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LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO JURÍDICA PROFESSORA DRA. ANNE MORAIS LINGUAGEM JURÍDICA Essa terminologia se aplica à linguagem do Direito. Essa linguagem é instrumento tanto da criação quanto da realização do Direito. Ela vai se particularizando em uma pluralidade de funções, isto é, participa das funções legislativa, judiciária, contratual, doutrinária e administrativa, perpassando, desse modo, todas as vertentes do Direito. O nosso foco é a linguagem jurídica, um sistema sígnico, por meio da qual os operadores do Direito estabelecem comunicação entre si, no âmbito do fórum. Constitui-se uma forma própria de linguagem, que se materializa em peças processuais, decisões interlocutórias, sentenças dos juízes etc. A linguagem jurídica implica lógica e tecnicismo. Ela é técnica porque visa a informar e é lógica porque buscar convencer por meio de recursos como a oratória (beleza e estilo na fala) e a retórica(arte de gerar persuasão) forenses presentes nos discursos jurídicos. Dessa forma, como em toda área do conhecimento, a área do Direito constrói um discurso próprio, o discurso jurídico, que, muitas vezes, implica dificuldades, em especial para os iniciantes na profissão. Por isso, precisamos compreender as expressões e conhecer o vocabulário pertinente, bem como reconhecer os componentes desse tipo de discurso, pois fará parte de seu instrumental de trabalho. O comportamento linguístico de cada profissional será determinante em sua atuação. LÉXICO E VOCABULÁRIO Léxico: são todas as palavras de uma língua à disposição do falante; Vocabulário: é a seleção de palavras ou expressões, dentro do léxico, para se elaborar um discurso – seleção vocabular. Sobre o discurso jurídico, teríamos alguma dificuldade relacionada ao sentido das palavras? VEJAMOS A PALAVRA: COMPETENTE No sentido geral, competência significa: “Erudição, preparo intelectual, aptidão” Ex.: “O administrador é muito competente”. No sentido jurídico, significa tão somente o âmbito de atuação do juiz. Outro exemplo: crime X contravenção E O FAMOSO “JURIDIQUÊS”? Partindo do pressuposto de que o não se compreende não é considerado, deveremos a pensar sobre a simplificação da linguagem jurídica, que objetiva: O uso da linguagem de forma padrão /culta, porém de acesso democrático. O que vemos, em sua maioria, são peças indecifráveis sendo tecidas por uma linguagem preciosa, rebuscada e ininteligível. Há três técnicas para o enriquecimento do vocabulário jurídico: 1ª é a leitura de obras jurídicas, fazendo o levantamento das palavras desconhecidas, buscando o significado delas no dicionário (levantamento vocabular). 2ª é o emprego da nova palavra na elaboração das peças jurídicas (uso de sinônimos). 3ª é o ato da conversação entre operadores para treinar o vocabulário. O redator jurídico deve, no entanto, evitar o rebuscamento da linguagem! 'Erga omnes' ou 'Stare decisis'? Um manual para entender a língua do STF 'Juridiquês' e discurso prolixo de ministros confundiu espectadores da sessão que negou habeas corpus a Lula. Camilla Costa - Da BBC Brasil em São Paulo 5 ABR2018 18h12 atualizado às 18h21 Sociologia A linguagem jurídica como obstáculo ao acesso à justiça. Uma análise sobre o que é o Direito engajado na dialética social e a consequente desrazão de utilizar a linguagem jurídica como barreira entre a sociedade e o Direito/Justiça. Samene Batista Pereira Santana Fonte: http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=12316 Magistrado faz sentença em linguagem coloquial para combater "juridiquês“ Ao decidir que uma das partes deveria indenizar a outra, João Batista Danda disse que o valor a ser pago não pode ser "tão pesado que vire um inferno" 05/06/2015 - 05h02minAtualizada em 05/06/2015 - 05h02min Redação PragmatismoEditor(a) JURISTAS11/JUN/2014 ÀS 19:29 Advogado escreve receita de pamonha para provar que juiz não lê os autos DEBATE Como deve ser a linguagem jurídica? ATIVIDADE Cada grupo deverá ler o texto dado pela professora e discuti-lo com o seu grupo; Cada grupo deve explicar o conteúdo do texto lido aos colegas; Cada grupo deverá expor sua opinião sobre a pergunta “Como deve ser a linguagem jurídica?”.
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