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INTRODUÇÃO À VIROLOGIA Prof. Dr. Bruno Jaegger Laranjeira Debate na comunidade científica NÃO SÃO SERES VIVOS Fora do hospedeiro não manifestam atividades vitais (metabolismo, reprodução, estruturas celulares). SÃO SERES VIVOS Organismos extremamente simples com capacidade de reprodução e evolução como qualquer outro ser vivo. Vírus... Vírus Do latim, ‘veneno’; Os vírus são agentes infecciosos acelulares que, fora das células hospedeiras, são inertes, sem metabolismo próprio, mas dentro delas, seu ácido nucléico torna-se ativo, podendo se reproduzir. UM POUCO DE HISTÓRIA E EVOLUÇÃO BASEADO NA PRESENÇA DOS VÍRUS NA FACE DA TERRA SÉCULO XIX A.C. Cidadão do povo retratado com seqüela de poliomielite Faraó Ramsés V com seqüelas de varíola na face Febre amarela→ descoberta da África pelos europeus: Lenda do navio-fantasma “Holandês Voador” Final do século XIX: certas doenças, como raiva e febre aftosa, causadas por partículas que se comportavam como bactérias (agentes filtráveis) Beijerinck: sumo do mosaico do fumo (fluido vivo contagioso) Loeffler & Frösch (1898): isolamento do fluido em animais com febre aftosa Félix d´Herelle (1915): causadores da lise bacteriana após inoculação de fezes em meio sintético para investigar Shigella: bacteriófagos; Agentes são partículas e não líquido; Pai da virologia moderna. Stanley (1935)→ cristalização e observação na microscopia eletrônica do vírus do mosaico do tabaco Os vírus eram sólidos geométricos precipitáveis. TRANSMISSÃO DAS VIROSES NA NATUREZA Transmissão vertical: Transmissão do vírus da mãe para o feto/embrião; Transmissão horizontal: Contato: direto ou indireto. Ex: saliva, espirro, objetos; Veículo: água ou alimentos contaminados; Vetores: animais invertebrados ou vertebrados: Vetores biológicos (se replicam no vetor); Vetores mecânicos (carreia o vírus) TIPOS DE INFECÇÕES Agudas: produção rápida de vírus seguida da resolução e eliminação rápida da infecção pelo hospedeiro; Ex: Vírus influenza Persistentes: não são eliminadas rapidamente e as partículas/produtos virais são produzidas por longos períodos: Crônicas: o vírus é continuamente replicado e excretado. Ex: vírus da hepatite; Infecções lenta: ocorre um longo período entre a infecção primária e o surgimento dos sintomas (geralmente fatais). Ex: vírus da raiva; Infecções Latentes: o vírus persiste numa fase não-infecciosa com períodos termitentes de reativação. Ex: Herpesvírus PERÍODOS DA INFECÇÃO Período de incubação: intervalo entre o início da infecção e o aparecimento dos sintomas característicos da doença Período prodrômico: o indivíduo apresenta sintomas clínicos generalizados inespecíficos(febre, dor de cabeça, mal-estar, etc.) Período de infecciosidade: período o qual o indivíduo infectado permanece excretando e transmitindo o vírus. EXISTEM VÍRUS EM TODAS AS ESPÉCIES ! Célula Animal Célula Vegetal Fungo Protozoário Vírus Bactéria BENEFÍCIOS DOS VÍRUS DESENVOLVIMENTO DE VACINAS TERAPIA GÊNICA FERRAMENTAS PARA INVESTIGAR OS HOSPEDEIROS CELULARES VETORES DE CLONAGEM DE GENES VIROLOGIA DEFINIÇÃO DE TERMOS Partícula viral completa e infecciosa= virion Proteínas que revestem o genoma viral = capsídeo Capsídeo + genoma = nucleocapsídeo Envelope: Natureza glicolipídica, derivado da célula hospedeira e com proteínas associadas Vírus X Microrganismos Celulares Apenas um tipo de ácido nucléico; Não possui sistema enzimático próprio; Ausência de organelas. DNA e RNA; Reprodução assexuada e assexuada; Presença de organelas; Propriedades dos vírus Os genomas virais contém apenas um tipo de ácido nucleico (RNA ou DNA); Possuem uma cobertura protéica envolvendo o ácido nucléico – proteção e entrada no hospedeiro; Podem possuir envelope; São parasitas intracelulares obrigatórios; Seu único objetivo é perpetuar-se na natureza ! Características Gerais dos Vírus Tamanho - 10 a 250 nm Ácido nucléico DNA ou RNA fita simples fita dupla Capsídeo Grupamento de proteínas virais (protômeros) com característica simétrica - icosaédrica - helicoidal Envelope - lipo proteico, glicoproteínas Características Gerais dos Vírus Tamanho - 10 a 250 nm Ácido nucléico DNA ou RNA fita simples fita dupla Capsídeo Grupamento de proteínas virais (protômeros) com característica simétrica - icosaédrica - helicoidal Envelope - lipo proteico, glicoproteínas Replicação Viral Vírus, na sua forma ativa, multiplicam-se rapidamente; Uma única partícula viral produz uma vasta progênie viral; Vírus de genoma DNA podem corrigir erros de replicação (“proof-reading”), vírus RNA não podem. Replicação Viral Geralmente,Vírus de genoma DNA apresentam replicação nuclear; Vírus de genoma RNA apresentam replicação no citoplasma; A síntese proteica viral é sempre no citoplasma da célula infectada Replicação Viral Características Gerais dos Vírus Tamanho - 10 a 250 nm Ácido nucléico DNA ou RNA fita simples fita dupla Capsídeo Grupamento de proteínas virais (protômeros) com característica simétrica - icosaédrica - helicoidal Envelope - lipo proteico, glicoproteínas Esquema da Estrutura dos Vírus Ácido nucleico Capsídeo Matriz Envelope Espículas Simetria Icosaédrica Micrografia eletrônica do Adenovírus 2 Esquema do Adenovírus 2 capsômero Capsídeo cuja estrutura básica é um icosaedro – superfície constituída de 20 faces triangulares e 12 vértices Simetria Helicoidal Esquema de vírus com capsídeo de simetria helicoidal Micrografia eletrônica do vírus do mosaico do tabaco Micrografia eletrônica do vírus deinfluenza Capsídeo com capsômeros arranjados em torno do ácido nucléico na forma de uma hélice Simetria Complexa Esquema do vírus da varíola Micrografia eletrônica vírus da Varíola Esquema de bacteriófago Micrografia eletrônica Simetria Complexa ENVELOPE Obtidos pelo brotamento através da membrana celular ou nuclear; Natureza glicolipídica; Possibilidade de deixar a célula sem matá-la (brotamento);Contém pelo menos uma proteína codificada pelo vírus; A perda do envelope resulta em perda da infectividade. Envelope Diagrama de um Vírus helicoidal envelopado Microfotografia de um Influenzavirus A Passos da Replicação Viral • Adsorção à célula; • Penetração na célula; • Desnudação ou decapsidação do genoma; • Síntese do ácido nucleico e das Proteínas; • Maturação viral; • Espalhamento para as outras células CITOPLASMA ADSORÇÃO RECEPTORES DE SUPERFÍCIE CELULAR PERMITEM A ENTRADA DO VÍRUS NA CÉLULA Adsorção • Os vírus possuem proteínas em sua superfície, seja do capsídeo, seja do envelope,que interagem com receptores específicos na célula hospedeira; • Interação é PASSIVA; • Especificidade da interação define e limita o tipo de célula hospedeira que pode ser infectada. Bloqueio por anticorpos a estes sítios de ligação específicos (imunoglobulinas neutralizantes) podem impedir a infectividade de um vírus. Penetração VÍRUS NÃO ENVELOPADOS Vírus não envelopados entram na célula por penetração direta. Penetração VÍRUS ENVELOPADOS Após a adsorção os vírus envelopados: Se fundem à membrana da célula hospedeira e ocorre a entrada do nucleocapsídeo viral no citoplasma da célula hospedeira A entrada pode ser por endocitose através da invaginação da membrana plasmática. Penetração Desnudação Envoltório protéico viral é removido por enzimas lisossomais; - Liberação do ácido nucleico viral; Replicação Viral BACTERIÓFAGO Ciclo lítico; liberação de novos vírus; lise da célula hospedeira Ciclo lisogênico Integração do genoma viral ao genoma da célula Ciclo lítico Ciclo lisogênico Replicação de vírus de animais Semelhante ao ciclo lítico de bacteriófagos Diferenças: Presença de envelope em alguns vírus - Ausência de parede celular na célula hospedeira Síntese Várias estratégias, dependendo do material genético e da localização do vírus. Maturação A maioria dos vírus de DNA faz a montagem no núcleo, sendo então liberada no citoplasma; A maioria dos vírus de RNA se desenvolve no citoplasma; A quantidade de partículas produzidas é variável; Liberação com ou sem lise Liberação de vírus envelopados por brotamento - Membranas celulares (RER, Golgi e MP) contendo as glicoproteínas virais inseridas darão origem ao envelope Brotamento http://vsites.unb.br/ib/cel/microbiologia/index.html 57 Prions - proteinaceous infectious particles; Agente infeccioso é uma proteína PrPsc; Ataca as PrPs normais; - Acumulam-se nas células do SNC (crônica) - incubação longa (anos) - alta resistência a UV e calor - exemplos: scrapie (vaca louca) ou encefalopatia espongiforme bovina), Mal de Alzheimer (?) Virusóides Pequenos RNAs satélites circulares; Não se replicam de forma autônoma; Sua replicação depende de uma co-infecção de uma célula hospedeira com um vírus auxiliar; Ex: Delta vírus – hepatite D Grato pela atenção!!!
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