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PCC da matéria psicologia do desenvolvimento e aprendizagem

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
CURSO DE MATEMÁTICA – FORMAÇÃO PEDAGÓGICA 
 
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E DA APRENDIZAGEM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBSERVAÇÃO DE CRIANÇA(S), ADOLESCENTE(S) E/OU 
JOVENS NO ESPAÇO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA 
(EDUCAÇÃO INFANTIL, ENSINO FUNDAMENTAL I E II OU 
MÉDIO ) PARA COMPREENDER CARACTERÍSTICAS QUE 
RESSALTAM O DESENVOLVIMENTO FÍSICO-MOTOR, 
AFETIVO-EMOCIONAL, INTELECTUAL, MORAL OU SOCIAL 
DESSES SUJEITOS 
 
 
 
 
 
 
FÁBIO YANAGUI 
MATRÍCULA 202003640344 
 
 
 
COTIA – SP 
2020
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CAPÍTULO 1: OBJETIVOS DESTE RELATÓRIO 
 
O presente trabalho tem como objetivo Identificar as características do 
desenvolvimento físico-motor, afetivo-emocional, intelectual, moral ou social 
nos sujeitos, conforme o título do presente trabalho, desenvolver um relatório 
sobre a observação realizada para entender como essas características 
influenciam o desenvolvimento da aprendizagem nesses sujeitos e relacionar 
teoria e prática para entender os fenômenos observados e para a escrita do 
relatório. 
 
CAPÍTULO 2. INTRODUÇÃO TEÓRICA 
 
Este relatório vai se basear nos ensinamentos de Erikson no que diz 
respeito ao “grau de sucesso que uma criança experimenta em satisfazer as 
demandas desses estágios dependerá muito fortemente das interações que ela 
tem com as pessoas e objetos em seu mundo.”(CARRARO, 2015, p. 30) Pois 
como diz Erikson ainda “qualquer tarefa desenvolvimental que não é 
completada com sucesso deixa um resíduo que interfere na tarefa posterior” 
(CARRARO, 2015 p. 30). Isso será visto no capítulo 4, da forma como foi 
observado. 
Também usaremos dos pensamentos de Piaget como o fato de que 
“ao contrário de muitos teóricos, Piaget não pensava que o 
ambiente molda a criança. Antes a criança (como o adulto) 
busca ativamente entender seu ambiente. No processo, ela 
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explora, manipula e examina objetos e pessoas em seu 
mundo.” (CARRARO, 2015, p. 32) 
 
CAPÍTULO 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
 
Foi elaborado este trabalho com base em observações de um jovem, 
menino, de seus 12 anos, estudante do ensino básico, parente que mora em 
minha casa. Não foi feito uma abordagem diretas com perguntas ou testes para 
que fosse mais espôntâneos e autênticas as reações da criança, objeto da 
análise. 
 
4. RESULTADOS E CONCLUSÃO 
Começo pelo modo com o despertar a criança. Começa a tocar o 
despertador. Neste dia, a criança despertou, mas sentou-se na cama e ficou a 
pensar, meio dormindo, meio acordada por vários minutos. 
Após isso, ela levantou-se assutada pelo tempo perdido e foi correndo 
se aprontar, não sem antes ter sido chamada à realidade pelos pais. Dirigiu-se 
para o café da manhã no refeitório conversando sobre como tinha dormido mal 
e continuava cansada. Findo este, começou o momento de estudos, feitos por 
vídeo uma vez que estamos em plena quarentena ainda. Notou-se muito 
enfado do jovem pela matéria estudada, com exclamações como “para que vou 
usar isso?” e “não vou ser engenheiro! Não estou entendendo nada!” Desta 
primeira parte notei o que poderia ter sido a observação de Piaget, citada no 
capítulo 2 deste relatório: “Antes a criança (como o adulto) busca ativamente 
entender seu ambiente” (CARRARO, 2015, p. 32), pois ela estava, pensando 
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no porquê tinha que acordar naquela cedo e não podia dormir mais, no porquê 
tinha que estudar algo que julgava não ser de utilidade.No fundo, ela estava 
“procurando entender sei ambiente”. 
Findo o estudo veio o almoço no qual o rapaz não queria comer salada, 
mas convencido pela necessidade de toma-la para fortalecer a saúde comeu 
um pouco. Aqui vemos um pouco de raciocínio em desenvolvimento: “As crian-
ças agora são capazes de pensar com lógica porque podem levar múltiplos as-
pectos de uma situação em consideração.Contudo, as crianças ainda apresen-
tam certas limitações para pensar situações reais no aqui e agora.”(CARRARO, 
2015, p.96). Com efeito, pela relutância de comer salada vi a limitação do rapaz 
vendo apenas o gosto das folhas, mas percebi também a lógica e coerência ao 
aceitar os argumentos de aspectos nutritivos e salutares para o corpo da 
salada. 
Algumas vezes aconteceu alguns incidentes como trombadas em 
objetos da mesa de refeições, queda de talheres, copo e de comida seguida de 
censuras verbais que desfecharam em sistemáticas desculpas, respostas 
tentando justificar o erro. Isso ocorreu também com relação a bagunças do 
material escolar, cama e mesa de objetos pessoais da criança que 
preguiçosamente tentava justificar-se e queria que sua mãe ou outro qualquer 
arruma-se para ela. Lembrei-me do que foi lido estudando: 
“O raciocínio da criança desta fase, especialmente dos dois aos 
quatro anos de idade, é muito influenciado por suas próprias 
vontades e desejos. Suas percepções e explicações refletem 
apenas um ponto de vista, ou seja, o seu. Por isso seus 
julgamentos são sempre absolutos e ela é insensível aos 
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argumentos contrários às suas afirmações.”(CARRARO, 2015, 
p.80) 
 A afirmação é de crianças mais novas do que a observada, mas 
curiosamente se encaixa perfeitamente com a que vi: qualquer tentantiva de 
convênce-la sobre determinados pontos era totalmente inútil. Explicar e 
argumentar não dava resultado nenhum. Aqui se encaixa também, parece, o 
fato de “em condições de alta tensão, a criança pode também exibir 
comportamentos característicos de fases anteriores do desenvolvimento.” 
(CARRARO, 2015, p. 101) 
Pude entender certo trecho visto em meus estudos de certas manias do 
rapaz de, por exemplo omitir a concordância de sujeito plural com verbo no 
singular: “Como a criança modela sua fala pela linguagem que ouve, é 
importante que os pais e os outros adultos com que ela frequentemente se 
comunica usem a dicção e normas gramaticais corretamente. Os erros de 
articulação ou gagueira, bem como características da voz, estabelecidas nesse 
início, podem se transformar em hábitos fortes que perdurarão a vida 
inteira.”(CARRARO, 2015, p.80) Assim, certos dizeres como “nós vai”, “e “ele 
disseram”, entre outros parecem mais intelegíveis 
Nas brincadeiras notava-se certo alheiamento. Tanto em jogos de 
tabuleiro, como físicos o desejo de vencer e ser o melhor era percebido, mas 
se a criança perdia duas ou três vezes este ou aquele desejo, logo era 
substituído pelo desânimo e pelo desinteresse. Aqui percebi alguns pontos 
estudados. Primeiramente um traço egocêntrico, pois: “O pensamento da 
criança pré-escolar é regulado pela percepção imediata e na maioria de seus 
raciocínios ela toma a si mesma como ponto de referência.”(CARRARO, 2015, 
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p. 96) Com efeito, percebi que o interesse do jovem nas brincadeiras tinha 
como parâmetro sua capacidade de vencer e ser o melhor. Se ela perdia, não 
sabia jogar bem, então era melhor sair do jogo e passar para outro. Em 
segundo lugar, notei aquilo que diz Erikson “qualquer tarefa desenvolvimental 
que não é completada com sucesso deixa um resíduo que interfere na tarefa 
posterior” (CARRARO, 2015 p. 30). Por isso, um egoísmo mais de criança mais 
nova do que de uma criança de doze anos. 
Outro ponto notado é um constante desejo de ser visto e chamar 
atenção sobre si, um desejo de ser o centro dos acontecimentos, 
especialmente dos mais velhos da casa. Para isso, ela valia-se de qualquer 
artifício, até mesmo fazer coisas erradas como bater portas, janelas, fazer 
lições erradas. O importante para ela, parece, é ser vista, mesmo que isso 
implique numa repreensão. Lembrando que “Os pais e mestres devem ter 
sensibilidade suficiente para responder aos esforços da criança para agradar, 
encorajando a formação de traços e atitudes desejáveis, sem contudo inibir sua 
espontaneidade e capacidades.” (CARRARO, 2015, p. 102) Não será que a 
criança desenvolveu um um instinto torto de que será “agradável” ser vista, 
mesmo que como bagunceira? Ou por outra, ela note certo “agrado”de ela ser 
deste jeito, e, por isso, pratica tais atos? 
Concluo este relatório pensando: pude perceber nesta atividade muitas 
verdades contidas neste estudo e constatar muitos fatos observados pelos 
grandes psicólogos. Mas o que no fundo vi foi o que diz Bock, Furtado e 
Teixeira (1999, p. 251): 
“As crianças encontram nos pais os modelos de como os 
adultos comportam-se — como atendem ao telefone e às 
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visitas; como se portam à mesa, resolvem conflitos e lidam com 
a dor; o que pensam sobre os acontecimentos do mundo etc. 
Os pais são os primeiros modelos de como é ser homem e ser 
mulher”. 
Ou seja, resumidamente, as crianças são aquilo que os pais lhes 
ensinaram a ser e o jovem analisado é aquilo que lhe ensinaram, seja bom, ou 
mal. 
 
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
CARRARO, Patrícia Rossi. Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem. 
Rio de Janeiro: SESES, 2015. 
BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes 
Trassi. Psicologias: Uma introdução ao estudo de psicologia. 13ª ed. São 
Paulo: Saraiva, 1999.

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