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Entrevista: Avaliação em debate Elisabeth Silveira, doutora em Linguística e mestre em Língua Portuguesa. Atualmente, é assessora educacional do FGV Online. Por Claudia Capello Em entrevista à coordenadora pedagógica do FGV Online, a professora Elisabeth Silveira, assessora educacional do programa, discute o tema "Avaliação em educação a distância". Para a professora, em um processo avaliativo, os instrumentos usados devem ser balizados pela objetividade: é preciso conhecer o tema avaliado e estar ciente de seu objetivo ao avaliar. Além disso,Elisabeth Silveira sugere aos professores do segmento que incentivem seus alunos a explorarem as referências que estão disponiveis na rede, sempre com responsabilidade e respeito ao conhecimento do outro. Claudia Capello: Em sua apiniãa, a que deve balizar os instrumentos de avaliação em um processo educacional? Elisabeth Silveira: A primeira coisa que devemos pensar quando falamos em avaliação - que é o calcanhar de Aquiles da escola, não tem jeito - é "Para que estamos avaliando?", "O queestamos avaliando?".Essas duas perguntas são essenciais e, em função das respostas a essas perguntas, podemos definir a forma como avaliaremosnosso aluno. Há vários instrumentos disponiveis, desde as famosas questões objetivas - múltiplas respostas, lacunas -e questões dissertativas de vários escopos, até questões em que podemospermitir ao aluno sair do espaço da sala de aula, trazer e utilizar materiais, ou usar a fala do outro, de forma que ele possa construir a resposta de acordo com o conhecimento que possui e atendendo aos comandos que propomosem determinada questão. Claudia Capello: É mais fácil ou mais difícil avaliar em um curso a distância? Elisabeth Silveira: Depende do tipo de curso que temos, do tipo de aluno que temos, do tipo de objetivo que temos, tanto no curso presencial quanto no curso a distância. Cada curso é um curso, cada aluno é um aluno, cada objetivo é um objetivo, e os instrumentos de avaliação têm de estar adequadosao tipo de trabalho que estamos realizando - não são genéricos. Quando desenhamos um curso, quando pensamos em um curso e em sua avaliação,temos de pensar no todo. Sendo assim, não existe um instrumento mais fácil ou mais dificil em relação ao ensino presencial ou ao ensino a distância. Claudia Capello: Mas a senhora considera que haja instrumentos mais adequados à avaliação no ensino a distância?Não que sejam mais fáceis au mais difíceis, mas que estejam mais adequadas à realidade do ensino a distância, ao oluno que aprende à distâncio? Elisabeth Silveira: Em relação ao ensino a distância, pelo fato de o aluno estar na rede, de ele ter uma variedade enorme de fontes de informação, é muito mais adequado propiciarmosa esse aluno a busca da informação. Levar a buscar a informação, selecionando a melhor fonte entre as fontes disponiveis, ou seja, aquela que é mais relevante para o tipo de trabalho que ele vai realizar - e, nessa fonte, identificar as informações que são significativas para o trabalho, trazer essas informaçõese incorporá-Ias a seu texto como um elemento de autoridade -, exemplificando, trazendo um argumento a mais para seu trabalho, é muito mais importante, por exemplo, do que formular uma questão objetiva em que o aluno responde a uma alternativa, e, automaticamente, o computador mostra o gabarito e o aluno é avaliado. Então, se temos toda a possibilidade de levar o aluno a buscar a informação e trazê-Ia para seu texto - o que nós fazemos o tempo todo -,identificando o que é relevante, julgando e incorporando essa informação, a rede, por exemplo, é uma excelente alternativa nos cursos a distância. Claudia Capello: E do ponto de visto de quem avalio, se a senhora tivesse de dor uma dica, uma frase final, o que o senhora diria para os prafessores o distância, que são, no verdade, aqueles que avaliam esses alunos? Elisabeth Silveira: Explore a rede! Leve o aluno a entrar na rede, na internet.Não se preocupe se ele está buscandoa informação que não é dele. O plágio existe ... Todos nós, quando escrevemos textos, monografias, dissertações e teses, apropriamo-nos da palavra do outro, do conhecimento do outro. O que fazemos de diferente é trazer o conhecimento do outro com o respeito do outro, falando, citando o outro e dando a esse outro o espaço correto em nosso texto. É isso que precisamos ensinar a nosso aluno. Claudia Capello: Em outras palavras, o avaliação cantinua sendo, em qualquer modalidade de ensino, um grande desafio para alunos e professores. Elisabeth Silveira: Para todos nós! Entrevista_Página_1 Entrevista_Página_2 Entrevista_Página_3