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FILOSOFIA FGV - Lições

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FILOSOFIA FGV
A disciplina de Filosofia foi elaborada para os professores de ensino médio que atuam com os conteúdos e 
procedimentos dessa disciplina nas escolas brasileiras. 
A formação docente em nosso País ainda se dá, em grande parte, de modo precário, mas a dificuldade em orientar-
se na preparação de aulas da disciplina no ensino médio ocorre mesmo entre os professores que tiveram uma boa 
formação filosófica. 
Como despertar o interesse dos jovens? Que conceitos e temas é mais importante destacar? Devemos dar ênfase à 
história da filosofia ou à discussão temática? O que estudar para preparar as aulas? Diante da vastidão da 
bibliografia filosófica – que cobre um período de mais de 2.500 anos – que textos selecionar para trabalhar com os 
alunos? Além da formação básica, é necessário também criar instrumentos para que a presença da Filosofia na 
escola seja significativa, para estudantes, para docentes e para a comunidade escolar como um todo. 
Depois do recente projeto que instituiu a obrigatoriedade da Filosofia no ensino médio, tornou-se urgente a 
qualificação de profissionais da área. Este curso apresenta uma proposta de orientação e instrumentalização em 
Filosofia, destacando temas e objetivos que nos parecem mais apropriados para o público-alvo.
 
Neste módulo, serão propostas questões sobre a relação entre Filosofia e Educação, abordando 
temas como a filosofia da educação e a educação da filosofia; amar o saber, ensinar e aprender. 
Abordaremos também temas mais próximos à prática docente no ensino médio, como a discussão 
básica da abordagem da disciplina – histórica, temática, problemática; a importância da leitura de 
textos filosóficos; a questão dos modos de avaliação e de produção escolar; diversos modos de 
atuação do professor de filosofia na escola, além de questões legais relativas ao ensino de 
filosofia.
Filosofia tem como objetivo orientar e instrumentalizar os professores de ensino médio que lidam com a Filosofia 
em sala de aula, indicando ao professor como é possível selecionar alguns temas importantes em filosofia e 
trabalhá-los na escola, buscando estabelecer relações com outras disciplinas e com a experiência dos estudantes.
Sob esse foco, Filosofia foi estruturado em cinco módulos nos quais foi inserido o seguinte conteúdo...
Módulo 1 – Amar o saber
Neste módulo, serão propostas questões sobre a relação entre Filosofia e Educação, abordando temas como a 
filosofia da educação e a educação da filosofia; amar o saber, ensinar e aprender. Abordaremos também temas mais 
próximos à prática docente no ensino médio, como a discussão básica da abordagem da disciplina – histórica, 
temática, problemática; a importância da leitura de textos filosóficos; a questão dos modos de avaliação e de 
produção escolar; diversos modos de atuação do professor de filosofia na escola, além de questões legais relativas 
ao ensino de filosofia.
Módulo 2 – Conhecimento
Este módulo está estruturado em torno de uma grande área do pensamento filosófico que trata do Conhecimento. 
Apresentaremos a Filosofia como a busca racional da verdade bem como discutiremos alguns sentidos em que se 
podem entender os conceitos de razão, verdade, conhecimento, saber e ciência. Apresentaremos conceitos de 
autores clássicos, da Antiguidade à Idade Moderna, procurando traçar um percurso básico da cultura científica e 
racional do Ocidente, até o surgimento da ciência moderna. Apesar de distantes no tempo, pretendemos mostrar 
que os conceitos abordados ainda fazem parte de nossas vidas e pensamentos.
Módulo 3 – Ética e política
Neste módulo, discutiremos temas relacionados às áreas conhecidas como Ética e Política. Apresentaremos os 
conceitos de modo histórico, realizando estudo da origem das palavras e das formações sociais em que eles se 
desenvolveram. Partiremos daí para propor duas discussões, sobre ética e política na modernidade e também na 
educação. No final, sugeriremos formas de trabalhar os temas discutidos em sala de aula, visto que a prática na 
 
própria escola e na vida diária é o caminho de relação com a experiência dos estudantes.
Módulo 4 – Estética
Neste módulo, discutiremos questões da Estética. Os conceitos abordados são o belo, a arte, a técnica, a arte como 
imitação e como expressão, relações entre a arte e a educação e a indústria cultural. Apresentaremos duas visões 
bem amplas e influentes da arte – a arte como imitação, conceito oriundo da Antiguidade; e a arte como expressão, 
característico de uma visão moderna da arte. Também relacionaremos questões da arte a questões da educação e 
da formação humanas. Por fim, discutiremos a questão contemporânea da relação entre a arte e a indústria, 
incluindo a questão da formação do gosto e das sensibilidades.
Módulo 5 – Encerramento
Neste módulo – além da avaliação desse trabalho –, você encontrará algumas divertidas opções para testar seus 
conhecimentos sobre o conteúdo desenvolvido nos módulos anteriores – caça-palavras, palavras cruzadas, forca e 
criptograma. Entre neles e bom trabalho!
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1982.
Neste rico repertório da linguagem filosófica, acessível a todos e condensado em 2.500 verbetes, 
todos os termos filosóficos estão registrados, explicados e documentados com citações dos textos 
fundamentais da tradição filosófica ocidental, dos pré-socráticos a nossos dias.
ALVES, Rubem. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. São Paulo: Loyola, 2000.
Nesta obra, Rubem Alves argumenta a favor da ideia de que todo mito é perigoso porque induz o 
comportamento e inibe o pensamento. O cientista, afirma ele, virou um mito. Por isso, antes de 
mais nada, é necessário acabar com o mito de que o cientista é uma pessoa que pensa melhor 
que as outras.
ANDERY, Maria Amália et alii. Para compreender a ciência: uma perspectiva histórica. Rio de 
Janeiro: Garamond; São Paulo: EDUC, 2003.
Este livro resulta de uma experiência de mais de dez anos com material didático elaborado para 
um curso de Metodologia Científica da PUC-SP. Pretende mostrar que o método científico é 
histórico, isto é, que está fundado em concepções amplas de mundo, devendo ser avaliado 
também a partir delas.
CHÂTELET, François. Uma história da razão. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994.
Nessa reprodução de oito entrevistas radiofônicas, o mestre francês discorre, com desenvoltura, 
sobre os passos, percalços e transformações por que passou o pensamento ocidental, esboçando 
um quadro consistente da história da filosofia até nossos dias.
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo, Ática, 1994.
Um exuberante exercício do pensamento, que fomenta a reflexão crítica e lança um facho de luz 
sobre questões do dia a dia, realçando seu caráter histórico e ampliando os horizontes do leitor – 
eis o alcance deste livro. Convite à Filosofia é uma obra que utiliza o próprio instrumental filosófico 
para atualizar conceitos e fazer uma releitura dialética do mundo por uma das mais consistentes 
intelectuais do País.
JAPIASSU, Hilton & MARCONDES, Danilo. Dicionário básico de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge 
Zahar, 1989.
Este dicionário dá aos termos técnicos da filosofia uma definição acessível e quase sempre 
esclarecida pela etimologia. Seu objetivo é ajudar o leitor não especializado a fazer um juízo 
dautilidade da filosofia e de seu impacto sobre nossa língua, identificando os mais importantes 
filósofos.
MARCONDES, Danilo. Textos básicos de filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. Rio de 
Janeiro: Jorge Zahar, 2007.
Essa antologia de textos dos grandes pensadores tem como objetivo pôr o estudante em contato 
direto com as fontes da filosofia ocidental. Com finalidade didática, o volume inclui pequenas 
introduções aos filósofos e a cada um de seus textos, além de uma série de questões e temas 
para discussão em sala de aula ou em grupos de estudo.
MARCONDES, Danilo. Iniciação à história da filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. Rio de 
Janeiro: Jorge Zahar,2008.
Resultado de mais de 15 anos dedicados ao ensino da filosofia, este verdadeiro guia da história do 
pensamento ocidental situa pensadores e correntes filosóficas em seu contexto histórico, discute 
ideias e conceitos e, quando necessário, apresenta os textos mais relevantes dos filósofos em 
questão, como o mito da caverna de Platão ou a tabela dos juízos e categorias de Kant.
NICOLA, Ubaldo. Antologia ilustrada de filosofia: das origens à idade moderna. São Paulo: Globo, 
2005.
Neste livro, aborda-se o pensamento de cinquenta dos maiores filósofos da humanidade, de Tales 
até os pensadores do início do século XX. Desenvolvido com base nas obras originais, o livro 
propõe um prazeroso processo que permite ao leitor formular suas próprias questões e identificar 
o que diferentes pensadores de épocas distintas argumentaram a respeito.
NUNES, Benedito. Introdução à filosofia da arte. São Paulo: Ática, 1989.
Esta obra, que aborda com acuidade o modernismo, o movimento antropofágico e a crítica do 
século XIX até fins do século XX no Brasil, analisa as obras dos principais filósofos que criaram as 
bases da filosofia da arte contemporânea.
KOHAN, Walter (Org.). Filosofia: caminhos para seu ensino. Rio de Janeiro: DP&A, 2004.
Esta coleção apresenta uma fecunda reflexão para o debate sobre relações entre filosofia e 
educação. Um elemento comum aos livros que a compõem é o interesse pela problematização 
filosófica da filosofia, da educação e das relações entre esses dois campos do conhecimento, 
apresentado segundo temáticas, estilos e referências diversos.
Para que você possa usufruir de todos os recursos aqui disponibilizados, é necessário que você 
tenha instalados, em seu micro, alguns programas e plugins. São eles...
• Zip Central – programa necessário à descompactação dos arquivos em Word;
• Adobe Acrobat Reader – programa que possibilita a visualização dos arquivos criados 
pelo Adobe Acrobat;
• Flash Player – plugin que possibilita a visualização das animações criadas em Flash;
• Windows Media Player – programa que permite a reprodução de aúdios e vídeos.
Todos esses programas e plugins poderão ser instalados, em seu micro, por meio do CD que você 
recebeu ao se matricular no FGV Online.
Giovânia Costa é Mestre em Educação pela UERJ e Bacharel em Comunicação Social 
pela UFMG. Trabalhou para a TV-Escola/MEC desde sua estreia, em 1995, em várias 
funções. Foi coordenadora de produção da TV-Educativa do RJ e atuou nessa função 
em programas diários e ao vivo como O Salto para o Futuro. Começou sua trajetória 
profissional nas artes. Foi professora de dança e depois atriz profissional, tendo 
participado de vários espetáculos teatrais em Minas Gerais, São Paulo e RJ. Pesquisa 
as relações entre corpo e filosofia, bem como as interfaces entre teatro e filosofia.
Joana Tolentino é Mestre, Bacharel e Licenciada em Filosofia pela UFRJ. atua como 
professora desde 2004. Trabalhou com diferentes alunos, em universidades e escolas 
de nível médio e fundamental, particulares e públicas. É membro do Grupo de 
Trabalho da ANPOF Filosofar e ensinar a filosofar, com pesquisa na área do ensino de 
filosofia na educação básica, investigando estratégias para a sala de aula. 
Apresentou-se em congressos nacionais e internacionais, no Brasil e no exterior. 
Ministrou cursos de aperfeiçoamento e capacitação para docentes de filosofia, em 
modalidades presenciais ou a distância.
Marcelo Guimarães é Mestre em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de 
Janeiro – UFRJ, Especialista em Fundamentos de uma educação para o pensar pela 
PUC, SP e Licenciado e Bacharel em Filosofia pela Universidade de Brasília. Atua 
como Professor de Filosofia no Ensino Médio do Colégio Pedro II desde 1997.
Herdeiros de uma tradição de mais de 25 séculos, como nos orientamos para definir o que é ensinar?
Os filósofos dialogam entre si, se contradizem... 
E nós, mortais, como saber como e por onde começar?
Todo filósofo é homem.
Todo homem é mortal.
Logo, todo filósofo é mortal.
Mas e nós, todos os mortais, poderemos ser filósofos?
 
 Por onde começaremos a falar de filosofia? Começaremos a falar da filosofia pela palavra, pela linguagem. 
 
Há controvérsias sobre o início do uso desse 
termo, mas Diógenes Laércio narra 
que Pitágorasteria inventado a palavra philosophia, 
ao dizer que não era um sophós, um sábio, mas 
umphilosophós, um amigo ou amante da 
sabedoria.
Não aquele que detém o saber, mas o amigo do 
saber, aquele que ama o saber e, por isso, busca-
o. 
A sabedoria seria privilégio dos deuses; aos 
homens, cabe buscá-la, sem pretender tê-la 
alcançado de todo.
 
 
A etimologia da palavra filosofia remete a uma atividade, não a um conteúdo.
Amar o saber é se abrir a ele, é ir em busca dele.
 
Filosofia é uma palavra de origem grega, formada pela união de duas outras...
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/biografias/diogenes_laercio.htm
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/verbetes/sophos.htm
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/biografias/pitagoras.htm
filo, que vem de philía, traduz-se por amizade, amor fraterno,
respeito entre os iguais...
..e sofia, que vem de sophía e significa sabedoria.
A partir dessa primeira ideia sobre a filosofia, podemos pensar algumas características dessa disciplina que terão 
consequências para seu ensino.
É conhecida a frase Só sei que nada sei, atribuída a Sócrates. No texto Apologia de Sócrates, também de autoria 
de Platão, encontramos uma explicação, dada pelo próprio personagem, sobre o sentido dessa frase.
 
 
Em resumo, Sócrates afirma que sua sabedoria 
consiste em não pensar saber o que não sabe, 
mais do que em possuir alguma doutrina ou teoria 
que deva expor aos outros.
A filosofia para Sócrates não aparece como um 
saber já constituído, mas antes como uma relação 
com o saber.
Sócrates fez filosofia questionando o que era 
considerado e aceito como saber na cidade.
A atitude de Sócrates foi enunciar questões sobre 
o que as pessoas que eram tidas como sábias 
diziam saber.
 
 
Esse estado de ignorância evidenciada era extremamente incômodo para muitos de seus concidadãos, o que levou 
vários dos interlocutores de Sócrates a nutrir ressentimento por ele. Contudo, esse era o saber propriamente 
humano.
 
Por meio desse questionamento Sócrates mostrava que os supostos saberes eram apenas 
opiniões não fundamentadas.
No entanto, Sócrates não oferecia um saber para substituir aquelas opiniões que tinham sido 
refutadas. Ficavam todos em aporia... isto é, sem saídas, sem respostas.
Já, antes de Sócrates, com os filósofos conhecidos como pré-socráticos, o surgimento da filosofia 
se deu como a criação de uma cultura do conhecimento que se discute, que se coloca em questão 
e que, por isso, é diferente do saber da autoridade, que, simplesmente, perpetua-se na tradição.
Com Platão e Sócrates, a filosofia se estabelece como essencialmente dialógica, valorizando a 
construção do saber interlocutor e pelo próprio filósofo.
Entre as características principais do diálogo filosófico que destacaremos, estão a construção de 
conceitos, a argumentação e aproblematização.
Essas características serão mais exploradas e desenvolvidas ao longo de nossa disciplina.
A filosofia talvez possa ser entendida como a descoberta de que educar é autoeducar-se...
...ou seja, a necessidade de educar-se por meio da razão – o espanto de perguntar-se o que é a 
natureza, o que é o ser.
Trata-se da educação que se faz no diálogo, na pergunta que abre a investigação, no caminho do 
argumento.
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/biografias/platao.htm
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/verbetes/filosofos_presocraticos.htm
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/biografias/socrates.htm
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/biografias/platao.htm
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/verbetes/apologia_socrates.htm
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/biografias/socrates.htm
Veremosa filosofia também como uma aposta de que a vida pode ser mais bem vivida pela 
amizade que se dispõe ao diálogo filosófico, e não pela violência.
Contudo, não se trata de qualquer diálogo, afinal, nem toda conversa é filosófica
Ver Lei salva em meus doctos (1*)
(1*)A presença da filosofia no ensino médio tem também uma dimensão plítica, de que é 
importante o professor estar ciente.
A formulação do Artigo 36 da Lei nº 9394/96 favoreceu o entendimento da filosofia – e da sociologia – como 
umconhecimento transversal.
O conhecimento transversal é conceito desenvolvido nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, 
documento que, assim como os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – PCNEM –, foi publicado 
durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.
 
 
Nesse mesmo governo, também ocorreu, no ano de 2000, o veto ao projeto de lei que determinava a inclusão de 
filosofia e sociologia como disciplinas obrigatórias no ensino médio.
Os PCNEM, que foram bastante discutidos, ao menos em parte das escolas do País, apresentam o ensino de filosofia 
estruturado por meio de competências e habilidades.
Contudo, a aplicação da noção de competência à educação pode ser questionada de diversas formas.
No governo de Luiz Inácio Lula da Silva, novos documentos foram publicados, entre eles...
...a Lei nº 11.683/2008, que alterou a Lei nº 9.394/1996, de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional – LDB...
...e as Orientações Curriculares para o Ensino Médio, de 2006.
Lei 11.684/2008, que se encontra em um processo gradual de 
implementação, modificou o Art.36 da LDB, e incluiu Sociologia e Filosofia 
como disciplinas obrigatórias nos três anos do ensino médio.
Esse documento apresenta uma instrutiva discussão sobre como se deve entender a presença das 
disciplinas na educação básica, visto que há a possibilidade, inclusive, de realizá-la de modo não 
disciplinar.
É importante para o professor conhecer essa discussão, dado que um dos questionamentos feitos 
à presença da filosofia na escola refere-se, justamente, ao número excessivo de disciplinas que os 
estudantes são obrigados a cursar.
Finalmente indicamos o Parecer CEB/CNE n 22/08, que trata da implementação das 
disciplinas filosofia e sociologia no ensino médio.
Devemos notar que...
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/verbetes/orientacoes_curriculares_ensino_2006.htm
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/verbetes/ldb.htm
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/verbetes/lei_11683_2008.htm
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/biografias/luiz_inacio_lula_silva.htm
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/biografias/fernando_henrique_cardoso.htm
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/verbetes/papametros_curriculares_nacionais_ensino_medio_pcnem.htm
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/verbetes/diretrizes_curriculares_nacionais_ensino_medio.htm
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/verbetes/lei_9394_art_36_par_1_iii.htm
...alguns documentos legais têm caráter obrigatório – as leis e asDCNs... 
...mas outros não, representando, exatamente, parâmetros ou orientações para a atuação do 
professor, sem necessariamente obrigá-lo a cumprir estritamente seus termos.
Esses documentos estão sempre sujeitos a alterações ou reelaborações. Portanto, é importante 
que o professor desenvolva o hábito de acompanhar a discussão educacional que se realiza no 
País.
Um modo de fazer isso é por meio da leitura regular das publicações e do sítio virtual do Ministério 
da Educação.
 
Nosso cotidiano na escola é marcado por um espaço e um tempo controlados.
Trabalhamos espremidos em um ou dois tempos semanais, em salas de aulas nem sempre adequadas e, muitas 
vezes, com 40 alunos por turma e muitos hormônios aprisionados por horas no restrito espaço das carteiras 
escolares individuais...
Até a Revolução Francesa e a época de Napoleão, as sociedades caracterizavam-se pelo regime de 
soberania, centrado em torno do poder dos reis.
Com as repúblicas modernas, desenvolveu-se um novo tipo de poder e de organização social, a 
disciplina, que se originou de instituições de enclausuramento como o quartel, o mosteiro, a 
prisão, o hospital.
Entre elas, encontra-se a escola, que assume um papel preponderante por ser a instituição 
primeira, responsável pela socialização da criança e depois do jovem.
Referência bibliográfica
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: o nascimento das prisões. Petrópolis: Vozes, 1977.
Clique em para acessar um fragmento de leitura de Michel Foucault.
 
Se a escola é um espaço de enclausuramento e disciplinarização, é também nela – exatamente em 
virtude de seu papel determinante na formação da criança e do jovem – que podemos estimular...
...a criatividade e a formação singular da expressão.
...os objetivos que nos fazem acreditar em outros caminhos possíveis para essa instituição.
Filosofia na escola não é a mesma coisa que filosofia na universidade. Isso pode parecer óbvio, mas devemos 
refletir sobre suas consequências.
A filosofia deve ser considerada em sua situação específica na educação básica por...
...voltar-se para jovens que não necessariamente irão se profissionalizar em filosofia... 
...relacionar-se com outras disciplinas, conteúdos e valores na construção de um currículo voltado para a formação 
de todos os cidadãos...
 
Destacaremos a questão do jovem. A juventude brasileira é múltipla e 
heterogênea, tem diversas origens econômicas e culturais, sendo mais adequado 
falarmos em juventudes.
Além disso, entre os jovens, os estudantes também formam uma categoria 
diferenciada.
 
 
Portanto, é importante atentar para as seguintes questões...
Quem são os jovens estudantes com que estamos lidando?
Quais são suas experiências, seus desejos, suas aspirações, suas potencialidades?
De que modo a escola pode promover a construção da voz dessa juventude, e não apenas impor a reprodução de 
um discurso já instituído?
Sabemos que, em grande parte, a formação dos sujeitos e das subjetividades se dá sob forte 
influência da mídia, em especial da TV mas também de outros meios de comunicação.
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/biografias/napoleao_bonaparte.htm
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/verbetes/diretrizes_curriculares_nacionais.htm
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/comentarios/michel_foucault.htm
Aqui se incluem questões sobre a diferença entre a cultura letrada, típica da escola, e a cultura da 
imagem, que predomina na sociedade.
A prática do ensino de filosofia, na maioria dos casos, ainda está presa à discursividade.
O que é cobrado dos alunos são habilidades cognitivas e linguísticas como se estas estivessem 
separadas do corpo, e não vinculadas a hábitos adquiridos.
Tentamos transmitir ou criar um ambiente propício à produção de pensamentos emancipadores, 
mas, ao mesmo tempo, contribuímos para o que Michel Foucault chama dedocilização dos 
corpos — técnica disciplinar por excelência...
Corpos que permanecem sentados no esforço de ouvir e entender palavras.
A escola é uma instituição disciplinar e exerce o poder na produção de sujeitos dóceis 
politicamente e produtivos economicamente.
Sugerimos, portanto, que a filosofia atue de outros modos além da estrita sala de aula, que ela atue promovendo o 
diálogo entre todos os que se envolvem com a educação.
 
Referência bibliográfica
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: o nascimento das prisões. Petrópolis: Vozes, 1977..
 
Estudar filosofia é também estudar problemas dilosóficos. Aprender articular, 
conceitualmente, os pensamentos, articular as idéias de forma rigorosa e buscar os 
fundamentos e a completude das explicações, das compreensões.
O objetivo desta unidade é apresentar ao professor que trabalha com a filosofia orientações para 
sua formação.
Essas orientações envolvem o estudo da história da filosofia, o exercício do filosofar e alguns 
possíveis riscos a serem evitados.
Aprender filosofia é um desafio. O aprendizadoda filosofia envolve a escuta de uma lição externa, 
por meio da qual pretendemos superar nosso senso comum.
Na escola de Pitágoras, os novos discípulos deveriam ficar longo tempo em silêncio, apenas 
ouvindo as doutrinas que lhes iam sendo apresentadas.
Na formação filosófica brasileira, marcada pela influência francesa disseminada pela 
USP, entendeu-se o aprendizado de uma técnica de leitura e explicação das obras 
filosóficas, o método estruturalista de leitura e estudo dos textos filosóficos, como...
Referência bibliográfica
PORCHAT, Oswaldo. Discurso aos estudantes sobre a pesquisa em filosofia. In: SOUZA, J. C. A 
filosofia entre nós. Ijuí: Unijuí, 2005, p. 109-123.
Uma primeira etapa de formação intelectual estrita, momento didático que sópodia ser 
recebido passivamente...
O método estruturalista de leitura e estudo dos textos filosóficos, do rigor metodológico na leitura, 
que permitetentar reconstruir uma doutrina ad mentem auctoris, expressou-se de modo mais 
completo na investigação metafilosófica e meta-historiográfica de Guéroult e Goldsmith.
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/biografias/martial_gueroult.htm
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/verbetes/ad_mentem_auctoris.htm
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/biografias/pitagoras.htm
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/biografias/michel_foucault.htm
Essa perspectiva defende que o aprendizado da história da filosofia é condição necessária para que 
possa desenvolver-se uma posterior discussão filosófica rigorosa e consistente.
Conhecer a história da filosofia é conhecer outros filósofos, uma tradição constituída por 
diversos programas de pesqusa, por diversos modos de compreensão instituídos, por 
diversa publicaç~çoes e por um agrau de consenso atingido entre os estudiosos de 
filosofia.
Conhecer a filososfia sinfnigica não negligenciar o conhecimento de sua história bem 
como os principais pensadores que marcaram essa hist´ria e a constiruíram como a 
história do pensamento ocidental.
No entanto é vital refletirmos
Mas será que uma formação em filosofia deve se limitar à apreensão em profundidade 
da estrutura interna de obras filosóficas já consagradas na história do pensamento 
ocidental?
De que modo um bom historiador da filosofia pode ser um bom professor de filosofia no 
ensino médio? Ser/ao as duas formações idênticas?
Quais são as exigências específicas para os professores de filosofia, além daquela 
formação que desenvolve a capacidade de ler, rigorosamente, os textos filosóficos?
Referência bibliográfica
MARQUES, Ubiratan Rancan de Azevedo. A escola francesa de historiografia da filosofia: notas 
históricas e elementos de formação. Sâo Paulo: Unesp, 2007, p. 19.
A história da filosofia ressalta a importância da experiência da leitura na formação do filósofo e do professor de 
filosofia.
 
 
Essa experiência deve ser considerada no modo do rigor estrutural mas também em dois outros...
...o da leitura da palavra-mundo, ou seja, o da apropriação de nosso ser próprio, de nossa vida, pela palavra.
...o da leitura em direção ao desconhecido, o de desconstrução por meio da possibilidade de a leitura abrir novos 
horizontes, inclusive deixar de ser o que já não se é, para tornar-se o que se é.
Referência bibliográfica
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez, 
1994.
É importante para oi professor, além de ser um bom historiador da filosofia, ser um leitor...
e realizar sua própria formação por meio da leitura de textos e do mundo.
O que é então, perguntou ele (Nietzsche), isto que vocês chamam de filosofia?-
Estamos, disse eu, em apuros para dar uma definição. Mas no atacado, temos em vista refletir 
sobre a melhor maneira de nos tornar homens cultos. –Isto é, ao mesmo tempo, pouco e muito 
murmurou o filósofo. Reflitam bem sobre isso!
 
Formar-se em filosofia não é somente apreender as ideias dos grandes pensadores mas também...
...conseguir colocar-se em posição de dialogar com os textos escritos por eles, relacionando-os com 
problemáticas atuais e desenvolvendo discussões filosóficas autônomas.
 
Nesse sentido, estudar filosofia é também estudar problemas filosóficos. Aprender a articular, conceitualmente, 
os pensamentos, articular as ideias de forma rigorosa e buscar os fundamentos e a completude das explicações, 
das compreensões.
 
O trabalho de reflexão filosófica exige a paciência do conceito, uma atitude de estruturar um caminho de 
pensamento para nele se pôr a caminhar.
Trata-se de um caminho construído pelo próprio pensador, que não pode ser substituído nessa tarefa – é a 
elaboração de um discurso que se estrutura à medida que se formula e que enuncia suas condições de 
estruturação.
Por vezes, a 
atividade de 
filosofar foi 
entendida como 
a busca dos 
primeiros 
princípios.
Isso quer dizer 
os primeiros 
princípios do 
próprio 
pensamento. Por 
isso, dizemos 
que a filosofia 
deve formular as 
condições de sua 
própria 
estruturação.
 
 
Não basta que afirmemos uma doutrina, mas devemos construir um pensamento capaz de refletir sobre sua própria 
construção e apresentá-lo racionalmente.
Para além das tradições, fazer filosofia é pensar, é questionar formulando sua própria compreensão, o que, em 
alguma medida, todos o fazem.
Todas as pessoas formulam alguma compreensão do mundo.
 
Nesse sentido, todos são fiósofos, e todas as línguas formulam e expressam 
uma ou várias filosofias, na medida em que exprimem, em suas formas e 
em seus conteúdos, compreensões e avaliações da realidade.
Ele deve tornar-se responsável e autônomo, ele mesmo – ou ela mesma –, em sua própria trajetória de investigação 
e questionamento filosófico.
Essa obrigação de tornar-se um investigador, um questionador, um pesquisador, entender-se e agir como alguém 
que busca desenvolver uma compreensão do mundo, não pode ser meramente uma obrigação... 
As questões filosóficas só serão significativas se elas se tornarem questões reais para quem as coloca.
 
 
Questionar-se sobre o que é o ser, o que é o conhecimento, o que é a sabedoria, o que é a verdade, o que é o real, 
como se deve viver, o que é a felicidade, o que é a virtude, o que é o homem, o que é a vida...
...se nada disso se tornar uma questão real para quem estuda, será impossível criar um diálogo filosófico com os 
textos.
Do Professor de filosofia é esperado o envolvimento em sua formação.
Desse modo, a visão filosófica de cada um vai se formando em seu próprio itinerário, e é por isso que o processo 
está sempre em aberto, o que é próprio da busca filosófica.
Alguns filósofos, como Platão,Wittgenstein e Nietzsche, dentre outros, apresentam suas obras como investigações 
inacabadas, abertas ao questionamento.
 
 
Há uma lógica própria da filosofia que se baseia na permanência da possibilidade de questionar, perguntar sobre o 
que são as coisas, o que é o real, permitir-se questionar o real, no sentido de buscar compreendê-lo, e não apenas 
submeter-se a ele como a uma força cega.
Certamente em filosofia, há conceitos e questões recorrentes. Há conceitos 
fundamentais ou problemas centrais e há sempre, por parte de quem 
estudo, umauma apropriação gradual e contínua desses conceitos e 
problemas.
Vejamos alguns dos riscos a que estão sujeitos os professores de filosofia...
Dogmatismo = Segundo o Dicionário Houaiss, dogmatismo é qualquer pensamento ou atitude que 
se norteia por uma adesão irrestrita a princípios tidos como incontestáveis.
O dogmatismo filosófico é algo que faz a filosofia perder o sentido de si mesma, e esse contitui um 
dos possíveis riscos que corre o aprendiz de filosofia.
Ecletismo = O ecletismo é uma tentativa de coletar o que há de melhor, mais verdadeiro, mais 
interessante em cada uma das filosofias, para reuni-lo em uma compreensão mais ampla.
O risco é o de se produzir uma coleção sem consistência interna, sem relação conceitual, beirando 
a incoerência e a superficialidade.
Esse risco se coloca paraquem se inicia nos estudos de filosofia, quando não se busca entender a 
articulaçãop lógica e conceitual dos pensamentos e se passa apenas a selecionar as frases mais 
bonitas ou mais sugestivas para formar uma coleção de belos pensamentos.
Vejamos alguns dos riscos a que estão sujeitos os professores de filosofia...
Relativismo = O relativismo firma que as fiferentes teorias acerca do mundo se equivalem pois 
não há uma verdade única. A verdade seria relativa a cada sujeito.
Essa afirmação é muito comum entre os alunaos, por exemplo.
Dessa forma, a filosofia deveria se reduzir a cada um desenvolver seu pensamento, sem poder 
contestar ou criticar o pensamento alheio.
É preciso ter cuidado para não aceitar, sem reflexão, que tudo é relativo, afinal, se isso fosse 
verdade, essa própria frase deixaria de ser relativa, portanto nem tudo seria relativo...
No estudo de qualquer pensamento, não podemos nos contentar com a supercialidade e , em 
especial, nesse caso, pois um certo relativismo é típico do senso comum de nossos tempos.
Blá-Blá-Blá = Usamos a expresão bla-bla-bla para referirmo-nos a um discurso sem rigor 
conceitual.
É preciso ter o cuidado de não nos deixarmos levar pelo uso de jargões, termos técnicos, 
conceitos filosóficos como cápsulas vazias, o que leva à elaboração de discuros repletos de termos 
fif´ceis,. E não ao domínio do conteúdo que deveria ser expresso por tais termos...
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/biografias/friedrich_wilhelm_nietzsche%20.htm
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/biografias/ludwig_wittgenstein.htm
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/biografias/platao.htm
A clareza é a cortesia do filósofo, já dizia o filósofo espanhol Ortega y Gasset.
Algumas abordagens facilitam o trabalho do professor de filosofia com os alunos na escola. Evidentemente, a 
formação que o professor buscou para si é que subsidiará as estratégias adotadas.
É necessário buscar estratégias que compatibilizem o acesso aos textos clássicos da história da filosofia com a 
discussão de temas e problemas atuais...
...em interação com as demais disciplinas e em diálogo com outras linguagens, tais como o teatro, o cinema, a 
música.
 
 
Cabe ao professor se questionar...
Se entendemos que ensinar a filosofar não é se limitar a transmitir conteúdos da história da filosofia, e sim 
compartilhar um modo distinto de se relacionar com o conhecimento, como fazer isso?
Como estimular o interesse do estudante, indispensável para sua real inserção no processo de aprendizagem?
Se, por um lado, a produção efetiva de conhecimento requer um tempo próprio de cada um, como compatibilizá-la 
com o tempo cronológico com o qual lidamos, inexoravelmente, nas salas de aula?
Sinopse
Há um novo professor na cidade e ele está promovendo um verdadeiro pandemônio naFallbrook 
Middle School. Ele é atraente, simpático e informal. 
Os alunos amam o senhor D. Os professores também o admiram, com exceção de Matt Warner, 
ambicioso professor de Biologia que sonha em ganhar o prêmio Professor do Ano. Seu pai, 
Stormin Norman, foi Professor do Anodurante 43 temporadas seguidas, e Matt está determinado a 
fazer deste seu ano. 
No entanto, com o senhor D. em cena, Warner vê sua chance escapar. Ele não consegue competir 
com quem até seu próprio filho admira. No entanto, há um segredo que pode mudar o jogo.
Ficha técnica
SCHOOL of life = ESCOLA da vida. Direção: William Dear. Intérpretes: David Paymer; Ryan 
Reynolds; John Astin. Canadá/Estados Unidos: California Home Vídeo, 2005. 90min., son., color.
Uma abordagem a partir da história da filosofia não significa uma linearidade histórica que 
pretenda abarcar toda uma tradição de 25 séculos.
Seria inadequado ter a pretensão de reconstruir a totalidade da trajetória filosófica, ainda mais na 
educação básica.
 
Contudo, sem dúvida, um dos objetivos do ensino de filosofia na educação básica é apresentar as 
características deste campo do saber, e isso não seria possível sem flertar com a história da filosofia ou 
tangenciá-la.
Trabalhar a dimensão histórica do pensamento é ir além de apresentar as questões restritas a determinadas 
épocas.
Ao contrário, essa abordagem implica valorizar a dimensão histórica percebendo o enraizamento das questões 
nos contextos em que foram colocadas, o diálogo com o que as antecedeu e suas ressonâncias na atualidade.
 
Referência bibliográfica
TERRA, Ricardo. História da filosofia e formação filosófica. In: SALLES, 
J. C. (Org.) Plenárias do XII Encontro da ANPOF. Salvador: Quarteto, 
2008, p. 109.
 
É importante para o professor debruçar-se sobre a tarefa de selecionar recortes de textos 
acessíveis para os alunos, pois muitos textos clássicos são interessantes para despertar a atenção 
dos jovens.
Por isso, o desenvolvimento da cultura filosófica, ou seja, o conhecimento de um grande repertório 
de textos e de formulações filosóficas é fundamental para o professor de filosofia.
A abordagem temática significa a organização do programa a partir de conceitos e não 
necessariamente de autores.
Diversos autores podem ser chamados a subsidiar a discussão sobre um mesmo tema.
O interessante nessa abordagem é que ela permite o debate das questões filosóficas sob 
diferentes perspectivas.
Em geral, essa estratégia permite uma aproximação maior com a experiência dos alunos.
O objetivo é torná-los mais ativos na produção do conhecimento e mais propositivos – os próprios 
temas podem ser sugeridos por eles...
Referência bibliográfica
BADIOU, Alain. Situação da filosofia no mundo contemporâneo. In: Para uma nova teoria do sujeito. Rio de Janeiro: 
Relume Dumará, 2002, p. 11-19.
 
Os temas escolhidos podem ser apresentados na forma de problemas – a isso damos o nome de 
abordagem problemática.
É importante trabalhar com os alunos a capacidade de formular problemas a partir do espanto diante do que nos rodeia, levando-os a perceber que 
são capazes de realizar questionamentos filosoficamente. 
Os professores não podem ser muito tímidos ao propor problemáticas, ao propor questões, como afirma o autor Renato Janine Ribeiro, 
especialmente, aqueles que trabalham com a filosofia, aqueles que contribuem para a formação das novas gerações.
Afinal, é parte importante do universo de atuação da filosofia discutir a sociedade que está nascendo.
 
Referência bibliográfica
RIBEIRO, Renato Janine. Último vôo da andorinha solitária. Artigo publicado em O Estado de SP, em 06/03/2005.
 
 
A compreensão da filosofia como experiência enfatiza o que seria mais próprio da filosofia, 
diferenciando-a de um mero conjunto de teorias desenvolvidas ao longo da história e também de 
um conjunto de temas já trabalhados por diversos autores.
Com a ideia de uma experiência de pensamento, propomos aos alunos a construção de um 
percurso com eles, a partir deles e de suas falas, de sua compreensão, dos problemas que eles 
mesmos são capazes de formular.
Essa abordagem se aproxima de uma abordagem problemática...
...se esta for entendida como a formulação, junto com os alunos, dos problemas de que 
deveremos tratar.
Para indicar como entendemos aqui o termo experiência, vejamos o seguinte trecho... 
Creio que uma das principais forças ligadas ao aporte da filosofia na escola consiste no seu poder 
de abrir o pensamento àquilo que ainda não foi pensado, àquilo que parece impensável. A 
experiência é uma espécie de viagem do pensamento, sem percurso previamente traçado. Como 
se pode ver, é uma lógica bem diferente da lógica da habilidade. Claro que uma experiência de 
pensamento comporta uma série de dimensões ou forças que a filosofia afirma, conotações que 
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/biografias/renato_janine_ribeiro.htm
lhe dão um tom, traçados que lhe imprimem um ritmo: uma experiência de escuta atenta a outro 
pensamento, uma constante insatisfação frente ao que se sabe, uma abertura dinâmica diante 
daquilo que nós não somos ou não pensamos. A experiência não é algo que se possaantecipar, 
mas sim o são os princípios que a acompanham.
Fonte
CEPPAS, Filipe; KOHAN, Walter. Leitores comentam artigo de Renato Janine Ribeiro sobre o ensino 
de filosofia.Jornal da ciência, e-mail 2725, 14 mar. 2005, p. 21.
Propor uma experiência de filosofia ou de pensamento não significa basear-se em alguém que 
tenha mais experiência, mas permitir-se experimentar os caminhos criados e percorridos por seu 
próprio pensamento.
A abertura para essa dimensão do pensamento não significa desprezar tudo o que já foi produzido 
e reconhecido como obra de filosofia na história.
A abertura para essa dimensão do pensamento significa ter a oportunidade, em alguns momentos 
durante o curso, com os alunos, de experimentar suas próprias indagações, de pensar por si 
mesmo livremente.
Essa experiência tem o valor de permitir que os alunos e o próprio professor experimentem pensar por si mesmos.
A escuta, a insatisfação e a abertura são características dessa forma de abordar o pensamento.
Se a escola dá espaço para esse tipo de experiência em sua grade, pensamos que ela é desejável, pois valoriza a 
iniciativa e a capacidade dos alunos de confiar em seu próprio pensamento, propondo a eles que o exerçam, e não 
apenas repitam o que outros já disseram.
 
 
Quem sabe o que pode resultar de tais experiências?
Por outro lado, sabemos que as escolas, de modo geral, opõem resistência a propostas muito abertas como essa. 
Caberá ao professor que queira se aventurar ser capaz de dialogar com as diversas limitações encontradas na 
Pensamos em fechar esta unidade trazendo uma abordagem da filosofia que se paute pelo 
estabelecimento de relações com as outras disciplinas.
O caráter dialógico da filosofia propicia que ela busque parceiros. A filosofia tem o dom de fazer 
amizades.
Por outro lado, a tarefa de interligar, por meio de processos interdisciplinares – ou 
transdisciplinares –, o que se apresenta há tempos fragmentado, não é simples.
Essa tarefa precisa ser planejada com ações de médio e longo prazos, e não pode tornar-se 
responsabilidade da filosofia, pois sua condição de possibilidade é que haja mais flexibilidade na 
disciplinarização do ensino.
É importante refletir sobre as práticas educativas buscando estratégias para minimizar a 
fragmentação disciplinar.
Afinal, não seria tudo parte de um mesmo todo? Os saberes constituídos e aqueles a constituir? A 
construção do conhecimento?
Atualmente, com o retorno da filosofia ao formato de disciplina, vemos, de novo, algumas vozes 
enfatizando a capacidade da filosofia de facilitar essa tarefa...
Referência bibliográfica
RIBEIRO, Renato Janine. Último vôo da andorinha solitária. Artigo publicado em O Estado de 
SP, em 06/03/2005.
Experiências de interligar conteúdos, habilidades, histórias, modos de proceder aprendidos aqui e 
acolá têm se mostrado efetivamente possíveis e férteis...
...especialmente, para os alunos, possibilitando-lhes estabelecer relações, ser mais imaginativos e 
autônomos, isto é, mais produtores do conhecimento.
A contribuição da filosofia pode ir além, pois o problema da fragmentação das disciplinas é parte 
de uma crise de paradigmas na educação que deve procurar ser compreendida de forma global.
A fragmentação dos saberes é um problema mas também é o como e o para que da educação 
básica, do sistema de ensino.
Em seu caráter eminentemente crítico e questionador, a filosofia pode contribuir levando para a 
escola, como uma prática sistemática, o pensar-se a si mesma.
Referência bibliográfica
KOHAN, Walter e CEPPAS, Filipe. Leitores comentam artigo de Renato Janine Ribeiro sobre o 
ensino de filosofia. Disponível em: http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp – Acesso em: 
14/04/2009.
Filósofo argentino, há vários anos trabalhando no Brasil. É pesquisador e professor-titular de 
Filosofia na UERJ. É especializado na área de Filosofia na Infância e Filosofia da Educação .
 As estratégias de inter-relação entre as disciplinas podem ocorrer nos mais variados formatos.
A filosofia também pode se deixar permear por outras práticas e discursos, em uma via de mão 
dupla, principalmente, em um momento em que repensa sua atuação, na construção de sua 
história na Educação Básica...
Referência bibliográfica
KOHAN, Walter e CEPPAS, Filipe. Leitores comentam artigo de Renato Janine Ribeiro sobre o 
ensino de filosofia. JC e-mail 2725, 14/03/2005, p. 21. Disponível em: 
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp – Acesso em: 14/04/2009.
O diálogo investigativo a ser promovido pelo professor em sala de aula deve 
ser capaz de ampliar e aprofundar o conhecim,ento ou os pensamentos de 
seus participantes.
A comunidade de investigação é um conceito utilizado no programa de filosofia para crianças 
de Matthew Lipman.
Ele indica o objetivo de considerarmos a sala de aula não como um lugar de mera transmissão do 
saber, onde os alunos seriam receptores passivos.
O professor não é apenas mais um interlocutor, mas tem a tarefa de...
...orientar a discussão.
...ajudar a mantê-la dentro de certos parâmetros de racionalidade.
...ajudar a conduzir a investigação para que resulte em construção de conhecimento, sem ter, contudo, total domínio sobre os caminhos que ela 
deverá tomar.
Referência bibliográfica
LIPMAN, Matthew. O pensar na educação. Petrópolis: Vozes, 1995.
 
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/biografias/matthew_lipman.htm
Filósofo norte-americano responsável por iniciar crianças no estudo da filosofia. Publicou diversos 
livros sobre filosofia e educação e é um dos profissionais mais respeitados na área.
A comunidade de investigação envolve um modo de conceber o conhecimento.
O trabalho não é pensado como um conjunto de doutrinas já prontas que devem ser simplesmente 
assimiladas pelo estudante.
Ao contrário, embora existam doutrinas e teorias que devam ser conhecidas, em virtude de sua 
importância, devemos reconhecer que tais teorias só foram elaboradas por meio de um processo 
de investigação.
Investigar é...
Fazer perguntas, formular problemas.
Propor respostas ou modos de esclarecer esses problemas
Orientar-se logicamente, racionalmente, seguindo os argumentos aonde eles nos levarem e, com 
isso, possivelm ente, percorrer caminhos ainda desconhecidos do pensamento, para os estudantes 
mas também para o professor.
Ter a capacidade de avaliar suas p´r´[oprias ações e reorientá-las já quie a investigação é um 
processo autocorretivo.
Um processo capaz
 de desenvolvimento, de mudança de estado, de transformação das próprias opiniões e da 
meneira de conceber as coisas.
O diálogo investigativo a ser promovido pelo professor em sala de aula deve ser capaz de ampliar e 
aprofundar o conhecimento ou os pensamentos de seus participantes.
Esses participantes, por sua vez, são considerados seres capazes de ensinar algo uns aos outros ou 
de aprender coletivamente.
 
 
A criação desse 
espaço significa 
que a 
comunidade de 
investigação 
não tem um 
sentido apenas 
cognitivo mas 
também ético e 
político.
A própria 
relação que 
deve ser 
estabelecida 
entre os 
participantes 
para que se crie 
um ambiente 
propício para a 
investigação 
envolve o 
reconhecimento 
do outro com 
alguém que...
...pode me 
ensinar algo, 
que merece ser 
escutado...
...é um parceiro 
na busca de 
compreensão 
da realidade.
O processo da comunidade de investigação pode ser comparado ao processo por que passa um 
júri, um grupo de jurados, ao ter que deliberar para emitir uma sentença sobre um caso em um 
julgamento...
Todo o processo de consideração das provas e dos argumentos de defesa e ataque
A correta compreensão da lei e a verificação de suas ambigüidades.
O julgamento sobre a adequação da lei ao caso.
A resolução das dúvidas sobre os detalhes do processo.
A tentativa de formar uma visão mais completa e unificada do caso, em conjunto com os outros 
membros do júri.
Diferentes linguagens educativas e artísticas podem ser adotadas como estratégias didáticas e 
contribuir para o ensino de filosofiana educação básica.
Nesse sentido, direcionar a prática, buscando alianças com os fazeres artísticos mostra-se como 
uma alternativa, na maioria das vezes, gratificante, especialmente para o ensino da filosofia.
Dessa maneira, a disciplina, que, às vezes, suscita discussões um tanto abstratas, tem muito a 
ganhar em concretude – significação – com o vivido e, até mesmo, clareza ao valer-se de 
diferentes estratégias de ensino-aprendizagem.
Estratégias teatrais, plásticas, musicais, entre inúmeras outras, podem indicar ao docente novas e 
possíveis aberturas, ampliando suas perspectivas na elaboração de suas intervenções 
pedagógicas.
Por isso, a ideia é criar dispositivos que aproximem o ensino de filosofia de formas de estética aplicada.
O objetivo é instigar o interesse do aluno, colocar o indivíduo, o grupo, em cena, trazer cada pessoa para a posição de protagonista e não só de 
coadjuvante-repetidor na produção do conhecimento.
 
Referência bibliográfica
ARISTÓTELES. A poética. São Paulo: Abril Cultural, 1979. (Os Pensadores).
Para aproximar o ensino de filosofia de formas de estética aplicada, é importante...
...utilizar a energia dos corpos.
...explorar o espaço escolar interno e externo.
...dialogar com os meios de comunicação.
...interagir com o bairro, a cidade, levando os alunos a perceberem e exercitarem sua atuação 
também no mundo.
Isso pode se dar por meio de trabalhos com mídia impressa e audiovisual, 
rádio, sites, história em quadrinhos, teatro, apresentações culturais, 
passeios, gincanas, olimpíadas, feiras, além de intervenções ambientais, 
políticas e sociais.
Se aprender a filosofia é aprender a promover avaliações sobre a verdade dos juízos, sobre a 
precisão dos conceitos, a correção dos raciocínios, a justeza dos julgamentos...
...avaliar é, claramente, uma ação vinculada à filosofia, a filosofar, a buscar compreender a 
realidade e não agir apenas por capricho, acaso ou imitação.
 
As avaliações tradicionais procuram verificar se os alunos compreenderam as ideias apresentadas.
Esse modo de avaliar promove, em geral, apenas a repetição do discurso.
O aluno deve ser capaz de dizer o discurso de um outro, e não produzir seu próprio discurso. Ele é colocado na 
situação de imitador e, por isso, será julgado.
Uma avaliação mais condizente com o espírito da criação da voz capaz de filosofar é que o aluno 
seja admitido como um interlocutor na investigação que propomos coletivamente e que, portanto, 
possa e deva produzir e expressar sua própria voz.
A avaliação pode ser mais autoral, e podemos fazer isso de modo simples.
O próprio professor deve tomar a produção de redações, a escrita, como parte de seu trabalho e de seu estudo de 
filosofia, como parte necessária de sua formação – o desenvolvimento da capacidade de escrever filosoficamente.
Do mesmo modo, devemos estimular o professor a tornar-se autor e ser capaz de elaborar seu próprio material 
didático...
...seja por meio da seleção de textos de outros autores, seja por meio da produção de seus próprios textos, de sua 
própria escrita.
 
 
Destacamos, portanto, a importância da experiência da escrita, como anteriormente havíamos mencionado, a da 
experiência da leitura.
 
Sinopse
Em 1959, na Welton Academy, uma tradicional escola preparatória, um ex-aluno – John Keating 
(WILLIAMS) – torna-se o novo professor de literatura, mas logo seus métodos de incentivar os 
alunos a pensarem por si mesmos criam um choque com a ortodoxa direção do colégio, 
principalmente, quando ele fala aos seus alunos sobre a Sociedade dos Poetas Mortos.
Para refletir
Neste módulo, vimos a necessidade de amar o saber. Aprendemos estratégias que podem auxiliar 
o trabalho do professor de filosofia com os alunos do ensino médio.
No trecho selecionado, vimos um professor que usa de estratégias diferenciadas para conquistar a 
atenção e o respeito de seus alunos. Ao assistir à cena, procure refletir sobre...
i. maneiras alternativas de fazer com que os alunos se expressem, e não apenas 
reproduzam um discurso instituído;
ii. a importância de ser ousado ao propor questões;
iii. a necessidade de estabelecer elos com outras disciplinas, a fim de desenvolver a 
criatividade e a formação singular da expressão.
iv. Ficha técnica
DEAD Poets Society = SOCIEDADE dos poetas mortos. Direção: Peter Weir. Intérpretes: 
Robin Williams; Robert Sean Leonard; Ethan Hawke; Josh Charles; Gale Hansen; Dylan 
Kussman Allelon Ruggiero. Estados Unidos: Touchstone Pictures, 1989. 129 min., son., 
color.
v.
Informações: 
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu na cidade do Rio de Janeiro – RJ – em 21 de 
junho de 1839. 
Foi cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e 
ensaísta. 
Internacionalmente conhecido, Machado de Assis é considerado o maior autor da 
Literatura Brasileira, graças a romances como Memórias Póstumas de Brás Cubas, Dom 
Casmurro, entre outros.
Para refletir
O segredo do Bonzo é a narrativa que mostra como uma ideia pode trazer popularidade a 
qualquer homem.
No trecho, vemos como o Bonzo especifica os tipos de homens que podem lidar com o saber 
filosófico. Após a leitura do trecho, procure refletir sobre...
i. quais são os riscos que um professor de filosofia pode correr com relação aos saberes 
filosóficos e em qual deles Bonzo está incorrendo;
ii. qual a definição de filósofo do Bonzo e como ela difere da definição aprendida na 
disciplina;
iii. de que forma Platão demonstrou os saberes de Sócrates e como isso difere dos saberes 
do Bonzo que são mostrados pelo narrador.
Fonte
ASSIS, Machado de. O segredo do Bonzo. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br>. 
Acesso em: 28 jun. 2009
Informações
Almeida Junior (1850-1899), pintor paulista, na fase madura de sua obra, abordou temas 
nacionais, retratando, principalmente, cenas do interior de São Paulo. Ingressou, em 1869, na 
Academia Imperial de Belas Artes e teve aulas com Vitor Meireles. 
Ficou conhecido por ter sido um dos primeiros nomes do academicismo brasileiro a valorizar a 
temática nacional, mais especificamente a paulista.
Para refletir
Tecnicamente, a produção de Almeida Junior pode ser dividida em duas fases – antes e depois de 1882. Na fase 
inicial, sua palheta é sóbria e o modelado simples, com apelo a recursos de luminosidade. Na segunda, sua palheta 
se aclara e se enriquece de novos matizes, tornando sua linguagem plástica mais bem articulada. É o que parece 
acontecer com esta tela que nos leva à hipótese de pertencer à segunda fase de Almeida Junior. 
Neste módulo, lemos sobre o amor ao saber. Observando esta tela de Almeida Junior que nos mostra uma moça que 
parece estar pensando sobre o que estivera lendo, podemos refletir sobre...
i. a importância da experiência da leitura na formação do filósofo e do professor;
ii. os modos como a experiência da leitura deve ser considerada;
iii. a relação que há entre o trabalho da reflexão filosófica e a paciência do conceito.
 
Referência Bibliográfica
JUNIOR, Almeida. Moça com livro. s/d. Óleo sobre tela. 50 x 61 cm. Acervo do Museu de Arte de São Paulo Assis 
Chateaubriand – MASP, São Paulo. 
 
(Os sábios seriam aqueles que detêm o saber, enquanto os sofistas seriam 
os que ensinam a virtude.)
Parei em 
módulo 2 - conhecimento
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http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=1944
Este módulo está estruturado em torno de uma grande área do pensamento filosófico que trata 
do Conhecimento. Apresentaremos a Filosofia como a busca racional da verdade bem como 
discutiremos alguns sentidos em que se podem entender os conceitos de razão, verdade, 
conhecimento, saber e ciência. Apresentaremos conceitos de autores clássicos da Antiguidade à 
Idade Moderna, procurando traçar um percurso básico da cultura científica e racional do Ocidente, 
até o surgimento da ciência moderna. Apesar de distantes no tempo, pretendemos mostrar que os 
conceitos abordados ainda fazem parte de nossas vidase pensamentos.
A filosofia, muitas vezes, é entendida como a busca da verdade.
Podemos identificar, nos primeiros filósofos gregos, entre os séculos VI e V a. C., uma busca pela 
compreensão dos princípios que organizam a natureza...
...ou seja, a phýsis, palavra que está na origem do portuguêsfísica e que indica uma compreensão 
da natureza que é própria dos gregos.
Também podemos falar em princípios que ordenam o cosmos – do grego kósmos, que 
significa ordem e tem a conotação de mundo ordenado.
Essa busca de compreensão da natureza foi talvez a primeira dimensão em que se manifestou o 
pensamento que viria a ser chamado de racional.
O processo de desenvolvimento da filosofia se inicia com o que pode ser chamado de invenção da 
razão.
A busca racional da verdade, portanto, é uma definição mais aproximada da filosofia.
Razão, verdade e conhecimento são três conceitos que atravessam toda a história da filosofia.
São palavras que têm significado para nós e para os estudantes do ensino médio também.
 
Pensamos que a filosofia, com seu repertório de textos que tratam desses conceitos, pode ajudar os alunos e os 
professores a...
...formarem visões mais acuradas, mais amplas e mais profundas do significado dessas palavras tanto em relação 
ao conhecimento escolar quanto em relação à vida e ao cotidiano de todos.
No entanto, não poderemos abordar aqui todas as dimensões da investigação filosófica sobre esses conceitos...
Esses caminhos podem ser significativos no ensino médio, pois abordam termos que usamos no 
cotidiano – saber, linguagem, natureza, verdade –, mas que também têm papel importante na 
história da cultura e das ciências.
Começaremos agora a discutir alguns aspectos do que se vai constituir como razão e do papel que essa atividade – 
ou essa forma de pensamento – pode ter na escola.
 
Afinal, chega a ser banal dizermos que somos racionais.
Mas será que sabemos o que estamos dizendo?
Será que queremos dizer que escolhemos os melhores meios para realizar determinados fins? ou 
queremos dizer também que somos capazes de avaliar os fins?
Será conhecer causas e princípios?
Será ser capaz de formular o conhecimento? mas o que será o conhecimento?
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/verbetes/kosmos_filosofia.htm
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/verbetes/physis_filosofia.htm
Um dos objetivos do ensino médio deve ser buscar a capacidade de elaborar sínteses amplas, 
embora se tenha que ter sempre o cuidado de saber os limites dessas comparações ou 
formulações muito gerais.
Os estudantes costumam enunciar juízos gerais de avaliação sobre o mundo, talvez mais 
baseados em suas paixões e afetos do que em conhecimentos.
Um dos modos de atuação da filosofia no ensino médio pode ser...
...desenvolver a amplitude e a profundidade desses juízos, pela informação e pelo exame dos 
princípios e das condições do pensamento e do conhecimento.
Não temos a ilusão de que seja fácil realizar, de modo significativo e preciso, tanto as grandes 
sínteses sugeridas como a busca da relação entre o conhecimento formal e a experiência dos 
estudantes.
Talvez, diferentemente do que acontece na universidade, a característica do saber no ensino 
médio seja a busca de uma generalidade bem informada, ao invés de uma especialização cada vez 
maior.
...a nós parece evidente que a necessidade de uma visão global do processo social não diz 
respeito unicamente às classes dirigentes, mas a cada cidadão de uma sociedade democrática.
...a especialização dos papéis sociais, na sociedade tecnocientífica, não faz desaparecer, antes 
pelo contrário, intensifica ou cria, a necessidade de um saber global a respeito da sociedade, tal é 
a necessidade das ciências humanas.
<Fonte>
VATTIMO, Gianni. A educação contemporânea entre a epistemologia e a hermenêutica. In: Revista 
Tempo Brasileiro, v. 108 – Interdisciplinaridade. Janeiro-Março de 1992, Rio de Janeiro: Tempo 
Brasileiro, p. 9. 
m dos objetivos do ensino médio deve ser buscar a capacidade de elaborar sínteses amplas, 
embora se tenha que ter sempre o cuidado de saber os limites dessas comparações ou 
formulações muito gerais.
Os estudantes costumam enunciar juízos gerais de avaliação sobre o mundo, talvez mais 
baseados em suas paixões e afetos do que em conhecimentos.
Um dos modos de atuação da filosofia no ensino médio pode ser...
...desenvolver a amplitude e a profundidade desses juízos, pela informação e pelo exame dos 
princípios e das condições do pensamento e do conhecimento.
Não temos a ilusão de que seja fácil realizar, de modo significativo e preciso, tanto as grandes 
sínteses sugeridas como a busca da relação entre o conhecimento formal e a experiência dos 
estudantes.
Talvez, diferentemente do que acontece na universidade, a característica do saber no ensino 
médio seja a busca de uma generalidade bem informada, ao invés de uma especialização cada vez 
maior.
O professor de filosofia deve fazer uma seleção que seja significativa para o trabalho na escola, 
que permita desenvolver temas que encontrem ressonâncias na experiência dos alunos, nas 
outras disciplinas e na cultura contemporânea.
Encontrar esses temas subterrâneos nem sempre é fácil, mas parece ser uma das possibilidades 
da investigação histórica e filosófica.
Será que o modo como pensamos ainda não traz algumas características do modo de pensar 
antigo e medieval?
Será que a modernidade representou uma ruptura absoluta com a tradição?
Essas perguntas parecem sugerir suas respostas, embora a tarefa de dar precisão a elas seja 
complexa.
Ao propor uma relação entre conhecimento e experiência, sugerimos que o professor...
...esteja atento para as falas habituais – suas, de seus colegas de profissão e dos estudantes...
...e realize uma investigação sobre as concepções que podem estar implícitas em muitas delas.
Essa perspectiva sobre o conhecimento presente no cotidiano da escola pode ajudar a tornar os 
temas filosóficos, em geral tidos como muito abstratos, mais significativos no aprendizado dos 
estudantes...
Desse modo, nosso percurso variará entre a busca de informações históricas sobre as teorias de alguns filósofos que 
marcaram épocas e o questionamento sobre as formas de saber presentes na escola e em nossa cultura.
Comparações entre filosofia e outras formas de saber, como mito, religião, senso comum, ciência e arte podem ser 
desenvolvidas a partir das indicações dadas, e nos parecem, pelas razões expostas, um exercício importante a ser 
realizado no ensino médio.
 
Embora a filosofia tenha, de fato, criticado as ideias míticas e religiosas, e tenha construído uma 
noção de razão que pretende se distinguir do pensamento fundado na crença, é preciso considerar 
algumas nuances nesse processo.
Na Antiguidade grega, os mitos constituíam um fundo comum de cultura, e a própria educação dos 
gregos era realizada a partir do conhecimento dos grandes poemas épicos...
...em especial a Ilíada e aOdisseia, de Homero, e aTeogonia, de Hesíodo.
Esses poemas contêm narrativas de feitos originários dos deuses e dos heróis...
...incluindo a criação do próprio mundo e dos homens, além da afirmação de valores próprios da 
vida dos guerreiros, no caso de Homero, e dos pastores e trabalhadores, no caso de Hesíodo, em 
seu poema Os trabalhos e os dias.
Com o surgimento dos primeiros questionamentos filosóficos, aos poucos, elabora-se uma visão 
da natureza em que os fenômenos naturais são explicados a partir de elementos da própria 
natureza, e não mais pela intervenção de forças divinas.
Contudo, é enganoso pensarmos que esse desenvolvimento se deu de modo abrupto, ou que, já 
na Antiguidade, tornou-se comum uma visão ateísta, que é característica de tempos mais 
próximos de nós, a partir do século XVIII.
Aristóteles, no século IV a. C., considerou que os pensadores anteriores a ele deveriam ser 
chamados de fisiólogos, por terem desenvolvido teorias acerca da phýsis, isto é, da natureza.
Eles teriam procurado determinar os primeiros princípiosque explicariam os 
fenômenos da natureza, e esses princípios teriam sido entendidos como as 
causas eficientes dos acontecimentos, segundo a própria teoria aristotélica 
das quatro causas.
Estudos mais recentes mostram que a filosofia propriamente ditaq teria 
encontrado sua primeira formução na obra de Platão.
Os pensadores anteriores a ele, embora já participassem e contribuíssem para um ambiente de 
discussão laico e racional, também evidenciavam, em suas teorias, a permanência de temas 
próprios dos mitos.
Como exemplo, podemos citar a centralidade da água no pensamento daquele que é considerado 
o primeiro filósofo,Tales de Mileto.
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/biografias/tales_mileto.htm
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/verbetes/physis.htm
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/biografias/aristoteles.htm
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/biografias/aristoteles.htm
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/verbetes/os_trabalhos_os_dias.htm
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/biografias/hesiodo.htm
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/verbetes/teogonia.htm
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/biografias/homero.htm
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/verbetes/odisseia.htm
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/verbetes/iliada.htm
A água também tem uma posição importante nas narrativas míticas, seja na forma do Oceano, 
como um rio que circunda as terras e que corre para si mesmo, realizando um movimento circular 
eterno, mais próprio da divindade imortal do que dos movimentos múltiplos dos mortais; seja em 
sua vinculação a rituais gregos e sumérios, onde as águas representam uma das formas do além 
com que os homens devem entrar em contato.
Fonte
DETIENNE, M. Os mestres da verdade na Grécia arcaica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1988, p. 26.
É por força de seu maravilhamento que os seres humanos começam agora a filosofar e, 
originalmente, começaram a filosofar; maravilhando-se primeiramente ante perplexidades óbvias 
e, em seguida, por um processo gradual, levantando questões também acerca das grandes 
matérias, por exemplo, a respeito das mutações da lua e do sol, a respeito dos astros e a respeito 
da origem do universo. Ora, aquele que se maravilha e está perplexo sente que é ignorante (de 
modo que, num certo sentido, o amante dos mitos é um amante da sabedoria (o philomythos é 
um philosophos), uma vez que os mitos são compostos de maravilhas.
Fonte
ARISTÓTELES. Metafísica. 2ª ed. tradução de Valentín Garcia Yebra. Madrid: Ed. Gredos, 1982.
Foi, com efeito, pela admiração que os homens, assim hoje como no começo, foram levados a 
filosofar, sendo primeiramente abalados pelas dificuldades mais óbvias, e progredindo em seguida 
pouco a pouco até resolverem problemas maiores: por exemplo, as mudanças da Lua, as do Sol e 
dos astros e a gênese do Universo. Ora, quem duvida e se admira julga ignorar: por isso, também 
quem ama os mitos é, de certa maneira, filósofo, porque o mito resulta do maravilhoso.
Fonte
ARISTÓTELES. Metafísica: livro I e livro II. Tradução de Vinzenzo Cocco et alii. São Paulo: Abril 
Cultural, 1979. (Coleção Os Pensadores).
De fato, os homens começaram a filosofar, agora como na origem, por causa da 
admiração, na medida em que, inicialmente, ficavam perplexos diante das dificuldades 
mais simples; em seguida, progredindo pouco a pouco, chegaram a enfrentar problemas 
sempre maiores, por exemplo, os problemas relativos aos fenômenos da lua e aos do sol 
e dos astros, ou os problemas relativos à geração de todo o universo. Ora, quem 
experimenta uma sensação de dúvida e de admiração reconhece que não sabe; e é por 
isso que também aquele que ama o mito é, de certo modo, filósofo: o mito, com efeito, é 
constituído por um conjunto de coisas admiráveis.
<Fonte>
ARISTÓTELES. Metafísica. Ensaio introdutório, texto grego com tradução e comentário de Giovanni 
Reale. Tradução: Marcelo Perine. São Paulo: LAristóteles aproxima aquele que ama os mitos 
daquele que ama o saber, isto é, o filósofo.
Em ambos, ocorre a admiração ou o maravilhamento, característica inicial do filosofar. 
Ao experimentarmos uma sensação de dúvida e admiração, reconhecemos um não saber.
oyola, 2001.
A dúvida e a admiração, origem do questionamento, do perguntar, surgem de um estado de não 
saber e provocam seu reconhecimento.
O mito também origina-se daí, pois é um conjunto de coisas admiráveis.
O mito não tem, contudo, a mesma estruturação racional que a filosofia.
Isso não é um defeito em si mesmo, pois, na verdade, o mito não tem os mesmos objetivos que a 
filosofia.
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/biografias/aristoteles.htm
Desse modo, o estudo e o conhecimento dos mitos não devem ser vistos apenas como curiosidade 
ou como estudo de histórias irracionais.
Sob essa aparente irracionalidade, sob as formas múltiplas e, por vezes, incoerentes do mito, encontram-se, 
provavelmente, questões humanas profundas.
 
O mito surge também da admiração r provoca admiração com suas histórias, sendo uma 
expressão da vida humana mais afetiva e imaginativa do que conceitual. No entanto, o mito não 
deixa de ser uma expressão da vida, além de satisfazer a necessidades humanas.
Essas necessidades estão ligadas, ao menos pela origem, à filosofia, ao questionamento filosófico.
A arte também apresenta – por meio da sensibilidade e dos jogos de sentidos – questões 
humanas.
Ela não tem a forma de tratados teóricos ou de argumentações lógicas extensa
Contudo, em seu trabalho sobre as formas, os sons, a linguagem e o corpo, a arte também lida 
com temas importantes para a vida humana e que, muitas vezes, são investigados nas obras 
filosóficas.
Essas características é que levam alguns a considerar a arte, os mitos e as religiões como formas 
de saber, ainda que distintas de um saber estritamente racional. 
Cabe, portanto, questionar O que significará 'saber', nesses casos?
Apesar de esse tema ser polêmico, pensamos que é interessante que o professor, ou o aborde, ou 
se familiarize com ele, pois ele pode surgir a partir de questões e experiências dos alunos.
Fragmento de Arist´teles:
Não é ofício de poeta narrar o que aconteceu: é, sim, o de representar o que poderia acontecer, 
quer dizer: o que é possível segundo a verossimilhança e a necessidade. Por efeito, não diferem o 
historiador e o poeta por escreverem verso ou prosa(...) diferem sim, em que diz um as coisas 
que sucederam e outro as que poderiam suceder. |Por isso a poesia é algo mais filosófico e mias 
sério do que a hist´oria, poi s refere aquela principalmente o universal, e esta o particular. Por 
referir-se ao universal, entendo eu atgribuir a um indivíduo de determinada natureza 
pensamentos e ações que, por liame de necessidade e verossimilahnça, comvèm a tal natureza::e 
ao universal, assim entendido, visa a poesia, ainda que dê nomes às suas personagens. 
(Aristóteles).
O universal não aparece, na arte, por meio de conceitos, mas, de modo geral, é expresso por um tema, objeto, 
personagem particular.
Desse modo, a arte consegue realizar uma síntese entre o particular e o universal.
Por essa característica, podemos considerar a arte como uma espécie de caminho para se chegar à compreensão de 
questões filosóficas.
 
Referência bibliográfica
ARISTÓTELES. A poética. 1451 b. São Paulo: Abril Cultural, 1979. (Os Pensadores).
Que tipo de conhecimento é proporcionado pela história, já que esta se volta para o particular e 
procura descrever a multiplicidade de fatos particulares acontecidos aos homens?
ConsiderandA história, como disciplina intelectual, não foi apenas entendida como narrativa de 
fatos, sejam eles considerados os mais importantes ou os mais variados das sociedades humanas.
A história já foi compreendida como uma ciência, que deve buscar as leis necessárias das 
transformações das sociedades.
Também já se considerou a história como uma investigação que deve buscar...
• a compreensãodas diferentes situações de vida dos seres humanos;
• o entendimento mais acurado dos seres humanos particulares e de seus atos.
o as ideias de Aristóteles, podemos refletir também sobre a história.
A discussão sobre o tipo de conhecimento produzido pela história aproxima-se da discussão sobre 
o caráter das ciências humanas ou sociais...
Devem estas ter seu paradigma de cientificidade nas ciências naturais, buscando a matematização 
e quantificação dos fenômenos?
Ou devem elas buscar outros métodos, mais adequados a seus interesses de estudo?
Como seriam esses outros métodos, e que objetivos eles deveriam perseguir?
É preciso, para desenvolver uma noção ampla de filosofia, considerar o processo de difierenciação 
da razão como uma atividade própria, distinta do pensamento mítico e religioso.
Senso comum é uma expressão que foi, muitas vezes, utilizada pelos próprios filósofos para 
designar o pensamento das pessoas tal como ele ocorre no cotidiano, nas situações comuns da 
vida.
Sua Caracteristica principais podem ser...
.a orientação prática;
.ausência de sistematicidade;
.as crenças herdadas sem justificação racional.
O senso comum representa um conjunto de opiniões que são aceitas de modo geral, sem que 
reflitamos sobre sua justificação ou mesmo sobre sua coerência.
Essas opiniões apresentam-se como aquilo que se diz, aquilo que se fala, como se fosse uma fala 
comum a todos, assumindo um caráter quase inquestionável.
O pronome se indica aí o caráter impessoal do pensamento, sua generalidade, supostamente 
comum a todos.
Contudo, ao ser apresentado como pensamento de todos, o senso comum é, ao mesmo 
tempo, pensamento de ninguém.
O senso comum pode ser entendido também como ideologia, isto é, um discurso que explica e 
justifica as relações sociais, ocultando a exploração ou a opressão que está na base dessas 
mesmas relações.
Atenção: Quando apenas repetimos o que todos falam, ninguém pensa...
O senso comum não deve ser tomado em um sentido exclusivamente negativo.
Afinal, sua orientação prática é um elemento importante para a sobrevivência de todos nós.
Sabemos que nem todos os ditados são aplicáveis a qualquer situação, mas é preciso reconhecer 
– e saber identificar – aquelas situações em que eles são precisamente aplicáveis e revelam sua 
força.
http://nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/pag/biografias/aristoteles.htm
Se o professor não for capaz de reconhecer a razoabilidade de diversas opiniões comuns, tenderá 
a negar a própria experiência dos alunos e o aprendizado que resulta dessas experiências diversas 
e heterogêneas.
No entanto, é claro que não basta reconhecer a razoabilidade.
O trabalho da filosofia consistirá também em avaliar a amplitude e a profundidade dessa 
razoabilidade.
 O senso comum representa também, ao lado de crenças não questionadas e formulações 
ideológicas, uma espécie de sabedoria consagrada pela vida prática, algumas lições ou verdades 
sociais que foram sintetizadas em alguns ditos ou ditados populares.
Unidade 2
A palavra logos teve, inicialmente, significados que mal permitiam prever seu destino de traduzir a 
mais brilhante de todas as conqueistas gregas – a descoberta da razão.
O ambiente social e cultural que se formou na Grécia, no século VI a. C., e teve seu auge em 
Atenas, no século V a. C., foi representativo de mudanças.
Por meio do desenvolvimento das trocas comerciais, associadas a novidades e trocas linguísticas, 
econômicas e políticas, esse ambiente permitiu o aparecimento de um novo tipo de 
questionamento e de discurso sobre a realidade...
...um questionamento que se diferenciava do mito e procurava uma forma de racionalidade ou de 
sabedoria.
Explicando de outro modo, talvez possamos dizer que se tratava de uma forma de questionar, de 
falar e de pensar que significou a própria invenção da razão.
O aparecimento de um novo tipo de questionamento e de discurso sobre a realidade, que se 
diferenciava do mito e procurava uma forma de racionalidade, significou uma transformação da 
própria linguagem que veio a culminar na elaboração da lógica.
Ocorreu, no pensamento grego, um processo de laicização (Significados 
de Laicização :
 18 sobe, 8 desce 
1. Laicização
Por stephany m. (PA) em 27-04-2010
Ato de tornar leigo, ou laico: a laicização dos hospitais, do ensino.
Toda sociedade Laica é aquela que não possui religião e afasta de si os preceitos religiosos. 
A laicizaçãoé o processo pelo qual a sociedade torna-se laica sem incentivos religiosos ou o 
pragamatismo natural das religiões.
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Sinônimos: separação mais... 
Antônimos: junção união mais... 
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 3 sobe, 0 desce 
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http://www.dicionarioinformal.com.br/laiciza%C3%A7%C3%A3o/
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2. Laicização
Por Dicionário inFormal (SP) em 01-09-2009
Separação
laicização do saber : separação entre o saber e a religião
que predominou sobre um fundo mítico, de experiências religiosas.
Uma investigação muito erudita e instrutiva sobre a história da alétheia, palavra grega que costuma ser traduzida como verdade, é encontrada no 
livro de Marcel Detienne – Os mestres da verdade na Grécia arcaica.
Essa investigação mostra como uma palavra mágico-religiosa, própria dos poetas, dos adivinhos e dos reis de justiça, aos poucos, perdeu sua 
importância social, por um processo de laicização.
O resultado desse processo, que desvinculou aalétheia de uma lógica da ambiguidade, foi o aparecimento de um novo termo, a ágora, característica 
da discussão na praça pública, cuja lógica é a da contradição, que proporcionará uma nova compreensão de alétheia.
 
Referência bibliográfica
DETIENNE, Marcel. Os mestres da verdade na Grécia arcaica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1988.
Desenvolveram-se os procedimentos retóricos e os questionamentos filosóficos, que se 
diferenciaram das formulações míticas...
...produzindo sua autonomia como saber ou como discurso.
(Ágora era a praça principal na constituição da pólis, acidade grega da Antiguidade clássica. 
Normalmente era um espaço livre de edificações, onde as pessoas costumavam ir, 
configuradas pela presença de mercados e feiras livres em seus limites, assim como por 
edifícios de caráter público. Enquanto elemento de constituição doespaço urbano, a ágora 
manifesta-se como a expressão máxima da esfera pública na urbanística grega, sendo 
oespaço público por excelência. É nela que o cidadão grego convive com o outro para comprar 
coisas nas feiras, onde ocorrem as discussões políticas e os tribunais populares: é, portanto, o 
espaço da cidadania.

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