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APS – Ciência Política Emilli Vasconcelos da Silva – RA: 6633944 Turma: 003201C02 Princípios Constitucionais do Direito Eleitoral De acordo com os dicionários, “princípios” são o fundamento ou essência de algum fenômeno, o primeiro momento da existência de algo, de uma ação ou de um processo. Sendo assim, os princípios constitucionais do direito eleitoral, tem como função, dar significância ao Direito quanto ciência e a aplicação do Direito pelo Judiciário. Os princípios fundamentais do direito eleitoral são: democracia, Estado Democrático de Direito, soberania popular, republicano, federativo, sufrágio universal, voto, legitimidade, moralidade, probidade e igualdade ou isonomia. · Democracia: regime de governo em que o povo é o verdadeiro detentor do poder político e o exerce de forma: direta, indireta e semidireta. A democracia direta é aquela em que o povo tem exercício direto do poder, sem representantes eleitos, sendo assim, governados também são governantes, como por exemplo, Atenas. Já a democracia indireta, também chamada de democracia representativa, é aquela em que o cidadão exerce o poder indiretamente, por meio de representantes escolhidos. Por fim, a democracia semidireta, ou democracia participativa, é a combinação das democracias analisadas anteriormente, que resulta nos cidadãos exercendo seu poder para escolher uma representação política, como no caso do Brasil, que tem em sua Constituição o artigo 1º, parágrafo único, que dispõe que: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.” · Estado Democrático de Direito: é o Estado que é criado e submetido ao ordenamento jurídico, logo, todos que ele habitam estão sujeitos a Constituição, dotada de supremacia. Apesar dos cidadãos serem submetidos a um ordenamento jurídico, as leis são criadas pelo povo e para o povo, respeito a dignidade humana. São elementos do Estado democrático: o povo, o território e o poder soberano. · Soberania Popular: o Estado é sujeito ao poder político do povo, e responsável pela proteção dos direitos naturais humanos. A teoria da Soberania Popular é o ponto principal de qualquer democracia, visto que, analisa que o poder emana do povo para o povo de forma ascendente (de baixo para cima). · Republicano: representa a forma de governo adotada no país. Como presente no artigo 1º da Constituição: “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos...”. O princípio republicano é mencionado na Carta Constitucional como cláusula pétrea, não podendo ser abolido por meio de emenda constitucional. Além disso, fazem parte desse princípio: o sufrágio universal e o voto, que serão vistos adiante. “§ 4º: Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais.” · Federativo: é o princípio que diz respeito a forma de Estado, no caso brasileiro, a federação que é definida pela união indissolúvel de Estados autônomos sob a égide de uma Constituição. Também considerada uma cláusula pétrea. · Sufrágio Universal: garante os direitos políticos do povo, de votar e ser votado, previstos no artigo 14 da CF: “A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos...” · Voto: instrumento de exercício da soberania popular e do sufrágio. Está relacionado a democracia representativa, em que os cidadãos escolhem os ocupantes dos cargos políticos. O voto possui algumas restrições, encontradas no § 1º do artigo 14: “O alistamento eleitoral e o voto são: I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; II - facultativos para: a) os analfabetos; b) os maiores de setenta anos; c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.” · Legitimidade: visa impedir fraudes que comprometam a vontade popular, ou seja, é o resultado do exercício da soberania popular. “Art. 219. Na aplicação da lei eleitoral o juiz atenderá sempre aos fins e resultados a que ela se dirige, abstendo-se de pronunciar nulidades sem demonstração de prejuízo. Parágrafo único. A declaração de nulidade não poderá ser requerida pela parte que lhe deu causa nem a ela aproveitar.” · Moralidade: divide-se em dois quesitos: moralidade do candidato e do pleito. A moralidade do candidato diz respeito as suas condições morais e éticas, o que leva o eleitor a analisar se o aspirante ao cargo público tem condições para assumi-lo. Já a moralidade do pleito está direcionada a seriedade das eleições como o bem protegido do Direito Eleitoral. Artigo 14 § 9: “Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para o exercício do mandato, considerada a vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.” · Probidade: é o princípio que está relacionado com a integridade de caráter, convivência em sociedade e cumprimento de deveres. Sendo assim, a prática das ações individuais, como a consciência do voto, resulta no desempenho da cidadania. · Igualdade ou Isonomia: iso (igual) + nomos (lei). Deve-se tratar igualmente os cidadãos perante a lei, garantindo que os direitos fundamentais (direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade) não sejam violados. “Art. 5º: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição...” Referências Bibliográficas Teoria Geral do Estado e Ciência Política – João Roberto Gorini Gamba, 2019 Direito Eleitoral – José Jairo Gomes, 2016 Curso de Direito Constitucional Positivo – José Afonso da Silva, 2006
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