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SEMINÁRIO - COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA

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Giovanna Ramos Pedroso dos Santos RA00210927 MG5
COMPETÊNCIA TRIBUTARIA
QUESTÕES:
1. Que é, como é e para que serve a competência tributária? Quais as características da competência tributária? Qual a diferença entre competência tributária e capacidade tributária?
A Constituição Federal não cria tributos, mas sim outorga competência para que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por meio de lei, o façam. Desse modo, é possível afirmar que competência tributária é o poder ou aptidão, outorgado constitucionalmente aos entes políticos, para que editem leis que instituam tributos. Segundo Luciano Amaro “[...] o poder de criar tributos é repartido entre os vários entes políticos, de modo que cada um tem competência para impor prestações tributárias, dentro da esfera que lhe é assinalada pela Constituição. Temos assim a competência tributária — ou seja, a aptidão para criar tributos — da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Todos têm, dentro de certos limites, o poder de criar determinados tributos e definir o seu alcance, obedecidos os critérios de partilha de competência estabelecidos pela Constituição. A competência engloba, portanto, um amplo poder político no que respeita a decisões sobre a própria criação do tributo e sobre a amplitude da incidência, não obstante o legislador esteja submetido a vários balizamentos.”
A Constituição Federal atribui à competência tributária aos entes políticos em seus artigos 153 a 156, e outorga a cada qual o poder de instituir e cobrar exações tributárias, devendo às pessoas jurídicas de Direito Público atuar nos ditames constitucionais, bem como nos limites de suas respectivas parcelas de poder.
 Além disso, competência tributária não se confunde com capacidade tributária ativa, sendo certo que a primeira é política e refere-se a possibilidade de instituição de tributos, quando a segunda decorre da primeira e possui natureza estritamente administrativa e refere-se as funções de arrecadação e fiscalização de tributos, bem como a execução de leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária.
Assim, o conceito de competência tributária, se evidenciando ainda a finalidade de tal competência, outorgada pela Constituição, que por sua vez demonstra indissociável vontade popular, em virtude de emanar do povo qualquer forma de poder ou competência, para ver atendidas as razões e necessidades públicas, visando o bem comum. Desta forma, as características da competência tributária são:
· Facultatividade - o exercício do poder atribuído constitucionalmente ao ente político é uma faculdade, não uma imposição feita pela Constituição, ficando a averiguação de cada ente, utilizando-se dos juízos de oportunidade, conveniência política e econômica, decidir quanto ao exercício da competência tributária.
· Indelegabilidade -  é vedado ao ente político outorgar a competência que lhe é conferida constitucionalmente, a outro ente, para que este institua tributos (art. 7 CTN e § 3º do artigo 18 da Constituição.)
· Irrenunciabilidade - Não pode o ente político renunciar a competência que lhe foi outorgada constitucionalmente, em que pese sua faculdade em instituir ou não determinado tributo, o ente não pode renunciar a competência tributária, seja no todo ou em parte.
· Incaducabilidade - A incaducabilidade de competência tributária está relacionada processo de criação da norma, a qual não se submete a qualquer lapso temporal, ou seja, é incaducável, face a inexistência de prazo para o exercício dessa. 
2. Analisar a facultatividade do seu exercício relativamente à Lei de Responsabilidade Fiscal (LC n. 101/00), que veda a transferência voluntária de receitas a entes que tenham deixado de instituir algum tributo de sua competência.
A LC n.101/00 tem fundamento de validade na ordem constitucional vigente, porém há um discusão sobre o artigo 11 dessa LC, que a doutrina considera o dispositivo inconstitucional em virtude das características da facultatividade da competência tributária, como Roque Antonio Carrazza que diz “Ainda a proósito da facultatividade do exercício da competência constitucional o art. 11 da Lei de Responsabilidade Fiscal, enquanto obriga à instituição de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação. Com efeito, na medida em que a Constituição – com única ressalva do ICMS – nada impõe a respeito, não poderia tê-lo feito uma lei complementar, ainda que a pretexto de estabelecer normas gerais de finanças públicas. Explicitando a ideia, os princípios federativo, da autonomia municipal e da autonomia distrital impedem que a lei complementar nacional estipule como as pessoas políticas exercitarão suas competências tributárias (aí compreedida a faculdade de não tributar ou de tributar apenas parcialmente), que este é assunto sobre o qual elas próprias, como lhes faculta a Constituição, devem livremente deliberar”.
3. Proposta de Reforma Tributária Nacional que substitua os impostos estaduais e municipais sobre bens e serviços, por um imposto único de competência da União por emenda constitucional viola os Princípios do Pacto Federativo e do Federalismo Fiscal? E se esta emenda prever expressamente o repasse obrigatório da integralidade ou parte do produto da arrecadação desse imposto único para os estados e municípios?
Para alguns doutrinadores trata-se de uma proposta absurda, pois violará centralmente o pacto federativo e diminuirá a autonomia financeira dos estados e municípios, pois sem competência tributária não haverá autonomia, e, portanto, a proposta de emenda constitucional seria inconstitucional desde sua origem, neste específico aspecto, e sequer poderia tramitar no Congresso, pois afetaria a “forma federativa de Estado” (artigo 60, parágrafo 4º, inciso I, CF).
Para outros, a situação é diversa, pois entendem que a autonomia não se cinge à competência tributária, uma vez que é composta de várias outras fontes de arrecadação, como mencionado. Dizem ainda que basta haver receita para que estados e municípios se mantenham autônomos, não sendo necessário que seja decorrente de competência tributária. Logo, se atribuída quantidade de recursos para que estados e municípios sejam autônomos, será constitucional a proposta de emenda constitucional neste aspecto.
Desse modo, é imprescindível haver recursos suficientes para que os estados e municípios sejam autônomos e que os possam receber e gerenciar sem ter que cumprir condições impostas pelo governo central, o qual também não pode ter a possibilidade de sua manipulação, o que tornaria os entes subnacionais subservientes ao poder central — existem diversas ações promovidas pelos estados contra a União acerca desse aspecto. Isso transformaria os estados e municípios em autarquias federais, o que modificaria completamente o federalismo brasileiro.

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