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Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar APRESENTAÇÃO Caro leitor (a), a presente obra nasce da inspiração de um grupo de pessoas que sentiu e acolheu o chamado de compartilhar recursos conectivos e pacificadores no momento em que nossos afetos e formas de convivência passam por um processo de transformação. Somos um grupo de buscadores, pessoas que ao longo de sua existência trilharam vários caminhos voltados ao autoconhecimento e a expansão de consciência. Em nossas andanças buscamos saberes e fazeres que, juntamente com nossas vivências, nos tornaram quem somos, seres que buscam atuar de forma integrativa e pacificadora. Vivemos um momento ímpar da história da humanidade. Grande parte da população do Planeta está enfrentando um processo de isolamento social em decorrência da Pandemia do COVID-19. Isso nos tem levado a permanecermos em nossas casas, junto de nossos familiares, e a lidarmos com uma série de emoções e sentimentos que nos inundam e impelem a uma transformação em nossa forma de viver e de nos relacionarmos. Assim, com o objetivo de compartilhar recursos que levam a conexão e pacificação de nossas relações e convivência em família, surge a obra Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar, um conjunto de 12 atividades que integram recursos de diversas áreas, tais como Terapias Holísticas, Psicogenealogia, Práticas Restaurativas e Práticas Sistêmicas. Desejamos a você leitor (a) que nossas práticas possam lhe auxiliar nos processos de conexão e pacificação de suas relações familiares, lhe trazendo leveza e harmonia. 2 Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar Sumário 1 Resgate do equilíbrio interior! Identificar e expressar os sentimentos por meio da Empatia e da Gratidão Aline Soares Velho Corrêa 2 Dinâmica de conexão e compreensão para manter o relacionamento em casal saudável dentro de casa Bruna Boldo Arruda 3 Desperte a sua melhor versão por meio da Gratidão Carolina Cardoso Dutra 4 Prática restaurativa de atividades físicas em família Carolina de Figueiredo Furtado 5 Conhecendo a história de sua família Elisa Ferreira Mello 6 Prática para conversar com o coração Fernanda Bolzani Mascarello 7 Prática de percepção de si: como estou me sentindo João Antonio da Cruz dos Santos 8 Prática Restaurativa para Cocriação do Planejamento Semanal da Família acolhendo emoções e necessidades Márcia Sarubbi Lippmann 9. Prática do Diálogo Compassivo com idosos Maria de Lourdes Alves Lima Zanatta 10 Prática de resgate de vínculos afetivos do casal 3 Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar Noemi Ribeiro Albernaz 11 Dinâmica familiar de resgate espiritual em momentos de dificuldade Sandra Gonçalves Daldegan França 12 Despertando a Consciência de Pertencimento ao Clã e Tomando a Força Advinda de Nossos Antepassados Tâmara Scolari Schreiber 4 Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar Dinâmica: Resgate do equilíbrio Interior! Identificar e expressar os sentimentos por meio da Empatia e da Gratidão. Aline Soares Velho Corrêa 1 Objetivo O objetivo da prática é restabelecer o equilíbrio e a conexão com a nossa essência, a partir da identificação e expressão dos sentimentos da empatia e da Gratidão, bem como, possibilitar a construção de relacionamentos saudáveis, o enaltecimento das qualidades positivas dos indivíduos, a conscientização a respeitos dos pontos fortes. Número de pessoas O número de pessoas pode variar de uma a várias pessoas. Não há nenhum limite de número. Lembrando a necessidade de voluntariedade. Tempo Indefinido. Materiais - caixa de qualquer material, podendo ser uma urna. Que possua algum tipo de abertura, para depositar os papéis. - papéis - caneta - lápis de cor, canetinhas - porta caneta - criatividade para expressar a gratidão 1 Advogada (OAB/ SC 42.476) – Especialista em Direito Imobiliário, Registral e Notarial. Especialista em Gestão Administrativa. Presidente da Comissão de Direito Sistêmico da OAB, subseção de Navegantes/SC. Membro do Instituto dos Advogados do Brasil – IASC. Pós-graduanda em Direito Sistêmico com ênfase em Constelações Familiares. Facilitadora de Constelação Familiar. Hipnoterapeuta. Reikiana. adv.alinesoares@gmail.com 5 mailto:adv.alinesoares@gmail.com Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar Procedimento 1 – A ideia é escolher um espaço dentro da residência ou em qualquer dos outros lugares mencionados, para criar um “altar da gratidão”. Nesse espaço você deverá colocar a urna e ao lado deixar disponíveis os papéis, as canetas e os lápis de cores para que as pessoas possam expressar seus sentimentos de empatia e de gratidão. 2 – Não será necessário fazer uma reunião das pessoas, e nem mesmo definir um horário. A ideia é que as pessoas se sintam livres para exercer os sentimentos de gratidão em todos os momentos que desejarem. 3 – Reservar um momento do dia para se conectar com esse sentimento e para isso faça uma respiração para se manter presente. A partir disso escolha alguma pessoa ou alguma sensação, ou algum fato, ou mesmo agradecimentos à vida e à natureza, que deseja demonstrar seus sentimentos. É importante nomear os destinatários. 4 – Uma das pessoas da família ficará responsável por abrir a urna uma vez por semana e fazer a distribuição das mensagens aos respectivos destinatários. 5 – De posse dessas mensagens, reserve um tempo do seu dia para, finalmente contemplar as mensagens de gratidão que você recebeu. Sentindo quais as sensações que você percebe em seu corpo ao receber tanto amor e carinho. 6 – Se sentir vontade você pode retribuir os agradecimentos, na próxima semana. 7 – Caso queiram compartilhar desse momento de felicidade, vocês podem se reunir e partilhar as mensagens que receberam. 6 Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar Dinâmica de conexão e compreensão para manter o relacionamento em casal saudável dentro de casa Bruna Boldo Arruda 2 Objetivo Fortalecer a conexão do casal, respeitando as suas individualidades e buscando espaço para que seja possível expressá-las, sobretudo em ambientes pequenos de convivência. Materiais 1. Objeto da fala (algum objeto que tenha um significado especial para os dois enquanto casal). Observação: O objeto da fala dá o poder de quem o detém da fala e o poder/dever de quem não o detém, da escuta. Assim, um não pode interromper o outro enquanto estiver falando, nem que seja para complementar o seu pensamento. Desse modo, vocês exercitarão a escuta ativa, empatia e estado de presença. 2. Duas cadeiras. 3. Uma folha de papel. 4. Uma caneta. 5. Uma caixa de som para colocar as músicas sugeridas. Ferramenta guia A Comunicação não violenta será a ferramenta guia, por isso tentem responder as questões orientados pelo princípio do não julgamento, ou seja, não trazer a sua impressão sobre determinado fato (se você acha justo ou injusto, certo ou errado, etc.), apenas descreva o fato pelo que se apresenta. Fale sempre de como você se sente diante de determinado fato, cuidando para que seja um sentimento legítimo e não um ataque e diga qual é a suanecessidade que consequentemente está ou não sendo atendida. 2 Advogada pelos Direitos das Mulheres. Esp. Em Direito e Processo Penal. Pós-graduanda em Direito Sistêmico com ênfase em Constelações Sistêmicas. Mestranda em Educação. Facilitadora em Justiça Restaurativa Sistêmica. 7 Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar Orientação da Dinâmica 1. Após a leitura deste material, convide o (a) seu(sua) parceiro(a) a participar desta prática e explique para ele(a) como irá funcionar, os combinados são muito importantes e trazem maior segurança e disponibilidade para os participantes. 2. Primeiro, façam uma breve meditação para centrar-se. Vocês podem escolher uma música que gostam (sugestão: https://www.youtube.com/watch?v=fdilHj4rHnQ), sentar-se confortavelmente nas cadeiras um em frente ao outro e fechar os olhos. Enquanto estiverem ouvindo a música, tentem se concentrar no momento presente, deixando os pensamentos fluírem sem fazer qualquer interferência sobre eles. Lembrem-se que tudo que importa é o aqui e o agora e que isso guiará toda a prática de vocês. Se for possível, tentem ainda imaginar os seus pais atrás de vocês, não importa se vocês os conheceram ou não, veja como essas figuras aparecem representadas para vocês e percebam que sentimentos vêm à tona sem fazer qualquer intervenção. 3. Ao acabar a música, vocês podem suavemente abrir os olhos e olharem nos olhos um do outro por um instante, tentando imaginar os pais de seu (sua) parceiro (a) atrás dele (a) também e, então façam uma pequena reverência um ao outro. 4. Peguem o seu objeto da fala e quem sugeriu a atividade conduzirá a prática como facilitador e participante ao mesmo tempo. Você responderá primeiro e depois passará o objeto da fala para o (a) seu (sua) parceiro (a) para que dê a sua resposta e assim por diante. É muito importante seguir os combinados do uso do bastão da fala descritos na parte “materiais”. Sequência de perguntas: a. Como você se sente quando precisamos passar bastante tempo dentro de casa? b. O que você mais gosta de fazer junto comigo na nossa casa? c. É possível disponibilizar algum tempo para isso em nossa atual rotina? Escreva. d. E o que você mais gosta de fazer quando está sozinho (a) ou quando era solteiro (a)? 8 https://www.youtube.com/watch?v=fdilHj4rHnQ https://www.youtube.com/watch?v=fdilHj4rHnQ Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar e. É importante para você ter um espaço só seu em nosso lar para fazer suas coisas pessoais? Se sim, como podemos estabelecer um local (conforme a realidade da casa/apartamento que moramos) que seja o meu ambiente seguro e um que seja o seu? f. Considerando as duas últimas perguntas, é possível adaptar isso de alguma forma em sua rotina atual? (sejam criativos) Escreva. g. Quanto tempo queremos disponibilizar em comum acordo para isso? Escreva. h. Em relação às tarefas domésticas, você sente que estão equilibradas entre vocês? Pontue sem julgamento. i. Se a resposta for negativa, como essas atividades poderiam estar melhor equilibradas na sua opinião? j. O que cada um está disposto a fazer para chegar em um comum acordo? (repassem o bastão nesta negociação o quanto for necessário, lembrando do estado de não julgamento, expressando seus sentimentos e necessidades). Escreva. Ao final, veja em seu caderno quanto tempo estão disponibilizando para cada atividade e façam os ajustes necessários de acordo com a sua rotina. 5. Ainda em posse do bastão da fala, digam um de cada vez: Eu vejo você. Eu vejo a sua história. Eu vejo os seus contextos. Eu te acolho e te aceito pelo que você é. Eu agradeço tudo que aconteceu para estarmos aqui hoje. 6. Para finalizar, escolham uma música para vocês ou coloquem a mesma música sugerida para o início e ainda sentados nas cadeiras, fechem os olhos e refaçam as visualizações: primeiro pai e mãe atrás de vocês, depois tentem visualizar o pai e a mãe de seu (sua) parceiro(a) atrás dele(a) e após tudo isso deem-se as mãos (ainda de olhos fechados) e sintam a conexão entre os seus sistemas. Repitam mentalmente: “você faz parte e eu faço parte”. Quando sentirem que é hora, levantem-se abrindo suavemente os olhos e se abracem. Façam esse passo a passo de forma devagar, levando o seu tempo necessário. 9 Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar Desperte a sua melhor versão por meio da Gratidão Carolina Cardoso Dutra 3 Nós precisamos de práticas para criar hábitos e viver a partir de nosso Eu Verdadeiro 4 Objetivo A realização da dinâmica tem por escopo trazer instrumentos para facilitar a conexão pessoal, a fim de que possamos viver alinhados com nossos valores e que possamos construir melhor nossos relacionamentos para viver em comunidade, a partir do resgate pessoal dos potenciais e talentos inerentes de cada ser. Número de participantes De um a vários participantes. Caso seja empregado dentro do ambiente familiar, os participantes serão os componentes da família. Caso seja realizado dentro do espaço profissional, os participantes serão os empregadores e os colaboradores – lembrando que é uma dinâmica que preza pela voluntariedade. Portanto, quem sentir o chamado, venha participar, pois cada pessoa é muito importante para o sucesso desse exercício. Condução da dinâmica e local Facilitador: Qualquer membro da família que se dispor a conduzir a dinâmica Local: Residência Familiar - (Pode ser adaptado para as empresas e ambiente de trabalho) Tempo De 20 a 30 minutos, dependendo o número de participantes. Materiais 3 Advogada (OAB/ SC 47.590) – Esp. Direito Penal e Processual Penal pela Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI; Esp. Direitos Difusos e Coletivos com ênfase em Administração Pública e Moralidade pela Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI. Presidente da Comissão de Justiça Restaurativa da OAB, subseção de Rio do Sul/SC. Facilitadora de constelação familiar sistêmica e Justiça Restaurativa Sistêmica – carolinacdutra02@gmail.com. 4 Círculos em Movimento: Construindo uma comunidade escolar restaurativa. Versão web. Bloco I/V. Disponível em: www.circulosemmovimento.org.br Acessado em 28 de março de 2020. Pg. 61 10 http://www.circulosemmovimento.org.br/ http://www.circulosemmovimento.org.br/ Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar - folhas de papel (formato A4) recortadas em 6 partes. - canetas - disposição e coração aberto para fazer e receber comentários centrados nos pontos positivos de cada pessoa Procedimento 1 - Escolha um cômodo da casa ou da empresa que seja bastante tranquilo, no qual não sejam interrompidos. Disponham-se em círculo, ficando todos no mesmo nível (de altura), de forma que seja possível que todos se vejam (olhos nos olhos). 2 – Definam que irá conduzir a dinâmica. Sendo que cabe a esta pessoa fazer as leituras, distribuir os materiais e explicar o procedimento da atividade. 3 – Pedir aos participantes que se conectem ao momento, permanecendo em estado de presença. Para isso façam três respirações profundas, inspirando pelo nariz e exalando pela boca, deixando de fora todas as preocupações e pensamentos aleatórios. Importante lembrar aos participantesque neste momento estão todos conectados e que ali é um espaço seguro, no qual todos podem se abrir sem julgamentos e que tudo o que acontecer ali, ficará ali. 4 – Distribuir as canetas e papéis, sendo que o número de papel irá se dar de acordo com o número de participantes, de forma que cada participante deverá ter tantos papéis quanto ao número total de participantes. Exemplo: se são cinco participantes, cada participante deverá ter cinco pedaços de papel. 5 - Pedir aos participantes que escrevam o nome de cada um dos participantes, em cada uma das folhas que eles têm nas mãos, inclusive o seu próprio nome. É importante que o facilitador também participe da dinâmica. 6 – Agora que os materiais já estão distribuídos e que estão todos em estado de presença o facilitador dará início a dinâmica fazendo a seguinte leitura e pedindo para que os participantes reflitam sobre o texto: “Um avô da nação Cherokee estava conversando com seu neto. Uma luta está acontecendo dentro de mim”, ele diz ao menino. É uma luta terrível entre dois lobos. Um lobo é malvado e feio. 11 Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar Ele é a raiva, a inveja, a ganância, a guerra, autopiedade, tristeza, arrependimento, culpa, ressentimento, inferioridade, mentiras, falso orgulho, superioridade, egoísmo e arrogância. O outro lobo é lindo e bom: ele é amigo, alegre, pacífico, amoroso, esperançoso, sereno, humilde, bondoso, justo e solidário. Essa mesma luta está ocorrendo dentro de você e dentro de cada ser humano. “Mas avô!”, exclama o neto, “Qual dos lobos vai vencer”? O ancião olhou nos olhos de seu neto e respondeu: “Aquele que você alimentar ”. 5 A partir dessa reflexão, é momento de buscarmos atingir nossa própria visão, estimulando os outros a partir do nosso reconhecimento e sentimento de gratidão genuíno. Para isso, nessa etapa, iremos criar uma cultura positiva, ao demonstrar ao outro o que percebemos de potencial em cada participante: pode ser elogios sobre a pessoas de uma forma geral, pode ser sobre algo que sinta gratidão, pode ser o que reconhece de pontos fortes... Para isso, o facilitador irá disponibilizar de 5 a 10 minutos para que os participantes escrevam nos papéis as qualidades, os pontos fortes, a parte boa de cada um dos integrantes. O que você percebe no outro que te inspira? Cada participante irá escrever sobre todos os participantes, inclusive sobre si mesmo. Exemplo: Fulano A Inteligente, esforçado, iluminado, corajoso. Eu mesmo Bonito, esforçado, arrojado, forte, tem compaixão, ajuda o próximo. Cicrano C Dedicado, empático esforçado, iluminado, produtivo. Fulano B Vaidoso, simpático, iluminado, animado, comprometido, solidário. Cicrano D Feliz, prestativo, estudioso, sempre termina o que começa. 7 – Finalizada essa etapa, cada participante terá cinco papéis com elogios referentes a cada um dos participantes, como no exemplo acima. Agora é chegada a hora de ouvir os elogios!!! 5 Círculos em Movimento: Construindo uma comunidade escolar restaurativa. Versão web. Bloco I/V. Disponível em: www.circulosemmovimento.org.br Acessado em 28 de março de 2020. Pg. 61 12 http://www.circulosemmovimento.org.br/ http://www.circulosemmovimento.org.br/ Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar Nesse momento, o facilitador irá escolher um participante ouvinte por vez, sendo que em cada rodada, todos os participantes irão ler os elogios feitos no papel referente àquele participante ouvinte. Exemplo: o “Fulano A” será o ouvinte da primeira rodada. Ele irá iniciar lendo o que escreveu sobre si mesmo e, em seguida, passa a palavra para quem está a sua direita. Este irá ler o elogio que escreveu no papel para o “Fulano A” e ao terminar de ler, irá entregará o papel ao “Fulano A”. Assim segue sucessivamente, o segundo participante, também lê os elogios que fez ao Fulano A, e ao final entrega o papel a ele. Ao término desta rodada, o “Fulano A” terá ouvido elogio de todos os participantes, bem como, terá recebido 5 papéis contendo os elogios que cada participante fez para ele. Terminada a primeira rodada, segue para o segundo ouvinte, até que todos tenham ouvido os elogios de todos os participantes. 8 – No final da rodada, depois que todos tenham sido elogiados, o facilitador retoma a palavra e finaliza o círculo, fazendo a leitura do seguinte texto: “A diversidade da natureza é a fonte da força. Interdependência é essencial para a sobrevivência. É assim que acontece na natureza. Cada célula de nosso corpo é diferenciada para desempenhar uma função especializada que contribui para o todo. Isso é tão verdadeiro para as famílias como o é para as organizações. Pessoas diferentes são necessárias, porque pessoas diferentes veem e fazem coisas de forma distinta. Nós precisamos da contribuição de talentos diversos, personalidades diversas e perspectivas diversas para encontrar soluções criativas e inovadoras para atender às nossas necessidades. Precisamos ter humildade – perceber que cada um de nós sozinho não tem todas as respostas – e sentir gratidão, para podermos estar abertos aos talentos e dons que os outros trazem . 6 9 – Esse círculo tem a afinidade natural de nutrir o “lobo bom” que existe dentro de nós, de forma que se nós escolhermos nutrir nossos relacionamentos de forma positiva, a começar criando bons hábitos e viver a partir de nosso “EU VERDADEIRO” – nos conectando com a gratidão pela nossa vida – certamente iremos prosperar em plenitude com o nosso ser 6 Círculos em Movimento: Construindo uma comunidade escolar restaurativa. Versão web. Bloco I/V. Disponível em: www.circulosemmovimento.org.br Acessado em 28 de março de 2020. Pg. 58 13 http://www.circulosemmovimento.org.br/ http://www.circulosemmovimento.org.br/ Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar Prática Restaurativa de Atividades Físicas em Ambiente Familiar Carolina de Figueiredo Furtado 7 Objetivo Pautando-se a prática restaurativa em atividades físicas a serem realizadas na residência familiar, apoiando-se o movimento nas Ordens do Amor de Bert Hellinger, seu primeiro objetivo é o de restabelecer o equilíbrio entre o dar e receber, bem como, ressignificar o pertencimento dos membros no sistema familiar, respeitando-se por princípio, a natural hierarquia. Valores como a atenção, motivação, participação e aceitação no jeito de ser e fazer do outro, auxiliam no momento de confinamento; direcionando a mente, a sair do isolamento individual em direção a convivência familiar e coletiva. Participantes Todos os componentes da família. Metodologia Apoiada na Terapia do Reencontro – cuidar de si para cuidar do outro; com foco nos Círculos Restaurativos da Paz, a família deve organizar sua prática da seguinte forma: Descrição das dinâmicas realizadas HORÁRIO – Todos os dias no período da manhã, logo após o café da manhã, criando-se a habitualidade da prática. TEMPO – De 20 (vinte) a 40 (quarenta) minutos. FACILITADOR – Em sistema de rodízio entre os membros do grupo familiar, que assumem, por ordem e hierarquia, do mais velho ao maisnovo, a condução da atividade física para o dia. Ao facilitador, como valor do Círculo, não cabe julgamento de certo ou errado sobre a 7 Advogada pela Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Santa Catarina (OAB/SC -18.301). Membro das Comissões OAB vai à Escola, Direito Sistêmico e Estudos Jurídicos, Seccional de Santa Catarina. Sócia credenciada do Instituto de Mediação Luiz Flávio Gomes de Joaçaba/SC. Pós-graduanda em Direito Sistêmico com ênfase nas Constelações Sistêmicas, no Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses, de Florianópolis/SC. 14 Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar atuação do outro. Nem mesmo, intervenção dos membros na condução da prática pelo facilitador. ATIVIDADE – Variam entre: Meditação, Yoga, Alongamento, Ping-Pong, Basquete, Natação, Judô e Brincadeiras infantis como: esconde-esconde e pega-pega. Entre outras que a família optar. MATERIAIS – Tapetes, raquetes de ping-pong, bolas, touca, óculos e roupa de natação, quimono e música, etc. LOCAL – Os múltiplos espaços da residência familiar que comporte a modalidade a ser praticada. Resultado A prática deve atender as necessidades individuais e coletivas visando fortalecer os laços familiares; e, proporcionar aos seus membros, a chance de reconhecer seus próprios recursos. Prática, após prática, as partes envolvidas no círculo restaurativo passarão a se relacionar de forma mais equilibrada e saudável, eliminando temores do confinamento, doença e excessivas preocupações, em nova motivação interligada. A residência familiar como resposta ao círculo, se transformará em um local para adquirir habilidades e hábitos que acolham relacionamentos saudáveis, conectivos e pacíficos. Considerações finais O programa de reunião familiar através de atividades físicas constitui-se como um vetor no processo restaurativo ao enfrentamento do isolamento imposto às partes do grupo familiar no enfrentamento a COVID-19. Seu sistema de rodízio facilita a abordagem de outras técnicas: físicas e/ou mentais, o que amplia a proposta restaurativa. Alcançar um maior número de famílias é a proposta final desta prática restaurativa, visando àqueles que queiram transformar o período do confinamento em saúde, diversão e aproximação dos membros da família entre si, eliminando sensações e sentimentos de desequilíbrio, exclusões e/ou alterações de humor. A adaptação ao conflito com práticas restaurativas flexíveis; priorizando-se o resultado e não a forma, de fato transmutam a possível dor em amor, a doença em saúde e o indivíduo 15 Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar confinado em ser social, familiar e comunitário, consciente de seu papel, importância e presença no espaço e no tempo. 16 Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar Conhecendo a História da sua Família Elisa Ferreira Mello 8 Objetivo Montar a composição da família, por meio de um genossociograma, trazendo informações sobre nomes, datas de nascimento e morte, casamentos e divórcios, profissões, lugares em que viveram, hobbies, histórias de cada membro e outros dados que o grupo entender relevantes. Participantes Essa é uma atividade que envolve adultos e crianças e permite a conexão com nossas famílias, ligando-nos à força que vem delas. A ideia é construir um genossociograma, que, diferente da árvore genealógica, permite que mais dados e memórias sejam acrescidos, mostrando-se uma boa oportunidade para rever e contar a história de onde viemos. Materiais Folha de papel Lápis e lápis de cor, caso as crianças queiram participar com desenhos dos membros, dos lugares e outros que mandar a imaginação. Podem ser usados, também, recortes de fotografias e imagens. Orientação 1 – Comece colocando os nomes dos filhos, na base do desenho, dispondo, um pouco mais acima, o nome dos pais, acima desses, dos avós e, depois, dos bisavós. Faça um traço entre os pais e entre esses e seus filhos, para indicar a relação. Dois traços perpendiculares podem ser acrescidos para indicar divórcios. Os irmãos são dispostos por antiguidade, da esquerda para a direita. 8 Advogada, pós-graduada em Direito Aplicado lato sensu pela Escola da Magistratura do Paraná, pós-graduanda em Direito Sistêmico. 17 Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar 2 – Para quem tiver crianças em casa, podem ser feitos desenhos de cada membro ou coladas imagens representativas. Optando por desenhar, conversem sobre detalhes como cor dos olhos, cabelos e outros traços físicos. 3 – Após desenhado cada membro da família, acrescente ao lado de cada um deles sua data e local de nascimento, profissão, hobbies e outras informações que surgirem. Aproveite o momento em que todos estão recolhidos, para entrar em contato com parentes próximos e coletar dados. 4 – Se existem avós ou bisavós imigrantes, pode-se buscar a história dos países de origem e adicionar colagens ou desenhos que os representem. 5 – Segue exemplo : 9 9 Disponível em http:https://www.vivernaitalia.com.br. Acesso em 24 de março de 2020. 18 https://www.vivernaitalia.com.br/ Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar Prática para conversar com o coração Fernanda Bolzani Mascarello 10 Objetivo Esta prática tem por objetivo compreender os sentimentos e necessidades presentes em nosso mundo interno para poder estabelecer uma comunicação baseada na autoempatia, na expressão autêntica e na empatia – está quando a compreensão é estendida ao outro. Materiais Lista dos Sentimentos, Lista das Necessidades e caneta. Descrição da Prática 1) PRÁTICA DE ATENÇÃO PLENA Em um lugar tranquilo, sente-se em uma cadeira ou no chão, procurando manter sua coluna ereta. Leve sua atenção para os pontos de contato do seu corpo com as superfícies onde ele se apoia. Entre em contato com as sensações, sem julgamento, use apenas a sua percepção. Coloque sua atenção no seu peito e no seu abdômen, observando o movimento durante a respiração. Sinta sua respiração. Acompanhe a viagem do ar entrando e saindo do seu corpo. Seja apenas um observador dos seus movimentos respiratórios. É normal que a natureza inquietante da mente se manifeste. Por isso, se algum pensamento vier à mente, note-o, e volte a prestar atenção na sua respiração. Mantenha esta prática por cerca de 10 minutos ou até sentir que sua mente está sossegada e você está presente no aqui e agora. 2) CHECKLIST DOS SENTIMENTOS 10 Servidora do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, facilitadora de círculos de construção de paz e mediadora judicial 19 Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar Conecte-se com uma situação que está lhe causando incômodo ou gerando um conflito. Vamos começar focando nos seus sentimentos. Faça um checklist, ou seja, faça um traço embaixo das palavras a seguir relacionadas que representam os sentimentos com os quais você se identifica. Deixe-se conduzir pela sua sensibilidade. INCOMODADO ANSIOSO ENVERGONHADO TRISTE ENTEDIADO ANIMADO CONFUSO ENCANTADO DESESPERADO DESCONECTADO PERTURBADOIMPACIENTE IRRITADO EXAUSTO AMEDRONTADO CONTENTE FELIZ DESAMPARADO ESPERANÇOSO INDIFERENTE FURIOSO INSEGURO INSPIRADO ALEGRE NERVOSO SATISFEITO ORGULHOSO GRATO INDIGNADO COM SAUDADES CHATEADO MAGOADO INFELIZ ABALADO APREENSIVO COM RAIVA CONFORTÁVEL CURIOSO DEPRIMIDO DESANIMADO DESENCORAJADO DESILUDIDO ENCIUMADO FRUSTRADO INDECISO INQUIETO MAL-HUMORADO OTIMISTA PARALISADO PERDIDO RELAXADO RESSENTIDO SEGURO SURPRESO TENSO TRANQUILO DESCONFIADO ANGUSTIADO AFLITO SOZINHO EM PAZ ALIVIADO IMPOTENTE DESCONFORTÁVEL TÍMIDO DECEPCIONADO PREOCUPADO APAVORADO ASSUSTADO CONFIANTE COM NOJO CHOCADO ABATIDO CANSADO 20 Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar Dentre as os sentimentos escolhidos, selecione os seis que mais ressoam em você, circulando-os com a caneta. Foque sua atenção em cada um destes seis e, sem julgar, perceba se há sensações físicas associadas, como por ex., tensão, peso, respiração curta, dor de cabeça. Ciente dos sentimentos e sensações, faça um checklist das suas necessidades. 3) CHECKLIST DAS NECESSIDADES Verifique a lista abaixo e faça um traço embaixo das palavras que dizem respeito às necessidades suas que não estão sendo atendidas. Permita que sua sensibilidade o conduza nas suas escolhas. HONESTIDADE AUTENTICIDADE INTEGRIDADE AUTONOMIA ESCOLHA LIBERDADE ESPAÇO COMPREENSÃO ESPONTANEIDADE EXPRESSÃO CELEBRAÇÃO CLAREZA LUTO INSPIRAÇÃO ESPERANÇA APRENDIZADO DESCOBERTA CRIATIVIDADE VALORIZAÇÃO CONEXÃO EMPATIA ACEITAÇÃO PERTENCIMENTO COOPERAÇÃO COMUNICAÇÃO CONFORTO COERÊNCIA PROTEÇÃO PAZ BELEZA RESPEITO SEGURANÇA RECONHECIMENTO APOIO SUSTENTABILIDADE EQUIDADE HARMONIA ORDEM EXPRESSÃO DIVERSÃO AR MOVIMENTO DESCANSO ABRIGO SAÚDE ORGANIZAÇÃO CONSIDERAÇÃO TRANQUILIDADE JUSTIÇA AMOR CARINHO EQUILÍBRIO FLUIDEZ FLEXIBILIDADE 21 Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar IGUALDADE INCLUSÃO INTIMIDADE MOTIVAÇÃO PARTICIPAÇÃO PREVISIBILIDADE PROPÓSITO RECIPROCIDADE EFICIÊNCIA CUIDADO REPONSABILIDADE COMUNIDADE DIGNIDADE EFICÁCIA EMPODERAMENTO PRIVACIDADE AMIZADE COMPAIXÃO APRECIAÇÃO Concluída a sua própria lista, selecione as seis necessidades mais presentes em você, circulando-as com a caneta. 4) ORGANIZANDO O MUNDO INTERNO De posse dos seis sentimentos e das seis necessidades, organize seu mundo interno. Estabeleça relações entre eles. Relembre de outras situações em que você pode ter tido estas necessidades. Conecte-se com elas e com a forma como foram atendidas. Observe as sensações e sentimentos que surgem. Finalmente responda: O que é importante para você? Qual a forma saudável de atender às suas necessidades? 5) AUTOEMPATIA E EMPATIA Além de ser vivenciada individualmente, a prática pode ser realizada em conjunto, pelos membros da família, quando estiverem diante de uma situação de conflito. Neste caso, os membros podem realizar a checagem individualmente e, depois, compartilhar entre si a experiência; ou a checagem pode ser realizada em conjunto, havendo uma pessoa para atuar como facilitador, de modo a organizar o processo, a ordem das falas, bem como a eventual obtenção de consenso, caso venham a tomar. 22 Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar Prática de Percepção de Si: como estou me sentido. João Antonio da Cruz dos Santos . 11 Objetivo Essa prática tem como objetivo central a percepção de si, mediante um conflito que será trabalhado por você, através da autoanálise, da observação de seus sentimentos, de suas necessidades e da realização de um pedido mediante essa observação. Dessa maneira, você poderá entender seus sentimentos e propiciar um autoconhecimento. Materiais Folha de papel Caneta Post-its: opcional Tempo Tem a duração média de 20 minutos a 45 minuto Orientação 1) Inicialmente fazer uma pequena meditação, através de respiração de forma leve, 20 vezes, com objetivo de estar e se manter presente durante a prática. 2) Após a meditação, pensar num conflito em que você está se sentindo incomodado e que queria expressar ele. 3) Para isso, você deverá responder as perguntas abaixo de forma sequencial, pode ser feito através de palavras ou desenhos, a melhor forma de você se expressar, não poderá pular ou deixar de fazer qualquer item abaixo, assim todos deverão ser respondidos: → Dica: tentar organizar, separando cada item na folha, para ao final ter um olhar total sobre o que foi expressado. 11 Advogado, Bacharel em Direito pela Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI (2018), Pós-Graduando em Direito Sistêmico com ênfase em Constelações Sistêmicas pelo Instituto Nacional de Perícias e Ciências Forenses – INFOR (2019). Facilitador de Justiça Restaurativa Sistêmica pelo Núcleo de Direito Sistêmico/NDS (2018). Vice-Presidente da Comissão de Justiça Restaurativa e Direito Sistêmico da Subseção Itajaí/SC. 23 Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar I) Observar o seu conflito de forma neutra, apenas narrar sem trazer algum julgamento ou sentimento. Como se estivesse vendo um filme, e narrando ele. II) Logo em sequência, escrever os sentimentos que essa observação te trouxe, pode ser eles positivos como negativos. III) Ao escrever seus sentimentos mediante essa observação, escrever quais suas necessidades que isso te gerou, algo que traga equilíbrio para você. IV) E por fim, escrever um pedido, ou seja, fazer uma ação mediante essa observação, sobre os sentimentos levantados e suas necessidades. Algo que você possa fazer, e que te gere responsabilidade, e saia da expectativa. 4) Após a elaboração dessas quatro etapas: observação, sentimento, necessidade e pedido; fazer uma reflexão sobre o que foi escrito, como você se sentiu sobre se expressar, quais tomadas de consciência você teve. 5) E para finalizar, fazer uma meditação, através de respiração de forma leve, 20 vezes, para absorver o que foi trabalhado. 24 Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar Prática Restaurativa para Cocriação do Planejamento Semanal da Família acolhendo emoções e necessidades Márcia Sarubbi Lippmann 12 Objetivo Construção de forma empática de Planejamento Semanal da Família em Isolamento Social. Para que possamos conviver de forma harmônica e saudável é muito importante que a família que está passando pelo processo de isolamento social, elabore uma rotina de atividades, assim nos mantemos ativos e seguros, contribuindo para nossa saúde emocional física e espiritual. Para que o Planejamento Semanal tenha sucesso é necessário que todos os envolvidos sejam participem em sua construção. Materiais Folha de Papel Caneta Imagens relacionadas às emoções ou lista das emoções Objeto da fala (objeto utilizado para coordenar a fala respeitosa, somente quem está com o objeto fala, enquanto os outros escutam) REGRA DE OURO: Falem de forma honesta, mas não agressiva e sem julgamento. Ex: Eu me sinto frustrado quando tenho vontade de assistir séries e vocês não me deixam. 12Escritora, Palestrante,Mediadora,Pacificadora, Professora de Métodos Alternativos de Solução de Conflitos, Direito Internacional e Direito Sistêmico em Cursos de Graduação e Pós-graduação na UNIVALI, Coordenadora do Curso de Pós-graduação em Direito Sistêmico com ênfase em Constelações Sistêmicas- INFOR\NDS,Coordenadora do Grupo de Estudos em Aplicação Sistêmica do Direito e Justiça Restaurativa Sistêmica- UNIVALI,Presidente da Comissão de Justiça Restaurativa do IASC, Presidente da Comissão de Direito Sistêmica da ADFAS em Santa Catarina, Membro da Comissão de Direito Sistêmico do IASC, Presidente do NDS- Núcleo de Aplicação Sistêmica do Direito. Co-autora dos livros: Direito Sistêmico:Aplicação das Leis Sistêmicas de Bert Hellinger ao Direito de Família e Direito Penal; Constelações Sistêmicas na Execução Penal: Metodologia para sua implementação e Um Novo Olhar para o Conflito: Diálogo entre Mediação e Constelação Sistêmica, Justiça Restaurativa Sistêmica , Mediação como Política Pública, Direito Sistêmico a serviço da Cultura da Paz.E-mail: marciasarubbi@gmail.com 25 Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar Orientação 1- Reúna sua família em volta da mesa ou no chão da sala, faça um círculo no qual são colocadas as imagens relacionadas a emoção ou os nomes da emoção, se puder, prefira imagens. No centro do círculo coloque a folha em branco onde será feito o planejamento. 2- Explique as regras do círculo e garanta que esse é um espaço seguro de expressão de sentimentos e necessidades e que todos serão ouvidos com respeito. 3- Peça para que cada um, escolha uma imagem ou emoção que reflete o sentimento em relação ao qual estão mais conectados, quem conduz o movimento toma nota das informações, que posteriormente serão utilizadas para cocriação do Planejamento. 4- Deixe com que reflitam e sintam esse momento 5- Primeira rodada: Pergunta: Como você está se sentindo nesse momento. Passe o objeto da fala para ela. 6- Todos devem ouvir, sem interromper a pessoa que está falando. 7- Ouçam o que cada um tem a dizer, percebam o que aflora. 8- Segunda Rodada: Qual a sua necessidade nesse momento. O que você precisa nesse momento. Passe o objeto da fala para ela. 9 - Ouçam o que cada um tem a dizer, percebam que aflora. 10 - Terceira Rodada: O que eu necessito para que minha necessidade seja atendida. 11- Ouçam o que cada um tem a dizer, percebam que aflora. 12 -Após terem realizado as três rodas, todos os participantes terão sido ouvidos e agora o grupo está pronto para cocriar um Planejamento no qual serão integradas as necessidades de cada um. 26 Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar 13- Pegue a folha de papel, na qual devem constar MANHÃ, TARDE E NOITE e construam em conjunto em harmonia o Planejamento Semanal da sua família, que deve ser reajustado a cada semana, necessário. Lembre-se de levar em conta em seu planejamento as necessidades apresentadas pelo grupo familiar e promoção da autonomia de todos os membros da família. Todos devem participar. 27 Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar Prática do Diálogo Compassivo com idosos Maria de Lourdes Alves Lima Zanatta 13 Objetivo Dialogar de forma compassiva com idosos e elaboração uma de planilha de afazeres que possa ser factível de forma que possamos dirimir o impacto do isolamento social e que não seja danoso o tempo para as mais diversas tarefas que temos que cumprir através do diálogo compassivo. Materiais Caderno de receitas de culinárias, canetas coloridas, canetas azul e preta. Aparelho celular. Toda a estrutura de produtos para elaboração de pratos mineiros, baianos, franceses, cariocas (a grande maioria doces e bolos) e insumos para manter a horta do Condomínio. Regra Paciência para esperar que após todas as Missas e Orações iniciamos as Oficinas (são várias ao dia), de acordo com a vontade da Mainha idosa de forma tranquila e sem julgamento de suas escolhas. E ao mesmo tempo estar conectadas em todas as mensagens que chegam a todo momento. E são muitas. Responder a todas, embora sejam diametralmente diferentes das nossas aspirações. EX: Você não presta atenção na receita e seus pães de queijos não cresceram como deveriam; o seu ponto de crochê não tem um bom acabamento, presta atenção nas mensagens que mandei pois estão voltando; você retirou o link com a rádio Vaticano e não pude ouvir/ ver a Missa etc. 13 Doutora em Ciências Jurídicas Públicas (Universidade do Minho - Portugual) (2018). Mestra em Direito (Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI) (2009). Mestra em Relações Sociais e Econômicas Internacionais (Universidade do Minho - Portugal) (1999). Bacharela em Direito (UNIVALI) (1995). Graduada em Letras pela UNIVALI (1998) e pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) (1983). É coordenadora do Grupo de Pesquisa Direitos Humanos e Cidadania, cadastrado junto ao CNPq e à Escola de Ciências Jurídicas e Sociais da UNIVALI. É também coordenadora do Projeto de Extensão Direito Intergeracional e Transversalidade, que realiza ações interdisciplinares no campo da garantia de direitos da criança e do adolescente por meio da oferta de cursos de formação e assessorias às entidades da sociedade civil nos temas transversais apoiado na legislação pertinente à etnia-raça e gênero. Tem experiência na área do Direito Público, com ênfase em Direitos Humanos, Direito da Criança e do Adolescente, Cidadania Infanto-Juvenil e Direito de Família. 28 Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar Precisamos aguar a horta porque o tempo está muito quente se não as verduras vão morrer todas. Vamos jantar mais cedo porque mais tarde não é bom para a nossa saúde, pois precisamos jantar no mínimo 3/4hs antes de dormir. Orientação Sentarmos uma em frente a outra e colocar as necessidades de cada uma verdadeiramente; incentivar que a pessoa idosa possa fazer suas colocações sobre seus sentimentos, emoções, dificuldades etc. Explicar da necessidade de ouvirmos a fala de cada um de forma honesta e sem julgamento; Deixar claro para ela que não existe certo ou errado em nossos sentimentos e o que importa é expressar a nossa dificuldade em lidar com nossas diferenças e que infelizmente não tenho condições de responder a todas as demandas (tenho sérios problemas no joelho e não fiz a cirurgia por conta das novas demandas em nossos hospitais. Após dar um tempo (mínimo de 15 até 30 minutos para que ela possa com uma ou mais palavra e dizer o que a faz sentir-se mal e como posso ajudar. (Mesmo não sendo a filha que ela esperava). Explicar as minhas dificuldades de acompanhar seu ritmo já que a temporalidade e a regionalidade trazem traços culturas diferentes que precisam ser explicados e aparados as arestas”; explicar os anos que passei distante de toda nossa história e dizer que estou tentando resgatá-la. Mas demanda tempo. Ouvir atentamente as dificuldades, diferenças e semelhanças entre ambas e indagar: O que posso fazer para que possamos ficar bem e equilibramos nosso relacionamento para que façamos nossa jornada diária mais sólida e tranquila? Falar dos meus temores, dúvidas, diferenças, problemas de saúde, tristeza, insegurança; mas deixar claro que podemos buscar um caminho juntas. Dizer o que eu necessito para que tenhamos um bom entendimento nessa jornada de 2meses que ainda estaremos juntas; 29 Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar Depois de todos os pontos conversado sem pudores e sem mágoas passamos a elaborar um roteiro que pretendemos para seguirmos juntas e trilharmos um caminho de carinhoso e harmônico. Passamos então juntas a planejar o que precisamos fazer nesse meio tempo: tentar ajustar o que é possível para que seja respeitado o tempo e a vontade de cada um e que permaneça o respeito o amor e carinho que nutrimos uma pela outra 30 Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar Prática de Resgate dos Vínculos Afetivos do Casal Noemi Ribeiro Albernaz 14 Objetivo O movimento que se objetiva é fazer com que o casal pare para olhar um para o outro sem discriminações, cobranças ou descasos, proporcionando um reconhecimento do que os uniu e qual é o propósito maior que os manterá fortalecidos em seu vínculo conjugal. Tempo O tempo será de 30 minutos, desde o momento que sentam até o fechamento do encontro. Materiais -Uma folha de Ofício e caneta -Um cordão ou novelo de lã, -Um potinho para fazer um sorteio dos nomes -Canetinha e/ou lápis de cores diversos, -02 Cartona ou Cartolina (cores que desejarem) -A chave da porta da casa -Almofadas ou 02 cadeiras (o que for mais confortável para o casal sentar) -Uma Fotografia da infância de cada um com seus familiares de origem (pai, mãe e irmãos) -Uma Fotografia do período do namoro e duas do momento atual, onde estejam os dois juntos -Um pendrive com uma coletânea de músicas suaves que tocavam na época em que se conheceram (Duas músicas devem ficar em destaques: a primeira deve ser suave e 14 Terceira filha do seu Deca e da dona Filhinha, irmã de Lucia Helena e de Aires; Bacharel em Direito pela UCPel - Universidade Católica de Pelotas; Mediadora/TJSC (Facilitadora pela Academia Judicial de SC); Mestranda em Mediação de Conflitos pela Universidad del Atlantico/Espanha; Facilitadora em Justiça Restaurativa em Situações Conflitivas e Não Conflitivas pela AJURIS - Academia da Magistratura do Rio Grande do Sul; Assistente de Almas em caminhadas dos Sistemas Familiares com perspectiva Sistêmica à Serviço da Vida; pós graduanda em Constelação Familiar Original Hellinger pela Hellinger Schule/SP. 31 Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar instrumental, para a abertura e a outra é uma música considerada pelo casal como especial e que deve ser ouvida no fechamento da dinâmica) -Um aparelho de som para colocar música ATENÇÃO: Antes de começar, os participantes devem compreender que não precisam dominar nenhuma técnica, basta que conduzam com fidedignidade o movimento, pois o que fará efeito é a entrega de cada um. Necessário que sejam seguidos os passos abaixo, podendo em outros encontros, buscar novas perguntas. Todas as perguntas deverão trazer o sentido do hoje “futuro” e nunca uma visita de julgamentos, cobranças ou discriminações já passadas. Afinal será um encontro de reconhecimento e fortalecimento do vínculo que os uniu. Então vamos lá! Prática da dinâmica: 1) Preparem um local muito confortável para sentarem de frente um para o outro, de preferência ao chão, usando as almofadas. Entre vocês coloquem uma toalha ou tapetinho pequeno, a qual chamará de “Centro”, onde colocarão todos os materiais da lista acima; 2) Peguem dois pedaços de papel e escrevam o nome de cada um, coloquem num potinho para sortear quem será o primeiro a começar a dinâmica. A partir daí irão intercalando todos os movimentos, pois os dois possuem o mesmo valor e precisam se olhar de forma igual, enquanto casal; 3) Aquele que irá começar, pegará o primeiro objeto, que é A CHAVE DA CASA, e apresentará ao outro dando o nome de “Objeto da Fala”. Importante entender que este será o principal objeto que liga o casal. E que será usado da seguinte forma: aquele que está com o objeto nas mãos tem a possibilidade de falar sem ser interrompido, enquanto o outro deverá ouvir atentamente o que é dito. Quem estiver com a chave na mão deverá concluir seu raciocínio e somente passar o objeto da fala quando já tiver finalizado, de forma que não deve retomar o objeto para acrescentar qualquer fala. 3) Quem teve seu nome sorteado, entregará ao outro a folha de Oficio e uma caneta, para que seja ditado o primeiro combinado, a fim de que não haja quebras na dinâmica apresentada. Nesta folha, deverá, obrigatoriamente, estar escrito as seguintes regras: 32 Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar A. Falar na primeira pessoa; B. Respeitar o Objeto da Fala - “A chave da Casa” C. Não discriminar e nem julgar nada que vem do outro D. Respeitar todas as falas sem fazer gestos ou feições de impaciência - Colocar a folha do “PACTO” do diálogo e o “Objeto da Fala” novamente no “CENTRO” 4) Ligar o som na música instrumental já previamente escolhida, fechar os olhos e imaginar o dia em que se conheceram, se transportando mentalmente para a primeira vez que se olharam. Respirem fundo contando até seis, pausar contando até três e expirar contando até seis, façam isso por três vezes. Após abram os olhos e se olhem profundamente e somente troquem um sorriso, mantendo o silêncio. 5) Sentados de frente um para o outro a uma distância não menor que um metro e meio, deverá aquele que escreveu o “Pacto”, pegar o cordão ou a lã, medir a distância que vai do coração do seu companheiro que está sentado à sua frente até o de seu próprio coração. Cortar e amarrar um no punho do outro. Detalhe: é para amarrar no punho que vocês usam para escrever. Este único fio deverá ficar sempre esticado, vocês serão responsáveis em manter este equilíbrio. 6) Aquele que foi amarrado primeiramente pegará o objeto da fala e a sua fotografia de infância onde está com sua família e se apresentará da seguinte forma: “Olá, meu nome é ***(diga seu nome de criança) e quero te apresentar por onde eu surgi para ter a benção em ter te conhecido, estes são meus pais e meus irmãos (diga os nomes). Conte sobre a fotografia - do que você lembra, e diga o que lhe causava mais alegria quando você era criança, ao terminar passe o objeto da fala ao outro para que ele faça o mesmo e volte ao silêncio, não se descuide do fio! - Na segunda etapa, aquele que está com o objeto da fala irá escolher uma das fotos antigas do casal, onde estão juntos e deverá responder a seguinte pergunta: -“Qual a maior saudade que sinto dessa época? ” (Ao responder, não esqueça que a resposta é na primeira pessoa do singular - ex.: Eu sinto saudades de conversarmos sobre 33 Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar nossos planos e sonhos). Após passe o objeto para o outro para que ele de posse da foto também responda. Na terceira etapa, quem está com o objeto da fala, pegará mais uma fotografia do período atual do casal, olhará com atenção ao relembrar, completará a frase: “O que vejo de mais lindo em você naquele momento é: ...” Entregar o objeto para que outro também o faça. - Com a última foto, olhe e veja o que você pode se comprometerpara que possam estreitar mais os laços, respondendo a seguinte pergunta: “Com o que me comprometo para restaurar nosso relacionamento afetivo no dia a dia ?” (escreva num pedaço de papel, leia em voz alta e entregue como um presente ao outro) Passe o objeto da fala para que o outro faça o mesmo. 7) Coloque a música principal da escolha de vocês para o final, quem tem o objeto na mão fará a seguinte leitura: “E o fio do braço? Símbolo da ligação entre nós que deve ser cuidada e olhada no seguinte sentido, somos um novo sistema familiar que nasceu no momento do nosso primeiro olhar, o amor nos enlaçou e nos fez caminhar até aqui. Se estamos fazendo está dinâmica é porque valemos muito um para o outro e aquele amor está presente em nós. Hoje devemos começar uma nova etapa: do diálogo em todos os dias, compromisso de no mínimo 30 minutos, com celulares ou qualquer aparelho desligado, exceto nossa música, conversarmos sobre nossos sonhos do passado, mas os de hoje, fazermos planos e reconhecermos com gratidão a oportunidade de estarmos protegendo o nosso relacionamento. Que o fio invisível que a partir de hoje temos consciência que nos une, seja sempre preservado com respeito, proteção e dignidade por nós dois, pois somos o de melhor do DNA de nossos pais, de nossos antepassados!” 8) Levantem-se, deem as mãos e digam um para o outro: “Eu vejo você e lhe aceito como você é do jeito que foi e do jeito que é, encerro hoje o meu julgar e permito que a paciência e o respeito nos conduzam em união!” Aproveitem a música que ainda toca e dancem! 34 Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar Sempre que resolverem se encontrar para dialogar, não esqueçam a CHAVE DA CASA, símbolo do Objeto da Fala deve ser respeitado, pois trará abrigo a palavra assim como a própria chave os abriga. Parar para lembrar-se do que foram e o que podem ser é necessário sempre. 35 Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar Dinâmica Familiar de Resgate Espiritual em momentos de dificuldade Sandra Gonçalves Daldegan França 15 Objetivo Fortalecer os laços familiares pelo viés espiritual, resgatando a fé interior de cada um. Particularmente em momentos de grandes dificuldades, onde a oração espiritual individual não se faz atuante. Quando a família se une e ora junto, laços se restauram e a força acontece, trazendo paz e compreensão a todos. Rever os conceitos espirituais, preceitos de irmandade e humanidade. Praticar a empatia e desenvolver pensamentos da Comunicação Não Violenta. Colocar-se no lugar do outro e sentir que sem o outro a vida não tem razão de ser. Materiais 1. Objeto da fala – algo relacionado à espiritualidade. (imagem, livros, etc.) 2. Um tapete ou toalha circular. 3. Uma imagem – que represente a divindade na qual a família acredita. 4. Uma vela – que representa a luz. 5. Folha de papel e caneta Tempo Tem a duração de 30 a 40 minutos, podendo ser menos ou pouco mais, segundo a quantidade dos membros da família. Orientação 1. Inicia-se com um convite no dia anterior à dinâmica, onde são distribuídos papéis com o nome dos membros e feito um “amigo secreto espiritual”, cada qual guarda seu papel e é orientado a escolher um trecho de alguma leitura que fale sobre a espiritualidade, pode ser a bíblia, o alcorão, uma música gospel, etc. 15 Advogada, formada pela UENP/PR, especialista em Direito Penal e em Direito Civil e Processo Civil, Pós-Graduanda em Direito Sistêmico com Ênfase em Constelações Sistêmicas, Facilitadora da Justiça Restaurativa Sistêmica e com formação em Psicanálise. 36 Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar 2. No dia da dinâmica, com horário previamente estabelecido, o facilitador convida a todos para se sentarem em círculo, (no centro estará o tapete e os materiais). Após cada um tomar seu lugar, o facilitador faz o convite para uma meditação que poderá ser falada, cantada ou ouvida. 3. Após a meditação, o facilitador pede que cada um pense em algo que lhe aflige e descreva em uma palavra esse sentimento, colocando essa palavra no círculo. 4. Após todos colocarem suas palavras no círculo, o facilitador convida passa o objeto da fala e pede que a pessoa se pronuncie quanto a sua aflição, dizendo o que a palavra escolhida representa. (Importante lembrar que, durante a fala, aquele que detiver o objeto, não poderá ser interrompido). 5. Tendo todos, já colocado para fora suas aflições, o facilitador, convida a última pessoa que falou a revelar quem era seu amigo secreto. Quando da revelação, o facilitador pede que o amigo revelado, baseado no que leu no dia anterior, transforme essa leitura, ou música em mensagem viva para seu amigo. 6. Finda as revelações, o facilitador convida a todos para de mãos dadas e em círculo olharem uns aos outros e juntos através de uma oração ou canto, agradecerem pela sua vida e pela vida do planeta. 37 Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar Dinâmica: Despertando a Consciência de Pertencimento ao Clã e Tomando a Força Advinda de Nossos Antepassados Tâmara Scolari Schreiber 16 Objetivo O objetivo da prática é proporcionar a reconexão ao nosso sistema familiar, trazendo o sentimento de pertencimento ao clã, bem como nos empoderarmos da força advinda de nossos pais e antepassados. Número de pessoas A dinâmica pode ser feita de forma individual ou coletiva. Incluindo-se os familiares e/ou demais integrantes de nossos sistemas. Local e modo Facilitador: Qualquer membro da família. Local: Algum cômodo tranquilo e isolado na casa, ou em uma sala de reunião ou outro disponível. Importante que seja um lugar tranquilo e confortável onde as pessoas possam se conectar e se sintam seguras para demonstrar suas emoções. Tempo Cerca de 30 a 60 minutos, a depender do número de pessoas e da história a ser relatada por um dos participantes. Materiais - celular ou outro aparelho que possa reproduzir música, - objeto da fala, pode ser um objeto que tenha algum significado para o grupo, 16 Advogada (OAB/ SC 20.410) – Presidente da Comissão de Direito Sistêmico da OAB, subseção de Balneário Camboriú/SC 2017/ presente. Vice-presidente da Comissão Estadual de Santa Catarina de Direito Sistêmico ADFAS. Membro da Comissão Estadual de Direito Sistêmico junto a OAB/SC. Professora Pós-Graduação em Direito Sistêmico com ênfase em Constelações Familiares – Instituto Infor, Florianópolis-SC. Pós-graduada em Direito Contemporâneo Professor Luiz Carlos. Formada pela Escola da Magistratura Estadual. Facilitadora de Constelação Familiar. Facilitadora de Círculos Restaurativos. Alinhadora Energética. 38 Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar - lenços de papel, - uma jarra de água com copos para os participantes, - disponibilidade a participar (as pessoas devem ser convidadas e não obrigadas a fazerem a dinâmica). Prática 1 – Dias antes: convidar os participantes, e demonstrar a intenção de fazer a prática. Escolher uma música relaxante, ou que faça sentido ao grupo, ou que tenha a ver com o tema. Sugestão de música: Por Todas Nossas Relações de ErnaniFornari . Também disponível no canal de Ernani 17 Fornari no Youtube. 2 – No dia da dinâmica: antes de iniciar a atividade, prepare o ambiente para receber o grupo, verificando se há cadeiras para todos, e o que será utilizado, como aparelho para reproduzir som, opções de objetos da fala, água e lenços de papel para os integrantes, 3 – Em um local em que não possam ser interrompidos, sentem-se de forma que todos consigam se ver. Caso esteja sozinho, sente-se em uma cadeira confortável, tendo o aparelho que reproduzirá o som, lenços de papel e água próximos. 4 – Escolher um dos integrantes para conduzir a atividade. 5 – Caberá ao facilitador do grupo orientar os participantes a se sentarem de forma confortável e relaxada, convidando a todos que busquem se centrar e a escutar uma música escolhida previamente. 6 – Ao terminar a música o facilitador questionará qual dos integrantes tem uma história referente a família para contar ou relembrar. No caso da família, alguma história referente 17 Música de Ernani Fornari: https://www.youtube.com/watch?v=iYysYaYIMvI&list=PLj-M0cNLJOwsifiOXTEAkGMv9gpSkT_ib&ind ex=4 39 https://www.youtube.com/watch?v=iYysYaYIMvI&list=PLj-M0cNLJOwsifiOXTEAkGMv9gpSkT_ib&index=4 https://www.youtube.com/watch?v=iYysYaYIMvI&list=PLj-M0cNLJOwsifiOXTEAkGMv9gpSkT_ib&index=4 https://www.youtube.com/watch?v=iYysYaYIMvI&list=PLj-M0cNLJOwsifiOXTEAkGMv9gpSkT_ib&index=4 Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar aos avós ou bisavós, por exemplo. Também poderá ser qualquer outra história vivida pela família ou integrante como um todo. Estando sozinho, procure lembrar de alguma história significativa de sua família ou de seus antepassados. 7 – Todos ouvem ao relato em silêncio. 8 - Ao término do relato, o facilitador pergunta se alguém tem algo a acrescentar, passando o objeto da fala para quem tiver interesse em se se manifestar, devendo os que não estão com o objeto da fala em mãos aguardarem em silêncio. 9 – Após o relato e eventuais manifestações, o facilitador convida a todos que voltem a se concentrar e, sentados, olhando para o horizonte, cada um imagine seu pai e sua mãe atrás de si, o pai à direita e a mãe à esquerda, e atrás de sua mãe, seus avôs maternos e atrás de seu pai, seus avôs paternos, atrás de seus avós, seus bisavós, trisavós, tataravós...e assim sucessivamente, até onde conseguir imaginar. O facilitador orientará que todos os presentes sintam essas presenças e essa força que chega através de nossos pais e que nos deram a vida. Com todos concentrados e conectados, o facilitador pede então que repitam mentalmente: Gratidão queridos, pais, avós e demais ancestrais, por terem aberto a estrada por onde hoje caminho, digo sim a tudo como foi e me orgulho de ser um de vocês. Agora vejo que não estou só e sinto a força que me chega através de vocês 10 – O Facilitador verifica como todos estão se sentindo, e finaliza a atividade. 40 Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar 41 Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar 42 Práticas Conectivas e Pacificadoras no Ambiente Familiar 43
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