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Movimentos Articulares

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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES 
BIANCA FICKERT SANTORO 
 
 
 
 
 
 
 
MOVIMENTOS ARTICULARES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mogi das Cruzes, SP 
2020 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES 
BIANCA FICKERT SANTORO 
 
 
 
 
 
 
 
MOVIMENTOS ARTICULARES 
 
Trabalho apresentado ao curso de Educação 
Física da Universidade de Mogi das Cruzes 
como parte dos requisitos para composição 
de nota da matéria de Cinesiologia pelo 
professor Eduardo Gunter Montero. 
 
 
 
 
 
 
 
Mogi das Cruzes, SP 
2020 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
Posições de referência………………………………………………………..4 
Planos de referência anatômica................................................................4 
Eixos de referência anatômica……………………………………………….5 
Direções anatômicas…………………………………………………………..6 
Classificação das articulações…………………………………………….....7 
Graus de liberdade………………………………………………………….....11 
Termos descritivos de movimentos gerais…………………………………..11 
Movimentos das articulações - osteocinemática…………………………...12 
Cíngulo do membro superior……………………………………………….....12 
Articulação do ombro - glenoumeral………………………………………....15 
Articulação do cotovelo e articulação radioulnar……………………………16 
Articulação do punho e da mão……………………………………………….18 
Articulação do quadril e cíngulo do membro inferior………………………..20 
Articulação do joelho…………………………………………………………...23 
Articulação do tornozelo e do pé……………………………………………...25 
Tronco e coluna vertebral……………………………………………………...27 
 
 
 
 
 
 
POSIÇÕES DE REFERÊNCIA 
 
É fundamental que estudantes de cinesiologia tenham um ponto de referência para 
entender melhor o sistema musculoesquelético, seus planos de movimento, 
articulações e a terminologia do movimento articular. Para descrever movimentos 
articulares, podem ser usadas duas posições de referência como base. 
A ​posição anatômica é a mais amplamente utilizada e a mais precisa para todos 
os aspectos do corpo, com o indivíduo em pé na postura ereta, olhando para a 
frente, com os pés paralelos e próximos e as palmas das mãos voltadas para frente. 
A posição fundamental é essencialmente a mesma que a anatômica, mas nela os 
braços ficam de lado e as palmas das mãos, voltadas para o corpo. 
 
 
 Posição anatômica Posição fundamental 
 
 
PLANOS 
 
Ao estudar as várias articulações do corpo e analisar seus movimentos, convém 
caracterizá-los de acordo com planos específicos de movimento, que podem ser 
definidos como superfícies bidimensionais imaginárias, pelas quais um membro ou 
segmento do corpo é movimentado. 
Existem três planos de movimentos específicos, ou cardinais, nos quais os vários 
movimentos articulares podem ser classificados. Os planos cardinais dividem o 
corpo em duas metades exatas e são classificados em sagital, frontal e transverso. 
 
Plano sagital, mediano ou ântero-posterior: ​é vertical e se estende de anterior 
para posterior. Divide o corpo em metades simétricas direita e esquerda. Neste 
plano, os movimentos do corpo ou dos segmentos corporais ocorrem 
ântero-posteriormente e vice-versa( ex: flexão e extensão do ombro). 
Plano frontal, coronal ou lateral: é vertical e se estende de lado a lado do corpo. 
Divide o corpo em metades anterior e posterior com pesos iguais. Neste,plano, 
ocorrem movimentos laterais, onde os segmentos corporais aproximam-se ou se 
afastam da linha média do corpo (ex: abdução e adução do ombro). 
Plano transverso ou horizontal: ​é horizontal e se estende de anterior para 
posterior. Divide o corpo em metade superior e inferior de mesmo peso. Ocorrem 
movimentos corporais paralelos ao solo quando o corpo está em posição ereta (ex: 
abdução horizontal e adução horizontal do ombro). 
Plano oblíquo: ​é definido a partir da combinação entre planos, permite 
combinações de movimentos. 
 
 
Plano sagital Plano coronal ou frontal Plano transverso ou horizontal 
 
EIXOS 
 
Quando um segmento corporal se move, ele sofre um deslocamento angular em 
torno de um eixo imaginário de rotação que passa através da articulação à qual este 
segmento está ligado. Ou seja, eixos são linhas imaginárias que atravessam o 
centro das articulações, permitindo os movimentos. 
 
Nos eixos de referência para descrição do movimento humano, cada um é 
orientado perpendicularmente a um dos planos de movimento. Cada um dos eixos 
sempre está associado ao mesmo plano, aquele ao qual o eixo é perpendicular. 
Eixo transverso ou látero-medial: ​atravessa o centro das articulações 
látero-lateralmente. Permite deslocamentos ântero-posteriores. Ocorre no plano 
sagital ​(ex: flexão-extensão do ombro). 
Eixo sagital ou ântero-posterior: ​atravessa o centro das articulações 
ântero-posteriormente. Permite deslocamentos látero-laterais. A rotação no plano 
frontal ​ocorrem em torno deste eixo (ex: abdução-adução do ombro). 
Eixo longitudinal ou vertical: ​atravessa o centro das articulações crânio- 
caudalmente (cima para baixo). A rotação no plano ​transverso ​ocorre em torno 
deste eixo (ex: adução e abdução horizontal de ombro). 
Eixo oblíquo: ​combinação de dois ou mais eixos. Permite deslocamentos oblíquos 
(ex: abdução oblíqua do ombro). 
 
 
DIREÇÕES ANATÔMICAS 
 
São utilizados para descrever a relação entre as partes do corpo ou a localização de 
um objeto externo. 
Superior: ​próximo a cabeça (cranial). 
 
Inferior:​ longe da cabeça (caudal). 
Anterior: ​voltado para frente do corpo (ventral). 
Posterior:​ voltado para parte de trás do corpo (dorsal). 
Medial: ​em direção à linha média do corpo. 
Lateral: ​afastado da linha média do corpo. 
Proximal:​ próximo ao tronco. 
Distal: ​afastado do tronco. 
Superficial:​ na superfície do corpo. 
Profundo:​ dentro do corpo e afastado da superfície corporal. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES 
 
A articulação é uma conexão entre dois ossos. Embora as articulações tenham 
várias funções, talvez a mais importante seja tornar o movimento possível. 
Articulações também aju​dam a sustentar o peso do corpo e promovem estabilidade. 
Esta estabilidade se deve principalmente ao formato dos ossos que compõem a 
articulação, como na articulação do quadril, ou pode resultar das características dos 
tecidos moles, como observado no ombro e no joelho. Muitas articulações contêm a 
sinóvia, secreção que lubrifica as articulações e nutre a car tilagem articular. 
A articulação de dois ou mais ossos permite a realização de diversos tipos de 
movimentos. A extensão e o tipo de movimento determinam o nome atribuído à 
articulação. A estrutura óssea limita o tipo e a quantidade de movimento de cada 
articulação. Algumas articulações não têm movimento, outras são apenas 
ligeiramente móveis, e existem aquelas, ainda, que se movimentam de forma livre 
com diversos graus de amplitude. Os tipos e a amplitude dos movimentos são 
semelhantes em todo ser humano; mas a liber-dade, a amplitude e o vigor dos 
movimentos são limitados pela configuração dos ossos em que eles se encaixam, 
bem como pelos ligamentos e músculos. 
As articulações podem ser classificadas de acordo com a sua estrutura ou função. A 
classificação pela estrutura enquadra as articulaçõesem uma das seguintes 
categorias: fibrosas, cartilaginosas ou sinoviais. A classificação funcional resulta 
também em três categorias: sinartrose (sinartrodial), anfiartrose (anfiartrodial) e 
diartrose (diartrodial). Cada classificação contém ainda subcategorias. Por causa da 
forte relação entre estrutura e função, existe uma sobreposição significativa entre os 
 
sistemas de classificação. Ou seja, existem mais semelhanças do que diferenças 
entre os dois membros em cada um dos seguintes pares: articulações fibrosas e 
sinartrodiais, e articulações sinoviais e diartrodiais. Entretanto, nem todas as 
articulações se enquadram perfeitamente em ambos os sistemas. 
Articulações fibrosas: As articulações fibrosas são conectadas por fibras de tecido 
conjuntivo e geralmente são imóveis. Há três tipos de articulações fibrosas: 
sinartrose, sin​desmose e gonfose. 
Sinartrose ou sutura - ​apresenta uma fina camada de periósteo fibroso entre os 
dois ossos, como nas suturas do crânio. As regiões articulares dos ossos têm o 
formato próprio que possibilita o encaixe recíproco dos mes​mos. Neste tipo de 
articulação não há essencial​ mente movimento entre os ossos, o objetivo é fornecer 
forma e força. 
Sindesmose ou articulação “por ligamentos” - há muito tecido fibroso, como 
ligamentos e membranas interósseas, que mantêm os ossos unidos. Neste tipo de 
articulação pode ocor​rer um pequeno movimento de torção ou alongamento. A 
articulação tibiofibular distal no “tornozelo” e a articulação radiulnar (membrana 
interóssea) são exemplos. 
Gonfose - é a pala​vra grega para “encaixe.” Esta articulação ocorre entre a raiz de 
um dente e o alvéolo dental no arco alveolar da mandíbula e da maxila. Sua forma é 
similar a de um pino em uma tomada de luz. 
 
Sinartrose (tipo sutura) Sindesmose( por ligamentos) Gonfose 
Articulações cartilagíneas: apresenta cartilagem hialina ou fibrocartilagem entre os 
dois ossos. As articulações entre os corpos vertebrais são exemplos de articulações 
em que discos de fibrocartilagem conectam diretamente os ossos. A primeira 
articulação esternocostal é um exemplo de cone xão direta feita por cartilagem 
hialina. Articulações cartilagí neas são também chamadas de anfiartroses, porque 
tornam possível algum grau de movimento, como flexão ou torção, e alguma 
compressão. Ao mesmo tempo, essas articulações são muito estáveis. 
 
 Articulação cartilagínea 
 
Articulação sinovial ou diartrodial: ​não há união direta de continuidade entre as 
extremidades ósseas. Em vez disso, há uma cavidade articular cheia de sinóvia e 
envolta por uma cápsula semelhante a uma bainha. A camada externa da cápsula 
articular é constituída por tecido conjuntivo fibroso denso, que mantém os ossos da 
articulação no lugar. A camada interna é formada por uma membrana sinovial que 
secreta o líquido denominado sinóvia. A face articular é muito lisa e coberta com 
cartilagem articular do tipo hialina. A articulação sinovial é também chamada de 
diartrose porque possibilita movimentos livres. Não é tão estável quanto outros tipos 
de articulações, mas garante muito mais amplitude de movimento. Do ponto de vista 
estrutural, esse tipo de articulação pode ser dividido em seis grupos, 
As articulações diartrodiais são capazes de executar movimentos em um ou mais 
planos. Diz-se que as articulações que se movimentam em um único plano possuem 
um grau de liberdade de movimento, enquanto aquelas que executam movimentos 
em dois e três planos possuem dois e três graus de liberdade de movimento, 
respectivamente. 
Articulação artrodial (deslizante e plana) - Esse tipo de articulação caracteriza-se 
por duas superfícies ósseas planas adjacentes e permite movimentos deslizantes 
limitados. Os ossos carpais do punho e as articulações tarsometatarsais do pé são 
alguns exemplos. 
Articulação condilar (elipsóidea, ovóide, bola e soquete biaxial) - Tipo de 
articulação em que os ossos permitem movimentos em dois planos sem rotação, 
como no caso do punho (articulação radiocarpal) entre o rádio e a fileira proximal de 
ossos carpais ou a segunda, terceira, quarta e quinta articulações 
metacarpofalângicas. 
Articulação enartrodial (esferóidea, multiaxial, bola e soquete) - ​Articulação que 
se assemelha mais a uma articulação do tipo bola e soquete na medida em que 
permite movimentos em todos os planos. As articulações do ombro (glenoumeral) e 
do quadril (coxofemoral) são alguns exemplos. 
Articulação gínglimo (dobradiça) - Tipo de articulação que permite uma ampla 
variedade de movimentos em um único plano. As articulações do cotovelo 
(umeroulnar), do tornozelo (talocrural) e do joelho (tibiofemoral) são alguns 
exemplos. 
Articulação selar (em sela) - ​Esse tipo de recepção recíproca se encontra apenas 
na articulação carpometacarpal do polegar e permite o movimento do tipo bola e 
soquete, com exceção de uma leve rotação. 
Articulação trocóide (pivô, parafuso) - ​Tipo de articulação com movimento 
rotacional em torno de um eixo longo. Um exemplo é a rotação do rádio sobre a ulna 
nas articulações radioulnares proximal e distal. 
 
 
 
 
 
 
 
GRAUS DE LIBERDADE 
Além da divisão das articulações segundo mobilidade e funcionalidade, as 
articulações também podem ser classificadas conforme o número de planos nos 
quais os movimentos articulares podem ocorrer. Sendo assim, podemos dividir as 
articulações segundo graus de liberdade em: 
Uniaxial - ​permite movimentos em um plano apenas. São exemplos de uniaxial as 
articulações do tipo gínglimo e trocóide. 
Biaxial - ​permite movimentos em dois planos. São exemplos biaxial as articulações 
do tipo condilar e selar. 
Triaxial - ​permite movimentos em três planos. São exemplos de articulação triaxial, 
as articulações do tipo esferóide. 
Anaxial - ​o movimento não ocorre sobre um plano específico. São exemplos de 
articulação anaxial as articulações do tipo plana, que só permitem movimentos de 
deslizamento. 
 
TERMOS DESCRITIVOS DE MOVIMENTOS GERAIS 
Abdução: movimento lateral de distanciamento da linha mediana do tronco no plano 
frontal. Levantar os braços ou as pernas horizontalmente para o lado é um exemplo. 
Adução: movimento medial em direção à linha mediana do tronco no plano frontal. 
Um exemplo é abaixar o braço para o lado ou a coxa de volta à posição anatômica. 
Flexão: movimento de curvatura que resulta na redução do ângulo de uma 
articulação com a aproximação dos ossos, normalmente no plano sagital. Um 
exemplo é a articulação do cotovelo quando a mão se aproxima do ombro. 
Extensão: movimento de estiramento que resulta no aumento do ângulo de uma 
articulação com o afastamento dos ossos, normalmente no plano sagital. Um 
exemplo é a articulação do cotovelo quando a mão se afasta do ombro. 
Circundução: movimento circular de um membro que descreve um arco ou um 
cone. Consiste em uma combinação de flexão, extensão, abdução e adução. Às 
vezes é denominado circunflexão. Um exemplo ocorre quando a articulação do 
ombro ou do quadril faz um movimento circular em tornode um ponto fixo, em 
sentido horário ou anti-horário. 
Abdução diagonal: movimento em que um membro se afasta da linha mediana do 
corpo em um plano diagonal, como na articulação do quadril ou na articulação do 
ombro (glenoumeral). 
 
Adução diagonal: movimento em que um membro se aproxima e cruza a linha 
mediana do corpo em um plano diagonal, como na articulação do quadril ou na 
articulação do ombro (glenoumeral). 
Rotação lateral: movimento de rotação em torno do eixo longitudinal de um osso, 
afastando-se da linha mediana do corpo. Ocorre no plano transverso. 
Rotação medial: movimento de rotação em torno do eixo longitudinal de um osso 
em direção à linha mediana do corpo. Ocorre no plano transverso. 
 
MOVIMENTOS DAS ARTICULAÇÕES - OSTEOCINEMÁTICA 
 
Costuma-se imaginar o movimento articular como o deslo- camento de um osso 
sobre outro, causando movimentos como flexão, extensão, abdução, adução ou 
rotação. Esses movimen- tos, que são realizados sob controle voluntário, são muitas 
vezes referidos como clássicos, fisiológicos ou osteocinemáticos. Este tipo de 
movimento pode ser feito na forma de contrações isométricas, isotônicas ou até 
isocinéticas. Quando atuam ati- vamente, os músculos movem as articulações por 
sua ampli- tude de movimento (ADM). Enquanto movimentamos nossas articulações 
ao longo do dia, estamos ativamente realizando movimentos osteocinemáticos. 
 
CÍNGULO DO MEMBRO SUPERIOR 
 
O cíngulo do membro superior é um termo que se refere à escápula, à clavícula e 
ao manúbrio. Movimentos específicos da escápula que ocorrem como resultado dos 
movimentos das articulações escapulotorácica, acromioclavicular e 
esternoclavicular. Os movimentos do cíngulo do membro superior podem ser 
descritos como movimentos da escápula. 
 
 
Abdução (protração): movimento da escápula de afastar-se lateralmente da coluna 
vertebral, como ao alcançar um objeto à frente do corpo. 
Adução (retração): movimento da escápula de avançar medialmente em direção à 
coluna vertebral, como ao aproximar as escápulas. 
Rotação ascendente: girar a cavidade glenoidal para cima e afastar, superior e 
lateralmente, o ângulo inferior em relação à coluna vertebral. 
Rotação descendente: retornar o ângulo inferior medial e inferiormente em direção 
à coluna vertebral e à cavidade glenoidal à sua posição normal. Na verdade, uma 
vez que a escápula retorna à posição anatômica, uma rotação descendente 
adicional resulta em uma ligeira movimentação superomedial do ângulo superior. 
Elevação: ​movimento para cima, ou superior, como quando se eleva os ombros. 
Depressão: ​movimento para baixo ou inferior, como quando se retorna à posição 
normal após ter elevado os ombros. Para realizar alguns dos movimentos do cíngulo 
do membro superior listados até aqui, a escápula deve rotacionar ou inclinar em 
torno de seu eixo. Embora estes não sejam os movimentos principais do cíngulo do 
membro superior, eles são necessários para a movimentação normal da escápula ao 
longo de sua amplitude de movimento durante os movimentos dessa parte do corpo. 
 
 Abdução (protração) Adução (retração) Rotação ascendente 
 
 Rotação descendente Elevação Depressão 
 
 
 
 
ARTICULAÇÃO DO OMBRO - GLENOUMERAL 
 
A articulação do ombro, uma bola e soquete, esfe- roidea ou articulação universal, 
tem três graus de liber- dade, mas pouca estabilidade óssea. A cabeça convexa do 
úmero se localiza na concavidade rasa e inclinada da cavidade glenoidal. A cabeça 
do úmero é duas vezes maior que a cavidade e apenas parte de sua super- fície fica 
em contato com ela. Na posição em repouso, a glenoidal encontra-se no plano 
escapular em uma posição anterior e lateral. Embora haja uma variabilidade 
considerável, a glenoidal costuma estar em ligeira rotação superior. De modo 
correspondente, a cabeça do úmero fica voltada em direção posterior, medial e 
superior no plano escapular. Cercando a borda da glenoidal, fica um lábio 
cartilagíneo. Uma cápsula frouxa e fina recobre a articulação desde o colo da gle- 
noidal até o colo anatômico do úmero. A parede interna da cápsula é revestida por 
uma membrana sinovial. Essa cápsula possui uma área de superfície que é duas 
vezes maior que a cabeça do úmero e, em indivíduos saudáveis, permite a injeção 
de 10 a 15 mililitros de fluido. Existe uma área de superfluidade no interior da 
cápsula para permitir a mobilidade da cabeça do úmero durante a elevação dos 
ombros. 
 
Flexão: movimento do úmero anteriormente a partir de qualquer ponto no plano 
sagital. 
Extensão​: movimento do úmero posteriormente a partir de qualquer ponto no plano 
sagital, descrito algumas vezes como hiperextensão. 
Abdução: ​movimento lateral e para cima do úmero no plano frontal, que se abre 
lateralmente, afastando-se do corpo. 
Adução: ​movimento para baixo do úmero no plano frontal, medialmente em direção 
ao corpo a partir da abdução. 
 
Rotação lateral: movimento de afastamento lateral do úmero no plano transverso 
em relação à linha mediana, ao redor de seu eixo longo. 
Rotação medial: movimento medial do úmero no plano transverso em torno de seu 
eixo longo, em direção à linha mediana. 
Adução horizontal (flexão): movimento do úmero em um plano horizontal ou 
transverso em direção ao tórax, cruzando-o. 
Abdução horizontal (extensão): movimento de afastamento do úmero em um 
plano horizontal ou transverso em relação ao tórax. 
Abdução diagonal: movimento de afastamento do úmero em um plano diagonal em 
relação à linha mediana do corpo. 
Adução diagonal: movimento do úmero em direção à linha mediana do corpo em 
um plano diagonal. 
 
 
 
 ​ARTICULAÇÃO DO COTOVELO E ARTICULAÇÃO RADIOULNAR 
Quase todos os movimentos do membro superior envolvem as articulações rádio 
ulnar e do cotovelo. É muito comum essas articulações aparecem agrupadas, por 
causa de sua íntima relação anatômica. A articulação do cotovelo está intimamente 
relacionada com a radioulnar nos dois ossos desta, o rádio e a ulna, que 
compartilham uma articulação com o úmero para formar a articulação do cotovelo. 
Por essa razão, alguns podem confundir os movimentos do cotovelo com os da 
articulação radioulnar. Além disso, os movimentos da articulação radioulnar podem 
 
ser atribuídos de forma errônea à articulação do punho, pois parecem ocorrer nela. 
Entretanto, examinando de perto,vê-se que a articulação do cotovelo e seus 
movimentos podem ser nitidamente diferenciados daqueles da articulação 
radioulnar, assim como os movimentos radioulnares podem distinguir-se daqueles 
do punho. 
Articulações umeroulnar e umerorradial: ​os ​principais segmentos articulares 
ligados na articulação do cotovelo são o úmero e a ulna. Embora, ao se mover sobre 
a ulna, o rádio proporcione um importante movimento conjugado, ele não contribui 
de maneira substancial para a função da articulação do cotovelo. Como mencionado, 
o cotovelo é uma articulação uniaxial em dobradiça (do tipo gínglimo), permitindo um 
grau de liberdade de movimento: flexão e extensão no plano sagital em torno do eixo 
frontal.A articulação tem componentes ulnotrocleares e radiocapitulares que agem 
em harmonia na flexão e na extensão. A forte estabilidade estrutural da articulação 
se deve à configuração óssea e aos fortes ligamentos colaterais. Embora a cápsula 
que cerca todas as articulações seja reforçada por esses ligamentos colaterais, ela é 
fina e frouxa, sobretudo posteriormente, com muitas dobras que permitem um 
movimento significativo da articulação. 
Articulações radiulnares: as articulações radiulnares incluem um componente 
proximal, ou superior, localizado dentro da cápsula da articulação do cotovelo, e um 
componente distal, ou inferior, imediatamente proximal ao punho. Os movimentos 
dessas articulações incluem supinação e pronação. Durante esses movimentos do 
antebraço, o rádio gira em volta da ulna estacionária. Essas duas articulações atuam 
juntas para produzir um grau de liberdade: pronação e supinação do antebraço no 
plano transverso em torno de um eixo vertical na posição anatômica. Na supinação, 
a ulna e o rádio ficam paralelos, enquanto, na pronação, o rádio cruza sobre a ulna. 
Durante o movimento radiulnar, o rádio gira em torno da ulna estacionária; esse é 
um ponto importante para ter em mente no estudo dos motores primários dessa 
articulação, pois, se um músculo insere-se somente na ulna, ele não poderá efetuar 
supinação ou pronação. 
 
 
 
Movimentos do cotovelo 
Flexão: ​movimento do antebraço em direção ao ombro por inclinação do cotovelo, 
de modo a diminuir seu ângulo. 
Extensão: ​movimento do antebraço de afastar-se do ombro, endireitando o cotovelo 
de modo a aumentar seu ângulo. 
Movimentos da articulação radioulnar 
Pronação: ​movimento de rotação medial do rádio sobre a ulna, que resulta no 
movimento da mão desde a posição de palma voltada para cima para a de palma 
voltada para baixo. 
Supinação: ​movimento de rotação lateral do rádio sobre a ulna, que resulta no 
movimento da mão desde a posição de palma voltada para baixo até a de palma 
voltada para cima. 
 
 
 
ARTICULAÇÕES DO PUNHO E DA MÃO 
 
A articulação do punho é classificada como condiloide, permitindo flexão, extensão, 
abdução (desvio radial) e adução (desvio ulnar). O movimento do punho ocorre 
sobretudo entre o rádio distal e a fileira carpal proximal, que consiste no escafóide, 
no semilunar e no piramidal. A articulação permite de 70 a 90° de flexão e de 65 a 
85° de extensão. O punho pode atingir de 15 a 25° de abdução e de 25 a 40° de 
adução.Cada dedo possui três articulações. As metacarpo-falângicas (MCF) são 
classificadas como condiloides. Nelas, são possíveis de 0 a 40° de extensão e de 85 
a 100° de flexão. As articulações interfalângicas proximais (IFP), classificadas como 
ginglimoides, podem variar da extensão completa para aproximadamente 90 a 120° 
de flexão. As articulações interfalângicas distais (IFD), também classificadas como 
ginglimoides, são capazes de 80 a 90o de flexão a partir da extensão completa. 
 
O polegar possui apenas duas articulações, ambas classificadas como gínglimo 
ides. A articulação metacarpofalângica (MCF) passa da extensão completa para 40 a 
 
90° de flexão. A articulação interfalângica (IF) pode se flexionar de 80 a 90°. A 
articulação carpometacarpal (CMC) do polegar é uma articulação especial do tipo 
selar, dotada de 50 a 70° de abdução e pode se flexionar em torno de 15 a 45° e 
esten-der-se de 0 a 20°. Os ligamentos, muito numerosos para serem mencionados 
nesta discussão, sustentam e oferecem estabilidade estática a muitas articulações 
do punho e da mão. 
As ações comuns do punho são flexão, extensão, abdução e adução. Os dedos só 
podem se flexionar e se estender, com exceção das articulações 
metacarpofalângicas, nas quais a abdução e a adução são controladas pelos 
músculos intrínsecos da mão. Na mão, a falange média é considerada o ponto de 
referência que serve para diferenciar abdução e adução. A abdução dos dedos 
indicador e médio ocorre quando eles se movem lateralmente em direção ao lado 
radial do antebraço. A abdução dos dedos anular e mínimo ocorre quando eles se 
movem medialmente em direção ao lado ulnar da mão. O movimento medial dos 
dedos indicador e médio em direção ao lado ulnar do antebraço é a adução, que, 
nos dedos anular e mínimo, ocorre quando eles se movem lateralmente em direção 
ao lado radial da mão. O polegar é abduzido quando se afasta da palma da mão, 
sendo aduzido quando se move em direção ao aspecto palmar do segundo 
metacarpal. Esses movimentos, associados à pronação e à supinação do antebraço, 
possibilitam muitos outros movimentos finos e coordenados do antebraço, do punho 
e da mão. 
Flexão: ​movimento da palma da mão e/ou das falanges em direção ao aspecto 
anterior ou volar do antebraço. 
Extensão: ​movimento do dorso da mão e/ou das falanges em direção ao aspecto 
posterior ou dorsal do antebraço; é algumas vezes mencionado como hiperextensão. 
Abdução: movimento do lado do polegar da mão em direção ao aspecto lateral ou 
lado radial do antebraço. É também o movimento de afastamento dos dedos em 
relação ao dedo médio. 
Adução: ​Movimento do lado do dedo mínimo da mão em direção ao aspecto medial 
ou ao lado ulnar do antebraço. É também o movimento dos dedos ao unirem-se, em 
direção ao dedo médio. 
Oposição: ​movimento do polegar de cruzar o aspecto palmar de modo a opor-se a 
uma ou a todas as falanges. 
Reposição: ​movimento do polegar quando ele retorna à posição anatômica a partir 
de sua oposição com a mão e/ ou os dedos. 
 
 
 
 
 
ARTICULAÇÃO DO QUADRIL E CÍNGULO DO MEMBRO INFERIOR 
 
A articulação do quadril, ou articulação acetabulofemoral, é uma articulação 
diartrodial triaxial com três graus de amplitude. A articulação do quadril é do tipo bola 
e soquete. As superfícies articulares da cabeça femoral e do acetábulo 
correspondem melhor uma à outra e possuem conexões mais firmes que as 
superfícies articulares da outra articulação bola e soquete do corpo, a articulação do 
ombro. A alta congruência e a presença de tecido conjuntivo firme entre os parceiros 
articulares geram estabilidade na articulação. A articulação do quadril se movimenta 
em três planos para produzir os seguintes movimentos: flexão-extensão, 
abdução-adução e rotação medial-rotação lateral. Na maioria das atividades, o 
movimento do quadril ocorre como uma combina- ção desses três planos de 
movimento. Além disso, esses movimentos são acompanhados por movimentos da 
pelve e da coluna lombar durante as atividades funcionais. 
A porção acetabular da articulação do quadril é uma cavidade profunda em forma 
esférica circundada por um forte lábio do acetábulo fibrocartilaginoso, que aumenta a 
profundidade e a estabilidade da articula- ção. O acetábulo roda anterior e 
inferiormente, cobrindo a cabeça do fêmur. No nascimento, o acetábulo é, na 
verdade, bastante raso. A concavidade se aprofunda em virtude das forças de 
 
sustentação do peso corporal que ocorrem durante o decorrer do desenvolvimento 
normal da locomoção. A superfície articular do acetábulo inclui apenas os lados 
anterior, superiore posterior. A periferia superior do acetábulo, facilmente 
visualizada como uma ferradura, é mais espessa e revestida de cartilagem hialina; é 
nela que ocorre a sustentação do peso do corpo. Inferior a essa cartilagem, está o 
centro da fossa do acetábulo. Essa área central do soquete não é revestida de 
cartilagem hialina. A fossa do acetábulo contém uma camada de gordura fibrelástica 
com proprioceptores que fornecem importantes informações sensoriais articulares. A 
fossa do acetábulo também serve de reservatório para o líquido sinovial quando o 
quadril é fortemente sobrecarregado. Conforme a articulação comprime os membros 
inferiores durante a sustentação de peso, o líquido sinovial é secretado para 
lubrificá-la. Quando a força na articulação diminui, o líquido sinovial retorna ao 
reservatório. A fossa do acetábulo contém o ligamento redondo, já descrito com o 
outro tecido mole da articulação. Além de seu lábio, a fossa do acetábulo instaura 
um vácuo parcial de modo que a pressão atmosférica negativa auxilia na 
manutenção do contato entre os dois parceiros articulares. 
A cabeça do fêmur consiste em dois terços de uma esfera, enquanto o acetábulo é 
um hemisfério. Assim como a articulação do ombro, a cabeça do fêmur possui uma 
superfície articular maior que o acetábulo. No centro da cabeça do fêmur, há uma 
pequena área fóvea oca sem cartilagem hialina. Essa fóvea femoral contribui com a 
fossa do acetábulo como ponto de conexão do ligamento redondo e de suprimento 
sanguíneo. Na sustentação de peso em quatro apoios com o quadril flexionado, 
levemete abduzido e lateralmente rodado, as cabeças dos fêmures estão 
completamente cobertas pelos acetábulos. Sem sustentação do peso, porém, as 
articulações do quadril são incompatíveis, porque a cabeça do fêmur é maior que o 
acetábulo. O tecido mole que circunda o quadril proporciona grande estabilidade e 
suporte para a articulação, como veremos na sessão seguinte deste capítulo. 
 
As rotações pélvicas anteriores e posteriores ocorrem no plano sagital, ou antero 
posterior, mas as rotações laterais direita e esquerda ocorrem no plano lateral, ou 
frontal. As rotações transversas para a direita (sentido horário) e para a esquerda 
(sentido anti-horário) ocorrem no plano horizontal ou transverso de movimento. 
 
Flexão do quadril: movimento anterior do fêmur de qualquer ponto no plano sagital 
em direção à pelve. 
Extensão do quadril: movimento posterior do fêmur de qualquer ponto no plano 
sagital, afastando-se da pelve; chamado, às vezes, de hiperextensão. 
Abdução do quadril: movimento lateral do fêmur no plano frontal, afastando-se da 
linha mediana. 
Adução do quadril: movimento medial do fêmur no plano frontal em direção à linha 
mediana. 
Rotação lateral do quadril: movimento lateral giratório do fêmur no plano 
transverso em torno de seu eixo longitudinal, afastando-se da linha mediana rotação 
lateral. 
Rotação medial do quadril: movimento medial giratório do fêmur no plano 
transverso em torno de seu eixo longitudinal, em direção à linha mediana; rotação 
medial. 
Abdução diagonal do quadril: movimento do fêmur em um plano diagonal, 
afastando-se da linha mediana do corpo. 
Adução diagonal do quadril: movimento do fêmur em um plano diagonal em 
direção à linha mediana do corpo. 
Rotação pélvica anterior: movimento anterior da pelve superior; a crista ilíaca 
inclina-se para a frente em um plano sagital; inclinação anterior; realizada por uma 
flexão do quadril e/ou extensão lombar. 
Rotação pélvica posterior: movimento posterior da pelve superior; a crista ilíaca 
inclina-se para trás em um plano sagital; inclinação posterior; realizada por uma 
extensão do quadril e/ou flexão lombar. 
Rotação pélvica lateral esquerda: movimento inferior, no plano frontal, da pelve 
esquerda em relação à pelve direita; ou a pelve esquerda gira para baixo ou a direita 
gira para cima; inclinação lateral esquerda; realizada por uma abdução do quadril 
esquerdo, adução do quadril direito e/ou flexão lombar lateral direita. 
Rotação pélvica lateral direita: movimento inferior, no plano frontal, da pelve direita 
em relação à pelve esquerda; ou a pelve direita gira para baixo ou a esquerda gira 
para cima; inclinação lateral direita; realizada por uma abdução do quadril direito, 
adução do quadril esquerdo e/ou flexão lombar lateral esquerda. 
Rotação pélvica transversa esquerda: no plano horizontal, movimento rotatório da 
pelve para o lado esquerdo do corpo; a crista ilíaca direita move-se anteriormente 
em relação à crista ilíaca esquerda, que se move posteriormente; realizada por uma 
rotação lateral do quadril direito, rotação medial do quadril esquerdo e/ou rotação 
lombar direita. 
 
Rotação pélvica transversa direita: no plano horizontal, movimento rotatório da 
pelve para o lado direito do corpo; a crista ilíaca esquerda move-se anteriormente 
em relação à crista ilíaca direita, que se move posteriormente; realizada por uma 
rotação lateral do quadril esquerdo, rotação medial do quadril direito e/ou rotação 
lombar esquerda. 
 
 
 
 
ARTICULAÇÃO DO JOELHO 
O complexo do joelho possui duas articulações – a tibiofemoral e a femoropatelar – 
envolvidas por uma cápsula. Como mencionado, a articulação tibiofibular proximal, 
tecnicamente, não faz parte do complexo do joelho, uma vez que ela não se 
encontra dentro da cápsu- la articular. 
Articulação tibiofemoral: ​como a mais larga articulação do corpo, a articula- ção 
tibiofemoral é formada a partir dos dois ossos mais longos do corpo. Devido à 
complexidade da articulação do joelho e como os côndilos medial e lateral funcionam 
com seus homólogos tibiais correspondentes, por vezes é considerada duas 
articulações – medial e lateral. A articulação tibiofemoral alcança sua grande estabi- 
lidade e dois graus de liberdade de movimento de forma extraordinária. Os côndilos 
femorais medial e lateral são convexos longitudinal e transversalmente. Eles são 
conectados anteriormente pela superfície de articulação patelar do fêmur e 
separados distal e posteriormente pelo nó intercondilar. Esses côndilos femorais 
articulam com dois côndilos tibiais menores, que possuem apenas uma leve 
concavidade; por isso, são comumente referidos como platôs. O côndilo tibial lateral 
também é convexo de modo anterior e posterior. A congruência da articulação é 
 
levemente aumentada pela eminência intercondilar da tíbia e a forma de cunha do 
menisco medial e lateral (cartilagem semilunar), o qual forma um anel incompleto, ou 
crescente, em cada côndilo tibial. 
A superfície de articulação longitudinal dos côndilos femorais é de aproximadamente 
duas vezes o comprimento da superfície dos côndilos tibiais. Entretanto, os 
movimentos de flexão e extensão do joelho não podem ser apenas movimentos de 
rolamento ou dobradiça. Em vez disso, os côndilos executam tanto movimentos de 
rolamento como de deslizamento, com a relação entre cada um deles mudando ao 
longo de toda a amplitude do movimento. O rolamento é predominante no início da 
flexão, e o deslizamento ocorre mais no final da flexão.6 Em decorrência do tamanhoda superfície articular da lateral do côndilo femoral ser mais longa do que o côndilo 
medial, o movimento das duas superfícies dos dois côndilos difere. O impacto dessa 
diferença de tamanho no movimento condilar é apresentado no final deste capítulo. 
Articulação femoropatelar: ​a patela encontra-se dentro do tendão comum do 
quadríceps, o qual se estende acima e sobre os lados da patela, bem como se 
relaciona com esta. A partir do ápice da patela, o ligamento patelar é a continuação 
do tendão do quadríceps e estende-se para a tubero- sidade da tíbia. Nos lados da 
patela, fibras tendilíneas espalham-se para formar os retináculos medial e lateral, os 
quais se inserem nos côndilos da tíbia. A patela é um osso sesamoide no interior da 
cápsula articular do joelho. Articula-se com a superfície anterior e distal em forma de 
sela dos côndilos femorais (superfície troclear). É pre- ciso se lembrar que a 
superfície articular da patela possui uma crista vertical proeminente dividindo as 
facetas medial e lateral; entretanto, existe uma variação consi- derável no formato 
ósseo da patela, o que nem sempre reflete a superfície cartilaginosa. Embora não 
exista uma articulação estável para manter no local, a patela é protegida por 
limitação ativa e passiva. Quando o joelho está completamente estendido, a 
estabilidade patelar conta principalmente com os tecidos moles que a circundam. O 
extensor, ou quadríceps, é o mecanismo ativo que estabiliza a patela em todos os 
lados e guia o movimento entre a patela e o fêmur. De 20° para 0°, a principal 
responsabilidade do músculo vasto medial oblíquo (VMO) é de servir como um 
estabilizador dinâmico da patela. A patela recebe estabilidade adicional de outras 
estruturas que a circundam. Distalmente, a patela é ancorada na tuberosidade da 
tíbia por um forte ligamento tibial, conectando a patela à tuberosidade da tíbia. As 
fibras do retináculo denso medial e lateral, assim como os músculos, ancoram a 
patela em cada lado e também auxiliam na estabilidade. No sentido lateral, a patela 
é passivamente estabilizada pelo retináculo superficial e profundo, a banda iliotibial, 
e o músculo vasto lateral. Essas forças laterais são balanceadas no aspecto medial 
da patela de modo ativo pelo VMO e passivo pelas forças do ligamento femo- 
ropatelar e do ligamento medial meniscopatelar. Além disso, a estabilidade superior 
ocorre ativamente a partir da inserção do reto femoral e do vasto intermédio à base 
da patela, enquanto a estabilidade inferior é fornecida à patela pelo ligamento 
patelar. Quando o joelho flexiona, a estrutura lateral se movimenta no sentido 
posterior e cria uma força lateral e de inclinação na patela. Assim, a patela é afetada 
 
tanto pela forças estáticas (fáscia) e dinâmicas (músculo). Desse modo, a 
congruência mínima entre a patela posterior e os côndilos femorais anteriores força 
a patela a contar com os tecidos moles para a sua estabilidade. 
 
A flexão e extensão do joelho ocorrem no plano sagital, ao passo que as rotações 
interna e externa ocorrem no plano horizontal. O joelho só permite rotação se estiver 
flexionado de 20 a 30° ou mais. 
Flexão: ​inclinação ou diminuição do ângulo entre o fêmur e a parte inferior da perna, 
caracterizada pelo movimento do calcanhar em direção às nádegas. 
 Extensão:​ aumento do ângulo entre o fêmur e a parte inferior da perna. 
Rotação lateral: movimento rotatório lateral da parte inferior da perna,de 
afastamento em relação à linha mediana. 
Rotação medial​: movimento giratório medial da parte inferior da perna em direção à 
linha média. 
 
 
ARTICULAÇÃO DO TORNOZELO E DO PÉ 
 
A articulação do tornozelo, tecnicamente conhecida como articulação talocrural, é 
uma articulação do tipo dobradiça ou gínglimo. É formada pelo tálus, pela tíbia distal 
e pela fíbula distal. Permite cerca de 50° de flexão plantar e 15 a 20° de dorsiflexão. 
uma amplitude maior de dorsiflexão é possível particularmente no apoio do peso 
quando o joelho é flexionado, o que reduz a tensão do músculo gastrocnêmio 
biarticular. A fíbula gira sobre seu eixo de 3 a 5° lateralmente com a dorsiflexão do 
 
tornozelo e de 3 a 5° medialmente durante a flexão plantar. As superfícies que 
formam as sindesmoses distanciam-se em torno de 1 a 2 mm durante a dorsiflexão 
completa. Embora consideradas movimentos da articulação do tornozelo, a inversão 
e a eversão ocorrem, tecnicamente, nas articulações subtalar e tarsal transversa. 
Classificadas como deslizantes ou artrodiais, essas articulações associam-se de 
modo a permitir em torno de 20 a 30° de inversão e 5 a 15° de eversão. Ocorre um 
movimento mínimo entre o restante das articulações artrodiais intertarsal e 
tarsometatarsal. As falanges unem-se aos metatarsais, dando origem às articulações 
metatarsofalângicas, classificadas como do tipo condilóide. A articulação 
metatarso-falângica (MF) do hálux flexiona-se a 45° e estende-se até 70°; já a 
articulação interfalângica (IF) pode flexionar de 0° de extensão completa a 90o de 
flexão. As articulações MF dos quatro dedos menores permitem cerca de 40° de 
flexão e 40° de extensão, e têm capacidade mínima de abdução e adução. A 
movimentação das articulações interfalângicas proximais (IFP) dos dedos menores 
vai de 0° de extensão a 35° de flexão, e as articulações interfalângicas distais (IFD) 
flexionam-se em 60° e estendem-se em 30°. Em todas essas articulações, há 
variação significativa de uma para a outra e de pessoa para pessoa. 
 
 
Eversão: virar a planta do pé para fora, ou lateralmente, no plano frontal; abdução. 
Exemplo: ficar de pé com o peso sobre a borda interna do pé. 
 
Inversão: virar a planta do pé para dentro ou medialmente no plano frontal; adução. 
Exemplo: ficar de pé com peso sobre a borda externa do pé. 
Flexão dorsal (dorsiflexão): movimento de flexão do tornozelo que resulta no 
movimento do dorso do pé na direção da tíbia anterior no plano sagital. 
Flexão plantar: movimento de extensão do tornozelo que resulta no afastamento do 
pé e/ou dos dedos em relação ao corpo no plano sagital. 
Pronação: combinação de flexão dorsal do tornozelo, eversão subtalar e abdução 
da parte dianteira do pé (hálux para fora). 
Supinação: ​combinação de flexão plantar do tornozelo, inversão subtalar e adução 
da parte dianteira do pé (hálux para dentro). 
Flexão dos dedos: ​movimento dos dedos em direção à superfície plantar do pé. 
Extensão dos dedos: movimento de afastamento dos dedos em relação à 
superfície plantar do pé 
 
 
 
 
TRONCO E COLUNA VERTEBRAL 
 
Os movimentos da coluna são muitas vezes acompanhados pelo nome dado à 
região do movimento. A flexão do tronco na parte lombar da coluna vertebral, por 
exemplo, é conhecida como flexão lombar, e a extensão do pescoço costuma ser 
mencionada como extensão cervical. O cíngulo do membro inferior rotaciona como 
um bloco por causa do movimento que ocorre nas articulações do quadril e da parte 
lombar da coluna vertebral. 
 
 
Flexão da coluna vertebral​: movimento anterior da coluna vertebral no plano 
sagital; na região cervical, a cabeça aproxima-se do peito; na região lombar,o tórax 
aproxima-se da pelve. 
Extensão da coluna vertebral: retorno da flexão; movimento posterior da coluna no 
plano sagital; na região cervical, a cabeça afasta-se do peito; na região lombar, o 
tórax afasta-se da pelve; também é conhecida como hiperextensão. 
Flexão lateral (esquerda ou direita): conhecida também como inclinação lateral; a 
cabeça se move lateralmente em direção ao ombro e o tórax se move lateralmente 
em direção à pelve; ambos no plano frontal. 
Rotação da coluna vertebral (esquerda ou direita): ​movimento giratório da coluna 
no plano transverso; o queixo sai da posição neutra e gira em direção ao ombro e o 
tórax gira em direção a uma crista ilíaca. 
Redução: movimento de retorno da flexão lateral para a posição neutra no plano 
frontal.

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