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COMENTÁRIOS ACERCA DO ART 107, CP E ACORDÃOS RELACIONADOS

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CURSO DE DIREITO – SEXTA ATIVIDADE AVALIATIVA MODALIDADE 
NÃO PRESENCIAL, Professor: 10758 - Widson Rogério Silva Dantas. 
 
ALUNO(A): THAÍS OLIVEIRA FARIA 
 R.A.: 5148027 TURMA:23 
	
PARTE 1. 
 
SEGUE COMENTÁRIOS ACERCA DAS CAUSAS EXTINTIVAS DE 
PUNIBILIDADE CONTIDAS NO ROL DO ARTIGO 107 do Código Penal 
(EXCEÇÃO DA CAUSA EXTINTIVA PRESCRIÇÃO PENAL). 
 
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: 
I - pela morte do agente; 
 
A morte do agente põe termo à ação penal, se iniciada, e impede a propositura de 
processo 
que não tiver sido ainda intentado, à vista do princípio constitucional da personalidade 
da pena 
(art. 5 º, XLV CRFB). Comprovada a morte, mediante exibição do atestado de óbito, 
ouvido o Ministério Público, o juiz declarará extinta a punibilidade "art. 62, CPP- No 
caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certidão de óbito, e depois de 
ouvido o Ministério Público, declarará extinta a punibilidade." 
 
II - pela anistia, graça ou indulto; 
	
Nesse inciso, há três causas extintivas de punibilidade que são causas legais juridicas de 
origem politica, de cunho politico, tendo em vista que tais causas serão concedidas pelo 
Congresso Nacional e/ou pelo 
Planalto. 
 
ANISTIA 
É a renúncia do Estado ao s eu ius puniendi. Exclui o crime e faz desaparecer suas 
consequências penais. Tem por objeto fatos (não pessoas) definidos com o crime, de 
regra, 
políticos, militares ou eleitorais, excluindo- se normalmente os crimes comuns — 
embora nada 
impeça que os inclua. Pode ser concedida antes ou depois da conde nação e pode ser 
total ou 
parcial. Ressalte-se que a anistia extingue todos os efeitos penais, inclusive a 
reincidência. 
Compete à União, por meio de Lei do Congresso Nacional (art. 21, XVII e 48, VIII, da 
CF), 
conceder anistia. 
 
GRAÇA 
A graça constitui caso de indulgência do Estado que leva à extinção da punibilidade. De 
competencia ou atribuição do Presidente da República. 
extingue, contudo, a pena, e não o crime. Daí persistirem os efeitos deste, de modo que 
o 
condenado que a recebe não retorna à condição de primário. Dirige-se a um indivíduo 
determinado, condenado irrecorrivelmente não tem em mira, portanto, um fato, mas um 
Indivíduo. 
 
INDULTO 
O indulto coletivo ou indulto propriamente dito, por sua vez, também constitui caso de 
indulgência do Estado e, a exemplo da graça, apenas extingue a pena e não o crime. 
Destina- 
se a um grupo indeterminado de condenados e é delimitado pela natureza do crime e 
quantidade de pena aplica da, além de outros requisitos que podem ser estabelecidos no 
decreto . É prerrogativa do Presidente da República (art. 84, X II e parágrafo único, CF) 
concedê-lo, podendo delegá-la a Ministro de Estado, Procurador-Geral da República ou 
Advogado-Geral da União. 
A diferença entre Graça e Indulto é que a primeira é concedida individualmente e deve 
ser requerida, já o Indulto, é concedido coletivamente. Ambos Institutos se dão por ato 
do Presidente da República, que tem o objetivo de favorecer pessoas determinadas, 
conforme a inteligência do Artigo 84, inciso XII, da Constituição Federal: Art. 84. 
Compete privativamente ao Presidente da República: XII - conceder indulto e comutar 
penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; 
 
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; 
 
Trata de lei nova que descriminaliza o fato praticado pelo agente, tornando- o um 
indiferente 
penal. Abarca, inclusive, as situações definitivamente julgadas. Nenhum efeito penal 
permanecerá, tais como reincidência e maus antecedentes, permanecendo, contudo, os 
efeitos 
de natureza civil 
	
 IV - pela prescrição, decadência ou perempção; 
 
PRESCRIÇÃO 
É a perda do direito de punir do Estado, em razão de seu não exercício dentro do prazo 
previamente fixado no art. 109 do CP. conta-se o prazo nos termos do art. 10, CP, 
incluindo o dia do início. A prescrição pode ser da pretensão punitiva ou da pretensão 
executória. Na primeira o Estado perde a possibilidade de formar seu título executivo. 
Nesse caso, o réu continuará primário e o fato não poderá ser considerado para fins de 
antecedentes criminais. Já a prescrição da pretensão executória implica apenas a perda 
do direito de executar a pena. Assim , a condenação permitirá a reincidência, 
possibilitará a execução pela vítima (art. 47 5N, II, CPC. Nos termos do art. 110, CP , 
depois de transitar em julgado, a prescrição será regulada pela pena aplicada, também 
nos prazos do art. 109. Tratando-se de reincidente, a o prazo do art. 109 haverá 
acréscimo de um terço. 
 
DECADÊNCIA 
É a perda do direito de pro mover a ação penal privada ou a perda do direito de 
formular a representação nas ações pena is públicas condicionadas, pela inércia do 
ofendido ou de quem tenha a qualidade para representá-lo, no prazo de 6 meses após o 
conhecimento da autoria do delito. atinge o próprio direito de punir, de forma direta 
nos casos de ação privada, em que ocorre a decadência do direito de queixa, e de forma 
indireta nas ações penais públicas sujeitas à prévia representação do ofendido, porque, 
desaparecido o direito de delatar, não pode agir o Promotor de Justiça. Súmula 594, 
STF: Os direitos de queixa e de representação podem ser exercidos, 
independentemente, pelo ofendido ou por seu representante legal. 
 
PEREMPÇÃO Consiste num a sanção processual para a desídia do querelante na ação 
penal privada, que lhe acarreta a perda do direito de nela prosseguir. A perempção só 
poderá ocorrer a pós o oferecimento da queixa-crime e tão som ente na ação penal 
privada exclusiva (não cabe na subsidiária da pública). Pode ser expressa ou tácita, 
quando o querelante pratica ato incompatível com a vontade de continuar exercendo o 
direito de queixa. As hipóteses de perempção no 
Art. 60, CPP Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á 
perempta a ação penal: 
 I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do 
processo durante 30 dias seguidos; 
 II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não 
comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) 
dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; 
 III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a 
qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de 
condenação nas alegações finais; 
 IV quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar 
sucessor. 
 
 
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação 
privada; 
 
RENÚNCIA: É a abdicação do direito de mover a ação penal privada pelo ofendido 
ou seu representante legal. É ato uni lateral. Deve anteceder à propositura da ação 
penal. Portanto, é incompatível com a queixa pro posta e recebida. Após a propositura 
da queixa, poderá ocorrer apenas a perempção e o perdão do ofendido. É irretratável e 
indivisível, vale dizer, a renúncia ao exercício do direito de queixa em relação a um 
dos autores do crime, a todos se estende. 
 
PERDÃO DO OFENDIDO: É a revogação do ato praticado pelo querelante, que 
desiste do prosseguimento da ação penal, desculpando o ofensor. O perdão somente é 
possível na ação penal exclusivamente privada, não produzindo efeitos na privada 
subsidiária e na pública condicionada. 
 
 VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; 
 
É o ato pelo qual o agente reconhece o erro que cometeu e o denuncia à autoridade, 
retirando o que anterior mente havia dito. Extingue-se a punibilidade pela retratação do 
agente nos casos em que a lei admite. Cabe a retratação nos crimes de calúnia e 
difamação, sendo que, na Lei de Imprensa, alcança também a injúria , e nos crimes de 
falso testem unho e falsa perícia. Som ente pode dar-se até a sentença de 1º. Grau, 
embora haja quem o defenda até o trânsitoem julgado da sentença. 
Vejamos o que descreve o artigo 143 do CP. 
CP. Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou 
da difamação, fica isento de pena. 
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a 
difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim 
desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa. (Incluído pela Lei 
nº 13.188, de 2015) 
Observa-se que no parágrafo único do artigo 143 do CP, deixa claro o modo como a 
Retratação deverá ser realizada, ou seja, se a conduta, foi realizada via televisão, a 
retratação, também deverá ser realizada, por este meio de comunicação. Outro ponto 
importante de se ater, é sobre até que momento a retratação deve ser realizada. Esta 
informação está descrita no artigo 143 do CP. Este descreve que no caso de crimes de 
calúnia e difamação, para que o querelado se veja livre da pena, esta retratação deverá 
ser realizada antes da sentença.Portanto, havendo a retratação, o querelado, ficará isento 
de cumprimento de qualquer pena e sua liberdade será preservada. 
 
VII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) 
 
VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) 
 
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. 
Clemencia do Estado: perdoar. 
 
PARTE 2- 
 
 
EMENTA: PEREMPÇÃO. AÇÃO PENAL EXCLUSIVAMENTE PRIVADA. 
INÉRCIA DO QUERELANTE POR MAIS DE 30 DIAS SEGUIDOS (CPP, ART. 60, 
I). INTIMAÇÃO PELA IMPRENSA OFICIAL PARA IMPULSIONAR O 
PROCESSO. AUSÊNCIA DE QUALQUER MANIFESTAÇÃO. PEREMPÇÃO 
RECONHECIDA. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE DECRETADA. 
 
A inércia do querelante que, embora regularmente intimado pela imprensa oficial (RTJ 
142/392), deixa, sem justa causa, de promover, durante trinta (30) dias seguidos, o 
andamento do processo penal configura hipótese, que, prevista em lei (CPP, art. 60, I), 
justifica o reconhecimento da perempção da ação penal exclusivamente privada. A 
perempção, que também se qualifica como causa extintiva da punibilidade (CP, art. 107, 
IV), constitui sanção jurídica aplicável ao autor da ação penal exclusivamente privada, 
por haver este incidido em comportamento revelador de contumácia processual. 
Doutrina e jurisprudência. 
 Trata-se de ação penal (exclusivamente) privada promovida por José Alberto Oliveira 
Veloso Filho contra o Deputado Federal José Vieira Lins. A peça acusatória imputa ao 
ora querelado a prática do crime de calúnia. O despacho, não obstante publicado no 
Diário da Justiça eletrônico (Dje) de 22/09/2014, com efeito de intimação, deixou de ser 
cumprido pelo ora querelante. 
 Com esse comportamento, o ora querelante, embora regularmente intimado para 
fornecer outro endereço do querelado, em ordem a viabilizar a notificação pessoal a que 
se refere o art. 4º, “caput”, da Lei nº 8.038/90 "Art. 4º Apresentada a denúncia ou a 
queixa ao Tribunal, far-se-á a notificação do acusado para oferecer resposta no prazo de 
quinze dias." persistiu na situação de abandono do processo durante mais de trinta (30) 
dias, incidindo, desse modo, na sanção prevista no "art. 60, I - quando, iniciada esta, o 
querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos." 
 Vê-se, portanto, que este processo penal condenatório está paralisado há mais de trinta 
(30) dias seguidos, desde o dia 22/09/2014. A inércia, que qualifica o comportamento 
do ora querelante, caracteriza, de maneira precisa, a situação prevista no art. 60, I, do 
CPP, que sanciona a contumácia do autor da ação penal exclusivamente privada, sempre 
que este, como no caso, “deixa de promover o andamento do processo durante 30 dias 
seguidos”, punindo, desse modo, a desídia do querelante que não deu seguimento à ação 
quando devia tomar determinada providência para impulsioná-la. 
 Cumpre salientar, neste ponto, que o magistério doutrinário, a propósito do tema, 
reconhece, em tal situação, a ocorrência de perempção da ação penal privada. “A 
perempção só ocorre quando a ação é exclusivamente privada (...). Dela se ocupa o art. 
60. A primeira causa de perempção é deixar o queixoso de promover o andamento do 
processo pelo espaço de 30 dias seguidos. É sanção à negligência do ofendido: deve a 
paralisação, assim, dar-se por sua causa.” 
 A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, por sua vez, consagra igual 
entendimento, em que a "perempção, trata-se de sanção jurídica imponível à contumácia 
do querelante. A inércia do querelante, cujo comportamento omissivo gera a paralisação 
do processo penal condenatório por mais de trinta (30) dias, traduz situação 
configuradora de perempção da ação penal privada. Basta, para efeito de caracterização 
da perempção, que o querelante, notificado pela imprensa oficial, deixe de adotar os 
necessários atos de impulsão da "persecutio criminis". Decorridos mais de trinta dias, 
opera-se a extinção da punibilidade do querelado.” Assim sendo julgada extinta a 
punibilidade do ora querelado (CP, art. 107, IV). 
 
- 
AÇÃO PENAL PRIVADA. PROCURAÇÃO QUE NÃO PREENCHE OS 
REQUISITOS DO ARTIGO 44 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. 
DECADÊNCIA. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. 1. A queixa-crime, na ação penal 
privada, deve vir acompanhada de procuração que atenda os requisitos do artigo 44 do 
Código de Processo Penal, dela devendo constar, mesmo que abreviadamente, a menção 
ao fato criminoso. 2. Não suprida a irregularidade no decurso do prazo decadencial, 
deve ser declarada extinta a punibilidade da recorrente em razão da decadência do 
direito de representação. PUNIBILIDADE EXTINTA PELA DECADÊNCIA. 
 
Vistos, relatados e discutidos os autos. 
Acordam os Juízes de Direito integrantes da Turma Recursal Criminal dos Juizados 
Especiais Criminais do Estado do Rio Grande do Sul, à unanimidade, em declarar 
extinta a punibilidade pela decadência. 
 Apela a querelada da sentença que a condenou, como incursa nas sanções do art. 139 
do Código Penal, à pena de 03 meses de detenção, substituída a corporal por restritiva 
de direitos - prestação pecuniária no montante de um salário mínimo, além de multa de 
10 dias-multa, à razão unitária mínima.Busca a defesa a absolvição da recorrente, em 
face da insuficiência do conjunto probatório. Apresentadas contrarrazões. 
O Ministério Público, nesta instância, opinou pela extinção da punibilidade da querelada 
pela decadência do direito de queixa. conhecido o recurso, adequado e tempestivo. 
Pedindo a devida vênia, adotou como razões de decidir o parecer do Ministério Público 
nesta instância, de lavra do Dr. Promotor, que bem examinou as peças que integram os 
autos, e, com acerto, suscitou a extinção da punibilidade da recorrente, pela decadência. 
 Inicialmente, embora não arguida pelas partes, cumpre referir que no feito operou-se a 
decadência. 
Cumpre salientar que para o recebimento da queixa é necessário que a procuração 
outorgada pelo querelante tenha poderes especiais e faça menção ao fato criminoso a 
que se refere, de acordo com o estabelecido no artigo 44 do Código de Processo Penal, 
"A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do 
instrumento do mandato o nome do querelante e a menção do fato criminoso, salvo 
quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente 
requeridas no juízo crimina." 
 Quanto à exigência contida no referido artigo, consiste na menção do fato criminoso 
no instrumento de mandato, em que pese a controvérsia doutrinária e jurisprudencial, 
acerca do tema, tenho que se mostra mais acertada a orientação da Turma Recursal 
Criminal do Estado, no sentido de que a simples menção ao nomen iuris do delito ou 
dos artigos de lei em que tipifica a conduta imputada ao querelado não atende a 
finalidade do artigo 44 do Código de Processo Penal, que nada mais é do que a fixação 
da responsabilidade por fundamentação caluniosa no exercício personalíssimo do direito 
de queixa.Frise-se que, ao dispor o referido dispositivo que o instrumento de procuração 
deve fazermenção ao fato criminoso, e sendo o fato um acontecimento histórico, não 
basta apenas a referência ao rótulo normativo, conforma já decidiu a Turma Recursal 
Criminal do Estado. 
 No caso concreto, o instrumento de mandato não atendeu às exigências expressas 
contidas no artigo 44 do Código de Processo Penal, razão pela qual o Juízo singular 
oportunizou a juntada de nova procuração, o que foi efetivado. Contudo, a nova 
procuração acostada também não atendeu às exigências. 
Outrossim, ainda que admitida a possibilidade de saneamento do vício apresentado, isto 
é, a juntada de novo instrumento de mandato, nos termos do artigo 568 do Código de 
Processo Penal, 
"A nulidade por ilegitimidade do representante da parte poderá ser a todo tempo sanada, 
mediante ratificação dos atos processuais." observa-se que tal providência deveria ter 
sido realizada dentro do prazo decadencial (seis meses). Portanto, deve ser declarada a 
nulidade do feito ab initio e a consequente extinção da punibilidade da querelada pela 
decadência, com fulcro no artigo 107, inciso IV, do Código Penal. 
Isso posto, o Ministério Público, nesta instância recursal, manifesta-se pelo 
conhecimento do recurso e, no mérito, pela extinção da punibilidade da querelante, em 
face da decadência do direito de queixa. 
 Assim, diante das razões muito bem expostas pelo órgão ministerial, voto pelo 
provimento do recurso, para extinguir a punibilidade da querelada, com fundamento na 
inadequação do instrumento procuratório, visto que não atendeu ao que dispõe o art. 44 
do Código de Processo Penal, e sendo inviável o saneamento do vício, pois já 
ultrapassado o prazo decadencial de 06 meses, extinta está a punibilidade da querelada 
pela decadência, artigo 103, "Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai 
do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) 
meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º 
do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da 
denúncia" e art 107, IV " pela prescrição, decadência ou perempção;" ambos do Código 
Penal.

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