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RELAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO COM O MERCADO

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5
MARIA JOSÉ ANDRADE REIS
O ESTADO BRASILEIRO E SUA RELAÇÃO COM O MERCADO.
Atividade apresentada no Curso EAD de Gestão Municipal, da Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC como requisito parcial da disciplina Estado, Governo e Mercado, sob a orientação do Prof. Nelson Karsokas e tutoria da Prof.ª Jacymary Ramos. 
. 
ILHÉUS, BA
2017
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - NEAD
ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho visa discorrer sobre a relação do Estado Brasileiro com o mercado. Para tanto, enfoca-se os períodos dos regimes liberais e neoliberais com as respectivas políticas de estímulo, de intervenção ou de regulação do mercado, com vistas a colocar o Brasil no rumo do desenvolvimento.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Para melhor compreensão da relação entre o Estado Brasileiro e o mercado, faz-se importante destacar que o Brasil não viveu um Estado genuinamente liberal. Isso porque no período do Império e da Primeiro República dois fatos, que não eram admitidos pelos países liberais, ocorreram no Brasil: a escravidão, entendida como negação da liberdade e da igualdade; e a ausência de participação efetiva dos cidadãos no processo político e de controle do governo pelo parlamento, características da liberdade política do Estado Liberal.
Assim a República no Brasil foi uma simulação dos regimes liberais-democráticos europeus, sendo mais justo classificá-la como república oligárquica, que denominá-la de democracia liberal, até mesmo porque com a conquista do direito de votar e ser votado pelo gênero masculino, os resultados dos processos eleitorais para a escolha dos representantes eram manipulados pela classe dominante e a lei existia na formalidade, mas era a todo momento desrespeitada e, dessa forma, a classe dominante se perpetuava no poder.
Se no campo político, o Brasil se afastou dos estados liberais, o mesmo não ocorreu em relação ao mercado, “já que o Brasil manteve estreitas relações econômicas, políticas e culturais com a Europa e os Estados Unidos” (COELHO, 2014, p. 80), reproduzindo, nesse campo, os princípios do liberalismo.
Sendo assim, a relação do Brasil com o mercado apresentou as seguintes características:
o mercado é uma instituição autorregulável, não necessitando da intervenção do Estado para funcionar bem, o que de certa forma garantia autonomia ao campo econômico em relação ao campo político. Ao Estado, caberia apenas as tarefas que não poderiam ser confiadas ao mercado e que seriam atribuições exclusivas da autoridade política. Todo o restante deveria ser confiado ao mercado. COELHO, 2014, p. 76).
Nessa esteira, caberia ao Estado:
a manutenção da lei e da ordem para que os indivíduos pudessem se dedicar aos seus interesses privados e suas atividades no mercado. Por meio das forças armadas nacionais, o Estado garantiria a defesa do país das agressões externas e a integridade do seu povo e de seu território, a segurança dos seus portos e das rotas de comércio pelos mares. Um corpo de diplomatas profissionais asseguraria o contato e as boas relações com as demais potências estrangeiras, defendendo os interesses do país e dos seus cidadãos no mundo. Internamente, por meio dos tribunais, o Estado distribuiria a justiça, dirimindo os conflitos entre as partes, julgando os crimes e impondo penas. Por meio de seu sistema prisional, encarceraria e puniria os condenados. Ao Estado cabia ainda assegurar o direito e usufruto da propriedade, a proteção da vida, o direito de ir e vir dos seus cidadãos e a ordem pública.
Para dar conta de tantas tarefas - da administração, cumprimento de leis, manutenção de bens e garantia de direitos, conservação e segurança das estradas, policiamento das cidades, arbitramento de sanções a de atos coercitivos – o Estado passou a recolher impostos, administrar o patrimônio e as finanças públicas, bem assim a emitir moeda, que é, até hoje, o meio de troca dos agentes privados no mercado.
No entanto, com a crise da Bolsa de Nova Iorque de 1929, os liberais começaram a duvidar sobre o mercado ser autorregulável, diante da grande crise financeira, econômica e social que se instalara na sociedade capitalista com a quebra da Bolsa, concorrendo para que já ocorressem defesas sobre a necessidade de intervenção do Estado na economia.
No Brasil, no Governo Vargas, o Estado iniciou o aparelhamento para intervir na regulação da economia e na vida social dos brasileiros, com o objetivo de promover o desenvolvimento da Nação, ponto de partida para o chamado Estado de Bem-Estar Social que, “além da regulação do mercado e da promoção do bem-estar por meio de políticas públicas de educação, saúde, previdência, habitação etc., o Estado também teve o papel de promotor da industrialização do país”. Nesse ínterim, destacam-se as seguintes intervenções: a regulação da jornada de trabalho, do trabalho feminino e de menores e a instituição do salário-mínimo.
A partir de 1930, o Estado brasileiro passou a intervir, de forma efetiva, no desenvolvimento econômico e social do país por meio dos seguintes instrumentos:
Inovação legislativa: com a elaboração de códigos e leis específicas; Inovação institucional: com a criação de conselhos, departamentos, institutos, autarquias e empresas públicas. Formulação e implementação de políticas econômicas: voltadas para a área cambial, monetária, de crédito, comércio exterior e de seguros. Formulação e implementação de políticas sociais: de regulação das relações industriais, de previdência, assistência e proteção ao trabalhador, saúde, educação, saneamento e habitação. COELHO, 2014, p. 93/94).
Na década de 70, o modelo de desenvolvimento econômico e social vigente, marcado pela forte intervenção do Estado parecia ter-se esgotado. Nesse contexto, as ideais liberais se reascendem, agora com nome de neoliberalismo que, atrelado ao discurso da globalização, afirmava que o mundo havia mudado e, consequentemente, a realidade social e econômica.
O neoliberalismo surge sob o tripé: desregulamentação, privatizações e abertura dos mercados. Seus defensores argumentavam “ser necessário desregular os mercados porque o número excessivo de regras e controles estatais sobre a economia inibia os investimentos privados, comprometendo o crescimento econômico”. Ademais, defendiam a “abertura dos mercados nacionais para a concorrência internacional, como única forma de produzir uma modernização de todos os setores da atividade econômica, conferindo-lhes eficiência e competitividade”.
Assim é que, nos anos 90, o Estado adota nova forma de relação com os agentes econômicos: 
De produtor de insumos industriais e fornecedor de infraestrutura para o setor privado da economia, o Estado passou a exercer o papel de agente regulador dos mercados recém-criados. A criação de mercados onde antes havia monopólios, ainda que compostos por mais de uma empresa estatal, foi uma experiência nova no Brasil, assim como também nova seria a forma escolhida de exercer a função de regulação: por meio da criação de agências reguladoras específicas para cada mercado. (COELHO, 2014, p. 103).
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Depreende-se da leitura que, em todos os regimes implantados no Estado Brasileiro, as normas emanadas do Poder Público sempre seguiram a vontade da classe dominante.
Soma-se a isso, o fato de que os regimes implantados no Brasil foram copiados e modificados pelo desrespeito às leis pela elite dominante, que impunha uma política de favorecimento ao lucro, em detrimento da exploração da classe trabalhadora e menos favorecida.
Assim, mesmo com o Estado intervindo na economia, seja no regime liberal ou neoliberal, o faz sob a perspectiva de privilegiar a classe dominante, adotando algumas medidas sociais nas áreas de educação, saúde, segurança, mas insuficientes para reduzir as desigualdades sociais. Em contrapartida, as medidas econômicas favorecem o mercado nacional e internacional, e contribui para o acúmulo da riqueza nas mãos de poucos privilegiados.
4 BIBLIOGRAFIA
COELHO, Ricardo Corrêa. Estado, governo emercado. 3. ed. rev. atual. – Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília] : CAPES : UAB, 2014. 114p.

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