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Unidade i Aprendendo a ler rótulos unidade i Aprendendo a ler rótulos UNIDADE I - PROMOÇÃO À ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL: APRENDENDO A LER RÓTULOS Objetivos específicos: Apresentar informações relevantes para as escolhas alimentares, como as informações nutricionais obrigatórias e complementares, as diferenças entre os conceitos diet e light, o significado das informações presentes nos rótulos dos alimentos, bem como informações relevantes para alimentação de pessoas com restrições alimentares e a legislação vigente sobre rótulos alimentares. Introdução Rótulo é toda e qualquer informação referente a um produto que esteja transcrita na sua embalagem (BRASIL, 1969). A responsabilidade pela legislação de rótulos cabe à Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Os rótulos são elementos essenciais para orientar a escolha adequada de alimentos, pois são a comunicação entre produtos e consumidores, por isso as informações devem ser claras. Porém, os rótulos têm se tornado cada vez mais complexos, exigindo maior habilidade do consumidor para interpretá-los e entendê-los. Compreender as informações presentes nos rótulos possibilita a escolha mais adequada dos alimentos que o consumidor procura. Dados recentes levantados junto à população que consulta o serviço Disque-Saúde do Ministério da Saúde demonstram que aproximadamente 70% das pessoas consultam os rótulos dos alimentos no momento da compra, no entanto, mais da metade não compreende adequadamente o significado das informações (BRASIL, 2016). O que observar no momento da escolha do produto? • Lista de ingredientes A lista de ingredientes informa, em ordem decrescente, todos os itens que um determinado produto contém. Ou seja, o primeiro ingrediente é aquele que está em maior quantidade no produto e o último da lista, em menor quantidade (BRASIL, 2002). Por exemplo: um pão de forma integral que possui “farinha de trigo fortificada com ferro e ácido fólico” como primeiro ingrediente da lista e “farinha de trigo integral” como segundo possui mais farinha de trigo branca do que farinha de trigo integral. Fo nt e: Te le ss aú de RS -U FR G S, 2 01 7 unidade i Aprendendo a ler rótulos A lista de ingredientes é apresentada em letra pequena e as nomenclaturas são técnicas. Essas características podem gerar dificuldades de compreensão na leitura do rótulo. Um exemplo disso é o açúcar, que quando não está presente na lista de ingredientes, nem sempre significa que não está presente no alimento. Outras nomenclaturas como sacarose, lactose, glicose, xarope de glicose, açúcar invertido, entre outros, indicam a presença de açúcar, sem que o nome do mesmo esteja presente na lista de ingredientes (BRASIL 2013). De acordo com o tipo de processamento empregado na sua produção, os alimentos classificam-se em categorias: in natura, minimamente processado, processado e ultraprocessado. Uma maneira prática de distinguir alimentos ultraprocessados de alimentos processados é consultar a lista de ingredientes que, por lei, deve ser encontrada nos rótulos dos alimentos que possuem mais de um ingrediente. Os ingredientes de uso industrial comuns nos alimentos ultraprocessados incluem proteínas de soja e do leite, extratos de carnes, substâncias obtidas com o processamento adicional de óleos, gorduras, carboidratos e proteínas, bem como substâncias sintetizadas em laboratório a partir de alimentos e outras fontes orgânicas como petróleo e carvão. Muitas dessas substâncias sintetizadas agem como aditivos alimentares cujo papel é aumentar a durabilidade dos alimentos ultraprocessados ou, mais frequentemente, dar cor, sabor, aroma e textura que os tornem extremamente atraentes. Esses alimentos favorecem o consumo excessivo de calorias. Além disso, “enganam” os dispositivos de que nosso organismo dispõe para regular o balanço de calorias. Alimentos ultraprocessados tendem a ser muito pobres em fibras, que são essenciais na prevenção de doenças do coração, diabetes e diversos tipos de câncer. Por isso, levam a obesidade (BRASIL 2014b). Em geral, quanto mais reduzida e compreensível a lista de ingredientes e menos termos desconhecidos pelo consumidor houver, menor o grau de processamento do produto. • Informação nutricional De acordo com as resoluções RDC nº 359 e 360 de 23 de dezembro de 2003 e nº 163 de 16 de agosto de 2006, que aprova o Regulamento Técnico de Porções de Alimentos Embalados para Fins de Rotulagem Nutricional, a informação nutricional deve conter (BRASIL, 2003a; BRASIL 2003b; EMBRAPA, 2015): » Porção: é a quantidade média do alimento que pode ser usualmente consumida por pessoas sadias. Observe a porção em gramas e medida caseira (ambas obrigatórias), pois todos os valores seguintes da tabela nutricional vão estar se referindo à porção informada. » % de Valores Diários: é um percentual que indica quanto o produto em questão apresenta de energia e nutrientes em relação a uma dieta de 2000 calorias. É importante lembrar que os indivíduos possuem necessidades nutricionais diferentes, portanto o valor indicado é apenas uma estimativa e não reflete as recomendações de ingestão de todos os indivíduos. Ainda assim, essa informação pode ser útil na hora de comparar os valores nutricionais de produtos da mesma categoria que Fo nt e: Te le ss aú de RS -U FR G S, 2 01 7 unidade i Aprendendo a ler rótulos possuem porções de tamanhos diferentes. » Valor energético: também chamado de valor calórico, é a energia produzida pelo nosso corpo a partir dos carboidratos, proteínas e gorduras totais. Um produto de baixo valor energético não é equivalente a um produto saudável, assim como alto valor energético não é, necessariamente, equivalente a um produto de baixa qualidade. Por exemplo: um copo de leite é mais calórico que um copo de algum refrigerante diet, porém a qualidade nutricional do leite é melhor que a do refrigerante. A recomendação do Guia sobre fazer dos alimentos in natura a base da alimentação, pode facilitar as escolhas alimentares nesses casos, de acordo com o objetivo do consumidor. De modo geral, não deve-se orientar as escolhas alimentares somente a partir do valor energético dos alimentos. » Carboidratos: são os componentes dos alimentos cuja principal função é fornecer a energia para as células do corpo, principalmente do cérebro. » Proteínas: são componentes dos alimentos necessários para construção e manutenção dos nossos órgãos, tecidos e células. » Gorduras Totais: é a soma de todos os tipos de gorduras encontradas em um alimento. » Gorduras Saturadas: tipo de gordura presente, principalmente, em alimentos de origem animal. O consumo inadequado de gordura saturada está relacionado com alteração no perfil lipídico, que pode aumentar o risco para eventos cardiovasculares (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2013). » Gordura trans: tipo de gordura encontrada em grandes quantidades em alguns alimentos ultraprocessados como biscoitos, sorvetes, alguns snacks, produtos de panificação, etc. O consumo de gordura trans está relacionado com alteração no perfil lipídico, que pode aumentar o risco para doença cardiovascular. O consumo desse componente deve ser o mínimo possível (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2013) » Fibra alimentar: está presente em diversos tipos de alimentos de origem vegetal, como frutas, hortaliças, feijões e alimentos integrais. O consumo de fibras, aliado à ingestão suficiente de água, auxilia no funcionamento do intestino. » Sódio: está presente no sal de cozinha e alimentos processados e ultraprocessados (salgadinhos de pacote, molhos prontos, embutidos, produtos enlatados com salmoura), devendo ser consumido com moderação, uma vez que o seu consumo excessivo pode levar ao aumento da pressão arterial. É importante saber que alimentos doces, como: refrigerantes, bolachas, cereais matinais, misturas para bolos, entre outros, também podem conter grandes quantidades de sódio, mesmo que o sabornão seja salgado. • Informação nutricional Complementar Alguns rótulos alimentares possuem informações como “fonte de”, “reduzido em”, “não contém”. Essas nomenclaturas são exemplos de Informação Nutricional Complementar (INC) e são utilizadas com a finalidade de informar que determinado alimento possui propriedades nutricionais particulares. No entanto, essas unidade i Aprendendo a ler rótulos informações interferem no momento de decidir qual é o produto mais adequado de acordo com as preferências do consumidor, podendo levá-lo a um entendimento equivocado sobre as características do produto. A INC pode ser classificada em dois tipos: a) de conteúdo absoluto: que descreve ausência ou presença de baixa ou elevada quantidade de nutriente ou valor energético, nesse caso o alimento de referência é o próprio alimento. b) de conteúdo comparativo: que compara o nível de um ou mais nutrientes ou valor energético presentes no alimento em relação ao encontrado no alimento de referência (BRASIL, 2013). Uma vez que a INC não é obrigatória, apenas alguns produtos a possuem, mas isso não significa que os produtos que explicitam esse tipo de informação no rótulo são mais saudáveis quando comparados aos que não a possuem. O consumidor não deve selecionar seus alimentos de acordo com a INC, pois não é possível realizar uma comparação correta sobre qual produto é mais ou menos nutritivo somente a partir dela. Por exemplo, alimentos que alegam ter uma quantidade baixa de gorduras totais, podem ter uma grande quantidade de açúcares e sódio. A INC é especialmente útil para os consumidores que procuram alimentos com características nutricionais específicas. No entanto, como o nome sugere, essa informação deve ser sempre utilizada de forma complementar aos demais dados nutricionais presentes no produto, como a lista de ingredientes e a tabela de informação nutricional. Desta forma, o consumidor não corre o risco de ser enganado sobre as características nutricionais dos produtos, tornando a INC uma ferramenta efetiva para seleção de alimentos. Observa-se na tabela a seguir que, conforme a legislação vigente, é necessário informar a quantia de gordura trans quando a mesma ultrapassar 0,1 g por porção, ou seja, se um alimento descreve a sua porção em 10 g e possui até 0,1 g de gordura trans, ele não precisa informar na tabela de informação nutricional, porém isso não significa que ele não contém. Logo, se uma pessoa consumir mais do que 10 g desse produto ele estará consumindo uma quantidade, que pode ser significativa, desta gordura. Exemplo: 50 g do mesmo produto, igual a um consumo de 0,5 g de gordura trans. Se o consumidor estiver buscando uma alimentação com menos gordura trans, uma boa forma de evitar esse componente é procurar reduzir o consumo dos alimentos ultraprocessados que normalmente o contém, como sorvetes, produtos de panificação, biscoitos recheados, etc. Deste modo o consumidor estará reduzindo também o consumo de outros aditivos presentes nesses produtos, atingindo a recomendação do Guia Alimentar para redução de alimentos ultraprocessados e aumento do consumo de alimentos in natura. O quadro a seguir é uma versão reduzida da RDC 54 de 2012 (BRASIL, 2012): Fo nt e: Te le ss aú de RS -U FR G S, 2 01 7 unidade i Aprendendo a ler rótulos Quadro1: Significado das INC de acordo com o nutriente. Nutriente Atributo Significado Exemplos Valor energético Baixo Até 40 kcal por porção (para porções maiores que 30 g ou 30ml) Queijo Minas Frescal. Porção: 30 g – 2 fatias – 40 kcal – 1%VD. “Possui baixo valor energético” Não contém Até 4kcal por porção Refrigerante de cola Zero. Porção: 200 ml – 1 copo – 0 kcal –0% VD. “Não possui quantidade significativa de valor energético.” Reduzido Redução mínima de 25% em relação a versão original Bolo Integral de chocolate light. Porção: 60 g – 1 fatia – 164 kcal – 8% VD. INC comparativa: Porção: 60 g – 1 fatia – 219 kcal – 11%VD. Açúcares Baixo Até 5 g por porção (para por-ções maiores que 30 g ou 30 ml) Suco de uva (caixinha). Porção 200 ml – 2,5 g – % VD não estabelecido. “Açúcares naturalmente presentes nas matérias primas” Não contém Até 0,5 g por porção Refrigerante de cola. Porção 350 ml – 1 lata – 0,5 g – % VD não estabelecido. “Não possui quantidade significativa de açúcares” Sem adição de açú- cares Não foram adicionados açúcares durante a produção do produto, nem possuem ingredientes que possam ter açúcares adicionados Achocolatado Diet. Porção: 9 g – 2 colheres de sopa – 0,4 g - % VD não estabelecido. “Sem adição de açúcar” Reduzido Redução mínima de 25% em relação a versão original Achocolatado Light. Porção: 9,5 g – 1 colher de sopa rasa – 6,3 g - % VD não estabelecido. INC comparativa: Porção: 9,5 g – 1 colher de sopa rasa – 8,4 g - % VD não estabelecido. Gorduras totais Baixo Até 3 g por porção (para por-ções maiores que 30 g ou 30 ml) Bebida Láctea. Porção: 130 g – 1 unidade – 2,9 g – 5% VD. “Com baixo teor de gordura” Não contém Até 0,5 g por porção Queijo cottage. Porção: 30 g – 1 colher de sopa – 0,5 g – % VD não estabelecido. “Não possui quantidade significativas de gordura” Reduzido Redução mínima de 25% em relação a versão original Maionese Light. Porção 12 g – 1 colher de sopa – 2,9 g – 5% VD. “Maionese Light com 25% menos gordura” INC comparativa: Porção 12 g – 1 colher de sopa – 4 g – 7% VD. unidade i Aprendendo a ler rótulos Nutriente Atributo Significado Exemplos Gorduras saturadas Baixo Até 1,5 g de (gorduras satura- das + trans) por porção (para porções maiores que 30 g ou 30 ml) Biscoito de Arroz. Porção: 30 g – 3 biscoitos – 0,3 g – 1% VD. Não contém Até 0,1 g por porção Queijo Cottage. Porção: 30 g – 1 colher de sopa – 0,1 g – % VD não estabelecido. Reduzido Redução mínima de 25% em relação a versão original Manteiga Light. Porção: 10 g – 1 colher de sopa – 1,4 g – 6%VD. INC comparativa: Porção: 10 g – 1 colher de sopa – 5,0 g – 23%VD. Gordura trans Não contém Até 0,1 g por porção Queijo Cottage. Porção: 30 g – 1 colher de sopa – 0g - % VD não estabelecido. “Não contém gordura trans” Proteínas Fonte Pelo menos 6 g por porção Sardinha em água (lata) Porção: 60 g – 3 colher de sopa – 9,2g – 12% VD. Alto conteúdo Pelo menos 12 g por porção Barra de proteína.Porção: 40 g – 1 barra – 16 g – 21%VD. Aumentado Aumento mínimo de 25% em relação à versão original Porção: 125 g – 1 pote – 10 g – 13% VD. INC comparativa: Porção: 125 g – 1 pote – 8 g – 10% VD. Fibra alimentar Fonte Pelo menos 2,5 g por porção Pão de forma multigrãos.Porção: 50 g - 1 ½ fatia – 4,2 g Alto conteúdo Pelo menos 5 g por porção Macarrão de farinha de milho e farinha de linhaça. Porção: 80 g – 1 xícara de chá – 5 g – 20% VD. Aumentado Aumento mínimo de 25% em relação a versão original Pão de forma integral - 12 grãos. Porção: 50 g – 1 ½ fatia – 4,2 g 17% VD. INC comparativa: Pão de forma branco. Porção: 50 g – 1 ½ fatia – 1,3 g – 5%. Colesterol Baixo Até 20 mg em 100 g e baixo em gordura saturada Biscoito amanteigado de leite. Porção: 100 g – 18 biscoitos – 2 g - % VD não especificado. Até 10 mg em 100 ml e baixo em gordura saturada Achocolatado líquido (caixa) Porção: 100 ml – 6,5 g – 2% VD. Não contém Até 5 mg em 100 g ou 100 ml e baixo em gordura saturada Macarrão de farinha de milho. Porção: 100 g – 1 1/4xícara – 0 mg - % VD não especificado. Reduzido Redução mínima de 25% em relação a versão original Patê de atum em lata. Porção: 10 g – 1 colher de chá – 2,4 mg = %VD não estabelecido. INC comparativa: Porção: 10 g – 1 colher de chá – 3,7 mg –% VD não estabelecido. unidade i Aprendendo a ler rótulos Nutriente Atributo Significado Exemplos Sódio Baixo Até 80 mg por porção (para porções maiores que 30 g ou 30 ml) Barra de proteína. Porção: 40 g – 1 barra – 70 mg – 3% VD. Muito baixo Até 40 mg por porção (para porções maiores que 30 g ou 30ml) Bolacha água e sal. Porção: 30 g – 6 unidades – 210 Não contém Até 5 mg por porção Macarrão de farinha de milho e farinha de linhaça. Porção: 80 g – 1 xícara de chá – 0 g – 0% VD. “0% de sódio” Reduzido Redução mínima de 25% em relação a versão original Caldo de galinha menos sódio. Porção: 4,75 g – ½ cubo – 700 mg – 29%VD “30% menos sódio” INC comparativa: Porção: 4,75 g – ½ cubo – 1010 mg – 42% VD. Vitaminas e minerais Fonte Pelo menos 15% da ingestão recomendada por porção Leite em pó. (Vitamina C) Porção: 26 g – 2 colheres de sopa – 17 mg – 38% VD. Alto teor Pelo menos 30% da IDR* por porção Cereal em pó fortificado. (Vitamina A) – Valores baseados na IDR para crianças. Porção: 21 g – 3 colheres de sopa cheias – 295 µg – 74% VD. Aumentado Aumento de pelo menos 25% em relação a versão original Leite em pó fortificado. (Mineral: Cálcio) Porção: 28 g – 2 colheres de sopa – 364 mg – 37% INC comparativa: Leite em pó (original) Porção: 28 g – 2 colheres de sopa - 213 g – 21% VD. Fonte: Adaptado de BRASIL (2012) * Ingestão Diária Recomendada (IDR) é a quantidade de proteína, vitaminas e minerais que deve ser consumida diariamente para atender às necessidades nutricionais da maior parte dos indivíduos e grupos de pessoas de uma população sadia (BRASIL, 2012). • Diet x Light Muitos consumidores acreditam que o termo diet faz referência aqueles alimentos isentos de açúcar e light aos que não apresentam gordura. Essa crença é equivocada e acaba por ser disseminada entre as pessoas, por isso é essencial que os profissionais de saúde conheçam o significado correto dos termos para orientá-las de maneira apropriada, desmistificando conceitos errados e auxiliando a população a fazer escolhas alimentares mais conscientes. Os alimentos diet são aqueles destinados à dietas com restrição de nutrientes como carboidratos; gorduras; proteínas; sódio e também alimentos para dietas de ingestão controlada de açúcares, como no caso de pacientes diabéticos (BRASIL, 1998). Já o termo light é uma informação nutricional complementar (INC) relativa ao valor energético e conteúdo de proteínas, gorduras, carboidratos, fibras alimentares, vitaminas e/ou minerais de determinado unidade i Aprendendo a ler rótulos alimento. Somente os alimentos que atendam aos critérios estabelecidos para o atributo reduzido (veja tabela sobre INC) em valor energético ou em algum nutriente podem utilizar a alegação light (BRASIL, 2002). Observe que um produto pode ser reduzido (ou seja, light) em sódio ou em colesterol, por exemplo, e não ter, obrigatoriamente, o valor energético reduzido em relação a produtos convencionais. Ou seja, o termo light não se refere exclusivamente à quantidade de calorias (BRASIL, 1998). Para os alimentos com alegações de redução em valor energético ou determinado nutriente, também é permitido o uso da expressão LIGHT. Nesses casos, deve ser veiculada a informação sobre a quantidade de redução do nutriente em questão ou do valor energético. Exemplo: Uso da alegação light em sódio, seguida da informação “menos 30% de sódio”. • Nomenclaturas: Produtos que são preparados a partir da mesma matéria prima ou têm aspectos parecidos podem ser confundidos ou entendidos como produtos equivalentes, despertando dúvidas na população sobre qual alimento é melhor. Muitas pessoas confundem bebida láctea e iogurte, por exemplo, porém não são produtos iguais. Para auxiliar os pacientes na melhor escolha, os profissionais da saúde precisam conhecer a diferença entre os produtos. » Manteiga, margarina e creme vegetal Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a margarina obrigatoriamente possui leite, seus constituintes ou derivados (BRASIL, 1997), já o creme vegetal é constituído principalmente de água e óleo vegetal (BRASIL, 2005c). A manteiga, por sua vez, é o produto obtido a partir da batedura do creme do leite (nata), fermentado ou não, o que provoca aglomeração dos glóbulos de gordura, ocorrendo uma separação, de fase líquida, denominada leitelho. A gordura é o principal componente da manteiga (EMBRAPA, [s. d]). Um estudo realizado no comércio local do município de Francisco Beltrão (PR) avaliou os percentuais de lipídios apresentados nos rótulos de margarinas e cremes vegetais, encontrando informações divergentes. Nas margarinas, houve variação de 50% a 82%, e nos cremes vegetais variação de 20% a 65% no teor de lipídios (TOGNON, 2014). O estudo demonstra que a legislação nem sempre é seguida pelos fabricantes. Observa-se, no quadro abaixo, que existem diferenças de teor total de gordura, de acordo com a legislação, entre manteiga, margarina e creme vegetal que devem estar devidamente identificadas nos rótulos dos produtos. Quadro 2: Diferenças de teor total de gordura entre manteiga, margarina e creme vegetal Atributo Manteiga Margarina Creme Vegetal Lipídios totais Mínimo 82% Máximo 95% Mínimo 10% Máximo 95% Gordura láctea Possui até 100% Possui até 3% Não mais que 3% do teor total de lipídios Gordura trans Pode possuir Pode possuir Pode possuir Fontes: BRASIL (1996); BRASIL (1997). De acordo com as especificações de cada um, pode-se perceber que eles não são produtos iguais. unidade i Aprendendo a ler rótulos Independente da escolha, deve-se seguir a recomendação do Guia Alimentar para uma alimentação mais in natura possível, evitando alimentos ultraprocessados que podem possuir gordura trans, além de diversos outros aditivos. Ainda, quanto maior o valor de gorduras totais em determinado produto, maior será a probabilidade de ele conter maiores níveis de gorduras trans. O consumo excessivo de lipídios pode levar à formação de depósitos em veias e artérias, que são a causa de grande parte das doenças cardiovasculares (INSTITUTO BRASILEIRO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, 2014). Tendo em vista uma alimentação equilibrada e saudável, uma alternativa é preparar as receitas em casa, com menos aditivos químicos e assim, a obtenção de produtos mais próximos do in natura. A seguir será apresentado uma receita de manteiga caseira a partir de creme de leite. Essa receita é uma boa opção, pois é feita apenas de creme de leite, que também pode ser obtido de forma caseira através do leite cru ou leite integral não homogeneizado. Além disso, ela pode ser temperada da forma que preferir e com uma quantidade de sal menor. É importante lembrar que essas orientações são para a população saudável. Caso você tenha alguma doença que justifique a restrição de lipídios, a ingestão deve ser feita com moderação ou sob orientação de um profissional capacitado. Pensando nisso, preferir fazer misturas caseiras e com produtos in natura, são sempre a melhor opção. Receita de manteiga caseira Ingredientes: 480 g de creme de leite fresco Sal e/ou temperos a gosto (alecrim, pimenta, alho, orégano...) Modo de fazer: Coloque o creme de leite em uma batedeira ou processador e bata por aproximadamente 15 - 20 minutos ou até a gordura se separar complemente dos líquidos. Em seguida separar a gordura do líquido e adicionar dois copos de agua fria à manteiga. Aos poucos ir mexendo a manteiga com a água, jogar a água fora e repetir esse processo até que a água não esteja mais turva. Após esse processo, secar a manteiga em papel toalha, temperar a gosto, modelar e está pronta para consumir. A durabilidade dela é de, no máximo, uma semana na geladeira e em torno de seis meses no congelador. Fonte: Adaptado de: Dulce Delight Brasil (YouTube) e WikiHow.com/Fazer-Manteiga » Bebida láctea x Iogurte A bebida láctea se caracteriza pela mistura do leite (in natura, pasteurizado, esterilizado, UHT, reconstituído, concentrado, em pó, integral, semidesnatado ou parcialmente desnatado e desnatado) com o soro de leite (líquido, concentrado e em pó), com consistência mais líquida. Além disso pode ser adicionada ou não de produtos como gordura vegetal, leite(s) fermentado(s), fermentos lácteos selecionados e outros unidade i Aprendendo a ler rótulosprodutos lácteos. A base láctea do produto deve corresponder a pelo menos 51% do total do alimento. Em contrapartida, o iogurte é um leite coagulado obtido através da fermentação láctica mediante ação de cultivos de microrganismos específicos (BRASIL, 2014a). O iogurte não necessariamente apresenta o soro do leite, sendo geralmente mais consistente. Ou seja, a bebida láctea pode apresentar até 49% de ingredientes opcionais não lácteos, enquanto que no do iogurte outros ingredientes não podem ultrapassar 30% do produto (BRASIL, 2007a). Além da consistência que difere os dois (SIMIONATO, 2010), o iogurte contém maior parte dos constituintes nutricionais do leite, apresentando um maior teor de proteínas, cálcio, e bactérias benéficas ao organismo. Dessa forma, percebe-se que esses produtos, por muitas vezes confundidos, não são a mesma coisa. Tanto que, para as bebidas lácteas na cor branca, deve estar escrito na embalagem “BEBIDA LÁCTEA NÃO É LEITE” ou “ESTE PRODUTO NÃO É LEITE”. Para as bebidas lácteas coloridas deve conter “BEBIDA LÁCTEA NÃO É IOGURTE” ou “ESTE PRODUTO NÃO É IOGURTE” (BRASIL, 2005a). Abaixo, segue um quadro das especificações apresentadas no texto, para melhor elucidar o que foi falado. Quadro 3: Dieferenças nas especificações de bebida láctea e iogurte Atributo Bebida láctea Iogurte Ingredientes obrigatórios Leite e soro de leite Leite e cultivos de bactérias lácticas e/ou bactérias lácticas específicas Ingredientes opcionais Lácteos e não lácteos Lácteos e não lácteos Matéria gorda láctea mínima em 100g Bebida láctea sem adição: 2g Bebida láctea com adição: 2g Integral: 3g Com creme: 6g Parcialmente desnatado: 2,9g Desnatado: 0,5g Teor mínimo de proteínas de origem láctea 1g/100g 2,9g/100g Fonte: BRASIL 2005a; BRASIL 2007a A bebida láctea, em virtude da sua maior diluição, apresenta um valor calórico inferior ao do iogurte, mas em contrapartida tem mais ingredientes adicionados na sua formulação, sendo considerado um produto ultraprocessado. Já o iogurte, apesar de mais calórico, apresenta um teor maior de proteínas e outros nutrientes, sendo que os iogurtes denominados “naturais”, integrais ou desnatados, por possuírem Fo nt e: Te le ss aú de RS -U FR G S, 2 01 7 Fo nt e: Te le ss aú de RS -U FR G S, 2 01 7 Bebida láctea Iogurte unidade i Aprendendo a ler rótulos uma menor quantidade de ingredientes adicionais, são a melhor escolha quando se busca uma alimentação adequada. Conforme orientação do Guia Alimentar para a População Brasileira orienta-se o consumo de alimentos in natura e/ou que apresentem menor número de ingredientes possíveis. Logo, a qualidade nutricional deve ser levada em conta na hora da escolha do melhor produto para a saúde. » Chocolate em pó x achocolatado O chocolate em pó é obtido através da mistura de cacau em pó com açúcar (BRASIL, 1978) e pode ou não ser adicionado de outros aditivos, como aromatizantes, por exemplo. O achocolatado, por sua vez, possui uma quantidade muito pequena de cacau em pó, sendo que na maioria das vezes o açúcar é o primeiro item da lista de ingredientes. Além disso, possui muitos aditivos químicos, aumentando ainda mais a lista de ingredientes desconhecidos. Abaixo segue um quadro com a comparação da lista de ingredientes de um pacote achocolatado com um pacote chocolate em pó. Perceba que, apesar do chocolate em pó conter açúcar em segundo lugar, ainda assim possui uma lista de ingredientes muito menor que o achocolatado. Quadro 4: Listas de ingredientes de Achocolatado e Chocolate em pó Achocolatado Chocolate em pó Açúcar, cacau em pó, maltodextrina, minerais (carbonato de cálcio e pi- rofosfato férrico), vitaminas (L-ácido ascórbico, niacinamida, riboflavina, acetato de retinila, cloridrato de pirido- xina, colecalciferol e cianocobalamina), emulsificante lecitina de soja e aroma- tizante. CONTÉM GLÚTEN. ALÉRGICOS: CONTÉM DERIVADOS DE SOJA E TRIGO. PODE CONTER LEITE, AVEIA, CEVADA E CENTEIO. Cacau em pó solúvel, açúcar e aromati- zante. Não Contém Glúten. Fonte: rótulo obtido do produto na internet. Então, para lembrar, chocolate em pó e achocolatado não são a mesma coisa. E, o achocolatado, se consumido, deve ser evitado em excesso devido ao alto teor de açúcar e aditivos químicos. De acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira, deve-se sempre optar por opções mais saudáveis e mais in natura possíveis. A melhor escolha nesse caso seria o chocolate em pó, que apesar de seu custo mais elevado, acaba por ter um sabor característico forte, que justifica o uso de menor quantidade nas preparações. » Suco x polpa de fruta x refresco x néctar O decreto nº 6.871, de 4 de junho de 2009 regulamenta a lei nº 8.918, de 14 de julho de 1994, unidade i Aprendendo a ler rótulos que dispõe sobre diversos aspectos sobre as bebidas, dentre eles, as diferenças conceituais entre suco, polpa de fruta, refresco e néctar. São várias as nomenclaturas utilizadas quando se trata de bebidas que contêm frutas em sua composição. Geralmente, o consumidor tende a chamar todas as bebidas de suco. Entretanto, há diferenças entre elas e saber disso é muito importante no momento de escolher o produto a ser consumido. Abaixo seguem algumas definições das bebidas, conforme a legislação: Fo nt e: Te le ss aú de RS -U FR G S, 2 01 7 Fo nt e: Te le ss aú de RS -U FR G S, 2 01 7 Suco Néctar • Sucos É a bebida não fermentada, não concentrada e não diluída (salvo as exceções de frutas muito viscosas que necessitam de alguma diluição, como a manga, goiaba e mamão), destinada ao consumo, obtida da fruta madura e sã, ou parte do vegetal de origem, por processamento tecnológico adequado, submetida a tratamento que assegure a sua apresentação e conservação até o momento do consumo. É proibida a adição de aromas e corantes artificiais. Poderá ser adicionado de açúcares na quantidade máxima fixada para cada tipo de suco, tendo sua denominação acrescida pela designação “adoçado”. Classificação dos sucos: Suco integral: suco sem adição de açúcares e água, ou seja, na sua concentração natural. Suco desidratado: suco no estado sólido, obtido pela desidratação do suco integral. A bebida em pó só pode ser considerada suco se não contiver aromatizantes químicos. Suco concentrado: suco parcialmente desidratado. Suco reconstituído: obtido pela diluição de suco concentrado ou desidratado, até a concentração original do suco integral ou ao teor mínimo de sólidos solúveis estabelecido nos respectivos padrões de identidade e qualidade para cada tipo de suco integral, sendo obrigatório constar na sua rotulagem a origem do suco utilizado para sua elaboração, se concentrado ou desidratado, sendo opcional o uso da expressão reconstituído. • Polpa de fruta É o produto não fermentado, não concentrado, obtido de fruta polposa, por processo tecnológico adequado, atendido o teor mínimo de sólidos em suspensão. • Refresco É a bebida não fermentada, obtida pela diluição, em água potável, do suco de fruta, polpa ou extrato unidade i Aprendendo a ler rótulos vegetal de sua origem, com ou sem adição de açúcares. • Néctar É a bebida não fermentada, obtida da diluição em água potável da parte comestível do vegetal ou de seu extrato, adicionado de açúcares, destinada ao consumo direto. O néctar não tem a obrigatoriedade de conservar todas as características originais de um suco natural de fruta. A porcentagem de polpa de fruta das frutas em geral, é de 100% nos sucos, 30% no néctar e 20% nos refrescos. Há algumas exceções, como manga e mamão, onde no suco contém 60% de polpa de fruta, pois pode ser diluída, devido a sua alta viscosidade. Quanto menor a quantidade de polpa de fruta presente na bebida, menor o seu valor nutricional. Os sucos, do ponto de vista nutricional, são mais ricos que os néctares, que possuem quantidades menores da fruta em sua composição. Em último lugar, encontram-se os refrescos (PIRILLO & SABIO,2009). Ainda sobre rótulos, fique atento a: • Comparação entre alimentos: os rótulos podem conter ilustrações para representar equivalência entre produtos, por exemplo: “determinada quantidade de chocolate equivale a um copo de leite”. Mesmo que a comparação em questão seja de algum nutriente específico, como o cálcio, não é possível comparar esses dois itens alimentares, pois pode induzir o consumidor ao erro. O chocolate e o leite são alimentos completamente diferentes e não podem ser considerados equivalentes ou substitutos um do outro (BRASIL, 2012). • Propriedades terapêuticas: é necessário observar se determinado produto possui indicações no rótulo, como “previne osteoporose” ou “emagrece”. Estimular a compra desses produtos através dessas indicações leva o consumidor a acreditar que ao ingerir aquele produto a sua saúde pode melhorar, ou que estará prevenindo doenças e até mesmo as curando. Além disso, sabemos que prevenção de doenças e diminuição do peso são resultados de um conjunto de práticas, não apenas do consumo fiel de um determinado alimento (BRASIL, 2012). • Características da mesma categoria de produtos: é importante observar que algumas marcas alegam que certo alimento possui alguma característica (fonte de, livre de, etc.) que todos os outros alimentos da mesma categoria também possuem. Por exemplo: todos os óleos vegetais são livres de colesterol, portanto, alegar que determinada marca de óleo vegetal tem essa característica, como por exemplo, com a frase “óleo sem colesterol”, pode levar o consumidor a acreditar que essa é uma característica exclusiva daquele produto, uma vez que outras marcas podem não oferecer essa informação, pois ela não é obrigatória. Essa prática é proibida, porém pode haver produtos assim no mercado, por isso é importante que todos os consumidores estejam atentos. Nesse exemplo, para que o fabricante possa utilizar tal informação, ele precisa ressaltar que o seu produto é “livre de colesterol como todo óleo vegetal” (BRASIL, 1969). unidade i Aprendendo a ler rótulos Orgânicos Considera-se produto orgânico, aqueles in natura ou processado, ou de agricultura orgânica todo aquele que utiliza de recursos naturais, sem uso de agrotóxicos, a fim de um desenvolvimento sustentável em um movimento de respeito às relações sociais e culturais (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ORGÂNICOS, [201?]; BRASIL, 2003c). Dentre as intenções da agricultura orgânica, temos a oferta de produtos saudáveis isentos de contaminantes intencionais, reciclagem de resíduos de origem orgânica, redução ao mínimo do emprego de recursos não renováveis, preservação da biodiversidade e de recursos hídricos, preservação da saúde de consumidores e trabalhadores rurais, entre outros (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ORGÂNICOS, [201?]; BRASIL, 2003c). Na Lei 10.831 de 23 de dezembro de 2003, conhecida popularmente como Lei dos Orgânicos, regulamentada pelo Decreto nº 6.323 de 27 de dezembro de 2007, tece em seu vigésimo primeiro artigo que “Somente poderão utilizar o selo do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica os produtos comercializados diretamente aos consumidores que tenham sido verificados por organismo de avaliação da conformidade credenciado junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento”, ainda, no caso do produto não ter sido verificado de acordo com o artigo anteriormente mencionado, poderá constar em seu rótulo a seguinte expressão: “produto orgânico não sujeito à certificação nos termos da Lei nº 10.831, de 23 de dezembro de 2003”. A fim de instituir o selo e estabelecer os requisitos para sua utilização contamos com a Normativa nº 18 de 20 de junho de 2014 (BRASIL 2003c; BRASIL, 2007b; BRASIL, 2014a). Sendo o rótulo a comunicação entre produto e consumidor, quanto maior a transparência de informações do mesmo, mais as pessoas serão motivadas a fazerem escolhas conscientes. E como o Guia Alimentar da População Brasileira menciona, quanto mais as pessoas buscarem os produtos orgânicos, maior será o incentivo aos produtores da agroecologia familiar, e assim estaremos mais próximos de um sistema alimentar socialmente e ambientalmente sustentável (BRASIL, 2014b). Orientações gerais Aprender a ler rótulos é uma das estratégias para uma alimentação adequada e saudável, além de Figura: Exemplo de modelo colorido do Selo do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica. Fonte: Ministério da Agricultura, 2017. • Pão integral? Muitos produtos de cereais, como pães e biscoitos afirmam se tratar de produtos integrais, porém não há legislação vigente que disponha sobre as características de um produto integral no Brasil. Sendo assim, a falta de regulamentação faz com que o fabricante possa utilizar farinhas refinadas, resultando em baixa quantidade de fibras, caracterizando um produto bem diferente daquele que o consumidor procura. Sempre que possível, conheça a procedência do pão que você consome ou procure prepará-lo em casa. Se você estiver buscando um pão integral, uma boa dica é analisar, pela ordem da lista de ingredientes, se os produtos apresentam mais farinhas integrais quando comparado com outros itens. unidade i Aprendendo a ler rótulos possibilitar a identificação de alimentos ou ingredientes que podem causar alergia a alguns indivíduos. O conhecimento das informações presentes nos rótulos permite ao consumidor fazer escolhas com mais consciência, levando em consideração as preferências e características nutricionais dos alimentos. É essencial lembrar que um rótulo com boa aparência e o bom marketing envolvido na promoção do produto não devem ser fatores que definem as escolhas alimentares de uma população, mas a informação clara sobre os produtos é que deve. Observando a lista de ingredientes e a tabela nutricional dos produtos, entendendo o significado das denominações, além de levar em consideração as orientações do Guia Alimentar para uma alimentação mais saudável, você estará mais preparado para selecionar seus alimentos. Para esclarecimentos sobre determinado produto/alimento, entre em contato com o fabricante através do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) que deve estar disponível no próprio rótulo. Para denúncias sobre irregularidades, entre em contato com os centros de vigilância sanitária de âmbito municipal ou estadual. unidade i Aprendendo a ler rótulos REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ORGÂNICOS. Brasilbio [Homepage]. Franca, SP: Associação Brasileira de Orgânicos, [201?]. 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Acesso em: 28 abr. 2017. unidade i Aprendendo a ler rótulos TelessaúdeRS-UFRGS Coordenação Geral Marcelo Rodrigues Gonçalves Roberto Nunes Umpierre Coordenação da Teleducação Roberto Nunes Umpierre Ana Paula Borngräber Corrêa Conteudistas Andreza de Oliveira Vasconcelos Angélica Dias Pinheiro Raísa Vieira Homem Verônica Lucas de Olivera Guattini Ylana Elias Rodrigues Revisores Annia Rossini Cynthia Goulart Molina-Bastos Gabriela Monteiro Grendene Gabriela Corrêa Souza Rosely de Andrade Vargas Sabrina Dalbosco Gadenz Projeto Gráfico Carolyne Cabral Diagramação e Ilustração Angélica dias Pinheiro Carolyne Vasques Cabral Edição/Filmagem/Animação Bruno Tavares Rocha Diego Santos Madia Luís Gustavo Ruwer da Silva Rafael Fernandes Krug Rafael Martins Alves Divulgação Camila Hofstetter Camini Guilherme Fonseca Ribeiro Vitória Oliveira Pacheco Design Instrucional Ana Paula Borngräber Corrêa Equipe de Teleducação Andreza de Oliveira Vasconcelos Angélica Dias Pinheiro Cynthia Goulart Molina-Bastos Francine Borba Luís Gustavo Ruwer da Silva Rosely de Andrade Vargas Ylana Elias Rodrigues Dúvidas e informações sobre o curso Site: www.telessauders.ufrgs.br E-mail: ead@telessauders.ufrgs.br Telefone: 51 33082098 Equipe Responsável A Equipe de coordenação, suporte e acompanhamento do Curso é formada por integrantes do Núcleo de Telessaúde do Rio Grande do Sul (TelessaúdeRS-UFRGS).
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