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HISTÓRIA GERAL - EXCLUSIVO 1

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Lista Exclusiva PD 
 
 
HISTÓRIA GERAL 
 
1. Texto 1 
 
LEI DE 7 DE NOVEMBRO DE 1831 
 
Declara livres todos os escravos vindos de fora do Império, e impõe penas aos importadores dos mesmos escravos. 
[...]. 
 
Art. 1º Todos os escravos, que entrarem no território ou portos do Brazil, vindos de fora, ficam livres. [...] 
Art. 2º Os importadores de escravos no Brazil incorrerão na pena corporal do artigo cento e setenta e nove do Código 
Criminal, imposta aos que reduzem á escravidão pessoas livres, e na multa de duzentos mil réis por cabeça de cada 
um dos escravos importados, além de pagarem as despezas da reexportação para qualquer parte da África [...]. 
 
Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei_sn/1824-1899/lei-37659-7-novembro-1831-564776-
publicacaooriginal-88704-pl.html. Acesso em: 21 ago. 2019. 
 
 
Texto 2 
 
O tráfico de escravos, a despeito da proibição, trouxe ao Brasil cerca de 800 mil africanos entre 1830 e 1856. À exceção 
dos emancipados que ficaram sob tutela, todos foram vendidos e tidos como escravos graças à renovada conivência 
do governo imperial com a ilegalidade. [...] as circunstâncias da aplicação da Lei de 1831 [...] desdobra-se na 
identificação das estratégias, sempre renovadas, de proteção estatal aos detentores de escravos importados por 
contrabando e dos mecanismos de legalização da propriedade ilegal. 
 
MAMIGONIAN, Beatriz G. Africanos livres: a abolição do tráfico de escravos no Brasil. São Paulo: Companhia das 
Letras, 2017. p. 20, 23. 
 
 
Texto 3 
 
[...] os ensinamentos do passado ajudam a situar o atual julgamento sobre cotas universitárias na perspectiva da 
construção da nação e do sistema político de nosso país. Nascidas no século XIX, a partir da impunidade garantida 
aos proprietários de indivíduos ilegalmente escravizados, da violência e das torturas infligidas aos escravos e da 
infracidadania reservada aos libertos, as arbitrariedades engendradas pelo escravismo submergiram o país inteiro. 
 
ALENCASTRO, Luis Felipe de. Parecer sobre a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, ADPF/186, 
apresentada ao Supremo Tribunal Federal. 
 
Disponível em: 
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/processoAudienciaPublicaAcaoAfirmativa/anexo/stf_alencastro_definitivo_audiencia
_publica.doc. Acesso em: 21 ago. 2019. 
 
 
Com base nos textos acima e na história dos negros no Brasil, é correto afirmar que: 
 
01) os Textos 2 e 3 demonstram que os estudos na área de História não ficam atrelados a uma interpretação teórica 
positivista, pois ambos denotam que há intencionalidades na produção dos dispositivos legais; no caso da Lei de 
1831, forças políticas operaram para o seu não cumprimento. 
02) os Textos 1 e 3 demonstram que as cotas raciais nas universidades públicas não se justificam, uma vez que os 
negros garantiram por lei direitos iguais aos dos brancos desde a primeira metade do século XIX. 
04) o Texto 2 afirma que mais de meio milhão de africanos foram submetidos, ilegalmente, à condição de escravos 
com a conivência do Estado brasileiro. 
08) a Inglaterra exerceu forte pressão para o fim do desembarque de africanos em território brasileiro; entretanto, as 
determinações da Lei de 1831 não foram respeitadas e ela ficou conhecida como “lei para inglês ver”. 
 Lista Exclusiva PD 
 
16) a abolição do trabalho escravo no Brasil, feita concomitantemente com a revolução no Haiti, e o pequeno volume 
de africanos trazidos para o país impediram que a sociedade brasileira ficasse com traços africanos. 
32) enquanto a autora do Texto 2 defende o papel do Estado como garantidor do direito de propriedade, o autor do 
Texto 3 afirma que os escravos, por não se submeterem à lei, fizeram o país submergir na desordem. 
64) os Textos 2 e 3 são complementares, visto que o primeiro relata a escravização ilegal de africanos após a Lei de 
1831 e o segundo aponta para a consequente exclusão social dessas pessoas e as repercussões dessa exclusão 
na construção do país. 
 
2. Leia os versos do poema Lira Itabirana, escrito por Carlos Drummond de Andrade e publicado em 1984. 
 
O Rio? É doce. 
A Vale? Amarga. 
Ai, antes fosse 
Mais leve a carga. 
Entre estatais 
E multinacionais, 
Quantos ais! 
A dívida interna. 
A dívida externa 
A dívida eterna. 
Quantas toneladas exportamos 
De ferro? 
Quantas lágrimas disfarçamos 
Sem berro? 
 
O poeta faz referência à exploração de minérios no Brasil e suas consequências sociais. A respeito do papel da 
mineração na história brasileira, considere as seguintes afirmações. 
 
I. No século XVIII, a exploração de metais preciosos na região de Minas Gerais desenvolveu redes internas de comércio 
na colônia, articulando a região com zonas de produção pecuária do sul e com fornecedores de mão de obra 
escravizada do nordeste. 
II. Durante o Estado Novo, o projeto político, imposto por Getúlio Vargas para reduzir a dívida externa brasileira, 
estabelecia a privatização das grandes empresas nacionais e ocasionou a venda da Companhia Vale do Rio Doce 
para o capital estrangeiro. 
III. No Brasil contemporâneo, a exportação em larga escala de minérios ocupa uma posição central na economia, 
tornando o país suscetível a crises, em razão das variações nos preços internacionais e de desastres ambientais 
de vastas proporções. 
 
Quais estão corretas? 
 
a) Apenas I. 
b) Apenas II. 
c) Apenas III. 
d) Apenas I e III. 
e) I, II e III. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Lista Exclusiva PD 
 
 
GABARITO: 
 
 
Resposta da questão 1: 
 01 + 04 + 08 + 64 = 77. 
 
[Resposta do ponto de vista da disciplina de História] 
Correção a partir das incorretas: [02], [16] e [32]. O texto 3 justifica as cotas universitárias considerando a própria 
história do Brasil no século XIX. A Lei Áurea aprovada em 1888 aboliu a escravidão, porém não foram criadas 
políticas públicas de inserção do negro na sociedade. A Revolução no Haiti ocorreu em 1804, portanto bem antes da 
Lei Áurea. A sociedade brasileira possui forte traços africanos. O texto 3 do historiador Luiz Felipe de Alencastro 
aponta que os ensinamentos do passado contribuem para o debate sobre cotas universitárias, criticou a impunidade 
aos proprietários de escravos que cometiam violências com as pessoas negras. Desta forma, os textos são 
complementares, uma vez que a Lei de 1831 não foi respeitada, daí a exclusão social. 
 
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Sociologia] 
O racismo estrutural, presente no Brasil, é resultado de processos históricos e sociais que conjugam políticas 
públicas, questões econômicas, educacionais e culturais. Nesse sentido, as políticas de cotas tentam modificar o 
caráter institucional do racismo que, como se percebe nos textos, se mantém quando o Estado se abstém de exigir 
uma mudança efetiva nessa estrutura de dominação. 
 
Resposta da questão 2: 
 [D] 
 
A afirmativa [II] está incorreta porque a Vale do Rio Doce, criada em 1942, fazia parte do projeto nacionalista de 
Vargas e, por isso, era estatal.

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