ou diversos 
seguradores. 
 
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79 
 O seguro de vida resulta no pagamento efetuado pela segu-
radora, de um valor contratado a um beneficiário indicado 
pelo segurado após sua morte ou invalidez permanente, con-
forme art. 792, PÚ, CC. Adianta-se, que tal pagamento efe-
tuado ao beneficiário, não se constitui em herança. 
 Art. 794. No seguro de vida ou de acidentes pessoais para o 
caso de morte, o capital estipulado não está sujeito às dívidas do 
segurado, nem se considera herança para todos os efeitos de 
direito. 
 
Contrato de Seguro 
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80 
 No seguro de vida, o segurado não pode agravar o risco, in-
tentando morrer. 
 Art. 762. Nulo será o contrato para garantia de risco prove-
niente de ato doloso do segurado, do beneficiário, ou de repre-
sentante de um ou de outro. 
 Art. 768. O segurado perderá o direito à garantia se agravar 
intencionalmente o risco objeto do contrato. 
 Art. 798. O beneficiário não tem direito ao capital estipulado 
quando o segurado se suicida nos primeiros dois anos de 
vigência inicial do contrato, ou da sua recondução depois de 
suspenso, observado o disposto no parágrafo único do artigo 
antecedente. 
 
Contrato de Seguro 
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81 
 Art. 799. O segurador não pode eximir-se ao pagamento do 
seguro, ainda que da apólice conste a restrição, se a morte ou a 
incapacidade do segurado provier da utilização de meio de 
transporte mais arriscado, da prestação de serviço militar, da 
prática de esporte, ou de atos de humanidade em auxílio de 
outrem. 
 Parágrafo único. Ressalvada a hipótese prevista neste artigo, é 
nula a cláusula contratual que exclui o pagamento do capital 
por suicídio do segurado. 
 
Contrato de Seguro 
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82 
 Seguro de Saúde: visa garantir o atendimento médico-hospi-
talar, quando de doenças e enfermidades do segurado, que 
pode contratar com várias seguradoras o mesmo seguro. En-
tretanto, as indenizações serão repartidas entre as segura-
doras que o cliente pactuou, já que a indenização é paga em 
razão da despesa comprovada. 
Contrato de Seguro 
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83 
 Notas Importantes: 
 1- O contrato de seguro, é duradouro, já que pode ser contra-
tado por dias, meses e anos. 
 2- É de bom alvitre lembrar também, que quando a segura-
dora indeniza prejuízo causado por terceiro contra o segu-
rado, a mesma tem direito de ação regressiva contra o causa-
dor do dano, conforme art. 786, CC. 
 Art. 786. Paga a indenização, o segurador sub-roga-se, nos 
limites do valor respectivo, nos direitos e ações que compe-
tirem ao segurado contra o autor do dano. 
 § 1o Salvo dolo, a sub-rogação não tem lugar se o dano foi 
causado pelo cônjuge do segurado, seus descendentes ou 
ascendentes, consangüíneos (sic) ou afins. 
 
Contrato de Seguro 
Prof. Edson Soares, MSc. 
84 
 § 2o É ineficaz qualquer ato do segurado que diminua ou ex-
tinga, em prejuízo do segurador, os direitos a que se refere 
este artigo. 
Transação 
Prof. Edson Soares, MSc. 
85 
 Transação é uma conciliação, um acordo visando extinguir a 
obrigação e é uma característica própria do Direito Civil. A 
transação entre as partes deve ser estimulada pelo juiz. 
 Art. 840. É lícito aos interessados prevenirem ou terminarem o 
litígio mediante concessões mútuas. 
 Teoricamente pode-se afirmar que transação é o desfecho 
contratual da demanda; entretanto, se embasado na legisla-
ção, pode-se dizer que, transação é o contrato que possibilita 
às partes prevenirem ou terminarem o litígio mediante conces-
sões mútuas. Lógico é, que na transação existam concessões 
mútuas, assim sendo, cada uma das partes ganha e perde. 
Transação 
Prof. Edson Soares, MSc. 
86 
 O efeito que decorre da transação, é a extinção da obriga-
ção que gerou a controvérsia, o desentendimento entre as par-
tes. 
 Art. 841. Só quanto a direitos patrimoniais de caráter privado 
se permite a transação. 
 Art. 842. A transação far-se-á por escritura pública, nas 
obrigações em que a lei o exige, ou por instrumento particular, 
nas em que ela o admite; se recair sobre direitos contestados em 
juízo, será feita por escritura pública, ou por termo nos autos, 
assinado pelos transigentes e homologado pelo juiz. 
Transação 
Prof. Edson Soares, MSc. 
87 
 Lembro-lhes que não é possível transação tácita, tampouco 
oral. Ainda, a transação tem que pautar pela mesma forma 
que a lei exigir para a celebração do negócio jurídico. 
 Se versar sobre direitos pleiteados em juízo, a transação só 
terá validade se realizada por escritura pública ou por termo 
nos autos devidamente homologado pelo juiz; bem como, 
quando de disputa judicial, o acordo particular deve ser ho-
mologado judicialmente para que tenha validade. 
Transação 
Prof. Edson Soares, MSc. 
88 
 Art. 848. Sendo nula qualquer das cláusulas da transação, nula 
será esta. 
 Parágrafo único. Quando a transação versar sobre diversos 
direitos contestados, independentes entre si, o fato de não 
prevalecer em relação a um não prejudicará os demais. 
 
Transação 
Prof. Edson Soares, MSc. 
89 
 Quando da transação, uma parte pode se quiser perder mais 
do que a outra, ou seja, pode existir desequilíbrio nas conces-
sões; mas, as concessões precisam ser mútuas. 
 Desnecessário é salientar, que se uma das partes é devedor e 
perde tudo, o que se praticou foi pagamento e não transação; 
caso, seja credor e tudo perde, o que aconteceu na prática foi 
remissão da dívida e não transação. 
 Art. 843. A transação interpreta-se restritivamente, e (sic) por 
ela não se transmitem, apenas se declaram ou reconhecem 
direitos. 
Transação 
Prof. Edson Soares, MSc. 
90 
 Art. 844. A transação não aproveita, nem prejudica senão aos 
que nela intervierem, ainda que diga respeito a coisa indivisível. 
 § 1o Se for concluída entre o credor e o devedor, desobrigará o 
fiador. 
 § 2o Se entre um dos credores solidários e o devedor, extingue a 
obrigação deste para com os outros credores. 
 § 3o Se entre um dos devedores solidários e seu credor, extingue 
a dívida em relação aos co-devedores. (sic) 
 
Transação 
Prof. Edson Soares, MSc. 
91 
 Caso a obrigação objeto do acordotransacionado for solidá-
ria em relação ao polo passivo ou ativo, ela terá eficácia em 
relação aos demais devedores ou credores porque aqueles 
que não participaram da transação, serão vinculados à mes-
ma em razão do instituto da solidariedade. Entretanto, se o 
credor solidário perdoar parte da dívida, responderá aos 
outros pela parte que lhes caibam, conforme art. 272, CC. 
 Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o 
pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba. 
Transação 
Prof. Edson Soares, MSc. 
92 
 A transação preceituada na LC, aplica-se apenas às obriga-
ções de caráter patrimonial privado, conforme previsão do 
art. 841. Entretanto, é cediço que outras áreas do Direito têm 
incentivado a transação, e.g., o Direito do Trabalho quando as 
partes transacionam sobre horas extras; o Direito de Família, 
quando as partes transacionam sobre pensão alimentícia; o 
Direito Administrativo quando órgãos governamentais transa-
ciona com o contribuinte para receber impostos; no Direito Pe-
nal quando o MP transaciona com o réu através da delação 
premiada, para o réu confessar a culpa e entregar os demais 
visando uma pena menor. 
Transação 
Prof. Edson Soares, MSc. 
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 Espécies de transação – Art. 842, CC. 
 1) Preventiva: busca evitar uma ação judicial, dessa forma, as 
partes fazem uma transação antes de submeter a lide ao Jui-
zo e pode ser feita por contrato particular, desde que escrito 
e assinado pelas partes, advogados e testemunhas. 
 2) Judicial ou Terminativa: é o acordo feito em juízo no 
transcorrer do processo e homologado pelo juiz. 
 Ressaltamos que a transação judicial é preferível à transação 
preventiva uma vez que ela não pode ser mais discutida, já 
que feita juízo, torna-se coisa julgada. 
 
Transação 
Prof. Edson Soares, MSc. 
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 A transação preventiva, sempre pode ser questionada em 
Juízo se assim pretender uma das partes argumentando arre-
pendimento, engano, dentre outros, em razão do art. 5, XXXV, 
CF e art. 849 CC. 
 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos 
seguintes: 
 
 
Transação 
Prof. Edson Soares, MSc. 
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 XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário 
lesão ou ameaça a direito; 
 Art. 849. A transação só se anula por dolo, coação, ou erro 
essencial quanto à pessoa ou coisa controversa. 
 Parágrafo único. A transação não se anula por erro de direito a 
respeito das questões que foram objeto de controvérsia entre as 
partes. 
 
Referências 
Prof. Edson Soares, MSc. 
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 BORDA, Guillermo A. Tratado de derecho civil. Buenos Aires: La Ley, 
2008. 
 BRASIL, Lei 10.406 de 10 de Janeiro de 2002. Institui o Código Civil. 
 DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro. Teria das Obrigações 
Contratuais e Extracontratuais. 24 ̊ ed. São Paulo: Saraiva, 2008. 
 GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de 
Direito Civil. Contratos: Teoria Geral. 11. Ed. rev. E atual. – São Paulo: 
Saraiva, 2015. v. 4. 
 GOMES, Orlando. Contratos 24 ed., Rio de Janeiro: Editora Forense, 2001. 
 LOUREIRO, Luiz Guilherme, Teoria Geral dos Contratos no novo Código 
Civil. São Paulo: Método, 2002. 
 VENOSA, Silvio de Salvo. 2015. Direito Civil - Teoria Geral das Obrigações 
e Teoria Geral dos Contratos. 8ª Edição. São Paulo : Atlas, 2015.

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