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Universidade Federal do Paraná (UFPR) 
 
 
4.3.1.1 Grécia e Roma na Antiguidade ................................................................................................ 1 
4.3.1.2 O mundo medieval ................................................................................................................. 17 
4.3.1.3 O mundo na época moderna .................................................................................................. 29 
4.3.1.4 O mundo ocidental na época contemporânea ........................................................................ 74 
 
 
 
 
 
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O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br 
para dúvidas relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos 
para um bom desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, 
portanto, ao entrar em contato, informe: 
• Apostila (universidade); 
• Disciplina (matéria); 
• Número da página onde se encontra a dúvida; e 
• Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails 
separados. O professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
 
 
 
 
Apostila gerada especialmente para: Walter Mello Mazzini 054.594.089-38
 
1 
 
 
 
Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante 
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica 
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida 
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente 
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores @maxieduca.com.br 
 
Grécia 
 
Situada atualmente na Europa Meridional, entre os mares Jônio, Egeu e Mediterrâneo, a Grécia é um 
país montanhoso, em cuja costa existem muitos golfos e enseadas. A pobreza do solo e o litoral recortado 
com muitas ilhas, contribuiu para que os gregos se tornassem excelentes navegadores, lançando-os à 
conquista de outras regiões mais produtivas. 
 
Diferente do país que conhecemos hoje, no passado a Grécia era formada por diversos territórios que 
se espalhavam pelos mares que a cercavam. O próprio nome Grécia não era utilizado, pois os habitantes 
da região chamavam a Grécia Antiga de Hélade e a si de helenos. Os povos que ali habitavam julgavam-
se autóctones descendentes de Heleno, filho de Deucalião, que havia escapado de um dilúvio provocado 
por Júpiter, pai dos Deuses. Daí o nome de Hélade. 
 
O Povo 
Na verdade a civilização grega resultou numa mistura de diversos povos. 
 
Por volta do segundo milênio a.C., a ilha de Creta, graças ao seu comércio marítimo possuía uma 
civilização bastante complexa. 
 
As comunidades neolíticas das costas do mar Egeu foram muito influenciadas pela metalurgia. O 
comércio de metais e as novas armas conferiram superioridade a alguns povos, provocando mudanças 
em sua organização. 
 
A civilização grega teve suas raízes mais profundas na cultura cretense, desenvolvida nos milênios III 
a.C. e II a.C, baseada na agricultura e em um rico comércio marítimo. 
 
A partir de 2200 a.C, a ilha de Creta adquiriu um papel preponderante na região do mar Egeu. 
Localizada nas proximidades do Egito e da Ásia Menor, seu esplendor se iniciou em torno do ano 2000 
a.C, época na qual a cidade de Cnossos dominava a ilha. 
A sociedade minoica era governada por príncipes, que criaram um império marítimo. Dentre eles 
destacou-se o legendário Minos (o mesmo da lenda do minotauro), que teria construído numerosos 
palácios em Cnossos, a cidade mais importante de Creta. Por isso, a cultura cretense também é 
denominada cultura minoica. 
 
A economia, construída sobre uma base agrícola, evoluiu para o comércio. A aplicação do torno à 
cerâmica e o domínio da metalurgia impulsionaram a exportação e a importação. Além de produtos 
agrícolas, os cretenses exportavam suas manufaturas e importavam matérias-primas: cobre do Chipre e 
estanho da Europa ocidental. Eles eram os intermediários comerciais entre os povos vizinhos. O comércio 
favoreceu o desenvolvimento da vida das pessoas nas cidades. 
 
A arte minoica esteve bastante presente na construção dos palácios e sobretudo na decoração de 
seus interiores. As obras artísticas, que anteriormente tinham apenas inspiração religiosa, sofreram 
mudanças graças às transformações ocorridas na vida e na mentalidade da sociedade. Assim, elas 
deixaram de ter caráter apenas sagrado e passaram a ter sentido próprio, voltadas à simples 
contemplação. Destacam-se as elegantes pinturas em afresco que representavam cenas da vida 
cotidiana. 
 
 
4.3.1.1 Grécia e Roma na Antiguidade 
Apostila gerada especialmente para: Walter Mello Mazzini 054.594.089-38
 
2 
 
Os minoicos utilizavam dois tipos de escrita, Linear A e Linear B. O primeiro ainda não é bem 
conhecido, mas o segundo está ligado à escrita grega. 
 
Atraídos pelo desenvolvimento de Creta, por volta de 1400 a.C, os aqueus invadiram e conquistaram 
a ilha. Contudo, não destruíram a cultura cretense; ao contrário, procuraram assimilá-la e preservá-la, de 
onde surgiu a civilização micênica. 
 
A Civilização Micênica é considerada uma das sociedades mais sofisticadas da cultura grega pela 
grande disseminação artística e pela avançada organização política que via as mulheres com igualdade. 
 
Ela sobreviveu entre os anos de 1600 a.C. e 1050 a.C. com a invasão dos aqueus na Grécia e se 
desenvolveu na ilha de Creta, ao sul do Mar Egeu, após dominarem os pelágios. 
 
Entretanto, ao contrário das civilizações gregas mais antigas que adoravam uma deusa-mãe, os 
micênicos passaram a louvar Poseidon, que eles acreditavam ser o governador máximo da Terra. 
Acredita-se que nesta civilização se dá início às primeiras lendas da Mitologia Grega, pois ao fim deste 
período o deus principal passou a ser Zeus. 
 
O sistema político e econômico era centrado na figura do rei, mas pouco se sabe sobre a hierarquia 
social da época. Alguns especialistas sustentam que, abaixo dos reis, havia uma forte organização militar 
detentora de grandes lotes de terra. Os escravos, trabalhadores livres e comerciantes faziam parte da 
escala social mais baixa. 
 
Os micênicos eram grandes navegadores e construíram embarcações bem mais avançadas que as 
iniciadas pelos minóicos. Este povo, que se caracterizava pelo aspecto guerreiro, construiu barcos de 
carga que eram propícias ao combate. Como armamento, os micênicos começaram a utilizar o ferro e o 
bronze. 
 
Não se sabe ao certo qual foi o real motivo de desaparecimento dessa civilização, mas alguns 
historiadores acreditam que a invasão dos dórios na região de Creta foi o principal motivo. Os dórios 
acabaram com toda a potência marítima iniciada pelos micênicos e a ilha de Creta, que se tornara uma 
das regiões mais desenvolvidas da Grécia, perdeu sua hegemonia com sua divisão em cidades-Estado. 
Os dóricos entraram violentamente na Grécia pouco depois da Guerra de Tróia, por volta de 1100 a.C. 
Eram mais poderosos que os Aqueus do ponto de vista bélico, pois possuíam armas feitas de ferro. Com 
a invasão de Creta as cidades micênicas foram destruídas. 
 
Os dóricos não conseguiram absorver as conquistas micênicas, como a escrita, e a urbanização 
praticamente desapareceu. A Grécia viveu um período conhecido como idade obscura ou período 
Homérico (recebeu este nome por conta das poucas fontes, e sendo as obras Ilíada e Odisseia de Homero 
as principais), do qual se conhece muito pouco. 
 
Com a invasão dórica muitos habitantes fugiram da Península do Peloponeso, essa foi a primeira 
diáspora grega. 
 
A Grécia Primitiva 
A Ilíada e A Odisseia, poemas atribuídos a Homero, nos fornecem muitos conhecimentos sobre a 
Grécia Antiga. 
A Ilíada narraa guerra entre os gregos e os troianos. A causa dessa guerra foi o rapto da bela Helena, 
esposa de Menelau, por Páris, filho do rei de Tróia ou Ileo (daí Ilíada). 
Comandados por Agamenon os gregos atacaram os troianos. 
 
Durante as lutas Aquiles foi o destaque grego enquanto Heitor era o herói troiano. 
 
Protegido pelo deus Hefaísto, que lhe cedera uma armadura impenetrável, Aquiles atacou os troianos 
que fugiram, exceto o corajoso Heitor, que enfrentou Aquiles. Apesar da bravura, Heitor foi morto por 
Aquiles que acabou profanando o seu cadáver. 
 
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O irmão de Heitor, Paris, que jurara vingança, acabou matando Aquiles após feri-lo com uma flecha 
em seu único lugar vulnerável: o calcanhar, daí o termo calcanhar de Aquiles que quer dizer o ponto fraco 
de uma pessoa. 
 
Não conseguindo tomar Tróia pela força, os gregos usaram da astúcia… 
 
Após terem celebrado a paz com os troianos, os gregos enviaram à Tróia um grande cavalo de madeira 
como presente (daí a expressão “presente-de-grego”). Acontece que dentro desse cavalo estavam os 
melhores guerreiros gregos. Estes, já dentro da cidade, abriram as portas para que o exército grego 
liquidasse os troianos que foram apanhados desprevenidos. 
 
Assim que os gregos conquistaram Tróia, após uma guerra de durou 10 anos. 
 
Hoje acredita-se que apesar da aventura contada no obra, os gregos forçaram a invasão a Tróia por 
causa de sua localização estratégica para o comércio marítimo no mar Egeu). 
 
A Odisseia narra as aventuras de Ulisses (ou Odisseu), rei da Ítaca, que após a destruição de Tróia 
procura retornar a sua fiel esposa Penélope, que prometera escolher um noivo, assim que terminasse de 
tecer um manto. Acontece que na esperança da chegada de Ulisses ela desmanchava, à noite, o trabalho 
que fizera durante o dia. 
Finalmente, Ulisses chegou. Disfarçado em mendigo, se dirigiu ao local onde se celebrava a festa em 
honra do deus Apolo. Nesta festa, Penélope propôs que aquele que conseguisse disparar o arco e as 
flechas de Ulisses ela desposaria. Todos tentaram, sem sucesso. 
 
Ulisses, graças à interferência de Telêmaco, seu filho, que sabia de seu segredo, disparou as doze 
flechas. Em seguida venceu os seus adversários e revelou-se a Penélope, que não acreditava ser aquele 
velho esfarrapado o seu esposo. Para contornar a situação, a deusa Atenéia devolveu a Ulisses a sua 
juventude e também a obediência a seu povo. 
 
No final do período homérico, o aumento populacional e a falta de terras acabou desagregando a 
comunidade primitiva. 
 
As terras coletivas foram divididas pelo páter (chefe de família) entre seus parentes mais próximos, 
surgindo dessa forma à propriedade privada e a hierarquização da sociedade em classes distintas. 
 
Dessa forma, de um lado formou-se uma poderosa aristocracia que possuía as melhores terras e 
controlava o poder político, do outro lado os despossuídos que passaram a trabalhar para os aristocratas 
ou se dedicaram ao comércio e ao artesanato. 
Outros ainda acabaram emigrando para novas terras. 
 
Cidades-Estado 
 
A história da Grécia Antiga caracteriza-se pela presença da cidade-Estado (pólis). Havia ao todo cerca 
de 160 cidades-Estado na Grécia, todas elas soberanas, com destaque para Atenas e Esparta. A 
independência dessas cidades resultou de vários fatores: o relevo montanhoso, que dificultava as 
comunicações terrestres; o litoral recortado e as numerosas ilhas existentes no Mar Egeu, que 
estimulavam a navegação; a ausência de uma base econômica interna sólida, que poderia aglutinar os 
gregos em um Estado-nação. Contudo, os gregos passaram por um processo de dispersão que os levou 
a fundar numerosas colônias no litoral do Mediterrâneo e do Mar Negro. Essas colônias vieram a tornar-
se outras tantas cidades-Estado, de forma que não se estabeleceu uma unidade política entre elas. 
Entretanto, como havia unidade cultural (identidade de língua, etnia, religião e costumes), podemos falar 
em um Mundo Grego, mas não em um Império Grego. 
 
Nessa época, os gregos viviam em pequenas comunidades agrícolas autossuficientes — os genos – 
cujos membros eram aparentados entre si e obedeciam à autoridade de um pater familias. A propriedade 
da terra era coletiva. O sistema gentílico desintegrou-se quando o crescimento demográfico tornou 
insuficiente a produção dos genos. Os parentes mais próximos do pater familias (os eupátridas) 
apropriaram-se das terras, transformando-as em propriedade privada; quanto aos parentes mais 
afastados, estes se transformaram em camponeses sem terra ou então emigraram. Separando-se dos 
Apostila gerada especialmente para: Walter Mello Mazzini 054.594.089-38
 
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camponeses, os eupátridas passaram a morar em locais fortificados que, com o correr do tempo e o 
desenvolvimento do comércio, deram origem às pólis. 
 
Constituída por um aglomerado urbano, abrangia toda a vida pública de um pequeno território e 
geralmente encontrava-se protegida por uma fortaleza. Compreendia a totalidade dos cidadãos, exceto 
os escravos, metecos e membros de populações subjugadas e distinguia-se de outras cidades pelo nome 
dos seus habitantes. 
 
A criação da pólis foi favorecida pelo progresso da agricultura, do comércio e pelo aparecimento da 
indústria têxtil, bem como pela intensificação da vida política. Quando os habitantes de povoações 
disseminadas transferiram a sua residência para perto das fortalezas, a acrópole se converteu no centro 
político da pólis. 
 
A pólis era uma organização social constituída por cidadãos livres que discutiam e elaboravam as leis 
relativas à cidade. Dentro dos limites de uma pólis ficavam a Ágora e a Acrópole, além dos espaços 
urbano e rural. A agricultura era a base da economia da pólis. 
 
A Ágora era uma grande praça pública, um espaço onde os cidadãos se reuniam para atividades 
comerciais, discussões políticas e manifestações cívicas e religiosas. 
 
A Acrópole era uma fortificação onde estavam os monumentos, os templos e os palácios dos 
governantes. 
 
Atenas e Esparta foram as pólis com maior reconhecimento através dos tempos, com fama até os dias 
atuais. 
 
Esparta 
 
Esparta localizava-se na região da Lacônia, que ocupava a parte sudeste da Península do Peloponeso, 
ao extremo sul da Grécia, sendo uma das primeiras cidades-Estado. Foi fundada pelos dórios, por volta 
do século IX a.C., após a submissão dos aqueus. 
 
Durante o Período Homérico, os dórios vivenciaram o sistema gentílico, como as demais regiões da 
Grécia. Nesse período, as terras que haviam sido conquistadas aos aqueus foram distribuídas entre os 
guerreiros, que as trabalhavam coletivamente, sob um regime patriarcal. No século VII a.C., em razão da 
escassez de terras e do crescimento da população dória, teve início a expansão vitoriosa sobre a Planície 
Messênia; os messênios foram reduzidos à condição de escravos. Esse fato promoveu profundas 
alterações na estrutura econômica e fundiária de Esparta. As propriedades coletivas desapareceram, 
cedendo lugar a uma vasta propriedade estatal, denominada de terra cívica — as terras centrais e mais 
férteis da planície. 
 
Essas terras foram divididas em cerca de 8.000 lotes, que foram distribuídos aos guerreiros dórios, 
detentores da posse útil da terra cívica. Recebiam também cerca de seis escravos para realizar os 
trabalhos. As terras periféricas foram divididas entre os aqueus, que detinham a propriedade privada 
sobre a terra, podendo vendê-la ou dividi-la. 
 
A conquista da Planície Messênia promoveu uma reestruturação social em Esparta. Basicamente, 
após a conquista da Planície, a sociedade era composta de esparciatas (cidadãos e guerreiros de origem 
dória, que constituíam a camada social superior e recebiam educação militar), periecos (aqueus, 
habitantes da periferia, que, apesar de serem homens livres, não eram considerados cidadãos) e hilotas 
(escravos). A sociedade era estamental,rigidamente hierarquizada e sem mobilidade social. 
 
Até o século VII a.C., a legislação de Esparta—Grande Retra — estabelecia que o governo deveria ser 
exercido por dois reis (diarquia), por um conselho e por uma assembleia. A sucessão ao trono era 
hereditária e duas famílias dividiam o poder: os Ágidas e os Euripôntidas. O Conselho, denominado 
Gerúsia, era formado pelos homens idosos e tinha um caráter apenas consultivo. A Assembleia, Ápela, 
era o órgão mais importante, e os cidadãos tomavam as decisões finais sobre todos os assuntos. A 
Constituição e a organização política eram praticamente imutáveis, pois eram atribuídas à lendária figura 
de Licurgo, personagem histórica que, por ter um caráter divino, imprimia essa divinização às normas por 
Apostila gerada especialmente para: Walter Mello Mazzini 054.594.089-38
 
5 
 
ele criadas. Com o processo de conquista da Planície Messênia concluído no século VII a.C., as 
transformações políticas foram proporcionais às mudanças socioeconômicas. O governo passou por uma 
transformação conservadora e mais uma vez essas alterações foram atribuídas a Licurgo. Esparta adotou 
a oligarquia como forma de governo. A antiga Gerúsia passou a monopolizar o poder e, nesse momento, 
compunha-se de 28 gerontes (cidadãos com mais de 60 anos), com poderes vitalícios. 
 
O Poder Executivo passou a ser exercido pelos éforos, cinco magistrados escolhidos pelos gerontes, 
com o mandato de um ano. A antiga Ápela aprovava as leis apenas por aclamação, correspondendo, 
nesse contexto, a um órgão formal de decisões políticas, de caráter meramente consultivo. A diarquia 
continuou a existir, mas os seus poderes políticos foram esvaziados, restando-lhe o exercício do poder 
sacerdotal e as atribuições militares. O caráter conservador de Esparta resultou da preocupação da 
minoria esparciatas em manter a maioria hilota subordinada. Daí o militarismo do estamento dominante, 
a xenofobia (aversão ao estrangeiro) e o laconismo (forma sintética de expressão), que sufocavam o 
surgimento de ideias e restringiam o espírito crítico. 
 
A educação espartana estava voltada para a guerra, moldando os homens, desde crianças, que se 
preparavam para tornar-se soldados. 
 
Esse processo de formação militar começava quando ainda criança, quando um grupo de anciãos 
observava as crianças, que não poderiam ter problemas físicos e de saúde. Caso a criança fosse 
completamente saudável ela ficaria sob a guarda da sua mãe até os sete anos de idade; após, quem se 
tornaria responsável pela criança era o próprio Estado. 
 
Assim, ao sete anos, a criança “entrava” para o exército onde permaneceria até seus doze anos de 
idade, quando receberia alguns ensinamentos para que conhecesse a dinâmica do estado Espartano e 
principalmente as tradições de seu povo, e após esses ensinamentos entrariam de fato em um 
treinamento militar. 
 
Aprendiam a combater com eficácia, eram testados fisicamente e psicologicamente, além de 
aprenderem a sobrevivência em condições extremas e diversas, e principalmente aprendiam a obedecer 
seus superiores. Se por algum acaso esses jovens soldados não conseguissem completar essas missões 
pela qual eram submetidos, ocorriam punições. 
 
O teste final na vida do soldado espartano era realizado aos seus 17 anos. Esse teste era conhecido 
como Kriptia e funcionava como um jogo, onde os soldados escondiam de dia em campo para ao 
anoitecer, saírem a caça do maior número de escravos (hilotas) possíveis. 
 
Passando por esses processos de seleções o jovem espartano já poderia integrar oficialmente os 
exércitos e teria direito também a um lote de terras. 
Aos trinta anos de idade o soldado poderia ganhar a condição de cidadão e isso o dava o direito de 
participar de todas as decisões e leis que seriam colocadas na mesa pela Apela, e aos sessenta anos o 
indivíduo poderia sair do exército podendo integrar a Gerúsia. 
 
Atenas 
De origem jônica, Atenas se apresentou como um padrão para o desenvolvimento para outras cidades-
estados gregas. A região cercada de montanhas, foi poupada de uma ocupação dos Dórios. Ao lado de 
Esparta, a cidade de Atenas é caracterizada como um modelo a ser seguido, isso pois, nessa cidade 
aconteceu a formação e o desenvolvimento da Democracia. Essa palavra em sua origem representa: 
DEMO (povo) KRATOS (poder), ou seja, poder do povo. A Democracia é até hoje o regime político 
utilizado na maioria dos países Ocidentais, inclusive no Brasil. 
 
Em 621 a.C, o legislador Drákon foi o encarregado de escrever as primeiras leis escritas em Atenas, 
codificou portanto as antigas leis conhecidas pela tradição oral. Nada mudou em relação à legislação, os 
eupátridas continuavam sendo os que detinham os maiores direitos políticos, por isso, aconteceram em 
Atenas várias manifestações dos Thetas (camada social marginalizada, camponeses, servos...) que 
queriam participar da política ateniense, lutando principalmente contra a escravidão por dívida que ainda 
existia em Atenas. 
 
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Somente em 594 a.C. com o legislador Sólon, aconteceram reformas políticas em Atenas mais 
próximas dos interesses dos Thetas. Sólon decretou a lei seisachtéia, a proibição da escravidão por 
dívida, além de determinar o confisco de terras dos eupátridas e uma divisão de terras para as famílias 
mais pobres, isso resultou numa grande paz e estabilidade social. No plano jurídico decretou a eunomia, 
a igualdade de todos perante a lei. Essa reforma foi decisiva para o desenvolvimento de um sentimento 
democrático em Atenas. 
 
A Democracia em Atenas passaria ainda por algumas reformas, o que aconteceu em 507 a.C com o 
legislador Clístenes, que recebeu o título de “pai da democracia”. 
 
Educação 
Na antiguidade, a cidade-estado grega de Atenas destacou-se nas áreas de artes, teatro, literatura e 
outras atividades culturais. Desta forma, a educação ateniense refletiu os anseios e valores desta 
sociedade. 
 
A educação ateniense tinha como objetivo principal à formação de indivíduos completos, ou seja, com 
bom preparo físico, psicológico e cultural. 
 
Por volta dos sete anos de idade, o menino ateniense era orientado por um pedagogo. Na escola, os 
jovens estudavam música, artes plásticas, Filosofia, etc. 
 
As atividades físicas também faziam parte da vida escolar, pois os atenienses consideravam de grande 
importância a manutenção da saúde corporal. 
 
Já as meninas de Atenas não frequentavam escolas, pois ficavam aos cuidados da mãe até o 
casamento. 
 
Cidadania e democracia na antiguidade 
 
Comumente consideramos como antiguidade o período que vai do surgimento da escrita, por volta de 
3000 a.C na Mesopotâmia, até a queda do Império Romano do Ocidente, no ano de 476 d.C. Diferentes 
povos se desenvolveram na Idade Antiga, entre elas as civilizações do Egito, Mesopotâmia, China, as 
civilizações clássicas como Grécia e Roma, os Persas, os Hebreus, os Fenícios, além dos Celtas, 
Etruscos, Eslavos, dos povos germanos (visigodos, ostrogodos, anglos, saxões,) entre outros. Ela surge 
como um período histórico de fundamental importância, destacadamente por suas criações e legados, 
muitos dos quais lançaram as bases para a construção de muitas sociedades atuais. 
 
Além de ser o período do surgimento da escrita, a antiguidade também viu nascerem os jogos 
olímpicos, a organização do conhecimentos, o surgimento de diversas cidades e a criação do Estado 
enquanto instituição capaz de regulamentar o convívio entre os homens. A partir de então, o crescente 
nível de complexidade das civilizações comportou também o fortalecimento das relações políticas. 
 
Política 
Os sistemas de governo na Antiguidade estavam baseados em elementos teocráticos, ou seja, 
sustentados por uma visão religiosa e dominado por uma pequena elite política. O Faraó no Egito era 
visto como um enviado dos deuses, e, em alguns casos, como uma reencarnação divina. Nos povos 
mesopotâmicos,assim como em grande parte das demais civilizações do período, eram frequentes as 
interferências do sacerdote em assuntos políticos. 
 
O exemplo de Esparta 
Até o século VII a.C., a legislação de Esparta —Grande Retra — estabelecia que o governo deveria 
ser exercido por dois reis (diarquia), por um conselho e por uma assembleia. A sucessão ao trono era 
hereditária e duas famílias dividiam o poder: os Ágidas e os Euripôntidas. 
 
O conselho, denominado Gerúsia, era formado pelos homens idosos e tinha um caráter apenas 
consultivo. A Assembleia, Ápela, era o órgão mais importante, e os cidadãos tomavam as decisões finais 
sobre todos os assuntos. 
Apostila gerada especialmente para: Walter Mello Mazzini 054.594.089-38
 
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A Constituição e a organização política eram praticamente imutáveis, pois eram atribuídas a lendária 
figura de Licurgo, personagem histórica que, por ter um caráter divino, imprimia essa divinização às 
normas por ele criadas. 
 
Com o processo de conquista da Plante Messênia concluído no seculo VII a C., as transformações 
políticas foram proporcionais às mudanças socioeconômicas. O governo passou por uma transformação 
conservadora e mais una vez essas alterações foram atribuídas a Licurgo. Esparta adotou a oligarquia 
como forma de governo. A antiga Gerúsia passou a monopolizar o poder e, nesse momento, compunha-
se de 28 gerontes (cidadãos com mais de 60 anos), com poderes vitalícios. O Poder Executivo passou a 
ser exercido pelos éforos, cinco magistrados escolhidos pelos gerontes, com o mandato de um ano. A 
antiga Ápela aprovava as leis apenas por aclamação, correspondendo, nesse contexto, a um órgão formal 
de decisões políticas, de caráter meramente consultivo. A diarquia continuou a existir, mas os seus 
poderes políticos foram esvaziados, restando-lhe o exercício do poder sacerdotal e as atribuições 
militares. O caráter conservador de Espana resultou da preocupação da minoria esparciata em manter a 
maioria hilota (escravos) subordinada. Daí o militarismo do estamento dominante, a xenofobia (aversão 
ao estrangeiro) e o laconismo (forma sintética de expressão), que sufocavam o surgimento de ideias e 
restringiam o espirito crítico. 
 
A sociedade espartana era composta de esparciatas (cidadãos e guerreiros de origem dória, que 
constituíam a camada social superior e recebiam educação militar), periecos (aqueus, habitantes da 
periferia, que, apesar de serem homens livres, não eram considerados cidadãos) e hilotas (escravos). 
 
A sociedade era estamental, rigidamente hierarquizada e sem mobilidade social. 
 
A política nos exemplos citados possui uma maneira de organização pautada na hierarquia e na 
participação de um seleto grupo de pessoas, que governavam e mantinham o poder através da 
justificativa divina e também familiar. 
 
Apesar do caráter oligárquico da política na Antiguidade, algumas experiências merecem destaque 
por mudarem esse cenário, aumentando a participação da população nos assuntos políticos. 
 
A democracia em Atenas 
A democracia, governo do povo (demo = povo, cracia=governo), foi implantada em Atenas, por volta 
de 510 a.C., quando Clístenes comandou um revolta contra o último tirano que governou a cidade-estado. 
As reformas políticas adotadas por Clístenes visavam a resolver os graves conflitos sociais decorrentes 
da estratificação social em Atenas. 
 
O regime político democrático instituído por Clístenes tinha por princípio básico a noção de que “todos 
os cidadãos têm o mesmo direito perante as leis”. 
 
E quem eram os cidadãos? 
Somente os homens atenienses maiores de 21 eram considerados cidadãos, ou seja, eram 
excluídos da vida política as mulheres, os estrangeiros, os escravos e os jovens. A democracia de Atenas 
era, dessa forma, elitista, patriarcal e escravista, porque apenas uma pequena minoria de homens 
proprietários de escravos poderia exercê-la. 
 
Os cidadãos participavam da Assembleia do Povo, órgão de decisão que ficava a cargo de aprovar 
ou rejeitar os projetos apresentados para a cidade. Esses projetos eram elaborados pelo Conselho dos 
Quinhentos, um conjunto de 500 cidadãos eleitos anualmente. Após serem aprovados pela Assembleia 
do Povo, os projetos eram executados, em tempos de paz, pelos estrategos. 
 
A democracia ateniense acabou por volta de 404 a.C., quando a cidade-estado foi derrotada por 
Esparta na Guerra do Peloponeso, voltando a ser governada por uma oligarquia. 
 
 
 
 
Apostila gerada especialmente para: Walter Mello Mazzini 054.594.089-38
 
8 
 
Império Romano1 
 
Uma breve introdução 
 
Recebe o nome de Império Romano (em latim, Imperium Romanum) o estado existente entre 27 a.C. 
e 476 d.C. e que foi o sucessor da República Romana. De um sistema republicano semelhante ao da 
maioria dos países modernos, Roma passa a ser governada por um imperador vitalício, e que em 395 
dividirá o poder com outro imperador baseado em Bizâncio, (depois rebatizada Constantinopla e 
atualmente Istambul). Foi em sua fase imperial (por volta de 117 d.C.) que Roma acumulou o máximo de 
seu poder e conquistou a maior quantidade de terras de sua história, algo em torno de 6 milhões e meio 
de quilômetros quadrados, um território do tamanho do Brasil, sem os estados do Pará e Mato Grosso. 
 
O império tinha por característica principal uma estrutura muito mais comercial do que agrária. Povos 
conquistados eram escravizados e as províncias (regiões controladas por Roma) eram uma grande fonte 
de recursos. O primeiro imperador foi Otávio, entre 27 a.C. a 14 d.C. Antes, porém, é importante citar 
Júlio César, que com suas manobras políticas acabou por garantir seu governo vitalício, entre 49 a.C. até 
seu assassinato em 44 a.C. Apesar de não ser considerado imperador, César foi o verdadeiro responsável 
pela consolidação do regime; prova disso é que todos os seus sucessores passam a receber o título de 
"césar", e seu perfil é incluído em meio ao dos imperadores romanos na histórica obra "As Vidas dos 
Doze Césares", de Suetônio. 
 
O Império Romano foi governado por várias dinastias: 
Dinastia Júlio-Claudiana (de 14 a 68) 
Dinastia dos Flávios (de 69 a 96) 
Dinastia do Antoninos (de 96 a 192) 
Dinastia dos Severos (de 193 a 235) 
 
A religião politeísta romana, em muitos aspectos similar à da Grécia antiga foi a principal do Estado 
durante boa parte de sua história, até 313, quando o imperador Constantino institui o Edito de Milão, que 
tornaria o cristianismo religião oficial do império até o seu final. Em 395, o imperador Teodósio divide o 
império, estabelecendo uma duarquia, com um imperador em Roma, responsável pela metade ocidental 
e outro em Bizâncio, responsável pela metade oriental do império. 
 
Por volta do século III, inicia-se a lenta decadência do Império Romano, devido à corrupção dentro do 
governo e os gastos com luxo, o que drenava os investimentos no exército. Com o fim das conquistas, 
diminui o número de escravos, e há uma queda na produção agrícola. Isso gerava por sua vez um menor 
pagamento de tributos das províncias. As constantes pressões do bárbaros, aliados aos problemas já 
citados culminam com o fim do Império Romano do Ocidente, em 476. 
 
De acordo com a leitura de muitos historiadores, porém, o Império Romano só chegou de fato ao seu 
fim em 1453, com a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos. Isto porque, apesar de ser 
conhecido nos manuais de história como Império Bizantino (império cuja capital é Bizâncio), seu nome 
oficial era Império Romano, e seus cidadãos geralmente se denominavam romanos, apesar da religião 
estatal ser a ortodoxa grega e a língua oficial ser o grego. Aliás, o adjetivo "romano" permaneceu na 
língua grega com o mesmo sentido até mesmo depois da unificação grega em 1821. 
 
Império Romano - A desintegração: Divisão e invasões bárbaras2 
 
(Veremos aqui alguns eventos e personagens anteriores ao período imperial (oficialmente falando) 
mas que marcaram a história de forma a não existir maneiras de não abordá-losquando falamos em 
Roma. Alguns desses personagens, como falamos de César acima, apesar de nunca usarem o título de 
imperador, tiveram muito mais poder sobre Roma do que alguns imperadores já no período do Baixo 
Império (235 – 476). 
 
 
 
 
 
1 http://www.infoescola.com/historia/imperio-romano/ 
2 http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/imperio-romano---a-desintegracao-divisao-e-invasoes-barbaras.htm 
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A ascensão dos militares 
 
Com as vitórias do exército, os chefes militares conquistaram prestígio e começaram a ganhar 
popularidade (competindo com o Senado). 
 
Mário foi o primeiro a se destacar nessa área. Com fama após conquistar vitórias sobre a Numídia no 
norte da África, no ano de 106 a.C., foi eleito cônsul no ano seguinte. Uma figura que já era amada por 
soldados, principalmente de sua legião, Mário fez muito pelo exército romano. Foi ele quem instituiu o 
pagamento de solto aos soldados, permitiu que eles participassem dos espólios de guerra lhes deu o 
benefício de receber terras como prêmio após 25 de serviços. 
 
Foi reeleito cônsul várias vezes (o que não era permitido) e suas medidas desagradavam os 
conservadores do senado. Morre em 82 a.C., (segundo dizem, com “aprovação” do Senado e deu seu 
maior rival militar na época, Sila). 
 
Após da morte de Mário, Sila impõe uma ditadura em Roma e governa até 78 a.C. 
 
César, Crasso e Pompeu 
 
Crasso e Pompeu surgem também se aproveitando do prestígio militar. Após o governo de Sila, várias 
revoltas ameaçaram o território romano, o que exigiu grandes campanhas militares. 
 
Crasso foi responsável pela vitória contra Espártaco (líder da maior revolta de escravos do mundo 
antigo). 
 
Pompeu venceu uma rebelião popular comandada por Sertório na Península Ibérica entre os ano de 
78 e 72 a.C. 
 
César, que era sobrinho de Mário, vivenciou o melhor período e a queda do tio contra Sila e sofreu as 
consequências por isso, começou a ganhar prestígio ligado ao partido popular (no qual Mário sempre 
teve maior aproximação). 
 
Em 60 a.C. Crasso, Pompeu e César foram eleitos senadores e se uniram (cada qual com seu 
interesse) em um governo chamado de Primeiro Triunvirato. 
 
Logo após a criação do Triunvirato, César parte com suas legiões para a Gália, com o intuito de 
consolidar a conquista romana no território, e como sabia, aumentar o próprio prestígio através das 
conquistas militares. 
 
Com a morte de Crasso, César e Pompeu iniciam a disputa pelo poder. Pompeu se aproveitou de sua 
influência dentro do senado (e do fato de César ainda estar na Gália) para que obtivesse o título de cônsul 
com plenos poderes. E com o aval do senado ordena que César desmobilize suas legiões e retorne a 
Roma. 
 
César se recusa a obedecer as ordens de Pompeu e do senado e de forma rápida marchou com suas 
legiões contra Roma (49 a.C.) com o discurso de que agora havia uma ditadura contra o povo governando 
a cidade. Pompeu e seus aliados (grande parte dos senadores romanos) fogem para o oriente. César os 
persegue até vencê-los na Grécia, e a seguir conquista o Egito, que foi transformado em protetorado 
romano. 
 
Retornando para Roma em triunfo, César foi proclamado ditador perpétuo. Em seu governo, promoveu 
a construção de obras públicas, reorganizou finanças, fundou colônias e distribuiu terras. 
 
Estendeu o direito de participação política aos habitantes das províncias conquistadas em uma 
tentativa de unificar o mundo romano. 
 
Com um exército que o amava e com o apoio da plebe, Júlio César concentrava todo o poder em suas 
mãos (o que descontentava o senado). 
 
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Uma conspiração de senadores faz com que César seja assassinado em 15 de março de 44 a.C. 
 
Os herdeiros políticos de César 
 
Com a morte de César, a disputa pelo poder ficou entre Marco Antônio (general popular e amigo de 
César desde as campanhas na Gália) e Otávio (sobrinho de César e filho adotivo, uma vez que César 
não teve filhos homens e em testamento deixa seus bens para Otávio e para o Povo de Roma). 
 
Marco Antônio e Otávio se juntam a Lépido (um rico banqueiro romano) e forma o Segundo Triunvirato, 
que teve apenas cinco anos de duração. 
 
Os três dividiram o território romano entre si, e levados por Marco Antônio e Otávio, eliminam todos os 
conspiradores da morte de César. 
 
Após isso Otávio e Marco Antônio passam a brigar pelo poder e Otávio o vence em 31 a. C. Ao retornar 
a Roma, Otávio recebe os títulos de primeiro cidadão (Princeps), divino (Augusto) e supremo (Imperator). 
Augusto, como passou a ser chamado, se tornou o primeiro imperador de Roma. 
 
 
Território romano em seu auge. 
 
 
Mapa extraído de "Acetato 7", História 7, Porto Editora 
 
O Baixo Império 
 
O desguarnecimento do limes (ou fronteiras) tornava-se ainda mais grave naquelas regiões onde as 
fronteiras naturais do Império (desertos, montanhas, oceano) eram mais frágeis. E essa fragilidade 
mostrava-se mais acentuada na fronteira do Império com a vasta região conhecida como Germânia, a 
qual tinha como fronteira básica os rios Reno e Danúbio. 
 
A região conhecida pelos romanos como Germânia abrigava uma série de povos, genericamente 
chamados de germânicos, como francos, vândalos, visigodos, ostrogodos, anglos, saxões, jutos, hérulos, 
burgúndios, lombardos e vários outros. Tais povos representavam um potencial numérico muito grande e 
uma ameaça efetiva ao Império, notadamente num quadro de retração do seu poderio militar. 
 
 
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Tetrarquia e divisão do Império 
 
A crise econômica teve também uma clara manifestação administrativa. A redução da arrecadação 
gerou uma queda no número de funcionários do Estado, tornando a administração mais difícil, 
principalmente nas províncias mais distantes de Roma. 
 
Numa tentativa de sanar esse problema, o imperador Diocleciano dividiu o Império em duas partes: o 
Ocidente, com capital em Roma, e o Oriente, com capital em Bizâncio, às margens do mar Negro. Em 
cada uma dessas partes havia um imperador, com o título de Augusto, e um outro governante para as 
regiões mais distantes, com o título de César. Por contar com, na verdade, 4 governantes, essa forma de 
divisão foi chamada de Tetrarquia. 
 
A Tetrarquia durou pouco tempo. Já no início do século 4, o imperador Constantino reunificou o 
Império. Entretanto, como o risco de invasão fosse maior na parte ocidental, ele transferiu a capital para 
Bizâncio, mais protegida e, na época, mais rica. Ali, ele ergueu uma cidadela para servir de sede ao 
governo, dando a ela o nome de Constantinopla, nome que, durante séculos, acabou designando toda a 
cidade. 
 
Durante o século 4, o Império manteve-se unificado, com sua sede em Constantinopla. No final do 
século, o imperador Teodósio estabeleceu, em 395, a divisão definitiva: Império Romano do Ocidente, 
com capital em Roma, e Império Romano do Oriente, também chamado de Império Bizantino, com capital 
em Constantinopla. 
 
Decadência e êxodo urbano 
 
Ao mesmo tempo em que o Império se debatia com toda a sorte de dificuldades administrativas e 
militares, os aspectos econômico e social da crise iam gerando uma nova realidade. O declínio do 
comércio gerava uma decadência de toda a atividade urbana. E a incapacidade crescente do Estado 
romano de manter a ordem e a paz internas transformava as cidades em alvo de ataques e saques. Outro 
elemento era a impossibilidade de manter a política de concessão de alimentos à plebe miserável, 
tornando impossível sua permanência em Roma. 
 
Esses elementos vão gerar um processo de êxodo urbano. A grande massa que sai das cidades para 
o campo vai passar a viver e trabalhar naqueles mesmos latifúndios em que, até então, utilizava-se a 
mão-de-obra escrava. O declínioda escravidão abria espaço, portanto, para o trabalho plebeu, mas em 
condições significativamente diferentes. 
 
Tais latifúndios continuavam com sua mesma extensão, sendo necessário que várias famílias 
vivessem e trabalhassem dentro de uma mesma propriedade. Assim, a paisagem rural do Império, 
notadamente no ocidente, passou a se caracterizar por um tipo de propriedade à qual os romanos davam 
o nome de vilas, nas quais várias famílias de trabalhadores vivem e trabalham numa terra que não lhes 
pertence. 
 
Bases do feudalismo 
 
Esse processo de ruralização apresentava outras características. Esses trabalhadores, apesar de 
serem livres, não eram proprietários da terra. Ao mesmo tempo, a escassez de moedas inviabilizava o 
pagamento de salários. Dessa forma, a única possibilidade de vida para esses trabalhadores era extrair 
da terra o seu sustento, entregando ao proprietário um excedente - como forma de pagamento pelo uso 
da terra. São os primeiros rudimentos econômicos do feudalismo, já presentes na crise do Império. 
 
Ao lado desses elementos, outra realidade se desenrolava. Desde o início do século 3, o Império havia 
adotado a política de permitir que tribos bárbaras se instalassem dentro das suas fronteiras. Essa relação 
estabelecia-se com o Império cedendo a essas tribos terras, chamadas pelos romanos de feudus. 
 
Esses bárbaros eram admitidos na condição de colonos, segundo a qual, em troca da terra, eles se 
comprometiam a cultivá-la, pagar tributos ao Império e, por lei, estar presos à terra, não podendo deixá-
la. Isso se explica pela necessidade romana de usar esses povos para a própria defesa das regiões 
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fronteiriças. Tanto que esses bárbaros eram também considerados como federados ao Império, termo 
que tinha uma conotação de aliados militares. 
 
Quando a crise no interior do Império agravou-se, no final do século 3, com Roma cada vez mais 
dependente da produção agrícola, o regime de colonato foi estendido para as próprias populações 
romanas. Tal medida foi baixada pelo imperador Diocleciano, tornando o colonato uma instituição. 
 
Os hunos, os povos germânicos e o fim do Império 
 
A partir do final do século 4, a situação do Império tendeu ao colapso. Já por volta de 370, a presença 
de um povo asiático - os hunos - no sul da Europa contribuiu para destruir o frágil equilíbrio em que ainda 
se assentava o Império e sua relação com os povos bárbaros. 
 
Ao longo de quase um século, os hunos assolaram regiões da Europa, chegando mesmo a sitiar Roma 
em 452. Ferozes, saqueadores e extremamente numerosos, eles espalharam terror por várias regiões da 
Europa, incluindo a Germânia. 
 
Para vários historiadores, os ataques dos hunos contribuíram largamente para pressionar os povos 
germânicos em direção às terras pertencentes a Roma, acelerando o processo de invasões. Tais 
invasões se estenderam ao longo do século 5. Os visigodos saquearam Roma em 410, e os vândalos em 
455; os francos, após saquearem Roma, ocuparam a Gália; anglos, saxões e jutos invadiram a Bretanha; 
burgúndios, o sul da França; lombardos, o norte da Itália; e, em 476, os hérulos, seguidos pelos 
ostrogodos, depuseram o último imperador, Rômulo Augusto. 
 
Esse evento assinala oficialmente o fim do Império Romano do Ocidente. A parte oriental do Império 
manteve-se unificada até 1453, quando Constantinopla foi tomada pelos turcos. Entretanto, a influência 
do chamado Império Bizantino sobre a Europa foi rapidamente esvaindo-se. As áreas dominadas pelos 
vários povos germânicos deram origem a uma série de reinos fragmentados, destruindo a unidade 
imposta pelos romanos. Também esse evento assinala o início da Idade Média europeia, erigida a partir 
justamente da integração entre elementos romanos e germânicos. 
 
A difusão do Cristianismo 
Nessa época, o clero cristão já estava estruturado. Presbíteros obedeciam aos bispos, os bispos das 
cidades menores obedeciam aos bispos das capitais de província (metropolitas) e estes, aos bispos das 
grandes cidades (Constantinopla, Antioquia e Alexandria), os chamados patriarcas; estes, enfim, 
obedeciam ao papa (bispo de Roma), cuja autoridade sobre os cristãos foi oficializada pelo imperador 
Valentiniano III, em 455. 
 
Ao clero secular (que vivia em contato com a sociedade laica, ou “o mundo” = “saeculum”) se 
contrapunha o clero regular, constituído pelos monges — ascetas que viviam isolados nos desertos; era 
chamado “regular” porque obedecia a uma “regra” que impunha a castidade, pobreza e renúncia aos bens 
materiais. A primeira regra foi estabelecida por São Basílio, seguindo-se lhe a de São Bento (beneditinos). 
 
Portanto, ao mesmo tempo em que enfraquecia o poder imperial, o Cristianismo tornava-se a própria 
base legal do poder no fim do Império. 
 
Mas a situação se agravava. A crise política estava intimamente relacionada com os problemas 
militares, pois o Exército conturbava a ordem nas épocas de sucessão imperial. Já na última fase do 
Império, Diocleciano (284- 304) tentou contornar o problema dividindo-o em quatro partes (tetrarquia). 
Depois de sua morte, as disputas sucessórias renasceram, pois Constantino reunificou o Império. 
 
Outras divisões se verificaram, até à última, determinada por Teodósio, em 395, que criou o Império 
Romano do Ocidente (Roma) e o Império Romano do Oriente (Constantinopla). Depois dessa divisão 
nunca mais o Império se reunificou em sua integridade, pois os invasores germânicos ocuparam a parte 
ocidental, enquanto o Império Oriental sobreviveu até a conquista muçulmana de Constantinopla, em 
1453. 
 
O golpe final no Império Romano do Ocidente foi desfechado pelos germânicos, que começaram a se 
infiltrar militarmente em fins do século IV. Mas as chamadas “Grandes Invasões” começaram em 406. 
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Primeiro vieram os visigodos: liderados por Alanco, saquearam Roma e se fixaram na península Ibérica 
e sul da Gália, constituindo o primeiro reino germânico dentro das fronteiras do Império. Os vândalos 
seguiram o exemplo, saindo do Danúbio, cruzando a Gália e Espanha e se estabelecendo no norte da 
África. Os francos ocuparam o norte da Gália. Os anglos e saxões invadiram a Britânia (Inglaterra), 
ocupando as terras baixas. 
 
Com o Império em acelerada decadência, os bárbaros germânicos lançaram-se sobre aquilo que 
restava do esplendoroso mundo romano. 
 
Em 476, o Império do Ocidente reduzia-se ao território da Itália. O imperador Júlio Nepos foi deposto 
por Orestes, chefe do Exército, que colocou seu filho de 6 anos no trono com o nome de Rômulo 
Augústulo. Odoacro (rei dos hérulos), chefe bárbaro aliado a Júlio Nepos, deu um contragolpe: afastou 
Orestes e Rômulo Augústulo, assumindo o título de “rei da Itália”. As insígnias imperiais foram enviadas 
para Constantinopla, o que significava, ao menos teoricamente a reunificação do Império sob o domínio 
de Constantinopla. 
 
Cultura Romana 
A religião romana tradicional não comportava dogmas. Era prática e imediatista. Incluía o culto dos 
antepassados, o culto dos deuses públicos e a crença nos auspícios e prodígios (manifestações divinas 
através da Natureza). 
 
As conquistas romanas na Grécia e Oriente Próximo abriram o caminho para a introdução de 
divindades orientais, tais como Isis, Serápis e Mitra. Obviamente, os deuses greco-romanos tradicionais, 
como Júpiter, Juno e Minerva, caíram em descrédito. O Mitraísmo, uma religião de raízes persas 
relacionada com o culto do Sol e representada pelo touro, fez inúmeros adeptos. 
 
O Cristianismo veio a substituir todos esses cultos pagãos. Mas seu domínio sobre o Império somente 
se efetivou em fins do século IV. 
 
A arte 
A arte romana tem pouca originalidade. Em seus primórdios, caracterizava-se pela influência etrusca 
ou das colônias gregas da Magna Grécia. Posteriormente, foi marcada pela influência helenística,que 
aparece nas principais construções romanas: arcos triunfais, aquedutos, teatros, anfiteatros, circos, 
termas, bem como nas esculturas. 
 
A literatura 
A maior contribuição romana à história da cultura foi no setor literário. Não na literatura científica, na 
qual os exemplos são poucos, mas na literatura filosófica, jurídica e política. 
 
Na poesia destacaram-se Ovídio, Virgílio, Marcial, Juvenal e Horácio. A Filosofia teve Plínio, Sêneca 
e Marco Aurélio; a oratória, Cícero. Na História destacaram-se Tito Lívio, Tácito, Salústio. Suetônio e 
Políbio. Nos fins do Baixo Império, apareceram com destaque os escritores cristãos, como São Jerônimo 
e Santo Agostinho. 
 
Arte antiga3 
 
 Na Antiguidade, a produção artística mais significativa para o Ocidente é a que se desenvolve na 
Grécia do século V a.C. até o século V. É nesse período que se criam os padrões estéticos que servem 
de base para a arte ocidental. A partir do século II a.C., a cultura romana também passa a ter uma 
produção artística relevante. 
 
 Além do desenvolvimento das artes plásticas e da arquitetura, na Antiguidade surgem os primeiros 
textos literários e para teatro. Pouco se conhece, no entanto, sobre a música dessa época, já que o 
sistema de representação gráfica dos sons só surge na Idade Média. Sabe-se que ela está associada à 
magia, à religião, à guerra, ao trabalho, ao culto do amor e às orgias. A partir do século I, liga-se ao 
cristianismo. 
 
 
3 SOS ESTUDANTE. Arte Antiga. SOS Estudante. Disponível em: < http://www.sosestudante.com/historia/arte-antiga.html> 
Apostila gerada especialmente para: Walter Mello Mazzini 054.594.089-38
 
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 A arte desse período, chamado de Antiguidade Clássica, é ciclicamente retomada como modelo. 
 
 Artes plásticas - No início, a religião exerce grande influência. Aos poucos, o ser humano torna-se a 
preocupação principal dos artistas. 
 
 Arte grega - No século VIII a.C., influenciados pelos egípcios, os gregos iniciam um período de 
grandeza estética que marca toda a civilização ocidental. A escultura é, ao lado da arquitetura, a arte 
mais desenvolvida. Tem como tema principal a figura humana, sempre tratada de forma idealizada. Há 
grande preocupação com a proporção das formas e a representação dos movimentos. Em geral os 
artistas retratam os deuses, os heróis e os atletas, personagens mais identificados com a perfeição para 
os gregos. Um exemplo é Discóbolo (cerca de 450 a.C.), de Miron. As estátuas são monumentais, feitas 
principalmente de mármore e bronze, e decoram os templos e outros edifícios importantes. 
 
 Arte romana - Com a decadência da arte clássica grega, a arte romana emerge a partir do século I 
a.C. De inspiração etrusca e helenística, aproxima-se mais da realidade que a arte desenvolvida na 
Grécia. A arquitetura é a atividade de maior destaque. Os romanos celebram a grandeza do Império com 
a construção de monumentos e edifícios públicos. Paralelamente, desenvolve-se a pintura mural 
decorativa em cidades como Pompéia. 
 
 Literatura - A poesia épica, que surge na Grécia, é a mais importante forma de expressão literária da 
Antiguidade. 
 
 Literatura grega - A Grécia cria os três grandes gêneros da literatura ocidental: o épico, sobre feitos 
heroicos; o lírico, sobre sentimentos individuais; e o dramático, texto de impacto, próprio para o teatro. 
Inicialmente, o texto tem a forma de poesia. A prosa restringe-se aos ensaios filosóficos e aos discursos 
políticos. 
 
 As principais obras épicas são as epopeias. Textos longos sobre temas heroicos e bélicos, em forma 
de poemas narrativos, elas contêm elementos fantásticos e mitológicos, num contexto que mistura o 
humano e o divino. As primeiras obras da literatura grega, Ilíada e Odisseia, pertencem a esse gênero. 
Escritas por volta do século VIII a.C., elas são atribuídas a Homero (século VIII a.C) e falam da guerra 
entre gregos e troianos. Outro grande autor é Hesíodo (século VIII a.C.), criador de Teogonia (A Origem 
dos Deuses.) 
 
 O lírico afirma-se em torno dos séculos V a.C. e IV a.C. Os grandes escritores são Safo (625 a.C.-
580 a.C.), Anacreonte (século VI a.C.), Alceu (século VII a.C.) e Píndaro (518-522 a.C.-438 a.C.). Na 
oratória, destacam-se Górgias (485 a.C.-380 a.C.) e Demóstenes (383 a.C.- 322 a.C.). Na fábula, o 
principal autor é Esopo (século VII a.C.) e, na historiografia, Heródoto de Halicarnasso (484 a.C.-430-420 
a.C.?). O texto dramático surge no fim do século VI a.C. 
 
 Literatura romana - Os escritores romanos, influenciados pela literatura grega, também produzem 
textos épicos, líricos e dramáticos, além da poesia satírica. Suas epopeias glorificam a expansão do 
Império Romano. A primeira grande obra épica é Eneida, de Virgílio (70 a.C.-19 a.C.). Também destacam-
se A Natureza das Coisas, de Lucrécio (98 a.C.-55 a.C.) e a Farsália, de Lucano (39-65). Os principais 
autores do gênero lírico são Horácio (65 a.C.-8 a.C.), Ovídio (43 a.C.-17) e Catulo (84 a.C.-54 a.C.). Na 
poesia satírica, os expoentes são Marcial (40-104), Juvenal (60-127) e Pérsio (34-62). Os romanos 
desenvolvem ainda a oratória. O grande mestre é Cícero (106 a.C.-43 a.C.), autor de discursos políticos 
que são a base da retórica latina. 
 
 Teatro - A representação teatral desenvolve-se na Grécia no século VII a.C., a partir de rituais 
religiosos em honra ao deus Dionísio. No século VI a.C., quando surge o texto escrito para teatro, o grego 
Téspis cria a função de ator, ao sair do coro (grupo que narra e comenta a ação) e dizer que está 
representando Dioniso. Em Roma, os primeiros jogos cênicos datam de 364 a.C. A primeira peça, 
traduzida do grego, é representada em 240 a.C. 
 
 Teatro grego - As primeiras manifestações do gênero dramático grego são a tragédia e a comédia. 
Embora ambas se iniciem no século VI a.C., a tragédia desenvolve-se primeiro e influencia todo o teatro 
moderno. 
 
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No século V a.C., a tragédia alcança seu auge, com histórias completas, que vão da felicidade à 
desgraça. Em geral, mostra uma luta inútil contra o destino imposto pelos deuses. As tramas passam-se 
em 24 horas, num só local, contando uma só história, de acordo com a estrutura fixada por Aristóteles 
em Arte Poética. Para encenar temas históricos ou mitológicos, os atores usam máscaras e figurinos 
especiais. Grandes coros representam a sociedade e interferem nos conflitos. O primeiro grande escritor 
de tragédias de quem se conservaram textos é Ésquilo (525 a.C.-456 a.C.), autor de Prometeu 
Acorrentado. Outros dois importantes dramaturgos são Sófocles (496 a.C.-406 a.C.), que escreve Édipo 
Rei, e Eurípedes (484 a.C.-406 a.C.). Este último, autor de As Bacantes, inaugura o teatro de crítica social 
e cria personagens saídos do povo. 
A comédia grega, com seus textos recheados de obscenidades e brincadeiras, tem início com as 
sátiras políticas. O primeiro dramaturgo importante dessa fase é Aristófanes (450 a.C.-388 a.C.), autor de 
As Rãs, Lisístrata e As Nuvens. Depois surge a comédia de costumes, criada a partir do cotidiano, que 
existe até hoje. O expoente é Menandro (342 a.C.-292 a.C.). 
Teatro romano - Durante o Império (27 a.C.-476), a cena é dominada por exibições acrobáticas e jogos 
circenses. Também se escrevem tragédias, mas sem a mesma repercussão que na Grécia. Um nome 
que se destaca é Sêneca (4 a.C.-65), autor de Fedra. O gênero preferido pelos romanos é a comédia. 
Em linguagem coloquial e, às vezes, grosseira, ela retrata a euforia do Império em expansão. O enredo 
é mais elaborado do que o da comédia grega e o final feliz torna-se comum. Um dos principais autores é 
Terêncio (195 a.C.-159 a.C.), que faz textos voltados para a aristocracia e marcados pela ironia. Outro 
grande dramaturgo é Plauto (254 a.C.-184 a.C.). As personagens estereotipadas desses dois autores dão 
origem, mais tarde, aos tipos da commediadell'arte italiana. 
 
Questões 
 
01. Sobre a queda do Império Romano do Ocidente no ano de 476 d.C. podemos afirmar que: 
(A) Ocorreu, após os conflitos entre Roma e os cartagineses, o que enfraqueceu as bases econômicas 
do Império. 
(B) Teve, no fortalecimento do cristianismo, a única motivação explícita. 
(C) Foi provocada pela conjugação de uma série de fatores, destacando-se a ascensão do 
cristianismo, as invasões bárbaras, a anarquia nas organizações militares e a crise do sistema escravista. 
(D) Teve, na superioridade dos povos bárbaros, a única explicação possível. 
(E) Teve, em Carlos Magno, Imperador dos francos, a principal liderança político-militar a comandar 
os povos bárbaros na queda de Roma. 
 
02. Podemos dizer que antes as coisas do Mediterrâneo eram dispersas... mas como resultado das 
conquistas romanas é como se a história passasse a ter uma unidade orgânica, pois, as coisas da Itália 
e da África passaram a ser entretecidas com as coisas da Ásia e da Grécia e o resultado disso tudo 
aponta para um único fim. 
 (Políbio, História, I.3.) 
 
No texto, a conquista romana de todo o Mediterrâneo é 
(A) criticada, por impor aos povos uma única história, a ditada pelos vencedores. 
(B) desqualificada, por suprimir as independências políticas regionais. 
(C) defendida, por estabelecer uma única cultura, a do poder imperial. 
(D) exaltada, por integrar as histórias particulares em uma única história geral. 
(E) lamentada, por sufocar a autonomia e identidade das culturas. 
 
03. "Os animais da Itália possuem cada um sua toca, seu abrigo, seu refúgio. No entanto, os homens 
que combatem e morrem pela Itália estão à mercê do ar e da luz e nada mais: sem lar, sem casa, erram 
com suas mulheres e crianças. Os generais mentem aos soldados quando, na hora do combate, os 
exortam a defender contra o inimigo suas tumbas e seus lugares de culto, pois nenhum destes romanos 
possui nem altar de família, nem sepultura de ancestral. É para o luxo e enriquecimento de outrem que 
combatem e morrem tais pretensos senhores do mundo, que não possuem sequer um torrão de terra. 
(Plutarco, Tibério Graco, IX, 4. In: PINSKY, J. "100 Textos de História Antiga". São Paulo: Contexto, 1991. p. 20.) 
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, pode-se afirmar que a Lei da Reforma Agrária 
na Roma Antiga 
(A) proposta pelos irmãos Graco, Tibério e Caio, era uma tentativa de ganhar apoio popular para uma 
nova eleição de Tribunos da Plebe, pois pretendiam reeleger-se para aqueles cargos. 
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(B) proposta por Tibério Graco, tinha como verdadeiro objetivo beneficiar os patrícios, ocupantes das 
terras públicas que haviam sido conquistadas com a expansão do Império. 
(C) tinha o objetivo de criar uma guerra civil, visto que seria a única forma de colocar os plebeus numa 
situação de igualdade com os patrícios, grandes latifundiários. 
(D) era vista pelos generais do exército romano como uma possibilidade de enriquecer, apropriando-
se das terras conquistadas e, por isto, tinham um acordo armado com Tibério. 
(E) foi proposta pelos irmãos Graco, que viam na distribuição de terras uma forma de superar a crise 
provocada pelas conquistas do período republicano, satisfazendo as necessidades de uma plebe 
numerosa e empobrecida. 
 
04. Na atualidade, praticamente todos os dirigentes políticos, no Brasil e no mundo, dizem-se 
defensores de padrões democráticos e de valores republicanos. Na Antiguidade, tais padrões e valores 
conheceram o auge, tanto na democracia ateniense, quanto na república romana, quando predominaram 
(A) a liberdade e o individualismo. 
(B) o debate e o bem público. 
(C) a demagogia e o populismo. 
(D) o consenso e o respeito à privacidade. 
(E) a tolerância religiosa e o direito civil. 
 
05. As lutas por riquezas e territórios sempre estiveram presentes na História. Na Antiguidade, o 
Mediterrâneo foi disputado nas Guerras Púnicas por: 
(A) gregos e persas. 
(B) macedônicos e romanos. 
(C) romanos e germânicos. 
(D) romanos e cartagineses. 
(E) gregos e romanos. 
 
Respostas 
 
01. Resposta C. 
O sistema escravista romano entra em declínio após o fim do expansionismo que Roma promovia há 
alguns séculos. Os povos germânicos que ocupavam as bordas do império, sendo pressionados pelas 
ondas migratórias aumentavam cada vez mais. O cristianismo ganhava também cada vez mais força 
dentro do império, com a legalização do culto e a popularidade que a religião adquiria. 
 
02. Resposta D. 
O trecho exalta, ou seja, comemora e engrandece as conquistas romanas e a formação do império 
como unidade de interligação de cultura e de organização espacial. 
 
03. Resposta E. 
Os irmãos Graco protestavam contra a distribuição desigual de terras. Apesar das conquistas cada 
vez maiores de territórios, a partilha possuía um grau de desigualdade muito grande, ficando a maior 
parte destinada aos patrícios que reuniam cada vez mais terras e conseguiam produzir e vender seus 
produtos a preços que obrigavam os pequenos proprietários a abandonar suas atividades e rumar para a 
cidade em busca de novas formas de sustento. 
 
04. Resposta B. 
Diferente dos períodos monárquicos e imperiais, onde o líder muitas vezes governava de forma 
autoritária e ditava leis, a democracia ateniense e a república romana respeitavam os princípios do voto 
dos cidadãos, que elegiam seus representantes através da escolha daquele que melhor atendesse seus 
ideais. 
 
05. Resposta D. 
A disputa entre romanos e cartaginenses pelo controle do mar Mediterrâneo resultou em disputas que 
levaram à destruição de Cartago em 146 a.C. e garantiu o completo domínio romano sobre o comercio 
no Mediterrâneo. 
 
 
 
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O feudalismo 
 
O Feudalismo, ou sistema feudal, corresponde ao modo de organização da vida durante a Idade Média 
na Europa Ocidental. Suas origens remontam à crise do Império Romano a partir do século III. 
 
A Idade Média abrange um longo período da história europeia, e é comum dividi-la em duas fases: 
Alta Idade Média e Baixa Idade Média. 
 
- A Alta Idade Média, é o período que vai do século V ao XI, corresponde à formação e consolidação 
do sistema feudal; 
 
- A Baixa Idade Média, é o período que vai século XI ao XV, caracteriza-se pela crise do feudalismo 
e início da formação do sistema capitalista. 
 
A formação do sistema feudal tem início com a crise do século III do Império Romano e acentua-se 
no século V, com as invasões dos povos germânicos. A queda do escravismo, a formação do colonato e 
a posterior implantação de um regime servil constituem o passo decisivo para a formação do sistema. 
 
Por outro lado, os germanos que invadiram o Império Romano levaram consigo relações sociais 
comunitárias de exploração coletiva das terras e subordinação aos grandes chefes militares (comitatus). 
As invasões, além de despovoar as cidades, aumentando a população rural, dificultaram as comu-
nicações e provocaram o isolamento das localidades, forçando-as a adotar uma economia de subsistência 
autossuficiente. 
 
O feudalismo pode ser definido de vários modos. A melhor maneira, porém, é defini-lo conforme suas 
relações sociais básicas: relações vassálicas (entre os senhores ou nobreza), relações comunitárias 
(entre os servos) e relações servis (que ligavam o mundo dos senhores ao mundo dos servos). 
 
Esta última ligação se processava por meio das obrigações, que resultavam das imposições feitas pelo 
senhor aos servos, de realizar paga mentos em produtos ou serviços, e que constituem a própria essência 
do feudalismo. Tais obrigações eram costumeiras e não contratuais, como ocorre no sistema capitalista. 
Note-se que o servo era vinculado ao feudo, dele não podendo sair. 
 
Os feudos 
 
A posse de bens variava de acordo com as circunstâncias: 
 
Propriedade privada, no manso senhorial (terra do senhor);Propriedade coletiva, nos pastos e bosques (de uso comum para senhores e servos); 
 
Propriedade dupla, isto é, copropriedade, no manso servil. (O senhor detinha a posse legal e o servo, 
a posse útil da terra.). 
 
Levando-se em consideração que a maior parte da produção obtida pelo servo não se conservava em 
suas mãos, pois passava para o senhor feudal, seu interesse era mínimo. Associando-se a este fato o de 
que os trabalhos agrícolas eram realizados coletivamente, tolhendo a iniciativa individual, eles resultavam 
em baixo nível da técnica e pequena produtividade: para cada grão semeado, colhiam-se dois. Daí o 
regime de divisão das terras cultiváveis em três campos, destinados alternadamente para o plantio de 
cereais e de forragem, reservando-se o terceiro para o descanso (pousio). Realizava-se a rotação trienal 
dos campos, com vistas a impedir o esgotamento do solo. 
 
 
4.3.1.2 O mundo medieval 
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A sociedade feudal 
 
De acordo com as bases materiais descritas não havia possibilidade de mobilidade social nos feudos: 
a sociedade era, portanto, estamental. O princípio de estratificação era o nascimento, surgindo então 
duas camadas básicas: senhores e servos. Existiam também categorias intermediárias, tais como os 
vilões (camponeses livres) e os ministeriais (corpo de funcionários livres do senhor). 
 
O número de escravos reduziu-se cada vez mais, pois não havia guerras de expansão para apresá-
los; além disso, a Igreja condenava a escravização de cristãos. Por outro lado, os vilões tendiam a se 
tornar servos, pois de nada lhes adiantava a liberdade dentro da insegurança reinante: o fundamental era 
a obtenção de proteção. 
 
No topo da hierarquia social estavam os senhores feudais. Os senhores feudais viviam com suas 
famílias em casas fortificadas. Nas regiões mais ricas, os nobres habitavam em castelos. 
 
Na base da sociedade feudal estavam os servos, que representavam aproximadamente 98% da 
população de um feudo. Os servos viviam nas terras do senhor e a ele deviam uma série de serviços 
como a corveia, a talha e as banalidades. 
 
Na corveia o servo ficava obrigado a trabalhar nas terras do nobre por alguns dias da semana; 
 
Na talha, o camponês ficava obrigado a entregar ao senhor feudal parte de sua produção; 
 
Nas banalidades o servo era obrigado a pagar pela utilização do moinho, do forno e demais utensílios 
pertencentes ao senhor. 
 
Mão-morta, uma espécie de taxa que o servo devia pagar ao senhor feudal para permanecer no feudo 
quando o pai morria. 
 
Tostão de Pedro (10% da produção), que o servo devia pagar à Igreja de sua região. 
 
Outra classe social existente no feudo era o clero, os membros da Igreja. Os clérigos eram os 
responsáveis pela transmissão religiosa e cultural. Também eram os responsáveis pelas leis, que nesta 
época eram transmitidas pela interpretação religiosa. Isto tudo garantia ao clero a responsabilidade pelo 
caráter moral da sociedade. E, não por acaso, que foi neste período que a Igreja Católica se transformou 
na mais poderosa instituição da Idade Média. O domínio da Igreja foi garantido por ela ser a única com 
acesso ao saber. Afinal, somente os membros do clero podiam ser instruídos de educação e, 
consequentemente, eram os poucos que sabiam ler e escrever. O clero era sustentado pelos dízimos 
entregues à Igreja. 
 
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A definição do bispo Adalberon de León para a sociedade medieval reflete muito bem o pensamento 
da época, pois para o bispo “na sociedade feudal o papel de alguns é rezar, de outros é guerrear e de 
outros trabalhar”. Para a Igreja medieval, cada indivíduo tinha um importante papel na sociedade, por 
isso, deveria executar a sua função com zelo e gratidão como se estivesse trabalhando para o próprio 
Deus. Com isso, a Igreja garantia a manutenção da sociedade tal e qual ela era. 
 
 
 
As relações vassálicas 
 
O poder político no sistema feudal era exercido pelos senhores feudais, daí seu caráter localista. Não 
tendo autoridade efetiva, os reis apenas aparentavam poder, pois na prática existia uma descentralização 
político-administrativa. 
 
Impossibilitados de defender o reino, os soberanos delegaram essa tarefa aos senhores feudais. Por 
isso, e com vistas a se protegerem, os senhores procuravam relacionar-se diretamente por um 
compromisso: o juramento de fidelidade. O senhor feudal que o prestasse tornar-se-ia vassalo e aquele 
que o recebesse seria seu suserano. Na hierarquia feudal, suseranos e vassalos tinham obrigações 
recíprocas, pois à homenagem prestada pelo vassalo correspondia o benefício concedido pelo suserano. 
Essa relação definia-se em um rito denominado "cerimônia de investidura" ou "cerimônia de adubamento". 
 
A Igreja Medieval 
 
Em meio à desorganização administrativa, econômica e social produzida pelas invasões germânicas 
e ao esfacelamento do Império Romano, a Igreja Católica, com sede em Roma, conseguiu manter-se 
como instituição. Consolidando sua estrutura religiosa e difundindo o cristianismo entre os povos 
bárbaros. 
 
Valendo-se de sua crescente influência religiosa, a Igreja passou a exercer importante papel em 
diversos setores da vida medieval, servindo como instrumento de unificação, diante da fragmentação 
política da sociedade feudal. 
 
Os sacerdotes da Igreja era divididos em duas categorias: 
 
Clero secular (aqueles que viviam no mundo fora dos mosteiros), hierarquizado em padres, bispos, 
arcebispos etc. 
 
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Clero regular (aqueles que viviam nos mosteiros), que obedecia às regras de sua ordem religiosa: 
beneditinos, franciscanos, dominicanos, carmelitas e agostinianos. 
 
No ponto mais alto da hierarquia eclesiástica estava o papa, bispo de Roma, considerado sucessor do 
apóstolo Pedro. Nem sempre a autoridade do papa era aceitar por todos os membros da Igreja, mas em 
fins do século VI ela acabou se firmando, devido, em grande parte, à atuação do papa Gregório Magno. 
 
Além da autoridade religiosa, o papa contava também com o poder temporal da Igreja, isto é, o poder 
advindo da riqueza que acumulara com as grandes doações de terras feitas pelos fiéis em troca da 
salvação. 
 
Calcula-se que a Igreja Católica tenha chegado a controlar um terço das terras cultiváveis da Europa 
Ocidental. 
 
O papa, desde 756, era o administrador político do Patrimônio de São Pedro, o Estado da Igreja, 
constituído por um território italiano doado pelo rei Pepino, dos francos. 
 
O poder temporal da Igreja levou o papa a envolver-se em diversos conflitos políticos com monarquias 
medievais. Exemplo marcante desses conflitos é a Questão da Investiduras, no século XI, quando se 
chocaram o papa Gregório VII e o imperador do Sacro Império Romano Germânico, Henrique IV. 
 
A Questão das Investiduras e o Movimento Reformista 
 
A Questão das Investiduras refere-se ao problema de a quem caberia o direito de nomear sacerdotes 
para os cargos eclesiásticos, ao papa ou ao imperador. 
 
As raízes desse conflito remontam a meados do século X, quando o imperador Oto I, do Sacro Império 
Romano Germânico, iniciou um processo de intervenção política nos assuntos da Igreja a fim de fortalecer 
seus poderes. Fundou bispados e abadias, nomeou seus titulares e, em troca da proteção que concedia 
ao Estado da Igreja, passou a exercer total controle sobre as ações do papa. 
 
Durante esse período, a Igreja foi contaminada por um clima crescente de corrupção, afastando-se de 
sua missão religiosa e, com isso, perdendo sua autoridade espiritual. As investiduras (nomeações) feitas 
pelo imperador só visavam os interesses locais. Os bispos e os padres nomeados colocavam o 
compromisso assumindo com o soberano acima da fidelidade ao papa. 
 
No século XI surgiu um movimento reformista, visando recuperara autoridade moral da Igreja, liderado 
pela Ordem Religiosa de Cluny. Os ideais dos monges de Cluny foram ganhando força dentro da Igreja, 
culminando com a eleição, em 1073, do papa Gregório VII, antigo monge daquela ordem reformista. 
 
Eleito papa, Gregório VII tomou uma série de medidas que julgou necessárias para recuperar a moral 
da Igreja. Instituiu o celibato dos sacerdotes (proibição de casamento), em 1074, e proibiu que o imperador 
investisse sacerdotes em cargos eclesiásticos, em 1075. Henrique IV, imperador do Sacro Império, reagiu 
furiosamente à atitude do papa e considerou-o deposto. Gregório VII, em resposta, excomungou Henrique 
IV. Desenvolveu-se, então, um conflito aberto entre o poder temporal do imperador e o poder espiritual 
do papa. 
 
Esse conflito foi resolvido somente em 1122, pela Concordata de Worms, assinada pelo papa Calixto 
III e pelo imperador Henrique V. Adotou-se uma solução de meio termo: caberia ao papa a investidura 
espiritual dos bispos (representada pelo báculo), isto é, antes de assumir a posse da terra de um bispado, 
o bispo deveria jurar fidelidade ao imperador. 
 
Inquisição 
 
Nos países cristãos, nem sempre a fé popular manifestava-se nos termos exatos pretendidos pela 
doutrina católica. Havia uma série de doutrinas, crenças e superstições, denominadas heresias, que se 
chocavam com os dogmas da Igreja. 
 
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Para combater essas heresias, o papa Gregório IX criou, em 1231, os tribunais da Inquisição, cuja 
missão era descobrir e julgar os heréticos. Os condenados pela inquisição eram entregues às autoridades 
administrativas do Estado, que se encarregavam da execução das sentenças. As penas aplicadas a cada 
caso iam desde a confiscação de bens até a morte em fogueiras. 
 
O processo inquisitorial cumpria basicamente as seguintes etapas: o tempo de graça, o interrogatório 
e a sentença. 
 
A vida cultural 
 
Quando se compara a produção cultural da Idade Média com a Antiguidade ou a Modernidade, ela é 
considerada tradicionalmente um período de trevas. Ao longo do tempo, esse conceito tem sofrido 
algumas revisões, graças à reabilitação da Idade Média por certos autores que nela encontram as raízes 
culturais do Mundo Moderno e - num sentido mais imediato - do Renascimento. 
 
Também é importante lembrar que a Igreja foi a grande mantenedora da cultura durante o Período 
Feudal, apesar de o fazer de forma que justificasse suas ideias e dogmas. O privilégio da leitura e da 
escrita também estava vinculado à Igreja. 
 
Já na crise do feudalismo, com a expansão comercial e a criação das universidades, o pensamento 
filosófico desenvolveu-se, surgindo, então, a escolástica ("filosofia da escola"), produzida por São Tomás 
de Aquino, autor da Suma Teológica. O ideal tomista era conciliar o racionalismo aristotélico com o 
espiritualismo cristão, harmonizando fé e razão. 
 
A baixa Idade média e as mudanças na sociedade Feudal 
 
Na Baixa Idade Média, ocorreu a transição para o sistema capitalista. Ao mesmo tempo, surgiram 
novas classes sociais, principalmente a burguesia, que auxiliou a realeza no processo de centralização 
política. 
 
A questão fundamental para entender as mudanças durante a Baixa Idade Média é a crise do 
feudalismo. A produção feudal era baseada no trabalho servil, sendo limitada e estática, o que, por sua 
vez, representava o baixo nível de técnica do sistema feudal. 
 
No século XI, cessaram as ondas invasoras, criando uma certa estabilidade na Europa, além de 
condições de segurança para o aumento da circulação de mercadorias. Houve uma maior redistribuição 
da produção, gerando um crescimento demográfico que não foi acompanhado pelo aumento da oferta de 
empregos e alimentos. 
 
Com o aumento da circulação de mercadorias e a introdução de novos artigos de luxo, os senhores 
feudais passaram a ter necessidade de aumentar as suas rendas. Para obter mais recursos, eles eram 
obrigados a aumentar as obrigações dos servos, que, pressionados, partiam para as cidades em busca 
de uma vida melhor. A solução para a crise seria a substituição do regime de trabalho servil pelo trabalho 
assalariado, porém essa mudança incentivou a evolução do modo de produção feudal para o capitalista, 
o que não seria viável num curto período. 
 
Dessa forma, a crise do feudalismo ocorreu pela incapacidade da antiga estrutura econômica de 
sustentar as mudanças, o que foi gerando uma nova organização do modo de vida. 
 
A crise do sistema feudal deu origem a um processo de marginalização social, quer pela fuga dos 
servos, quer pelos deserdamentos ocorridos na camada senhorial. Essa marginalização trouxe como 
consequência o aumento da belicosidade, marcada por assaltos e sequestros a ricos cavaleiros. 
 
A Igreja Católica, para tentar conter a crise, propôs a "Paz de Deus" (proteção aos cultivadores, 
viajantes e mulheres) e a "Trégua de Deus" (na qual os dias para realizar guerras ficavam limitados a 90 
por ano). Porém, essa intervenção da Igreja não foi suficiente para conter a crise e a violência feudais. 
 
 
 
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As Cruzadas 
 
Como as tentativas anteriores não obtiveram o resultado esperado, a Igreja propôs as Cruzadas, uma 
contraofensiva da cristandade diante do avanço do Islã. A Europa, que, entre os séculos VIII e XI, não 
teve condições de reagir contra os árabes, passava a reunir nesse momento as condições necessárias: 
 
- Mão-de-obra militar marginalizada e ociosa; 
 
- Controle espiritual e religioso que a Igreja exercia sobre o homem medieval, que o levou a crer na 
necessidade de resgatar o Santo Sepulcro e combater o infiel muçulmano; 
 
- Poder papal que se fortalecera quando Gregário VII impôs sua autoridade a Henrique IV, na Querela 
das Investiduras: 
 
-A Igreja do Ocidente pretendia a reunificação da cristandade, quebrada pelo Cisma de 1054; 
 
- O desejo do imperador de Constantinopla em afastar o perigo que os muçulmanos representavam; 
 
- Para Urbano II, o papa do exílio imposto pela Querela das Investiduras, convocar as Cruzadas 
demonstrava prestígio e autoridade perante toda a Igreja. 
 
 Em 1095, durante Concílio de Clermont, Urbano II convocou a cristandade para uma guerra santa 
contra o Islã. Foram realizadas oito Cruzadas, entre 1095 e 1270. 
 
Apesar da mobilização realizada pelas Cruzadas, elas são consideradas um insucesso, que se deve 
em primeiro lugar ao caráter superficial da ocupação. A presença cristã no Oriente Médio não criou raízes 
entre as populações locais. Outra razão foi a anarquia feudal, que enfraquecia as colônias militares 
estabelecidas em território inimigo. A luta fratricida foi uma constante entre as ordens religiosas e os 
cruzados latinos. 
 
Fonte: 10emtudo.com.br 
 
 
 
 
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Consequências das Cruzadas 
 
As Cruzadas não se limitaram às expedições ao Oriente. Ao mesmo tempo, os reinos ibéricos de Leão, 
Castela, Navarra e Aragão começavam a Reconquista da Península Ibérica contra os muçulmanos. A 
ofensiva teve início com a tomada da cidade de Toledo, em 1036, e concluiu-se, em 1492, com a tomada 
de Granada. A vitória dos italianos sobre os muçulmanos no Mar Tirreno e norte da África fez com que 
as cidades italianas iniciassem o seu domínio sobre o Mediterrâneo, lançando as sementes do comércio 
e do capitalismo. As relações entre Ocidente e Oriente foram redinamizadas depois de séculos de 
bloqueio, e as mercadorias orientais se espalhavam pela Europa. O contato com o Oriente trouxe o 
conhecimento de novas técnicas de produção, fabricação de tecidos e metalurgia. 
 
O Renascimento do Comércio 
 
As transformações econômicas e sócias entre os séculos XI e XIV na Europa foram imensos. A crise 
do feudalismo acentuou-se, principalmente depois das cruzadas. Ao voltarem das batalhas em

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