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Resenha do livro O Colapso de Tudo - John Casti

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O COLAPSO DE TUDO 
OS EVENTOS EXTREMOS QUE PODEM DESTRUIR A CIVILIZAÇÃO A QUALQUER MOMENTO 
JOHN CASTI – Rio de Janeiro: Intrínseca, 2012, 349 p. 
	O livro O Colapso de Tudo esta dividido em um preâmbulo seguido de três seções, onde a segunda seção esta subdividida em onze mini capítulos que abordam os eventos x trazidos pelo autor, devesse destacar que o autor procura abordar dentro do livro eventos causados pelo homem e não pela natureza. 
	No preâmbulo é definido o conceito do que seria um evento x, onde o autor destaca que atualmente devido ao grande nível de tecnologias inseridas em nosso cotidiano, cada vez mais a complexidade vem aumentando, o que faz com que ocorra um evento x. Com isso fica a seguinte pergunta: o que é um evento x? Casti caracteriza um evento x a partir do seu nível de raridade e a incapacidade de sua previsão, uma vez que para prever algo é necessário um banco de dados para que se possa trabalhar com a estatística, algo que um evento x não possuí. Dito isso John descreve três características de um evento x: tempo de desenrolar que é o tempo entre o começo e o fim do evento, tempo de impacto durante o qual os efeitos podem ser vividos pelos indivíduos e por fim o impacto total que mede a magnitude geral do acontecimento, geralmente medida em dólares ou em óbitos. 
	Outro conceito chave apresentado pelo autor no preâmbulo é a lei da complexidade necessária, que fala na necessidade de manter um equilíbrio de complexidade nos sistemas que estão se relacionando, que pode ser dita segundo Casti como “somente a complexidade pode destruir a complexidade” (p.24).
	Então ao entrarmos na seção I John fala que o para que não ocorram mais eventos x é necessário reduzir o nível de complexidade na sociedade atual, isso significaria voltar a uma maneira de viver mais simples do que hoje, assim como era no passado, contudo sabemos que a sociedade de modo geral não esta disposta a tal ação. Casti destaca que não é possível dizer o quanto um sistema é mais complexo que outro, já que a complexidade depende dos sistemas que estão em interação e do contexto aos quais estes estão inseridos. Partindo dessa constatação o autor apresenta o que ele chama de as sete faces da complexidade.
	As sete faces da complexidade são princípios que estarão presentes nos eventos x apresentados pelo autor. O primeiro é o emersão onde é apontado que um conjunto de indivíduos em interação formam um sistema, e que apesar de conhecermos as partes desse sistema individualmente não podemos saber qual será o resultado desta interação. O segundo a hipótese da rainha de copas é trazido a tona a necessidade da constante evolução por parte dos indivíduos e/ou sistemas para manter o equilíbrio da complexidade. O terceiro tudo tem um preço fala que todo sistema tem que escolher entre ser eficiente ou resiliente para se manter. O quarto o princípio do cachinhos dourados trás o conceito de “limite do caos”, que seria o grau de liberdade de um sistema, onde este deve procurar se manter no limite do caos, ou seja nem muito aberto e nem muito fechado. O quinto é a imcompletude explica que a racionalidade por si só não é o suficiente para prever acontecimentos futuros, Casti o coloca da seguinte maneira “sempre haverá acontecimentos impossíveis de se prever seguindo uma linha lógica de raciocínio” (p. 53). Sexto é o efeito borboleta, que aponta que uma pequena mudança em uma parte do sistema pode interferir drasticamente em outra parte do sistema. E por fim o sétimo a lei da variedade necessária que explica os acontecimentos de eventos x como meio de regular os níveis de complexidade dos sistemas em interação.
	Entramos na seção II do livro onde o autor apresenta três nomenclaturas para o evento x: extinção, catástrofe e desastre, onde estas se referem a intensidade/magnitude do evento. A magnitude do evento pode ser medida por três fatores: letalidade, número de vidas perdidas; material, danos a infraestrutura, financeiro, prejuízo medido em dólares. Posto isso, apresentaremos uma breve síntese dos onze eventos trazidos pelo autor do livro:
1° Apagão Digital – Uma Interrupção Generalizada e Duradoura da Internet: Casti desde o inicio do livro aponta a grande dependência da sociedade as tecnologias, a internet é uma delas. Dessa maneira se existe alguma maneira de nos desconectar, e existe, como foi mostrado pelo autor, onde ele apresentou exemplos de panes na internet, até mesmo falha no sistema central. O risco da perca de conectividade esta na dependência de outros sistemas na internet, como por exemplo: abastecimento de água, sistema bancário, transportes e etc.
2° Quando Vamos Comer – O Esgotamento do Sistema Global de Abastecimento de Alimentos: John apresenta dois lados de uma mesma moeda que futuramente pode significar a falta de alimentos para grande parte da população mundial. De um lado é destacado fatos que podem diminuir a produção de alimentos, como por exemplo o grande uso de agrotóxicos nas terras, que possibilita o surgimento de vírus e bactérias resistentes e também ajuda para o crescimento do fenômenos denominado de distúrbio do colapso das colmeias, a falta de água, a diminuição das terras férteis e terras sendo usadas para produção de combustível. Em contra partida a esses fatos a população mundial aumenta constantemente, o que causa um desequilíbrio entre oferta e demande de alimentos.
3° O Dia que os Eletrônicos Pararam – Um Pulso Eletromagnético (PEM) Continental Destrói Todos os Aparelhos Eletrônicos: Esse pulso é gerado através de uma explosão de alta energia na atmosfera, que tem como resultado uma sobrecarga na corrente elétrica que é capaz de queimar todos os aparelhos eletrônicos, linhas de transmissão de energia elétrica, carros, trens, aviões e barcos. Embora pareça um tanto quanto distante da nossa realidade, essa tecnologia já esta disponível há mais de cinquenta anos e também é possível gerar um PEM através de bombas atômicas. 
4° Uma Nova Desordem Mundial – O Colapso da Globalização: Neste evento o autor inicia falando do desequilíbrio de complexidade que existe entre os estados e as multinacionais, onde isso se torna um fato favorável ao acontecimento de um evento x. Ao longo do capítulo ele apresenta simulações e exemplos que mostram o que aconteceria de o poder geopolítico fosse retirado dos Estados Unidos. Como consequência pode ocorrer a formação de pequenos grupos de poder não globalizados.
5° Física Mortífera – Destruição da Terra pela Criação de Partículas Exóticas: Na busca por novas partículas foram construídos grande aceleradores de particular, o CERN e o LHC, contudo como são partículas desconhecidas são levantadas hipóteses, como criação de buracos negros descontrolados, os strangelets, monopolos magnéticos e o colapso do vácuo quântico, que poderiam fazer essa busca sair do controle e ocorrer um evento x.
6° A Grande Explosão – A Desestabilização do Panorama Nuclear: Durante a Guerra Fria os Estados Unidos (EUA) e a União Soviética (URSS) estão em uma corrida armamentista, como resultado um grande arsenal de bombas atômicas entre esses países é construído, apresentando um grande perigo a humanidade. No capítulo o autor relembra acidentes com ogivas nucleares que tiveram como consequência a perda de 51 ogivas, que atualmente ainda não foram recuperadas. Além disso, atualmente esse poder armamentista não esta localizado somente nesses países, o que aumenta o nível de complexidade, uma vez que temos mais sistemas interagindo.
7° Esgotamento – O Fim do Suprimento Global de Petróleo: No ano de 2018 no Brasil ocorreu à greve dos caminhoneiros, esse fato deixou evidente a dependência da sociedade atual no petróleo. Diante desse fato Casti destaca que o petróleo não é um combustível renovável e que devido a isso temos reservas limitadas, em contra partida constantemente o consumo de petróleo vem aumentando. John apresenta o conceito chave do capítulo Pico de Hubbert, que aponta que a produção máxima de petróleo aconteceu no ano de 2000, a partir desse ano a produção cairia 2%ao ano. Com o aumento da demanda e a oferta diminuindo o que ocorrer é uma desestabilização no nível de complexidade, fator que pode levar a um evento x.
 
8° É de Doer – Uma Pandemia Global: Casti destaca que na história da humanidade já ocorreu grandes epidemias, como a Peste Antonina, a Peste de Justiniano, A Peste Negra, a Gripe Espanhola e a Aids. Devido ao uso indevido de antibióticos cada vez mais se torna possível o desenvolvimentos de bactérias super-resistentes. Também temos fatores que complicam a dispersão de uma pandemia, como exemplo tem a migração, que faz que uma pessoa infectada espalhe o vírus ou bactérias. Nesse sentido entra em discussão de até que ponto podemos limitar a liberdade de um individuo para evitar o contagio das demais pessoas. Nesse contexto podemos ver vários fatores contribuindo para aumentar a complexidade dos sistemas em interação.
9° No Escuro e com Sede – Falta de Energia Elétrica e de Água Potável: Casti destaca as vulnerabilidades no sistema de abastecimento de energia elétrico, como uma rede ultrapassada atendendo uma demanda que constantemente aumenta, como resultado dessas vulnerabilidades é dado como exemplos três apagões que ocorreram nos EUA e uma série de apagões na África do Sul. Esses apagões causavam grandes efeitos nas populações, dependendo do tempo de duração. Casti também levanta a questão da falta de água, que já afeita alguns países, principalmente a população pobre. Devido a necessidade da água na vida cotidiana muitos países fazem acordos comerciais. Com isso autor apresenta o conceito de água virtual, que é a água utilizada para produzir cada material da vida cotidiana.
10° Tecnologia Fora de Controle – Rôbos Inteligentes Sobrepujam a Humanidade: Atualmente vemos grandes avanços nas pesquisas sobre inteligência artificial, onde cada vez mais é possível ver máquinas realizando tarefas humanas. Diante desse canário o autor apresenta o conceito de singularidade, que significa que computadores terão uma “consciência”. Para Casti essa singularidade pode ser alcançada através do desenvolvimento das três tecnologias: engenharia genética, nanotecnologia e robótica.
11° A Grande Crise – Deflação Global e o Colapso dos Mercados Financeiros Mundiais: Casti apresenta nesse capítulo uma preocupação com o espiral deflacionário, onde mesmo sendo construídas defesas econômicas contra uma crise financeira, outros mecanismos acabam aumentando a complexidade dos serviços financeiros. Para controlar a deflação é necessário injetar mais dinheiro na economia, onde este dinheiro pode ser obtidos através de empréstimos, impressão de mais notas, que pode ocasionar a hiperinflação, ou aumentando impostos e reduzindo serviços governamentais. O resultado de uma deflação é um índice de crescimentos estagnado, pessoas desempregadas, o que torna complicado a circulação do dinheiro tornando complicada a superação à deflação.
	Depois de apresentados os eventos x chegamos na seção final do livro onde o autor destaca novamente que devemos manter o equilíbrio na complexidade entre sistemas em interação, onde o ideal se existe desnível é reduzir a complexidade do sistema que está aumentando sua complexidade, não o inverso. E por fim ele concluí apresentando sua tese central do livro, onde ele fala que embora não seja possível prever os eventos x, a complexidade dos sistemas em interação pode ser usado como o sinal de um evento x. Por fim ele caracteriza três princípios que podem ser usados para evitar esse desnível de complexidade, que seriam: sistemas e indivíduos adaptáveis, resiliência e redundância. 
Finalizando, consideramos o livro de grande importância, por nos fazer refletir questões que estão bastantes presentes na sociedade atual e que devem ser discutidas constantemente, uma vez que cada vez mais vemos as consequências de nossos atos, mas ainda assim estamos relutantes em pensar uma maneira de viver que não nos leve a este caminho. Para encerrar o trabalho, deixamos uma frase de Casti, que consideramos sintetizar os eventos apresentados pelo autor “encontramos o inimigo, e somos nós” (p.312).

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