Processo Civil - 1.º Sem - 2017 - Até Petiçao Inicial(1)

Prévia do material em texto

P R O C E S S O C I V I L 
 
 
PROCESSO DE CONHECIMENTO 
 
 
 
ATOS NO PROCESSO 
 
 
 ATOS DAS PARTES (art. 200, CPC/15) 
 
 Atos Unilaterais (Petição Inicial / Contestação / Recursos, etc.) 
 Atos Bilaterais (Transação / Participação em Audiência, etc.) 
 
 ATOS DOS SERVENTUÁRIOS E DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA 
 
 Escrivão 
 Oficial de Justiça 
 Perito Judicial 
 Testemunhas 
 
 ATOS / PRONUNCIAMENTOS DO JUIZ (art. 203, CPC/15) 
 
 Sentença (§ 1.º) 
 Decisão Interlocutória (§ 2.º) Pronunciamentos 
 Despachos (§ 3.º) 
 Inquirir testemunhas Atos 
 Interrogar as partes 
 Presidir Audiência 
 Inspeção Judicial 
 
 
 
COMUNICAÇÃO DOS ATOS NO PROCESSO 
CARTAS / INTIMAÇÕES / CITAÇÕES 
 
CARTAS (art. 237, CPC/15 c/c art. 260, CPC/15) 
 
 CARTAS DE ORDEM (art. 237, I, CPC/15) 
 CARTA ROGATÓRIA (art. 237, II, CPC/15) 
 CARTA PRECATÓRIA (art. 237, III, CPC/15) 
 CARTA ARBITRAL (art. 237, IV, CPC/15) 
 
 
INTIMAÇÕES (art. 269, NCPC) 
 
CONCEITO: 
INTIMAÇÃO é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e dos termos do processo. 
 
REGRA GERAL: 
Na pessoa do advogado constituído pelas partes. 
 
EXCEÇÕES: 
Diretamente à parte: – para dar andamento ao processo na inércia do advogado; 
 – para prestar depoimento pessoal (art. 385, § 1.º, CPC/15) 
 
FORMAS: 
 Diário de Justiça Eletrônico – D.J.E. 
Correios 
Mandado (Oficial de Justiça) 
Edital 
Vistas dos autos 
 
CITAÇÕES (art. 238, CPC/15) 
 
CONCEITO: CITAÇÃO é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado 
para integrar a relação processual. (art. 238, CPC/15) 
 
 
 
 
 
MODALIDADES DE CITAÇÃO: (art. 246, CPC/15) 
 
 Correios/Carta (art. 247, CPC/15) 
REAL Oficial de Justiça (art. 249, CPC/15) 
 Meio Eletrônico (art. 246, §§ 1º e 2º, CPC/15) 
 Escrivão / Chefe de Secretaria (art. 246, III, CPC/15) 
 
 
 Edital (art. 256, CPC/15) (Ex: Local incerto e/ou inacessível) 
FICTA ᴓ = Curador 
 Hora Certa (art. 252, CPC/15) 
 
 
 
NÃO SE FAZ A CITAÇÃO: (art. 244, CPC/15) 
 
 Culto Religioso 
 Parente do Morto, nos 7 (sete) dias subsequentes ao falecimento 
 Noivos, nos 3 (três) dias seguintes ao casamento 
 Doentes, enquanto grave o estado de saúde 
 Dementes (mentalmente incapaz) 
 
EFEITOS DA CITAÇÃO: (art. 240, CPC/15) 
 
1) Induz litispendência: (art. 337, § 1, CPC/15 ) 
- Fica a ação que teve a 1.ª citação válida (art. 312, CPC/15) 
 
2) Faz litigiosa a coisa: (art. 109, CPC/15) 
 
3) Interrompe a prescrição: (art. 240, § 1º, CPC/15 - despacho que ordena a citação) 
 (art. 205-206, Código Civil) 
 
4) Constitui em mora o devedor: (art. 394, Código Civil) 1 
 
5) Estabiliza a demanda: (art. 329, CPC/15) 
 
 
1 Art. 394, CC. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei 
ou a convenção estabelecer. 
 
PRAZOS PROCESSUAIS 
 
 
CONCEITO: Lapso de tempo em que o ato processual pode ser validamente praticado. 
 A lei estabelece limites temporais para que o processo não se eternize. 
 dies a quo = Termo inicial / dies ad quem = Termo final 
 
 
Dilatórios – Podem ser ampliados ou reduzidos de acordo com a 
convenção das partes (Ex: Suspensão do Processo - art. 313, II, CPC/15) 
 
Peremptórios – Não permitem(iam) a alteração do prazo 
estabelecido. 
NATUREZA: Hoje, com o CPC/15, o juiz pode reduzir os prazos peremptórios, se 
as partes anuírem. (Art. 222, § 1, CPC/15) 
 
OBS – De acordo com os artigos 190 e 191 do CPC/15, nas causas 
que admitem autocomposição, poderão as partes alterar inclusive 
os prazos peremptórios (Negócio Jurídico Processual - 
Calendarização) 
 
 
 
Legais – Definidos em lei. (Art. 218, CPC/15) 
 
Judiciais – Fixados pelo juiz, quando omissa a lei. (Art. 218, § 1, CPC/15) 
CLASSIFICAÇÃO: OBS – Na omissão de prazo legal e judicial = prazo de 5 (cinco) dias (Art. 218, § 3, CPC/15) 
 
Preclusivo (Próprio) – O desrespeito ao prazo implica a perda da 
faculdade processual de praticar o ato (preclusão temporal). 
(EX: Geralmente diz-se dos prazos impostos às partes) 
 
Não Preclusivo (Impróprio) – Não há perda da faculdade, nem o 
desaparecimento da obrigação de praticar o ato, ainda que 
superado o prazo. 
(EX: Geralmente diz-se dos prazos impostos ao juiz - Art. 226, CPC/15) 
(EX: Em caso de atraso injustificado do juiz, vide: Art. 235, CPC/15) 
 
CONTAGEM DOS PRAZOS: As unidades de tempo utilizados no processo são: 
 
 ANO - Ação Rescisória (art. 975, CPC/15) 
 MÊS - Suspensão do processo por convenção das partes (art. 313, § 3, 
CPC/15) 
 DIAS - Recurso de Apelação (art. 1.009 c/c 1.003, § 5º, CPC/15) 
 HORAS - Retirar os autos do cartório, com prazo comum (art. 107, § 3, 
CPC/15) 
 MINUTOS – Alegações Finais em Audiência de Instrução (art. 364, CPC/15) 
 
CONTAGEM DOS PRAZOS: Os prazos começam a fluir a partir do dia útil seguinte ao da 
intimação ou da citação (Art. 224, § 1º, e art. 230, CPC/15) 
 
OBS 1 – O artigo 231, do CPC/2015 traz alguns marcos iniciais (dies a quo) 
para o início da contagem dos prazos. 
 
OBS 2 – O CPC/15 é expresso ao estabelecer que na contagem dos prazos 
legais ou judiciais computar-se-ão somente os DIAS ÚTEIS – excluindo-se, 
pois, sábados, domingos e feriados. (art. 219, CPC/15) 
***NÃO SE APLICA NOS JUIZADOS ESPECIAIS CIVEIS *** 
 
ATENÇÃO entre DISPONIBILIZAÇÃO X PUBLICAÇÃO 
 
Exercícios: 
 Prazo que disponibiliza na quarta-feira / quinta-feira / sexta-feira. 
 Prazo que termina em sábado ou domingo (Somente no JEC) – Prorroga-se para o próximo 
dia útil subsequente. 
 Suspensão dos prazos nas Férias Forenses – de 20/12 a 20/01 (art. 220, CPC/15). 
 Suspensão X Interrupção (art. 221, CPC/15). 
 
REGRAS ESPECIAIS NA CONTAGEM DOS PRAZOS: 
 
 Prazo EM DOBRO para o Ministério Público (art. 180, CPC/15), Fazenda Pública (art. 183, 
CPC/15) e Defensoria Pública (art. 186, CPC/15), manifestaram-se nos autos. 
 
 Prazo EM DOBRO para a hipótese de litisconsórcio com advogados diferentes. 
o Advogados de escritórios diferentes (art. 229, CPC/15); 
o Cessa o benefício do PRAZO EM DOBRO, ao ser ofertada a defesa por um deles; 
o O benefício do PRAZO EM DOBRO não se aplica aos processos em autos eletrônicos; 
o Não se aplica no âmbito dos Juizados Especiais Cíveis. 
PRECLUSÃO TEMPORAL – Ocorre quando a parte deixa de praticar o ato 
no tempo devido. (Art. 223, CPC/15) 
 
PRECLUSÃO LÓGICA – Decorre da incompatibilidade entre o ato 
praticado anteriormente e o que se quer praticar. (Art. 1.000, CPC/15). 
PRECLUSÃO 
PRECLUSÃO CONSUMATIVA – Origina-se por já ter praticado o ato, bem 
ou mal feito. 
 
PRECLUSÃO PRÓ JUDICATO – Para atos do Juiz (para o juiz somente se 
opera a preclusão Lógica e a Consumativa, e ainda assim com reservas, 
por exemplo: pode volta atrás em questões de ordem pública; 
indeferimento de provas; juízo de retratação no Recurso de Agravo de 
Instrumento.) 
 
 
 
FORMAÇÃO E SUSPENSÃO DO PROCESSO 
 
 
 
Formação Citação Saneamento Fase Instrutória Fase Decisória 
 (Petição Inicial) (Sentença) 
 
 
PROCESSO DE CONHECIMENTO – PROCEDIMENTO ORDINÁRIO = PROCESSO NORMAL 
(NEM SEMPRE É ASSIM) 
 
 
FORMAÇÃO DO PROCESSO – art. 312, CPC/15 
 
 
INÍCIO – Com a propositura da ação Protocolo da petição inicial (art.312, CPC/15) 
 
 
 
COMPLETA-SE – Com a citação válida do réu Efeitos da Citação 
 Estabilização da Demanda (art. 329, II, CPC/15) 
 
SUSPENSÃO DO PROCESSO – art. 313, CPC/15 
 
 
CONCEITO – Consiste na paralisação temporária da marcha processual sem afetar o vínculo da 
relação processual. 
 
 
ESPÉCIES DE SUSPENSÃO CONVENCIONAL (art. 313, II, CPC/15) 
 NECESSÁRIA / LEGAL (art. 313,I, III a VIII, CPC/15) 
 
 
 
1) MORTE/PERDA DA CAPACIDADE PROCESSUAL 
 
 PARTES Se Intransmissível = extingue (art. 485, IX, CPC/15) 
Se Transmissível = espólio ou sucessores (habilitação herdeiros – art. 687, CPC/15) 
 
 REPRESENTANTE LEGAL Se o Repr. Legal for Pai / Mãe = substituição 
Sem Pai / Mãe = curador especial 
 
 PROCURADOR Intimação para constituir novo advogado (15 dias = art. 313, § 3.º) 
 Demora Autor = extinção 
 Réu = efeitos da revelia 
 
 
2) CONVENÇÃO DAS PARTES 
 
 Prazo da suspensão no máximo até 6 meses (art. 313, § 4.º, CPC/15) 
 
 
3) OPOSTAS EXCEÇÕES 
 
 Exceções Incompetência 
Impedimento (art. 144, CPC/15) 
Suspeição (art. 145, CPC/15) 
 
4) QUANDO A SENTENÇA Depender de Prejudicial (Depende de outra demanda) 
 - Interna – Não suspende 
(EX: Alimentos X Paternidade) 
 - Externa – Reunião por conexão, na 
impossibilidade de reunir = suspende 
(EX: Execução Fiscal X Inexigibilidade) 
(EX: Cobrança X Declaratória de Prescrição) 
(EX: Usucapião X Reivindicatória) 
 Depender de prova, via Carta Precatória-Rogatória 
(art. 313, V, b, CPC/15) 
 
 
 
5) FORÇA MAIOR Greve do Poder Judiciário 
Calamidade Pública 
Enchentes, Desabamentos 
 
 
6) DEMAIS CASOS Embargos do Devedor com Efeito Suspensivo 
(art. 921, II, CPC/15) 
 
Inexistência de Bens Penhoráveis na Execução 
(art. 921, III, CPC/15) 
 
Intervenção de Terceiros (Oposição) 
(art. 685, § único, CPC/15) 
 
Suspensão do Processo Civil até Julgto da Justiça 
Criminal - (art. 315, CPC/15) 
 
IRDR - Incidente de Resolução de Demandas 
Repetitivas - (art. 313, IV, CPC/15) 
 
 
 
 
 
EXTINÇÃO DO PROCESSO – art. 316, CPC/15 
 
Art. 316, CPC/15 - A extinção do processo dar-se-á por sentença. 
 
OBSERVAÇÕES: 
 
a) Ao falar unicamente em sentença (ato privativo do primeiro grau), o dispositivo 
desconsiderou os processos de competência originária dos tribunais, que serão extintos 
não por sentença, mas, sim, por decisão monocrática do relator ou por acórdão. 
 
b) Nem toda sentença extingue o processo, algumas sentenças (por exemplo: 
condenatória, executiva, mandamental) apenas extinguem a fase de conhecimento. 
 
A extinção do processo (ou da fase de conhecimento) se dará: 
(i) Sem apreciação (julgamento) do mérito; ou 
(ii) Com a apreciação (julgamento) do mérito; 
 
 
EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO 
“SENTENÇA TERMINATIVA” 
(ARTIGO 485 DO CPC/15) 
 
Art. 485, Inciso I 
Indeferimento da Petição Inicial 
 
As causas que geram o indeferimento da petição estão dispostas no art. 330, CPC/15, são elas: 
 
 Inépcia da petição inicial; 
 Ilegitimidade de parte; 
 Ausência do interesse processual; 
 Não atendimento dos artigos 106, § 1º, (falta de endereço do advogado que 
atuar em causa própria) e art. 321, parágrafo único, CPC/15 (emenda à inicial) 
 
Art. 485, Inciso II 
Paralisação do processo por negligência das partes 
 
Paralisação por negligência das partes (autor e réu) por mais de 1 (um) ano. 
 (Intimação das partes para suprir a falta em 5 (cinco) dias – art. 485, § 1º, CPC/15) 
Art. 485, Inciso III 
Abandono da causa pelo autor 
 
Abandono da causa pelo autor quando este não promover os atos e diligências que lhe 
competirem por mais de 30 (trinta) dias. 
 (Intimação do autor para suprir a falta em 5 (cinco) dias – art. 485, § 1º, CPC/15) 
 Deve haver requerimento do réu – Súmula 240 do STJ. 
 
Art. 485, Inciso IV 
Ausência de pressupostos de constituição e desenvolvimento válido e regular do processo 
 
Sendo o processo formado por uma série de atos jurídicos (atos processuais) resta evidente que 
a instauração ou o desenvolvimento válido do processo seja condicionado ao preenchimento 
de certos pressupostos. 
 
Exemplos: 
Pressup. Proc. do Juiz – (investidura / Imparcialidade / Competência) 
Pressup. Proc. da Parte – (Capacidade de ser parte / Cap. de estar em juízo / Capacidade Postulatória) 
Pressup. Proc. podem ser argüidos – (ex officio - art. 485, § 3º, CPC/15) / pelas partes) 
 
Art. 485, Inciso V 
Reconhecimento da existência de perempção, litispendência ou coisa julgada. 
 
 Perempção – Conceito = artigo 486, § 3º, CPC/15 (ler); 
 
 Litispendência – Ação idêntica anteriormente ajuizada, ainda em curso (= partes, = 
causa de pedir, = pedido) (art. 337, § 1º, CPC/15); 
 
 Coisa Julgada – Ação idêntica anteriormente ajuizada, já decidida com transito em 
julgado (art. 337, § 1º, CPC/15); 
 
Conceitos e diferenciação entre Litispendência e Coisa Julgada – Vide Art. 337, § 3º e §4º, 
CPC/15) 
 
Art. 485, Inciso VI 
Ausência de Legitimidade ou de Interesse Processual 
 
Antes tratado como Carência de Ação, o CPC/15 excluiu a hipótese da “possibilidade jurídica do 
pedido”. 
 
 Legitimidade de Partes – Pertinência subjetiva da demanda. 
Relação material = relação processual (ESPELHO) 
Exceção: legitimação extraordinária (art. 18, CPC/15) 
 Interesse de Agir – Necessidade + Utilidade + Adequação 
Art. 485, Inciso VII 
Convenção de Arbitragem ou Competência do Juízo Arbitral 
 
- Clausula arbitral ou compromissória = Contrato (antes do litígio se instaurar); 
- Compromisso Arbitral = após a instauração do litígio. 
 
Havendo qualquer das hipóteses o processo será extinto sem julgamento do mérito. 
 
Art. 485, Inciso VIII 
Desistência da Ação 
 
Quando se cogita acerca da desistência da ação estamos sempre falando de faculdade do autor. 
- o autor pode desistir da ação até a sentença; após, se quiser, desiste do recurso; 
- Até a citação, não precisa da concordância do réu; Após a citação, somente com a sua 
anuência. 
 
(OBS – A desistência da ação depende de homologação judicial (art. 200, parágrafo único, CPC/15). 
 
Art. 485, Inciso IX 
Intransmissibilidade da Ação pela morte da parte 
 
Vimos que quando se tratar de direito patrimonial, a morte da parte suspende o processo até a 
habilitação dos herdeiros; 
Quando se tratar de ação que tenha por objeto direito personalíssimo ou intransmissível por 
disposição legal, deverá haver a extinção sem o julgamento do mérito (ex. morte em ação de 
separação/divórcio/ interdição, etc.) 
 
Art. 485, Inciso X 
Demais casos previstos em lei 
 
Exemplos: 
 Não nomeação de novo procurador no caso de morte deste (art. 313, § 3º, CPC/15); 
 Falta de citação dos litisconsortes necessários (art. 116, parágrafo único, CPC/15); 
 Autor que não comparece à audiência de alimentos (Lei nº. 5.478/68) 
 
 
NOVIDADES TRAZIDA COM O NOVO CPC PARA AS HIPÓTESES DE SENTENÇAS TERMINATIVAS 
 
Art. 317. NCPC - Antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o juiz deverá conceder à 
parte oportunidade para, se possível, corrigir o vício. 
 
 Trata-se do chamado “Princípio da Cooperação”. (art. 6.º, CPC/15) 
OBSERVAÇÕES: 
 
O processo foi projetado pelo legislador para resultar em um julgamento do mérito. 
Contudo, nem sempre isso é possível no caso concreto, devendo o sistema conviver com 
o fim anômalo do processo, o que se dá por meio da sentença terminativa, também 
chamada de “sentença sem julgamento do mérito” (art. 485, CPC/15). 
O fim do processo sem a apreciação do mérito deve ser evitado, sempre que possível. 
 
Pelo Princípio da Cooperação o juiz deve zelar para possibilitar às partes a correção de 
eventuais nulidades, irregularidades, a fim de evitar que o processo termine sem a 
apreciação do mérito. (ex. Ilegitimidade de Parte no novo CPC – art. 338 e 339, CPC/15) 
Assim, antes de proferir sentença terminativa, deve o juiz conceder às partes a 
possibilidade de correção do vício, de molde a poder avançar ao mérito, proferindo, 
pois, sentença com julgamento do mérito ou sentença definitiva (art. 487, NCPC). 
 
Art. 486, § 1.º, CPC/15 – A extinção da ação sem julgamento do mérito (sentença 
terminativa) não impede a repropositura da ação. 
A inovação trazida com o CPC/15 (que já vinha sendo reconhecida pelo STJ no CPC/73), 
diz respeitoa se exigir a correção do vício que a levou à extinção da ação sem 
julgamento do mérito, para poder repropô-la. 
 
 
EXTINÇÃO DO PROCESSO COM JULGAMENTO DO MÉRITO 
“SENTENÇA DEFINITIVA” 
(ARTIGO 487 DO CPC/15) 
 
Resolução do Mérito (pedido) = Acolhimento ou Rejeição do Pedido 
 
Procedência 
Improcedência Põe fim à Fase de Conhecimento (COISA JULGADA MATERIAL) 
Procedência Parcial 
 
 
Art. 487, Inciso I 
Acolhimento ou Rejeição do Pedido 
 
Esta é a chamada sentença de mérito por excelência, pois é a única hipótese que realmente 
conhece/analisa/julga o pedido formulado pelas partes. 
Art. 487, Inciso II 
Prescrição e Decadência 
 
PRESCRIÇÃO e DECADÊNCIA são institutos de direito material, previstos no Código Civil. 
Tratam-se de limitações temporais para a argüição de direitos perante o Poder Judiciário, para 
resguardar a segurança de situações jurídicas já estabelecidas. 
 
Art. 487, Inciso III – alínea (a) 
Reconhecimento Jurídico do Pedido 
 
Submissão processual do réu para com o pedido do autor, ou seja, o réu concorda com o 
pedido do autor. 
O RECONHECIMENTO JURÍDICO DO PEDIDO é bem mais amplo que a CONFISSÃO, vez que essa 
somente atinge questão/matéria fática, enquanto que o RECONHECIMENTO JURÍDICO DO 
PEDIDO implica concordância com os fatos, fundamentos jurídicos e, também, com o pedido. 
No RECONHECIMENTO JURÍDICO DO PEDIDO o juiz apenas homologa a vontade do réu de que o 
autor saia vitorioso na demanda. 
 
Art. 487, Inciso III – alínea (b) 
Transação 
 
Na TRANSAÇÃO verifica-se um acordo de vontade das partes com concessões recíprocas. 
(Forma de Autocomposição) 
 
Observações: 
 Somente podem-se transacionar direitos disponíveis. 
 Se a transação ocorre ANTES da propositura da demanda = previne litígios. 
 Se a transação ocorre APÓS a propositura da demanda = extingue litígios. 
 Faz Coisa Julgada Material. 
 Pode ultrapassar o objeto litigioso. 
 Pode ultrapassar os limites subjetivos (Art. 515, § 2º, CPC/15) 
(Atende aos imperativos do Princípio da Economia Processual e do oferecimento de solução 
da lide completa) 
 
Art. 487, Inciso III – alínea (c) 
Renúncia 
 
Ato de vontade unilateral do autor que renuncia ao seu suposto direito material. 
Guarda semelhança com o reconhecimento do pedido pelo réu (Art. 487, III, a, CPC/15). 
PROCESSO E PROCEDIMENTO 
 
 
Ambos derivam de “procedere” andar para frente, prosseguir. 
 
 
Processo 
 
É a soma de atos que se realizam para a composição do litígio. 
(José Frederico Marques) 
 
Procedimento (ou Rito) 
 
É a maneira (modo) pelo qual o processo se desenvolve, se exterioriza. (modo e forma de 
realização dos atos processuais) 
 
 
ESPÉCIES DE PROCESSOS 
 
 
1 – PROCESSO DE CONHECIMENTO 
 
2 – PROCESSO DE EXECUÇÃO 
 
3 – PROCESSO CAUTELAR (resultado prático) 
 
 
 Ainda existe o Processo Cautelar no Novo CPC ? 
 
 
O CPC/15 não trata do Processo Cautelar autônomo, como fazia o CPC/73. 
Agora as cautelares estão integradas no Processo de Conhecimento como “Tutelas 
Provisórias” (arts. 294 a 311, CPC/15). 
Ainda remanescem “antigas cautelares” (exemplos: de produção antecipada de prova 
(Art. 381, CPC/15) / arrolamento de bens / justificação, que podem subsistir de forma 
independente ao processo principal, por isso há autores/doutrinadores que ainda 
preferem continuar se referindo a Processo Cautelar como espécie. 
ESPÉCIES DE PROCEDIMENTOS 
 
PROCEDIMENTO COMUM 
 
(O CPC/73 subdividia o procedimento comum em ORDINÁRIO / SUMÁRIO / SUMARÍSSIMO) 
 
 FASES Postulatória 
 Saneadora 
 Instrutória 
 Decisória 
 
 
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS 
 
 JURISDIÇÃO CONTENCIOSA (Arts. 539 a 718, CPC/15) 
 Atividade do juiz na composição de litígios entre as partes. 
 ATIVIDADE JUDICIAL. 
 
Exemplos: Consignação em pagamento / Ação de Exigir Contas / Ações 
Possessórias / Inventário e Partilha / Manutenção e Reintegração de posse, etc. 
 
 
 JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA (Arts. 719 a 770, CPC/15) 
 Administração pública de interesses privados. Não tem litígio, apenas 
controle judicial. 
 ATIVIDADE ADMINISTRATIVA. 
 
Exemplos: Divórcio e Separação consensual / Testamentos / Notificações e 
Interpelações / Interdição, etc. 
 
 
 EXECUÇÕES (Arts. 797 e seguintes, CPC/15) 
 
 
 RITOS ESPECIAIS EM LEGISLAÇÂO EXTRAVAGANTE (EXS: MS / Lei da Locação / Ação 
Popular, etc.) 
 
PROCEDIMENTO COMUM 
 
 
 
Postulatória Saneadora Instrutória Decisória 
 
FASE POSTULATÓRIA 
 
PETIÇÃO INICIAL – Arts. 319 a 331, CPC/15 
 
É o ato que dá início ao processo e define os contornos subjetivos e objetivos da lide, dos quais 
o juiz não poderá desbordar. 
 
Requisitos da Petição Inicial – Art. 319 a 321, CPC/15. 
 
NOVIDADES TRAZIDAS COM O CPC/15 
 Na qualificação o autor deverá indicar o endereço eletrônico. 
 Manifestar-se sobre o interesse ou não na Audiência de Conciliação/Mediação (art. 334, CPC/15) 
 Na falta de manifestação, o silêncio da parte será interpretado como anuência à Audiência. 
 A procuração deverá trazer o endereço eletrônico e a sociedade de advogados a que 
pertença. 
 Dever de colaboração do juiz para sanação do vício da petição inicial e na busca de dados 
para localização do réu (Art. 319, § 1º, e Art. 321, ambos do CPC/2015) 
 
PEDIDO (pretensão deduzida em juízo) 
 
IMEDIATO Declaração 
 (provimento jurisdicional) Condenação 
 Constitutiva / Desconstitutiva 
 
 
MEDIATO Certo de Determinado (art. 322 e 324, CPC/15) 
 (bem da vida / bem jurídico) Genérico (art. 324, § 1º, CPC/15) – EX: Ação de Exigir Contas / D.M. 
 Alternativo (art. 325, CPC/15) – Escolha cabe ao devedor 
 Subsidiário (art. 326, CPC/15) – Ex: Doc’s do imóvel ou devolução do $$. 
Periódico / Sucessivo (art. 323, CPC/15) - Ex: Alimentos/Cotas 
condominiais, etc.