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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES BIANCA FICKERT SANTORO MOVIMENTOS ARTICULARES Mogi das Cruzes, SP 2020 UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES BIANCA FICKERT SANTORO MOVIMENTOS ARTICULARES Trabalho apresentado ao curso de Educação Física da Universidade de Mogi das Cruzes como parte dos requisitos para composição de nota da matéria de Cinesiologia pelo professor Eduardo Gunter Montero. Mogi das Cruzes, SP 2020 SUMÁRIO Posições de referência………………………………………………………..4 Planos de referência anatômica................................................................4 Eixos de referência anatômica……………………………………………….5 Direções anatômicas…………………………………………………………..6 Classificação das articulações…………………………………………….....7 Graus de liberdade………………………………………………………….....11 Termos descritivos de movimentos gerais…………………………………..11 Movimentos das articulações - osteocinemática…………………………...12 Cíngulo do membro superior……………………………………………….....12 Articulação do ombro - glenoumeral………………………………………....15 Articulação do cotovelo e articulação radioulnar……………………………16 Articulação do punho e da mão……………………………………………….18 Articulação do quadril e cíngulo do membro inferior………………………..20 Articulação do joelho…………………………………………………………...23 Articulação do tornozelo e do pé……………………………………………...25 Tronco e coluna vertebral……………………………………………………...27 POSIÇÕES DE REFERÊNCIA É fundamental que estudantes de cinesiologia tenham um ponto de referência para entender melhor o sistema musculoesquelético, seus planos de movimento, articulações e a terminologia do movimento articular. Para descrever movimentos articulares, podem ser usadas duas posições de referência como base. A posição anatômica é a mais amplamente utilizada e a mais precisa para todos os aspectos do corpo, com o indivíduo em pé na postura ereta, olhando para a frente, com os pés paralelos e próximos e as palmas das mãos voltadas para frente. A posição fundamental é essencialmente a mesma que a anatômica, mas nela os braços ficam de lado e as palmas das mãos, voltadas para o corpo. Posição anatômica Posição fundamental PLANOS Ao estudar as várias articulações do corpo e analisar seus movimentos, convém caracterizá-los de acordo com planos específicos de movimento, que podem ser definidos como superfícies bidimensionais imaginárias, pelas quais um membro ou segmento do corpo é movimentado. Existem três planos de movimentos específicos, ou cardinais, nos quais os vários movimentos articulares podem ser classificados. Os planos cardinais dividem o corpo em duas metades exatas e são classificados em sagital, frontal e transverso. Plano sagital, mediano ou ântero-posterior: é vertical e se estende de anterior para posterior. Divide o corpo em metades simétricas direita e esquerda. Neste plano, os movimentos do corpo ou dos segmentos corporais ocorrem ântero-posteriormente e vice-versa( ex: flexão e extensão do ombro). Plano frontal, coronal ou lateral: é vertical e se estende de lado a lado do corpo. Divide o corpo em metades anterior e posterior com pesos iguais. Neste,plano, ocorrem movimentos laterais, onde os segmentos corporais aproximam-se ou se afastam da linha média do corpo (ex: abdução e adução do ombro). Plano transverso ou horizontal: é horizontal e se estende de anterior para posterior. Divide o corpo em metade superior e inferior de mesmo peso. Ocorrem movimentos corporais paralelos ao solo quando o corpo está em posição ereta (ex: abdução horizontal e adução horizontal do ombro). Plano oblíquo: é definido a partir da combinação entre planos, permite combinações de movimentos. Plano sagital Plano coronal ou frontal Plano transverso ou horizontal EIXOS Quando um segmento corporal se move, ele sofre um deslocamento angular em torno de um eixo imaginário de rotação que passa através da articulação à qual este segmento está ligado. Ou seja, eixos são linhas imaginárias que atravessam o centro das articulações, permitindo os movimentos. Nos eixos de referência para descrição do movimento humano, cada um é orientado perpendicularmente a um dos planos de movimento. Cada um dos eixos sempre está associado ao mesmo plano, aquele ao qual o eixo é perpendicular. Eixo transverso ou látero-medial: atravessa o centro das articulações látero-lateralmente. Permite deslocamentos ântero-posteriores. Ocorre no plano sagital (ex: flexão-extensão do ombro). Eixo sagital ou ântero-posterior: atravessa o centro das articulações ântero-posteriormente. Permite deslocamentos látero-laterais. A rotação no plano frontal ocorrem em torno deste eixo (ex: abdução-adução do ombro). Eixo longitudinal ou vertical: atravessa o centro das articulações crânio- caudalmente (cima para baixo). A rotação no plano transverso ocorre em torno deste eixo (ex: adução e abdução horizontal de ombro). Eixo oblíquo: combinação de dois ou mais eixos. Permite deslocamentos oblíquos (ex: abdução oblíqua do ombro). DIREÇÕES ANATÔMICAS São utilizados para descrever a relação entre as partes do corpo ou a localização de um objeto externo. Superior: próximo a cabeça (cranial). Inferior: longe da cabeça (caudal). Anterior: voltado para frente do corpo (ventral). Posterior: voltado para parte de trás do corpo (dorsal). Medial: em direção à linha média do corpo. Lateral: afastado da linha média do corpo. Proximal: próximo ao tronco. Distal: afastado do tronco. Superficial: na superfície do corpo. Profundo: dentro do corpo e afastado da superfície corporal. CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES A articulação é uma conexão entre dois ossos. Embora as articulações tenham várias funções, talvez a mais importante seja tornar o movimento possível. Articulações também ajudam a sustentar o peso do corpo e promovem estabilidade. Esta estabilidade se deve principalmente ao formato dos ossos que compõem a articulação, como na articulação do quadril, ou pode resultar das características dos tecidos moles, como observado no ombro e no joelho. Muitas articulações contêm a sinóvia, secreção que lubrifica as articulações e nutre a car tilagem articular. A articulação de dois ou mais ossos permite a realização de diversos tipos de movimentos. A extensão e o tipo de movimento determinam o nome atribuído à articulação. A estrutura óssea limita o tipo e a quantidade de movimento de cada articulação. Algumas articulações não têm movimento, outras são apenas ligeiramente móveis, e existem aquelas, ainda, que se movimentam de forma livre com diversos graus de amplitude. Os tipos e a amplitude dos movimentos são semelhantes em todo ser humano; mas a liber-dade, a amplitude e o vigor dos movimentos são limitados pela configuração dos ossos em que eles se encaixam, bem como pelos ligamentos e músculos. As articulações podem ser classificadas de acordo com a sua estrutura ou função. A classificação pela estrutura enquadra as articulaçõesem uma das seguintes categorias: fibrosas, cartilaginosas ou sinoviais. A classificação funcional resulta também em três categorias: sinartrose (sinartrodial), anfiartrose (anfiartrodial) e diartrose (diartrodial). Cada classificação contém ainda subcategorias. Por causa da forte relação entre estrutura e função, existe uma sobreposição significativa entre os sistemas de classificação. Ou seja, existem mais semelhanças do que diferenças entre os dois membros em cada um dos seguintes pares: articulações fibrosas e sinartrodiais, e articulações sinoviais e diartrodiais. Entretanto, nem todas as articulações se enquadram perfeitamente em ambos os sistemas. Articulações fibrosas: As articulações fibrosas são conectadas por fibras de tecido conjuntivo e geralmente são imóveis. Há três tipos de articulações fibrosas: sinartrose, sindesmose e gonfose. Sinartrose ou sutura - apresenta uma fina camada de periósteo fibroso entre os dois ossos, como nas suturas do crânio. As regiões articulares dos ossos têm o formato próprio que possibilita o encaixe recíproco dos mesmos. Neste tipo de articulação não há essencial mente movimento entre os ossos, o objetivo é fornecer forma e força. Sindesmose ou articulação “por ligamentos” - há muito tecido fibroso, como ligamentos e membranas interósseas, que mantêm os ossos unidos. Neste tipo de articulação pode ocorrer um pequeno movimento de torção ou alongamento. A articulação tibiofibular distal no “tornozelo” e a articulação radiulnar (membrana interóssea) são exemplos. Gonfose - é a palavra grega para “encaixe.” Esta articulação ocorre entre a raiz de um dente e o alvéolo dental no arco alveolar da mandíbula e da maxila. Sua forma é similar a de um pino em uma tomada de luz. Sinartrose (tipo sutura) Sindesmose( por ligamentos) Gonfose Articulações cartilagíneas: apresenta cartilagem hialina ou fibrocartilagem entre os dois ossos. As articulações entre os corpos vertebrais são exemplos de articulações em que discos de fibrocartilagem conectam diretamente os ossos. A primeira articulação esternocostal é um exemplo de cone xão direta feita por cartilagem hialina. Articulações cartilagí neas são também chamadas de anfiartroses, porque tornam possível algum grau de movimento, como flexão ou torção, e alguma compressão. Ao mesmo tempo, essas articulações são muito estáveis. Articulação cartilagínea Articulação sinovial ou diartrodial: não há união direta de continuidade entre as extremidades ósseas. Em vez disso, há uma cavidade articular cheia de sinóvia e envolta por uma cápsula semelhante a uma bainha. A camada externa da cápsula articular é constituída por tecido conjuntivo fibroso denso, que mantém os ossos da articulação no lugar. A camada interna é formada por uma membrana sinovial que secreta o líquido denominado sinóvia. A face articular é muito lisa e coberta com cartilagem articular do tipo hialina. A articulação sinovial é também chamada de diartrose porque possibilita movimentos livres. Não é tão estável quanto outros tipos de articulações, mas garante muito mais amplitude de movimento. Do ponto de vista estrutural, esse tipo de articulação pode ser dividido em seis grupos, As articulações diartrodiais são capazes de executar movimentos em um ou mais planos. Diz-se que as articulações que se movimentam em um único plano possuem um grau de liberdade de movimento, enquanto aquelas que executam movimentos em dois e três planos possuem dois e três graus de liberdade de movimento, respectivamente. Articulação artrodial (deslizante e plana) - Esse tipo de articulação caracteriza-se por duas superfícies ósseas planas adjacentes e permite movimentos deslizantes limitados. Os ossos carpais do punho e as articulações tarsometatarsais do pé são alguns exemplos. Articulação condilar (elipsóidea, ovóide, bola e soquete biaxial) - Tipo de articulação em que os ossos permitem movimentos em dois planos sem rotação, como no caso do punho (articulação radiocarpal) entre o rádio e a fileira proximal de ossos carpais ou a segunda, terceira, quarta e quinta articulações metacarpofalângicas. Articulação enartrodial (esferóidea, multiaxial, bola e soquete) - Articulação que se assemelha mais a uma articulação do tipo bola e soquete na medida em que permite movimentos em todos os planos. As articulações do ombro (glenoumeral) e do quadril (coxofemoral) são alguns exemplos. Articulação gínglimo (dobradiça) - Tipo de articulação que permite uma ampla variedade de movimentos em um único plano. As articulações do cotovelo (umeroulnar), do tornozelo (talocrural) e do joelho (tibiofemoral) são alguns exemplos. Articulação selar (em sela) - Esse tipo de recepção recíproca se encontra apenas na articulação carpometacarpal do polegar e permite o movimento do tipo bola e soquete, com exceção de uma leve rotação. Articulação trocóide (pivô, parafuso) - Tipo de articulação com movimento rotacional em torno de um eixo longo. Um exemplo é a rotação do rádio sobre a ulna nas articulações radioulnares proximal e distal. GRAUS DE LIBERDADE Além da divisão das articulações segundo mobilidade e funcionalidade, as articulações também podem ser classificadas conforme o número de planos nos quais os movimentos articulares podem ocorrer. Sendo assim, podemos dividir as articulações segundo graus de liberdade em: Uniaxial - permite movimentos em um plano apenas. São exemplos de uniaxial as articulações do tipo gínglimo e trocóide. Biaxial - permite movimentos em dois planos. São exemplos biaxial as articulações do tipo condilar e selar. Triaxial - permite movimentos em três planos. São exemplos de articulação triaxial, as articulações do tipo esferóide. Anaxial - o movimento não ocorre sobre um plano específico. São exemplos de articulação anaxial as articulações do tipo plana, que só permitem movimentos de deslizamento. TERMOS DESCRITIVOS DE MOVIMENTOS GERAIS Abdução: movimento lateral de distanciamento da linha mediana do tronco no plano frontal. Levantar os braços ou as pernas horizontalmente para o lado é um exemplo. Adução: movimento medial em direção à linha mediana do tronco no plano frontal. Um exemplo é abaixar o braço para o lado ou a coxa de volta à posição anatômica. Flexão: movimento de curvatura que resulta na redução do ângulo de uma articulação com a aproximação dos ossos, normalmente no plano sagital. Um exemplo é a articulação do cotovelo quando a mão se aproxima do ombro. Extensão: movimento de estiramento que resulta no aumento do ângulo de uma articulação com o afastamento dos ossos, normalmente no plano sagital. Um exemplo é a articulação do cotovelo quando a mão se afasta do ombro. Circundução: movimento circular de um membro que descreve um arco ou um cone. Consiste em uma combinação de flexão, extensão, abdução e adução. Às vezes é denominado circunflexão. Um exemplo ocorre quando a articulação do ombro ou do quadril faz um movimento circular em tornode um ponto fixo, em sentido horário ou anti-horário. Abdução diagonal: movimento em que um membro se afasta da linha mediana do corpo em um plano diagonal, como na articulação do quadril ou na articulação do ombro (glenoumeral). Adução diagonal: movimento em que um membro se aproxima e cruza a linha mediana do corpo em um plano diagonal, como na articulação do quadril ou na articulação do ombro (glenoumeral). Rotação lateral: movimento de rotação em torno do eixo longitudinal de um osso, afastando-se da linha mediana do corpo. Ocorre no plano transverso. Rotação medial: movimento de rotação em torno do eixo longitudinal de um osso em direção à linha mediana do corpo. Ocorre no plano transverso. MOVIMENTOS DAS ARTICULAÇÕES - OSTEOCINEMÁTICA Costuma-se imaginar o movimento articular como o deslo- camento de um osso sobre outro, causando movimentos como flexão, extensão, abdução, adução ou rotação. Esses movimen- tos, que são realizados sob controle voluntário, são muitas vezes referidos como clássicos, fisiológicos ou osteocinemáticos. Este tipo de movimento pode ser feito na forma de contrações isométricas, isotônicas ou até isocinéticas. Quando atuam ati- vamente, os músculos movem as articulações por sua ampli- tude de movimento (ADM). Enquanto movimentamos nossas articulações ao longo do dia, estamos ativamente realizando movimentos osteocinemáticos. CÍNGULO DO MEMBRO SUPERIOR O cíngulo do membro superior é um termo que se refere à escápula, à clavícula e ao manúbrio. Movimentos específicos da escápula que ocorrem como resultado dos movimentos das articulações escapulotorácica, acromioclavicular e esternoclavicular. Os movimentos do cíngulo do membro superior podem ser descritos como movimentos da escápula. Abdução (protração): movimento da escápula de afastar-se lateralmente da coluna vertebral, como ao alcançar um objeto à frente do corpo. Adução (retração): movimento da escápula de avançar medialmente em direção à coluna vertebral, como ao aproximar as escápulas. Rotação ascendente: girar a cavidade glenoidal para cima e afastar, superior e lateralmente, o ângulo inferior em relação à coluna vertebral. Rotação descendente: retornar o ângulo inferior medial e inferiormente em direção à coluna vertebral e à cavidade glenoidal à sua posição normal. Na verdade, uma vez que a escápula retorna à posição anatômica, uma rotação descendente adicional resulta em uma ligeira movimentação superomedial do ângulo superior. Elevação: movimento para cima, ou superior, como quando se eleva os ombros. Depressão: movimento para baixo ou inferior, como quando se retorna à posição normal após ter elevado os ombros. Para realizar alguns dos movimentos do cíngulo do membro superior listados até aqui, a escápula deve rotacionar ou inclinar em torno de seu eixo. Embora estes não sejam os movimentos principais do cíngulo do membro superior, eles são necessários para a movimentação normal da escápula ao longo de sua amplitude de movimento durante os movimentos dessa parte do corpo. Abdução (protração) Adução (retração) Rotação ascendente Rotação descendente Elevação Depressão ARTICULAÇÃO DO OMBRO - GLENOUMERAL A articulação do ombro, uma bola e soquete, esfe- roidea ou articulação universal, tem três graus de liber- dade, mas pouca estabilidade óssea. A cabeça convexa do úmero se localiza na concavidade rasa e inclinada da cavidade glenoidal. A cabeça do úmero é duas vezes maior que a cavidade e apenas parte de sua super- fície fica em contato com ela. Na posição em repouso, a glenoidal encontra-se no plano escapular em uma posição anterior e lateral. Embora haja uma variabilidade considerável, a glenoidal costuma estar em ligeira rotação superior. De modo correspondente, a cabeça do úmero fica voltada em direção posterior, medial e superior no plano escapular. Cercando a borda da glenoidal, fica um lábio cartilagíneo. Uma cápsula frouxa e fina recobre a articulação desde o colo da gle- noidal até o colo anatômico do úmero. A parede interna da cápsula é revestida por uma membrana sinovial. Essa cápsula possui uma área de superfície que é duas vezes maior que a cabeça do úmero e, em indivíduos saudáveis, permite a injeção de 10 a 15 mililitros de fluido. Existe uma área de superfluidade no interior da cápsula para permitir a mobilidade da cabeça do úmero durante a elevação dos ombros. Flexão: movimento do úmero anteriormente a partir de qualquer ponto no plano sagital. Extensão: movimento do úmero posteriormente a partir de qualquer ponto no plano sagital, descrito algumas vezes como hiperextensão. Abdução: movimento lateral e para cima do úmero no plano frontal, que se abre lateralmente, afastando-se do corpo. Adução: movimento para baixo do úmero no plano frontal, medialmente em direção ao corpo a partir da abdução. Rotação lateral: movimento de afastamento lateral do úmero no plano transverso em relação à linha mediana, ao redor de seu eixo longo. Rotação medial: movimento medial do úmero no plano transverso em torno de seu eixo longo, em direção à linha mediana. Adução horizontal (flexão): movimento do úmero em um plano horizontal ou transverso em direção ao tórax, cruzando-o. Abdução horizontal (extensão): movimento de afastamento do úmero em um plano horizontal ou transverso em relação ao tórax. Abdução diagonal: movimento de afastamento do úmero em um plano diagonal em relação à linha mediana do corpo. Adução diagonal: movimento do úmero em direção à linha mediana do corpo em um plano diagonal. ARTICULAÇÃO DO COTOVELO E ARTICULAÇÃO RADIOULNAR Quase todos os movimentos do membro superior envolvem as articulações rádio ulnar e do cotovelo. É muito comum essas articulações aparecem agrupadas, por causa de sua íntima relação anatômica. A articulação do cotovelo está intimamente relacionada com a radioulnar nos dois ossos desta, o rádio e a ulna, que compartilham uma articulação com o úmero para formar a articulação do cotovelo. Por essa razão, alguns podem confundir os movimentos do cotovelo com os da articulação radioulnar. Além disso, os movimentos da articulação radioulnar podem ser atribuídos de forma errônea à articulação do punho, pois parecem ocorrer nela. Entretanto, examinando de perto,vê-se que a articulação do cotovelo e seus movimentos podem ser nitidamente diferenciados daqueles da articulação radioulnar, assim como os movimentos radioulnares podem distinguir-se daqueles do punho. Articulações umeroulnar e umerorradial: os principais segmentos articulares ligados na articulação do cotovelo são o úmero e a ulna. Embora, ao se mover sobre a ulna, o rádio proporcione um importante movimento conjugado, ele não contribui de maneira substancial para a função da articulação do cotovelo. Como mencionado, o cotovelo é uma articulação uniaxial em dobradiça (do tipo gínglimo), permitindo um grau de liberdade de movimento: flexão e extensão no plano sagital em torno do eixo frontal.A articulação tem componentes ulnotrocleares e radiocapitulares que agem em harmonia na flexão e na extensão. A forte estabilidade estrutural da articulação se deve à configuração óssea e aos fortes ligamentos colaterais. Embora a cápsula que cerca todas as articulações seja reforçada por esses ligamentos colaterais, ela é fina e frouxa, sobretudo posteriormente, com muitas dobras que permitem um movimento significativo da articulação. Articulações radiulnares: as articulações radiulnares incluem um componente proximal, ou superior, localizado dentro da cápsula da articulação do cotovelo, e um componente distal, ou inferior, imediatamente proximal ao punho. Os movimentos dessas articulações incluem supinação e pronação. Durante esses movimentos do antebraço, o rádio gira em volta da ulna estacionária. Essas duas articulações atuam juntas para produzir um grau de liberdade: pronação e supinação do antebraço no plano transverso em torno de um eixo vertical na posição anatômica. Na supinação, a ulna e o rádio ficam paralelos, enquanto, na pronação, o rádio cruza sobre a ulna. Durante o movimento radiulnar, o rádio gira em torno da ulna estacionária; esse é um ponto importante para ter em mente no estudo dos motores primários dessa articulação, pois, se um músculo insere-se somente na ulna, ele não poderá efetuar supinação ou pronação. Movimentos do cotovelo Flexão: movimento do antebraço em direção ao ombro por inclinação do cotovelo, de modo a diminuir seu ângulo. Extensão: movimento do antebraço de afastar-se do ombro, endireitando o cotovelo de modo a aumentar seu ângulo. Movimentos da articulação radioulnar Pronação: movimento de rotação medial do rádio sobre a ulna, que resulta no movimento da mão desde a posição de palma voltada para cima para a de palma voltada para baixo. Supinação: movimento de rotação lateral do rádio sobre a ulna, que resulta no movimento da mão desde a posição de palma voltada para baixo até a de palma voltada para cima. ARTICULAÇÕES DO PUNHO E DA MÃO A articulação do punho é classificada como condiloide, permitindo flexão, extensão, abdução (desvio radial) e adução (desvio ulnar). O movimento do punho ocorre sobretudo entre o rádio distal e a fileira carpal proximal, que consiste no escafóide, no semilunar e no piramidal. A articulação permite de 70 a 90° de flexão e de 65 a 85° de extensão. O punho pode atingir de 15 a 25° de abdução e de 25 a 40° de adução.Cada dedo possui três articulações. As metacarpo-falângicas (MCF) são classificadas como condiloides. Nelas, são possíveis de 0 a 40° de extensão e de 85 a 100° de flexão. As articulações interfalângicas proximais (IFP), classificadas como ginglimoides, podem variar da extensão completa para aproximadamente 90 a 120° de flexão. As articulações interfalângicas distais (IFD), também classificadas como ginglimoides, são capazes de 80 a 90o de flexão a partir da extensão completa. O polegar possui apenas duas articulações, ambas classificadas como gínglimo ides. A articulação metacarpofalângica (MCF) passa da extensão completa para 40 a 90° de flexão. A articulação interfalângica (IF) pode se flexionar de 80 a 90°. A articulação carpometacarpal (CMC) do polegar é uma articulação especial do tipo selar, dotada de 50 a 70° de abdução e pode se flexionar em torno de 15 a 45° e esten-der-se de 0 a 20°. Os ligamentos, muito numerosos para serem mencionados nesta discussão, sustentam e oferecem estabilidade estática a muitas articulações do punho e da mão. As ações comuns do punho são flexão, extensão, abdução e adução. Os dedos só podem se flexionar e se estender, com exceção das articulações metacarpofalângicas, nas quais a abdução e a adução são controladas pelos músculos intrínsecos da mão. Na mão, a falange média é considerada o ponto de referência que serve para diferenciar abdução e adução. A abdução dos dedos indicador e médio ocorre quando eles se movem lateralmente em direção ao lado radial do antebraço. A abdução dos dedos anular e mínimo ocorre quando eles se movem medialmente em direção ao lado ulnar da mão. O movimento medial dos dedos indicador e médio em direção ao lado ulnar do antebraço é a adução, que, nos dedos anular e mínimo, ocorre quando eles se movem lateralmente em direção ao lado radial da mão. O polegar é abduzido quando se afasta da palma da mão, sendo aduzido quando se move em direção ao aspecto palmar do segundo metacarpal. Esses movimentos, associados à pronação e à supinação do antebraço, possibilitam muitos outros movimentos finos e coordenados do antebraço, do punho e da mão. Flexão: movimento da palma da mão e/ou das falanges em direção ao aspecto anterior ou volar do antebraço. Extensão: movimento do dorso da mão e/ou das falanges em direção ao aspecto posterior ou dorsal do antebraço; é algumas vezes mencionado como hiperextensão. Abdução: movimento do lado do polegar da mão em direção ao aspecto lateral ou lado radial do antebraço. É também o movimento de afastamento dos dedos em relação ao dedo médio. Adução: Movimento do lado do dedo mínimo da mão em direção ao aspecto medial ou ao lado ulnar do antebraço. É também o movimento dos dedos ao unirem-se, em direção ao dedo médio. Oposição: movimento do polegar de cruzar o aspecto palmar de modo a opor-se a uma ou a todas as falanges. Reposição: movimento do polegar quando ele retorna à posição anatômica a partir de sua oposição com a mão e/ ou os dedos. ARTICULAÇÃO DO QUADRIL E CÍNGULO DO MEMBRO INFERIOR A articulação do quadril, ou articulação acetabulofemoral, é uma articulação diartrodial triaxial com três graus de amplitude. A articulação do quadril é do tipo bola e soquete. As superfícies articulares da cabeça femoral e do acetábulo correspondem melhor uma à outra e possuem conexões mais firmes que as superfícies articulares da outra articulação bola e soquete do corpo, a articulação do ombro. A alta congruência e a presença de tecido conjuntivo firme entre os parceiros articulares geram estabilidade na articulação. A articulação do quadril se movimenta em três planos para produzir os seguintes movimentos: flexão-extensão, abdução-adução e rotação medial-rotação lateral. Na maioria das atividades, o movimento do quadril ocorre como uma combina- ção desses três planos de movimento. Além disso, esses movimentos são acompanhados por movimentos da pelve e da coluna lombar durante as atividades funcionais. A porção acetabular da articulação do quadril é uma cavidade profunda em forma esférica circundada por um forte lábio do acetábulo fibrocartilaginoso, que aumenta a profundidade e a estabilidade da articula- ção. O acetábulo roda anterior e inferiormente, cobrindo a cabeça do fêmur. No nascimento, o acetábulo é, na verdade, bastante raso. A concavidade se aprofunda em virtude das forças de sustentação do peso corporal que ocorrem durante o decorrer do desenvolvimento normal da locomoção. A superfície articular do acetábulo inclui apenas os lados anterior, superiore posterior. A periferia superior do acetábulo, facilmente visualizada como uma ferradura, é mais espessa e revestida de cartilagem hialina; é nela que ocorre a sustentação do peso do corpo. Inferior a essa cartilagem, está o centro da fossa do acetábulo. Essa área central do soquete não é revestida de cartilagem hialina. A fossa do acetábulo contém uma camada de gordura fibrelástica com proprioceptores que fornecem importantes informações sensoriais articulares. A fossa do acetábulo também serve de reservatório para o líquido sinovial quando o quadril é fortemente sobrecarregado. Conforme a articulação comprime os membros inferiores durante a sustentação de peso, o líquido sinovial é secretado para lubrificá-la. Quando a força na articulação diminui, o líquido sinovial retorna ao reservatório. A fossa do acetábulo contém o ligamento redondo, já descrito com o outro tecido mole da articulação. Além de seu lábio, a fossa do acetábulo instaura um vácuo parcial de modo que a pressão atmosférica negativa auxilia na manutenção do contato entre os dois parceiros articulares. A cabeça do fêmur consiste em dois terços de uma esfera, enquanto o acetábulo é um hemisfério. Assim como a articulação do ombro, a cabeça do fêmur possui uma superfície articular maior que o acetábulo. No centro da cabeça do fêmur, há uma pequena área fóvea oca sem cartilagem hialina. Essa fóvea femoral contribui com a fossa do acetábulo como ponto de conexão do ligamento redondo e de suprimento sanguíneo. Na sustentação de peso em quatro apoios com o quadril flexionado, levemete abduzido e lateralmente rodado, as cabeças dos fêmures estão completamente cobertas pelos acetábulos. Sem sustentação do peso, porém, as articulações do quadril são incompatíveis, porque a cabeça do fêmur é maior que o acetábulo. O tecido mole que circunda o quadril proporciona grande estabilidade e suporte para a articulação, como veremos na sessão seguinte deste capítulo. As rotações pélvicas anteriores e posteriores ocorrem no plano sagital, ou antero posterior, mas as rotações laterais direita e esquerda ocorrem no plano lateral, ou frontal. As rotações transversas para a direita (sentido horário) e para a esquerda (sentido anti-horário) ocorrem no plano horizontal ou transverso de movimento. Flexão do quadril: movimento anterior do fêmur de qualquer ponto no plano sagital em direção à pelve. Extensão do quadril: movimento posterior do fêmur de qualquer ponto no plano sagital, afastando-se da pelve; chamado, às vezes, de hiperextensão. Abdução do quadril: movimento lateral do fêmur no plano frontal, afastando-se da linha mediana. Adução do quadril: movimento medial do fêmur no plano frontal em direção à linha mediana. Rotação lateral do quadril: movimento lateral giratório do fêmur no plano transverso em torno de seu eixo longitudinal, afastando-se da linha mediana rotação lateral. Rotação medial do quadril: movimento medial giratório do fêmur no plano transverso em torno de seu eixo longitudinal, em direção à linha mediana; rotação medial. Abdução diagonal do quadril: movimento do fêmur em um plano diagonal, afastando-se da linha mediana do corpo. Adução diagonal do quadril: movimento do fêmur em um plano diagonal em direção à linha mediana do corpo. Rotação pélvica anterior: movimento anterior da pelve superior; a crista ilíaca inclina-se para a frente em um plano sagital; inclinação anterior; realizada por uma flexão do quadril e/ou extensão lombar. Rotação pélvica posterior: movimento posterior da pelve superior; a crista ilíaca inclina-se para trás em um plano sagital; inclinação posterior; realizada por uma extensão do quadril e/ou flexão lombar. Rotação pélvica lateral esquerda: movimento inferior, no plano frontal, da pelve esquerda em relação à pelve direita; ou a pelve esquerda gira para baixo ou a direita gira para cima; inclinação lateral esquerda; realizada por uma abdução do quadril esquerdo, adução do quadril direito e/ou flexão lombar lateral direita. Rotação pélvica lateral direita: movimento inferior, no plano frontal, da pelve direita em relação à pelve esquerda; ou a pelve direita gira para baixo ou a esquerda gira para cima; inclinação lateral direita; realizada por uma abdução do quadril direito, adução do quadril esquerdo e/ou flexão lombar lateral esquerda. Rotação pélvica transversa esquerda: no plano horizontal, movimento rotatório da pelve para o lado esquerdo do corpo; a crista ilíaca direita move-se anteriormente em relação à crista ilíaca esquerda, que se move posteriormente; realizada por uma rotação lateral do quadril direito, rotação medial do quadril esquerdo e/ou rotação lombar direita. Rotação pélvica transversa direita: no plano horizontal, movimento rotatório da pelve para o lado direito do corpo; a crista ilíaca esquerda move-se anteriormente em relação à crista ilíaca direita, que se move posteriormente; realizada por uma rotação lateral do quadril esquerdo, rotação medial do quadril direito e/ou rotação lombar esquerda. ARTICULAÇÃO DO JOELHO O complexo do joelho possui duas articulações – a tibiofemoral e a femoropatelar – envolvidas por uma cápsula. Como mencionado, a articulação tibiofibular proximal, tecnicamente, não faz parte do complexo do joelho, uma vez que ela não se encontra dentro da cápsu- la articular. Articulação tibiofemoral: como a mais larga articulação do corpo, a articula- ção tibiofemoral é formada a partir dos dois ossos mais longos do corpo. Devido à complexidade da articulação do joelho e como os côndilos medial e lateral funcionam com seus homólogos tibiais correspondentes, por vezes é considerada duas articulações – medial e lateral. A articulação tibiofemoral alcança sua grande estabi- lidade e dois graus de liberdade de movimento de forma extraordinária. Os côndilos femorais medial e lateral são convexos longitudinal e transversalmente. Eles são conectados anteriormente pela superfície de articulação patelar do fêmur e separados distal e posteriormente pelo nó intercondilar. Esses côndilos femorais articulam com dois côndilos tibiais menores, que possuem apenas uma leve concavidade; por isso, são comumente referidos como platôs. O côndilo tibial lateral também é convexo de modo anterior e posterior. A congruência da articulação é levemente aumentada pela eminência intercondilar da tíbia e a forma de cunha do menisco medial e lateral (cartilagem semilunar), o qual forma um anel incompleto, ou crescente, em cada côndilo tibial. A superfície de articulação longitudinal dos côndilos femorais é de aproximadamente duas vezes o comprimento da superfície dos côndilos tibiais. Entretanto, os movimentos de flexão e extensão do joelho não podem ser apenas movimentos de rolamento ou dobradiça. Em vez disso, os côndilos executam tanto movimentos de rolamento como de deslizamento, com a relação entre cada um deles mudando ao longo de toda a amplitude do movimento. O rolamento é predominante no início da flexão, e o deslizamento ocorre mais no final da flexão.6 Em decorrência do tamanhoda superfície articular da lateral do côndilo femoral ser mais longa do que o côndilo medial, o movimento das duas superfícies dos dois côndilos difere. O impacto dessa diferença de tamanho no movimento condilar é apresentado no final deste capítulo. Articulação femoropatelar: a patela encontra-se dentro do tendão comum do quadríceps, o qual se estende acima e sobre os lados da patela, bem como se relaciona com esta. A partir do ápice da patela, o ligamento patelar é a continuação do tendão do quadríceps e estende-se para a tubero- sidade da tíbia. Nos lados da patela, fibras tendilíneas espalham-se para formar os retináculos medial e lateral, os quais se inserem nos côndilos da tíbia. A patela é um osso sesamoide no interior da cápsula articular do joelho. Articula-se com a superfície anterior e distal em forma de sela dos côndilos femorais (superfície troclear). É pre- ciso se lembrar que a superfície articular da patela possui uma crista vertical proeminente dividindo as facetas medial e lateral; entretanto, existe uma variação consi- derável no formato ósseo da patela, o que nem sempre reflete a superfície cartilaginosa. Embora não exista uma articulação estável para manter no local, a patela é protegida por limitação ativa e passiva. Quando o joelho está completamente estendido, a estabilidade patelar conta principalmente com os tecidos moles que a circundam. O extensor, ou quadríceps, é o mecanismo ativo que estabiliza a patela em todos os lados e guia o movimento entre a patela e o fêmur. De 20° para 0°, a principal responsabilidade do músculo vasto medial oblíquo (VMO) é de servir como um estabilizador dinâmico da patela. A patela recebe estabilidade adicional de outras estruturas que a circundam. Distalmente, a patela é ancorada na tuberosidade da tíbia por um forte ligamento tibial, conectando a patela à tuberosidade da tíbia. As fibras do retináculo denso medial e lateral, assim como os músculos, ancoram a patela em cada lado e também auxiliam na estabilidade. No sentido lateral, a patela é passivamente estabilizada pelo retináculo superficial e profundo, a banda iliotibial, e o músculo vasto lateral. Essas forças laterais são balanceadas no aspecto medial da patela de modo ativo pelo VMO e passivo pelas forças do ligamento femo- ropatelar e do ligamento medial meniscopatelar. Além disso, a estabilidade superior ocorre ativamente a partir da inserção do reto femoral e do vasto intermédio à base da patela, enquanto a estabilidade inferior é fornecida à patela pelo ligamento patelar. Quando o joelho flexiona, a estrutura lateral se movimenta no sentido posterior e cria uma força lateral e de inclinação na patela. Assim, a patela é afetada tanto pela forças estáticas (fáscia) e dinâmicas (músculo). Desse modo, a congruência mínima entre a patela posterior e os côndilos femorais anteriores força a patela a contar com os tecidos moles para a sua estabilidade. A flexão e extensão do joelho ocorrem no plano sagital, ao passo que as rotações interna e externa ocorrem no plano horizontal. O joelho só permite rotação se estiver flexionado de 20 a 30° ou mais. Flexão: inclinação ou diminuição do ângulo entre o fêmur e a parte inferior da perna, caracterizada pelo movimento do calcanhar em direção às nádegas. Extensão: aumento do ângulo entre o fêmur e a parte inferior da perna. Rotação lateral: movimento rotatório lateral da parte inferior da perna,de afastamento em relação à linha mediana. Rotação medial: movimento giratório medial da parte inferior da perna em direção à linha média. ARTICULAÇÃO DO TORNOZELO E DO PÉ A articulação do tornozelo, tecnicamente conhecida como articulação talocrural, é uma articulação do tipo dobradiça ou gínglimo. É formada pelo tálus, pela tíbia distal e pela fíbula distal. Permite cerca de 50° de flexão plantar e 15 a 20° de dorsiflexão. uma amplitude maior de dorsiflexão é possível particularmente no apoio do peso quando o joelho é flexionado, o que reduz a tensão do músculo gastrocnêmio biarticular. A fíbula gira sobre seu eixo de 3 a 5° lateralmente com a dorsiflexão do tornozelo e de 3 a 5° medialmente durante a flexão plantar. As superfícies que formam as sindesmoses distanciam-se em torno de 1 a 2 mm durante a dorsiflexão completa. Embora consideradas movimentos da articulação do tornozelo, a inversão e a eversão ocorrem, tecnicamente, nas articulações subtalar e tarsal transversa. Classificadas como deslizantes ou artrodiais, essas articulações associam-se de modo a permitir em torno de 20 a 30° de inversão e 5 a 15° de eversão. Ocorre um movimento mínimo entre o restante das articulações artrodiais intertarsal e tarsometatarsal. As falanges unem-se aos metatarsais, dando origem às articulações metatarsofalângicas, classificadas como do tipo condilóide. A articulação metatarso-falângica (MF) do hálux flexiona-se a 45° e estende-se até 70°; já a articulação interfalângica (IF) pode flexionar de 0° de extensão completa a 90o de flexão. As articulações MF dos quatro dedos menores permitem cerca de 40° de flexão e 40° de extensão, e têm capacidade mínima de abdução e adução. A movimentação das articulações interfalângicas proximais (IFP) dos dedos menores vai de 0° de extensão a 35° de flexão, e as articulações interfalângicas distais (IFD) flexionam-se em 60° e estendem-se em 30°. Em todas essas articulações, há variação significativa de uma para a outra e de pessoa para pessoa. Eversão: virar a planta do pé para fora, ou lateralmente, no plano frontal; abdução. Exemplo: ficar de pé com o peso sobre a borda interna do pé. Inversão: virar a planta do pé para dentro ou medialmente no plano frontal; adução. Exemplo: ficar de pé com peso sobre a borda externa do pé. Flexão dorsal (dorsiflexão): movimento de flexão do tornozelo que resulta no movimento do dorso do pé na direção da tíbia anterior no plano sagital. Flexão plantar: movimento de extensão do tornozelo que resulta no afastamento do pé e/ou dos dedos em relação ao corpo no plano sagital. Pronação: combinação de flexão dorsal do tornozelo, eversão subtalar e abdução da parte dianteira do pé (hálux para fora). Supinação: combinação de flexão plantar do tornozelo, inversão subtalar e adução da parte dianteira do pé (hálux para dentro). Flexão dos dedos: movimento dos dedos em direção à superfície plantar do pé. Extensão dos dedos: movimento de afastamento dos dedos em relação à superfície plantar do pé TRONCO E COLUNA VERTEBRAL Os movimentos da coluna são muitas vezes acompanhados pelo nome dado à região do movimento. A flexão do tronco na parte lombar da coluna vertebral, por exemplo, é conhecida como flexão lombar, e a extensão do pescoço costuma ser mencionada como extensão cervical. O cíngulo do membro inferior rotaciona como um bloco por causa do movimento que ocorre nas articulações do quadril e da parte lombar da coluna vertebral. Flexão da coluna vertebral: movimento anterior da coluna vertebral no plano sagital; na região cervical, a cabeça aproxima-se do peito; na região lombar,o tórax aproxima-se da pelve. Extensão da coluna vertebral: retorno da flexão; movimento posterior da coluna no plano sagital; na região cervical, a cabeça afasta-se do peito; na região lombar, o tórax afasta-se da pelve; também é conhecida como hiperextensão. Flexão lateral (esquerda ou direita): conhecida também como inclinação lateral; a cabeça se move lateralmente em direção ao ombro e o tórax se move lateralmente em direção à pelve; ambos no plano frontal. Rotação da coluna vertebral (esquerda ou direita): movimento giratório da coluna no plano transverso; o queixo sai da posição neutra e gira em direção ao ombro e o tórax gira em direção a uma crista ilíaca. Redução: movimento de retorno da flexão lateral para a posição neutra no plano frontal.
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