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Universidade Federal do Paraná (UFPR) 
 
3.1.1.1 Biologia celular ......................................................................................................................... 1 
3.1.1.2 Seres vivos ............................................................................................................................ 37 
3.1.1.3 Estudo das populações ........................................................................................................ 220 
3.1.1.4 Ecologia ............................................................................................................................... 294 
3.1.1.5 Saúde, higiene e saneamento básico ................................................................................... 351 
 
 
 
 
 
Candidatos ao Vestibular, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br 
para dúvidas relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos 
para um bom desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, 
portanto, ao entrar em contato, informe: 
• Apostila (universidade); 
• Disciplina (matéria); 
• Número da página onde se encontra a dúvida; e 
• Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails 
separados. O professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
 
 
 
 
Apostila gerada especialmente para: Walter Mello Mazzini 054.594.089-38
 
1 
 
 
 
Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante 
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica 
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida 
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente 
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores @maxieduca.com.br 
 
Citologia 
 
O descobrimento da célula ocorreu após a invenção do microscópio por Hans Zacarias Jensen (1590). 
Robert Hook, 1665, apresentou a sociedade de Londres resultados de suas pesquisas sobre a estrutura 
da cortiça observada ao microscópio. 
 
O material apresentava-se formado por pequenos compartimentos hexagonais delimitados por 
paredes espessas, lembrando o conjunto de favos de mel. Cada compartimento observado recebeu o 
nome de célula. Atualmente sabe-se que aquele tecido observado por Hooke (súber) está formado por 
células mortas, cujas paredes estava depositada suberina, tornando-as impermeáveis e impedindo as 
trocas de substâncias. 
Anos depois, o botânico escocês Robert Brown observou que o espaço de vários tipos de células era 
preenchido com um material de aspecto gelatinoso, e que em seu interior havia uma pequena estrutura 
a qual chamou de núcleo. Em 1838, o botânico alemão Matthias Schleiden chegou à conclusão de que a 
célula era a unidade viva que compunha todas as plantas. Em 1839, o zoólogo alemão Theodor Schwann 
concluiu que todos os seres vivos, tanto plantas quanto animais, eram formados por células. Anos mais 
tarde essa hipótese ficou conhecida como teoria celular. Mesmo sabendo que todos os seres vivos eram 
compostos por células, ainda havia uma dúvida: de onde se originavam as células? 
Alguns pesquisadores acreditavam que as células se originavam da aglomeração de algumas 
substâncias, enquanto que outros diziam que as células se originavam de outras células preexistentes. 
Um dos cientistas que defendiam essa última ideia era o pesquisador alemão Rudolf Virchow, que foi o 
autor da célebre frase em latim: “Omnis cellula ex cellula”, que significa “toda célula se origina de outra 
célula”. Virchow também afirmou que as doenças eram provenientes de problemas com as células, uma 
afirmação um pouco ousada para a época. 
Em 1878, o biólogo alemão Walther Flemming descreveu em detalhes a divisão de uma célula em 
duas e chamou esse processo de mitose. Dessa forma, a ideia de que as células se originavam da 
aglomeração de algumas substâncias caiu por terra. Baseando-se em todas essas descobertas, a teoria 
celular ganhou força e começou a se apoiar em três princípios fundamentais: 
1. Todo e qualquer ser vivo é formado por células, pois elas são a unidade morfológica dos seres vivos; 
2. As células são as unidades funcionais dos seres vivos; dessa forma, todo o metabolismo dos seres 
vivos depende das propriedades de suas células; 
3. As células sempre se originam de uma célula preexistente através da divisão celular. 
 
A organização estrutural dos seres vivos 
a) Quando ao número de célula 
Dizemos que todos os seres vivos são formados por células, sendo conhecidos desde formas 
unicelulares até formas pluricelulares. 
O organismo unicelular tem a célula como sendo o próprio organismo, isto é, a única célula é 
responsável por todas as atividades vitais, como alimentação, trocas gasosas, reprodução, etc. O 
organismo pluricelular, que é formado por muitas células (milhares, milhões, até trilhões de células), 
apresenta o corpo com tecidos, órgãos e sistemas, especializados em diferentes funções vitais. As células 
dos pluricelulares, diferem quanto às especializações e de acordo com os tecidos a que elas pertencem. 
 
3.1.1.1 Biologia celular 
Apostila gerada especialmente para: Walter Mello Mazzini 054.594.089-38
 
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Podemos então considerar, para o organismo unicelular ou pluricelular, que a célula é a unidade 
estrutural e funcional dos seres vivos. 
 
 
b) Quanto à estrutura celular 
Em relação a estrutura celular os organismos podem ser classificados em eucariontes e procariontes. 
As células procariontes ou procariotas apresentam inúmeras características que as diferem das células 
eucariontes. Entretanto, sua maior diferença é que as células dos organismos procariontes (bactérias e 
cianofíceas) não possuem carioteca. Esta estrutura consiste em uma membrana que separa o material 
genético do citoplasma. Conforme pode ser observado na figura abaixo, a células eucariontes ou 
eucariotas possuem a carioteca, individualizando o material nuclear da célula, isto é, tornando o núcleo 
um compartimento isolado do restante das organelas dispersas no citoplasma. 
 
 
Unidade fundamental da vida 
A teoria celular afirma que todos seres vivos são constituídos por células e produtos resultantes das 
atividades celulares. Portanto, a célula representa a unidade estrutural e funcional dos seres vivos, da 
mesma forma que o átomo é a unidade fundamental dos compostos químicos. Salvo raras exceções a 
célula realiza um ciclo no qual se alteram duas grandes fases: interfase e mitose. A interfase representa 
à fase de multiplicação. Durante a interfase, em função de sua estrutura, a célula é classificada em função 
de sua estrutura, a célula é classifica em eucariótica e procariótica. 
Na célula eucariótica existem três componentes básicos: membrana, citoplasma e núcleo. 
Na célula procariota não existe um núcleo, sendo o mesmo substituído por um equivalente nuclear 
chamado nucleoide. Os vírus escapam a essa classificação por não apresentam estrutura celular. 
 
A membrana plasmática 
Todas as células procariotas e eucariotas apresentam na superfície um envoltório, a membrana 
citoplasmática, também chamada de membrana plasmática ou plasmalema. Os vírus, não sendo de 
natureza celular, não possuem membrana plasmática; apresentam somente um envelope de natureza 
proteica, que envolve um filamento de ácido nucleico, seja ele DNA e RNA. 
Além de conter o citoplasma, essa membrana regula a entrada e saída de substância, permitindo que 
a célula mantenha uma composição química definida, diferente do meio extracelular. 
Apostila gerada especialmente para: Walter Mello Mazzini 054.594.089-38
 
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Constituição da membrana plasmática 
A membrana plasmática, por ser constituída deuma associação de moléculas de fosfolipídios com 
proteínas, é chamada de lipoproteica. Da mesma maneira, todas as outras membranas biológicas, tais 
como as do reticulo, da mitocôndria e do sistema golgiense são lipoproteicas. 
O modelo atualmente aceito da estrutura da membrana plasmática foi proposto por Singer e Nicholson. 
De acordo com este modelo a membrana plasmática apresenta duas camadas de fosfolipídeos onde 
estão “embutidas” proteínas. Sendo a camada de lipídios fluida, ela tem uma consistência semelhante à 
do óleo. Dessa forma, lipídios e proteínas estariam constantemente mudando de lugar de forma dinâmica. 
Por outro lado, o encaixe de proteínas entre os lipídios lembra um mosaico. Esses dois fatos justificam a 
expressão mosaico fluido, que se usa para designar este modelo. 
 
As proteínas da membrana plasmática exercem grandes variedades de funções: atuam 
preferencialmente nos mecanismos de transporte, organizando verdadeiros túneis que permitem a 
passagem de substâncias para dentro e para fora da célula, funcionam como receptores de membrana, 
encarregadas de receber sinais de substâncias que levam alguma mensagem para a célula, favorecem 
a adesão de células adjacentes em um tecido, servem como ponto de ancoragem para o citoesqueleto. 
 
Transportes entre célula e ambiente 
A membrana celular exerce um papel importante no que se diz respeito à seletividade de substâncias 
- característica esta chamada permeabilidade seletiva. Neste processo, elas podem ser: 
- Impedidas de atravessar o espaço intracelular ou intercelular; 
- Transportadas, mas com gasto de energia (transporte ativo); 
- Transportadas, sem gasto de energia (transporte passivo). 
No transporte passivo, temos a difusão simples, difusão facilitada e osmose. Neste contexto 
abordaremos apenas as duas primeiras, que ocorrem a fim de igualar a concentração intra e extracelular. 
 
1Transporte Passivo 
Ocorre sempre a favor do gradiente, no sentido de igualar as concentrações nos dois lados (interno e 
externo) da membrana. Não envolve nenhum gasto de energia. 
 
A - Difusão simples 
Consiste na passagem de partículas de soluto do local de maior para o local de menor concentração, 
tendendo a estabelecer um equilíbrio. É um processo geralmente lento, exceto quando o gradiente de 
concentração é muito elevado ou quando as distâncias a serem percorridas pelas partículas forem muito 
pequenas. 
A passagem de substâncias relativamente grandes através da membrana se dá por intermédio de 
poros que ela possui, e que põe diretamente em contato o hialoplasma e o meio extracelular. 
A velocidade com a qual determinadas moléculas se difundem pelas membranas das células depende 
de alguns fatores, anteriormente citados: tamanho das moléculas, carga elétrica, polaridade, etc. 
 
B - Difusão facilitada 
Certas substâncias entram na célula a favor do gradiente de concentração e sem gasto energético, 
mas com uma velocidade maior do que a permitida pela difusão simples. Isto ocorre, por exemplo, com a 
glicose, com alguns aminoácidos e certas vitaminas. A velocidade da difusão facilitada não é proporcional 
à concentração da substância. Aumentando-se a concentração, atinge-se um ponto de saturação, a partir 
do qual a entrada obedece à difusão simples. Isto sugere a existência de uma molécula transportadora 
chamada permease na membrana. Quando todas as permeases estão sendo utilizadas, a velocidade não 
 
1 www.sobiologia.com.br 
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pode aumentar. Como alguns solutos diferentes podem competir pela mesma permease, a presença de 
um dificulta a passagem do outro. 
 
C - Osmose 
A osmose é a difusão da água através de uma membrana semipermeável (M.S.P.). É um fenômeno 
físico-químico que ocorre quando duas soluções aquosas de concentrações diferentes entram em contato 
através de uma membrana semipermeável. Existem muitos tipos dessas membranas, exemplos: Papel 
celofane, bexiga animal, paredes de células, porcelana, cenoura sem o miolo (oca). 
No movimento osmótico a água passa obedecendo ao gradiente de pressão de difusão, sendo um 
mecanismo de transporte passivo. Observe as figuras abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Transporte Ativo 
 
Soluções de mesma pressão osmótica são chamadas de isotônicas. Em soluções de diferentes 
pressões osmóticas, a solução de menor pressão é chamada de hipotônica e a de maior pressão é 
chamada de hipertônica. Caso se aplica uma pressão sobre a solução maior que a pressão osmótica 
ocorre o processo denominado de osmose inversa, e é a partir desse processo que se obtém o sal. 
 
Transporte ativo 
Neste processo, as substâncias são transportadas com gasto de energia, podendo ocorrer do local de 
menor para o de maior concentração (contra o gradiente de concentração). Esse gradiente pode ser 
químico ou elétrico, como no transporte de íons. O transporte ativo age como uma “porta giratória”. A 
molécula a ser transportada liga-se à molécula transportadora (proteína da membrana) como uma enzima 
se liga ao substrato. A molécula transportadora gira e libera a molécula carregada no outro lado da 
membrana. Gira, novamente, voltando à posição inicial. A bomba de sódio e potássio liga-se em um íon 
Na+ na face interna da membrana e o libera na face externa. Ali, se liga a um íon K+ e o libera na face 
externa. A energia para o transporte ativo vem da hidrólise do ATP. 
 
 
Quando solução e solvente puro (água) estão separados por uma membrana semipermeável, a 
água passa rapidamente de onde tem maior pressão de difusão (água pura) para onde tem menor 
pressão de difusão (solução) 
 
Quando duas soluções de concentrações diferentes estão separadas por uma membrana 
semipermeável, a água passa mais rapidamente de onde tem maior pressão de difusão (a solução 
diluída) para onde tem menor pressão de difusão (solução concentrada) 
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Transportes de Massa 
As células são capazes de englobar grandes quantidades de materiais "em bloco". Geralmente, esses 
mecanismos são empregados na obtenção de macromoléculas, como proteínas, polissacarídeos, ácidos 
nucléicos, etc. Essa entrada de materiais em grandes porções é chamada endocitose. Esses processos 
de transporte de massa sempre são acompanhados por alterações morfológicas da célula e de grande 
gasto de energia. 
 
A endocitose pode ocorrer por dois mecanismos fundamentais: 
 
A - Fagocitose 
É o processo pelo qual a célula engloba partículas sólidas, pela emissão de pseudópodes. 
Nos protozoários, a fagocitose é uma etapa importante da alimentação, pois é a forma pela qual esses 
organismos unicelulares conseguem obter alimentos em grandes quantidades de uma só vez. Nos 
metazoários, animais formados por numerosas células, a fagocitose desempenha papéis mais 
específicos, como a defesa contra micro-organismos e a remodelagem de alguns tecidos, como os ossos. 
 
B - Pinocitose 
Processo pelo qual a célula engloba gotículas de líquido ou partículas de diâmetro inferior a 1 
micrômetro. 
 
Depois de englobadas por fagocitose ou por pinocitose, as substâncias permanecem no interior de 
vesículas, fagossomos ou pinossomos. Nelas, são acrescidas das enzimas presentes nos lisossomos, 
formando o vacúolo digestivo. Voltaremos ao assunto quando estudarmos a digestão celular. 
 
Diferenciação da membrana plasmática 
No desempenho de funções específicas, surgem diferenciações da membrana plasmática de algumas 
células passamos a apresentar algumas dessas diferenciações. 
 
A - Microvilosidades: são expansões semelhantes a dedos de luvas, que aumentam a superfície de 
absorção das células que as possuem. São encontradas nas células que revestem o intestino e nas 
células dos túbulos renais. 
 
B - Interdigitações: são conjuntos de saliências e reentrâncias das membranas de células vizinhas, 
que se encaixam e facilitam as trocasde substâncias entre elas. São observadas nas células dos túbulos 
renais. 
 
Apostila gerada especialmente para: Walter Mello Mazzini 054.594.089-38
 
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C - Desmossomos: são placas arredondadas formadas pelas membranas de células vizinhas. O 
espaço entre as membranas é ocupado por um material mais elétron-denso que o glicocálix. 
Na sua face interna, inserem-se filamentos do citoesqueleto que mergulham no hialoplasma. É o local 
de "ancoragem" dos componentes do citoesqueleto, e de forte adesão entre células vizinhas. 
 
 
Os níveis de organização das Células Eucariotas 
Nesse grupo encontram-se: 
- Células Vegetais (com cloroplastos e com parede celular; normalmente, apenas, um grande vacúolo 
central) 
- Células Animais (sem cloroplastos e sem parede celular; vários pequenos vacúolos) 
 
Componentes Morfológicos das Células 
Já citamos anteriormente as diferenças entre a célula procariota e eucariota. Neste bloco, estudaremos 
o citoplasma dos eucariontes. 
Os componentes fundamentais do citoplasma de uma célula eucariota são: 
 
1. Hialoplasma e citoesqueleto 
O hialoplasma ou citosol corresponde ao fluido citoplasmático onde estão mergulhadas as orgânulos 
citoplasmáticos. Ele é constituído por proteínas, sais minerais, açúcares e íons dissolvidos em água, 
localizando-se entre a membrana plasmática e o núcleo. 
O hialoplasma é considerado um coloide, ora no estado de sol (fluido), ora no estado de gel (viscoso). 
Nas regiões mais periféricas da célula, o hialoplasma costuma ter a consistência de gel, e é 
denominado ectoplasma. Já a parte mais interna do citoplasma é um sol, bastante fluido, e é chamada 
de endoplasma. 
 
Citoesqueleto 
Quando se diz que o hialoplasma é um fluido viscoso, fica-se com a impressão de que a célula animal 
tem uma consistência amolecida e que se deforma a todo o momento. Não é assim. Um verdadeiro 
“esqueleto” formado por vários tipos de fibras de proteínas cruza a célula em diversas direções, dando-
lhe consistência e firmeza. Essa “armação” é importante se lembrarmos que a célula animal é desprovida 
de uma membrana rígida, como acontece com a membrana celulósica dos vegetais. Entre as fibras 
proteicas componentes desse “citoesqueleto” podem ser citados os microfilamentos de actina, os 
microtúbulos e os filamentos intermediários. 
 
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Os microfilamentos são os mais abundantes, constituídos da proteína contráctil actina e encontrados 
em todas as células eucarióticas. São extremamente finos e flexíveis, chegando a ter 3 a 6nm 
(nanômetros) de diâmetro, cruzando a célula em diferentes direções, embora concentram-se em maior 
número na periferia, logo abaixo da membrana plasmática. Muitos movimentos executados por células 
animais e vegetais são possíveis graças aos microfilamentos de actina. 
 
Os microtúbulos, por sua vez, são filamentos mais grossos, de cerca de 20 a 25 nm de diâmetro, que 
funcionam como verdadeiros andaimes de todas as células eucarióticas. São, como o nome diz, 
tubulares, rígidos e constituídos por moléculas de proteínas conhecidas como tubulinas, dispostas 
helicoidalmente, formando um cilindro. Um exemplo, desse tipo de filamento é o que organiza o chamado 
fuso de divisão celular. Nesse caso, inúmeros microtúbulos se originam e irradiam a partir de uma região 
da célula conhecida como centrossomo (ou centro celular) e desempenham papel extremamente 
importante na movimentação dos cromossomos durante a divisão de uma célula. 
 
Outro papel atribuído aos microtúbulos é o de servir como verdadeiras “esteiras” rolantes que permitem 
o deslocamento de substâncias, de vesículas e de organoides como as mitocôndrias e cloroplastos pelo 
interior da célula. Isso é possível a partir da associação de proteínas motoras com os microtúbulos. Essas 
proteínas motoras ligam-se de um lado, aos microtúbulos e, do outro, à substância ou organoide que será 
transportado, promovendo o seu deslocamento. Por exemplo, ao longo do axônio (prolongamento) de um 
neurônio, as proteínas motoras conduzem, ao longo da “esteira” formada pelos microtúbulos, diversas 
substâncias para as terminações do axônio e que terão importante participação no funcionamento da 
célula nervosa. 
 
Filamentos Intermediários 
 Os filamentos intermediários são assim chamados por terem um diâmetro intermediário – cerca de 
10nm – em relação aos outros dois tipos de filamentos proteicos. 
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Nas células que revestem a camada mais externa da pele existe grande quantidade de um tipo de 
filamento intermediário chamado queratina. Um dos papéis desse filamento é impedir que as células 
desse tecido se separem ou rompam ao serem submetidas, por exemplo, a um estiramento. Além de 
estarem espalhadas pelo interior das células, armando-as, moléculas de queratina promovem uma 
“amarração” entre elas em determinados pontos, o que garante a estabilidade do tecido no caso da ação 
de algum agente externo que tente separá-las. Esse papel é parecido ao das barras de ferro que são 
utilizadas na construção de uma coluna de concreto. Outras células possuem apreciável quantidade de 
outros filamentos intermediários. É o caso das componentes dos tecidos conjuntivos e dos 
neurofilamentos encontrados no interior das células nervosas. 
 
 
 
Movimentos do hialoplasma 
1.1 Ciclose 
Células vivas observadas ao microscópio óptico mostram a existência de um movimento orientado da 
parte sol do hialoplasma (endoplasma), que arrasta orgânulos nele mergulhados. Este nome recebe o 
nome de ciclose e é facilmente observado em células vegetais, em que os cloroplastos- verdes, grandes, 
bem visíveis- são arrastados pelas correntes do citoplasma. Este fenômeno existe, aparentemente, em 
todas as células de eucariontes vivas, sejam elas animais ou vegetais. 
 
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1.2 Movimento ameboide 
Certas células, como as bactérias e os glóbulos brancos, podem modificar sua forma, surgindo assim 
os pseudópodes (=falsos pés). Os pseudópodes estão relacionados com a locomoção ou com a 
habilidade de fagocitar alimentos. A formação de pseudópodes depende de um movimento especial do 
hialoplasma celular, chamado movimento ameboide. 
 
2. O retículo endoplasmático 
Consiste em uma complexa rede de membranas duplas lipoproteicas que está espalhada por todo o 
hialoplasma. Essas membranas duplas formam sacos achatados (também chamados de cisternas); 
vacúolos que armazenam substâncias de reservas; vesículas (bolsinhas), que podem se desprender do 
restante das membranas; e túbulos, que fazem a comunicação de sacos membranosos. 
Pode-se distinguir dois tipos de retículo: rugoso (ou granular) e liso (ou agranular). 
 
Retículo endoplasmático rugoso (RER) e liso (REL) 
O retículo endoplasmático rugoso (RER), também chamado de ergastoplasma, é formado por sacos 
achatados, cujas membranas têm aspecto verrugoso devido à presença de grânulos – os ribossomos – 
aderidos à sua superfície externa (voltada para o citosol). Já o retículo endoplasmático liso (REL) é 
formado por estruturas membranosas tubulares, sem ribossomos aderidos, e, portanto, de superfície lisa. 
 
 
Os papéis do retículo endoplasmático 
O retículo endoplasmático, devido à grande superfície de suas membranas, desempenha alguns 
papéis básicos no interior da célula: 
- Transporta substâncias, uma vez que apresenta uma verdadeira rede de comunicação entre as 
diversas regiões da célula. 
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- Armazena materiais, principalmente no interior dos vacúolos, grandes espaços envolvidos por 
membrana plasmática. 
- Facilita muitas reações químicas do citoplasma, devido à associação de suas membranas com várias 
enzimas. 
- Sintetiza lipídios, como triglicerídeos, fosfolipídios e esteroides. Em célulassecretoras de hormônios 
sexuais, que são na realidade esteroides, o retículo apresenta –se bem desenvolvido. 
 
O retículo rugoso (ergastoplasma), desempenha todas as funções do reticulo liso. Além disso, devido 
a presença de ribossomos, está intimamente relacionado a síntese proteica. 
 
3. Os ribossomos 
Os ribossomos são organelas celulares presentes em todo o citoplasma de células eucariontes quanto 
procariontes. Elas tem como função sintetizar proteínas que serão utilizadas em processos internos da 
célula. 
Eles podem estar agrupados em fila, com a ajuda de uma fita de RNA (formando os polirribossomos), 
espalhados no citoplasma (ou hialoplasma), ou grudados na parede do retículo endoplasmático, dando 
origem ao retículo endoplasmático rugoso. 
 
4. O complexo golgiense 
O complexo golgiense está presente em quase todas as células eucarióticas (núcleo organizado), e é 
constituído por dobras de membranas e vesículas. Sua função primordial é o processamento de proteínas 
ribossômicas e a sua distribuição por entre essas vesículas. Funciona, portanto, como uma espécie de 
sistema central de distribuição na célula, atuando como centro de armazenamento, transformação, 
empacotamento e secreção de substâncias. 
O complexo golgiense é responsável também pela formação dos lisossomos, da lamela média dos 
vegetais, do acrossomo do espermatozoide, do glicocálix e está ligado à síntese de polissacarídeos. 
Acredita-se, ainda, que a organela seja responsável por alguns processos pós-traducionais, tais como 
adicionar sinalizadores às proteínas, que as direcionam para os locais da célula onde atuarão. 
A maior parte das vesículas transportadoras que saem do retículo endoplasmático, e em particular do 
retículo endoplasmático rugoso, são transportadas até o complexo de Golgi, onde são modificadas, 
ordenadas e enviadas na direção dos seus destinos finais. A organela está presente na maior parte das 
células eucarióticas, mas tende a ser mais proeminente nas células de órgãos responsáveis pela 
secreção de certas substâncias, tais como o pâncreas, a hipófise e a tireoide. 
 
 
5. Os lisossomos 
Os lisossomos são pequenas vesículas, formadas pelo complexo golgiense, repletas de enzimas 
digestivas de todos os tipos. Assim, estão diretamente relacionados com a digestão intracelular de 
materiais diversos. 
As enzimas presentes nos lisossomos, assim como qualquer outra proteínas, são produzidas nos 
ribossomos. Em seguida, são transferidas para o complexo golgiense, que finalmente as “empacota” em 
vesículas que são liberadas no hialoplasma celular. Essas vesículas são os lisossomos propriamente 
ditos, também chamados de lisossomos primários. Quando a célula engloba alguma partícula externa, 
como de alimento, por exemplo, forma-se um vacúolo alimentar, ou fagossomo. Um lisossomo se funde 
então ao vacúolo alimentar. Diante disso, as enzimas digestivas presente no lisossomo ficam em contato 
com a partícula a ser digerida, formando o vacúolo digestivo ou lisossomo secundário. As moléculas de 
nutrientes provenientes da digestão podem sair do vacúolo digestivo através de sua membrana e difundir-
se para o hialoplasma. No agora chamado vacúolo residual funde-se a membrana plasmática e despeja 
seu conteúdo para o meio externo, num processo chamado defecação celular ou clasmocitose. 
Apostila gerada especialmente para: Walter Mello Mazzini 054.594.089-38
 
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Os lisossomos podem também digerir o material proveniente da própria célula. Orgânulos fora de uso, 
por exemplo, são digeridos, e as moléculas que o compões são reaproveitadas pela célula. Neste caso, 
o lisossomo primário engloba o orgânulo, constituindo um vacúolo digestivo especial chamado de 
vacúolo autofágico, (auto= a si mesmo, fago= comer). 
 
 
6. Os peroxissomos 
Os peroxissomos são organelas membranosas que contêm alguns tipos de enzimas digestivas. Sua 
semelhança com os lisossomos fez com que fossem confundidos com eles até bem pouco tempo. 
Entretanto, hoje se sabe que os peroxissomos diferem dos lisossomos principalmente quanto ao tipo de 
enzimas que possuem. 
Os peroxissomos, além de conterem enzimas que degradam gorduras e aminoácidos, têm também 
grandes quantidades da enzima catalase. A catalase converte o peróxido de hidrogênio, popularmente 
conhecido como água oxigenada (H2O2), e água e gás oxigênio. A água oxigenada se forma normalmente 
durante a degradação de gorduras e de aminoácidos, mas, em grande quantidade, pode causar lesões à 
célula. 
 
 
 
7. As mitocôndrias 
As mitocôndrias estão diretamente relacionadas com a respiração celular aeróbica. No seu interior 
ocorre a oxidação de substâncias derivadas da glicose, com a consequente liberação de energia sob a 
forma de moléculas de ATP. Para as mitocôndrias funcionarem, se faz necessária a presença de oxigênio. 
Os resíduos produzidos nesta reação são o CO2 e a H2O. 
As mitocôndrias são delimitadas por duas membranas lipoprotéicas semelhantes às demais 
membranas celulares. Enquanto a membrana externa é lisa, a membrana interna possui inúmeras 
pregas – as cristas mitocondriais – que se projetam para o interior da organela. A cavidade interna das 
mitocôndrias é preenchida por um fluido denominado matriz mitocondrial, onde estão presentes 
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diversas enzimas, além de DNA e RNA e pequenos ribossomos e substâncias necessárias à fabricação 
de determinadas proteínas. 
 
 
8. Os cloroplastos 
Os cloroplastos são os organoides responsáveis pelo processo de fotossíntese. Assim, enquanto as 
mitocôndrias consomem matéria orgânica, oxidando-a, os cloroplastos produzem-na. Veja o esquema 
abaixo que representa esse processo: 
 
 
Com relação a estrutura os cloroplastos têm certa semelhança com as mitocôndrias: também possuem 
duas membrana lipoproteicas envolventes. Além disso, existem sacos membranosos chamados lamelas, 
e estruturas semelhantes a moedas, chamadas tilacóides. Uma pilha de tilacóides chama-se granum (o 
termo grana representa o plural de granum). Lamelas e grana são ricas em clorofila, e estão mergulhadas 
numa material denominado estroma. Veja o esquema abaixo: 
 
 
9. Os centríolos 
Os centríolos são organelas que não estão envolvidas por membrana e que participam do progresso 
de divisão celular em células animais. Nas células de fungos complexos, plantas superiores 
(gimnospermas e angiospermas) e nematoides não existem centríolos. Eles estão presentes na maioria 
das células de animais, algas e vegetais inferiores como as briófitas (musgos) e pteridófitas 
(samambaias). 
Estruturalmente, são constituídos por um total de nove trios de microtúbulos proteicos, que se 
organizam em cilindro. 
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São autoduplicáveis no período que precede a divisão celular, migrando, logo a seguir, para os polos 
opostos da célula. 
Uma das providências que a fábrica celular precisa tomar é a construção de novas fábricas, isto é, a 
sua multiplicação. Isso envolve uma elaboração prévia de uma série de “andaimes” proteicos, o chamado 
fuso de divisão, formado por inúmeros filamentos de microtúbulos. Embora esses microtúbulos não sejam 
originados dos centríolos e sim de uma região da célula conhecido como centrossomo, é comum a 
participação deles no processo de divisão de uma célula animal. Já em células de vegetais superiores, 
como não existem centríolos, sua multiplicação se processa sem eles. 
 
10. Cílios e flagelos 
Os cílios e flagelos são estruturas móveis, encontradas externamente em células de diversos seres 
vivos. Os cílios são curtos e podem ser relacionados à locomoção e a remoção de impurezas. Nas células 
que revestem a traqueia humana, por exemplo, os batimentos ciliares empurram impurezas provenientes 
do ar inspirado, trabalho facilitado pela mistura com o muco que, produzido pelas células da traquéia, 
lubrifica e protege a traquéia. Em alguns protozoários,por exemplo, o paramécio, os cílios são utilizados 
para a locomoção. 
 
Os flagelos são longos e também se relacionam a locomoção de certas células, como a de alguns 
protozoários (por exemplo, o tripanossomo causador da doença de Chagas) e a do espermatozoide. 
Em alguns organismos pluricelulares, por exemplo, nas esponjas, o batimento flagelar cria correntes 
de água que percorrem canais e cavidades internas, trazendo, por exemplo, partículas de alimento. 
Estruturalmente, cílios e flagelos são idênticos. Ambos são cilíndricos, exteriores as células e cobertos 
por membrana plasmática. Internamente, cada cílio ou flagelo é constituído por um conjunto de nove 
pares de microtúbulos periféricos de tubulinas, circundando um par de microtúbulos centrais. É a 
chamada estrutura 9 + 2. 
 
Fonte: fttp://www.elsevier.es/publicaciones/1698031X/0000000400000001/v0_201308021011/13089233/v0_201308021012/pt/main. assets/262v4n1-
13089233fig03.jpg 
 
 
 
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10. Os vacúolos 
 
Os vacúolos são cavidades existentes no interior do citoplasma, que surgiram a partir do 
desenvolvimento de vesículas do retículo endoplasmático. Essas cavidades contêm água e substâncias 
dissolvidas. Em certos casos, podem se originar a partir da membrana plasmática (fagocitose e 
pinocitose). Podemos considerar os seguintes tipos de vacúolos: 
10.1 Vacúolo alimentar ou fagossomo 
São comuns em organismos em que a digestão é intracelular. A célula engloba uma partícula através 
da fagocitose, que é introduzida no interior do citoplasma. 
10.2 Vacúolos digestivos 
Quando o vacúolo alimentar se funde com o lisossomo, o vacúolo resultante, onde ocorre a digestão 
de substâncias ingeridas pela célula, é chamado de vacúolo digestivo. 
10.3 Vacúolos contráteis 
Os vacúolos pulsáteis ou contráteis são organelas citoplasmáticas existentes na célula de alguns 
protozoários como o Paramecium, que realizam a osmorregulação, ou seja, o controle do volume celular, 
e deixam o meio externo com concentração idêntica ao meio interno do ser vivo, permitindo a expulsão 
do excesso de água com excretas tóxicas ao organismo. 
 
 
10. 4 Vacúolos de células vegetais 
Os vacúolos das células vegetais são regiões expandidas do retículo endoplasmático. Em células 
vegetais jovens observam-se algumas dessas regiões, formando pequenos vacúolos isolados um do 
outro. Mas, à medida que a célula atinge a fase adulta, esses pequenos vacúolos se fundem, formando-
se um único, grande e central, com ramificações que lembram sua origem reticular. A expansão do 
vacúolo leva o restante do citoplasma a ficar comprimido e restrito à porção periférica da célula. Além 
disso, a função do vacúolo é regular as trocas de água que ocorrem na osmose. 
 
 
11. Plastos 
Os plastos são orgânulos citoplasmáticos encontrados nas células de plantas e de algas. Sua forma 
e tamanho variam conforme o tipo de organismo. Em algumas algas, cada célula possui um ou poucos 
plastos, de grande tamanho e formas características. Já em outras algas e nas plantas em geral, os 
plastos são menores e estão presentes em grande número por célula. 
Os plastos podem ser separados em duas categorias: 
- Cromoplastos que apresentam pigmentos em seu interior. O cromoplasto mais frequente nas plantas 
é o cloroplasto, cujo principal componente é a clorofila, de cor verde. Há também plastos vermelhos, os 
eritroplastos (do grego eritros, vermelho), que se desenvolvem, por exemplo, em frutos maduros de 
tomate. 
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- Leucoplastos: São aqueles que não possuem nenhum pigmento, seu sistema de membranas interno 
não é muito elaborado e funcionam armazenando substâncias. Seu nome muda de acordo com a 
substância que é encontrada em seu interior: 
- Amiloplastos: Acumulam amido; 
- Proteinoplastos: Acumulam proteínas; 
- Elaioplastos ou oleoplastos: Acumulam substâncias lipofílicas. 
 
Os componentes do núcleo 
O núcleo das células que não estão em processo de divisão apresenta um limite bem definido, devido 
à presença da carioteca ou membrana nuclear, visível apenas ao microscópio eletrônico. A maior parte 
do volume nuclear é ocupada por uma massa filamentosa denominada cromatina. Existem ainda um ou 
mais corpos densos (nucléolos) e um líquido viscoso (cariolinfa ou nucleoplasma). 
 
Nucleoplasma ou suco nuclear 
O nucleoplasma é o material gelatinoso que preenche o espaço interno do núcleo. Embora muitos 
citologistas anteriores a ele já tivessem observados núcleos, não haviam compreendido a enorme 
importância dessas estruturas para a vida das células. O grande mérito de Brown foi justamente 
reconhecer o núcleo como componente fundamental das células. O nome que ele escolheu expressa 
essa convicção: a palavra “núcleo” vem do grego nux, que significa semente. Brown imaginou que o 
núcleo fosse a semente da célula, por analogia aos frutos. 
 
A carioteca 
A carioteca (do grego karyon, núcleo e theke, invólucro, caixa) é um envoltório formado por duas 
membranas lipoprotéicas cuja organização molecular é semelhante as demais membranas celulares. 
Entre essas duas membranas existe um estreito espaço, chamado cavidade perinuclear. A face externa 
da carioteca, em algumas partes, se comunica com o retículo endoplasmático e, muitas vezes, apresenta 
ribossomos aderidos à sua superfície. Neste caso, o espaço entre as duas membranas nucleares é uma 
continuação do espaço interno do retículo endoplasmático. 
 
 
Poros da carioteca 
A carioteca é perfurada por milhares de poros, através das quais determinadas substâncias entram e 
saem do núcleo. Os poros nucleares são mais do que simples aberturas. Em cada poro existe uma 
complexa estrutura proteica que funciona como uma válvula, abrindo-se para dar passagem a 
determinadas moléculas e fechando-se em seguida. Dessa forma, a carioteca pode controlar a entrada e 
a saída de substâncias. 
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A face interna da carioteca encontra-se a lâmina nuclear, uma rede de proteínas que lhe dá 
sustentação. A lâmina nuclear participa da fragmentação e da reconstituição da carioteca, fenômenos 
que ocorrem durante a divisão celular. 
 
Os nucléolos 
Na fase que a célula eucariótica não se encontra em divisão é possível visualizas vários nucléolos, 
associados a algumas regiões específicas da cromatina. Cada nucléolo é um corpúsculo esférico, não 
membranoso, de aspecto esponjoso quando visto ao microscópio eletrônico, rico em RNA ribossômico (a 
sigla RNA provém do inglês RiboNucleic Acid). Este RNA é um ácido nucléico produzido a partir o DNA 
das regiões específicas da cromatina e se constituirá um dos principais componentes dos ribossomos 
presentes no citoplasma. É importante perceber que ao ocorrer a espiralação cromossômica os nucléolos 
vão desaparecendo lentamente. Isso acontece durante os eventos que caracterizam a divisão celular. O 
reaparecimento dos nucléolos ocorre com a desespiralação dos cromossomos, no final da divisão do 
núcleo. 
 
A cromatina 
A cromatina é um conjunto de fios muito longos e finos, emaranhados desordenadamente no interior 
do núcleo. Ela contém a substância, associada com proteínas, na qual se encontra a informação genética: 
o DNA (ácido desoxirribonucleico). O DNA é responsável pelo controle da atividade celular e o comando 
da reprodução da célula. 
Na interfase, a cromatina se organiza em dois estados diferentes. A maior parte é formada por 
filamentos desespiralados e pouco condensados, constituindo a eucromatina. O restante do material é 
formado por regiões espiraladas, muito condensadas e evidentes, formando a heterocromatina. Essa 
desigualdade estrutura, com dias regiões distintas da cromatina, está associada a diferenças funcionais 
do material genético. 
 
 
 
2Os cromossomos 
Os filamentos de cromatina na interfase são muitos longos, emaranhadose misturados, a divisão 
celular, os fios enrolam-se, tornando-se mais curtos e grossos, o que facilita a separação do material 
genético. Desse modo, eles se individualizam em bastonetes denominados cromossomos. 
Durante a interfase, o material genético que forma a cromatina duplica-se. Cada fio de cromatina forma 
um novo, igual a ele. Assim, no início do processo de divisão, cada cromossomo está formado por dois 
filamentos idênticos, as cromátides-irmãs. Elas estão ligadas entre si por um estrangulamento - o 
centrômero, ou constituição primária. A presença do centrômero é obrigatória e fundamental para o 
cromossomo, e sua função será estuda na divisão celular. 
 
 
2 2 Uzunian, A.; Castro, N. H. C..; Sasson, S. 2012. Biologia 1p.113 
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As partes de um cromossomo separadas pelo centrômero são chamadas braços cromossômicos. A 
relação de tamanho entre os braços cromossômicos, determinada pela posição do centrômero, permite 
classificar os cromossomos em quatro tipos: 
-Metacêntrico: possuem o centrômero no meio, formando dois braços de mesmo tamanho; 
-Submetacêntricos: possuem o centrômero um pouco deslocado da região mediana, formando dois 
braços de tamanhos desiguais; 
-Acrocêntricos: possuem o centrômero bem próximo a uma das extremidades, formando um braço 
grande e outro muito pequeno; 
-Telocêntricos: possuem o centrômero em um das extremidades, tendo apenas um braço. 
 
O número de cromossomos é fixo nos indivíduos de determinada espécie, mas não e exclusivo dela. 
Espécies diferentes apresentam o mesmo número de cromossomos; por exemplo, a seringueira, a 
mandioca, a barata e o caramujo têm 36 cromossomos nas células. 
 
Geralmente, os cromossomos das células somáticas (não relacionados com a reprodução) são 
encontrados aos pares. Esses cromossomos que formam pares são denominados homólogos e têm a 
mesma forma, o mesmo tamanho e a mesma sequência de genes. Os genes que ocupam a mesma 
posição (loco, ou locus) em cromossomos homólogos são chamados de genes alelos. 
 
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Células que apresentam todos os seus cromossomos distribuídos em pares homólogos são células 
diploides ou 2n. As células somáticas (dos órgãos do corpo) na maioria dos organismos são diploides, 
inclusive as humanas. 
Quando uma célula não possui pares de cromossomos homólogos, mas só um representante de cada 
par, ela é haploide ou n. Os gametas (células reprodutoras) são exemplos de células haploides. 
 
A maioria das espécies possui um número diploide de cromossomos nas células somáticas. O número 
2n no homem é 46, no cachorro 78, e na mosca 12. Na reprodução sexuada ocorre a união de dois 
gametas, que devem ser haploides, para manter o número 2n da espécie. Assim, a fecundação (união 
entre os gametas) restabelece o número 2n de cromossomos ao formar o zigoto, que é a primeira célula 
de um organismo. 
 O conjunto haploide de cromossomos de uma espécie constitui a bagagem cromossômica de um 
gameta, sendo a contribuição genética de cada genitor para o filho. Assim, o conjunto haploide humano 
é 23, e o do cachorro 39. 
 Resumindo... Cromatina e cromossomos são dois diferentes aspectos do mesmo material. 
 
Constituição química e arquitetura dos cromossomos 
Descobrir a natureza química dos cromossomos foi uma árdua tarefa que mobilizou centenas de 
cientistas e muitos anos de trabalho. O primeiro constituinte cromossômico a ser identificado foi o ácido 
desoxirribonucleico, o DNA. Em 1924, o pesquisador alemão Robert J. Feugen desenvolveu uma técnica 
especial de coloração que permitiu demonstrar que o DNA é um dos principais componentes dos 
cromossomos. Alguns anos mais tarde, descobriu-se que a cromatina também é rica em proteínas 
denominadas histonas. 
 
Divisão celular (mitose e meiose, e suas fases) 
Do mesmo modo que uma fábrica pode ser multiplicada pela construção de várias filiais, também as 
células se dividem e produzem cópias de si mesmas. Há dois tipos de divisão celular: mitose e meiose. 
Na mitose, a divisão de uma “célula-mãe” duas “células-filhas” geneticamente idênticas e com o mesmo 
número cromossômico que existia na célula-mãe. Uma célula n produz duas células n, uma célula 2n 
produz duas células 2n etc. Trata-se de uma divisão equacional. Já na meiose, a divisão de uma “célula-
mãe” 2n gera “células-filhas” n, geneticamente diferentes. Neste caso, como uma célula 2n produz quatro 
células n, a divisão é chamada reducional. 
O principal ponto em comum entre esses dois processos é o fato de que qualquer célula, antes de 
entrar em mitose ou meiose, deve duplicar seu material genético. 
Essa duplicação ocorre durante a interfase, período no qual a célula não está em divisão, porem 
apresenta grande atividade, sintetizando material para seu funcionamento, crescimento e preparando-se 
para a divisão. 
Costuma-se dividir a interfase em três períodos distintos: G1, S e G2. O intervalo de tempo em que 
ocorre a duplicação do DNA foi denominado de S (síntese) e o período que antecede é conhecido como 
G1 (G1 provém do inglês gap, que significa “intervalo”). O período que sucede o S é conhecido como G2. 
 
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O ciclo celular todo, incluindo a interfase (G1, S, G2) e a mitose (M) – prófase, metáfase, anáfase e 
telófase – pode ser representado em um gráfico no qual se coloca a quantidade da DNA na ordenada (y) 
e o tempo na abscissa (x). 
 
 
Mitose 
 
A mitose é o processo de divisão celular que forma células-filhas com o mesmo número de 
cromossomos da célula-mãe. Por meio da mitose, uma célula com o número x de cromossomos (n, 2n, 
3n) divide-se em duas células com o mesmo número x de cromossomos. 
Desse modo, a mitose mantem constante o número de cromossomos das células, formando células 
idênticas à célula inicial, condição essencial para o crescimento dos organismos pluricelulares. 
Todos os seres vivos começam por uma única célula, que, nos organismos pluricelulares se divide, 
formando as células do corpo. A mitose permite, assim, a construção dos organismos animais e vegetais. 
O aumento do número de células provoca o crescimento dos indivíduos. À medida que ocorre a 
formação da células por mitose há também um processo de especialização complexo- a diferenciação 
celular. Ela possibilita a transformação das células, de modo a realizar as diferentes funções orgânicas e 
a construir os órgãos e tecidos do corpo. 
Além de promover o crescimento, a mitose é necessária aos processos de regeneração do organismo, 
pois é por meio dela que se dá a reposição de células, para substituir células mortas. 
 
Os cromossomos durante a mitose 
 
Os cromossomos iniciam a mitose já duplicados, com duas cromátides ligadas pelo centrômero, pois 
a duplicação do DNA já ocorreu na intérfase. 
Durante mitose, as cromátides se separam, permitindo a divisão dos cromossomos, que são levados 
para as células-filhas. Isso possibilita que cada célula resultante da mitose receba o mesmo número de 
cromossomos da célula inicial. 
A mitose é um mecanismo de divisão reducional (R), porque mantém constante o número de 
cromossomos das células. 
 
As fases da mitose 
 
A mitose é um processo contínuo de divisão celular, mas, por motivos didáticos, para melhor 
compreendê-la, vamos dividi-la em fases: prófase, metáfase, anáfase e telófase. Alguns autores 
costumam citar uma quinta fase – a prometáfase – intermediária entre a prófase e a metáfase. O final da 
mitose, com a separação do citoplasma, é chamado de citocinese. 
 
Prófase 
 
- Os cromossomos começam a ficar visíveis devido à espiralação. 
- O nucléolo começa a desaparecer. 
- Organiza-se em torno do núcleo um conjunto de fibras (nada mais são do que microtúbulos) 
originadas a partir dos centrossomos, constituindoo chamado fuso de divisão (ou fuso mitótico). 
Embora os centríolos participem da divisão, não é deles que se originam as fibras do fuso. Na mitose 
em célula animal, as fibras que se situam ao redor de cada par de centríolos opostas ao fuso constituem 
o áster (do grego, aster = estrela). 
- O núcleo absorve água, aumento de volume e a carioteca se desorganiza. 
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- No final da prófase, curtas fibras do fuso, provenientes do centrossomos, unem-se aos centrômeros. 
Cada uma das cromátides-irmãs fica ligada a um dos polos da célula. 
 
 
 
 
Metáfase 
 
 Os cromossomos atingem o máximo em espiralação, encurtam e se localizam na região equatorial da 
célula. 
- No finalzinho da metáfase e início da anáfase ocorre a duplicação dos centrômeros. 
 
 
 
Anáfase 
 
As fibras do fuso começam a encurtar. Em consequência, cada lote de cromossomos-irmãos é puxado 
para os polos opostos da célula. 
Como cada cromátide passa a ser um novo cromossomo, pode-se considerar que a célula fica 
temporariamente tetraploide. 
 
 
Telófase 
 
- Os cromossomos iniciam o processo de desespirilação. 
- Os nucléolos reaparecem nos novos núcleos celulares. 
- A carioteca se reorganiza em cada núcleo-filho. 
- Cada dupla de centríolos já se encontra no local definitivo nas futuras células-filhas. 
 
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Citocinese – Separando as células 
 
A partição em duas copias é chamada de citocinese e ocorre, na célula animal, de fora para dentro, 
isto é, como se a célula fosse estrangulada e partida em duas (citocinese centrípeta). Há uma distribuição 
de organelas pelas duas células-irmãs. Perceba que a citocinese é, na verdade a divisão do citoplasma. 
Essa divisão pode ter início já na anáfase, dependendo da célula. 
 
 
Função da mitose 
 
A mitose é um tipo de divisão muito frequente entre os organismos da Terra atual. Nos unicelulares, 
serve à reprodução assexuada e à multiplicação dos organismos. Nos pluricelulares, ela repara tecidos 
lesados, repões células que normalmente morrem e também está envolvida no crescimento. No homem, 
a pele, a medula óssea e o revestimento intestinal são locais onde a mitose é frequente. Nem todas as 
células do homem, porém, são capazes de realizar mitose. Neurônios e célula musculares são dois tipos 
celulares altamente especializados em que não ocorre esse tipo de divisão (ocorre apenas na fase 
embrionária). Nos vegetais, a mitose ocorre em locais onde existem tecidos responsáveis pelo 
crescimento, por exemplo, na ponta de raízes, na ponta de caules e nas gemas laterais. Serve também 
para produzir gametas, ao contrário do que ocorre nos animais, em que a meiose é o processo de divisão 
mais diretamente associado à produção das células gaméticas. 
 
Meiose 
 
As células somáticas de um organismo humano possuem um número diploide de 46 cromossomos em 
seus núcleos. Elas foram formadas de um célula inicial, o zigoto, ou célula ovo, originada da fecundação. 
O zigoto dividiu-se por mitose para originar as células somáticas. 
O zigoto tem 46 cromossomos e é formado pela união dos gametas masculinos e femininos. Para que 
o zigoto tenha 16 cromossomos, os gametas devem apresentar 23 cromossomos cada. 
No homem, e na maioria das espécies pluricelulares, encontramos células somáticas diploides e, para 
permitir a reprodução sexuada, gametas haploides. 
Para possibilitar a formação desses gametas (haploides-n), a partir de células duplóides, existe um 
processo especial de divisão chamado meiose. 
A meiose é um mecanismos de divisão reducional (R), pelo qual uma célula 2n (diploide) forma quatro 
células n (haploides), após duas divisões consecutivas. 
A meiose está associado a reprodução sexuada, possibilitando a preservação da espécies, mas não 
é indispensável para a sobrevivência do indivíduo. 
 
 
 
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As fases da meiose 
 
A redução do número cromossômico da célula é importante fator para a conservação do lote 
cromossômico das espécies, pois como a meiose formam-se gametas com a metade do lote 
cromossômico. Quando ocorre a fecundação, o número de cromossomos da espécie se restabelece. 
Podemos estudar a meiose em duas etapas, separadas por um curto intervalo, chamado intercinese. Em 
cada etapa, encontramos as fases estudadas na mitose, ou seja, prófase, metáfase, anáfase e telófase. 
 
Vamos supor uma célula 2n = 2 e estudar os eventos principais da meiose nessa célula. 
 
Meiose I (Primeira Divisão Meiótica) 
 
Prófase I – É a etapa mais marcante da meiose. Nela ocorre o pareamento dos cromossomos 
homólogos e pode acontecer um fenômeno conhecido como crossing-over (também chamado de 
permuta). Como a prófase I é longa, há uma sequência de eventos que, para efeito de estudo, pode ser 
dividida nas seguintes etapas: 
- Inicia-se a espiralação cromossômica. É a fase de leptóteno (leptós = fino), em que os filamentos 
cromossômicos são finos, pouco visíveis e já constituídos cada um por duas cromátides. 
 
 
 
Começa a atração e o pareamento dos cromossomos homólogos; é um pareamento ponto por ponto 
conhecido como sinapse (o prefixo sin provém do grego e significa união). Essa é a fase de zigóteno 
(zygós = par). 
 
 
- A espiralação progrediu: agora, são bem visíveis as duas cromátides de cada homólogo pareado; 
como existem, então, quatro cromátides, o conjunto forma uma tétrade ou par bivalente. Essa é a fase de 
paquíteno (pakhús = espesso). 
 
 
- Ocorrem quebras casuais nas cromátides e uma troca de pedaços entre as cromátides homólogas, 
fenômeno conhecido como crossing-over (ou permuta). Em seguida, os homólogos se afastam e 
evidenciam-se entre eles algumas regiões que estão ainda em contato. Essas regiões são conhecidas 
como quiasmas (qui corresponde à letra “x” em grego). Os quiasmas representam as regiões em que 
houve as trocas de pedaços. Essa fase da prófase I é o diplóteno (diplós = duplo). 
 
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- Os pares de cromátides afastam-se um pouco mais e os quiasmas parecem “escorregar” para as 
extremidades; a espiralação dos cromossomos aumenta é a última fase da prófase I, conhecida por 
diacinese (dia = através; kinesis = movimento). 
 
 
 
Enquanto acontecem esses eventos, os centríolos, que vieram duplicado da interfase, migram para os 
polos opostos e organizam o fuso de divisão; os nucléolos desaparecem; a carioteca se desfaz após o 
término da prófase I, prenunciando a ocorrência da metáfase I. 
 
Metáfase I – os cromossomos homólogos pareados se dispõem na região mediana da célula; cada 
cromossomo está preso a fibras de um só polo. 
 
 
 
Anáfase I – o encurtamento das fibras do fuso separa os cromossomos homólogos, que são 
conduzidos para polos opostos da célula, não há separação das cromátides-irmãs. Quando os 
cromossomos atingem os polos, ocorre sua desespiralação, embora não obrigatória, mesmo porque a 
segunda etapa da meiose vem a seguir. Às vezes, nem mesmo a carioteca se reconstitui. 
 
 
 
Telófase I – no final desta fase, ocorre a citocinese, separando as duas células-filhas haploides. Segue-
se um curto intervalo a intercinese, que procede a prófase II. 
 
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Meiose II (segunda divisão meiótica) 
 
Prófase II – cada uma das duas células-filhas tem apenas um lote de cromossomos duplicados. Nesta 
fase os centríolos duplicam novamente e as células em que houve formação da carioteca, esta começa 
a se desintegrar. 
 
 
 
Metáfase II - como na mitose, os cromossomos prendem-se pelo centrômero às fibras do fuso, que 
partem de ambos os polos. 
 
 
 
Anáfase II – Ocorre duplicação dos centrômeros, só agora as cromátides-irmãs separam-se 
(lembrando a mitose). 
 
 
 
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Telófase II e citocinese – com o término da telófase II reorganizam-se os núcleos. A citocinese separa 
as quatro células-filhas haploides, isto é, sem cromossomos homólogos e com a metade do número de 
cromossomos em relação à célula que iniciou a meiose. 
 
 
Variabilidade: Entendendo o crossing-over 
 
A principal consequência da meiose, sem dúvida, é o surgimento da diversidade entre os indivíduos 
que são produzidos na reprodução sexuada da espécie. A relação existente entre meiose e variabilidade 
é baseada principalmente na ocorrência de crossing-over. 
 
Meiose com crossing-over 
O crossing é um fenômeno que envolve cromátides homólogas. Consiste na quebra dessas cromátides 
em certos pontos, seguida de uma troca de pedaços (quiasmas) correspondentes entre elas. As trocas 
provocam o surgimento de novas sequências de genes ao longo dos cromossomos. Assim, se em um 
cromossomo existem vários genes combinados segundo uma certa sequência, após a ocorrência do 
crossing a combinação pode não ser mais a mesma. Então, quando se pensa no crossing, é comum 
analisar o que aconteceria, por exemplo, quanto à combinação entre os genes alelos A e a e B e b no par 
de homólogos ilustrados na figura. Nessa combinação o gene A e B encontram-se em um mesmo 
cromossomo, enquanto a e b estão no cromossomo homólogo. Se a distância de A e B for considerável, 
é grande a chance de ocorrer uma permuta. E, se tal acontecer, uma nova combinação gênica poderá 
surgir. As combinações Ab e aB são novas. São recombinações gênicas que contribuem para a geração 
de maior variabilidade nas células resultantes da meiose. Se pensarmos na existência de três genes 
ligados em um mesmo cromossomo (A, b e C, por exemplo), as possibilidades de ocorrência de crossings 
dependerão da distância em que os genes se encontram – caso estejam distantes, a variabilidade 
produzida será bem maior. 
 
Codificação da informação genética 
 
A descoberta do DNA ocorreu em 1869 e foi feita pelo bioquímico alemão Johann Friedrich Miescher 
(1844-1895). Miescher buscava determinar os componentes químicos do núcleo celular e usava os 
glóbulos brancos contidos no pus para suas pesquisas. Os glóbulos brancos eram um bom material pois 
são células que apresentam núcleos grandes e fáceis de serem isolados do citoplasma. Além disso, o 
pus era muito fácil de se conseguir na época em ataduras usadas em ferimentos. 
Analisando os núcleos, Miescher descobriu a presença de um composto de natureza ácida que era 
desconhecido até o momento. Esse composto era rico em fósforo e em nitrogênio, era desprovido de 
enxofre e resistente à ação da pepsina (enzima proteolítica). Esse composto, que aparentemente era 
constituído de moléculas grandes, foi denominado, por Miescher, nucleína. Essa substância foi isolada 
também da cicatriculada gema do ovo de galinha e de espermatozoides de salmão. 
Em 1880, outro pesquisador alemão, Albrecht Kossel (1883-1927), demonstrou que a nucleína 
continha bases nitrogenadas em sua estrutura, explicando o fato da nucleína ser rica em nitrogênio. Nove 
anos depois, Richard Altmann (1852-1900), que era aluno de Miescher, obteve a nucleína com alto grau 
de pureza, comprovando sua natureza ácida e dando-lhe, então, o nome de ácido nucléico. A partir daí, 
o material mais utilizado para estudo e obtenção do ácido nucléico passou a ser o timo de bezerro, cujo 
tecido apresenta células com núcleos grandes. Foi descoberto que a degradação do ácido nucléico do 
timo, chamado de ácido timonucleico, liberava quatro tipos de bases nitrogenadas: 
- dois tipos de bases púricas: adenina e guanina 
- dois tipos de bases pirimídicas: citosina e timina 
Foi demonstrado também que outro produto da degradação do ácido nucleico era um glicídio com 5 
átomos de carbono, uma pentose, no caso uma desoxirribose. O fósforo estava presente na forma de um 
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derivado do ácido fosfórico, fosfato. Tinha-se até o momento que o ácido nucléico era composto de bases 
nitrogenadas (púricas e pirimídicas), de um glicídio (pentose) e de fosfato. Em 1890, foi descoberto em 
levedura (fermento) outro tipo de ácido nucleico, que possuía uracila ao invés de timina e ribose ao invés 
da desoxirribose. Dessa maneira, foram caracterizados dois tipos de ácidos nucleicos, de acordo com o 
glicídio que possuíam: 
- ácido ribonucleico (RNA) 
- ácido desoxirribonucleico (DNA) 
Em 1912, Phoebus Levine (1869-1940) e Walter Jacobs (1883-1967) concluíram que o componente 
básico dos ácidos nucléicos era uma estrutura composta por uma unidade que se constituía numa base 
nitrogenada ligada a uma pentose, e esta por sua vez, ligada a um fosfato. Esta unidade foi denominada 
de nucleotídeo. Um ácido nucléico seria então uma molécula composta por vários nucleotídeos unidos 
entre si, ou seja, um polinucleotídeo. Os estudos dos ácidos nucléicos continuaram por muitos anos sem 
que os cientistas soubessem de sua importância como material hereditário, descoberta que só foi 
realizada muitos anos depois. Os ácidos nucléicos são moléculas gigantes (macromoléculas), formadas 
por unidades monoméricas menores conhecidas como nucleotídeos. Cada nucleotídeo, por sua vez, é 
formado por três partes: 
- um açúcar do grupo das pentoses (monossacarídeos com cinco átomos de carbono); 
- um radical “fosfato”, derivado da molécula do ácido ortofosfórico (H3PO4). 
- uma base orgânica nitrogenada. 
 
 
 
Sabia-se de sua presença nas células, mas a descoberta de sua função como substâncias 
controladoras da atividade celular foi um dos passos mais importantes da história da Biologia. 
 
Função dos Ácidos Nucleicos 
 
Coordenar a síntese das enzimas (e demais proteínas) determinando assim as características dos 
indivíduos, como: cor dos olhos, cor da pele, estatura, tendências de comportamento, doenças 
hereditárias (diabetes, hemofilia, daltonismo), etc. 
Dessa forma controla o metabolismo, a reprodução e constituem o material genético ou hereditário de 
todos os seres vivos. 
 
Os Nucleotídeos: são as unidades constituintes dos ácidos nucléicos. Ou seja, são os monômeros 
dos ácidos nucléicos. 
 
Estrutura do Nucleotídeo 
 
Basicamente, um nucleotídeo é constituído por três partes: 
- Uma base nitrogenada 
- Uma pentose 
- Um grupo fosfato 
 
a) As Bases Nitrogenadas 
Já as bases nitrogenadas pertencem a dois grupos: 
- as púricas: adenina (A) e guanina (G); 
- as pirimídicas: timina (T), citosina (C) e uracila (U). 
 
No quadro abaixo os exemplos das bases púricas e pirimídicas 
 
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Bases púricas e pirimídicas 
 
As pentoses: são monossacarídeos (oses) de cinco carbonos na cadeia. Têm a função de dar 
sustentação a molécula. São elas: 
- Ribose no RNA 
- Desoxirribose no DNA 
 
O Grupo Fosfato (PO4): é derivado do ácido fosfórico (H3PO4) - é comum tanto ao DNA como ao RNA. 
Tem a função de ligar os nucleotídeos de uma mesma fita. 
 
Características do DNA 
Apresenta-se como fita dupla, formando uma dupla hélice (modelo de Watson e Crick, 1972). 
Apresenta a pentose (ose) Desoxirribose com exclusividade; 
Apresentam a base nitrogenada “Timina” com exclusividade; 
Promove a Duplicação ou Replicação: Sintetiza cópias idênticas de si mesmo; 
Promove a transcrição: Sintetiza moléculas de RNAm (mensageiro); 
O DNA é encontrado em maior quantidade no núcleo (na cromatina) que no citoplasma (nas 
mitocôndrias e cloroplastos) 
 
É da associação dos diferentes nucleotídeos que se formam as macromoléculas dos dois tipos de 
ácidos nucléicos: o ácido ribonucleico (RNA) e o ácido desoxirribonucleico (DNA). Eles foram assim 
chamados em função dos açúcar presente em suas moléculas: O RNA contém o açúcar ribose e o DNA 
contém o açúcar desoxirribose. 
 
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Outra diferençaimportante entre as moléculas de DNA e a de RNA diz respeito às bases nitrogenadas: 
no DNA, as bases são citosina, guanina, adenina e timina; no RNA, no lugar da timina, encontra-se a 
uracila. A importância e o funcionamento dos ácidos nucléicos 
 
 
O desenho mostra os filamentos dos ácidos nucléicos. 
DNA filamento duplo e RNA monofilamento. 
 
A Duplicação ou Replicação do DNA 
 
É o processo através do qual uma molécula de DNA dá origem a outra molécula, idêntica a molécula 
mãe. A duplicação é semiconservativa, ou seja, cada molécula de ADN formada conserva uma das fitas 
da molécula-mãe. 
Etapas da Duplicação 
1- Em presença da enzima helicase e DNApolimerase, ocorre o afastamento das duas fitas do DNA; 
2- Nucleotídeos com desoxirribose (desoxirribonucleotídeos), livres no núcleo, encaixam-se nas fitas 
separadas; 
3- Ao final do processo, estão formadas duas moléculas de DNA, cada uma contendo uma das fitas 
das moléculas – mãe. 
 
 
Ilustração da replicação do DNA 
 
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A ação da enzima DNA polimerase 
 
Transcrição 
 
O material genético representado pelo DNA contém uma mensagem em código que precisa ser 
decifrada e traduzida em proteínas, muitas das quais atuarão nas reações metabólicas da célula. A 
mensagem contida no DNA deve, inicialmente, ser passada para moléculas de RNA que, por sua vez, 
orientarão a síntese de proteínas. O controle da atividade celular pelo DNA, portanto, é indireto e ocorre 
por meio da fabricação de moléculas de RNA, em um processo conhecido como transcrição. 
 
RNA: uma Cadeia (Fita) Simples 
 
As moléculas de RNA são constituídas por uma sequência de ribonucleotídeos, formando uma cadeia 
(fita) simples. 
 
Transcrição da informação genética 
 
A síntese de RNA (mensageiro, por exemplo) se inicia com a separação das duas fitas de DNA. Apenas 
uma das fitas do DNA serve de molde para a produção da molécula de RNAm. A outra fita não é transcrita. 
Essa é uma das diferenças entre a duplicação do DNA e a produção do RNA. 
 
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Enzima RNA polimerase 
 
Exemplos: 
Imaginando um segmento hipotético de um filamento de DNA com a sequência de bases: 
DNA- ATGCCGAAATTTGCG 
O segmento de RNAm formado na transcrição terá a sequência de bases: 
RNA- UACGGCUUUAAACGC 
 
Obs.: Em uma célula eucariótica, o RNAm produzido destaca-se de seu molde e, após passar por um 
processamento, atravessa a carioteca e se dirige para o citoplasma, onde se dará a síntese proteica. Com 
o fim da transcrição, as duas fitas de DNA seu unem novamente, refazendo-se a dupla hélice. 
 
Tradução: Síntese de Proteínas 
 
Tradução é o nome utilizado para designar o processo de síntese de proteínas. Ocorre no citoplasma 
com a participação, entre outros, de RNA e de aminoácidos. 
 
Cístron - é o segmento de DNA que contém as informações para a síntese de um polipeptídeo ou 
proteína. O RNA produzido que contém uma sequência de bases nitrogenadas transcrita do DNA é um 
RNA mensageiro. 
 
 
Ilustração do processo de transcrição 
 
RNAs transportadores, RNAt. Assim chamados porque serão os responsáveis pelo transporte de 
aminoácidos até o local onde se dará a síntese de proteínas junto aos ribossomos. São moléculas de 
RNA de fita simples, de pequeno tamanho, contendo, cada uma, cerca de 75 a 85 nucleotídeos. Cada fita 
de RNAt torce-se sobre si mesma, adquirindo o aspecto visto na figura abaixo. Duas regiões se destacam 
em cada transportador: uma é o local em que se ligará o aminoácido a ser transportado e a outra 
corresponde ao trio de bases complementares (chamado anticódon) do RNAt, que se encaixará no códon 
correspondente do RNAm. 
 
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Obs.: Anticódon é o trio de bases do RNAt, complementar do códon do RNAm. 
 
Etapas da Síntese Proteica: 
 
- Um RNAm, processado no núcleo, contendo sete códons (21 bases hidrogenadas) se dirige ao 
citoplasma. 
- No citoplasma, um ribossomo se liga ao RNAm na extremidade correspondente ao início da leitura. 
Dois RNAt, carregando os seus respectivos aminoácidos (metionina e alanina), prendem-se ao 
ribossomo. Cada RNAt liga-se ao seu trio de bases (anticódon) ao trio de bases correspondentes ao 
códon do RNAm. Uma ligação peptídica une a metionina à alanina. 
- O ribossomo se desloca ao longo do RNAm. O RNAt que carregava a metionina se desliga do 
ribossomo. O quarto RNAt, transportando o aminoácido leucina, une o seu anticódon ao códon 
correspondente do RNAm. Uma ligação peptídica é feita entre a leucina e a alanina. 
- O ribossomo novamente se desloca. O RNAt que carregava a alanina se desliga do ribossomo. O 
quarto RNAt, transportando o aminoácido ácido glutâmico encaixa-se no ribossomo. Ocorre a união do 
anticódon desse RNAt com o códon correspondente do RNAm. Uma ligação peptídica une o ácido 
glutâmico à leucina. 
- Novo deslocamento do ribossomo. O quinto RNAt, carregando a aminoácido glicina, se encaixa no 
ribossomo. Ocorre a ligação peptídica da glicina com o ácido glutâmico. 
- Continua o deslocamento do ribossomo ao longo do RNAm. O sexto RNAt, carregando o aminoácido 
serina, se encaixa no ribossomo. Uma ligação peptídica une a serina à glicina. 
- Fim do deslocamento do ribossomo. O último transportador, carregando o aminoácido triptofano, 
encaixa-se no ribossomo. Ocorre a ligação peptídica do triptofano com a serina. O RNAt que carrega o 
triptofano se separa do ribossomo. O mesmo ocorre com o transportador que portava a serina. 
- O peptídeo contendo sete aminoácidos fica livre no citoplasma. Claro que outro ribossomo pode se 
ligar ao RNAm, reiniciando o processo de tradução, que resultará em um novo peptídio. Perceba, assim, 
que o RNAm contendo sete códons (21 bases nitrogenadas) conduziu a síntese de um peptídeo formado 
por sete aminoácidos. 
 
O Código Genético 
 
A mensagem genética contida no DNA é formada por um alfabeto de quatro letras que correspondem 
aos quatro nucleotídeos: A, T, C e G. Com essas quatros letras é preciso formar “palavras” que possuem 
o significado de “aminoácidos”. Cada proteína corresponde a uma “frase” formada pelas “palavras”, que 
são os aminoácidos. De que maneira apenas quatro letras do alfabeto do DNA poderiam ser combinadas 
para corresponder a cada uma das vinte “palavras” representadas pelos vinte aminoácidos diferentes que 
ocorrem nos seres vivos. 
Uma proposta brilhante sugerida por vários pesquisadores, e depois confirmada por métodos 
experimentais, foi a de que cada três letras (uma trinca de bases) do DNA corresponderia uma 
“palavra”, isto é, um aminoácido. Nesse caso, haveria 64 combinações possíveis de três letras, o 
que seria mais do que suficiente para codificar os vinte tipos diferentes de aminoácidos 
(matematicamente, utilizando o método das combinações seriam, então, 4 letras combinadas 3 a 3, ou 
seja, 43 = 64 combinações possíveis). 
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O código genético do DNA se expressa por trincas de bases, que foram denominadas códons. 
Cada códon, formado por três letras, corresponde a certo aminoácido. A correspondência entre o 
trio de bases do DNA, o trio de bases do RNA e os aminoácidos por eles especificados constitui uma 
mensagem em código que passou a ser conhecida como “código genético”. Mas, surge um problema. 
Como são vinte os diferentes aminoácidos, há mais códons do que tipos de aminoácidos! Deve-
se concluir, então, que há aminoácidos que são especificados por mais de um códon, o que foi 
confirmado. A tabela abaixo, especifica os códons de RNAm que podem ser formados e os 
correspondentes aminoácidos que especificam. 
 
 
Dizemos que o código genético é universal, pois em todos os organismos da Terra atual ele funciona 
da mesma maneira, quer seja em bactérias, em uma cenoura ou no homem.O códon AUG, que codifica 
para o aminoácido metionina, também significa início de leitura, ou seja, é um códon que indica aos 
ribossomos que é por esse trio de bases que deve ser iniciada a leitura do RNAm. Note que três códons 
não especificam nenhum aminoácido. São os códons UAA, UAG e UGA, chamados de códons e 
parada durante a “leitura” (ou stop códons) do RNA pelos ribossomos, na síntese proteica. 
 
Obs.: Diz-se que o código genético é degenerado porque cada “palavra” (entenda-se 
aminoácido) pode ser especificada por mais de uma trinca. 
 
Questões 
 
01. A membrana plasmática apresenta uma propriedade típica: a permeabilidade seletiva. No que 
consiste essa propriedade? 
 
02. Assinale a alternativa que completa melhor a frase a seguir: 
“A membrana plasmática é constituída por uma bicamada de _________ com moléculas de 
__________ inseridas” 
 
(A)Proteínas e glicocálix 
(B)Fosfolipídios e proteínas 
(C)Fosfolipídios e lipídios 
(D)Lipídios e fosfolipídios 
(E)Proteínas e fosfolipídios 
 
03. (PUC - RJ-adaptada/2015) Em relação aos envoltórios celulares, podemos afirmar que: 
(A) todas as células dos seres vivos têm parede celular. 
(B) somente as células vegetais têm membrana celular. 
(C) somente as células animais têm parede celular. 
(D) todas as células dos seres vivos têm membrana celular. 
(E) os fungos e bactérias não têm parede celular. 
 
04. (FUVEST) Assinale a alternativa que contêm as organelas que apresentam DNA 
(A) Mitocôndria e ribossomo 
(B) Mitocôndria e cloroplasto 
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(C) Nucléolo e cloroplasto 
(D) Lisossomo e ribossomo 
(E) Ribossomo e cromossomo 
 
05. (UEL) A produção de ATP numa célula animal ocorre, fundamentalmente: 
(A) nos golgiossomos. 
(B) nos cromossomos. 
(C) nos lisossomos. 
(D) nos ribossomos. 
(E) nas mitocôndrias 
 
06. (UNITAU) O retículo endoplasmático rugoso é responsável pela síntese e transporte de proteínas. 
No entanto, a síntese protéica é realizada por grânulos, que estão aderidos a ele, denominados de: 
(A) mitocôndrias. 
(B) ribossomos. 
(C) lisossomos. 
(D) cloroplastos. 
(E) fagossomos. 
 
07. (UECE) Certas organelas produzem moléculas de ATP e outras utilizam o ATP produzido, pelas 
primeiras, para a síntese orgânica a partir do dióxido de carbono. Estamos falando, respectivamente, de 
(A) lisossomos e cloroplastos. 
(B) mitocôndrias e complexo de Golgi. 
(C) mitocôndrias e cloroplastos. 
(D) lisossomos e mitocôndrias. 
 
08. Qual das estruturas abaixo está associada corretamente à principal função que exerce na célula? 
(A) Centríolo …………………………….. divisão celular 
(B) lisossomo …………………………………. respiração celular 
(C) mitocôndria ………………………………. síntese de proteína 
(D) ribossomo ………………………………… digestão celular 
(E) Complexo de Golgi ……………………. ciclos de Krebs 
 
09. Os lisossomos participam de dois processos celulares: autofagia e autólise. No que consiste esses 
dois processos? 
 
10. De que maneira a célula age em relação à água oxigenada, produto tóxico resultante da atividade 
celular? 
 
11. (UNIMONTES) As organelas celulares são estruturas especializadas, presentes em células 
eucarióticas. As alternativas a seguir referem-se às características do complexo de golgiense, Exceto: 
(A) Geralmente se encontra próximo ao núcleo. 
(B) Não apresenta cisternas na sua constituição. 
(C) Pode exportar substâncias. 
(D) Distribui e armazena proteínas e lipídeos. 
 
12. (UNICAMP-adaptado/2015) É comum, nos dias de hoje, ouvirmos dizer: “estou com o colesterol 
alto no sangue”. A presença de colesterol no sangue, em concentração adequada, não é problema, pois 
é um componente importante ao organismo. Porém, o aumento das partículas LDL (lipoproteína de baixa 
densidade), que transportam o colesterol no plasma sanguíneo, leva à formação de placas 
ateroscleróticas nos vasos, causa freqüente de infarto do miocárdio. Nos indivíduos normais, a LDL 
circulante é internalizada nas células através de pinocitose e chega aos lisossomos. O colesterol é 
liberado da partícula LDL e passa para o citosol para ser utilizado pela célula. 
a) O colesterol é liberado da partícula LDL no lisossomo. Que função essa organela exerce na célula? 
b) A pinocitose é um processo celular de internalização de substâncias. Indique outro processo de 
internalização encontrado nos organismos e explique no que difere da pinocitose. 
c) Cite um processo no qual o colesterol é utilizado. 
 
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13. No citoplasma das células encontram-se diversas organelas, desempenhando funções diversas. 
Em relação à função desempenhada pelas mitocôndrias podemos afirmar que: 
(A) é responsável pela produção de energia a partir do gás carbônico e da glicose. 
(B) é a organela envolvida na síntese de proteínas. 
(C) é a estrutura que participa da síntese de lipídeos. 
(D) é responsável pela respiração celular. 
(E) Não participa das atividades metabólicas celulares. 
 
14. (UFLA- adaptado/2015) Na coluna da esquerda, encontram-se nomes de organelas celulares e, 
na coluna da direita, importantes processos fisiológicos. Marque a sequência que representa a correlação 
CORRETA entre as duas colunas. 
Organelas Processos fisiológicos 
1 – Ribossomos A – Síntese de ATP 
2 – Retículo endoplasmático B – Formação de grãos de secreção 
3 – Mitocôndria C – Síntese de proteínas 
4 – Lisossomos D – Digestão intracelular 
5 – Aparelho de Golgi E – Neutralização de substâncias tóxicas 
(A) 1A, 2B, 3D, 4C, 5E 
(B) 1B, 2D, 3E, 4A, 5C 
(C) 1C, 2E, 3A, 4D, 5B 
(D) 1C, 2B, 3A, 4D, 5E 
(E) 1E, 2D, 3A, 4B, 5C 
 
15. Quais das estruturas apresentadas abaixo são comuns no citoplasma de células procariontes e 
eucariontes. 
(A) Mitocôndria e ribossomo 
(B) Núcleo e lisossomos 
(C) Cloroplasto e complexo de Golgi 
(D) Somente o ribossomo 
(E) Plasmídio e ribossomo 
 
16. (VUNESP) Numa célula eucariótica, a síntese de proteínas, a síntese de esteróides e a respiração 
celular estão relacionadas, respectivamente: 
(A) ao Complexo de Golgi, às mitocôndrias, aos ribossomos; 
(B) ao retículo endoplasmático liso, ao retículo endoplasmático granular, ao Complexo de Golgi; 
(C) aos ribossomos, ao retículo endoplasmático liso, às mitocôndrias; 
(D) ao retículo endoplasmático granular, às mitocôndrias, ao Complexo de Golgi; 
(E) ao retículo endoplasmático liso, ao Complexo de Golgi, às mitocôndrias. 
 
17. As células são as menores unidades vivas de um organismo e estão presentes em todos os seres, 
com exceção dos vírus. Elas podem ser classificadas em procarióticas e eucarióticas se levarmos em 
consideração a ausência ou presença: 
(A) de parede celular. 
(B) de organelas celulares. 
(C) de carioteca. 
(D) de membrana plasmática. 
(E) de citoplasma. 
 
18.Organismos procariontes apresentam células mais simples, que não possuem um núcleo 
organizado. São exemplos de seres procariontes: 
(A) bactérias e plantas. 
(B) bactérias e cianobactérias. 
(C) animais e plantas. 
(D) fungos e bactérias. 
(E) protozoários e bactérias. 
 
19. A mitose é um processo de divisão celular que pode ser dividido em quatro etapas. Marque a 
alternativa que indica corretamente as etapas e a sequência correta em que elas ocorrem. 
 
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(A) Prófase, G1, S e G2. 
(B) G1, S, G2 e Metáfase. 
(C) Prófase, metáfase, telófase e anáfase. 
(D) Metáfase, prófase, anáfase e telófase. 
(E) Prófase, metáfase, anáfase e telófase. 
 
20. (UFSM-RS). Um bioquímico mediu a quantidade de DNA em células cultivadas em laboratório e 
verificou que a quantidade de DNA na célula duplicou: 
(A) entre as fases G1 e G2 do ciclo celular. 
(B) entre a prófase e a anáfase da mitose. 
(C) durante a metáfase do ciclo celular. 
(D) entre a prófase I e a prófase II da meiose. 
(E) entre a anáfase e a telófase da mitose 
 
21. (CES/JF-MG) Entre as frases a seguir, em relação à divisão celular por mitose, umaé incorreta. 
Aponte-a. 
(A) É um processo muito importante para o crescimento dos organismos. 
(B) Ocorre nas células somáticas tanto de animais como de vegetais. 
(C) A célula-mãe dá origem a duas células-filhas com metade do número de cromossomos. 
(D) Na metáfase, todos os cromossomos, cada um com duas cromátides, encontram-se no equador 
da célula em maior grau de condensação. 
(E) As células-filhas são idênticas às células-mãe. 
 
22. Qual fase da mitose é caracterizada pelo posicionamento dos cromossomos no equador da célula? 
(A) G1. 
(B) Prófase. 
(C) Metáfase. 
(D) Anáfase. 
(E) Telófase 
 
Respostas 
 
01. Resposta 
Consiste em regular a entrada e saída de substâncias na célula, mantendo uma composição química 
específica. 
 
02. Resposta B 
A membrana plasmática é constituída por uma bicamada de fosfolipídios com moléculas de proteínas 
inseridas. 
 
03. Resposta D 
Todas as células vivas apresentam membrana plasmática. 
 
04. Resposta B 
Nas células eucarióticas existem duas organelas que possuem DNA próprio, sendo estas as 
mitocôndrias e os cloroplastos. Tanto nas mitocôndrias quanto nos cloroplastos, o DNA se mostra 
organizado de maneira muito semelhante ao conteúdo genético dos organismos procariontes. Nestas 
organelas, o DNA possui forma circular a exceção do DNA de alguns protozoários dotados de cílios, que 
se mostra totalmente linear. Este DNA se mostra condensado de forma idêntica ao cromossomo 
procariótico, e ainda no caso das mitocôndrias, estudos recentes têm demonstrado que este se situa 
preso à membrana interna destas organelas. Além do DNA, diferentes tipos de RNA e todo o mecanismo 
necessário para a produção de proteínas estão presentes nestas organelas. 
 
05. Resposta E. 
A organela responsável pela produção de energia é a mitocôndrias. Esta gera energia (ATP) através 
da respiração aeróbica. 
 
 
 
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06. Resposta B. 
O retículo endoplasmático rugoso (REG) apresentam grânulos aderidos as suas membranas. Esses 
grânulos recebe o nome de ribossomos e são responsáveis pela síntese de proteínas da célula. 
 
07. Resposta C. 
 
08. Resposta A. 
Os centríolos estão relacionados a formação das fibras do áster, portanto, está relacionada ao 
processo de divisão celular. 
 
09. Resposta: 
Autofagia é a digestão de estruturas celulares em desuso; serve para a renovação celular. 
Autólise é a desintegração celular. 
 
10. Resposta: 
Os peroxissomos produzem a catalase enzima que transforma a água oxigenada em água e oxigênio. 
 
11. Resposta B 
O complexo golgiense (sistema de Golgi) e formado por membranas lipoproteicas duplas que formam 
sacos achatados. 
 
12. Resposta: 
a) Sua função é promover a quebra de moléculas complexas no interior da célula (digestão 
intracelular). 
b) Um outro processo é a fagocitose. Na pinocitose há internalização de partículas por meio de 
invaginação da membrana plasmática, enquanto na fagocitose a internalização ocorre por meio de 
pseudópodes. Pode-se dizer, ainda, que a pinocitose permite a internalização de partículas líquidas, 
menores; já a fagocitose permite a internalização de partículas maiores, sólidas. 
c) O colesterol é usado na síntese dos hormônios esteroides. 
 
13. Resposta D. 
A – Errada – a produção de energia é a partir do gás oxigênio e não do gás carbônico. 
B – Errada – está associada à produção de energia e não de proteínas. 
C – Errada – está associada à produção de energia e não de lipídios. 
D – Correta – as mitocôndrias são responsáveis pela respiração celular. 
E – Errada – participa das atividades metabólicas através da síntese de energia/ATP. 
 
14. Resposta C. 
A – Errada – Os ribossomos não realizam a síntese de ATP, a mitocôndria não realiza digestão 
intracelular, etc. 
B – Errada – O RE não realiza a digestão intracelular, e o complexo de Golgi não participa da síntese 
de ATP, etc. 
C – Correta – Todas as informações apresentadas estão corretas. 
D – Errada – O RE não é responsável pela formação de grãos de secreção e o complexo de Golgi não 
tem a capacidade de neutralizar toxinas. 
E – Errada – O aparelho de Golgi não é responsável pela síntese de proteínas. 
 
15. Resposta D. 
 
A – Errada – Não há na célula procariota a presença de mitocôndria. 
B – Errada – As duas estruturas não estão presentes nas células procariotas. 
C – Errada – Complexo de Golgi não está presente na célula procariota. 
D – Correta – Somente o ribossomo é comum em células procariontes e eucariontes. 
E – Errada – Não há na célula eucariota a presença de plasmídio. 
 
16. Resposta C 
 
 
 
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17. Resposta C 
A classificação em procarióticas e eucarióticas é baseada na ausência ou presença de carioteca, uma 
membrana que envolve o material nuclear. Nas células procarióticas, essa membrana está ausente e por 
isso dizemos que elas não apresentam núcleo definido. 
 
18. Resposta B 
Cianobactérias e bactérias são seres que apresentam células procarióticas, ou seja, que não possuem 
membrana envolvendo o material nuclear. 
 
19. Resposta E 
 
20. Resposta A. 
A duplicação do DNA ocorre durante a fase chamada de S, que fica entre G1 e G2. 
21. Resposta C. 
A alternativa é incorreta, pois, no final da mitose, as células-filhas possuirão o mesmo número de 
cromossomos da célula-mãe. 
 
22. Resposta C. 
É na metáfase que os cromossomos se dispõem na região mediana da célula e formam a chamada 
placa equatorial. 
 
 
 
Seres Vivos 
 
Estima-se que existam na Terra milhões de diferentes tipos de organismos vivos compartilhando a 
biosfera. O reconhecimento dessas espécies está intimamente relacionado à história do homem. 
O homem, determinado momento da história evolutiva, passou a utilizar animais e plantas para sua 
alimentação, cura de doenças, fabricação de armas, objetos agrícolas e abrigo. A necessidade de 
transmitir as experiências adquiridas para os descendentes forçou-o a conhecer detalhadamente as 
plantas e animais. O documento zoológico mais antigo que se tem notícia, é um trabalho grego de 
medicina, do século V a.C., que continha uma classificação simples dos animais comestíveis, 
principalmente peixes. 
Diante disso, a classificação dos seres vivos surgiu da necessidade do homem em reconhecê-los. O 
grande número de espécies viventes levou-o a organizá-las de forma a facilitar a identificação e, 
consequentemente, seu uso. 
 
A classificação dos seres vivos 
A primeira fase da classificação dos seres vivos começou na Antiguidade, com o filósofo grego 
Aristóteles (384 - 322 a.C.), autor dos registros escritos mais antigos conhecidos sobre esse assunto e 
que datam do século 4 a.C. Nessa época, os organismos vivos foram divididos em dois reinos claramente 
distintos: as Vegetal e Animal. Neste tipo de classificação, as plantas eram todos os organismos fixos e 
sem uma forma claramente definida, capazes de fabricar matéria orgânica a partir de fontes inorgânicas 
– autotrofia -, enquanto os animais eram todos os restantes organismos, devida livre, com forma definida 
e dependentes da matéria orgânica (plantas ou outros animais) para a sua nutrição – heterotrofia. 
Conforme mais dados iam sendo recolhidos, principalmente de estrutura microscópica e metabolismo, 
a sua maioria confirmava a total separação dos dois grandes reinos. Assim, as plantas apresentavam 
todas espessas paredes celulares celulósicas, enquanto as células animais apresentavam outros 
compostos no seu interior. 
Esta divisão simples dos organismos parecia tão óbvia e bem definida para os organismos 
macroscópicos que o problema causado pelos fungos, que não pareciam encaixar bem nas plantas, era 
facilmente esquecido. 
 
 
3.1.1.2 Seres vivos 
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38 
 
 
Entretanto, com a invenção do microscópio por Van Leeuwenhoek, foi revelado uma miríade de 
organismos microscópicos, não visíveisa olho nu. Assim, ficou claro que a distinção entre animais e 
plantas não podia ser facilmente aplicada a este nível. Alguns deste seres podiam ser facilmente 
comparados com algas macroscópicas e incluídos nas plantas, outros poderiam ser incluídos nos animais 
mas ainda restavam muitos com combinações estranhas de características de animal e de planta. 
Para complicar ainda mais a situação, a teoria de Darwin da evolução tinha sido aceita como 
representativa da realidade, e considerava que todos os organismos tinham um ancestral comum. Era 
óbvio que um ancestral comum às plantas e aos animais não poderia ser nenhum deles, sendo necessário 
criar um novo grupo onde se pudesse incluí-lo. 
Diante disso, o alemão Ernst Haeckel, realizou estudos microscópicos da enorme variedade de 
organismos unicelulares, e chegou à conclusão que as primeiras formas de vida teriam sido muito simples, 
sem a complexidade estrutural que já observava nos unicelulares observados. Assim, Haeckel, chamou 
esses organismos primitivos moneras, tendo-os dividido em zoomoneres (bactérias) e phytomoneres 
(cianobactérias). O desenvolvimento de células mais complexas, contendo núcleo, era, na sua opinião, o 
resultado de diferenciação do citoplasma. 
Assim, Haeckel criou um terceiro reino a que chamou Protista. Neste reino colocou todos os seres 
que não apresentavam tecidos diferenciados, incluindo seres unicelulares e coloniais. 
 
 
 
Haeckel reconheceu uma série de subdivisões no seu reino Protista. A principal subdivisão era entre 
os grupos semelhantes às plantas – Protophytes – e os semelhantes aos animais – Protozoa -, 
reconhecidos pelos seus pelos seus metabolismos diferentes. Também necessitava de um terceiro grupo 
onde colocar todos os protistas que não eram claramente semelhantes às plantas ou aos animais, os 
protistas atípicos. A distinção entre células com e sem núcleo estavam subordinadas a estas três 
categorias, com os organismos sem núcleo a formar um pequeno grupo dentro dos protistas atípicos. 
Com a descoberta do microscópio eletrônico, foi possível a morfologia celular dos organismos. Assim, 
Herbert Copeland, em 1936, propôs um sistema de classificação em quatro reinos, retirando Monera de 
dentro dos protistas por serem procariontes, e resgatando o termo Protista para eucariontes unicelulares 
ou multicelulares sem tecidos verdadeiros. Seus reinos eram: 
- Reino Monera: bactérias e cianobactérias; 
- Reino Protoctista: unicelulares eucariontes, multicelulares como “algas” e fungos; 
- Reino Plantae: multicelulares fotossintetizantes com tecidos; 
- Reino Animalia: multicelulares heterótrofos com tecidos. 
 
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Essa proposta foi posteriormente substituída, a partir de 1959, pelo sistema de cinco reinos de Robert 
Whittaker, que definiu os seguintes reinos: 
- Reino Monera: procariontes representados pelas bactérias e cianobactérias; 
- Reino Protista: unicelulares eucariontes; 
- Reino Plantae: multicelulares eucariontes que fazem fotossíntese (“algas” e plantas terrestres); 
- Reino Fungi: eucariontes multicelulares heterótrofos que absorvem nutrientes do meio, possuem 
parede celular de quitina; 
- Reino Animalia: eucariontes multicelulares heterótrofos que ingerem alimento do meio. 
 
 
A partir de 1970, até os dias de hoje, as propostas de classificação estão mais relacionadas com os 
avanços da biologia molecular, o aprimoramento dos estudos com microscopia eletrônica e com a maior 
aceitação e desenvolvimento da sistemática filogenética. 
O sistema de classificação de Lynn Margulis baseia-se no conhecimento sobre a estrutura sub-
microscópica das células e seus organelos, bem como vias metabólicas, incorporando a descoberta de 
muitos tipos altamente diferenciados de bactérias. Apesar de o seu sistema também incorporar uma 
elaborada teoria de evolução da estrutura celular por endossimbiose, difere apenas em alguns detalhes 
das classificações de Copeland e de Whittaker. 
Na classificação de Copeland, não se dava especial atenção à distinção entre organismos com e sem 
núcleo, mas em classificações posteriores esta tornou-se uma condição crucial. Margulis distingue os 
chamados super-reinos ou domínios Prokarya e Eukarya, sendo o último caracterizado por apresentar 
genoma composto, sistemas de mobilidade intracelular e a possibilidade de fusão celular, que leva a um 
sistema de genética mendeliana e sexo. O domínio Prokarya, por outro lado, é agrupado com base na 
ausência de um sistema sexual desse tipo. 
Dentro dos Eukarya, ela distingue os mesmos grupos que Whittaker: protoctistas, plantas, animais e 
fungos. Neste caso, os protoctistas são novamente definidos negativamente, o que volta a tornar as 
plantas, animais e fungos monofiléticos. 
Nos Prokarya, a diversidade de vias metabólicas e a reconhecida divergência evolutiva (como 
demonstrada pelas sequências de RNA) não deu origem a categorias elevadas. A distinção entre Archaea 
e Eubacteria é abafada sob o nome de bactérias e expressa a um nível inferior ao da distinção entre 
fungos, animais e plantas. 
Uma classificação ligeiramente diferente foi proposta por Mayr (1990), que concorda com Margulis em 
relação à distinção entre procariontes e eucariontes, mas vai mais além e propõe que se reconheçam os 
subdomínios Archaea e Bacteria, dentro dos procariontes. Uma subdivisão semelhante é feita nos 
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eucariontes, com os Protista e os Metabionta, para organismos unicelulares e multicelulares, 
respectivamente. Mayr dá especial atenção, portanto, a semelhanças e diferenças em morfologia e não 
às relações filogenéticas.3 
Os procariontes são unidos com base na semelhança de organização celular, ignorando a diversidade 
de metabolismos e as relações evolutivas deduzidas a partir de sequências de DNA. Também os protistas 
são unidos com base na falta de multicelularidade, novamente ignorando a sua enorme diversidade em 
muitos outros aspectos. Ambos os taxa estão em perigo de se tornar parafiléticos. 
No entanto, a principal divergência entre esta classificação e uma classificação filogenética não é o 
surgimento destes dois grupos parafiléticos mas antes o facto de o subdomínio Metabionta ser 
reconhecido com base apenas numa característica, a multicelularidade. Esta característica surgiu 
independentemente nos três grupos que o compõem, tornando este subdomínio completamente 
polifilético. 
Essencialmente com base na comparação de sequências de RNA ribossômico, Woese e seus colegas 
concluíram que os procariontes não eram um grupo coeso do ponto de vista evolutivo, mas antes 
composto por dois subgrupos principais, cada um dos quais difere entre si e dos eucariontes. Esta 
diversidade evolutiva reflete-se no genoma e, por sua vez, na bioquímica e na ecologia. 
Assim, propuseram a substituição da divisão do mundo vivo em dois grandes domínios (procariontes 
e eucariontes) por uma subdivisão em três domínios: mantiveram os tradicionais eucariontes como o 
domínio Eucarya, mas em vez dos tradicionais procariontes surgem os domínios Archaea e Bacteria, ao 
mesmo nível que os Eucarya. A sua classificação reflecte a ideia de que a árvore da Vida tem três e não 
apenas dois ramos. 
No entanto, esta classificação não reflecte completamente a sua visão sobre qual dos três ramos é 
mais basal. Na filogenia em que baseiam a sua classificação, o ramo mais basal é o que conduz ao 
domínio Bacteria, sendo posterior a ramificação dos dois restantes grupos posterior, o que os torna mais 
relacionados entre si do que cada um deles com as bactérias. Esta relação próxima não se reflecte na 
classificação pois para esta filogenia ser aparente, Archaea e Eukarya teriam que ser agrupados num 
único super-domínio. 
A posição da raiz da árvore da Vida junto das bactérias não é, apesar de tudo, pacífica. Foram 
propostas raízes alternativas, que implicariam diferentesrelações filogenéticas e diferentes 
classificações, mas deixando sempre intocada a parte dos eucariontes, pelo que a maioria das 
classificações coloca os procariontes num único grupo do mesmo nível que o dos eucariontes. Esta é 
uma simplificação deliberada, que ignora o facto de que, obrigatoriamente, um dos grupos de procariontes 
está mais próximo dos eucariontes do que qualquer outro. 
O esquema de seis reinos recentemente proposto por Cavalier-Smith é, em muitos aspectos, 
semelhante aos de Whittaker e Mayr, mas a semelhança é frequentemente superficial. Cavalier-Smith 
tenta um sistema mais estritamente filogenética, em que os grupos polifiléticos estão totalmente ausentes 
e os parafiléticos são evitados o mais possível. 
Para alcançar este fim, ele tem que transferir um número de grupos que pertenciam aos Protoctista na 
maioria dos sistemas de classificação anteriores, para um dos outros reinos. Assim, neste sistema, cada 
um dos reinos que contém organismos multicelulares passa a conter um certo número de organismos 
unicelulares relacionados. Estas revisões são baseadas num conjunto ainda crescente de dados acerca 
das relações deduzidas da comparação de sequências de DNA e proteínas, bem como acerca da ultra-
estrutura celular. 
Nos procariontes, Cavalier-Smith salienta o número características ultra-estruturais em vez das 
sequências de RNA ribossómico usadas por Woese. Assim, as Archaea são incluídas como um subgrupo 
relativamente menor dentro do reino Bacteria. Dentro dos eucariontes, Cavalier-Smith reconhece cinco 
reinos. 
O reino Animalia é relativamente inalterado, quando comparado com outros sistemas de classificação. 
Para além dos animais, também contém um grupo de parasites unicelulares, com base em que a 
unicelularidade é devida a uma regressão e não a um caracter original. 
De forma semelhante, o reino Fungi também contém um grupo de parasitas, antes parte dos 
protoctistas. Alguns grupos, antes considerados fungos, foram transferidos para um novo reino designado 
Chromista. O reino Plantae expandiu-se para incluir as algas vermelhas, para além das tradicionalmente 
incluídas algas verdes. Este facto reflecte um cenário evolucionista em que a fotossíntese foi adquirida 
apenas uma vez, pela incorporação do cloroplasto num célula eucariótica, derivado de uma cianobactéria. 
Outras classificações, que colocam as plantas e as algas vermelhas mais afastadas, têm que assumir um 
 
3 http://simbiotica.org/ 
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cenário evolutivo onde os cloroplastos foram adquiridos independentemente várias vezes, ou totalmente 
perdidos ainda mais vezes. 
O reino novo Chromista contém a maioria dos restantes grupos fotossintéticos, informalmente 
designados algas, bem como um grupo de outros grupos anteriormente colocados nos fungos e que se 
acredita terem perdido a capacidade fotossintética secundariamente. No cenário evolutivo, o cloroplastos 
foi adquirido pela fusão de uma célula autotrófica com uma célula não fotossintética, um acontecimento 
que levou ao surgimento de uma membrana extra em volta do organito. 
 
 
Lineu e o Sistema Binomial 
O estudo descritivo de todas as espécies de seres vivos e sua classificação dentro de uma verdadeira 
hierarquia de grupamentos constitui a sistemática ou taxonomia. Vamos começar a interpretar o papel da 
taxonomia revendo o conceito de espécie. 
As espécies são os diferentes tipos de organismos. Uma definição mais técnica de espécie é: "um 
grupo de organismos que se cruzam entre si, sem normalmente cruzar-se com representantes de outros 
grupos". Os organismos pertencentes a uma espécie devem apresentar semelhanças estruturais e 
funcionais, similaridades bioquímicas e mesmo cariótipo, além da capacidade de reprodução entre si. A 
definição acima, embora útil para os animais, não é, entretanto, útil na taxonomia vegetal, porque 
cruzamentos férteis podem ocorrer entre plantas de tipos bastante diferentes. Também não se aplica esta 
distinção a organismos que não se reproduzem sexualmente. 
Com base nas teorias evolucionistas, uma espécie se modifica constantemente, no espaço e no tempo, 
em vez de ser uma forma imutável, ideal, como foi concebida por Lineu. Desta maneira, a palavra 
"espécie" possui diferentes significados para diferentes tipos de organismos, o que não é surpresa se 
considerarmos que a evolução nos vários grupos de organismos seguiu caminhos diversificados. No 
entanto, o termo permanece sendo útil e possibilita uma maneira adequada de se referir a organismos e 
catalogá-los. 
 
Outros Grupos Taxonômicos 
O reino é a maior unidade usada em classificação biológica. Entre o nível do reino e do gênero, 
entretanto, Lineu e taxonomistas posteriores adicionaram diversas categorias (ou taxa). Temos então, os 
gêneros agrupados em famílias, as famílias em ordens, as ordens em classes e as classes em filos 
(ou divisão, para os botânicos), seguindo um padrão hierárquico. 
Essas categorias podem ser subdivididas ou agregadas em várias outras, menos importantes, como, 
por exemplo, os subgêneros e as superfamílias. Assim, hierarquicamente, temos: 
 
 
 
Regras de nomenclatura 
Os animais, assim como as plantas, são popularmente conhecidos por nomes muito variáveis de um 
lugar para outro. Os cientistas, com intuito de universalizar os nomes de animais e plantas, procuraram 
criar uma nomenclatura internacional para a designação dos seres vivos. Mark Catesby, por volta de 
1740, publicou um livro de zoologia onde denominava o pássaro conhecido como tordo (sabiá americano) 
de Turdus minor cinereoalbus non maculatus, que significava: “tordo pequeno branco-acinzentado sem 
manchas”. Essa foi uma tentativa de padronizar o nome do pássaro, para que ele pudesse ser conhecido 
em qualquer idioma ou região, mas havia o inconveniente de usar uma denominação muito extensa. 
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Em 1735, Carl von Linné, propôs regras para classificar e denominar animais e plantas, onde cada 
organismo seria conhecido por dois nomes apenas, seguidos e inseparáveis. Surgiu assim a 
nomenclatura binomial, a qual é ainda hoje utilizada. 
Para escrevermos o nome científico de uma espécie, utilizamos as regras propostas por Lineu: 
1. O nome deve ser escrito em latim e destacado do texto (em itálico, negrito ou grifado); 
2. O nome deve ser escrito com duas palavras (nomenclatura binominal). A primeira se refere ao 
gênero, a segunda é o epíteto específico. Juntas, formam a espécie. 
3. O gênero deve iniciar com letra maiúscula e o epíteto específico com a letra minúscula. 
 
Exemplos: 
Homem = Homo sapiens 
Cachorro = Canis familiaris 
Mosca = Musca domestica 
 
Nomes Populares: Filogenia; Cladogramas. 
A nomeação dos seres vivos que compõe a biodiversidade constitui uma etapa do trabalho de 
classificação. Muitos seres são “batizados” pela população com nomes denominados populares ou 
vulgares, pela comunidade científica. Esses nomes podem designar um conjunto muito amplo de 
organismos, incluindo, algumas vezes, até grupos não aparentados. O mesmo nome popular pode ser 
atribuído a diferentes espécies, como neste exemplo: 
 
 
 Ananas comosus Ananas ananassoides 
Estas duas espécies do gênero ananas são chamadas pelo mesmo nome popular Abacaxi. 
Outro exemplo é o crustáceo de praia Emerita brasiliensis, que no Rio de Janeiro é denominado tatuí, 
e nos estados de São Paulo e Paraná é chamado de tatuíra. 
 
 
 
Em contra partida, animais de uma mesma espécie podem receber vários nomes, como ocorre com a 
onça-pintada, cujo nome científico é Panthera onca. 
 
 
Outros nomes populares: canguçu, onça-canguçu, jaguar-canguçu 
 
Outro exemplo é a planta Manihot esculenta, cuja raiz é muito apreciada como alimento. Dependendo 
da região do Brasil,ela é conhecida por vários nomes: aipim, macaxeira ou mandioca. Considerando os 
exemplo apresentados, podemos perceber que a nomenclatura popular varia bastante, mesmo num país 
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como o Brasil, em que a população fala um mesmo idioma, excetuando-se os idiomas indígenas. Imagine 
se considerarmos o mundo todo, com tantos, com tantos idiomas e dialetos diferentes, a grande 
quantidade de nomes de um mesmo ser vivo pode receber. Desse modo podemos entender a 
necessidade de existir uma nomenclatura padrão, adotada internacionalmente, para facilitar a 
comunicação de diversos profissionais, como os médicos, os zoólogos, os botânicos e todos aqueles que 
estudam os seres vivos. 
A sistemática é a ciência dedicada a inventariar e descrever a biodiversidade e compreender as 
relações filogenéticas entre os organismos. Inclui a taxonomia (ciência da descoberta, descrição e 
classificação das espécies e grupo de espécies, com suas normas e princípios) e também a filogenia 
(relações evolutivas entre os organismos). Em geral, diz-se que compreende a classificação dos diversos 
organismos vivos. Em biologia, os sistemas são os cientistas que classificam as espécies em outros 
táxons a fim de definir o modo como eles se relacionam evolutivamente. 
O objetivo da classificação dos seres vivos, chamada taxonomia, foi inicialmente o de organizar as 
plantas e animais conhecidos em categorias que pudessem ser referidas. Posteriormente a classificação 
passou a respeitar as relações evolutivas entre organismos, organização mais natural do que a baseada 
apenas em características externas. Para isso se utilizam também características ecológicas, fisiológicas, 
e todas as outras que estiverem disponíveis para os táxons em questão. É a esse conjunto de 
investigações a respeito dos táxons que se dá o nome de Sistemática. Nos últimos anos têm sido tentadas 
classificações baseadas na semelhança entre genomas, com grandes avanços em algumas áreas, 
especialmente quando se juntam a essas informações aquelas oriundas dos outros campos da Biologia. 
A classificação dos seres vivos é parte da sistemática, ciência que estuda as relações entre 
organismos, e que inclui a coleta, preservação e estudo de espécimes, e a análise dos dados vindos de 
várias áreas de pesquisa biológica. O primeiro sistema de classificação foi o de Aristóteles no século IV 
a.C., que ordenou os animais pelo tipo de reprodução e por terem ou não sangue vermelho. O seu 
discípulo Teofrasto classificou as plantas por seu uso e forma de cultivo. Nos séculos XVII e XVIII os 
botânicos e zoólogos começaram a delinear o atual sistema de categorias, ainda baseados em 
características anatômicas superficiais. No entanto, como a ancestralidade comum pode ser a causa de 
tais semelhanças, este sistema demonstrou aproximar-se da natureza, e continua sendo a base da 
classificação atual. Lineu fez o primeiro trabalho extenso de categorização, em 1758, criando a hierarquia 
atual. 
A partir de Darwin a evolução passou a ser considerada como paradigma central da Biologia, e com 
isso evidências da paleontologia sobre formas ancestrais, e da embriologia sobre semelhanças nos 
primeiros estágios de vida. No século XX, a genética e a fisiologia tornaram-se importantes na 
classificação, como o uso recente da genética molecular na comparação de códigos genéticos. 
Programas de computador específicos são usados na análise matemática dos dados. 
Em fevereiro de 2005 Edward Osborne Wilson, professor aposentado da Universidade de Harvard, 
onde cunhou o termo biodiversidade e participou da fundação da sociobiologia, ao defender um "projeto 
genoma" da biodiversidade da Terra, propôs a criação de uma base de dados digital com fotos detalhadas 
de todas a espécies vivas e a finalização do projeto Árvore da vida. Em contraposição a uma sistemática 
baseada na biologia celular e molecular, Wilson vê a necessidade da sistemática descritiva para preservar 
a biodiversidade. 
Do ponto de vista econômico, defendem Wilson, Peter Raven e Dan Brooks, a sistemática pode trazer 
conhecimentos úteis na biotecnologia, e na contenção de doenças emergentes. Mais da metade das 
espécies do planeta é parasita, e a maioria delas ainda é desconhecida. De acordo com a classificação 
vigente as espécies descritas são agrupadas em gêneros. Os gêneros são reunidos, se tiverem algumas 
características em comum, formando uma família. Famílias, por sua vez, são agrupadas em uma ordem. 
Ordens são reunidas em uma classe. Classes de seres vivos são reunidas em filos. E os filos são, 
finalmente, componentes de alguns dos cinco reinos (Monera, Protista, Fungi, Plantae e Animalia). 
 
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A Filogênese dos Seres Vivos 
 Qual foi o ancestral dos répteis (lagartos, cobras) que vivem na Terra atual? Essas e outras perguntas 
relativas à origem dos grandes grupo de seres vivos eram difíceis de serem respondidas até surgir, em 
1859, a Teoria da evolução Biológica por Seleção Natural, proposta por Charles Darwin e Alfred Russel 
Wallace. Com a compreensão de "como" a evolução biológica ocorre, os biólogos passaram a sugerir 
hipóteses para explicar a possível relação de parentesco entre os diversos grupos de seres vivos. 
Diagramas em forma de árvore - elaborados com dados de anatomia e embriologia comparadas, além 
de informações derivadas do estudo de fósseis - mostraram a hipotética origem de grupos a partir de 
supostos ancestrais. Essas supostas "árvores genealógicas" ou "filogenéticas" (do grego, phylon = raça, 
tribo + génesis = fonte, origem, início) simbolizavam a história evolutiva dos grupos que eram comparados, 
além de sugerir uma provável época de origem para cada um deles. Como exemplo veja a figura abaixo. 
 
 
O esquema representa uma provável "história evolutiva" dos vertebrados. Note que estão 
representados os grupos atuais - no topo do esquema- bem como os prováveis ancestrais. Perceba que 
o grupo das lampreias (considerados "peixes" sem mandíbula) é bem antigo (mais de 500 milhões de 
anos). Já cerca de 150 milhões de anos, provavelmente a partir de um grupo de dinossauros ancestrais. 
Note, ainda, que o parentesco existe entre aves e répteis é maior do que existe entre mamífero e répteis, 
e que os três grupos foram originados de um ancestral comum. Atualmente com um maior número de 
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informações sobre os grupos taxonômicos passaram-se a utilizar computadores para se gerar as arvores 
filogenéticas e os cladogramas para estabelecer as inúmeras relações entre os seres vivos. 
 
Estabelecendo Filogenias com os Cladogramas 
 Ao dispor de um grande número de características comparativas, mais confiáveis - anatômicas, 
embriológicas, funcionais, genéticas, comportamentais etc. - os biólogos interessados na classificação 
dos seres vivos puderam elaborar hipóteses mais consistentes a respeito da evolução dos grandes 
grupos. Influenciados pelo trabalho de Wili Hennig - um cientista alemão, especialista em insetos - 
passaram a apresentar as características em cladogramas. Neste tipo de diagrama, utiliza-se uma linha, 
cujo ponto de origem - a raiz- simboliza um provável grupo (ou espécie) ancestral. De cada nó surge um 
ramo, que conduz a um ou a vários grupos terminais. Com os cladogramas pode-se estabelecer uma 
comparação entre as características primitivas - que existiam em grupos ancestrais - e as derivadas - 
compartilhadas por grupos que os sucederam. 
 
Os seres vivos apresentam: 
 Composição química mais complexa; 
 Organização celular, que vai muito além da organização dos átomos e das moléculas constituintes 
de toda matéria (viva ou bruta); 
 Capacidade de nutrição, absorvendo matéria e energia do ambiente para se desenvolver e manter 
suas funções vitais; 
 Reações a estímulos do ambiente; 
 Capacidadede manter seu meio interno em condições adequadas, independente dos fatores 
externos, como calor e frio; 
 Crescimento e reprodução, originando descendentes semelhantes; 
 Capacidade de modificar-se ao longo do tempo, através do processo de evolução, desenvolvendo 
adaptações adequadas à sobrevivência. 
 
Composição química 
Os seres vivos possuem uma composição química complexa constituída principalmente por carbono, 
hidrogênio, oxigênio e nitrogênio. Esses quatro elementos são os mais abundantes na matéria viva, 
perfazendo 95% ou mais de sua composição. Outros elementos, como fósforo, enxofre, cálcio, sódio e 
potássio completam o restante dessa massa. Água e sais minerais, classificados como substâncias 
inorgânicas, são formados por pequenas moléculas ou por pequenos íons, e, por isso, são mais simples. 
Essas substâncias são encontradas na natureza, tanto nos seres vivos quanto fora deles. Já as 
substâncias orgânicas, como proteínas, carboidratos, lipídios, vitaminas e ácidos nucleicos, são formadas 
por moléculas mais complexas, geralmente de tamanho maior, sendo, muitas vezes, macromoléculas. 
Elas têm como elemento principal o carbono e são fabricadas principalmente nos organismos vivos, 
podendo ser sintetizadas também em laboratório. 
 
Organização celular: 
Existem vários níveis hierárquicos de organização entre os seres vivos, começando pelos átomos e 
terminando na biosfera. Cada um desses níveis é motivo de estudo para os biólogos. 
 
Átomos e moléculas 
Os átomos formam toda a matéria existente. Eles se unem por meio de ligações químicas para formar 
as moléculas, desde as mais simples como a água (H2O), até moléculas complexas, como proteínas, que 
possuem de centenas a milhares de átomos. A matéria viva é formada principalmente pela união dos 
átomos (C) Carbono, (H) Hidrogênio, (O) Oxigênio e (N) Nitrogênio. 
 Organelas e Células 
As organelas são estruturas presentes no interior das células, que desempenham funções específicas. 
São formadas a partir da união de várias moléculas. A célula é a unidade básica da vida, sendo 
imprescindível para a existência dela. Existem vários tipos de células, cada uma com sua função 
específica. 
 Tecidos 
Os tecidos são formados pela união de células especializadas. Os tecidos estão presentes apenas em 
alguns organismos multicelulares como as plantas e animais. Um exemplo de tecido é o muscular, que 
tem a função de produzir os movimentos de um organismo; o tecido ósseo, formado pelas células ósseas, 
tem a função de sustentar o organismo. 
 
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46 
 
 Órgãos 
Os tecidos se organizam e se unem, formando os órgãos. Eles são formados de vários tipos de tecidos. 
Por exemplo, o coração é formado por tecido muscular, sanguíneo e tecido nervoso. Os ossos são 
formados por tecido ósseo, sanguíneo e nervoso. 
 Sistemas 
Os sistemas são formados pela união de vários órgãos, que se trabalham em conjunto para exercer 
uma determinada função corporal; por exemplo, o sistema digestório, que é formado por vários órgãos, 
como boca, estômago, intestinos, glândulas, etc. 
 Organismo 
A união de todos os sistemas forma o organismo, que pode ser uma pessoa, uma planta, um peixe, 
um cachorro, um pássaro, um verme, etc. 
 
Questões 
 
01. (FCC - SEE-MG - Professor de Educação Básica – Biologia) Sobre a célula, unidade estrutural 
e funcional dos seres vivos, está correto afirmar que 
(A) os diferentes tipos celulares apresentam mitocôndrias que sintetizam ATP 
(B) as células animais apresentam membrana nuclear, o que não ocorre com as vegetais. 
(C) os diferentes tipos celulares apresentam ribossomos e sintetizam proteínas. 
(D) algumas células possuem DNA como material hereditário, enquanto outras possuem RNA 
 
02. (IMA - Prefeitura de Canavieira - PI - Professor de Ciências- 2015) Antigamente os cientistas 
dividiam os seres vivos em dois grandes reinos, o das plantas e o dos animais. Com o avanço nos estudos 
dos seres vivos e em especial dos seres microscópios, começou a ficar cada vez mais difícil manter este 
sistema de classificação, pois muitos seres não se encaixam nem em um reino nem no outro. Nesse 
sistema atualmente os cientistas agrupam os seres vivos do seguinte modo, EXCETO: 
(A) Reino Morena, organismo procariontes, unicelulares, coloniais ou não autótrofos ou heterótrofos. 
(B) Reino macrófagos células encontra no sangue contra infecções fagocitando microrganismos 
patogênicos. 
(C) Reino Protista, organismo eucariontes unicelulares coloniais ou multicelulares que não possuem 
tecidos verdadeiros. 
(D) Reino Plantae, organismo eucariontes multicelulares e fotossintetizante com tecidos verdadeiros. 
 
03. (CEPERJ - SEDUC-RJ - Professor – Biologia) 
 
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Considerando a classificação tradicional em cinco Reinos, é correta a seguinte afirmação sobre as 
amebas: 
(A) são eucarióticos do Reino Monera 
(B) são procarióticos do Reino Protoctista 
(C) são metazoários do Reino Monera 
(D) são eucarióticos do Reino Protoctista 
(E) são protozoários do Reino Monera 
 
04. (FCC - MPU - Analista Pericial – Antropologia) A hierarquia correta das categorias taxonômicas, 
da mais inclusiva para a mais restrita é 
(A) reino, filo, classe, ordem, família, gênero, espécie. 
(B) filo, reino, classe, ordem, família, gênero, espécie. 
(C) ordem, reino, filo, família, classe, gênero, espécie. 
(D) espécie, gênero, família, ordem, classe, filo, reino. 
(E) espécie, gênero, família, classe, ordem, filo, reino. 
 
05. (IBFC - SEAP-DF - Professor – Biologia) Durante a história da Biologia, diversas mudanças 
ocorreram em relação à classificação dos organismos, pois conforme nova informação é descoberta, 
novos parâmetros são utilizados para a classificação. A história da classificação dos seres vivos data do 
início no século 4 a.C. com Aristóteles e até os dias de hoje há grande discussão sobre as hipóteses de 
classificação, pois a evolução do conhecimento e de novas metodologias empregadas têm trazido 
mudanças na árvore da vida. 
Assinale a alternativa incorreta a respeito do panorama histórico da classificação dos seres vivos: 
(A) O sistema de classificação de Lineu propôs uma interpretação dicotômica de diversidade. As 
plantas eram caracterizadas pela presença de parede celular, pela fotossíntese e por serem sésseis, e 
os animais pelo fato de conseguirem se locomover, por não fazerem fotossíntese e não possuírem parede 
celular. 
(B) A proposta de classificação dos seres vivos em cinco reinos: Monera, Protista, Plantae, Fungi e 
Animalia surge com a utilização de microscopia eletrônica é a mais atual e aceita em Biologia. 
(C) As comparações entre as moléculas de RNA que formam os ribossomos, estabeleceu uma 
categoria taxonômica superior a Reino, o Domínio, e considerou que todos os eucariontes podem ser 
reunidos em um único domínio (Eucarya). 
(D) Na classificação mais recente, os procariontes estão distribuídos em dois domínios: Archaea e 
Bactéria. 
 
Respostas 
01. Resposta:C 
 
02. Resposta:B 
 
03. Resposta:D 
 
04. Resposta:A 
A taxonomia é a ciência que estuda a classificação dos animais. Ela se divide em dois grandes ramos: 
a sistemática que trabalha com a divisão dos animais em grupos de acordo com suas semelhanças e a 
nomenclatura que enquadra nas normas universais para identificação. Os animais são divididos em sete 
grupos: reino, filo, classe, ordem, família, gênero, espécie, onde o reino é a classificação mais ampla, 
com características mais gerais dos organismos e em espécies, onde se identifica e classifica os animais 
mais especificamente. 
 
05. Resposta:B 
EMBRIOLOGIA 
 
A Embriologia estuda e descreve as diversas modificações morfológicas que ocorrem no 
desenvolvimento do embrião. Para efeito didático, podemos considerar os seguintes tópicos: 
-Classificação dos ovos 
-Segmentação 
-Gastrulação 
-Organogênse 
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Tipos de óvulos 
 
Pode-se definir ovo como sendo o zigoto resultante da fecundação do óvulo. Este zigoto é formado 
devido à união de dois gametas, ou seja, é produzido pela fertilização entre duas células haplóides, um 
óvulo de uma fêmea e um espermatozóide de um macho, que se juntam para formar uma única célula 
diplóide. O ovo formado contendo o embrião, pode se desenvolver internamente como também 
externamente, dependendo da espécie. 
Os ovos da maioria dos animais possuem formato elipsóide ou ovóide e são delimitados por uma 
membrana interna denominada vitelo, que é muito nutritiva e composta principalmente por fibras de 
proteína. A quantidade e a distribuição do vitelo variam em cada espécie. Portanto, podemos classificar 
os ovos em: 
 
Óvulos oligolécitos, isolécitos ou alécitos 
 
São aqueles possuem uma quantidade reduzida de vitelo, distribuídos uniformemente pelo citoplasma. 
São próprios das espécies nas quais o embrião não obtém o alimento do ovo, mas, sim, do corpo materno 
ou do meio ambiente. Aparecem nos espongiários, celenterados, equinodermas, protocordados e 
mamíferos. 
 
 
Óvulos heterolécitos, mediolécitos ou mesolécitos 
 
Apresentam nítida polaridade, distinguindo-se o polo animal, com pequena quantidade de vitelo, e o 
polo vegetativo, com abundante vitelo, permitindo a nutrição do embrião durante algum tempo. Aparecem 
em platelmintes, moluscos, anelídeos e anfíbios. 
 
 
 
Óvulos telolécitos completos ou megalécito 
 
Com grande quantidade de vitelo ocupando quase todo o ovo, ficando o citoplasma e o núcleo 
reduzidos a uma pequena área, a cicatrícula, ou disco germinativo, situada no pólo animal. Esse tipo de 
ovos são encontrados nos cefalópodes, aves, peixes e répteis. 
 
 
 
Óvulos Centrolécito 
 
Nestes o vitelo concentra-se no centro do ovo e separa duas zonas do citoplasma: uma central, 
contendo o núcleo, e outra periférica, circundando o vitelo. São ovos típicos de artrópodes. 
 
 
 
Segmentação 
 
As divisões que ocorrem durante a segmentação denominam-se clivagens, e as células que se formam 
são chamadas blastômeros. No Reino Animal, a diferença na quantidade e na distribuição do vitelo no 
ovo determina diferenças na segmentação, menor a velocidade de divisão. Em função disso, podemos 
considerar dois tipos básicos de segmentação: 
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-Holoblástica ou total que ocorre no zigoto todo; Esse tipo de segmentação acontece nos alécitos, 
isolécitos e heterolécitos. Subdividida em três tipos, a segmentação holoblástica é dividida de acordo com 
o tamanho das células que se formam a partir da terceira clivagem. 
 
 
 
-Meroblástica ou parcial, que ocorre só em parte do ovo: Com a distribuição diferente do vitelo, 
existem, consequentemente, dois tipos básicos de segmentação meroblástica que serão explicadas nos 
tópicos abaixo. 
 
 
 
-Segmentação Holoblástica: A segmentação holoblástica ocorre nos alécitos, nos isolécitos (ou 
oligolécitos) e nos heterolécitos, e pode ser subdividida em três tipos, com base no tamanho das células 
que se formam a partir da terceira clivagem (quando muda o plano de divisão celular): 
- holoblástica igual, na qual se formam, com a terceira clivagem, oito blastômeros iguais; ocorre nos 
ovos alécitos e em alguns oligolécitos; 
 
 
 
-Holoblástica Desigual, na qual se formam, com a terceira clivagem, blastômeros de tamanhos 
diferentes (quatro menores: micrômeros; e quatro maiores: macrômeros); Ocorre em todos os ovos 
heterolécitos e em alguns oligolécitos; 
 
 
 
-Holoblásticas Subigual, um tipo de segmentação desigual em que os blastômeros não diferem muito 
entre si quanto ao tamanho, ocorre em alguns ovos isolécitos. 
 
 
 
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Embriologia do anfioxo 
 
O anfioxo é um pequeno animal de 5 a 8cm de comprimento, transparente e pisciforme. Na 
extremidade anterior, há o rostro, abaixo do qual se encontra a abertura bucal, roedora de cirros. Há três 
aberturas no animal: boca, antrióporo e ânus deslocado para a esquerda. 
Por transparência, observam-se os músculos em forma de V, nos flancos do corpo. Também as 
gônadas se distinguem muito bem por transparência; estão localizadas na região ventral do corpo. 
 
 
 
Fases da Segmentação 
 
A segmentação, também chamada de clivagem, é uma etapa do desenvolvimento embrionário 
caracterizada por uma grande quantidade de divisões celulares. 
Embora existam diferentes tipos de segmentação, eles normalmente se realizam segundo duas fases: 
 
- Mórula: O zigoto sofre uma divisão celular (mitose), a qual dá origem a duas células chamadas 
blastômeros, que também se dividem formando quatro blastômeros, que novamente se dividem formando 
oito blastômeros, e assim sucessivamente. Desse modo, após consecutivas divisões, forma-se a mórula 
que possui forma esférica e compacta. A mórula é o nome dado ao embrião nesta fase do 
desenvolvimento, ou seja, após as consecutivas mitoses. 
 
 
 
-Blástula: A blástula é uma fase embrionária, que ocorre após a mórula, caracterizada por uma 
cavidade cheia de líquido que surgi no embrião na sua região mais interna. Tem forma globosa e é 
formada por uma única camada de células chamada blastoderma, e por uma camada mais interna 
chamada blastocele. 
 
 
 
A cavidade central que se observa na blástula recebe o nome de blastocele (cele = cavidade) e é cheia 
de líquido sintetizado pelas células que formam os seus limites. Nos ovos isolécitos e nos heterolécitos a 
blastocele é bem desenvolvida. Na blástula originada da segmentação de ovos telolécitos, não se observa 
a verdadeira blastocele (cele = cavidade) e é cheia de líquido sintetizado pelas células que formam os 
seus limites. Nos ovos isolécitos e nos heterolécitos a blastocele é bem desenvolvida. 
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Na blástula originada da segmentação de ovos telolécitos, não se observa a verdadeira blastocele, 
pois a cavidade formada não é inteiramente delimitada pelos blastômeros. Essa cavidade é delimitada 
em parte pelos blastômeros e em parte pelo vitelo. Nesse caso, a cavidade formada recebe o nome de 
cavidade subgerminal, que também é preenchida por líquido sintetizado pelas células. A blástula que se 
forma a partir da segmentação dos ovos telolécitos recebe o nome de discoblástula. 
 
Gastrulação 
 
É o nome do processo pelo qual ocorre uma invaginação nos tecidos do embrião, formando os folhetos 
embrionários. Em humanos, a gastrulação dá origem a um disco embrionário com três lâminas, ou três 
folhetos germinativos: endoderma, mesoderma e ectoderma, sendo caracterizados como triblásticos. 
 
 
Os animais que possuem três folhetos germinativos são chamados triblásticos, como é o caso dos 
cordados. Existem entretanto, animais que possuem apenas dois folhetos germinativos: o ectoderma e o 
endoderma. Esses animais são chamados diblásticos ou diploblásticos, como e o caso dos cnidários. O 
esquema acima descreve de forma simplificada a gastrulação em anfioxo. Neste caso, a camada interna 
que reveste diretamente o arquêntero é chamada mesentoderma e dará origem, logo a seguir ao 
mesoderma e ao endoderma. (Há quem considere o mesentoderma como endoderma e o mesoderma 
formado a partir do endoderma.) 
 
Células Embrionárias - estágio de gástrula - folhetos germinativos antes disso, todas as células 
embrionárias são equivalentes 
 
Nota: 
 
Embrião - compreende o período da terceira à oitava semana 
Feto - compreende o período da nona semana ao nascimento 
 
Formação do tubo neural 
 
Inicialmente, as células ectoblásticas dorsais do embrião tornam-se mais alongadas e passam a 
constituir a placa neural. A seguir, a placa neural invagina-se e forma o sulco ou goteira neural. O sulco 
se aprofunda, seus bordos se unem, transformando-se no canalneural, sobre o qual se refaz o ectoblasto. 
O tubo neural possui, no início, duas aberturas: o neuróporo, anterior, em comunicação com o meio 
externo, e o canal neurentérico, que se comunica com o arquênteron. Posteriormente, ocorre o 
fechamento das duas aberturas. Orientando-se dorsal e longitudinalmente entre e ectoblasto e o 
endoblasto, o canal neural transformar-se-á no sistema nervoso central. A formação do canal é a mesma 
para os diversos vertebrados, 
 
 
 
 
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Formação do mesoblasto e da notocorda 
 
No teto do arquênteron, a mesoderma forma três imaginações: uma central, que formará a notocorda, 
e duas laterais, que originarão o celoma. As duas vesículas laterais constituem os somitos. Em cada um 
dos somitos, a parede formada de mesoblasto ou mesoderma, enquanto a cavidade central representa o 
celoma. 
Enquanto isso, a invaginação longitudinal mediana transforma-se na notocorda ou corda dorsal, um 
eixo de sustentação que caracteriza todo embrião de animal cordado. Cortado transversalmente, o 
embrião apresenta, neta fase, as seguintes estruturas: 
-Três folhetos germinativos: ectoderma, endoderma e mesoderma 
-Tubo neural 
-Notocorda 
-Intestino primitivo 
 
Organogênese 
 
O período de organogênese ocorre da quarta à oitava semana do desenvolvimento embrionário. Ao 
final da oitava semana, o funcionamento da maioria dos principais sistemas de órgãos é mínimo, com 
exceção do sistema cardiovascular. No término desse período, o embrião terá aspecto humano. 
 
1) Dobramentos do embrião 
 
Os dobramentos levarão à transformação de um disco trilaminar plano em um embrião praticamente 
cilíndrico. 
O dobramento ocorre nos planos mediano e horizontal e é decorrente do rápido crescimento do 
embrião, particularmente do encéfalo e da medula espinhal. 
A velocidade de crescimento lateral do embrião não acompanha a velocidade de crescimento 
longitudinal, ocasionando o seu dobramento. 
Os dobramentos das extremidades cefálica e caudal e o dobramento lateral ocorrem simultaneamente. 
 
Dobramentos do embrião no plano mediano 
 
O dobramento ventral nas extremidades cefálica e caudal do embrião produz as pregas cefálica e 
caudal. 
 
1) Prega cefálica 
 
No início, o encéfalo em desenvolvimento cresce para dentro da cavidade amniótica. Posteriormente, 
o prosencéfalo projeta-se cefalicamente, e ultrapassa a membrana bucofaríngea (ou orofaríngea), 
recobrindo o coração em desenvolvimento. Concomitantemente, o septo transverso, Coração Primitivo, 
celoma pericárdico e membrana bucofaríngea se deslocam para a superfície ventral do embrião. 
Durante o dobramento longitudinal, a parte dorsal do endoderma do saco vitelínico é incorporada ao 
embrião com o intestino anterior (primórdio do segmento inicial do sistema digestório). 
A prega cefálica também influencia a disposição do celoma embrionário já que após o dobramento, o 
celoma pericárdico fica em posição caudal em relação ao coração e cefálica, ao Septo Transverso. 
Nesse estágio, o celoma intra-embrionário se comunica com o celoma extra-embrionário. 
 
2) Prega caudal 
 
 Resulta do crescimento da parte distal do tubo neural. A medida que o embrião cresce, a região caudal 
projeta-se sobre a membrana cloacal. 
Durante esse dobramento, parte do Endoderma é incorporado como intestino posterior, cuja porção 
terminal dilata-se para formar a cloaca. 
Após o dobramento, o pedículo de fixação (ou pedículo de conexão) , primórdio do cordão umbilical, 
fica preso à superfície ventral do embrião, enquanto a Alantóide é parcialmente incorporada. 
 
Dobramento Lateral no Plano Horizontal 
 
 
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1) Pregas laterais 
 
Resulta do crescimento rápido da medula espinhal e dos somitos, formando as pregas laterais direita 
e esquerda, cujo crescimento desloca o disco embrionário ventralmente, formando um embrião 
praticamente cilíndrico. 
Conforme as paredes abdominais se formam, parte do endoderma é incorporada como intestino médio, 
que antes do dobramento tinha conexão com o Saco Vitelino. 
Após o dobramento, essa conexão fica reduzida a um canal vitelino ou ducto vitelino. Quando as 
pregas do embrião fundem-se ao longo da linha média ventral, forma-se o celoma intra-embrionário. Os 
dobramentos do embrião são responsáveis pela arquitetura anatômica das membranas serosas no 
indivíduo: o interior da parede do corpo será coberto por mesoderma somático; e as vísceras, pelo 
mesoderma esplâncnico. 
 
O embrião formado será “um tubo dentro de um tubo” no qual o tubo ectodérmico externo forma a pele, 
e o tudo endodérmico interno formam o intestino. Preenchendo o espaço entre esses dois tubos está a 
mesoderme. 
 
2) Derivados dos folhetos germinativos 
 
Os Três Folhetos Germinativos (ectoderma, mesoderma e endoderma) que dão origem a todos os 
órgãos e tecidos são formados durante a Gastrulação, como foi descrito anteriormente. 
 
Alguns derivados dos folhetos germinativos são 
 
Ectoderma: sistema nervoso central e periférico; epitélios sensoriais do olho, da orelha e do nariz; 
epiderme e anexos (unhas e pelos); glândulas mamárias; hipófise; glândulas subcutâneas; esmalte dos 
dentes; gânglios espinhais, autônomos e cranianos ( V, VII, IX, X ); bainha dos nervos do sistema nervoso 
periférico; meninges do encéfalo e da medula espinhal. 
 
Mesoderma: tecido conjuntivo; cartilagem; ossos; músculos estriados e lisos; coração; vasos 
sanguíneos e linfáticos; rins; ovários, testículos; ductos genitais; membranas pericárdica, pleural e 
peritonial; baço e córtex das adrenais. 
 
Endoderma: revestimento epitelial dos tratos respiratório e gastrointestinal; tonsilas; tireóide e 
paratireóides; timo, fígado e pâncreas; revestimento epitelial da bexiga e maior parte da uretra; 
revestimento epitelial da cavidade do tímpano, antro timpânico e da tuba auditiva 
 
Anexos Embrionários: adaptação ao Meio Terrestre 
 
Anexos embrionários são estruturas que derivam dos folhetos germinativos do embrião mas que não 
fazem parte do corpo desse embrião. Os anexos embrionários são: vesícula vitelina (saco vitelínico), 
âmnio (ou bolsa amniótica), cório e alantoide. 
 
Vesícula Vitelina 
 
Por estar ligada ao tubo digestivo do embrião, é formada pelos mesmos folhetos que o revestem, isto 
é, pela endoderme internamente e pela mesoderme visceral externamente. Estes folhedos expandem-se 
sobre a gema, formando uma espécie de saco preso a barriga. Portanto, a gema passa a ser o conteúdo 
da vesícula vitelínica. 
 
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Na mesoderme surgem vasos responsáveis pela absorção do material nutritivo e as células da 
endoderme, em contato direto com o vitelo, secretam enzimas que digerem os grânulos de vitelo, 
transformando-os em substâncias assimiláveis. Entre os vertebrados, apenas os anfíbios podem 
dispensar esse órgão extra-embrionário, porque seus ovos têm segmentação total, na qual toda a reserva 
de vitelo fica distribuída e depositada nas células embrionárias (blastômeros), sendo disponível através 
da atividade de enzimas intercelulares. 
 
Âmnio e Serosa (Cório) 
 
O âmnio é uma membrana que envolve completamente o embrião, delimitando uma cavidade 
denominada cavidade amniótica. Essa cavidade contém o líquido amniótico, cujas funções são proteger 
o embrião contra choques mecânicos e dessecação. Ao final do desenvolvimento de répteis e aves, todo 
o líquido da cavidade amniótica foi absorvido pelo animal. 
O cório ou serosa é uma membrana que envolve o embrião e todos os demais anexos embrionários. 
É o anexo embrionário mais externo ao corpo do embrião. Nos ovos de répteis e nos de aves, por 
exemplo, essa membrana fica sob a casca. Nesses animais, o cório, juntamente com o alantoide, participa 
dos processos de trocas gasosas entre o embrião e o meio externo. 
 
Alantoide 
 
É umapêndice, também em forma de saco ou vesícula, ligado ao intestino posterior, formado atrás do 
saco vitelínico pelos mesmos folhedos deste-mesoderme e endoderme. 
O alantoide cresce no espaço do celoma extra-embrionário, de modo a envolver todo o âmnio e a 
vesícula vitelínica, colando-se a serosa. 
A principal função do alantoide é atuar como um depósito de produtos de excreção, ou seja, de 
resíduos metabólicos nitrogenados removidos do sangue principalmente sob forma de cristas insolúveis 
de ácido úrico, resolvendo assim problemas de espaço e toxidez dentro do ovo. Ao fim da incubação, 
quando o ovo eclode, o alantoide e seu conteúdo de excreção pastosa, aparecem comprimidos por dentro 
da casca abandonada. 
O conjunto alantoide mais serosa constitui o alantocório; externamente vascularizado. Como ele está 
justaposto à membrana da casca, permite trocas gasosas e absorção dos sais de cálcio da casca, permite 
trocas gasosas e absorção dos sais de cálcio da casca, importantes para a formação do esqueleto do 
embrião. Além disso, enfraquecendo a casca, permite-se uma eclosão mais fácil. 
Dentre os anexos, o âmnio e o alantoide são considerados importantes adaptações ao 
desenvolvimento em ambiente terrestre. Sua presença permite classificar os vertebrados em amniotas ou 
alantoidianos (répteis, aves e mamíferos) e amniotas ou analantoidianos (peixes e anfíbios). 
 
Anexos embrionários de mamíferos 
 
No embrião dos mamíferos aparecem os seguintes anexos embrionários: âmnio, córion, alantoide, 
saco vitelínico e placenta. O anexo mais importante é a placenta, constituída por duas partes: materna e 
fetal. 
A parte materna e representada pelo endométrio, a parede interna do útero que será expulsa 
juntamente com o feto, no momento do parto. A parte fetal é formada pelo córion, que forma uma série 
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de expansões, as vilosidades coriônicas, que se insinuam na parede uterina. A placenta é um órgão 
ricamente vascularizado, isto é, provido de muitos vasos sanguíneos, alguns da mãe, no endométrio, e 
outros do feto, nas vilosidades coriônicas, que se insinuam na parede uterina. A placenta é um órgãos 
ricamente vascularizado. Isto é, provido de muitos vasos sanguíneos, alguns da mãe, no endométrio, e 
outros do feto, nas vilosidades coriônicas. Entre a placenta e o embrião forma-se o cordão umbilical; pelo 
seu interior circulam duas artérias e uma veia. As artérias conduzem o sangue venoso do feto para a 
placenta, enquanto a veia transporta o sangue arterial em sentido oposto. 
 
As funções da placenta 
 
A placenta assegura a nutrição do embrião, além de efetuar as trocas respiratórias e a excreção. Pela 
estrutura da placenta observa-se que o sangue da mãe não se mistura com o do feto; apenas os vasos 
de ambos situam-se muito próximos e trocam substâncias entre si. Assim, a mãe envia ao feto: oxigênio, 
água, alimento, hormônios e anticorpos. Do feto para a mãe, passam, principalmente, gás carbônico e 
excretas. A placenta tem ainda função endócrina, produzindo a progesterona e a gonadotrofina coriônica, 
hormônios relacionados a gestação. 
 
 
 
Questões 
 
01. (UNIP) Anexos embrionários são estruturas derivadas do ovo e que, sem fazer parte do corpo 
propriamente dito do embrião, desempenham papel de relevo no seu desenvolvimento. É nos peixes que 
aparece o primeiro anexo dos vertebrados, representado pelo: 
(A) saco vitelínico; 
(B) córion 
(C) âmnion 
(D) alantoide 
(E) placenta 
 
02. (CESGRANRIO) A evolução dos vertebrados após os anfíbios só se tornou possível com o 
aparecimento no ovo de anexos embrionários, tais como: 
(A) casca e cordão umbilical 
(B) placenta e âmnion 
(C) alantoide e saco vitelínico 
(D) âmnion e alantoide 
(E) saco vitelínico e placenta 
 
03. (FUVEST) Qual a função da placenta? 
 
04. (PUC) Nas aves e nos répteis, o alantoide tem função de: 
(A) evitar a dessecação do embrião 
(B) proteger o embrião contra choques mecânicos 
(C) secretar enzimas que fragmentam os grãos de vitelo 
(D) armazenar substâncias nutritivas 
(E) armazenar substâncias tóxicas secretadas pelo rim 
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05. (MED. ABC) Âmnio e alantoide são encontrados exclusivamente em: 
(A) peixes, anfíbios e répteis 
(B) peixes e anfíbios 
(C) répteis, aves e mamíferos 
(D) aves e mamíferos 
(E) mamíferos 
 
06. (UF Uberlândia) De acordo com seus conhecimentos em embriologia, explique: Qual é a influência 
do vitelo no tipo de segmentação do ovo? Exemplifique. 
 
07. (PUCC) Com relação à quantidade de reservas nutritivas, encontram-se os seguintes tipos de ovos: 
oligolécitos, telolécitos com a diferenciação polar incompleta, telolécitos com a diferenciação polar 
completa e centrolécitos. 
Leia com atenção a descrição a seguir: 
“Ovo onde o vitelo tende a ficar e um dos pólos, no caso pólo vegetativo ou nutritivo; enquanto o núcleo 
fica deslocado para o pólo oposto, isto é, o pólo animal. Esse tipo de ovo ocorre nos platelmintos, 
moluscos e anelídeos”. 
Pergunta-se: Qual o tipo de ovo descrito no texto acima? 
 
08. Sabemos que o processo de segmentação está intimamente relacionado com a quantidade e 
distribuição de vitelo em um ovo. A partir de seus conhecimentos acerca do tema, marque a alternativa 
correta: 
(A) Quanto menor a quantidade de vitelo, menor a velocidade de segmentação. 
(B) Quanto menor a quantidade de vitelo, maior a velocidade de segmentação. 
(C) Quanto maior a quantidade de vitelo, maior a velocidade de segmentação. 
(D) A quantidade de vitelo não influencia na velocidade da segmentação. 
(E) Apenas a disposição do vitelo influencia na velocidade da segmentação. 
 
09. Quando uma segmentação produz uma mórula com todos os blastômeros de tamanho igual, 
dizemos que ocorreu uma segmentação: 
(A) holoblástica igual. 
(B) holoblástica desigual. 
(C) meroblástica discoidal. 
(D) meroblástica superficial 
 
10. (PUC-SP) Qual das afirmações abaixo, relativas a diferentes tipos de ovos, é verdadeira? 
(A) Ovos com muito vitelo no polo vegetativo têm segmentação total. 
(B) Ovos com muito vitelo no centro têm segmentação discoidal. 
(C) Ovos oligolécitos têm segmentação parcial. 
(D) Os ovos da maioria dos artrópodes são oligolécitos. 
(E) Os ovos da maioria dos mamíferos são pobres em vitelo. 
 
11. Sabemos que o ovo típico dos artrópodes é o centrolécito, em que o vitelo se concentra 
principalmente na região central. Nesse tipo de ovo ocorre uma segmentação caracterizada pela presença 
dos blastômeros apenas na periferia. Qual o nome desse tipo de segmentação? 
(A) holoblástica igual. 
(B) holoblástica desigual. 
(C) meroblástica discoidal. 
(D) meroblástica superficial. 
Respostas 
 
01. Resposta A 
Saco vitelino é um anexo embrionário presente em todos os vertebrados 
 
02. Resposta D 
Âmnion, córion são anexos embrionários que surgiram na evolução biológica, a partir dos répteis. 
 
03. Resposta 
Respiração, nutrição, excreção, imunização e secreção hormonal. 
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04. Respiração E 
Ele armazena o ácido úrico 
 
05. Resposta C 
Esses anexos facilitaram a conquista do meio terrestre, na evolução biológica. 
 
06. Resposta: 
Quanto maior a quantidade de vitelo no ovo, mais difícil será a clivagem ou segmentação. Ovo 
oligolécito (ex.: mamífero) apresenta clivagem total. Ovo megalécito (ex.: ave) apresenta clivagem parcial. 
 
07. Resposta 
Trata-se de um ovo mesolécito, telolécito com diferenciação polar incompleta ou heterolécito. Ocorre 
também nos anfíbios. 
 
08. Resposta B 
O vitelo influencia ativamente na segmentação, sendo que sua grande quantidade diminui a velocidade 
do processo. 
 
09. Resposta B 
A segmentação holoblástica igual caracteriza-se por formar blastômeros iguais. Ela ocorre geralmente 
em ovos oligolécitos. 
 
10. Resposta E 
Os ovos de mamíferos são do tipo oligolécito (ou isolécito),que se caracterizam pela presença de 
pouco vitelo distribuído uniformemente. 
 
11. Resposta D 
Denominamos de segmentação meroblástica superficial aquela em que a camada celular fica na 
periferia do ovo e o vitelo permanece indiviso. 
 
HISTOLOGIA ANIMAL 
 
Formação dos tecidos 
 
A vida do ser humano começa com uma única célula. Esta se divide e origina duas novas células, que 
também se dividem e formam mais duas e assim sucessivamente. Durante a formação do feto, no útero 
materno, as células vão se desenvolvendo, conforme sua localização e função no organismo. Esse 
processo é chamado de diferenciação celular. 
No corpo humano existem muitos tipos de células, com diferentes formas e funções. As células 
trabalham em grupo, estão organizadas de maneira integrada, desempenhando juntas, uma função 
determinada. Esses grupos de celulares formam os tecidos. Os tecidos do corpo humano podem ser 
classificados em quatro tipos: tecido epitelial, tecido conjuntivo, tecido muscular e tecido nervoso. 
 
Tecido epitelial 
 
O tecido epitelial pode ser de revestimento ou glandular. Caracteriza-se por apresentar células 
justapostas, de forma prismática, cúbica ou achatada, praticamente sem material intercelular. 
Os epitélios de revestimentos podem ser de dois tipos: simples, quanto apresentam uma só camada 
de células, e estratificadas, quando têm várias camadas. Os epitélios simples classificam-se em 
pavimentosos, cúbicos e prismáticos. 
Os epitélios de revestimento protegem o organismo contra desidratação, atrito e invasão bacteriana. 
Um exemplo desse tipo de tecido é a epiderme humana, que é pluristratificada e pode se espessar 
bastante nas áreas de muito atrito, como a sola dos pés. Tais epitélios tem suas células superficiais 
queratinizadas, isto é, impregnadas com queratina, uma proteína impermeável a água. 
Os epitélios de revestimento interno são bem menos resistentes que os epitélios de revestimento 
externo; podem ser simples ou estratificados. São denominados mucosas, nome dado em função do 
muco que produzem e que forma uma camada protetora. Muitas mucosas apresentam cílios que de 
movimento e deslocam o mudo e as partículas que nele aderem. 
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Os epitélios glandulares são especializados em produzir secreção; formam as glândulas, que podem 
ser exócrinas ou endócrinas. 
As glândulas exócrinas ou de secreção externa apresentam dutos por onde seus produtos são 
eliminados. Podem ser tubulosas, acinosas ou túbulos-acinosas. Algumas têm dutos que conduzem a 
secreção para forma do organismo, como as glândulas sudoríparas e lacrimais; outras conduzem a 
secreção para um órgãos oco, como as glândulas salivares e o pâncreas. 
 
 
Tipos de glândula exócrina 
 
As glândulas endócrinas ou de secreção interna não tem dutos e lançam seus produtos diretamente 
no sangue. Podem ser cordonais ou vesiculares. As secreções das glândulas endócrinas recebem o nome 
de hormônios. Levados pelo sangue, os hormônio agem em doses pequenas e em pontos do organismos 
distantes daqueles onde foram produzidos. 
 
Tipos de glândula endócrina 
 
A histologia da pele 
 
A pele, nos mamíferos, é órgão composto por duas camadas: epiderme e derme. 
A epiderme é um tecido epitelial pluriestratificado. É formada por estratos (ou camadas), dos quais 
destacam-se o estrato basal (também chamado de estrato germinativo), que fica apoiado na derme e é 
formado por células de aspecto cúbico. Nessa camada é intensa a atividade de divisão celular mitótica, 
que repõe constantemente as células perdidas no desgaste diário a que a superfície desse tecido está 
sujeito. À medida que novas células são formadas, elas vão sendo “empurradas” para formar as demais 
células, até ficarem expostas na superfície da pele. 
A derme é uma camada formada por tecido conjuntivo do tipo denso, cujas fibras ficam orientadas em 
diversas direções. Vários tipos de células são encontrados, destacando-se os fibroblastos e os 
macrófagos. Nervos, terminações nervosas, diferentes tipos de corpúsculos sensoriais e uma ampla rede 
de capilares sanguíneos cruzam a derme em várias direções. Ela é um importante tecido de manutenção 
e de apoio. Os nutrientes existentes no sangue difundem-se para as células epidérmicas. 
Nos mamíferos, a derme é atravessada por finas faixas de células musculares, os músculos eretores 
dos pelos, cuja contração é involuntária e permite aumentar a camada de ar retirada entre os pelos, que 
contribui para o isolamento térmico. Mecanismo semelhante ocorre nas aves, com as penas. 
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Abaixo da derme, há uma camada de tecido conjuntivo frouxo, o tecido celular subcutâneo (também 
conhecido como tela subcutânea e hipoderme), que não faz parte da pele, mas estabelece a sua ligação 
com as estruturas adjacentes, permitindo o seu deslizamento. Em determinadas regiões do corpo, a 
hipoderme contém um número variável de camadas de células adiposas, formando o panículo, importante 
como reserva de energia, isolante térmico e facilitador da flutuação na água. 
 
Os sensores da pele 
 
A pele é nosso maior órgão sensorial. Ela recebe, a todo instante, diversos tipos de estímulos que são 
enviados ao encéfalo. Há uma grande área do córtex cerebral responsável pela coordenação das funções 
sensoriais da pele, em particular das mãos e dos lábios. Muitos dos receptores sensoriais da pele são 
terminações nervosas livres. Algumas delas detectam dor, outras detectam frio e outras, calor. 
Principais receptores sensoriais 
-Corpúsculo de Meissner - Tato (presentes nas regiões mais sensíveis da pele) 
-Corpúsculo de Pacini - Pressão forte 
-Corpúsculo de Krause - Frio 
-Corpúsculo de Ruffini - Calor 
-Terminações nervosas livres - Dor 
 
 
 
Anexos da pele 
 
Pelos, glândulas (sebáceas e sudoríparas) e unhas são as estruturas anexas da pele. São derivadas 
da epiderme, mas acham-se imersas na derme. Além disto há diversos tipos de receptores nervosos, que 
fazem da pele um órgão sensorial. 
-Pelos: São estruturas delgadas, feitas de queratina, que se desenvolvem a partir de uma invaginação 
da epiderme, o folículo piloso. Associado ao pelo há uma glândula sebácea. 
-Glândulas sebáceas: Encontradas praticamente no corpo todo, desembocam na porção terminal dos 
folículos pilosos, exceto em lábios e genitais (glande e pequenos lábios) onde abrem-se diretamente na 
superfície. Sua secreção é uma mistura complexa de lipídeos, que deixam a pele oleosa. 
-Glândulas sudoríparas: Encontradas em todo o corpo, com exceção da glande e lábios, são 
estruturas tubulosas simples, formando um enovelado com diâmetro de 0,4 mm, imerso na derme. Sua 
secreção é o suor, um fluido que contém água, sódio, potássio, cloretos, ureia, amônia e ácido úrico. 
-Unhas: As unhas humanas são placas córneas, localizadas na falange distal dos dedos. Cada unha 
recobre um leito ungueal, que tem estrutura comum de pele e não participa de sua formação. 
 
A unha cresce a partir da raiz, ou matriz, e é basicamente composta por placas de queratina fortemente 
aderidas, a partir da diferenciação de células epiteliais da raiz, de forma similar à que acontece com a 
epiderme, fazendo com que a unha deslize gradualmente sobre o leito unguea. 
 
A renovação das células epiteliais 
 
A mitose é um processo frequente nas células epiteliais, as quais têm vida curta e precisam ser 
constantemente renovadas. A velocidade dessa renovação varia de epitélio para epitélio. As células que 
se renovam mais rapidamente são do epitélio intestinal: num prazo de 2 a 5 dias são substituídas por 
células novas. As que se renovam mais lentamente são as células do pâncreas que demoram 50 dias 
para serem substituídas. 
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Na pele, a renovação da epiderme ocorre em média a cada 30 dias. No couro cabeludo, pode ocorrer 
uma disfunçãoem que a descamação de parte da epiderme acontece a cada 3 ou 4 dias, formando as 
caspas. 
 
Junções celulares 
 
São estruturada especializadas que servem para manter as células dos tecidos epiteliais aderidas 
umas às outras. 
 
Desmossomos 
 
Uma das mais importantes junções celulares é o desmossomo (do grego desmos, ligação, e somatos, 
corpo). Um desmossomo pode ser comparado a um botão de pressão constituído por duas metades que 
se encaixam, estando uma metade localizada na membrana de uma das células e a outra na célula 
vizinha. 
Em cada célula existe uma placa circular de proteína, situada bem junto à membrana. Das placas 
partem substâncias colantes, chamadas desmogleínas, que atravessam as membranas e grudam as 
células na região de contato. As placas também estão ligadas a um grande número de filamentos 
constituídos da proteína queratina. 
 
Zona de oclusão 
 
Outro tipo de junção celular presente em muitos epitélios é a zona de oclusão, uma espécie de cinturão 
adesivo situado junto a borda livre das células epiteliais. A zona de oclusão mantém as células vizinhas 
tão encostadas que impede a passagem de moléculas entre elas. Assim, substâncias eventualmente 
presentes em uma cavidade revestida por tecido epitelial não podem penetrar no corpo, a não ser 
atravessando diretamente as células. 
 
Lâmina basal e hemidesmossomos 
 
Sob um tecido epitelial há sempre uma espécie de tapete de moléculas de proteínas ao qual as células 
se ligam: a lâmina basal. As bases das células epiteliais ficam aderidas a lâmina basal por meio de 
estruturas celulares especiais, denominadas hemidesmossomos. Estes lembram desmossomos, mas 
possuem estrutura e função diferentes, conectando as bases das células epiteliais à lamina basal, em 
vez de ligarem as membranas de células vizinhas, como fazem os desmossomos. 
 
Junções gap ou comunicantes 
 
Conhecidas também por nexos, junção em hiato ou gap junction, são partículas cilíndricas que fazem 
com que as células entrem em contato umas com as outras, para que funcionem de modo coordenado e 
harmônico. Esses canais permitem o movimento de moléculas e íons, diretamente do citosol de uma 
célula para outra. 
 
Tecido conjuntivo 
 
Os tecidos conjuntivos tem função principalmente de preenchimento de espaços e ligação entre outros 
tecidos e órgãos. Nesse tipo de tecido, o material intercelular é abundante e as células se mantêm bem 
afastadas umas das outras. 
O material intercelular compreende uma matriz, onde se encontram fibras colágenas, reticulares e 
elásticas. A matriz é uma massa amorfa, de aspecto gelatinoso e transparente, constituída principalmente 
por água e glico-proteínas. As fibras colágenas são grossas e resistentes; as fibras reticulares são finas 
e dispostas em rede; as fibras elásticas, mais finas que as colágenas, tem grande elasticidade. 
As células conjuntivas são de diversos tipos. As principais são: fibroblastos, que produzem material 
intercelular; macrófagos, que fagocitam corpos estranhos; células adiposas, que reservam gordura, e 
plasmócitos, que fabricam anticorpos. 
 
 
 
 
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Tipos de tecidos conjuntivos 
 
Segundo a composição de células e de matriz extracelular, o tecido conjuntivo é classificado em: 
 
Tecido conjuntivo frouxo 
 
O tecido conjuntivo frouxo preenche espaços não-ocupados por outros tecidos, apoia e nutre células 
epiteliais, envolve nervos, músculos e vasos sanguíneos linfáticos. Além disso, faz parte da estrutura de 
muitos órgãos e desempenha importante papel em processos de cicatrização. 
O tecido conjuntivo frouxo, é o tecido de maior distribuição no corpo humano. Sua substância 
fundamental é viscosa e muito hidratada. Essa viscosidade representa, de certa forma, uma barreira 
contra a penetração de elementos estranhos no tecido. É constituído por três componentes principais: 
células de vários tipos, três tipos de fibras e matriz. 
 
Tipos de fibras 
 
As fibras presentes no tecido conjuntivo frouxo são de três tipos: colágenas, elásticas e reticulares. 
-Fibras colágenas: são constituídas de colágeno, talvez a proteína mais abundante no reino animal. 
São grossas e resistentes, distendendo-se pouco quando tensionadas. As fibras colágenas presentes na 
derme conferem resistência a nossa pele, evitando que ela se rasgue, quando esticada. 
-Fibras elásticas: são longos fios de uma proteína chamada elastina. Elas conferem elasticidade ao 
tecido conjuntivo frouxo, completando a resistência das fibras colágenas. Quando você puxa e solta à 
pele da parte de cima da mão, são as fibras elásticas que rapidamente devolvem à pele sua forma original. 
A perda da elasticidade da pele, que ocorre com o envelhecimento, deve-se ao fato de as fibras colágenas 
irem, com a idade, se unindo umas às outras, tornando o tecido conjuntivo mais rígido. 
-Fibras reticulares: são ramificadas e formam um trançado firme que liga o tecido conjuntivo aos tecidos 
vizinhos. 
 
Tecido conjuntivo denso 
 
O tecido conjuntivo denso é a parte do tecido conjuntivo caracterizado pela abundância de fibras 
colágenas, o que lhe dá grande resistência. 
Este tecido contém dois principais de células: fibroblastos e macrófagos. Os fibroblastos têm forma 
estrelada núcleo grande. São eles que fabricam e secretam as proteínas que constituem as fibras e a 
substância amorfa. Os macrófagos são grandes e ameboides, deslocando-se continuamente entre as 
fibras à procura de bactérias e restos de células. Sua função é limpar o tecido, fagocitando agentes 
infecciosos que penetram no corpo e, também, restos de células mortas. Além disso, os macrófagos 
identificam substâncias potencialmente perigosas ao organismo, alertando o sistema de defesa do corpo. 
 
Tipos de tecido conjuntivo denso 
 
O tecido conjuntivo denso pode ser classificado e acordo com o modo de organização dessas fibras, 
esse tecido pode ser classificado em: 
-Modelado (Regular): Apresenta os feixes colágenos com uma organização fixa, paralelos, e alinhados 
aos fibroblastos. Trata-se de um conjuntivo que formou suas fibras colágenas em resposta a trações 
exercidas num determinado sentido. As fibras orientam-se de modo a oferecer o máximo de resistência 
às forças que normalmente atuam sobre o tecido. São encontrados nos tendões, ligamentos 
cartilaginosos e ligamentos elásticos. 
Os tendões podem ser descritos como o modelo típico deste tipo de tecido, consistindo de estruturas 
alongadas e cilíndricas que conectam ossos à musculatura estriada esquelética. São formados por 
densos feixes de colágeno, alinhados, separados por pouca quantidade de substância fundamental 
amorfa. Os tendões são estruturas inextensíveis, de coloração esbranquiçada, devido à riqueza de 
colágeno. 
Os feixes primários se agregam em feixes maiores, os feixes secundários, e estes, por sua vez, se 
apresentam envolvidos por conjuntivo frouxo vascularizado inervado. Por fim, o tendão apresenta uma 
bainha externa de conjuntivo denso, que em alguns tendões, pode, ainda, apresentar-se dividida em duas 
camadas, entre as quais se forma uma cavidade revestida por células achatadas mesenquimais e 
preenchida por um fluido viscoso que atua como um lubrificante, facilitando o deslizamento do tendão no 
interior desta bainha. 
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-Não Modelado (Irregular): Neste tipo de tecido as fibras colágenas se dispõem em feixes arranjados 
sem orientação fixa, formando uma trama tridimensional, o que confere ao tecido certa resistência às 
trações exercidas em qualquer direção. É encontrado: na derme profunda, na lâmina própria da mucosa 
das partes iniciais do aparelho digestivo, cápsula do pulmão (pleura visceral), fáscias, cápsulas de vários 
órgãos (baço, rim, fígado, testículo) articulares e pericárdio. 
 
Tecido conjuntivo adiposo 
 
O tecido adiposo é formado por células do tecido conjuntivo, no qual predominam os adipócitos,um 
tipo de célula que acumula lipídios em seu interior, no citoplasma. Originário dos lipoblastos, o tecido 
adiposo está localizado, principalmente, embaixo da pele, na denominada hipoderme. Este tecido 
corresponde a 20-25% do peso corporal nas mulheres e 15-20% dos homens, considerando-se o 
indivíduo dentro do peso normal. 
 
Tipos de tecido adiposo 
 
A classificação desses tecidos é feita tendo como critérios a pigmentação da gordura armazenada e a 
forma de organização: 
-Tecido adiposo unilocular (branco): apresentam células forma de esfera, e apresenta no seu interior 
uma grande quantidade de lipídios, em uma "gota", tanto que o núcleo achatado e o citoplasma são 
deslocados do centro. A quantidade de substâncias fundamentais é menor que em outros tecidos. Esse 
tecido é bastante irrigado por vasos sanguíneos. Em torno das células está uma vasta rede de fibras 
reticulares, que dão sustentação à massa gordurosa. 
- Tecido adiposo multilocular (pardo): Apresentam células menores que as do unilocular, uma vez que 
é constituído por diversas gotículas (vacúolos), que se espalham por todo o citoplasma. São ricas em 
mitocôndrias, organelas que produzem energia e calor. Os animais hibernantes têm bastante desse tipo 
de tecido, pois o calor produzido irá manter a temperatura do corpo em períodos longos de frio. Nesses 
animais, durante a hibernação, o sangue que fica na rede de vasos sanguíneos dentro desses tecidos se 
aquece, sendo "bombeado" para outras partes do corpo na hora do despertar para o verão, fazendo o 
organismo voltar a funcionar completamente. 
 
 
 
Tecido conjuntivo cartilaginoso 
 
O tecido cartilaginoso tem consistência bem mais rígida que os outros tecidos conjuntivos. Ele forma 
as cartilagens do esqueleto dos vertebrados, como, por exemplo, as orelhas, a extremidade do nariz, 
laringe, a traqueia, os brônquios e as extremidades ósseas. 
Há peixes, como os tubarões e cações, cujos esqueletos são totalmente cartilaginosos. 
As células cartilaginosas são chamadas de condrócitos, que ficam mergulhados numa matriz densa e 
não se comunicam. A matriz pode apresentar fibras colágenas e elásticas, em diferentes porções, que 
lhe conferem, respectivamente maior rigidez ou maior elasticidade. 
A cartilagem pode ser hialina quando tem somente fibras colágenas; elástica, quando apresentam 
também fibras elásticas; fibrosa, quando tem ambos os tipos de fibra, com predomínio das colágenas. 
 
 
 
 
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Tecido conjuntivo sanguíneo 
 
O tecido conjuntivo sanguíneos, ou tecido conjuntivo hematopoiético, é uma variedade do tecido 
conjuntivo responsável pela produção das células sanguíneas. Há duas variedades desse tecido, o 
linfoide, encontrado no baço, timo e gânglios linfáticos, e o mielóide, que se forma na medula óssea. 
O tecido linfoide produz alguns tipos de leucócito ou glóbulo branco e o tecido mielóide, além de vários 
tipos de leucócito, produz hemácias ou glóbulos vermelhos e plaquetas. 
O sangue é um tipo especial de tecido conjuntivo que se movimenta por todo o corpo, servindo como 
meio de transporte de materiais entre as células. É formado por uma parte liquida, o plasma, e por 
diversos tipos de células. 
O plasma contem água e inúmeras substancias dissolvidas: proteínas, sais minerais, glicose, 
aminoácidos, hormônios, anticorpos etc. 
As hemácias, apresentam, dissolvido no seu citoplasma, um pigmento vermelho que contem ferro, a 
hemoglobina, importante para o transporte do oxigênio. 
Os leucócitos são as células encarregadas da defesa do organismo. Eles produzem anticorpos e 
fagocitam micro-organismos invasores e partículas estranhas. 
Há vários tipos de leucócito, identificados pelo tamanha, formato do núcleo e granulação do citoplasma: 
neutrófilo, esosinófilo, basófilo, linfócito e monócito. 
As plaquetas são pequenos corpúsculos que resultam da fragmentação de células especiais 
produzidas pela medula óssea. Elas estancam as hemorragias, uma vez que desencadeiam o processo 
de coagulação sanguínea. 
 
Tecido conjuntivo ósseo 
 
O tecido ósseo tem a função de sustentação e ocorre nos ossos do esqueleto dos vertebrados. É um 
tecido rígido graças à presença de matriz compacta e resistente rica em sais de cálcio, fósforo e 
magnésio. Além desses elementos, a matriz é rica em fibras colágenas, que fornecem certa flexibilidade 
ao osso e por células denominadas osteócitos, osteoblastos e osteoclastos. 
-Osteócitos são achatados e se localizam no interior da matriz óssea, em lacunas. São via de 
transporte de nutrientes e metabólitos entre os vasos sanguíneos e a morte destes confere a reabsorção 
da matriz. 
-Osteoblastos sintetizam a região orgânica da matriz óssea e participam da mineralização da matriz, 
uma vez que possuem capacidade de concentrar fosfato de cálcio. Aprisionados pela matriz recém-
sintetizada, passam a ser chamado de osteócitos. 
-Osteoclastos são células gigantes, móveis e ramificadas irregularmente, com vários núcleos. 
Secretam substâncias como colagenase, que digerem a matriz orgânica e dissolvem sais de cálcio. 
 
 
 
Tecidos musculares 
 
O tecido muscular é formado por células alongadas, em forma de fibras, que se dispõem em feixes. 
Essas células são capazes de se contrair conferem ao tecido muscular a capacidade de movimentar o 
corpo. Há três variedades de tecido muscular: liso, estriado e cardíaco. 
-O tecido muscular liso tem células mononucleadas, alongadas, de extremidades afiadas. O 
citoplasma apresenta miofibrilas dispostas longitudinalmente, formadas por proteínas contráteis, que 
realizam contrações lentas e rítmicas, independentes da vontade. É o tecido que forma as paredes de 
vários órgãos, como intestino, bexiga, vasos sanguíneos etc. 
- O tecido muscular estriado é também denominado esquelético, por se prender aos ossos. Suas 
células são alongadas, cilíndricas, multinucleadas, e apresentam estrias transversais típicas, formadas 
pela disposição paralela e regular das miofibrilas no citoplasma. 
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Essas miofibrilas são constituídas por duas proteínas contráteis: a actina e a miosina. 
-O tecido muscular cardíaco é um tecido estriado especial, cuja células apresentam estrias como as 
do tecido esquelético, mas têm apenas um ou dois núcleos e são mais curtas. Além disso, as fibras se 
fundem umas com as outras pelas extremidades. 
 
 
 
Tecido nervoso 
 
O tecido nervoso forma os órgãos dos sistemas nervoso central, periférico e autônomo. Ele tem por 
função coordenar as atividades de diversos órgãos, receber informações do meio externo e responder 
aos estímulos recebidos. É constituído por células nervosas ou neurônio e células de apoio ou células da 
glia. 
As células nervosas ou neurônios têm prolongamentos ramificados, ou dendritos, e um cilindro-eixo, o 
axônio, geralmente mais longo que os dendritos. Muitas vezes o axônio é protegido por um envoltório por 
um envoltório denominado bainha ou mielina, constituída pelas células de Schwann. 
 
 
 
Os neurônios têm uma forma especial de reação, que consiste no impulso nervoso, produzido sempre 
na mesma direção; dos dendritos para o corpo celular e deste para o axônio. 
Os neurônio relacionam-se uns com os outros pelas extremidades de suas ramificações, que não se 
tocam, mais ficam bem próximas. Essas áreas de conexão dão denominadas sinapes, É através das 
sinapses que o impulso passa do axônio de uma célula para os dendritos de outra. 
Feixes de axônios revestidos por tecido conjuntivo formam os nervos. Conforme os axônios 
apresentem ou não a bainha de mielina, os nervos são classificados em mielínicos (nervos brancos) e 
amielínicos (nervos cinzentos). 
Encaixadas entre os neurônios, com função de apoio e preenchimento, encontram-se células especiais 
que constituem a neuroglia. 
 
Questões 
 
01. Associe as duas colunas: 
(A) Tecido epitelial( ) Células alongadas, ricas em actina e miosina. 
(B) Tecido conjuntivo ( ) Suas células estão justapostas e não apresentam vasos sanguíneos. 
(C) Tecido sanguíneo ( ) Basicamente sem substância intercelular. 
(D) Tecido muscular ( ) As células se encontram imersas na substância intercelular, que se 
apresenta em estado líquido. 
(E) Tecido nervoso ( ) Diversos tipos de células imersas em material intercelular (matriz), de 
consistência variável. 
 
02. (PUC-SP). Os tendões são estruturas formadas, principalmente, por tecido: 
 
Apostila gerada especialmente para: Walter Mello Mazzini 054.594.089-38
 
65 
 
(A) Ósseo 
(B) Muscular 
(C) Adiposo 
(D) Conjuntivo 
(E) Cartilaginoso 
 
03. O tecido epitelial é caracterizado por apresentar células aderidas uma às outras. Essa dinâmica 
celular permite ao tecido a realização de importantes funções ao organismo. Qual das alternativas abaixo 
apresenta algumas das principais funções desempenhadas pelo tecido epitelial? 
(A) Percepção de sensações e preenchimento 
(B) Preenchimento e revestimento 
(C) Condução de impulsos e proteção 
(D) Proteção e percepção de sensações 
(E) Revestimento e condução de impulsos 
 
04. (UFV-MG). Com relação ao tecido epitelial, analise os itens I, II e III e assinale a alternativa correta: 
I. Possui células justapostas, com pouca ou nenhuma substância intercelular. 
II. Desempenha as funções de proteção, revestimento e secreção. 
III. É rico em vasos sanguíneos, por onde chegam o oxigênio e os nutrientes para suas células. 
(A) somente I e III são verdadeiros 
(B) somente II e III são verdadeiros 
(C) somente I e II são verdadeiros 
(D) somente um deles é verdadeiro 
(E) todos são verdadeiros 
 
05. (IDECAN - SEARH - RN - Professor de Ciências Biológicas- 2016) Sobre a histologia dos 
cnidários, analise as afirmativas baseadas primariamente nas hidras e tipos celulares encontrados em 
sua epiderme. 
I. Células epiteliomusculares são um pouco colunares em forma, com base repousando contra a 
mesogleia, e a extremidade distal ligeiramente expandida, formando a maior parte da superfície 
epidérmica. 
II. Células intersticiais localizam‐se por toda a epiderme e alojam‐se entre ou invaginados no interior 
das células epiteliomusculares. 
III. Cnidócitos são pequenas e redondas com núcleo relativamente grande; estão localizadas por baixo 
da superfície epidérmica e enfiadas entre as células epiteliomusculares. 
IV. Células receptoras e nervosas são alongadas, orientadas em ângulos retos em relação à superfície 
epidérmica. 
 
Estão corretas apenas as afirmativas 
(A) I e III. 
(B) I e IV. 
(C) II e III. 
(D) II e IV. 
 
06(COSEAC - UFF - Técnico de Laboratório/Área: Histologia - 2015) O tecido cartilaginoso é uma 
variedade de tecido conjuntivo: 
(A) cuja matriz extracelular é rígida pela presença de cristais de hidroxiapatita. 
(B) cuja matriz extracelular apresenta certa rigidez devido à presença de glicoproteínas especializadas. 
(C) importante para defesa no nosso organismo. 
(D) que interfere na comunicação entre os diversos sistemas corporais. 
(E) amorfa. 
 
07(OSEAC - UFF - Técnico de Laboratório/Área: Histologia- 2015) Existem quatro tipos básicos de 
tecido no nosso organismo. Um deles é o tecido epitelial que serve primariamente para: 
(A) movimentar nosso corpo. 
(B) estabelecer uma comunicação através de sinais elétricos entre as diversas partes do corpo. 
(C) revestir superfícies do nosso corpo 
(D) defender nosso corpo, produzindo anticorpos. 
(E) dar sustentação mecânica ao nosso corpo. 
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08(NC-UFPR - UFPR - Agente Comunitário de Saúde- 2015) O corpo humano é constituído por 
diferentes órgãos, os quais, por sua vez, são constituídos por diversos tipos de tecido. São exemplos de 
tecido conjuntivo: 
(A) cartilagem do nariz, gordura da barriga e tendão do tornozelo. 
(B) cartilagem do nariz, fêmur e músculo da perna. 
(C) gordura da barriga, coração e sangue. 
(D) fêmur, tendão do tornozelo e coração. 
(E) pele, sangue e músculo da perna. 
 
09(FGV - SEDUC-AM - Professor – Biologia) Os epitélios são apoiados sobre a membrana basal, 
abaixo da qual está situado um tecido conjuntivo, como mostrado na figura a seguir. 
 
 
 
Com relação à membrana basal, assinale a afirmativa correta. 
(A) Impede a passagem de micróbios do epitélio para o tecido conjuntivo. 
(B) Impede a passagem de substância do tecido conjuntivo para o epitélio. 
(C) Apresenta grande vascularização que, por difusão, abastece o epitélio. 
(D) É semipermeável, permitindo a passagem de substâncias do tecido conjuntivo para o epitélio 
(E) É permeável, permitindo a passagem de substâncias tanto do epitélio para o tecido conjuntivo 
quanto deste para o epitélio. 
 
10(FDRH - IGP-RS - Auxiliar de Perícia) As células que formam o tecido ósseo são os ___________ 
, que se situam em lacunas no interior da matriz óssea, os ___________ , que produzem a parte orgânica 
da matriz e os __________, que são células gigantes multinucleadas, relacionadas com a reabsorção do 
tecido ósseo. 
 
Assinale a alternativa cujas palavras completam correta e respectivamente as lacunas da frase acima. 
(A) osteoblastos – osteoclastos – osteócitos 
(B) osteoblastos – osteócitos – osteoclastos 
(C) osteoclastos – osteoblastos – osteócitos 
(D) osteócitos – osteoclastos – osteoblastos 
(E) osteócitos – osteoblastos – osteoclastos 
 
Respostas 
 
01. Resposta: D,A, E, C, B. 
 
02 Resposta: D. 
 
03. Resposta: D. 
A – Errada – A função de preenchimento não é desempenhada pelo tecido epitelial. 
B – Errada – A função de preenchimento não é desempenhada pelo tecido epitelial. 
C – Errada – A função de condução de impulsos não é desempenhada pelo tecido epitelial. 
D – Correta – O epitélio desempenha, entre outras funções, as destacadas pela alternativa. 
E – Errada – A função de condução de impulsos não é desempenhada pelo tecido epitelial 
 
04. Resposta: C. 
A – Errada – O tecido epitelial não possui vascularização. 
B – Errada – O tecido epitelial não possui vascularização. 
C – Correta – As características apresentadas são comuns ao tecido epitelial. 
D – Errada – As alternativas I e II são verdadeiras. 
E – Errada – A alternativa III está incorreta. 
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05 Resposta: B. 
 
06 Resposta: B. 
 
07 Resposta: C. 
 
08 Resposta: A. 
 
09 Resposta: E. 
"O tecido epitelial de revestimento é separado do tecido subjacente (tecido conjuntivo) por uma fina 
camada de fibras, denominada membrana basal, que é formada basicamente por colágeno tipo IV, 
laminina e proteoglicanas, que são produzidos em parte pelas próprias células epiteliais e em parte pelas 
células do tecido conjuntivo, especificamente células denominadas fibroblastos. Pelo fato do tecido 
epitelial ser desprovido de vasos sanguíneos, a sua nutrição depende da difusão de oxigênio e de 
metabólitos a partir dos tecidos subjacentes." 
 
10 Resposta: E. 
 
HISTOLOGIA VEGETAL 
 
Tecidos vegetais 
Assim como nos animais, as células vegetais associam-se umas às outras formando tecidos, ou seja, 
unidades com estruturas e funções específicas. Os tecidos vegetais podem ser divididos em: tecidos 
meristemáticos, tecidos de revestimento, tecidos fundamentais e tecidos vasculares. 
 
1. Tecidos meristemáticos 
 
Nas angiospermas e em diversos outros grupos, os meristemas, tecidos indiferenciados, são 
responsáveis pela formação dos demais tecidos e pelo crescimento das plantas. Os meristemas 
localizam-se em determinados pontos do corpo da planta e são responsáveis pelo seu crescimento e 
desenvolvimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os tecidos meristemáticos podem ser classificados como primários ou secundários. 
 
Os meristemas primários são responsáveis pelo crescimento longitudinal (crescimento primário) das 
plantas. São encontrados principalmente no ápice dos caules e das raízes. Existem trêstipos de 
meristemas primários, sendo que cada um deles é responsável pela formação de um tipo específico de 
tecido: protoderme (origina a epiderme), meristema fundamental (origina os tecidos fundamentais) e 
procâmbio (origina os tecidos vasculares). 
 
 
 
Os meristemas secundários ocorrem nas plantas que apresentam crescimento em espessura 
(crescimento secundário). São formados por células adultas que se desdiferenciam e recuperam a 
O crescimento da planta corresponde a um aumento irreversível no tamanho de um vegetal. Isso ocorre 
a partir do acréscimo de células resultantes de divisões mitóticas, além do aumento do tamanho individual 
de cada célula. 
O desenvolvimento consiste no surgimento dos diferentes tipos celulares e dos diversos tecidos 
diferenciados que compõem os órgãos dos vegetais. É, certamente, um fenômeno relacionado ao processo 
de diferenciação celular. 
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capacidade de divisão mitótica. O felogênio e o câmbio são meristemas secundários. O primeiro é 
responsável pela formação de camadas da periderme e, o segundo, pela formação do floema e xilema 
secundários. 
 
 
2. Tecidos de revestimento 
Os tecidos de revestimento, além de protegerem mecanicamente as superfícies externas das plantas, 
também realizam funções como aeração dos tecidos internos e reduzem a perda de água. Existem dois 
tipos de tecidos de revestimento: a epiderme e a periderme. 
 
Epiderme 
 
A epiderme é o tecido primário de revestimento. As células epidérmicas das partes aéreas das plantas 
secretam uma substância chamada de cutina. A cutina forma uma camada impermeabilizante chamada 
de cutícula. A cutícula, entre outras funções, evita a perda de água e protege a planta de choques 
mecânicos. Entre as células da epiderme existem as células-guarda. As células-guarda controlam a 
abertura de pequenos poros da epiderme chamados de estômatos. Através dos estômatos ocorre a 
entrada e a saída de gases da planta. 
 
 
 
A epiderme também pode apresentar anexos tais como: estômatos, tricomas, hidatódios e acúleos 
 
-Estômatos: São os anexos mais importantes relacionados com a troca de gases e água entre as 
folhas e o meio. As células estomáticas são as únicas na epiderme que possuem clorofila. Um estômato 
visto de cima, assemelha-se a dois feijões dispostos com as concavidades frente a frente: são as duas 
células estomáticas ou células-guarda, que possuem parede celular mais espessa na face côncava e cuja 
disposição deixa entre elas um espaço denominado fenda estomática ou ostíolo. 
Ao lado de cada célula-guarda há uma anexa, que não tem cloroplastos – é uma célula epidérmica 
comum. Em corte transversal, verifica-se que a fenda estomática dá acesso a um espaço, a câmara 
estomática, intercomunicante com os espaços aéreos do parênquima foliar de preenchimento. 
 
-Tricomas: São estruturas especializadas contra a perda de água por excesso de transpiração, 
ocorrendo em planta de clima quente. Podem ser, no entanto, secretores, produzindo secreções oleosas, 
digestivas ou urticantes. As plantas carnívoras possuem tricomas “digestivos” e a urtiga, planta que 
provoca irritação da pele, possui tricomas urticantes. 
 
- Acúleos: São estruturas pontiagudas com função de proteção da planta contra predadores, são 
frequentemente confundido com espinhos, que são folhas ou ramos modificados. Os acúleos são fáceis 
de destacar e são provenientes da epiderme. Podem ser encontrados nas roseiras. 
 
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-Hidatódios: São estômatos modificados, especializados em eliminar excessos líquidos da planta. Os 
hidatódios geralmente presentes nas bordas das folhas, onde, pela manhã, é possível observar as gotas 
de líquido que eles eliminam, fenômeno conhecido como gutação. 
 
Periderme 
 
Em plantas com crescimento em espessura (secundário) a epiderme é usualmente substituída pela 
periderme. A periderme possui três camadas: a feloderme, o felogênio e o súber. O felogênio é um tecido 
meristemático que origina o súber para fora e a feloderme para dentro. 
 
3. Tecidos fundamentais 
Os tecidos fundamentais são representados pelos parênquimas e pelos tecidos de sustentação, sendo 
estes: 
 
- Parênquima: 
Os parênquimas são tecidos que ocorrem em diversas partes das plantas. Alguns exemplos de 
parênquima são o clorofiliano, o amilífero, o aerífero e o aquífero. O parênquima clorofiliano possui células 
com grande quantidade de cloroplastos, sendo o principal local de realização da fotossíntese. O 
parênquima amilífero possui células que armazenam amido como substância de reserva. O parênquima 
aerífero acumula ar em seu interior permitindo, por exemplo, a flutuação de plantas aquáticas. Já o 
parênquima aquífero armazena água em seu interior e é muito comum em plantas de clima seco. 
Os tecidos de sustentação são de dois tipos: o colênquima e o esclerênquima. O colênquima é formado 
por células vivas e flexíveis sendo especialmente adaptado à sustentação de órgãos em crescimento. O 
esclerênquima é formado por células mortas e muito resistentes. Suas células são impregnadas por uma 
substância chamada lignina que confere rigidez às células. 
 
Célula Parenquimática: 
O parênquima é o tecido mais comum dos vegetais, sendo formado por células vivas, fisiologicamente 
ativas e originadas do meristema fundamental. Suas células são geralmente grandes, isodiamétricas, 
poliédrica, com parede celular primária delgada. Essas características não podem ser aplicadas 
universalmente a todas as células de parênquima; p.e., células parenquimatosas com paredes grossas e 
forma estrelada ocorrem com freqüência na medula de certas plantas aquáticas. O tecido fundamental 
dos caules (principalmente córtex e medula) e raízes, como também o mesófilo e epiderme das folhas, 
provêm exemplos de partes das plantas onde o parênquima está bem desenvolvido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Colênquima: 
 
Célula Colenquimática: 
As células colenquimáticas possuem a forma alongada, parede celular irregular, apenas primária não-
lignificada, viva na maturidade. É encontrada na periferia (sob a epiderme) nos caules jovens em 
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70 
 
crescimento, frequentemente como um cilindro de tecido ou apenas em grupos nas costelas ao longo das 
nervuras em algumas folhas. Sua função é sustentação do corpo primário da planta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Esclerênquima: 
 
Fibras: 
Sua forma é bastante longa, possui parede celular primária e secundária espessada frequentemente 
lignificada, (não sempre) morta na maturidade, é encontrada algumas vezes no córtex dos caules, mais 
sempre associado ao xilema e floema. É encontrado também nas folhas das monocotiledôneas e suas 
funções são de sustentação e armazenamento. 
 
Esclereídes: 
Sua forma é variável, geralmente mais curta que as fibras, a sua parede celular é primária e secundária 
é espessada geralmente lignificada. Pode ser viva ou morta na maturidade e é encontrada por todo o 
corpo da planta. Sua função está relacionada à mecânica e sustentação. 
 
4. Tecidos vasculares 
Os tecidos vasculares transportam substâncias ao longo da planta. Existem dois tipos de tecidos 
vasculares: o xilema e o floema. 
O xilema é um tecido estruturalmente complexo composto por um conjunto de células com forma e 
função diferenciadas e é o principal tecido condutor de água nas plantas vasculares. Possui ainda as 
propriedades de ser condutor de sais minerais, armazenar substâncias e sustentar o vegetal. É importante 
ressaltar que o xilema é encontrado em várias regiões dos vegetais, não só no caule, como raiz e ramos. 
Os principais tipos de células encontradas no xilema são: 
 
Elementos de Vaso: 
Os vasos são estruturas formadas por uma junção de células perfuradas, chamadas de elementos de 
vaso, que se comunicam entre si, formando longos dutos que conduzema seiva no sentido axial. Os 
vasos são característicos de espécies pertencentes às angiospermas, havendo algumas exceções. 
Representam uma grande evolução biológica dos vegetais no sentido de transporte de seiva. 
 
 
 
 
 
 
Traqueídes: 
Sua forma é alongada e afilada possui parede celular primária e secundária geralmente lignificada sem 
perfurações e com pontuações é morta na maturidade. E é o principal condutor de água nas 
gimnospermas e das plantas vasculares sem sementes é encontrado também nas angiospermas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Tecido de Condução - Floema: 
O floema é o tecido através do qual as substâncias orgânicas são conduzidas para as várias partes da 
planta, pode ser primário ou secundário. 
 
Os principais tipos de células encontradas no floema são: 
 
Células Crivadas: 
Sua forma é alongada e afilada, possui parede celular primária na maioria das espécies, com áreas 
crivadas, frequentemente apresenta calose associada à parede e aos poros. Viva na maturidade, nesta 
fase pode não apresentar núcleo ou apenas restos nucleares, não existe limite entre o vacúolo e o 
citoplasma, contém grandes quantidades de retículos endoplasmáticos tubulosos. Somente é localizado 
no floema e a sua função é de transporte de substâncias orgânicas nas gimnospermas. 
Células Albuminosas: 
Sua forma é geralmente alongada possui parede celular primária viva na maturidade. Ela é associada 
à célula crivada mais geralmente não é derivada da mesma célula-mãe da célula crivada. Apresenta 
numerosos plasmodesmos com a célula crivada. 
 
Elemento de Tubo Crivado: 
Sua forma é alongada, possui parede celular primária com áreas crivadas. Essas paredes apresentam 
poros maiores que aqueles das paredes laterais. Esta região é denominada placa crivada. Viva na 
maturidade nesta fase não apresenta núcleo ou apenas seus restos. Vários elementos de tubo crivado 
dispostos em séries verticais constituem o tubo crivado e é encontrado no floema e sua função é o 
transporte de nutrientes orgânicos nas angiospermas 
 
Células companheiras: 
Sua forma é variável, geralmente alongada e dotadas de parede celular primária. Viva na sua 
maturidade, essas células são intimamente associadas aos elementos de tubo crivado, através dos 
plasmodesmos. Acredita-se que desempenham papel importante na liberação de substâncias no 
elemento de tubo crivado, inclusive moléculas informacionais e ATP. 
 
Organização dos tecidos nas raízes e nos caules 
 
Raízes e caules jovens, cortados transversalmente, mostram que são formados por uma reunião de 
tecidos. A disposição desses tecidos é específica em cada órgão e constitui uma estrutura interna primária 
típica de cada um deles. Uma estrutura secundária, mais complexa, pode ser vista quando ocorre um 
aumento no diâmetro do caule e da raiz. 
 
Raiz 
 
-Estrutura primária 
Ao analisar uma célula meristemática que terminou de surgir por mitose na extremidade de uma raiz, 
é possível observar que ela se alonga, ao mesmo tempo se distancia da extremidade em decorrência do 
surgimento de novas células. A maior taxa de crescimento em extensão de uma raiz, ocorrerá, portanto, 
na região situada pouco acima da região meristemática, denominada de zona de distensão. 
Após crescerem as células iniciam a sua diferenciação. Na região mais interna, por exemplo, terá início 
a diferenciação dos tecidos condutores, enquanto na região mais externa diferenciam-se parênquimas e 
tecidos de revestimento.4 
 
 
 
 
4 http://www.sobiologia.com.br/ 
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Córtex 
A região mais periférica da raiz jovem diferenciam-se em epiderme, tecido formado por uma única 
camada de células achatadas e justapostas. Na região abaixo da epiderme, chamada córtex, diferencia-
se o parênquima cortical, constituído por várias camadas de células relativamente pouco especializadas. 
 
 
 
Cilindro central 
O cilindro central é a parte interna da raiz, composto principalmente por elementos condutores 
(protoxilema e protofloema), fibras e parênquima. Este é delimitado pela endoderme, uma camada de 
células bem ajustadas e dotadas de reforços especiais nas paredes, as estrias de Caspary. Essas estrias 
são como cintas de celulose que unem firmemente as células vizinhas, vedando completamente os 
espaços entre elas. Assim, para penetrar no cilindro central, toda e qualquer substância tem que 
atravessar diretamente as células endodérmicas, uma vez que as estrias de caspary fecham os 
interstícios intercelulares. 
Abaixo da endoderme situa-se uma camada de células de paredes finas chamada periciclo, que 
delimita o cilindro central, onde se localizam o xilema e o floema. A maneira como os tecidos condutores 
se dispõem no cilindro central é um dos critérios para distinguir dicotiledôneas de monocotiledôneas. 
 
-Estrutura secundário 
O crescimento em espessura da raiz pode ser chamado de crescimento secundário, para distingui-lo 
do crescimento em extensão. Durante o crescimento secundário desenvolvem-se cilindros de células 
meristemáticas que permitem o surgimento de novos tecidos radiculares. 
Os dois tecidos meristemáticos envolvidos no crescimento secundário da raiz são o câmbio vascular, 
que permite o crescimento do cilindro central, e o câmbio suberógeno ou felogênio, que permite o 
crescimento da periderme. 
 
Câmbio vascular 
O câmbio vascular origina novos vasos condutores durante o crescimento secundário da raiz. O 
câmbio vascular é formado a partir do procâmbio e do periciclo, que se conjugam e delimitam uma área 
interna do cilindro central, onde só há xilema. Ao se multiplicar ativamente, as células do câmbio vascular 
originam vasos xilemáticos para a região mais interna e vasos floemáticos para a região mais externa. 
Aos poucos a área delimitada pelo câmbio vai tornando-se cada vez mais cilíndrica. 
 
Caule 
 
Como na raiz, a parte mais jovem de um caule é a que se localiza junto à extremidade, onde ocorre a 
multiplicação das células do meristema apical, que permite o crescimento em extensão. 
Logo abaixo da zona meristemática apical as células iniciam o processo de diferenciação celular, que 
leva ao aparecimento dos diversos tecidos que compõem o caule. 
 
- Estrutura primária 
Feixes líbero-lenhosos 
Caules que não cresceram, em espessura apresentam estrutura primária, caracterizada pela presença 
de feixes líbero-lenhosos localizados entre as células do parênquima que preenchem seu interior. 
Cada feixe líbero-lenhoso possui elementos do líber (floema) voltados para fora e elementos do lenho 
(xilema) voltados para dentro. 
Nas plantas monocotiledôneas, que geralmente na apresentam crescimento secundário, os feixes 
condutores são distribuídos de maneira difusa no interior do caule. Já nas dicotiledôneas os feixes líbero-
lenhosos distribuem-se regularmente, formando um cilindro. 
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Câmbio fascicular 
Nos feixes líbero-lenhosos das dicotiledôneas, o floema está voltado para o exterior do caule e o xilema 
para o interior. Entre o floema e o xilema de um feixe há um tecido meristemático: o câmbio vascular e o 
câmbio suberógeno ou felogênio. 
 
Câmbio vascular 
O Câmbio vascular do caule forma-se a partir do câmbio fascicular e do câmbio interfascicular, este 
último um tecido meristemátco secundário, resultante da dedisferenciação de células parenquimáticas 
localizadas entre os feixes libero-lenhosos. O câmbio fascicular passa a delimitar, assim, uma área interna 
do caule onde só há xilema e parênquima. Como na raiz, as células do câmbio vascular originam vasos 
xilemáticos para a região mais interna e vasos floemáticos para a região mais externa. Aos poucos, a 
área delimitada pelo câmbio vai se tornando cada vez mais cilíndrica. 
O câmbio vascular o caule, como o da raiz,também é um meristema de origem mista, primária e 
secundária. Isso porque tem origem tanto do cambio fascicular, um meristema primário, quanto do câmbio 
interfascicular, um meristema que surgiu da desdiferenciação de células parenquimáticas. 
 
Felogênio 
A atividade do câmbio vascular faz com que o caule vá progressivamente aumentando de espessura. 
Para acompanhar esse crescimento em diâmetro, célula do parênquima cortical sofrem desdiferenciação 
e originam um cilindro de meristema secundário, o felogênio. Como vimos, a atividade do felogênio produz 
feloderme para o interior e súber para o exterior, formando a periderme, que passa a revestir o caule. 
 
Questões 
 
01.Segundo alguns autores, o “Abaporu”, de Tarsila do Amaral, homenageia o povo sofrido dos 
trabalhadores da época; o sol inclemente e o cacto representam, ali, sua dura rotina. Essa planta se 
adapta bem ao meio ambiente. Em geral, dispensa as folhas para a fotossíntese e armazena água para 
sobreviver. Que tecido vegetal está envolvido nesses dois processos fisiológicos? 
(A) Parênquima. 
(B) Xilema. 
(C) Meristema. 
(D) Periderme. 
(E) Esclerênquima. 
 
02. Considerando a histologia vegetal – ciência que estuda os tecidos biológicos vegetais – é errado 
afirmar que: 
(A) os tecidos de revestimento dos vegetais são hipoderme e endoderme. 
(B) os tecidos de condução dos vegetais são xilema e floema. 
(C) os tecidos de sustentação dos vegetais são colênquima e esclerênquima. 
(D) os meristemas são responsáveis por formar os tecidos das plantas. 
(E) os tecidos que atuam no armazenamento de substâncias, na fotossíntese e no transporte de 
substâncias a curta distância são os parênquimas. 
 
03. A planta denominada erva-de-passarinho é uma hemiparasita. Nesse caso, o tecido vegetal da 
árvore hospedeira, onde os elementos nutritivos são absorvidos, é o: 
(A) colênquima, 
(B) floema. 
(C) esclerênquima. 
(D) parênquima. 
(E) xilema. 
 
04.Com relação aos tecidos e aos órgãos vegetais, assinale o que for correto. 
01) As trocas gasosas que ocorrem no caule áspero e rugoso de uma planta com crescimento 
secundário são possíveis graças aos estômatos presentes na epiderme. 
02) A epiderme é substituída pela endoderme nos vegetais que apresentam súber na fase de 
crescimento secundário. 
04) Os pulgões, parasitas de plantas, são alimentados pela seiva retirada do floema, em que há 
substâncias orgânicas. 
Apostila gerada especialmente para: Walter Mello Mazzini 054.594.089-38
 
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08) Ao ser cortado o ápice de um caule, surgem ramos novos em decorrência da ação dos meristemas 
secundários (câmbio vascular e felogênio). 
16) Um ramo com flores brancas apresentou algumas pétalas coloridas ao ser colocado em um 
recipiente contendo água de cor vermelha. O xilema é o tecido envolvido diretamente nesse processo. 
 
05. Colênquima e esclerênquima são tecidos comumente encontrados em caules e raízes. O 
colênquima é um tecido plástico, enquanto que o esclerênquima é um tecido elástico. Considere uma 
árvore e seus galhos, em um dia de muito vento. Os galhos todos balançam vigorosamente. Você acha 
que os tecidos localizados internamente nos galhos devem ser plásticos ou elásticos? Qual tecido você 
espera encontrar no interior dos galhos? Explique sua escolha. 
 
Respostas 
01 Resposta :A 
 Em cactos, as folhas são transformadas em espinhos. A fotossíntese é realizada pelo parênquima 
clorofiliano localizado no caule. 
 
02 Resposta :A 
Os tecidos de revestimento dos vegetais são epiderme e periderme, oriundos do meristema primário 
protoderme e meristema secundário felogênio, respectivamente. 
 
03 Resposta :E 
A erva-de-passarinho é uma planta parasita porque forma raízes sugadoras denominadas haustórios. 
Essas estruturas atingem o xilema da planta hospedeira, de onde retiram a seiva bruta. 
 
04 Resposta: 
 [04 + 16 = 20] 
 
05 Resposta: 
As trocas gasosas entre os tecidos caulinares e o ambiente são realizadas por lenticelas. A epiderme 
é substituída pelo súber nos vegetais que apresentam crescimento secundário. Ao cortarmos os ápices 
das extremidades dos caules, surgem ramos a partir do desenvolvimento das gemas laterais constituídas 
por tecido merismático primário 
 
CICLOS DE VIDA5 
 
Ciclo de vida de um organismo é a sequência de acontecimentos da sua história reprodutiva desde a 
sua concepção até conseguir produzir a sua própria descendência. Os ciclos de vida de todos os 
organismos partilham algumas características: 
• a meiose, que permite a formação de células haploides (n), contribuindo para a diversidade das 
espécies; 
• a fecundação, correspondente à fusão dos gametas, repõe a diploide (2n) no ciclo celular e contribui 
igualmente para a diversidade das espécies; 
• as células sexuais, sempre haploides (n) que podem ser gametas; 
• o zigoto ou ovo, célula diploide que resulta da fecundação e que marca o início de um novo ciclo de 
um novo organismo com reprodução sexuada; 
• a alternância de fases nucleares, que podem ter durações variadas. Existe sempre uma fase haploide 
e uma fase diploide: a haplofase, tem início na meiose, com a formação das células sexuais haploides 
(com n cromossomas) e termina mesmo antes da fecundação; a diplofase, inicia-se com a fecundação, 
responsável pela passagem da fase haploide para a fase diploide, formando células diploides (com 2n 
cromossomas) e termina com a meiose. 
 
A grande diferença entre os ciclos de vida é o momento em que ocorre a meiose. Podem-se considerar 
três grupos consoante o momento da meiose: pré-gamética, pós-zigótica e pré-espórica. 
• meiose pré-gamética - a meiose ocorre durante a produção dos gametas, que são as únicas células 
haploides. O ciclo correspondente diz diplonte (diplobionte). 
• meiose pós-zigótica - a meiose ocorre logo após a formação do zigoto, sendo o zigoto a única 
estrutura diploide do ciclo, que se designa por haplonte (haplobionte). 
 
5 Moreira, C. (2014), Revista de Ciência Elementar, 2(04):0097. Disponível em: 
<https://www.fc.up.pt/pessoas/jfgomes/pdf/vol_2_num_4_97_art_ciclosDeVida.pdf>. Acesso em abril de 2017. 
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• meiose pré-espórica - a meiose ocorre para a formação dos esporos, e só acontece em indivíduos 
com dois tipos de células sexuais (gametas e esporos). O ciclo de vida correspondente denomina-se 
haplodiplonte (haplodiplobionte). 
 
Os diferentes ciclos de vida 
 
Ciclo de vida diplonte 
(diplobionte) 
Ciclo de vida haplonte 
(haplobionte) 
Ciclo de vida haplodiplonte 
(haplodiplobionte) 
 
» característico da maioria dos 
animais e de algumas algas; 
» os gametas são as únicas 
células haploides; 
» a meiose ocorre durante a 
formação dos gametas – pré-
gamética; 
» o zigoto diploide (2n) sofre 
mitoses consecutivas dando 
origem a um organismo 
pluricelular diplonte. 
» característico da maioria dos 
fungos e de alguns protistas, 
incluindo algumas algas; 
» a meiose ocorre após 
formação do zigoto diploide – 
meiose pós-zigótica – sendo 
este a única estrutura diploide do 
ciclo de vida do organismo; 
» a meiose não produz gametas 
mas sim células haploides que 
se dividem por mitose formando 
um organismo adulto haplonte; 
» os gametas são produzidos por 
mitose e não meiose. 
» característico das plantas e 
algumas algas; 
» inclui ao contrário dos outros 
dois ciclos estados pluricelulares 
diploides e haploides; 
» a meiose ocorre para a 
formação de esporos (n); 
» os organismos têm uma 
geração produtora de esporos – 
geração esporófita constituída 
pelo esporófito – e uma outra 
geração produtora de gametas – 
geração gametófita constituída 
pelo gametófito; 
» a geração esporófita tem início 
no ovo ou zigoto (2n) que sofre 
mitoses consecutivas formando 
um organismo multicelular 
diploide – esporófito, que 
diferencia esporângios onde, por 
meiose se formam os esporos 
(n) terminando aqui; todas as 
células destafase são diploides 
à exceção dos esporos; 
» a geração gametófita inicia-se 
com os esporos que sofrem 
mitoses originando um 
organismo multicelular haplonte 
– gametófito, que diferencia 
gametângios onde se formam 
gametas e termina no momento 
da fecundação em que se forma 
uma célula diploide; todas as 
células desta fase são haploides 
à exceção do zigoto resultante 
da fecundação. 
 
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6Gametas e Esporos são células reprodutivas 
O Gameta é uma célula haploide (n) que necessita de outro gameta para fecundar e formar o zigoto 
(ou ovo). O zigoto dará origem ao embrião que se desenvolverá formando o indivíduo adulto. Já o Esporo 
é uma célula resistente que sem a presença de outra célula, a partir de condições ambientais favoráveis, 
germinará e se desenvolverá formando o indivíduo adulto. 
 
Questões 
1. Os esquemas a seguir representam três tipos de ciclos de vida. 
 
Os ciclos de vida válidos para todas as samambaias, certas algas e todas as aves são, 
respectivamente, 
a) I, II e III 
b) I, III e II 
c) II, III e I 
d) III, I e II 
e) III, II e I 
 
2. Como são denominadas, respectivamente, as fases duradoura e transitória de vegetais do grupo 
das briófitas, como os musgos? 
Respostas 
1. Alternativa: D. 
2. Gametófito e Esporófito. 
 
Fisiologia Animal 
 
Todos os seres vivos, sejam eles animais ou vegetais, unicelulares ou pluricelulares, têm, para a 
manutenção da vida, necessidades semelhantes, relacionadas a: 
 
-Alimentação: há dois tipos fundamentais de alimentos que os organismos precisam obter ou produzir: 
os energéticos que fornecem energia para as reações químicas vitais e os estruturais que garantem o 
crescimento e reparos do organismo. 
-Oxigênio: os organismos aeróbios usam-no para a oxidação ou queima dos alimentos energéticos, 
liberando energia. 
-Transporte: alimentos, gases, como O2 e CO2, substâncias residuais que sobram dos processos de 
transformação em geral, devem ser conduzidas por todo o organismo para os locais de uso ou de 
alimentação. 
-Excreção: substâncias residuais inúteis, e geralmente nocivas, devem ser eliminadas do organismo. 
-Coordenação: as diversas funções desempenhadas pelos seres vivos atuam em conjunto e devem 
ser ordenadas como um todo. 
Reprodução: é a única função não vital para o organismo, mas fundamental para a sobrevivência da 
espécie. 
 
Nos organismos unicelulares a realização das funções que satisfazem a essas necessidades são 
realizadas em uma única célula que os constitui. Já os pluricelulares apresentam células especializadas 
para a realização de cada função. A grande vantagem da divisão do trabalho é que ela contribui para 
maior eficiência do organismo como um todo. Mas também há algumas desvantagens à medida que o 
organismo pluricelular cresce, suas células internas ficam cada vez mais distantes do meio de onde são 
 
6 Disponível em: <http://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/biologia-ciclos-reprodutivos-vegetais/>. Acesso em abril de 2017. 
Apostila gerada especialmente para: Walter Mello Mazzini 054.594.089-38
 
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retiradas as substâncias essenciais e para o qual são eliminadas outras tantas. Através da evolução, 
apareceram sistemas complexos com canais e órgãos que serviram para diminuir essas distâncias, 
permitindo desse movo, trocas mais rápidas. 
Diante disso, surgiram os sistemas: cardiovascular, respiratório, digestório, nervoso, sensorial, 
endócrino, excretor, urinário, reprodutor, esquelético, muscular, imunológico, linfático, tegumentar, os 
quais veremos detalhadamente a partir de agora. 
 
 
Digestão 
 
A digestão é o conjunto das transformações químicas e físicas que os alimentos orgânicos sofrem ao 
longo de um sistema digestivo, para se converterem em compostos menores hidrossolúveis e absorvíveis. 
Ela tem a função de manter o suprimento de água, eletrólitos e nutrientes do organismo, num fluxo 
contínuo 
 
-Tipos de digestão: 
 
1.Digestão Intracelular 
 
Há organismos heterotróficos mais simples, em cuja organização não existe tubo digestivo. Nesse 
caso, as partículas de alimento que não entram em suas células por difusão atra-vés da membrana, 
devem ser englobadas ativamente por fagocitose ou pinocitose e, então, digeridas por enzimas em 
vacúolos digestivos, dentro das células. Este processo é chama-do digestão intracelular. 
 
 
Digestão intracelular em protozoários 
2. Digestão Extracelular 
 
Quando o organismo apresenta em sua organização um tubo digestivo, e o alimento é digerido antes 
de ser absorvido celas células, a digestão é chamada extracelular, pois se com-pleta fora das células. Os 
primeiros animais, na escala zoológica, a apresentarem cavidade digestiva vivem na água e são 
chamados celenterarados (do grego koilos = oco + enteron = intestino). Entretanto, essa cavidade tem só 
uma abertura — a boca — por onde são também eliminados os resíduos da digestão. São exemplos de 
celenterados: as hidras da água doce e as medusas e corais marinhos. Eles não fazem apenas digestão 
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extracelular; depois que o alimento é desdobrado em partículas menores, estas são englobadas por 
células que revestem a cavidade digestiva, onde a digestão termina. 
Embora de organização pouco mais complexa que os celenterados, os platelmintos (vermes 
achatados), como a planária, também têm o tubo digestivo incompleto, isto é, sem ânus. 
 
 
Tubo digestivo incompleto de uma planária 
 
Platelmintos parasitas, como as tênias, não apresentam aparelho digestivo. Vivem no intestino do 
hospedeiro, absorvendo, através da superfície do corpo, alimentos já digeridos. 
O ânus só aparece a partir dos vermes cilíndricos ou nematelmintos, como a lombriga, que também é 
parasita e tem um tubo digestivo extremamente simples, suficiente apenas para absorver alimentos já 
digeridos pelo hospedeiro. 
A complexidade do tubo digestivo de outros organismos permitiu que eles se adaptassem a diferentes 
modos de alimentação. 
Certos animais iniciam a digestão fora de seu corpo. As aranhas, por exemplo, liquefazem as partes 
moles de suas vítimas, por ação de um veneno composto de fluidos diges-tivos. O líquido é sugado, e a 
digestão se completa no tubo digestivo. 
 
Sistema Digestório- A digestão no homem7 
 
O sistema digestório tem a função primordial de promover nutrientes para o corpo. O alimento, após 
passar pela boca, é propelido, por meio do esôfago, para o estômago e, em seguida para os intestinos 
delgado e grosso, antes de ser esvaziado pelo ânus. O sistema digestório prepara o alimento para ser 
usado pelas células por meio de cinco atividades básicas. 
 
 
 
 
7 http://www.afh.bio.br 
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79 
 
Boca 
 
A abertura pela qual o alimento entra no tubo digestivo é a boca. Aí encontram-se os dentes e a língua, 
que preparam o alimento para a digestão, por meio da mastigação. Os dentes reduzem os alimentos em 
pequenos pedaços, misturando-os à saliva, o que irá facilitar a futura ação das enzimas. 
 
-Os dentes: 
 
Os dentes são estruturas duras, calcificadas, presas ao maxilar superior e mandíbula, cuja atividade 
principal é a mastigação. Estão implicados, de forma direta, na articulação das linguagens. Os nervos 
sensitivos e os vasos sanguíneos do centro de qualquer dente estão protegidos por várias camadas de 
tecido. A mais externa, o esmalte, é a substância mais dura. Sob o esmalte, circulando a polpa, da coroa 
até a raiz, está situada uma camada de substância óssea chamada dentina. A cavidade pulpar é ocupada 
pela polpa dental, um tecido conjuntivo frouxo, ricamente vascularizado e inervado. Um tecido duro 
chamado cemento separa a raiz do ligamento peridental, que prende a raiz e liga o dente à gengiva e à 
mandíbula,na estrutura e composição química assemelha-se ao osso; dispõe-se como uma fina camada 
sobre as raízes dos dentes. Através de um orifício aberto na extremidade da raiz, penetram vasos 
sanguíneos, nervos e tecido conjuntivo. 
 
A língua 
 
A língua movimenta o alimento empurrando-o em direção a garganta, para que seja engolido. Na 
superfície da língua existem dezenas de papilas gustativas, cujas células sensoriais percebem os quatro 
sabores primários: amargo (A), azedo ou ácido (B), salgado (C) e doce (D). De sua combinação resultam 
centenas de sabores distintos. A distribuição dos quatro tipos de receptores gustativos, na superfície da 
língua, não é homogênea. 
 
 
As glândulas salivares 
 
A presença de alimento na boca, assim como sua visão e cheiro, estimulam as glândulas salivares a 
secretar saliva, que contém a enzima amilase salivar ou ptialina, além de sais e outras substâncias. A 
amilase salivar digere o amido e outros polissacarídeos (como o glicogênio), reduzindo-os em moléculas 
de maltose (dissacarídeo). Três pares de glândulas salivares lançam sua secreção na cavidade bucal: 
parótida, submandibular e sublingual. 
O sais da saliva neutralizam substâncias ácidas e mantêm, na boca, um pH neutro (7,0) a levemente 
ácido (6,7), ideal para a ação da ptialina. O alimento, que se transforma em bolo alimentar, é empurrado 
pela língua para o fundo da faringe, sendo encaminhado para o esôfago, impulsionado pelas ondas 
peristálticas (como mostra a figura do lado esquerdo), levando entre 5 e 10 segundos para percorrer o 
esôfago. Através dos peristaltismo, você pode ficar de cabeça para baixo e, mesmo assim, seu alimento 
chegará ao intestino. Entra em ação um mecanismo para fechar a laringe, evitando que o alimento penetre 
nas vias respiratórias. 
Quando a cárdia (anel muscular, esfíncter) se relaxa, permite a passagem do alimento para o interior 
do estômago. 
 
 
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80 
 
Faringe e esôfago 
 
A faringe, situada no final da cavidade bucal, é um canal comum aos sistemas digestório e respiratório: 
por ela passam o alimento, que se dirige ao esôfago, e o ar, que se dirige à laringe. 
O esôfago, canal que liga a faringe ao estômago, localiza-se entre os pulmões, atrás do coração, e 
atravessa o músculo diafragma, que separa o tórax do abdômen. O bolo alimentar leva de 5 a 10 
segundos para percorre-lo. 
 
Estômago e suco gástrico 
 
O estômago é uma bolsa de parede musculosa, localizada no lado esquerdo abaixo do abdome, logo 
abaixo das últimas costelas. É um órgão muscular que liga o esôfago ao intestino delgado. Sua função 
principal é a digestão de alimentos proteicos. Um músculo circular, que existe na parte inferior, permite 
ao estômago guardar quase um litro e meio de comida, possibilitando que não se tenha que ingerir 
alimento de pouco em pouco tempo. Quando está vazio, tem a forma de uma letra "J" maiúscula, cujas 
duas partes se unem por ângulos agudos. 
O estômago é formado por cinco partes: 
-Cárdia - A primeira parte do estômago (próxima do esôfago). 
-Fundo - Parte superior do estômago, junto à cárdia. 
-Corpo - Parte principal do estômago, entre as partes superior e inferior. 
-Antro - Porção inferior (perto do intestino delgado), onde o alimento é misturado com o suco gástrico. 
-Piloro - Última parte do estômago, age como uma válvula para controlar o esvaziamento do conteúdo 
do estômago para o intestino duodeno. 
 
 
 
O estômago produz o suco gástrico, um líquido claro, transparente, altamente ácido, que contêm ácido 
clorídrico, muco, enzimas e sais. O ácido clorídrico mantém o pH do interior do estômago entre 0,9 e 2,0 
(ácido). Também dissolve o cimento intercelular dos tecidos dos alimentos, auxiliando a fragmentação 
mecânica iniciada pela mastigação. 
A pepsina, enzima mais potente do suco gástrico, é secretada na forma de pepsinogênio. Como este 
é inativo, não digere as células que o produzem. Por ação do ácido cloródrico, o pepsinogênio, ao ser 
lançado na luz do estômago, transforma-se em pepsina, enzima que catalisa a digestão de proteínas. 
 
 
 
A pepsina, promove o rompimento das ligações peptídicas que unem os aminoácidos e o resultado do 
trabalho dessa enzima são oligopeptídeos e aminoácidos livres. 
A renina, enzima que age sobre a caseína, uma das proteínas do leite, é produzida pela mucosa 
gástrica durante os primeiros meses de vida. Seu papel é o de flocular a caseína, facilitando a ação de 
outras enzimas proteolíticas. 
A mucosa gástrica é recoberta por uma camada de muco, que a protege da agressão do suco gástrico, 
bastante corrosivo. Apesar de estarem protegidas por essa densa camada de muco, as células da mucosa 
estomacal são continuamente lesadas e mortas pela ação do suco gástrico. Por isso, a mucosa está 
sempre sendo regenerada. Estima-se que nossa superfície estomacal seja totalmente reconstituída a 
cada três dias. Eventualmente ocorre desequilíbrio entre o ataque e a proteção, o que resulta em 
Apostila gerada especialmente para: Walter Mello Mazzini 054.594.089-38
 
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inflamação difusa da mucosa (gastrite) ou mesmo no aparecimento de feridas dolorosas que sangram 
(úlceras gástricas). 
A mucosa gástrica produz também o fator intrínseco, necessário à absorção da vitamina B12. 
O bolo alimentar pode permanecer no estômago por até quatro horas ou mais e, ao se misturar ao 
suco gástrico, auxiliado pelas contrações da musculatura estomacal, transforma-se em uma massa 
cremosa acidificada e semilíquida, o quimo. 
Passando por um esfíncter muscular (o piloro), o quimo vai sendo, aos poucos, liberado no intestino 
delgado, onde ocorre a maior parte da digestão. 
 
Intestino delgado 
 
O intestino delgado consiste em um tubo com pouco mais de 6 m de comprimento por 4cm de diâmetro 
e pode ser dividido em três regiões: duodeno (cerca de 25 cm), jejuno (cerca de 5 m) e íleo (cerca de 1,5 
cm). 
 
 
 
A porção superior ou duodeno tem a forma de ferradura e compreende o piloro, esfíncter muscular da 
parte inferior do estômago pela qual este esvazia seu conteúdo no intestino. 
A digestão do quimo ocorre predominantemente no duodeno e nas primeiras porções do jejuno. No 
duodeno atua também o suco pancreático, produzido pelo pâncreas, que contêm diversas enzimas 
digestivas. Outra secreção que atua no duodeno é a bile, produzida no fígado e armazenada na vesícula 
biliar. O pH da bile oscila entre 8,0 e 8,5 (básico). Os sais biliares têm ação detergente, emulsificando 
(quebrando) ou emulsionando as gorduras 
O suco pancreático, produzido pelo pâncreas, contém água, enzimas e grandes quantidades de 
bicarbonato de sódio. O pH do suco pancreático oscila entre 8,5 e 9. Sua secreção digestiva é responsável 
pela hidrólise da maioria das moléculas de alimento, como carboidratos, proteínas, gorduras e ácidos 
nucléicos. 
A amilase pancreática fragmenta o amido em moléculas de maltose; a lípase pancreática hidrolisa as 
moléculas de um tipo de gordura – os triacilgliceróis, originando glicerol e álcool; as nucleases atuam 
sobre os ácidos nucléicos, separando seus nucleotídeos. 
O suco pancreático contém ainda o tripsinogênio e o quimiotripsinogênio, formas inativas em que são 
secretadas as enzimas proteolíticas tripsina e quimiotripsina. Sendo produzidas na forma inativa, as 
proteases não digerem suas células secretoras. Na luz do duodeno, o tripsinogênio entra em contato com 
a enteroquinase, enzima secretada pelas células da mucosa intestinal, convertendo-se me tripsina, que 
por sua vez contribui para a conversão do precursor inativo quimiotripsinogênio em quimiotripsina, enzima 
ativa. 
 
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A tripsina e a quimiotripsina hidrolisam polipeptídios, transformando-os em oligopeptídeos. A pepsina, 
a tripsina e a quimiotripsina rompem ligações peptídicas específicas ao longo das cadeias de 
aminoácidos. 
A mucosa do intestino delgado secretao suco entérico, solução rica em enzimas e de pH 
aproximadamente neutro. Uma dessas enzimas é a enteroquinase. Outras enzimas são as 
dissacaridades, que hidrolisam dissacarídeos em monossacarídeos (sacarase, lactase, maltase). No suco 
entérico há enzimas que dão sequência à hidrólise das proteínas: os oligopeptídeos sofrem ação das 
peptidases, resultando em aminoácidos. 
 
Enzima digestória 
Local de 
produção 
Substância-alvo Ação 
PTIALINA 
glândulas 
salivares 
amido Decompõe amido em maltoses 
PEPSINA estômago proteínas 
Decompõe proteínas em fragmentos 
menores 
SACARASE 
intestino 
delgado 
sacarose 
Decompõe a sacarose em glicose e 
frutose. 
LACTASE 
intestino 
delgado 
lactose 
Decompõe a lactose em glicose e 
galactose. 
LIPASE pâncreas lipídios 
Decompões lipídios em ácidos graxos 
e gliceróis. 
TRIPSINA pâncreas proteínas 
Decompõe proteínas em fragmentos 
menores 
AMILASE 
PANCREÁTICA 
pâncreas amido Decompõe amido em maltoses 
MALTASE 
intestino 
delgado 
maltoses Decompõe maltose em glicoses livres 
PEPTIDASE 
intestino 
delgado 
fragmentos de 
proteínas 
Decompõe os fragmentos prtéicos em 
aminoácidos. 
 
No intestino, os movimentos peristálticos das paredes musculares, movimentam o quimo, ao mesmo 
tempo em que este é atacado pela bile, enzimas e outras secreções, sendo transformado em quilo. 
A absorção dos nutrientes ocorre nas regiões do jejuno e do íleo. A superfície interna, ou mucosa, 
dessas regiões, apresenta, além de inúmeros dobramentos maiores, milhões de pequenas dobras (4 a 5 
milhões), chamadas vilosidades; um traçado que aumenta a superfície de absorção intestinal. As 
membranas das próprias células do epitélio intestinal apresentam, por sua vez, dobrinhas microscópicas 
denominadas microvilosidades. O intestino delgado também absorve a água ingerida, os íons e as 
vitaminas 
Os nutrientes absorvidos pelos vasos sanguíneos do intestino passam ao fígado para serem 
distribuídos pelo resto do organismo. Os produtos da digestão de gorduras (principalmente glicerol e 
ácidos graxos isolados) chegam ao sangue sem passar pelo fígado, como ocorre com outros nutrientes. 
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83 
 
Nas células da mucosa, essas substâncias são reagrupadas em triacilgliceróis (triglicerídeos) e 
envelopadas por uma camada de proteínas, formando os quilomícrons, transferidos para os vasos 
linfáticos e, em seguida, para os vasos sanguíneos, onde alcançam as células gordurosas (adipócitos), 
sendo, então, armazenados. 
 
Intestino grosso 
 
É o local de absorção de água, tanto a ingerida quanto a das secreções digestivas. Uma pessoa bebe 
cerca de 1,5 litros de líquidos por dia, que se une a 8 ou 9 litros de água das secreções. Glândulas da 
mucosa do intestino grosso secretam muco, que lubrifica as fezes, facilitando seu trânsito e eliminação 
pelo ânus. 
 
 
 
Glândulas anexas 
 
-Pâncreas 
 
O pâncreas é uma glândula de aproximadamente 15 cm de extensão e se localiza atrás do estômago, 
entre o duodeno e o baço. Ele é tanto exócrino (secretando suco pancreático, que contém enzimas 
digestivas) quanto endócrino (produzindo muitos hormônios importantes, como insulina, glucagon e 
somatostatina). O sulco pancreático atua no processo digestivo e, através do ducto pancreático é lançado 
na cavidade do duodeno. Sua secreção digestiva é responsável pela hidrólise da maioria das moléculas 
de alimento, como carboidratos, proteínas, gorduras e ácidos nucleicos. O pH do suco pancreático oscila 
entre 8 e 8,3. 
O pâncreas tem as seguintes funções: 
Dissolver carboidrato (amilase pancreática); 
Dissolver proteínas (tripsina, quimotripsina, carboxipeptidase e elastáse); 
Dissolver triglicerídios nos adultos (lípase pancreática); 
Dissolver ácido nucléicos (ribonuclease e desoxirribonuclease). 
 
- Vesícula Biliar 
 
A vesícula Biliar tem de 7 a 10 cm de comprimento e situa-se na fossa da vesícula biliar na face visceral 
do fígado. Esta fossa situa-se na junção do lobo direito e do lobo quadrado do fígado. A relação da 
vesícula biliar com o duodeno é tão íntima que a parte superior do duodeno normalmente é manchada 
com bile no cadáver. A vesícula biliar tem capacidade para até 50 ml de bile. O Ducto Cístico liga a 
vesícula biliar ao Ducto Hepático comum (união do ducto hepático direito e esquerdo) formando o Ducto 
Colédoco. O ducto colédoco desce posterior a parte superior do duodeno e situa-se na face posterior da 
cabeça do pâncreas. No lado esquerdo da parte descendente do duodeno, o ducto colédoco entra em 
contato com o ducto pancreático principal. 
 
 
 
 
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- Fígado 
 
O fígado é mais uma das glândulas anexas do sistema digestório do corpo humano e se localiza no 
abdômen, sob o diafragma, e é a maior glândula do corpo. Ele armazena substâncias, como glicose, ferro 
e vitaminas; sintetiza proteínas; inativa produtos tóxicos; metaboliza e elimina resíduos gerados no próprio 
corpo (como a ureia, o ácido úrico e o ácido lácteo). A bile é um fluido produzido pelo fígado, que fica 
armazenada na vesícula biliar e atua na digestão de gorduras, de alguns alimentos e na absorção de 
substâncias nutritivas da dieta ao passarem pelo intestino. Ela é excretada pelo fígado, segue pelos 
ductos biliares, passa à vesícula, indo ao intestino, onde emulsiona as gorduras. Sua coloração 
geralmente é amarela, apresentando uma tonalidade esverdeada. 
 
Adaptações do processo digestivo 
 
Assim como nem todos os vertebrados possuem glândulas salivares, só s terrestre, outros órgãos 
também podem faltar, como os dentes nos anfíbios, quelônios, aves e tamanduás. Nos peixes, 
encontramos adaptações do intestino para aumentar a superfície de absorção. Essas adaptações podem 
ser de dois tipos: cecos (expansões em forma de luva encontrados no intestino de peixes ósseos) e o 
tiflosole ou válvula espiral (pregas que retardam a passagem do alimento, encontradas no intestino 
delgado dos peixes cartilaginosos). 
 
 
 
As aves apresentam algumas peculiaridades relacionadas ao tubo digestivo: papo (dilatação do 
esôfago para amolecimento do alimento), estômago subdividido em duas partes (pró-ventrículo, ou 
estômago químico, que secreta o suco gástrico e a moela, ou estômago mecânico, que tritura alimentos); 
o intestino termina numa cloaca (presente também nos peixes cartilaginosos, anfíbios e répteis). 
 
 
 
Nos mamíferos, surgem adaptações para a digestão de substâncias especiais como a celulose. Os 
ruminantes possuem em seu estômago bactérias capazes de produzir celulase. O estomago dos 
ruminantes é composto de pança ou rúmem, barrete ou retículo, folhoso ou ômaso e coagulador ou 
abomaso (estômago químico). Nesses animais, o alimento é deglutido sem mastigação, indo para o 
rumem, onde sofre a ação das bactérias. O barrete separa pequenas porções do alimento, que voltam 
para a boca, onde ocorre a mastigação prolongada (ruminação), com separação das fibras celulósicas e 
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maior contato com as bactérias. Esses bocados são, então, reingeridos, passando para o folhoso, onde 
o excesso de água é reabsorvido. No coagulador, entram em contato com enzimas digestivas e, 
finalmente, passam para o intestino delgado. 
Nos invertebrados, como os cupins, a digestão de celulose é feita por protozoários que vivem no 
intestino. 
 
Problemas da digestão 
 
A Indigestão é uma perturbação das funções digestivas. É muito difícil encontrar uma pessoa que 
alguma vez não teve indigestão, sendo que para a maioria das pessoas não passa de um incômodo 
passageiro. No entanto, para algumas pessoas os sintomas da indigestão podem ser tão severos que 
interferem na atividade diária, prejudicando a qualidade de vida.8 
Na indigestão breve, podemos nos sentir estufados depois de uma refeição opulenta, daí sentirmos 
certo alívio depois de eliminarmosalguns "arrotos". Uma parte do ar arrotado provém do próprio ar 
engolido e uma outra parte, significativa, resulta das reações químicas nos estômago e também da 
ingestão de bebidas gaseificadas. 
Uma indigestão mais persistente pode ocasionar graves problemas de saúde que estão ligados à 
produção excessiva de ácido pelo estômago. Assim, se "a válvula" que separa o esôfago do estômago 
estiver com problema, o suco produzido pelo estômago pode subir para o esôfago, provocando sensação 
de "queimação", que pode se irradiar até a garganta. À noite, esse fato costuma ser um problema, pois 
prejudica o descanso. 
O refluxo constante de ácido e pepsina no esôfago pode provocar uma inflamação conhecida como 
esofagite. Além disso, a indigestão mais persistente pode ocasionar uma doença muito disseminada na 
população, a úlcera. 
 
Úlcera 
 
As úlceras são rupturas na superfície de um órgão ou tecido inflamado ou não. Normalmente, 
aparecem na parede do estômago, é a doença mais comum do aparelho digestivo. Desenvolve-se em 
forma de uma cratera esbranquiçada com uma orla avermelhada e áspera. Podem ser rasas ou 
profundas, do tamanho de uma moeda. 
Pode ser provocada pelo desequilíbrio entre a ação do ácido e a proteção da mucosa que reveste o 
órgão. Seu sintoma mais comum é a dor que aparece aproximadamente de uma a três horas depois das 
refeições, todos os dias e no mesmo horário. Esta dor pode sumir, mas isso não quer dizer que esta 
cicatrizou, pois a qualquer momento a dor volta sob forma intensa. 
A úlcera pode ser descoberta através de exames de raios-X, endoscopia ou gastroscopia. Pode ainda 
combinar a biópsia ao exame de gastroscopia para verificar a presença ou não de câncer estomacal. A 
alimentação de uma pessoa ulcerosa deve ser feita em três pequenas refeições seguidas de refeições 
leves nos intervalos e antiácidos evitando sempre os alimentos que estimulam a produção de ácido. 
O tratamento é feito com antiácidos, antibióticos e com reeducação alimentar. O repouso é um fator 
importante no tratamento, pois evita o estresse, o cansaço, as tensões e ajuda o estômago a não empurrar 
os vasos sanguíneos. Em casos graves, a cirurgia é necessária. 
Entre metade e um terço da população mundial é portadora da bactéria Helicobacter pylory, uma 
bactéria lenta que infecta alguns estômagos e pode provocar úlceras e câncer neste local. 
 
Respiração 
 
9Todos os organismos precisam de energia para viver. O fato de ser obtida, em geral, pela energia de 
oxidação de moléculas orgânicas, torna o oxigênio tão importante quanto os alimentos para a manutenção 
da vida da maioria das espécies. 
Os protozoários, os vermes intestinais e certos fundos e bactérias, podem viver em condições 
anaeróbicas, porque obtêm energia através da fermentação. 
Em seres aeróbios muito pequenos, aquáticos ou de ambiente úmido, o oxigênio pode ser tomado por 
difusão, através da superfície do corpo em quantidades suficientes; na maioria dos organismos, porém, 
são necessários órgãos respiratórios especiais para as trocas gasosas. 
Existe uma diferença com relação a disponibilidade de gases para os seres vivos, quando comparamos 
o ambiente terrestre com o aquático. A atmosfera seca contém, aproximadamente, 21% de O2, 79% de 
 
8 http://www.sobiologia.com.br/ 
9 Uzunian, A.; Pinseta, D.; Sasson, S. 2002 LTDA, p.105 
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N2 e 0,03% de CO2. O O2 é um gás muito pouco solúvel em água: apenas 1% à temperatura de 0°C, o 
que o caracteriza como o principal fator limitante da respiração em meio aquático. 
Os animais sofreram mudanças adaptativas para a conquista do meio ambiente. Ao entrar em contato 
direto como o ar atmosférico, puderam dispor de concentração mais alta e constante de oxigênio, num 
ambiente em que sua difusão é mais rápida do que na água. 
O N2 é pouco solúvel que o O2. Embora não tenha papel biológico na respiração propriamente dita, 
difunde-se, como qualquer gás, para o sangue, e pode, em algumas ocasiões, causar problemas. Da 
mesma maneira que, ao abrirmos uma garrafa de refrigerante, surgem bolhas, resultantes da diminuição 
de pressão, também pode apresentar bolhas no sangue uma pessoa exposta a uma brusca redução de 
pressão. Tais bolhas bloqueiam os capilares sanguíneos (embolia), ocasionando o “mal da 
descompressão”. 
 
Órgãos respiratórios 
 
Muitos organismos não têm órgãos especializados para realizar as trocas gasosas. Diante disso as 
trocas são realizadas por difusão, através da superfície do corpo. É o caso de pequenos seres que vivem 
na água ou em ambientes úmidos, como os protozoários, as esponjas, os celenterados e os vermes 
(planaria, lombriga e minhoca). 
Para os animais de maior tamanho, ou mais ativos, a difusão não é suficiente para fornecer a 
quantidade de oxigênio necessária para manutenção de suas atividades. Nesse caso, os organismos 
utilizam órgãos respiratórios que resultam geralmente de dobramentos em imaginações ou expansões 
externas do revestimento do corpo, aumentando deste modo, a superfície disponível para as trocas 
gasosas. 
Existem três tipos de órgãos respiratórios especializados: as brânquias, as traqueias e os pulmões. 
A pele permeável de certos animais pluricelulares também pode ser considerada um quarto órgãos 
respiratório (respiração cutânea). 
 
 
 
-Respiração tegumentar (cutânea) 
 
Também chamada de respiração cutânea, é aquela que ocorre através da pele do animal. Logo, 
neste tipo, as trocas gasosas acontecem na superfície do corpo. Como a presença de oxigênio é maior 
no meio externo do que no interior do corpo do animal, este gás entra no corpo através da pele. Quando 
a concentração do gás carbono é maior no interior do animal do que no meio externo, então este gás sai 
através da pele. 
 
-Respiração branquial 
 
As brânquias são órgãos que apresentam pregas e possuem inúmeros filamentos permeáveis aos 
gases, que adaptam os animais para as trocas gasosas em meio aquático. Em alguns casos, como nos 
tatuzinhos-de-jardim, as brânquias são dotadas de adaptações que as permitem realizar respiração 
aérea. 
 
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As brânquias estão recobertas por um opérculo, como nos peixes ósseos, ou protegidas numa câmara 
branquial, como nos caranguejos. Nos peixes ósseos, a agua entra pela boca, passa pelas brânquias e 
sai pelo orifício opercular. A direção do fluxo é sempre a mesma: a água flui sobre os filamentos branquiais 
e o sangue fui em sentido oposto, no interior dos filamentos, permitindo desse modo, melhor oxigenação 
(mecanismo contracorrente). 
 
 
 
-Respiração traqueal 
 
Alguns organismos evoluíram com o desenvolvimento de órgãos que os possibilitaram realizar a 
respiração aérea. Diversos artrópodos terrestres, tais como insetos, quilópodos, diplópodos, alguns 
carrapatos e algumas aranhas, respiram por meio de traqueias. 
As traqueias dos insetos são finíssimos túbulos condutores. Originam-se de minúsculos orifícios, os 
espiráculos, localizados nas regiões laterais do tórax e abdômen e terminam nas células. As contrações 
da musculatura corporal funcionam como fole, bombeando e expulsando ar dos túbulos. Dessa forma o 
ar entra com oxigênio e sai com gás carbônico. 
As traqueias estão diretamente em contato com os tecidos. Isso quer dizer que, nos insetos, o sistema 
respiratório funciona independentemente do sistema circulatório. 
 
 
 
-Respiração pulmonar 
 
As trocas gasosas mais eficientes se fazem por meio dos pulmões. Não e de se surpreender, portanto, 
que os animais de sangue quente 9 aves e mamíferos), cujas taxas metabólicas e demandas de oxigênio 
são muito altas, tenham desenvolvido os tipos de pulmão mais eficientes. 
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Respiram por pulmões os anfíbios adultos, os répteis, as aves e os mamíferos.Os anfíbios apresentam 
o tipo mais primitivo de pulmão. Já os répteis têm, em relação aos anfíbios, superfície pulmonar 
aumentada e melhor vascularizada. 
 
Sistema respiratório humano 
 
10O sistema respiratório humano é constituído por um par de pulmões e por vários órgãos que 
conduzem o ar para dentro e para fora das cavidades pulmonares. Esses órgãos são as fossas nasais, a 
boca, a faringe, a laringe, a traqueia, os brônquios, os bronquíolos e os alvéolos, os três últimos 
localizados nos pulmões. 
 
 
 
Fossas nasais 
 
As fossas nasais são duas cavidades paralelas que começam nas narinas e terminam na faringe. Elas 
são separadas uma da outra por uma parede cartilaginosa denominada septo nasal. Em seu interior 
possuem um revestimento dotado de células produtoras de muco e células ciliadas, também presentes 
nas porções inferiores das vias aéreas, como traqueia, brônquios e porção inicial dos bronquíolos. No 
teto das fossas nasais existem células sensoriais, responsáveis pelo sentido do olfato. Têm as funções 
de filtrar, umedecer e aquecer o ar. 
 
Faringe 
 
A faringe é um canal comum aos sistemas digestório e respiratório e comunica-se com a boca e com 
as fossas nasais. O ar inspirado pelas narinas ou pela boca passa necessariamente pela faringe, antes 
de atingir a laringe. 
 
Laringe 
 
A laringe é um tubo sustentado por peças de cartilagem articuladas, situado na parte superior do 
pescoço, em continuação à faringe. 
A entrada da laringe chama-se glote. Acima dela existe uma espécie de “lingueta” de cartilagem 
denominada epiglote, que funciona como válvula. Quando nos alimentamos, a laringe sobe e sua entrada 
é fechada pela epiglote. Isso impede que o alimento ingerido penetre nas vias respiratórias. 
O epitélio que reveste a laringe apresenta pregas, as cordas vocais, capazes de produzir sons durante 
a passagem de ar. 
 
Traqueia 
 
Consiste em um tubo de aproximadamente 1,5 cm de diâmetro por 10-12 centímetros de comprimento, 
cujas paredes são reforçadas por anéis cartilaginosos. Bifurca-se na sua região inferior, originando os 
 
10 10 http://www.afh.bio.br 
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brônquios, que penetram nos pulmões. Seu epitélio de revestimento muco-ciliar adere partículas de poeira 
e bactérias presentes em suspensão no ar inalado, que são posteriormente varridas para fora (graças ao 
movimento dos cílios) e engolidas ou expelidas. 
 
 
 
Pulmões 
 
Os pulmões humanos são órgãos esponjosos, com aproximadamente 25 cm de comprimento, sendo 
envolvidos por uma membrana serosa denominada pleura. Nos pulmões os brônquios ramificam-se 
profusamente, dando origem a tubos cada vez mais finos, os bronquíolos. O conjunto altamente 
ramificado de bronquíolos é a árvore brônquica ou árvore respiratória. Cada bronquíolo termina em 
pequenas bolsas formadas por células epiteliais achatadas (tecido epitelial pavimentoso) recobertas por 
capilares sanguíneos, denominadas alvéolos pulmonares. 
O diafragma serve como base de cada pulmão. Este fino músculo que separa o tórax do abdômen 
(presente apenas em mamíferos) promovendo, juntamente com os músculos intercostais, os movimentos 
respiratórios. Localizado logo acima do estômago, o nervo frênico controla os movimentos do diafragma 
(ver controle da respiração) 
 
 
 
Mecânica da respiração do homem 
 
Os pulmões ocupam a maior parte da cavidade torácica. Neles ocorre o processos de renovação do 
ar conhecido como mecânica da respiração. 
Na inspiração, os músculos da caixa toráxica (diafragma e músculos intercostais) se contrai e se 
achata; o tórax se expande, a pressão interna diminui em relação a atmosférica, e o ar entra. Na 
expiração, todos os músculos relaxam, voltando a posição inicial, a pressão interna na da caixa torácica 
aumenta, e o ar é expelido. 
 
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Regulação dos movimentos respiratórios no homem 
 
O centro nervoso, que controla os músculos do tórax e o diafragma, localiza-se numa parte do sistema 
nervoso central denominado bulbo. É curioso notar que a regulação dos movimentos respiratórios pelo 
bulbo depende primariamente do acúmulo do CO2, uma vez que este ao se acumular no sangue, combina-
se com a o H2O, produzindo o ácido carbônico, que se dissocia em H+ e HCO3-.O aumento da 
concentração de H+ (acidose) estimula o bulbo a aumentar a frequência dos movimentos respiratórios. 
Por outro lado, a queda da concentração do CO2, reduz a concentração de H+, provocando a diminuição 
do ritmo respiratório. 
 
Adaptações respiratórias 
 
No mundo animal há casos de adaptações ás trocas gasosas. 
Em uma grande quantidade de peixes ósseos, existe um órgãos especial chamado vesícula gasosa 
ou bexiga natatória que auxilia a flutuação. Nos chamados peixes pulmonados, como a piramboia da 
Bacia Amazônica, essa bexiga é ricamente vascularizada, ligada a faringe, e funciona como um pulmão, 
retirando ar da atmosfera e auxiliando ou substituindo as brânquias nas trocas de gases, quando há 
escassez de oxigênio no meio aquático. 
Os anfíbios utilizam mais de um sistema respiratório. Quando em fase larval (girino), ainda vive dentro 
d`agua, respirando por meio de brânquias. Passando por uma metamorfose, as brânquias desaparecem, 
e se formam os pulmões na fase adulta. Entretanto, uma eficiente troca gasosa também se faz através 
da pele, que e mantida sempre úmida para facilitar a difusão dos gases. 
Entre os músculos, há uma classe com representantes adaptados ao meio terrestre: são os 
gastrópodes ou univalvos (lesmas e caracóis). Um dos motivos que permitiu essa adaptação, foi a 
transformação da cavidade de seu manto numa espécie de pulmão chamado de saco pulmonar. 
Nos aracnídeos (aranhas e escorpiões) também encontramos tipos especiais de pulmões) 
 
Sistema de transporte 
 
Tanto as células animais, quanto as vegetais, precisam receber e eliminar substâncias inúteis. Em 
organismos de grande porte, em que as células estão distantes das áreas de absorção de matérias, 
desenvolveram-se os sistemas de transporte que estabelecem comunicação entre todas as células dos 
organismos. 
Em organismos unicelulares, como os protozoários, o material absorvido se difunde por toda a célula 
através da corrente citoplasmática. Já em organismos pluricelulares, de organização muito simples, não 
existe, ainda, um sistema de transporte especializado, e assim, a distribuição é feita por difusão, como é 
o caso das esponjas. 
Os celenterados (hidras) e os platelmintos (planária) já apresentam uma cavidade digestiva ramificada, 
que, além da digestão, se encarrega da distribuição de alimentos por todo o corpo. 
Nos organismos mais complexos, os nutrientes e as substâncias inúteis são transportados por meio 
de líquidos que circulam pelo organismo. Existe, então, um verdadeiro sistema circulatório, no qual o 
sangue se movimenta. 
 
 
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Tipos de sistemas circulatório 
 
Os animais apresentam dois tipos de sistemas circulatórios: abertos (lacunar) ou fechados. No 
primeiro caso, o líquido bombeado pelo coração periodicamente abandona os vasos e cai em lacunas ou 
hemocelas- hemocélios corporais. Nessas cavidades, as trocas de substâncias entre o líquido e as células 
são lentas. Vagarosamente, o líquido retorna para o coração, que novamente o bombeias para os tecidos. 
Esse sistema é encontrado entre os artrópodes e na maioria dos moluscos. A lentidão de transporte de 
materiais é fator limitante ao tamanho dos animais. Além disso, por se tratar de um sistema aberto, a 
pressão não é grande, suficiente apenas para o sangue alcançar pequenas distâncias. 
 
Nos sistemas circulatórios fechados, apresentados por todos os anelídeos, alguns moluscos 
(cefalópodes) e por todos os vertebrados, o sangue nunca abandona os vasos, que se ramificamaté 
atingir o diâmetro capilar. No lugar das lacunas corporais, existe uma grande rede de vasos de paredes 
finas, os capilares, pelos quais ocorrem troca de substâncias entre o sangue e os tecidos. Nesse tipo de 
sistemas, o líquido circulante fica constantemente em movimento, a circulação é rápida. A pressão 
desenvolvida pela bomba cardíaca é elevada e o sangue pode alcançar grandes distâncias. O tamanho 
dos animais pode ser maior. 
 
 
 
11Circulação nos vertebrados 
 
O sistema circulatório de qualquer vertebrado e formado por: coração, vasos sanguíneos (artérias, 
veias e capilares) e, ainda, de vasos e gânglios linfáticos 
O coração é um órgãos musculoso que recebe sangue das veias e o impulsiona através das artérias. 
O coração mais simples é o dos peixes, que apresenta duas câmaras, um átrio e um ventrículo. O 
sangue venoso (rico em CO2) entra no átrio, em seguida, segue para o ventrículo, que o impulsiona em 
direção as brânquias, onde se transforma em sangue arterial (rico em O2). De lá, se distribui por todo o 
corpo, sem retornar ao coração. Portanto, pelo coração só passa sangue venoso. 
A circulação é simples porque, o sangue passa apenas uma vez pelo coração para dar a volta 
completa no organismo. 
 
11 Uzunian, A.; Pinseta, D.; Sasson, S. 2002 p.105 
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Nos anfíbios e na maioria dos répteis, o coração apresenta três cavidades: dois átrios e um ventrículo, 
no qual o sangue arterial e venoso se misturam (circulação incompleta). 
Nesses organismos a circulação é dupla, pois há uma pequena circulação (pulmonar) que percorre 
o coração e os pulmões, e uma grande circulação que faz o trajeto entre o coração e as demais partes 
do corpo. 
O coração dos répteis possui três cavidades, sendo dois átrios e um ventrículo parcialmente dividido. 
O sangue venoso vindo dos tecidos do corpo chega ao átrio direito do coração através da veia cava. O 
sangue arterial vindo dos pulmões chega ao átrio esquerdo do coração através de duas veias pulmonares, 
uma para cada pulmão. Dos átrios, o sangue venoso e arterial vão para o ventrículo onde são 
parcialmente misturados. O sangue venoso é bombeado no ventrículo, indo para os pulmões para serem 
oxigenados, através da artéria pulmonar; o sangue arterial é bombeado para os tecidos do corpo, através 
de dois troncos aórticos, que depois se unem em uma artéria aorta. Os répteis crocodilianos, ao contrário 
dos outros répteis, apresentam dois ventrículos, mesmo assim há mistura de sangue arterial e venoso no 
coração, só que em menor quantidade em relação aos outros répteis. 
 
 
 
Nas aves e mamíferos, o coração apresentam quatro cavidades: dois átrios e dois ventrículos (cujas 
paredes não são igualmente musculadas), sem possibilidade de mistura de sangue arterial e venoso. 
 
Funcionamento do Sistema Circulatório nos mamíferos 
O principal órgão desse sistema é o coração, que bombeia o sangue, de forma que ele possa chegar 
até as extremidades do corpo e voltar para o coração. O sangue, material transportado pelo sistema 
circulatório, sai do coração carregado de oxigênio, passa pelas artérias, veias e capilares, pelo pulmão e 
então retorna para o coração. O tempo médio para que o sangue complete um ciclo completo de 
circulação é de um minuto. 
Os canais usados pelo sangue para circular são chamados de vasos sanguíneos. São divididos nas 
artérias, veias e os capilares. As artérias são os canais usados pelo sangue quando ele sai do coração 
em direção ao corpo, sendo mais grossas que os outros dois tipos de canais. As veias são canais 
menores, mas tão fortes quanto as artérias. Recebem o sangue vindo dos capilares (vasos menores que 
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as veias e que servem para a transição de sangue entre as artérias e as veias) e levam o sangue em 
direção ao coração, para serem encaminhadas para o pulmão. 
A segunda passagem do sangue pelo coração é para ser encaminhada para outro tipo de circulação: 
a circulação pulmonar. Nessa circulação, o sangue já está sem oxigênio, pois percorreu o corpo todo e já 
distribuiu esse oxigênio, assim como os nutrientes, para as células e tecidos do corpo. Quando chega ao 
pulmão, o sangue é oxigenado e então volta ao coração pela segunda vez, terminando o ciclo do sangue. 
Agora ele será novamente bombeado pelo corpo, levando oxigênio às células. 
O material que o corpo precisa eliminar também tem a contribuição do sistema circulatório para fazê-
lo. Esses materiais, chamados de excretas, passam pelo sistema circulatório para que sejam levados aos 
órgãos responsáveis para retirá-los do corpo. 
Exemplo de excretas são ureia ou CO2. 
 
- Circulação Pulmonar: Nesse tipo de circulação, o sangue rico em gás carbônico sai, é oxigenado e 
volta ao coração. 
 
- Circulação Sistêmica: O sangue sai do coração para o corpo onde irriga os tecidos. Nestes há 
trocas gasosas e o sangue rico em gás carbônico volta para o coração. 
 
A Pequena Circulação ou Circulação Pulmonar é o caminho que o sangue percorre do coração aos 
pulmões, e dos pulmões ao coração. Assim, o sangue venoso é bombeado do ventrículo direito para a 
artéria pulmonar que se ramifica de maneira que uma segue para o pulmão direito e outra para o pulmão 
esquerdo. 
Já nos pulmões, o sangue presente nos capilares dos alvéolos libera o gás carbônico e absorve o gás 
oxigênio. Por fim, o sangue arterial (oxigenado) é levado dos pulmões ao coração, através das veias 
pulmonares, que se conectam no átrio esquerdo. 
 
A Grande Circulação ou Circulação Sistêmica é o caminho do sangue que sai do coração até as 
demais células do corpo, e vice-versa. No coração, o sangue arterial, vindo dos pulmões, é bombeado 
do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo e deste para a artéria aorta responsável por transportar 
esse sangue para os diversos tecidos do corpo. 
Assim, quando esse sangue oxigenado chega aos tecidos, os vasos capilares refazem as trocas dos 
gases: absorvem o gás oxigênio e liberam o gás carbônico, tornando o sangue venoso. Por fim,o sangue 
venoso faz o caminho de volta ao coração e chega ao átrio direito pelas veias cavas superiores e 
inferiores, completando o sistema circulatório. 
 
Componentes do Sistema Circulatório 
 
Sangue 
 
O sangue é um tecido conjuntivo líquido altamente especializado, produzido na medula óssea 
vermelha, que flui pelas veias, artérias e capilares sanguíneos dos animais vertebrados e invertebrados. 
O sangue é um dos três componentes do sistema circulatório, os outros dois, são o coração e os vasos 
sanguíneos. 
O sangue é formado por alguns tipos de células (parte figurada) destruídas em um meio liquido 
chamado de plasma. 
Os constituintes celulares são os glóbulos vermelhos (eritrócitos ou hemácias), os glóbulos brancos 
(leucócitos) e as plaquetas (trombócitos). O plasma compõe-se principalmente de água com diversas 
substâncias dissolvidas, que são transportadas através do corpo. 
 
-Hemácias 
 
Continuamente produzidas pela medula vermelha (tecida hematopoiético) dos ossos longos; são 
armazenadas no baço, destruídas no fígado e na medula óssea. Tem duração média de 120 dias. Na 
fase embrionária, são produzidos pelo fígado. Contêm hemoglobina, pigmento vermelho que tem função 
de se combinar e transportar oxigênio. 
 
 
 
 
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-Leucócitos 
 
Continuamente produzidos pela medula óssea, baço e gânglios linfáticos, apresentam grande 
variedade quanto ao núcleo, reação a corantes etc. Os mais frequentes são os neutrófilos (70%), que 
podem abandonar os capilares por meio dos pseudópodes (diapedese), para defender o organismo contra 
os agentes estranhos, como fungos e bactérias. Os linfócitos, segundo tipo mais frequente de leucócitos, 
atuam na defesa do corpo pela produção de anticorpos. 
 
PlaquetasProduzidas pela medula óssea, têm um papel importante na coagulação do sangue. 
 
Coração 
O coração é um órgão muscular do sistema circulatório, que se localiza na caixa torácica entre os 
pulmões e funciona como uma bomba dupla de modo que o lado esquerdo bombeia o sangue arterial 
para diversas partes do corpo, enquanto o lado direito bombeia o sangue venoso para os pulmões. O 
coração funciona impulsionando o sangue por meio de dois movimentos: contração, denominado sístoles 
e relaxamento, denominado diástoles. 
 
Estrutura do Coração 
- Pericárdio: membrana que reveste o exterior do coração. 
- Endocárdio: membrana que reveste o interior do coração. 
- Miocárdio: músculo situado entre o pericárdio e o endocárdio, responsável pelas contrações do 
coração. 
- Átrios: cavidades superiores por onde o sangue chega ao coração. 
- Ventrículos: cavidades inferiores por onde o sangue sai do coração. 
- Válvula Tricúspide: impede o refluxo de sangue do átrio direito para o ventrículo direito. 
- Válvula Mitral: impede o refluxo de sangue do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo. 
 
Os batimentos cardíacos 
 
A contração do coração é chamada sístole e o relaxamento diástole. 
 
Diástole Sístole 
 
Os batimentos cardíacos tem origem num impulso rítmico que partem de um grupo de células 
especializadas da própria parede muscular do coração, chamado de nódulo sino-atrial, que funciona como 
um marca-passo. Entretanto, o ritmo das pulsações é controlado pelo sistema nervoso autônomo, através 
de um nervo inibidor que libera acetilcolina, e de um acelerador, que libera adrenalina. 
 
Vasos Sanguíneos 
Os vasos sanguíneos são tubos do sistema circulatório, distribuídos por todo o corpo, por onde circula 
o sangue. São formados por uma rede de artérias e veias que se ramificam formado os capilares. 
Leia mais sobre os tipos de vasos sanguíneos em Sistema Cardiovascular. 
 
Artérias 
As artérias são vasos do sistema circulatório, que saem do coração e transportam o sangue para 
outras partes do corpo. A parede da artéria é espessa formada de tecido muscular elástico, que suporta 
a pressão do sangue. O sangue venoso, rico em gás carbônico, é bombeado do coração para os pulmões 
através das artérias pulmonares enquanto o sangue arterial, rico em gás oxigênio, é bombeado do 
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coração para os tecidos do corpo, através da artéria aorta. As artérias se ramificam pelo corpo, ficam 
mais finas, formam as arteríolas, que se ramificam ainda mais, originando os capilares. 
 
Veias 
As veias são vasos do sistema circulatório, que transportam o sangue de volta dos tecidos do corpo 
para o coração. Suas paredes são mais finas que as artérias. A maior parte das veias transporta o sangue 
venoso, ou seja, rico em gás carbônico. Contudo, as veias pulmonares transportam o sangue arterial, 
oxigenado, dos pulmões para o coração. 
 
Capilares 
Os capilares são ramificações microscópicas de artérias e veias do sistema circulatório. Suas 
paredes apresentam apenas uma camada de células, que permitem a troca de substâncias entre o 
sangue e as células. Os capilares se ligam às veias, levando o sangue de volta para o coração. 
Pelo corpo de uma pessoa adulta circula, em média, seis litros de sangue, numa ampla rede de vasos 
sanguíneos, bombeados pelo coração. 
 
 
 
Sistema linfático 
 
O sistema linfático está presente nos vertebrados tem a mesma função em todos eles. No homem, o 
sistema linfático está representado por um sistema de vasos revestidos por endotélio, que recolhe o 
liquido intercelular e o devolve ao sangue. O líquido, assim colhido e transportado, recebe o nome de 
linfa e, ao contrário do sangue, circula em apenas um sentido, isto é, da periferia em direção ao coração. 
 
A linfa equivale ao plasma filtrado através da parede capilar e desempenha papel importante na 
distribuição de material entre as células. 
 
De acordo com o calibre, os canais do sistema são chamados capilares (menor calibre), vasos e 
ductos linfáticos (maior calibre). 
O duto ou canal torácico desemboca na veia subclávia esquerda, e a grande veia linfática ou duto 
linfático direto desemboca na veia subclávica direita. A parede dos dutos linfáticos tem estrutura 
semelhante à das veias. 
No trajeto dos vasos linfáticos, encontram-se dilatações denominadas gânglios linfáticos ou 
linfonodos. Tais gânglios são constituídos de tecido conjuntivo hematopoiético linfoide. Por sua riqueza 
em macrófagos os linfonodos representam filtros para a linfa, fagocitando elementos estranhos. Neles, 
formam-se glóbulos brancos do tipo monócitos e, principalmente, linfócitos. Além disso, por sua riqueza 
em plasmócitos, representam locais de formação de anticorpos. 
O líquidos intersticial ou líquidos intercelular é semelhante ao plasma sanguíneo, embora contenha 
bem menos proteínas. A pressão sanguínea faz com que o plasma sanguíneo atravesse a parede dos 
capilares, com exceção das proteínas de grande peso molecular, e passe para os espaços intercelulares. 
Esse plasma filtrado pelos capilares recebe o nome de liquido intercelulares ou intersticial e será utilizado 
como suprimento de substâncias as células. 
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O liquido intercelular (intersticial) é mantido normalmente em equilíbrio entre o sangue e o fluido dos 
tecidos, uma vez que ele é continuamente reconduzido à corrente sanguínea pelo sistema de vasos 
linfáticos. O fluido, agora dentro dos vasos passa a ser chamado de linfa. 
 
 
 
Hipótese de Starling 
 
As proteínas plasmáticas desempenham um papel importante na transferência de liquido através da 
parede do capilar. O líquido pode sair da corrente sanguínea para o liquido intercelular e também pode 
passar dos espaços intercelulares para a corrente sanguínea. O sentido da passagens desses líquidos é 
determinado pela pressão sanguínea dos capilares e pela pressão osmótica das proteínas do plasma. 
Pressão sanguínea: em razão da sístole ventricular, o sangue é bombeado pelo sistema arterial sob 
alta pressão. Essa pressão decresce à medida que o sangue se distancia do coração, de tal modo que, 
ao passar das arteríolas para os capilares, atinge valores de 35 mmHg. Na saída dos capilares, o valor 
da pressão sanguínea é de apenas 15mmHg, em média. Desse modo, a pressão sanguínea média nos 
capilares é da ordem de 25 mmHg. Esta pressão é suficiente para fazer o líquido extravasar o plasma 
sanguíneo (sem a maior parte das proteínas) e chegar aos espaços intercelulares (interstício). 
Em virtude da maior concentração do plasma sanguíneo (apresenta proteínas) em relação ao liquido 
intercelular, há uma maior pressão osmótica no interior do vaso. Em consequência dessa diferença, tem-
se movimento do liquido dos espaços intercelulares para o interior da parede capilar (semipermeável). A 
pressão osmótica das proteínas plasmática é da ordem de 25mmHg. Desse modo, observa-se um 
equilíbrio dinâmico do movimento do liquido entre o sangue dos capilares e do liquido intercelular dos 
tecido. 
A pressão sanguínea força o fluido para fora do capilar, de maneira decrescente, da terminação arterial 
para a terminação venosa. A pressão osmótica das proteínas força o fluido dos espaços intercelulares 
para o interior do capilar. Na terminação arterial sai mais fluido do que entra e, na terminação venosa, 
verifica-se o contrário. 
 
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Excreção 
 
12A constante atividade das células (metabolismo) gera um acúmulo de resíduos, que precisam ser 
eliminados constantemente. Os principais são: CO2, compostos nitrogenados derivados do metabolismo 
proteicos e excesso de água. Portanto, as célula remove o material residual e tóxico para manter 
constante e o seu meio interno. Isto é conseguido através do processode excreção. A excreção pode 
ocorrer por simples difusão, através das membranas das células para o meio, ou através de estruturas 
ou sistemas especiais, como rins, por exemplo. 
Os mecanismos de excreção, permitem, portanto, manter a constância do meio interno, por dois 
mecanismos principais: a eliminação de resíduos metabólicos e a manutenção do equilíbrios hidrosalino 
do organismo (osmorregulação). 
O termo excrementos não deve ser confundido com o termo excretas. O primeiro refere-se a restos de 
alimentares não digeridos, e corresponde às fezes. Excretas são produtos residuais, “lixo”, resultante do 
metabolismo celular. A urina, por exemplo, é um líquidos que contém muitos excretas como, por exemplo, 
a ureia 
 
Mecanismos excretores em unicelulares 
 
-Vacúolos contráteis 
 
Ocorre em organismos unicelulares, como protozoários de água doce, para eliminação do excesso de 
água que entra na célula. Nesses animais hipertônicos em relação ao meio externo, a água tende a entrar 
por osmose, e diante disso e eliminada através dessas estruturas que pulsam de forma rítmica. 
 
 
Mecanismos excretores em pluricelulares 
 
-Difusão simples 
 
Os organismos unicelulares mais simples podem excretar água e substâncias residuais através de 
toda superfície do corpo. As esponjas e os celenterados não apresentam órgãos especializados para a a 
excreção. Diante disso, os resíduos como o dióxido de carbono e a amônia (resíduo nitrogenado) são 
eliminados por difusão. O excesso de água e o material tóxico são eliminados por transporte ativo, que 
requer gasto de grande quantidade de energia. 
 
Os organismos pluricelulares mais complexos dispões de uma série de mecanismos elaborados que 
atuam como verdadeiros órgãos excretores, sendo estes: 
 
-Células flamas 
 
Nas planárias, vermes de água doce, a excreção se faz principalmente por difusão. Entretanto, elas 
apresentam também células especializadas, células flamas, ligadas a uma série de tubos por meio de 
poros. Cada célula flama apresentam flagelos cuja principal função é remover o excesso de água. 
 
 
12 Uzunian, A.; Pinseta, D.; Sasson, S. 2002 p.105 
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-Nefrídios 
 
Na minhoca, a excreção é um pouco mais complexa. A água e os demais resíduos são eliminados por 
um sistema especial chamado de nefrídios. Os nefrídios consiste em um par de túbulos (metanefrídios) 
em cada segmento do corpo. Na extremidade mais interna, cada nefrídio se abre diretamente na cavidade 
do corpo por meio de um funil ciliado, o nefróstoma. Na extremidade externa, o nefrídio termina num 
nefridióporo. Cada nefrídio é envolvido por uma rede de capilar, que absorve parte do líquido recolhido 
pelo nefróstoma. 
 
 
 
Túbulos de Malpighi 
 
Os insetos, maior classe de animais viventes, principalmente no meio terrestre, têm que resolver seus 
problemas de balanço hídrico, como por exemplo a perda de água. Para tal, apresentam órgãos especiais 
de excreção, chamados de túbulos de malpighi. Esses túbulos estão mergulhados na cavidade do corpo 
e se abrem na parte final do tubo digestivo. Do líquido circulante na cavidade do corpo, retiram os produtos 
de excreção (ácido úrico) que são eliminados através do intestino. 
 
A excreção nos vertebrados 
 
A excreção nos vertebrados se faz através de um sistema excretor formados por rins. Cada rim 
apresenta um ducto coletor, o ureter, a bexiga e a uretra. 
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13O sistema excretor nos humanos 
 
O sistema excretor é formado por um conjunto de órgãos que filtram o sangue, produzem e excretam 
a urina - o principal líquido de excreção do organismo. É constituído por um par de rins, um par de 
ureteres, pela bexiga urinária e pela uretra. 
Os rins situam-se na parte dorsal do abdome, logo abaixo do diafragma, um de cada lado da coluna 
vertebral. Cada rim é formado de tecido conjuntivo, que sustenta e dá forma ao órgão, e por milhares ou 
milhões de unidades filtradoras, os néfrons, localizados na região renal. 
O néfron é uma longa estrutura tubular microscópica que possui, em uma das extremidades, uma 
expansão em forma de taça, denominada cápsula de Bowman, que se conecta com o túbulo contorcido 
proximal, que continua pela alça de Henle e pelo túbulo contorcido distal; este desemboca em um tubo 
coletor. São responsáveis pela filtração do sangue e remoção das excreções. 
 
 
 
Funcionamento dos rins 
 
O sangue chega ao rim através da artéria renal, que se ramifica muito no interior do órgão, originando 
grande número de arteríolas aferentes, onde cada uma ramifica-se no interior da cápsula de Bowman do 
néfron, formando um enovelado de capilares denominado glomérulo. O sangue arterial é conduzido sob 
alta pressão nos capilares do glomérulo. Essa pressão tem intensidade suficiente para que parte do 
plasma passe para a cápsula de Bowman, processo denominado filtração. Essas substâncias 
extravasadas para a cápsula de Bowman constituem o filtrado glomerular, que é semelhante, em 
composição química, ao plasma sanguíneo, com a diferença de que não possui proteínas, incapazes de 
atravessar os capilares glomerulares. 
O filtrado glomerular passa em seguida para o túbulo contorcido proximal. Nesse túbulo, ocorre 
reabsorção ativa de sódio. A saída desses íons provoca a remoção de cloro, fazendo com que a 
concentração do líquido dentro desse tubo fique menor (hipotônico) do que do plasma dos capilares que 
o envolvem. Com isso, quando o líquido percorre o ramo descendente da alça de Henle, há passagem 
de água por osmose do líquido tubular (hipotônico) para os capilares sanguíneos (hipertônicos) – ao que 
chamamos reabsorção. O ramo descendente percorre regiões do rim com gradientes crescentes de 
concentração. Consequentemente, ele perde ainda mais água para os tecidos, de forma que, na curvatura 
da alça de Henle, a concentração do líquido tubular é alta. 
Esse líquido muito concentrado passa então a percorrer o ramo ascendente da alça de Henle, que é 
formado por células impermeáveis à água e que estão adaptadas ao transporte ativo de sais. Nessa 
região, ocorre remoção ativa de sódio, ficando o líquido tubular hipotônico. Ao passar pelo túbulo 
contorcido distal, que é permeável à água, ocorre reabsorção por osmose para os capilares sanguíneos. 
Ao sair do néfron, a urina entra nos dutos coletores, onde ocorre a reabsorção final de água. 
Dessa forma, estima-se que em 24 horas são filtrados cerca de 180 litros de fluido do plasma; porém 
são formados apenas 1 a 2 litros de urina por dia. 
Além desses processos gerais descritos, ocorre, ao longo dos túbulos renais, reabsorção ativa de 
aminoácidos e glicose. Desse modo, no final do túbulo distal, essas substâncias já não são mais 
encontradas. 
 
 
13 http://www.afh.bio.br/ 
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100 
 
14 
 
Regulação da função renal 
 
A regulação da função renal relaciona-se basicamente com a regulação da quantidade de líquidos do 
corpo. Havendo necessidade de reter água no interior do corpo, a urina fica mais concentrada, em função 
da maior reabsorção de água; havendo excesso de água no corpo, a urina fica menos concentrada, em 
função da menor reabsorção de água. 
O principal agente regulador do equilíbrio hídrico no corpo humano é o hormônio ADH (antidiurético), 
produzido no hipotálamo e armazenado na hipófise. A concentração do plasma sanguíneo é detectada 
por receptores osmóticos localizados no hipotálamo. Havendo aumento na concentração do plasma 
(pouca água), esses osmorreguladores estimulam a produção de ADH. Esse hormônio passa para o 
sangue, indo atuar sobre os túbulos distais e sobre os túbulos coletores do néfron, tornando as células 
desses tubos mais permeáveis à água. Dessa forma, ocorre maior reabsorção de águae a urina fica mais 
concentrada. Quando a concentração do plasma é baixa (muita água), há inibição da produção do ADH 
e, consequentemente, menor absorção de água nos túbulos distais e coletores, possibilitando a excreção 
do excesso de água, o que torna a urina mais diluída. 
 
Coordenação nervosa 
 
A coordenação nervosa refere-se ao controle de funções de um organismo, desempenhado pelo 
sistema nervoso. 
 
-A célula nervosa 
 
O sistema nervoso é constituído por elementos altamente diferenciados, as células nervosas, ou 
neurônios. Os neurônios podem variar em forma e tamanho. Todos tem em comum, entretanto, um corpo 
celular, os dendritos e o axônio. 
 
 
14 LOPES, SÔNIA. Bio 2.São Paulo, Ed. Saraiva, 2002. 
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Os dendritos e o axônio são prolongamentos do corpo celular. Os dendritos são, geralmente, 
expansões curtas e muito ramificadas (dendron= árvores). O axônio é geralmente longo e pouco 
ramificado. 
Há neurônio cujo axônio apresenta um envoltório chamado bainha de mielina. Esta bainha é formada 
por células especiais, as células de Schwann, que envolvem os axônio e os revestem com várias camadas 
de proteínas e lipídeos. A bainha funciona como isolante elétrico e permite condução mais rápida de 
impulso. 
Os corpos celulares dos neurônios se localizam no centros nervosos, como o cérebro, a medula e os 
gânglios; os nervos por exemplo, são formados por feixes de axônios. 
 As células nervosas se comunicam umas com as outras através de seus prolongamentos: as 
terminações dos axônios com as ramificações dos dendritos, sendo este o sentido obedecido na 
propagação do impulso nervoso. 
 
Tipos de neurônios 
- Os neurônios sensitivos conduzem o impulso nervoso das células para o Sistema Nervoso Central. 
- Os neurônios motores conduzem o impulso nervoso do Sistema Nervoso Central para os músculos 
ou glândulas. 
- Os neurônios de associação encontram-se no Sistema Nervoso Central e servem de ligação entre os 
neurónios sensitivos e os motores que processam e coordenam a informação. 
 
Sinapse 
 
Como já explicado anteriormente, as sinapses são regiões de conexão química estabelecidas entre 
um neurônio e outro; entre um neurônio e uma fibra muscular ou entre um neurônio e uma célula 
glandular. 
 
O impulso nervoso 
 
Em um neurônio, os estímulos se propagam sempre no mesmo sentido: são recebidos pelos dendritos, 
seguem pelo corpo celular, percorrem o axônio e, da extremidade deste, são passados à célula seguinte 
(dendrito – corpo celular – axônio). O impulso nervoso que se propaga através do neurônio é de origem 
elétrica e resulta de alterações nas cargas elétricas das superfícies externa e interna da membrana 
celular. 
A membrana de um neurônio em repouso apresenta-se com carga elétrica positiva do lado externo 
(voltado para fora da célula) e negativa do lado interno (em contato com o citoplasma da célula). Quando 
essa membrana se encontra em tal situação, diz-se que está polarizada. Essa diferença de cargas 
elétricas é mantida pela bomba de sódio e potássio. Assim separadas, as cargas elétricas estabelecem 
uma energia elétrica potencial através da membrana: o potencial de membrana ou potencial de repouso 
(diferença entre as cargas elétricas através da membrana). 
f 
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102 
 
Quando um estímulo químico, mecânico ou elétrico chega ao neurônio, pode ocorrera alteração da 
permeabilidade da membrana, permitindo grande entrada de sódio na célula e pequena saída de potássio 
dela. Com isso, ocorre uma inversão das cargas ao redor dessa membrana, que fica despolarizada 
gerando um potencial de ação. Essa despolarização propaga-se pelo neurônio caracterizando o impulso 
nervoso. 
Imediatamente após a passagem do impulso, a membrana sofre repolarização, recuperando seu 
estado de repouso, e a transmissão do impulso cessa. 
O estímulo que gera o impulso nervoso deve ser forte o suficiente, acima de determinado valor crítico, 
que varia entre os diferentes tipos de neurônios, para induzir a despolarização que transforma o potencial 
de repouso em potencial de ação. Esse é o estímulo limiar. Abaixo desse valor o estímulo só provoca 
alterações locais na membrana, que logo cessam e não desencadeiam o impulso nervoso. 
Qualquer estímulo acima do limiar gera o mesmo potencial de ação que é transmitido ao longo do 
neurônio. Assim, não existe variação de intensidade de um impulso nervoso em função do aumento do 
estímulo; o neurônio obedece à regra do “tudo ou nada”. 
 
Sistema nervoso dos vertebrados 
 
Nos vertebrados, o sistema nervoso está localizado na região dorsal e protegido pela caixa craniana e 
pela coluna vertebral. Compreende: encéfalo, medula e nervos. 
De um ponto de vista funcional o sistema nervoso humano está dividido em somático e autônomo. 
 
Sistema nervoso Somático 
 
A porção somática do sistema nervoso compreende todas as partes envolvidas no controle voluntário. 
Dos organismos. Compreende o sistema nervoso central, formado pelo encéfalo e pela medula nervosa, 
onde ocorrem a interpretação e a integração dos impulsos nervoso, e de onde partem ordens para todo 
o organismo. O sistema nervoso central é protegido por um sistemas de membranas, as meninges: pia-
mater, em contato direto com os órgãos do sistema nervoso; dura-máter, sob os ossos do crânio e da 
coluna vertebral e aracnoide, que situa-se entre as duas anteriores. 
O sistema nervoso somático inclui, também, o sistema nervoso periférico, que compreende os nervos 
formados por prolongamentos de neurônios sensoriais e efetuadores, que conduzem, respectivamente, 
impulsos dos receptores sensoriais ao sistema nervoso central e, deste, de volta para as parte periféricas 
do corpo, onde estão os efetuadores de respostas. 
O encéfalo humano, como o de todos os vertebrados forma-se a partir de um dilatação do tubo neural, 
que se subdivide em três porções: anterior, posterior e médio. Num estágio posterior, a porção anterior 
do encéfalo se subdivide, constituindo o cérebro (grandemente expandido sob a forma de hemisférios 
cerebrais) e o diencéfalo (tálamo, hipotálamo e hipófise posterior). 
O cérebro é a sede de todas as ações voluntárias de que o animal é capaz de realizar. É notável o 
aumento da superfície cerebral obtido através dos dobramentos (circunvoluções), à medida que subimos 
a escala evolutivas dos vertebrados, revelando um aumento de áreas sensitivas e motoras em 
vertebrados superiores. 
O diencéfalo estabelece numerosas conexões com outras partes do encéfalo. O tálamo contém feixes 
ascendentes e descendentes que ligam o cérebro a medula. O hipotálamo engloba os centros que 
controlam o sono, vigília, fome, sede, osmorregulação, temperatura, instinto sexual, prazer e dor. A parte 
superior da hipófise, considerada a glândula mestra do sistema endócrino, é formada por uma projeção 
do diencéfalo, abaixo do hipotálamo. Ela armazena secreções produzidas por células neuro-secretoras. 
O encéfalo médio parece ser a parte menos importante do encéfalo dos mamíferos, equivalendo aos 
lobos ópticos dos vertebrados inferiores. 
O cerebelo é o órgão responsável pela coordenação das atividades dos músculos esqueléticos, do 
tato, visão e audição, em nível inconsciente, a partir de informações recebidas. Indivíduos com lesão no 
cerebelo exibem fraqueza e perda do tônus muscular, assim como movimentos descoordenados. Suas 
atividades estão relacionadas com o equilíbrio e postura corporal. O cerebelo trabalha em conexão com 
o córtex cerebral e o tronco encefálico. 
O bulbo, além de ser caminho para todos os feixes nervosos que ligam a medula espinhal ao cérebro, 
contêm centros de controle da respiração, deglutição salivação vômito e circulação. 
 
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A medula espinhal é uma extensão doencéfalo, estendendo-se da base do crânio até logo abaixo das 
costelas. E uma haste de tecido cerebral, com um pequeno canal passando através de todo seu 
comprimento, que contém um líquido cefalorraquidiano, e colocação branca por fora e cinzento por dentro. 
É uma importante via de comunicação com os centros nervosos superiores, contendo inúmeros feixes 
ascendentes e descendentes. Além disso, atua como centro de coordenação autônoma, que controlam 
algumas ações reflexas. 
 
Sistema nervoso autônomo 
 
O sistema nervoso autônomo este sistema funciona de forma autónoma, controlando a função 
involuntária de diversos órgãos, já que a maior parte da sua atividade não chega ao córtex O sistema 
nervoso autónomo divide-se em sistema nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático. Estes 
trabalham de forma contrária, podendo-se afirmar que o sistema parassimpático restaura os níveis de 
equilíbrio alterados pelo simpático. 
A função do sistema nervoso simpático (SNS)é a de preparar o corpo para uma emergência, de 
responder a um estímulo do ambiente quando o organismo se encontra ameaçado, excitando e ativando 
os órgãos necessários às respostas. 
Já o sistema nervoso parassimpático (SNP) visa reorganizar as atividades desencadeadas pelo 
SNA Simpático, relaxando as atividades. Relaciona-se diretamente com a capacidade de regulação do 
organismo face às condições ambientais em que se encontra – homeostasia, capacidade está garantida 
pelo hipotálamo. Dando um exemplo: se o SNA simpático faz com que o ritmo cardíaco acelere, a função 
do SNA parassimpático é estabilizar esse ritmo. 
 
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As fibras nervosas do sistema nervoso autônomo fazem sinapse num gânglio antes de atingirem o 
órgão alvo, sendo assim chamadas de fibras pré-ganglionares e fibras pós-ganglionares. As fibras pré-
ganglionares do sistema nervoso autônomo (simpáticas e parassimpáticas) liberam o neurotransmissor 
acetilcolina no gânglio autonômico e são chamadas de fibras colinérgicas. As fibras pós-ganglionares 
parassimpáticas são também colinérgicas, mas as fibras pós-ganglionares simpáticas podem ser tanto 
colinérgicas como adrenérgicas (liberam noradrenalina ou adrenalina). A maioria da fibras pós-
ganglionares simpáticas, sem dúvidas, são do tipo adrenérgicas. 
 
Sistema sensorial 
 
O Sistema sensorial consiste nos receptores sensoriais, nos neurônios aferentes, e nas partes do 
cérebro envolvidas no processamento da informação. Os sentidos são os meios através dos quais os 
seres vivos percebem e reconhecem outros organismos e as características do meio ambiente em que 
se encontram -- em outras palavras, são as traduções do mundo físico para a mente. Os mais conhecidos 
são cinco: a visão, a audição, o tato, o paladar e o olfato, mas é consenso na comunidade científica que 
os seres humanos possuem muito mais. 
Todo animal tem a capacidade de perceber estímulos provenientes do ambiente externo e interno. 
Esses estímulos são captados através de células altamente especializadas, chamadas de células 
sensoriais; ou através de simples terminações nervosas dos neurônios. Essas células ou terminações 
nervosas podem ser encontradas espalhadas pelo corpo e nos órgãos dos sentidos (olfato, paladar, tato, 
visão e audição), formando o sistema sensorial. 
Embora cada órgão do sentido apresente um tipo de célula sensorial diferente, elas funcionam de 
maneira muito semelhante. Ao serem estimuladas, ocorre uma alteração na permeabilidade da membrana 
plasmática da célula sensorial, gerando impulsos nervosos que chegam até o sistema nervoso central, 
onde serão interpretados. Esses impulsos nervosos gerados pelas células sensoriais (através de uma luz 
que atinge os olhos ou de um odor que chega às narinas) são muito semelhantes. Somente quando 
chegam às áreas do cérebro responsáveis, nesse caso, pela visão e pelo olfato, é que os impulsos serão 
interpretados como sensações visuais e olfativas. Dessa forma, quem na verdade vê e cheira não são os 
olhos e o nariz, e sim o cérebro. 
As células sensoriais que podem captar os estímulos do ambiente são chamadas de exteroceptores e 
estão distribuídas na superfície externa do corpo, podendo ser encontradas nos órgãos responsáveis pelo 
paladar, olfato, audição e visão. 
O quimioceptor é um tipo de exteroceptor responsável pelo paladar e pelo olfato. Ele é estimulado 
quando moléculas de substâncias específicas se encaixam em proteínas receptoras presentes na 
membrana da célula, num processo chamado de chave-fechadura. 
Existem células sensoriais chamadas de propioceptores e interoceptores que são especializadas na 
captação de estímulos internos do corpo. Os proprioceptores são encontrados nos músculos, tendões, 
juntas, cápsulas articulares e órgãos internos e têm a função de informar o sistema nervoso sobre a 
posição dos membros do corpo em relação ao restante do corpo. Os interoceptores estão localizados nas 
vísceras e vasos e têm a função de perceber as condições internas do organismo, permitindo-nos sentir 
sede, fome, náuseas, prazer sexual, etc., além de informar sobre as pressões de CO2 e O2 e pressão 
arterial. 
A nossa pele é responsável pelo tato e nela podemos encontrar os corpúsculos de Pacini, um 
mecanoceptor que capta estímulos mecânicos, transmitindo-os ao sistema nervoso central. 
Em nossa língua estão as papilas gustativas, que são as responsáveis pelo nosso paladar. Nela 
podemos encontrar quimioceptores que detectam a presença de substâncias químicas. Há papilas 
gustativas especializadas na percepção dos quatro sabores (azedo, salgado, doce e amargo). O olfato 
também tem papel importante na percepção dos sabores. 
Nossas narinas são as responsáveis pelo sentido do olfato. Nelas está o epitélio olfativo, um tecido 
especializado onde encontramos milhares de células olfativas, que possuem pelos que captam moléculas 
dissolvidas no ar que respiramos. 
Os ouvidos são os órgãos responsáveis pela audição e pelo equilíbrio. Nele encontramos 
mecanoceptores que captam estímulos mecânicos retransmitindo-os ao sistema nervoso central. 
Já nos olhos encontramos células sensoriais que são estimuladas pela luminosidade, chamadas de 
fotoceptores, responsáveis pelo sentido da visão. Essas células são encontradas na retina e podem ser 
do tipo cone ou bastonete. Os bastonetes são muito sensíveis a variações na luminosidade, mas não 
distinguem cores, enquanto que os cones as distinguem. 
 
 
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Tipos de sistema nervosos nos invertebrados 
 
Com relação aos unicelulares não se pode falar propriamente, em sistema nervoso. Alguns 
protozoários ciliados, como o paramécios, por exemplo, apresentam neurofibrilas, que coordenam os 
batimentos ciliares. Se essas fibrilas forem seccionadas, o animal passa a se mover de modo irregular 
Em relação aos pluricelulares, o grupo acreditado como o primeiro a possuir um sistema nervoso é o 
filo dos Cnidários (corais, anêmonas, hidras e medusas). Os Poríferos (esponjas) - mais primitivos - não 
possuem sistema nervoso. Nos Cnidários, há uma rede desordenada de neurônios. E, se um pulso 
nervoso é desencadeado em um deles, é transmitido a todas as células que com ele se comunicam 
através de sinapses, e destas a outras, resultando em respostas pouco elaboradas - como os movimentos 
de “pulsação” em uma água viva quando está nadando. Trata-se do mais primitivo tipo de sistema 
nervoso, denominado Sistema Nervoso Difuso. 
É nos platelmintos (vermes achatados) que se pode falar, pela primeira vez; em sistema nervoso 
central. Numa planária, por exemplo, é possível observar que existe uma aglomeração de massas 
ganglionares (gânglios cerebroides) na região da cabeça. De lá partem dois cordões nervosos ventrais, 
bilateralmente dispostos, ligados por inúmeras conexões nervosas. 
Nos anelídeos e artrópodes, o sistema nervoso é mais complexo, sendo constituídospor massas 
ganglionares dorsais, de onde parte um anel nervoso que circunda o tubo digestivo e se estende ao longo 
da região ventral sob a forma de um cordão ganglionar. 
 
Sistema Endócrino 
 
O Sistema Endócrino é o conjunto de glândulas responsáveis pela produção dos hormônios que são 
lançados no sangue e percorrem o corpo até chegar aos órgãos-alvo sobre os quais atuam. Junto com o 
sistema nervoso, o sistema endócrino coordena todas as funções do nosso corpo. O hipotálamo grupo 
de células nervosas localizadas na base do encéfalo, faz a integração entre esses dois sistemas. 
 
Controle hormonal 
 
Hormônios são substâncias produzidas por glândulas especiais, chamadas endócrinas. Eles são 
liberados dessas glândulas diretamente nos líquidos corporais-sangue e linfa- e atuam em células-alvo 
geralmente distantes do seu local de produção. Uma vez recebidos pelo alvo, os hormônios 
desencadeiam uma série de reações químicas, exercendo ação de controle do metabolismo das células; 
seu efeito pode ser imediato ou levar vários dias para aparecer, persistindo por meses ou até anos, 
dependendo do hormônio. 
Ao contrário das glândulas endócrinas, as glândulas exócrinas não produzem hormônios e liberam 
suas secreções por dutos ou canais, como é o caso das glândulas lacrimais, sudoríparas e salivares. 
Existe glândula mista, representada pelo pâncreas, que apresenta uma porção endócrinas que secreta 
hormônios e uma porção exócrina, que secreta suco pancreático no duodeno através do duto pancreático. 
Além das glândulas endócrinas, existem órgãos que também secretam hormônios, como é o caso do 
coração, do estômago, do intestino delgado e dos rins. Os hormônios secretados por esses órgãos 
geralmente apresentam efeitos locais. 
O controle hormonal é realizado pelo sistema endócrino, composto por glândulas e por outras 
estruturas com função endócrina do nosso organismo. 
A ação conjunta dos diversos hormônios e do sistema nervoso garante a coordenação e a harmonia 
das funções do nosso organismo. 
 
Glândulas do Sistema Endócrino 
As glândulas endócrinas estão localizadas em diferentes partes do corpo: hipófise, tireoide e 
paratireoides, suprarrenais, pâncreas e as glândulas sexuais. 
 
Hipófise 
 
A hipófise também denominada glândula pituitária, é uma pequena glândula com cerca de 1 cm de 
diâmetro. Aloja-se na sela túrcica ou fossa hipofisária do osso esfenoide na base do cérebro. Está 
localizada abaixo do hipotálamo e posteriormente ao quiasma óptico, sendo ligada ao hipotálamo pela 
haste pedúnculo hipofisário ou infundíbulo, é envolvida pela dura – máter. A hipófise é considerada uma 
glândula mestra, pois secreta hormônios que controlam o funcionamento de outras glândulas, sendo 
grande parte de suas funções reguladas pelo hipotálamo. 
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A hipófise é dividida anatomicamente e funcionalmente em duas partes (anterior e posterior). Cada 
parte será responsável por funções fisiológicas diferenciadas. Sendo assim, reconhece -se na hipófise: 
 
-Adeno-hipófise (hipófise anterior):Secreta os hormônios que controlam o funcionamento de outras 
glândulas endócrinas, quando estimuladas a fazer isso pelo hormônios do hipotálamo. 
-TSH (hormônio tireotrófico): hormônio que estimula e regula a atividade da tireoide na produção dos 
hormônios T3 e T4; 
-ACTH (hormônio adrenocorticotrófico): que controla a atividade do córtex da glândula suprarrenal; 
-LH (hormônio luteinizante): hormônio que regula as atividades das gônadas masculinas e femininas, 
como a produção de testosterona nos testículos, indução da ovulação e formação do corpo lúteo. 
-FSH (hormônio folículo-estimulante): hormônio que atua na produção dos folículos, nos ovários; e dos 
espermatozoides, nos testículos. 
Somatotrofina, hormônio do crescimento ou GH: hormônio que promove a captação de aminoácidos 
para a formação de proteínas. Com isso, esse hormônio atua no crescimento de todo o organismo, 
incluindo tecidos, ossos e cartilagens, promovendo o aumento na estatura principalmente dos jovens na 
puberdade. Após a puberdade, a produção desse hormônio cai consideravelmente. Há casos em que, 
em virtude de uma disfunção na hipófise, a pessoa continua a produzir esse hormônio mesmo após a 
puberdade. Quando isso ocorre, não há aumento da estatura, mas os ossos do crânio, da face, das mãos 
e dos pés aumentam, causando uma doença que chamamos de acromegalia. 
O excesso do hormônio do crescimento provoca o aumento exagerado no tamanho do corpo, o que 
chamamos de gigantismo; já a sua deficiência (que geralmente é causada por fatores genéticos), provoca 
o nanismo. Algumas crianças que têm deficiência na produção do hormônio do crescimento podem ser 
tratadas com injeções desse hormônio para promover o seu crescimento. 
Prolactina: esse hormônio atua promovendo a produção de progesterona nos ovários femininos e 
também na produção de leite nas glândulas mamárias, durante a gravidez e a amamentação. 
 
-Neuro- Hipófise (hipófise posterior): Só armazena hormônios produzido pelo hipotálamo. 
O lado posterior é conectado à parte do cérebro chamada de hipotálamo através do infundíbulo. Os 
hormônios são feitos nos corpos celulares dos nervos posicionados no hipotálamo, e estes hormônios 
são então transportados pelos axônios das células nervosas em direção à hipófise posterior. 
Os hormônios secretados pela hipófise posterior são: 
-Ocitocina: hormônio que atua nas contrações do útero durante o parto, estimulando a expulsão do 
bebê. Em alguns casos, os médicos aplicam esse soro contendo ocitocina na mãe para estimular o parto. 
Esse hormônio também promove a liberação de leite durante a amamentação. 
-ADH (hormônio antidiurético): esse hormônio atua no controle da eliminação de água pelos rins, 
portanto tem efeito antidiurético, ou seja, é liberado quando a quantidade de água no sangue diminui, 
provocando uma maior absorção de água no túbulo renal e diminuindo a urina. Quando o nível desse 
hormônio está acima do normal, ocorre a contração das arteríolas, provocando um aumento da pressão 
arterial, por isso o nome vasopressina. Há casos em que a quantidade de ADH no organismo da pessoa 
é deficiente, provocando excesso de urina e muita sede. A esse quadro damos o nome de diabetes 
insípida 
 
Tireoide 
 
A tireoide ou tiroide é uma glândula em forma de borboleta (com dois lobos- esquerdo e direito), que 
fica localizada na parte anterior pescoço, logo abaixo da região conhecida como Pomo de Adão (ou 
popularmente, gogó). É uma das maiores glândulas do corpo humano e tem um peso aproximado de 15 
a 25 gramas (no adulto). 
Ela age na função de órgãos importantes como o coração, cérebro, fígado e rins. Interfere, também, 
no crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes; na regulação dos ciclos menstruais; na 
fertilidade; no peso; na memória; na concentração; no humor; e no controle emocional. É fundamental 
estar em perfeito estado de funcionamento para garantir o equilíbrio e a harmonia do organismo. 
A tireoide utiliza o iodo para produzir os hormônios vitais, sendo que os principais são a tiroxina (T4) 
e a triiodotironina (T3). Esses hormônios são responsáveis pelo nosso metabolismo basal, ou seja, é 
ele que estimula as células a trabalharem e garante que tudo funcione corretamente no corpo. 
A função dessa glândula é regulada por um mecanismo de auto controle que envolve o cérebro. 
Quando os níveis de hormônios da tiroide estão baixos, o hipotálamo no cérebro produz um hormônio 
conhecido como liberador de tirotrofina (TRH), que faz com que a glândula pituitária (adenoipóifise) libere 
o hormônio estimulador da tireoide (TSH) (figura 01). 
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Figura 01. Liberação dos hormônios tiroxina (T4) e triofotironina (T4) regulada pela hipófise. 
 
Problemas relacionados a tireoide 
 
Os distúrbios da tireoide ocorrem quando essa glândulapara de funcionar corretamente, podendo 
produzir mais ou menos hormônios do que o normal. Uma vez que a glândula tireoide é controlada pela 
glândula pituitária no e pelo hipotálamo, distúrbios de estes nestes tecidos também podem afetar a função 
da tireoide. 
 
 
-Hipertireoidismo 
O hipertiroidismo, também conhecido como hiperfuncionamento da tiroide, é uma doença metabólica 
caracterizada pela produção excessiva de hormônios tireoidianos (chamados T3 e T4). Esses hormônios 
desempenham um papel fundamental da regulação do metabolismo, incluindo funções vitais como as 
frequências cardíaca e respiratória. Se os hormônios T3 e T4 são produzidos em excesso, geram uma 
variedade de sintomas. 
Os sintomas do hipertireoidismo, que se manifestam em várias semanas, podem ser os seguintes: 
Sintomas hipertireoidismo– nervosismo, tremores nas mãos 
– Perda de peso; 
– Transpiração excessiva: pele úmida, quente; 
– Problemas psíquicos: ansiedade, distúrbios do sono; 
– Palpitações e/ou um ritmo cardíaco mais acelerado; 
– Distúrbios menstruais nas mulheres; 
– Diarreia; 
– Bócio (aumento do volume da glândula tireóide); 
 
 
– olhos saltados (exoftalmia), nas pessoas atingidas pela doença de Basedow; 
 
 
 
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– fadiga (falta de energia) e fraqueza– osteoporose– cabelos quebradiços e oleosos– dor muscular– 
unhas quebradiças. 
 
-Hipotireoidismo 
 
Assim como o hipertireoidismo, o hipotireoidismo também causa um aumento de volume da tireóide. 
Contudo, esse aumento não é acompanhado de mais produção dos hormônios tireoidianos, mas sim pela 
queda na produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina). 
Como outros males da tireoide, o hipotireoidismo é mais comum em mulheres, mas pode ocorrer em 
qualquer indivíduo independente de gênero ou idade. Os endocrinologistas orientam mulheres, 
especialmente acima de 40 anos, a fazerem o autoexame da tireoide regularmente. 
 
Entre os sintomas do hipotireoidismo estão: 
 
Depressão 
Desaceleração dos batimentos cardíacos 
Intestino preso 
Menstruação irregular 
Diminuição da memória 
Cansaço excessivo 
Dores musculares 
Sonolência excessiva 
Pele seca 
Queda de cabelo 
Ganho de peso 
Aumento do colesterol no sangue 
 
Paratireoide 
 
As paratireóides são quatro pequenas glândulas que se localizam atrás da glândula da tireoide, na 
região do pescoço. Essas glândulas secretam um hormônio chamado de paratormônio (PTH) e são 
responsáveis pelo equilíbrio do cálcio e manutenção da massa óssea. 
O paratormônio é uma proteína com massa molecular de 8.500 Da. Ele se liga a receptores em 
osteoblastos, sendo este um sinal para estas células produzirem um fator estimulante de osteoclastos 
que aumenta o número e atividade dessas células, promovendo assim a reabsorção da matriz óssea 
calcificada e a liberação de Ca2+ no sangue. Por outro lado, o aumento da concentração de Ca2+ suprime 
a produção de hormônio da paratireóide. A calcitonina produzida na glândula tireóide também influencia 
os osteoclastos, inibindo tanto sua ação de reabsorção de osso como a liberação de Ca2+, diminuindo a 
concentração deste íon no plasma e estimulando a osteogênese, tendo, portanto, ação oposta a do 
paratormônio. 
Além de aumentar a concentração de Ca2+ plasmático, o hormônio da paratireóide reduz a 
concentração de fosfato sanguíneo. Este efeito resulta da atividade do paratormônio em células dos 
túbulos renais, diminuindo a reabsorção de fosfato e aumentando sua excreção na urina. O paratormônio 
aumenta indiretamente a absorção de Ca2+ no trato digestivo, estimulando a síntese de vitamina D, que é 
necessária para esta absorção. A secreção das células paratireóides é regulada pelos níveis sanguíneos 
de Ca2+. 
 
Hipoparatireoidismo 
 
É a doença resultante da falta de produção de paratormônio pelas glândulas paratireóides. A falta 
desse hormônio causa a redução do cálcio no sangue. 
Os sintomas são decorrentes da falta de cálcio: fraqueza, cãibras, sensação de formigamento no corpo 
e dormência nas mãos, espasmos involuntários dos músculos da face, e, mais raramente, malformações 
dos dentes e das unhas. 
A causa mais frequente da doença é consequência da retirada das paratireóides durante cirurgias, 
sejam elas para a retirada de tumores de paratireoide ou em cirurgias de tireoide. A segunda causa mais 
frequente são doenças autoimunes das paratireóides. As outras causas incluem doenças genéticas, 
exposição à radiação, doenças infiltrativas e falta de magnésio. 
 
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Hiperparatireoidismo 
 
É a doença resultante do excesso de produção de paratormonio pelas glândulas paratireóides. O 
excesso deste hormônio causa o aumento do cálcio no sangue e na urina. 
A maioria dos pacientes não apresenta sintomas. No entanto, uma pequena parcela pode apresentar 
fraqueza, falta de apetite, náuseas, vômitos, intestino preso, confusão mental, depressão, muita sede e 
muita vontade de urinar (poliúria). Além disso, os portadores de hiperparatireoidismo podem ter cálculos 
renais e osteoporose. 
A causa mais frequente é o adenoma (tumor benigno) de uma das quatro glândulas paratireóides. A 
segunda causa mais frequente é um aumento das quatro glândulas da paratireoide, conhecido como 
“hiperplasia primária das paratireóides”. Raramente o aumento de PTH é decorrente de um câncer 
maligno (carcinoma) de paratireoide. 
 
Pâncreas 
 
O pâncreas é uma glândula anfícrena que pertence aos sistemas digestivo e endócrino, com cerca de 
12,5 cm de comprimento, em forma de folha, situada atrás do estômago, entre a porção superior do 
intestino e o baço. 
O pâncreas é composto por três regiões principais: cabeça, que é a parte que se encaixa no duodeno, 
o corpo e a cauda, que é a parte final. 
 
 
 
O pâncreas pode ser classificado de acordo com seu funcionamento: 
 
-Pâncreas Exócrino: Tem a função de produzir sucos digestivos e enzimas que ajudam a partir em 
pedaços menores as proteínas, os açúcares e as gorduras, para que possam passar para o intestino, 
auxiliando na digestão dos alimentos e metabolismo dos nutrientes; 
-Pâncreas Endócrino: Tem uma função importante na produção de hormônios, como a insulina e 
glucagon, os quais regulam a forma como o organismo utiliza os açúcares. 
Por terem funções diferentes, o pâncreas exócrino e endócrino são formados por células diferentes, 
por exemplo, o pâncreas endócrino é formado por conglomerados de células chamadas ácinos que irão 
produzir o suco pancreático. Misturados com os ácinos, encontram-se os Ilhotas de Langerhans, que 
são grupos isolados de células que produzem os hormônios que fazem o controle dos níveis de açúcar 
no sangue. 
 
Insulina 
 
A insulina é um hormônio sintetizado no pâncreas, que promove a entrada de glicose nas células e 
também desempenha papel importante no metabolismo de lipídeos e proteínas. Existem algumas 
patologias relacionadas à função da insulina no corpo, como: diabetes, resistência à insulina e 
hiperinsulinemia. Conheça agora um pouco mais sobre a importância deste hormônio para nossa saúde. 
 
Atuação no organismo: Os carboidratos que ingerimos através dos alimentos (pão, massas, açúcares, 
cereais) são mais rapidamente convertidos em glicose quando precisamos de energia. Para a glicose 
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penetrar em cada célula do corpo é necessário que haja insulina circulante, que faz com que o hormônio 
chegue aos receptores de insulina nas células (Figura 01). 
 
 
Figura 01. Mecanismo de penetração de glicose na célula 
 
Quando a glicemia (taxa de glicose no sangue) aumenta após uma refeição, a quantidade de insulina 
também aumenta para que o excesso de glicose possa ser rapidamente absorvido pelas células. 
 
Diabetes 
 
O diabetes é uma síndrome metabólica de origem múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da 
incapacidadede a insulina exercer adequadamente seus efeitos, causando um aumento da glicose 
(açúcar) no sangue. O diabetes acontece porque o pâncreas não é capaz de produzir o hormônio insulina 
em quantidade suficiente para suprir as necessidades do organismo, ou porque este hormônio não é 
capaz de agir de maneira adequada (resistência à insulina). A insulina promove a redução da glicemia ao 
permitir que o açúcar que está presente no sangue possa penetrar dentro das células, para ser utilizado 
como fonte de energia. Portanto, se houver falta desse hormônio, ou mesmo se ele não agir corretamente, 
haverá aumento de glicose no sangue e, consequentemente, o diabetes. 
 
15Diabetes tipo I 
 
As células do pâncreas são incapazes de produzir insulina e se não há insulina circulante a absorção 
de glicose fica prejudicada e ocorre o aumento de glicose no sangue. Neste caso é necessário injetar 
insulina subcutânea para que possa ser absorvida pelo sangue. 
 
Diabetes tipo II 
 
As células musculares e adiposas são incapazes de utilizar toda a insulina secretada pelo pâncreas. 
Assim, a glicose no sangue é pouco aproveitada por essas células. 
 
Hiperinsulinemia 
 
Algumas das causas da hiperinsulinemia são: obesidade, sedentarismo e consumo elevado de 
carboidratos refinados, que provoca aumento de glicose no sangue e conseqüentemente aumento na 
produção de insulina. 
 
Resistência à insulina 
 
Ocorre dificuldade de penetração da glicose nas células e dessa forma é produzido mais insulina, já 
que este é o seu papel, levar glicose à célula, só que devido a essa dificuldade este hormônio não atua 
 
15 SCHWARTZ M.V.- Staying slim with insulin in mind. Science 289: 2066-7, 2000. 
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de forma ideal, não desempenha sua função por completo. Esse excesso de insulina pode gerar um 
estado de pré-diabetes ou diabetes mesmo. 
 
Suprarrenais 
 
As glândulas suprarrenais têm este nome devido ao fato de se situarem sobre os rins, apesar de terem 
pouca relação com estes em termos de função. As suprarrenais são glândulas vitais para o ser humano, 
já que possuem funções muito importantes, como regular o metabolismo do sódio, do potássio e da água, 
regular o metabolismo dos carboidratos e regular as reações do corpo humano ao stress. 
 
Hormônios produzidos pelas suprarrenais: 
 
- Aldosterona: A principal ação da aldosterona é a retenção de sódio. Onde há sódio, estão associados 
íons e água. Portanto, a aldosterona age profundamente no equilíbrio dos líquidos, afetando o volume 
intracelular e extracelular dos mesmos. Glândulas salivares e sudoríparas também são influenciadas pela 
aldosterona para reter sódio. O intestino aumenta a absorção de sódio como reação à aldosterona. 
 
- Adrenalina e a Noradrenalina: Tais hormônios são secretados em resposta à estimulação simpática 
e são considerados como hormônios gerais. Liberados em grandes quantidades depois de fortes reações 
emocionais como, por exemplo, susto ou medo, estes hormônios são transportados pelo sangue para 
todas as partes do corpo, onde provocam reações diversas, principalmente constrição dos vasos, 
elevação da pressão arterial, aumento dos batimentos cardíacos, etc. 
Tais reações resultam no aumento do suprimento de oxigênio às células. Além disso, a adrenalina, 
que aumenta a glicogenólise hepática e muscular e a liberação de glicose para o sangue, eleva o 
metabolismo celular. A combinação dessas reações possibilita, por exemplo, reações rápidas de fuga ou 
de luta frente a diferentes situações ameaçadoras. 
 
- Cortisol: O cortisol serve para ajudar o organismo a controlar o estresse, reduzir inflamações, 
contribuir para o funcionamento do sistema imune e manter os níveis de açúcar no sangue constantes, 
assim como a pressão arterial. 
 
Glândulas sexuais 
 
O hipotálamo produz GnRH, que estimula a adeno-hipófise a liberar LH e FSH que, por sua vez, agirão 
sobre as gônadas, estimulando a produção de testosterona, estrógeno e progesterona. 
 
-Mulher 
 
Na mulher o aumento de LH e FSH é o estímulo para a maturação folicular. O folículo, em processo 
de amadurecimento, passa a secretar estrógeno, o qual prepara o útero para receber o embrião, 
provocando espessamento da parede do endométrio, aumento da irrigação sanguínea e da produção de 
muco. Quando o folículo rompe, o nível de estrógeno cai e, como ele tem efeito inibitório sobre a secreção 
de LH e FSH, esses hormônios têm um pico, provocando a liberação do óvulo de 16 a 24 horas depois. 
Forma-se, então, o corpo lúteo, que começa a secretar progesterona. 
Caso haja a fecundação, os níveis de estrógeno e de progesterona seguem aumentando, inibindo o 
eixo hipotálamo-hipófise ao longo da gestação. Assim, nesse período, o LH e o FSH se mantêm baixos, 
e a mulher se torna anovulatória. Se não houver a fecundação, o óvulo entra em involução em até 72 
horas. A progesterona e o estrógeno começam a cair e o estímulo para manutenção da parede do 
endométrio cessa, provocando sua descamação, caracterizando a menstruação. Então, o LH e o FSH, 
que estavam baixos, começam a subir novamente, iniciando um novo ciclo, conforme o gráfico abaixo. 
 
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-Homem 
 
Os hormônios do sistema genital masculino são produzidos nas gônadas masculinas, muito 
conhecidas como testículos. São os hormônios que determinam as características sexuais secundárias, 
induzem a formação dos gametas masculinos e promovem o impulso sexual.16 
É na puberdade, aproximadamente entre os 11 e os 14 anos, que começam a ocorrer as mudanças 
psicológicas e também fisiológicas no corpo dos meninos. Nessa fase da vida, dois hormônios produzidos 
pela adeno-hipófise agem sobre os testículos, estimulando a produção de testosterona. Esses hormônios 
são o hormônio folículo-estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH), também chamados de 
gonadotrofinas por atuarem sobre as gônadas. 
No homem, o hormônio luteinizante também pode ser chamado de hormônio estimulador das células 
intersticiais (ICSH), porque age estimulando as células intersticiais, ou de Leydig, a produzirem 
testosterona. A testosterona e os hormônios gonadotróficos FSH e LH atuam juntos na ativação da 
espermatogênese (produção de espermatozoides). 
A testosterona é o principal hormônio masculino. Ela determina o desenvolvimento dos órgãos genitais, 
a descida dos testículos para a bolsa escrotal e o aparecimento das características sexuais secundárias 
masculinas, como a distribuição de pelos pelo corpo, engrossamento da voz, desenvolvimento dos 
músculos e dos ossos, entre outras. Também é a testosterona que induz o amadurecimento dos órgãos 
genitais, além de promover o impulso sexual. 
A testosterona começa a ser produzida ainda na fase embrionária e é a presença dela que determina 
o desenvolvimento dos órgãos sexuais masculinos. Se houver ausência desse hormônio, ou a falta de 
receptores compatíveis a ele nas células do embrião, o sexo que se desenvolverá será o feminino. 
 
Sistema Reprodutor 
 
Mudanças no corpo 
A descoberta do sexo acontece com a descoberta do corpo. Moças e rapazes costumam acompanhar 
atentamente as mudanças que ocorrem nos seus órgãos sexuais externos. Essas mudanças são 
 
16 http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/ 
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provocadas pela ação de hormônios. As características sexuais primárias, visíveis nos órgãos genitais, 
são determinadas geneticamente e estão presentes desde o nascimento, tanto no homem como na 
mulher. 
 
O Corpo Masculino 
 
As principais modificações visíveis no corpo masculino ao longo da adolescência estão descritas 
abaixo. Os testículos (dentro do saco escrotal) crescem primeiro e, pouco tempo depois, o pênis. Na 
puberdade, os pelos surgemem diversos locais: no rosto, nas axilas, no peito e nas áreas próximas aos 
testículos. A voz também sofre mudanças. Esse conjunto de características que se definem na 
puberdade, em consequência da ação hormonal, recebe o nome de características sexuais secundárias. 
Estas, porém, não obedecem a padrões rígidos. Adolescentes de mesma idade podem apresentar 
diferenças significativas em relação à estatura do corpo, quantidade de pelos, tamanho do pênis, timbre 
de voz etc. O grupo étnico a que pertence o indivíduo, a herança genética, hábitos alimentares, problemas 
de saúde, dentre outros fatores, são responsáveis por essas diferenças. 
Assim, colegas de mesma idade que a sua podem ser mais altos ou mais baixos que você ou terem a 
voz mais ou menos grave que a sua, por exemplo. Isto não deve preocupá-lo. As pessoas são diferentes 
e apresentam ritmos desiguais de desenvolvimento do corpo. É importante gostar de você, aprendendo 
a cuidar e valorizar o seu próprio corpo. 
 
 
Veja as principais modificações visíveis no corpo masculino, ao longo do tempo. 
 
Os rapazes possuem uma pequena quantidade de hormônios sexuais femininos, as garotas, uma 
pequena quantidade de hormônios sexuais masculinos. Na puberdade, às vezes, um pequeno 
desequilíbrio na quantidade desses hormônios pode provocar um ligeiro crescimento das mamas nos 
rapazes ou pelos em excesso nas garotas. Em geral, isso desaparece com o tempo, mas, se persistir, o 
mais aconselhável é procurar orientação médica. Na região genital, encontramos o pênis e o saco 
escrotal. 
 
Pênis e a Ejaculação - O pênis é um órgão de forma cilíndrica e constituído principalmente por tecido 
erétil, ou seja, que tem capacidade de se erguer. Com a excitação sexual, esse tecido e banhado e 
preenchido por maior quantidade de sangue, o que torna o pênis ereto e rígido. Na ponta do pênis, há a 
glande (a “cabeça”), que pode estar coberta pelo prepúcio. Na glande, há o orifício da uretra, canal que 
no corpo masculino se comunica tanto com o sistema urinário quanto com o sistema reprodutor. O 
tamanho do pênis varia entre os homens e não tem relação biológica com fertilidade e nem com potência 
sexual. 
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Quando o homem é estimulado, como ocorre numa relação sexual, culmina com o esperma sendo 
lançado para fora do corpo masculino sob a forma de jatos. Esse fenômeno chama-se ejaculação. O 
esperma é ejaculado através da uretra, por onde a urina também é eliminada. Durante uma ejaculação 
normal são expelidos de 2 a 4 mililitros de esperma; cada mililitro contém aproximadamente 100 milhões 
de espermatozoides. 
 
Saco Escrotal: Os espermatozoides, gameta sexual masculino, são produzidos nos testículos. Os 
testículos ficam no saco escrotal, que tem aparência flácida e um pouco enrugada. É importante eles se 
localizarem fora do abdome, pois os espermatozoides são produzidos em uma temperatura mais baixa 
do que a do restante do corpo. Nos dias frios ou durante um banho frio, o saco escrotal se encolhe, 
favorecendo o aquecimento dos testículos. O uso de cueca apertada pode causar infertilidade temporária, 
decorrente do aquecimento excessivo que provoca nos testículos. 
 
Testículos: Os testículos são glândulas sexuais masculinas. São formadas por tubos finos e 
enovelados, chamados túbulos seminíferos. Diferentemente do que ocorre com as garotas, que já nascem 
com “estoque” de gametas (óvulos) “prontos” no corpo, é na puberdade, sob ação dos hormônios, que se 
inicia no corpo masculino a produção de gametas (os espermatozoides) nos testículos. A produção de 
espermatozoides começa na puberdade, por volta dos 12 ou 13 anos de idade e vai até o fim da vida. 
Cada espermatozoide é formado basicamente de três partes: cabeça, colo e cauda com flagelo. Os 
testículos produzem também o hormônio sexual masculino, chamado testosterona. O hormônio 
testosterona estimula o aparecimento das características sexuais secundárias masculinas: pelos no rosto 
e no restante do corpo, modificações na voz etc. 
 
Epidídimos: Os espermatozoides que acabam de ser formados ficam armazenados no epidídimo, um 
outro enovelado de túbulos localizados sobre os testículos. Os epidídimos são dois órgãos formados por 
tubos enovelados, cada um localizado junto a um testículo. Reveja o esquema do sistema genital 
masculino e observe a localização dos epidídimos. Os espermatozoides podem ficar armazenados 
nesses tubos por aproximadamente uma a três semanas, até que a maturação seja completada. Isso 
aumenta a sua mobilidade. Os espermatozoides passam do epidídimo para um tubo com parede muscular 
chamado ducto deferente. De cada epidídimo parte um ducto deferente. Posteriormente e sob a bexiga 
urinária, cada ducto deferente se une ao canal da glândula seminal do mesmo lado e forma um tubo 
único, chamado ducto ejaculatório. Os ductos ejaculatórios lançam os espermatozoides num outro canal 
- a uretra. A uretra é um tubo que se inicia na bexiga urinária, percorre o interior do pênis e se abre no 
meio externo. 
 
Glândulas Seminais e Próstata: As glândulas seminais são duas glândulas em forma de bolsa. Elas 
produzem um líquido denso que nutre os espermatozoides e aumenta a sua mobilidade. A próstata é uma 
glândula produtora de um líquido de aspecto leitoso. Esse líquido é leitoso e neutraliza a acidez de restos 
de urina na uretra e, numa relação sexual, a acidez natural da vagina, protegendo assim os 
espermatozoides. Em sua “viagem” até a uretra, os espermatozoides recebem os líquidos produzidos 
pelas glândulas seminais e pela próstata. Ao passar pela uretra, os espermatozoides recebem também 
um líquido lubrificante produzidos pelas glândulas bulbouretrais. Ao conjunto formado pelos 
espermatozoides e os líquidos produzidos pelas glândulas seminais, pela próstata e pelas glândulas 
bulbouretrais dá-se o nome de esperma ou sêmen. 
 
 
 
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O Corpo Feminino 
 
Observe a figura abaixo que mostra a passagem da adolescente para a mulher adulta. Algumas das 
mudanças dessa passagem são o aumento dos seios e o aparecimento de pelos pubianos e pelos nas 
axilas. Essas são algumas das características sexuais secundárias femininas. Antes de falarmos do 
interior do corpo feminino, vamos conversar sobre a parte externa, por meio da qual a mulher recebe 
estímulos e se relaciona com o meio ambiente. Para a mulher, conhecer o próprio corpo é fundamental 
para ajudar a mantê-lo saudável. O ginecologista (médico especializado em órgãos reprodutores 
femininos) pode esclarecer dúvidas caso seja notado alguma alteração que cause estranheza. 
. 
Monte de Vênus ou púbis: é a área triangular acima da vulva e na qual aparecem pelos, a partir da 
puberdade. 
 
Vulva: nessa região, estão os pequenos e grandes lábios, que são dobras de pele muito sensíveis. 
Entre os pequenos lábios, há o clitóris, pequenina estrutura do tamanho aproximado de uma ervilha e, 
que em geral, provoca grandes sensações de prazer, quando estimulado. 
 
Abertura da vagina: leva aos órgãos sexuais internos. Essa abertura é parcialmente bloqueada, na 
maioria das garotas virgens, por uma fina membrana chamada hímen, que, geralmente, é rompido na 
primeira relação sexual com a penetração do pênis. O hímen tem uma abertura por onde ocorre a saída 
do sangue menstrual. 
 
Uretra: o orifício da uretra é por onde sai a urina; não conduz a nenhum órgão sexual interno. 
 
Ânus: o ânus é o orifício por onde saem as fezes; é a saída da tubo digestório. Também não tem 
ligação com órgãos sexuais internos. 
 
Períneo: entre o ânus e a vulva, na entrada da vagina, existe uma região chamada períneo. No 
homem, o períneo localiza-se entre o saco escrotal e o ânus. 
 
Na hora do parto, muitas vezes é necessário fazer um pequeno corte no períneo, para que a cabeça 
do bebê não lacere (corte) os músculos dessa região. Isso é importante para protegera mãe, pois lesões 
extensas no períneo farão com que ela, no futuro, possa sofrer de “queda de bexiga” e perda da 
capacidade de controlar a retenção da urina. Após o nascimento do bebê, o médico faz a sutura (dá 
pontos com linha e agulha cirúrgica) do períneo. O procedimento é feito com anestesia local. 
 
 
Vagina: é o canal que liga a vulva até o útero. 
 
Útero: é um órgão oco, constituído por tecido muscular, com grande elasticidade, que tem forma e 
tamanho semelhantes aos de uma pera. Em caso de gravidez, o útero está preparado para alojar o 
embrião até o nascimento. 
 
Ovários: os ovários são as glândulas sexuais femininas, nas quais, desde o nascimento da menina – 
ficam armazenados aproximadamente 400 mil gametas femininos. Essas células sexuais são chamadas 
óvulos. Elas contém a metade do material genético necessário ao desenvolvimento de um bebê. Os 
óvulos que existem nos ovários das meninas são imaturos. Os hormônios sexuais são responsáveis pelo 
amadurecimento e pela liberação desses óvulos. 
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 Tubas uterinas: são dois tubos delgados que ligam os ovários ao útero. Revestindo esses tubos 
internamente, existem células com cílios que favorecem o deslocamento do óvulo até a cavidade uterina. 
 
Os seios: o desenvolvimento dos seios ocorre na puberdade e nem sempre acontece de forma 
idêntica, às vezes, um seio é ligeiramente maior do que o outro. O tamanho do seio varia de uma mulher 
para outra. Do mesmo modo que acontece com o nariz, com as mãos ou com os pés, que não são de 
tamanho igual em todas as pessoas, nem mesmo no caso de irmãos. O seio é formado por um tecido 
gorduroso e por pequenas glândulas chamadas glândulas mamárias. Essas glândulas são ligadas ao 
mamilo (bico) por canais, através dos quais o leite passa durante a amamentação. O mamilo, em geral, 
é muito sensível ao toque. 
O desenvolvimento dos seios e de outras formas do corpo das meninas, como a cintura mais fina , os 
quadris arredondados, depende de quando e quanto hormônio sexual é produzido pelo corpo dela, ou 
seja, pelos ovários. Algumas meninas começam a produzir mais hormônios sexuais mais cedo do que 
outras. Por isso, além de ficarem menstruadas primeiro, determinadas garotas desenvolvem o “corpo de 
mulher” mais precocemente que outras. Outro fator importante a considerar é a hereditariedade, os traços 
físicos herdados dos pais, avós etc. Numa família na qual as mulheres possuem seios pouco 
desenvolvidos, é bem provável que as meninas venham a ter, também, seios pequenos. Ninguém melhor 
do que o médico para dizer se o desenvolvimento dos seios e dos demais sinais de maturação do corpo 
está de acordo com o previsto para a idade da garota. 
 
A Ovulação 
 
A ovulação é a liberação de um óvulo maduro feita por um dos ovários por volta do 14º dia do ciclo 
menstrual, contado a partir do primeiro dia de menstruação. No ovário (o local de onde sai o óvulo) surge 
o corpo lúteo ou amarelo – uma estrutura amarelada que passa a produzir o estrogênio e progesterona. 
Esses hormônios atuam juntos, preparando o útero para uma possível gravidez, além disso, o estrogênio 
estimula o aparecimento das características sexuais femininas secundárias. O óvulo liberado é “captado” 
por uma das tubas uterinas, que ligam os ovários ao útero. Revestindo essas tubas internamente, existem 
células com cílios que favorecem o deslocamento do óvulo até a cavidade do útero. 
 
 
A Fecundação 
 
A mulher pode ficar grávida se, quando o óvulo estiver nesses tubos, ela mantiver relação sexual com 
o parceiro e um espermatozoide (célula reprodutora masculina) entrar no óvulo. O encontro de gametas 
(óvulo e espermatozoide), na tuba uterina, chama-se fecundação. Apenas um dos milhões de 
espermatozoides contidos no esperma penetra no óvulo, na fecundação. Depois da fecundação, ocorre 
então a formação da célula-ovo ou zigoto. Essa primeira célula de um novo ser sofre divisões durante o 
seu trajeto pelo tubo até o útero. O sexo biológico desse novo ser humano – ou seja, o sexo do bebê – é 
definido na fecundação pelos cromossomos X ou Y. 
Os seres humanos, salvo raras exceções possuem 46 cromossomos, sendo que dois deles são os 
cromossomos sexuais (que definem o sexo). As mulheres possuem dois cromossomos X (portanto ela á 
XX) e os homens, um X e um Y (portanto XY). 
 
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Na divisão celular (meiose) para a formação dos gametas (óvulo e espermatozoide) a mulher só gera 
gametas (óvulos) X enquanto que o homem pode gerar gametas (espermatozoides) X e Y. Então: 
- Se o espermatozoide que contém o cromossomo X fecundar o óvulo (X), o embrião será do sexo 
feminino (XX). 
- Se o espermatozoide que contém o cromossomo Y fecundar o óvulo (X), o embrião será do sexo 
masculino (XY). 
 
A Menstruação 
 
A menstruação ocorre quando não há fecundação e o óvulo é eliminado pelo canal vaginal com o 
sangue e o material resultante da descamação da mucosa uterina. O ciclo menstrual é o período entre o 
início de uma menstruação e outra. Esse período dura, em média 28 dias, mas pode ser mais curto ou 
mais longo. A primeira menstruação se chama menarca e, na maioria das vezes ocorre entre 11 e 13 
anos, embora não exista uma idade determinada para isso. A menstruação representa o início da vida 
fértil, isto é, o período em que a mulher pode, se não houver problemas, engravidar. 
Por volta dos 50 anos o “estoque” de óvulos se esgota, pois alguns foram liberados nas ovulações e 
outros se degeneraram. Cessam as menstruações e, com isso a fertilidade da mulher. Nessa fase, 
denominada menopausa, grande parte das mulheres sentem desconforto por conta da redução de 
hormônios. Esse desconforto é marcado principalmente por aumento da sensação de calor corporal e 
pode ser diminuído com tratamento médico. 
A menstruação pode vir acompanhada de cólicas. Se as dores forem leves, atividades físicas 
orientadas, técnicas de relaxamento bolsa de água quente sobre o ventre e chás podem ser de grande 
ajuda. Caso as cólicas sejam intensas e dolorosas, é recomendado procurar um ginecologista, que pode 
ajudar a solucionar esse problema. Durante a menstruação o cuidado com a higiene deve ser redobrado. 
O sangue eliminado não é sujo, mas, em contato com o ar, pode provocar mau cheiro e se transformar 
em um meio propício para o desenvolvimento de micróbios. A rotina não deve ser alterada. Tomar banho, 
lavar os cabelos, fazer ginástica, dançar, tomar sorvete não faz mal algum. Os absorventes descartáveis 
são os mais indicados, e a troca deles deve ser regular, de acordo com a intensidade do fluxo sanguíneo. 
 
Sistema tegumentar 
 
O sistema tegumentar reveste o corpo, protegendo-o contra o atrito, a perda de água, a invasão de 
micro-organismos e a radiação ultravioleta. Tem papel na percepção sensorial (tato, calor, pressão e dor), 
na síntese de vitamina D, na termorregulação, na excreção de íons e na secreção de lipídios protetores 
e de leite. 
 
Constituintes 
 
O sistema tegumentar (ou tegumento) é constituído pela pele e os seus anexos: pelos, unhas, 
glândulas sebáceas, sudoríparas e mamárias. 
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A pele é o maior órgão do corpo. É composta pela epiderme, de epitélio estratificado pavimentoso 
queratinizado, e pela derme, de tecido conjuntivo. Subjacente, unindo-a aos órgãos, há a hipoderme (ou 
fáscia subcutânea), de tecido conjuntivo frouxo e adiposo. 
A pele apresenta diferenças segundo a sua localização. A palma das mãos e a planta dos pés, que 
sofrem um atrito maior, possuem uma epiderme constituída por várias camadas celulares e por uma 
camada superficial de queratina bastante espessa. Esse tipo de pele foi denominado pele grossa (ou 
espessa). Não possui pelos e glândulas sebáceas, mas as glândulas sudoríparas são abundantes. A pele 
do restante docorpo tem uma epiderme com poucas camadas celulares e uma camada de queratina 
delgada e foi designada pele fina (ou delgada). A epiderme da pele grossa mede 0,8 a 1,4mm, enquanto 
a da pele fina, 0,07 a 0,12mm. 
 
Epiderme 
 
A epiderme é constituída de tecido epitelial, cujas células apresentam diferentes formatos e funções. 
Elas são originadas na camada basal, e se movem para cima, tornando-se mais achatadas à medida que 
sobem. Quando chegam na camada mais superficial (camada córnea) as células estão mortas (e sem 
núcleo) e são compostas em grande parte por queratina. Entre a camada basal (mais interna) e a córnea 
(mais externa), há a camada granulosa, onde as células estão repletas de grânulos de queratina e a 
espinhosa, na qual as células possuem prolongamentos que as mantêm juntas, dando-lhe esse aspecto. 
Nos vertebrados terrestres, as células da camada córnea são eliminadas periodicamente, tal como em 
répteis que trocam a pele, ou continuamente em placas ou escamas, como acontece nos mamíferos 
assim como nos humanos. 
 
Derme 
 
Também chamada de pele verdadeira, a derme é elástica, rija e flexível. É a camada intermediária da 
pele que fica abaixo da epiderme. Nela encontra-se a elastina e o colágeno responsáveis pela 
elasticidade. As fibras da derme não são substituídas com a idade e as pessoas mais idosas apresentam 
mais flacidez. 
 
Tecido Subcutâneo 
Esse parte não é considerado como parte da pele e por isso recebe o nome de hipoderme ou tecido 
subcutâneo. Ele é formado essencialmente pelo tecido adiposo e tecido conjuntivo frouxo. Possui as 
seguintes funções: fixar a pele e isolar o corpo de mudanças extremas no meio ambiente. 
 
Sistema esquelético 
 
O sistema esquelético é constituído de ossos e cartilagens, além dos ligamentos e tendões. O 
esqueleto sustenta e dá forma ao corpo, além de proteger os órgãos internos e atua em conjunto com os 
sistemas muscular e articular para permitir o movimento. Outras funções são a produção de células 
sanguíneas na medula óssea e armazenamento de sais minerais, como o cálcio. O osso é uma estrutura 
viva, muito resistente e dinâmica pois tem a capacidade de se regenerar quando sofre uma fratura. 
 
Tipos de células do osso 
 
As células ósseas ficam localizadas em pequenas cavidades existentes nas camadas concêntricas de 
matriz mineralizada. 
 
Quando jovens, elas são chamadas osteoblastos e apresentam longas projeções citoplasmáticas, 
que tocam os osteoblastos vizinhos. Ao secretarem a matriz intercelular ao seu redor, os osteoblastos 
ficam presos dentro de pequenas câmeras, das quais partem canais que contêm as projeções 
citoplasmáticas. 
 
Quando a célula óssea se torna madura, transforma-se em osteócito, e seus prolongamentos 
citoplasmáticos se retraem, de forma que ela passa a ocupar apenas a lacuna central. Os canalículos 
onde ficavam os prolongamentos servem de comunicação entre uma lacuna e outra, e é através deles 
que as substâncias nutritivas e o gás oxigênio provenientes do sangue até as células ósseas. 
Além dos osteoblastos e dos osteócitos, existem outras células importantes no tecido ósseo: os 
osteoclastos. Essas células são especialmente ativas na destruição de áreas lesadas ou envelhecidas 
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do osso, abrindo caminho para a regeneração do tecido pelos osteoblastos. Os cientistas acreditam que 
os ossos estejam em contínua remodelação, pela atividade conjunta de destruição e reconstrução 
empreendidas, respectivamente, pelos osteoclastos e osteoblastos. Você encontrará mais informações 
sobre os osteoclastos no texto sobre remodelação óssea. 
 
Estrutura dos Ossos 
A estrutura óssea é constituída de diversos tipos de tecido conjuntivo (denso, ósseo, adiposo, 
cartilaginoso e sanguíneo) e de tecido nervoso. 
 
Os ossos longos são formados por distintas camadas, sendo estas: 
 
-Periósteo: a mais externa, é uma membrana fina e fibrosa (tecido conjuntivo denso) que envolve o 
osso, exceto nas regiões de articulação (epífises). É no periósteo que se inserem os músculos e tendões. 
-Osso compacto: O tecido ósseo compacto é composto de cálcio, fósforo e fibras de colágeno que 
lhe dão resistência. É a parte mais rígida do osso, formada por pequenos canais que circulam nervos e 
vasos, entre estes canais estão espaços onde se encontram os osteócitos. 
-Osso esponjoso: o tecido ósseo esponjoso é uma camada menos densa. Em alguns ossos apenas 
essa estrutura está presente e pode conter medula óssea. 
-Canal medular: é a cavidade onde se encontra a medula óssea, geralmente presente nos ossos 
longos. 
-Medula óssea: A medula vermelha (tecido sanguíneo) produz células sanguíneas, mas em alguns 
ossos deixa de existir e há somente medula amarela (tecido adiposo) que armazena gordura. 
 
 
 
Número de Ossos do Corpo Humano: 
 
É admitido que existem 206 ossos no corpo humano, sendo estes: 
 
-Cabeça = 22 
 Crânio = 08 
 Face = 14 
 
-Pescoço = 8 
 
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-Tórax = 37 
 24 costelas 
 12 vértebras 
 1 esterno 
 
-Abdômen = 7 
 5 vértebras lombares 
 1 sacro 
 1 cóccix 
-Membro Superior = 32 
 Cintura Escapular = 2 
 Braço = 1 
 Antebraço = 2 
 Mão = 27 
 
-Membro Inferior = 31 
 Cintura Pélvica = 1 
 Coxa = 1 
 Joelho = 1 
 Perna = 2 
 Pé = 26 
 
-Ossículos do Ouvido Médio = 3 
 
Classificação dos ossos: 
 
Os ossos são classificados de acordo com a sua forma em: 
- Longos: têm duas extremidades ou epífises; o corpo do osso é a diáfise; entre a diáfise e cada epífise 
fica a metáfise. A diáfise é formada por tecido ósseo compacto, enquanto a epífise e a metáfise, por tecido 
ósseo esponjoso. Exemplos: fêmur, úmero. 
- Curtos: têm as três extremidades praticamente equivalentes e são encontrados nas mãos e nos pés. 
São constituídos por tecido ósseo esponjoso. Exemplos: calcâneo, tarsos, carpos. 
-Planos ou Chatos: são formados por duas camadas de tecido ósseo compacto, tendo entre elas uma 
camada de tecido ósseo esponjoso e de medula óssea Exemplos: esterno, ossos do crânio, ossos da 
bacia, escápula. 
 
Sistema muscular 
 
Os músculos são estruturas que cruzam articulações e, com isso, conseguem transmitir movimento. 
Possuem fibras musculares que podem ser controladas por meio do sistema nervoso. São 
aproximadamente 212 músculos no corpo humano e eles influenciam no peso corporal, ajudam na 
movimentação do corpo humano, trabalham com a movimentação de seu corpo, auxiliam a manter a 
temperatura do corpo e ajudam no fluxo sanguíneo. 
O sistema muscular realiza diversos movimentos que são controlados pelo seu cérebro. Os músculos 
ajudam a manter a postura evitando dores crônicas. Mas, um dos principais trabalhos do músculo é sua 
capacidade de contração, tornando-se essencial para a movimentação. 
 
Funções: 
 
- Participação na realização de movimentos pelo corpo; 
- Manutenção da postura corporal; 
- Produção de calor; 
- Participação nos movimentos peristálticos (caso dos músculos lisos). 
 
Os músculos são classificados em: 
 
-Liso ou visceral: é composto por células fusiformes com apenas um núcleo, apresenta contração 
involuntária e é encontrado na parede de vasos sanguíneos, bexiga, intestino e útero, ou seja, estruturas 
ocas do corpo. Responsável pela impulsão de líquidos como sangue, urina, esperma, bile, entre outros. 
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As células do músculo liso reagem a sinais químicos oriundos de outras células ou hormônios. A principal 
das funções desse músculo é a compressão do conteúdo das cavidades a que pertencem, participando, 
assim, de processos como digestão e regulação da pressão arterial. São chamados de lisos porque suas 
fibras nãoapresentam estriações. 
-Estriado cardíaco: Formado por uma rede de fibras conjugadas e ramificadas que compõe o 
miocárdio, revestimento muscular do coração. Produz contrações involuntárias, sendo controlado pelo 
sistema nervoso vegetativo. 
-Estriado esquelético: formado por fibras musculares, apresenta terminações nervosas e está 
diretamente ligado ao movimento e à postura corporal. Recebe esse nome por apresentar estriações 
formadas pelas proteínas actina e miosina. 
 
A contração muscular 
 
A grande maioria dos animais possuem células nervosas e musculares. Em todos eles, o mecanismo 
de funcionamento dessas células é exatamente o mesmo. A coordenação interna do organismo e o seu 
relacionamento com o meio ambiente são funções exercidas pelo sistema nervoso. Ao sistema sensorial 
cabe a recepção das mensagens provenientes do meio ambiente. A resposta, muitas vezes representada 
por um movimento, é papel dos tecidos musculares. 
 
-Os miofilamentos: actina e miosina 
 
Toda a célula muscular contém filamentos proteicos contráteis de dois tipos: actina e miosina. Esses 
miofilamentos (ou miofibrilas) são diferenciados um do outro pelo peso molecular, maior no filamento de 
miosina. Ao microscópio eletrônico, a actina aparece sob a forma de filamentos finos, enquanto a miosina 
é representada por filamentos grossos. A interação da actina com a miosina é o grande evento 
desencadeador da contração muscular. A disposição regular dessas proteínas ao longo da fibra produz 
o padrão de faixas claras e escuras alternadas, típicas do músculo estriado. 
As unidades de actina e miosina que se repetem ao longo da miofibrila são chamadas, sarcômeros. 
As faixas mais externas dos sarcômeros, claras, são denominadas de banda I e contêm apenas filamentos 
de actina. A faixa central mais escura é denominada banda A. As extremidades da banda A são formadas 
por filamentos de actina e miosina sobrepostos, enquanto a sua região mediana mais clara, denominada 
banda H, contém apenas miosina. 
 
 
Questões 
 
01. A glândula hipófise, também chamada de pituitária, é considerada a glândula mestra por liberar 
diversos hormônios que controlam outras glândulas. Alguns dos hormônios liberados pela hipófise não 
são secretados por ela. Analise as alternativas a seguir e marque aquela que contém dois hormônios 
produzidos pelo hipotálamo e estocados na hipófise. 
(A) Hormônio folículo estimulante e prolactina. 
(B) Hormônio luteinizante e hormônio do crescimento. 
(C) Hormônio tireoestimulante e hormônio adrenocorticotrófico. 
(D) Hormônio antidiurético e oxitocina. 
(E) Tiroxina e tri-iodotironina 
 
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02. (UFPE) Assinale a alternativa que indica um hormônio muito importante para o equilíbrio hídrico 
no corpo humano, conhecido como ‘hormônio poupador de água’. 
(A) A acetilcolina. 
(B) A timosina. 
(C) O ADH. 
(D) A adrenalina. 
(E) O glucagon 
 
03. A hipófise é uma glândula localizada abaixo do hipotálamo que pode ser dividida em adenoipófise 
ou neuroipófise. Na adenoipófise, vários hormônios são produzidos, incluindo-se o hormônio luteinizante, 
que apresenta como função 
(A) estimular a contração do útero. 
(B) promover a ovulação. 
(C) promover a reabsorção de água pelos rins. 
(D) secretar o leite. 
(E) promover a quebra de glicogênio em glicose 
 
04. A hipófise é uma glândula constituída de duas porções: adenoipófise e neuroipófise. Observe as 
alternativas a seguir e marque aquela em que são indicados apenas hormônios liberados pela 
adenoipófise. 
(A) Hormônio folículo estimulante e oxitocina. 
(B) Hormônio luteinizante e vasopressina. 
(C) Somatotrofina e prolactina. 
(D) Vasopressina e prolactina. 
(E) Oxitocina e glucagon. 
 
05 (UFT/adaptado 2015). A homeostase em animais é mantida por dois sistemas de controle: o neural 
e o endócrino. Os hormônios exercem efeitos impressionantes nos processos da reprodução, de 
desenvolvimento e metabólicos. A hipófise é uma glândula endócrina dividida em dois lobos, adeno-
hipófise e neurohipófise, e produz uma série de hormônios que modula outras glândulas, entre elas, a 
tireóide. O hormônio ........... produzido pela .................. estimula a tireóide, modulando a secreção dos 
hormônios..................... e ......................, através de um refinado mecanismo de controle recíproco, 
conhecido por retroalimentação. 
Entre as alternativas a seguir, qual descreve adequadamente a complementação das lacunas acima? 
(A) TSH, neuro-hipófise, tireoxina (T4) e triiodotireonina (T3). 
(B) TSH, adeno-hipófise, tireoxina (T4) e triiodotireonina (T3). 
(C) tireoxina (T4), adeno-hipófise, TSH e triiodotireonina (T3). 
(D) TSH, adeno-hipófise, calcitonina e tireoxina (T4). 
 
06. (UFRGS) A secreção do hormônio de crescimento STH produz quais dos seguintes efeitos? 
(A) lipólise aumenta, absorção de cálcio aumenta e síntese proteica diminui. 
(B) lipólise aumenta, absorção de cálcio aumenta e síntese proteica aumenta. 
(C) lipólise diminui, absorção de cálcio diminui e síntese proteica diminui. 
(D) lipólise diminui, absorção de cálcio aumenta e síntese proteica aumenta. 
(E) lipólise aumenta, absorção de cálcio diminui e síntese proteica diminui. 
 
07. (FUVEST- SP) Além da sustentação do corpo, são funções dos ossos: 
(A) armazenar cálcio e fósforo; produzir hemácias e leucócitos. 
(B) armazenar cálcio e fósforo; produzir glicogênio. 
(C) armazenar glicogênio; produzir hemácias e leucócitos; 
(D) armazenar vitaminas; produzir hemácias e leucócitos. 
(E) armazenar vitaminas; produzir proteínas do plasma 
 
08. Sabemos que o sistema esquelético é formado por uma grande quantidade de ossos interligados 
que formam o esqueleto. Esses ossos são formados pelo tecido ósseo, um tipo de tecido conjuntivo que 
é formado por três tipos celulares: osteoblastos, osteoclastos e osteócitos. 
Entre as alternativas a seguir, marque aquela que indica corretamente a função do osteócito. 
(A) Os osteócitos produzem a matriz orgânica. 
(B) Os osteócitos são células maduras que ajudam na manutenção da matriz óssea. 
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(C) Os osteócitos reabsorvem o osso através da liberação de enzimas. 
(D) Os osteócitos formam os ossos compactos. 
(E) Os osteócitos produzem as cartilagens encontradas nas epífises. 
 
09. Uma pessoa adulta possui 206 ossos que, em conjunto, formam o esqueleto. Esses ossos podem 
ser classificados, de acordo com seu formato, em longos, curtos, laminares, irregulares e sesamoides. 
Marque a alternativa que indica corretamente o nome de um osso longo, um laminar e um irregular, 
respectivamente. 
(A) Fíbula, ossos do crânio e vértebras. 
(B) Ossos do carpo, escápula e úmero. 
(C) Patela, úmero e ossos do crânio. 
(D) Rádio, vértebras e escápula. 
(E) Ossos do crânio, ossos do carpo e vértebras. 
 
10. (PUC- Campinas-SP) Quando se come um cozido, as batatas e a carne começam a ser digeridas, 
respectivamente: 
(A) no estômago e na boca. 
(B) na boca e no estômago. 
(C) na boca e no duodeno. 
(D) no estômago e no duodeno. 
(E) no duodeno e no estômago. 
 
11. No processo de deglutição, o bolo alimentar é empurrado pela língua para a faringe e então segue 
para o esôfago. Às vezes, o alimento entra na laringe, obstruindo assim a passagem de ar. Quando isso 
ocorre, a pessoa engasga e em casos mais graves, a falta de ar pode levar a morte. Qual o nome da 
estrutura responsável por impedir que o alimento entre na laringe? 
(A) Cárdia. 
(B) Epiglote. 
(C) Jejuno. 
(D) Piloro. 
(E) Quimo. 
 
12. (UFF) O sistema imune apresenta um tipo de célula que passa do vaso sanguíneo para o tecido 
conjuntivo onde irá exercer sua função de defesa. A célula e a passagem são, respectivamente, 
identificadas como: 
(A) basófilos e pinocitose. 
(B) macrófagos e fagocitose. 
(C) leucócitos e endocitose. 
(D) leucócitos e diapedese. 
(E) glóbulos brancos e endocitose. 
 
13. . Qual é o sentido da circulaçãolinfática? Cite duas funções da linfa. 
 
14. No interior dos vasos linfáticos circula uma substância denominada linfa. Esse fluido é semelhante 
ao tecido sanguíneo, entretanto, não apresenta: 
(A) Leucócitos. 
(B Linfócitos. 
(C) Plasma. 
(D) Hemácias 
 
15. Quando ficamos doentes, é comum que os linfonodos aumentem de tamanho, formando as 
popularmente conhecidas ínguas. Esse inchaço ocorre em virtude de: 
(A) um aumento de linfa no interior dos linfonodos. 
(B) um aumento da quantidade de hemácias no interior do linfonodo. 
(C) uma multiplicação de linfócitos no interior do linfonodo. 
(E) um aumento do número de vírus mortos no interior do linfonodo 
 
Apostila gerada especialmente para: Walter Mello Mazzini 054.594.089-38
 
124 
 
16. O sistema respiratório possui como função principal permitir a entrada de oxigênio no nosso corpo 
e a saída de gás carbônico. A respeito desse sistema, marque a alternativa que indica corretamente o 
nome das estruturas indicadas pelo número 1, 2 e 3 na figura a seguir: 
Esquema das vias respiratórias 
 
Esquema das vias respiratórias 
(A) 1- laringe; 2- traqueia; 3- pulmões. 
(B) 1- traqueia; 2- pulmão; 3- alvéolos. 
(C) 1- traqueia; 2- brônquio; 3- pulmões. 
(D) 1- brônquio; 2- bronquíolo; 3- alvéolos. 
(E) 1- traqueia; 2- brônquio; 3- alvéolos. 
 
17. Sabemos que o ato de respirar é composto pelos movimentos de inspiração e de expiração, que 
coordenam a entrada e a saída de ar das vias respiratórias. Marque a alternativa que indica corretamente 
o que acontece com os músculos intercostais e com o diafragma no momento da inspiração. 
(A) Músculos intercostais contraem-se e o diafragma relaxa. 
(B) Músculos intercostais relaxam e o diafragma contrai. 
(C) Músculos intercostais e o diafragma relaxam. 
(D) Músculos intercostais e o diafragma contraem. 
 
18. (PUC-MG) As trocas gasosas no pulmão humano, em condições normais, ocorrem: 
(A) nos alvéolos. 
(B) nos bronquíolos. 
(C) nos brônquios. 
(D) na traqueia. 
(E) na laringe. 
 
19. (UFRN) Durante a respiração, quando o diafragma se contrai e desce, o volume da caixa torácica 
aumenta, por conseguinte a pressão intrapulmonar: 
(A) diminui e facilita a entrada de ar. 
(B) aumenta e facilita a entrada de ar. 
(C) diminui e dificulta a entrada de ar. 
(D) aumenta e dificulta a entrada de ar. 
(E) aumenta e expulsa o ar dos pulmões. 
 
Resposta 
 
01. Resposta D 
O hormônio antidiurético promove a reabsorção de água pelos rins, enquanto a oxitocina ou ocitocina 
ajudam na contração do útero e ejeção do leite. Ambos os hormônios são produzidos no hipotálamo. 
 
02. Resposta C 
O hormônio poupador de água é o hormônio antidiurético, que desencadeia a reabsorção de água 
pelos rins. Esse hormônio é produzido pelo hipotálamo e armazenado e liberado pela neuroipófise. 
 
 
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125 
 
03. Respostas B 
O hormônio luteinizante estimula a ovulação e a formação do corpo amarelo em mulheres. Nos 
homens, estimula a produção de testosterona. 
 
04. Resposta C 
A somatotrofina, também chamada de hormônio do crescimento, e a prolactina, que atua na produção 
e secreção do leite, são hormônios produzidos e secretados pela adenoipófise. 
 
05. Resposta B. 
 
06 Resposta B 
 
07. Resposta A 
Os ossos estão relacionados com a sustentação do corpo, a movimentação, produção de células 
sanguíneas e reserva de minerais. 
 
08. Resposta B 
Os osteócitos são células maduras que ficam localizadas nas lacunas e atuam na manutenção da 
matriz óssea. 
 
09. Resposta A 
Os ossos longos podem ser definidos como aqueles que apresentam um comprimento maior que a 
largura. Já os laminares são aqueles que possuem pouca espessura. Os ossos irregulares, por sua vez, 
são aqueles que não apresentam forma definida. 
 
10. Resposta B 
As batatas apresentam grande quantidade de amido. A digestão do amido inicia-se na boca graças à 
ação da amilase salivar ou ptialina. Já a carne apresenta grande quantidade de proteínas. As proteínas 
são digeridas inicialmente no estômago, graças à ação da pepsina. 
 
11. Resposta B 
Movimentos peristálticos são movimentos involuntários realizados pela parede do esôfago e outras 
partes do tubo digestório, que permitem a movimentação do alimento. 
 
12. Resposta D. 
Diapedese é o mecanismo em que uma célula sai de uma célula do interior do vaso para o tecido 
conjuntivo adjacente. Ele é realizado, entre outros tipos de leucócitos, pelos glóbulos brancos. 
 
13.Resposta 
 A linfa circula da periferia ao coração, através de capilares, vasos e dutos linfáticos. Este liquido, a 
linfa, atua na defesa do organismo (fagocitose, formação de anticorpos) e dificulta a formação de edemas, 
auxiliando na reabsorção do excesso de liquido intersticial. 
 
14. Resposta D 
A linfa é um líquido de coloração esbranquiçada que contém uma grande quantidade de leucócitos e 
não apresenta hemácias. Apresenta composição semelhante à do plasma, entretanto tem baixa 
concentração de proteínas. 
 
15. Resposta C 
Quando um micro-organismo chega a um linfonodo, ocorre uma multiplicação das células de defesa 
do corpo, levando à tumefação do órgão. 
 
16. Resposta E 
As estruturas indicadas são a traqueia (1), brônquio(2) e alvéolos (3). 
 
17. Resposta D 
No momento da inspiração, ocorre a contração dos músculos intercostais e do diafragma, ocasionando 
o aumento da caixa torácica e uma diminuição da pressão interna. 
 
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18. Resposta A 
A hematose é um processo em que o gás carbônico do sangue passa para o interior dos alvéolos e o 
oxigênio presente nos alvéolos passa para o sangue. Esse processo ocorre nos alvéolos. 
19. Resposta A 
O processo descrito é o da inspiração, que faz com que a caixa torácica aumente de volume, 
diminuindo, assim, a pressão intrapulmonar e forçando a entrada do ar nos pulmões. 
 
Fisiologia Vegetal 
 
Raiz 
 
A raiz é o órgão da planta que geralmente cresce dentro do solo fixando a planta, bem como, 
absorvendo a água e os sais minerais em solução. As raízes podem ainda, realizar funções especiais, 
tais como armazenamento de reservas nutritivas e aeração, divergindo dos tipos mais comuns. As raízes 
são caracterizadas como órgãos cilíndricos, subterrâneos e aclorofilados que apresentam geotropismo 
positivo e fototropismo negativo. Suas ramificações originam-se internamente (endógenas) e estão 
distribuídas irregularmente em toda a sua extensão.17 
 
Partes das raízes 
 
A extremidade de uma raiz é envolta por um aglomerado de células denominado coifa, cuja função é 
proteger o meristema radicular, um tecido em que as células estão se multiplicando ativamente por mitose. 
É no meristema que são produzidos as novas células da raiz, o que possibilita o seu crescimento. 
Logo após a extremidade, localiza-se a região onde as células surgidas por mitose crescem. Nessa 
região denominada zona crescimento ou de alongamento celular, a raiz apresenta a maior taxa de 
crescimento. 
Após a zona de distensão situa-se a zona pilífera (pilosa) da raiz, que se caracteriza por apresentar 
células epidérmicas dotadas de projeções citoplasmáticas finas e alongadas, os pelos absorventes. É 
através desses pelos que a raiz absorve a maior parte da água e dos sais minerais de que precisa. 
A região suberosa ou de ramificação é de onde se originam as raízes secundárias que auxiliam a 
fixação da planta no solo e aumentam a superfície de absorção. 
 
 
Tipos de raízes 
 
As raízes podem ser classificadas, segundo o meio em que se encontram, em: terrestres, aquáticas e 
aéreas. 
 
-Terrestres ou subterrâneas 
Raízes que se desenvolvem nas plantas que crescem em solos firmes. Entre essas raízes podemos 
observar dois tipos de raízes: 
(1) Raiz pivotante ou axial: apresenta uma raiz principal, maior e mais desenvolvida, que penetra 
perpendicularmente no solo e forma muitas raízes secundárias, cada vez mais finas, que crescemem 
direção oblíqua. Esse tipo de raiz são formadas a partir de um único meristema, ou seja, a partir do 
meristema presente na radícula do embrião, e ocorre em gimnospermas e dicotiledôneas. 
 
17 http://www.anatomiavegetal.ib.ufu.br/ 
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(2) Raiz fasciculada ou em cabeleira: formada por inúmeras raízes adventícias, uma vez que, a raiz 
primária não tem um desenvolvimento acentuado, ou logo se degenera. Essas novas raízes crescem 
rapidamente, tornando impraticável a distinção entre elas e a raiz. As raízes adventícias formam-se a 
partir de outros órgãos, principalmente a partir do caule. 
 
 
-Aquáticas 
Raízes que se formam em plantas aquáticas e destacam-se pela abundância em aerênquima, um 
tecido com um grande volume de espaços internos, que auxiliam a planta na flutuação e na respiração. 
As plantas aquáticas podem ser classificadas em: 
 
(1) Lodosas: plantas aquáticas que possuem as raízes fixas no substrato, nos pântanos e no fundo 
de rios e lagos. Exemplo: vitória-régia (Victoria amazônica - Nymphaeaceae). 
 
(2) Natantes: plantas aquáticas que flutuam livremente na água.Exemplo: aguapé (Eichhornia 
crassipes, Pontederiaceae). 
 
 
 
Aéreas 
 Raízes que se desenvolvem parcialmente ou totalmente em contato com a atmosfera, apresentando 
as mais diversas adaptações estruturais e funcionais. As raízes aéreas são comuns entre as plantas 
epífitas e são todas consideradas adventícias quanto à origem. 
 
Tipos especiais de raízes 
Raízes subterrâneas 
-Tuberosas: desenvolvem-se como estruturas de reserva, tornando-se intumescida, apresentando ou 
não crescimento anômalo em espessura. O acúmulo de substâncias de reserva pode ocorrer na raiz 
principal, como em cenoura, ou nas raízes laterais, como em batata doce. 
 
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128 
 
 
 
- Contráteis 
Esse tipo de raiz possui a capacidade de contrair-se e, ao fazerem esta contração, aprofundam-se no 
solo, puxando para baixo as partes da planta onde estão inseridas. Exemplos: ginseng (Panax ginseng, 
Araliaceae) e lírio (Lilium sp. - Liliaceae). 
 
Raízes aéreas 
-Suporte: apresentam um sistema radicular bem desenvolvido, formando outras raízes adventícias 
acima do solo denominadas de raízes suporte. Essas raízes formam-se especialmente naquelas plantas 
nas quais haveria perda de estabilidade, seja pelo fato do substrato não oferecer apoio suficiente como 
plantas que crescem no solo encharcado do mangue. Exemplo, pandano (Pandanus sp. - Pandanaceae), 
ou ainda pelo fato da planta ser relativamente alta para sua reduzida base de apoio como, por exemplo, 
o milho (Zea mays - Poaceae). 
 
 
-Tabulares: recebem esse nome por lembrarem o aspecto de tábuas, dispostas radialmente em torno 
da base do caule, e servem para aumentar a base de apoio de plantas de grande porte, auxiliando no 
equilíbrio e na sustentação do tronco, além de aumentarem a superfície de aeração. Exemplos (Ficus sp., 
Moraceae) e chichá (Sterculia chicha - Sterculiaceae). 
 
 
 
- Escora: quando a copa da árvore alcança grande desenvolvimento, numerosas raízes adventícias 
começam a formar-se a partir dos ramos laterais e, ao atingirem o chão, penetram no solo, ramificam-se 
e começam a apresentar um crescimento em espessura tão acentuado de sua parte aérea que logo se 
confundem com o caule. Exemplo: as raízes escora formam-se em algumas figueiras (Ficus bengalensis, 
Moraceae). 
 
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129 
 
 
 
- Cintura ou estrangulante: São raízes adventícias que abraçam outro vegetal, e muitas vezes seu 
hospedeiro morre por falta de seiva. Exemplos: araçá, mata-pau. 
 
 
 
- Grampiforme: prendem o vegetal em suportes, emitem uma espécie de grampo que os prende, 
como muros e estacas. Exemplo: a raiz da hera. 
 
 
 
Pneumatóforos: são raízes que emitem ramificações verticais ascendentes, de geotropismo negativo, 
que crescem para fora do solo encharcado dos mangues e pântanos como, por exemplo, (Rhizophora 
mangle - Rhizophoraceae). Essas raízes apresentam estruturas de aeração, semelhantes às lenticelas 
do caule, denominadas pneumatódios, que auxiliam a planta na obtenção do oxigênio atmosférico, tão 
escasso no solo encharcado. 
 
 
 
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-Sugadora ou Haustório: As plantas que possuem esse tipo de raiz são considerados parasitas, pois 
vivem à custa da outra planta. Essas raízes são adaptadas a extração de alimentos de plantas 
hospedeiras, sendo característica de planta parasita. Exemplo: cipó chumbo e a erva-de-passarinho. 
 
 
 
Caule 
O caule é o órgão da planta que fornece o suporte mecânico para folhas, flores e frutos, e também é 
responsável pela disposição destas partes na planta. 
Além de sustentar a parte aérea da planta, o caule pode desempenhar outras funções, tais como: 
condução de água e sais minerais das raízes para a copa; condução dos açúcares, aminoácidos, 
hormônios e outros metabólitos aí produzidos para as demais partes da planta; armazenamento de 
reservas nutritivas; e às vezes participar na propagação vegetativa da planta. 
 
Partes do caule 
A organização básica de um caule consiste num eixo com nós e entrenós (ou internós). Nos nós 
existem folhas e gemas, sendo esta a diferença fundamental entre o caule e a raiz. A gema existente no 
ápice de um eixo caulinar é a gema terminal, enquanto aquelas localizadas nas axilas das folhas (uma 
ou mais por axila) são denominadas gemas laterais ou axilares. 
 
 
 
Tipos de caules 
 
O caule pode ser classificado de diferentes maneiras, dependendo da característica analisada. 
 
Quanto à consistência 
- Herbáceos: caules tenros, geralmente clorofilados, flexíveis, não lignificados, característico das 
ervas. Exemplo: moréia. 
 
 
- Sublenhosos: caules lignificados apenas na região basal, mais velha, junto às raízes e tenros no 
ápice. Ocorrem em muitos subarbustos. Exemplo: coroa-decristo. 
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131 
 
-Lenhosos: caules intensamente lignificados, rígidos, geralmente de grande porte e com um 
considerável aumento em diâmetro, como por exemplo, os troncos das árvores. Exemplo: mogno. 
 
 
 
Quanto ao desenvolvimento do caule (hábito) 
-Ervas: Plantas, geralmente, pouco desenvolvidas, de consistência herbácea, tenra devido à ausência 
de crescimento secundário. Exemplo: amor-perfeito. 
-Subarbustos: Plantas que alcançam aproximadamente 1,5m de altura, cujos ramos são sublenhosos. 
Exemplo: arnica. 
-Arbusto: Plantas de altura média inferior a 5m, resistentes, com ramos lenhosos sem um tronco 
predominante, porque o caule ramifica-se a partir da base. Exemplo: ixora. 
-Árvore: Plantas de altura superior a 5m, geralmente com um tronco nítido que apresenta crescimento 
secundário sendo que a parte ereta constitui a haste e a ramificada constitui a copa. Exemplo: 
pinheirodourado. 
-Trepadeira: Caule tipo cipó, trepador, sarmentoso, lenhoso, por muitas vezes atingindo vários metros 
de comprimento. Exemplo: cipó-de-São-João. 
 
Quanto ao habitat 
-Caules aéreos: podem ser classificados em: Haste: caule de diâmetro relativamente pequeno, ereto, 
herbáceo, não lignificado e clorofilado. Os nós geralmente são evidenciados pela presença das folhas. 
Exemplo: copo-de-leite. 
-Tronco: caule robusto, com desenvolvimento maior na base e com ramificações no ápice, 
característico das árvores. Há um tipo especial de tronco, o tronco suculento que se apresenta 
intumescido pelo acúmulo 10 de água. Exemplo: paineira. 
-Estipe: caule geralmente cilíndrico, não ramificado, com uma coroa de folhas apenas no ápice (fig. 
5). Exemplo: pandano. 
-Estipe Colmo: caule geralmente ramificado e com uma nítida divisão entre nós e entrenós e com 
folhasdesde a base. 
-Caules rastejantes: são aqueles que crescem paralelamente ao solo 
-Caule volúvel: caule aéreo que se enrola em um suporte. Os caules volúveis são dotados de 
irritabilidade e enrolam-se ao tocar em um suporte, podendo fazê-lo pela direita ou pela esquerda. 
Exemplo: campainha e cipó-uva 
-Caules subterrâneos: podem ser considerados formas incomuns de caule, principalmente, porque 
uma das funções primárias do caule é a de expor as folhas à luz. Os caules subterrâneos, geralmente, 
são estruturas que associam as funções de armazenamento de reservas e formas de propagação 
vegetativa. Os caules servem também para garantir a vida da planta quando as partes aéreas não 
sobrevivem, quer pelo frio, seca ou queimada. Exemplos: bananeira e espada- de-São-Jorge. 
-Rizoma: caule mais ou menos cilíndrico, com folhas modificadas em catáfilos. O caule apresenta 
crescimento horizontal na superfície do solo ou levemente enterrado, mas próximo à superfície do solo, 
podendo ser delgado ou suculento, mas em ambos os casos, geralmente, é armazenador de substâncias. 
Exemplo: bananeira lírio-do-brejo e espada-de-São-Jorge. 
- Tubérculo: caule subterrâneo que apresenta a porção terminal de seus ramos longos e delgados, 
dilatada e cheia de reservas. Como o rizoma, o tubérculo apresenta-se envolvido por catáfilos 
membranosos (ou apenas as suas cicatrizes) e gemas. O tubérculo difere do rizoma pelo fato do seu 
espessamento (acúmulo de substâncias) limitar-se às porções terminais e por não formar raízes 
adventícias a partir dos nós. Exemplo: batata inglesa. 
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- Bulbo: sistema caulinar comprimido verticalmente, onde o caule propriamente dito é reduzido a um 
“disco basal” do qual partem muitos catáfilos densamente dispostos, os mais externos secos e os mais 
internos suculentos. Exemplo: cebola. 
 
Adaptações do caule 
Para adaptar-se ao ambiente, as plantas criam determinadas. As adaptações do caule são: 
- Gavinhas caulinares: são ramos modificados formados na axila das folhas e que servem como 
elementos de fixação para o caule trepador. 
- Espinhos: são gemas desenvolvidas com função de proteção contra predação 
- Cladódio: caule modificado que assume a aparência e a função fotossintetizante de uma folha, mas 
que apresenta crescimento contínuo, devido à presença de uma gema apical. 
 
Folha 
A folha é um apêndice caulinar presente em quase todos os vegetais superiores, salvo exceções, como 
por exemplo, em algumas espécies de ambientes secos (cactos), onde é comum a transformação em 
espinhos. A folha é o órgão vegetativo que apresenta grande polimorfismo e adaptações a diferentes 
ambientes e funções. 
As folhas são, em geral, estruturas planas, de modo que o tecido clorofiliano, responsável pela 
fotossíntese, fica próximo à superfície. Se a forma da folha facilita a captação da luz, as aberturas 
necessárias para a absorção do gás carbônico levam ao mesmo tempo à perda de água. As folhas são 
as principais fontes de perda de água das plantas. Tendo-se em conta que a transpiração excessiva pode 
levar à desidratação e, até mesmo, à morte das folhas ou das plantas, em sentido amplo, a forma e a 
anatomia da folha devem possibilitar uma relação que permita a captura de luz e absorção de gás 
carbônico, evitando a perda excessiva de água. 
 
Partes da folha 
A folha é composta por limbo (lâmina), pecíolo ou bainha, e o pecíolo. 
 
 
 
-Limbo: parte achatada da folha, com a forma de lâmina. Em sua superfície encontram-se pequenos 
orifícios, visíveis somente ao microscópio, chamados estômatos. É através deles que a planta realiza as 
trocas gasosas com o meio ambiente. Observando o limbo de uma folha, percebemos que ele é todo 
riscado por nervuras que contêm os vasos condutores de seiva bruta e seiva elaborada. 
-Pecíolo: é a haste que prende a folha ao caule e ao ramo. 
- Bainha: é a porção terminal do pecíolo que abraça o caule é geralmente bem desenvolvida. Em 
algumas famílias sua função é dar proteção às gemas axilares. 
 
Classificação da folhas 
Na Natureza, é possível encontrar folhas com variados formatos e características. Para classificar uma 
folha, considera-se diversos aspectos, tais como: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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133 
 
Classificação das folhas quanto às suas nervuras 
 
- uninérvea (tem apenas uma nervura): 
 
- paralelinérvea (tem várias nervuras, paralelas entre si) 
 
 
 
- peninérvea (tem uma nervura principal, de onde partem outras nervuras secundárias) 
 
 
 
- palminérvea (tem várias nervuras principais, que partem todas do mesmo ponto na base do limbo) 
 
Classificação das folhas quanto à divisão do limbo 
 
- - folha simples (é apenas composta por um limbo) 
 
 
 
 
 
 
 
 
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- folha composta (folha composta por vários limbos) 
 
 
 
Classificação das folhas quanto à margem do limbo 
 
- folha inteira (quando a margem do limbo é lisa) 
 
 
 
- folha recortada (quando a margem do limbo tem recortes) 
 
 
 
Abscisão foliar 
A queda das folhas ocorre por meio de um processo chamado abscisão foliar. Inicialmente forma-se 
um tecido cicatricial na região do pecíolo que une a folha ao caule, o tecido de abscisão, que interrompe 
gradativamente a passagem de água e nutrientes minerais do caule para a folha. A planta, assim, perde 
as folhas com o mínimo de prejuízo e reduz a atividade metabólica durante todo o inverno. Na primavera, 
surgem novos primórdios foliares junto às gemas dormentes, que logo se desenvolvem em folhas. 
 
Flor 
As angiospermas apresentam um conjunto de características reprodutivas reunidas em uma estrutura 
exclusiva, a flor. 
A evolução da flor foi seguramente um dos principais fatores que determinaram o sucesso e a grande 
diversidade das Angiospermas. Portanto, o estudo da estrutura e evolução da flor é importante na filogenia 
e classificação deste grupo de plantas. 
A típica flor das Angiospermas é monóclina, com pistilos e estames inseridos no mesmo receptáculo 
e protegidos por apêndices estéreis, tendo as sépalas a função de proteção e as pétalas de atração de 
polinizadores. A partir da flor primitiva, as tendências evolutivas gerais se deram nos seguintes sentidos: 
redução do número de elementos, disposição espiralada dos elementos passando à disposição cíclica; 
tépalas indiferenciadas passando à diferenciação de cálice e corola; adnação e fusão dos elementos; 
mudança de simetria da flor de actinomorfa para zigomorfa; formação de um hipanto que gradualmente 
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135 
 
se funde ao ovário com modificação do ovário súpero para ovário ínfero e reunião das flores em 
inflorescências. 
 
Partes da flor 
Considera-se a flor como sendo um ramo de crescimento determinado, que está localizado na porção 
terminal do caule, de um ramo caulinar ou axilar. Durante a evolução do vegetal como um conjunto, as 
folhas, os nós, os entrenós desse ramo foram se modificando profundamente, dando origem ao que 
conhecemos hoje como “flor”. Numa flor completa, são quatro os tipos modificados de folhas: 
-Sépalas: são folhas geralmente verdes. O conjunto de sépalas forma o cálice da flor. 
-Pétalas: São folhas geralmente coloridas. Ao conjunto de pétalas chama-se corola 
-Estames ou microesporofilos: São estruturas masculinas que irão formar o aparelho reprodutor 
masculino da planta, que chamamos de Androceu. 
-Carpelos: Formam o aparelho reprodutor feminino da planta. O conjunto de carpelos dão origem ao 
Gineceu. 
Os órgãos de suporte, órgãos que sustentam a flor, são chamados de: 
-pedúnculo – liga a flor ao resto do ramo. 
-receptáculo – dilatação na zona terminal do pedúnculo, onde se inserem as restantes peças florais 
 
 
 
Diagramas florais 
 
O número dos tipos de peças florais estudadas é variávelde flor para flor e pode ser representado 
esquematicamente por um diagrama. Cada tipo pode ser representado por 3, 4 ou 5 peças ou múltiplos 
desses números. Na flor do hibisco, por exemplo, uma planta comum em jardins, há 5 sépalas, 5 pétalas, 
um número múltiplo de 5 estames e um pistilo cujo ovário é dividido em 5 lojas. 
 
Inflorescências 
 
As inflorescências podem ser definidas como um sistema de ramos que possuem flores dispostas de 
maneira variada. Muitas vezes confundidas como uma flor única, como é o caso das margaridas, as 
inflorescências, na verdade, são vários conjuntos dessas estruturas. 
 
Classificação das inflorescências 
-Racemosa: Inflorescência em que o eixo principal cresce mais que os laterais e termina com uma 
gema apical que frequentemente produz novas flores. O desenvolvimento das flores acontece de baixo 
para cima ou de fora para dentro. 
- Cimosa: Em cada eixo dessa inflorescência, é possível encontrar uma flor, e os ramos laterais 
crescem mais que o eixo central. O eixo principal termina em uma flor, que é a primeira a se abrir. 
 
Tipos de inflorescência racemosa 
-Racemo: Flores presentes em pedicelos que saem de diferentes níveis do eixo principal e atingem 
diferentes alturas. Exemplo: chuva-de-ouro. 
-Corimbo: Flores presentes em pedicelos que saem de diferentes níveis do eixo principal e atingem a 
mesma altura. Exemplo: xixi-de-macaco. 
-Espiga: Flores sésseis dispostas em diferentes alturas no eixo principal. Exemplo: milho. 
-Espádice: Estrutura semelhante à espiga, mas que possui um eixo carnoso. Nessa inflorescência, 
verifica-se a presença de uma bráctea bastante desenvolvida. Exemplo: antúrio. 
Apostila gerada especialmente para: Walter Mello Mazzini 054.594.089-38
 
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-Capítulo: Flores inseridas em um eixo que se alarga na extremidade superior e forma uma superfície 
achatada. Exemplo: margarida. 
-Umbela: Flores presentes em pedicelos que saem do mesmo ponto do eixo principal, atingindo o 
mesmo nível. Exemplo: falsa-erva-de-rato. 
 
 
 
Tipos de inflorescência cimosa 
- Monocásio: Possuem um eixo primário terminado em flor e, logo abaixo, forma-se um eixo secundário 
lateral com uma flor final e assim sucessivamente. Exemplo: lírio. 
-Dicásio: Possuem um eixo primário terminado em flor e, logo abaixo, surgem dois eixos secundários 
terminados em flor e assim sucessivamente. Exemplo: begônia. 
 
 
 
Fecundação das flores 
Quando o grão de pólen cai no estigma da de uma flor, ocorre a sua germinação; o grão de pólen 
hidrata-se e dá origem ao túbulo polínico. Uma vez, formado o túbulo polínico inicia seu crescimento 
orientado pelas células germinativas ao longo do estilete da flor. O túbulo polínico avança em seu 
processo de crescimento até encontrar a micrópila onde ocorre a 1º fecundação entre um núcleo 
espermático e a oosfera, dando origem ao zigoto (2n). 
Uma vez ocorrida formação do zigoto, o secundo núcleo espermáticos fecunda os dois núcleos 
espermáticos, contidos no centro do saco embrionário, dando origem ao endosperma secundário (3n). 
Após a formação do endosperma secundário (tecido de reserva), o zigoto (2n) divide-se por mitose e 
forma o embrião. 
A semente, agora em desenvolvimento, produz AIA e gliberelinas, que promovem o desenvolvimento 
do ovário para a formação do fruto. 
 
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Fruto 
 
Fruto é o ovário fecundado e desenvolvido. Este é constituído por duas partes principais: o pericarpo, 
resultante do desenvolvimento das paredes do ovário, e as sementes, resultantes do desenvolvimento 
dos óvulos fecundados. 
O pericarpo compõe-se de três camadas: epicarpo (camada mais externa), mesocarpo (camada 
intermediária) e endocarpo (camada mais interna). Em geral o mesocarpo é a parte do fruto que mais se 
desenvolve, sintetizando e acumulando substâncias nutritivas, principalmente açucares. 
 
Formação dos frutos 
Os frutos surgem do desenvolvimento dos ovários, geralmente após a fecundação dos óvulos. Em 
geral, a transformação do ovário em fruto é induzido por hormônios liberados pelos embriões em 
desenvolvimento. Existem casos, porém, em que ocorre a formação de frutos sem que tenha havido 
polinização. 
 
Classificação dos frutos 
Diversas características são utilizadas para se classificar os frutos, entre elas o tipo de pericarpo, se o 
fruto abre-se ou não espontaneamente para liberar as sementes, etc. 
 
1. Frutos carnosos 
Os frutos carnosos são aqueles que se tornam muito atraentes quando maduros, sendo que os animais 
se alimentam de suas reservas nutritivas e espalham por consequência suas sementes. Esses tipos de 
frutos podem ser classificados da seguinte maneira: 
 
1.1 Tipo baga 
 
Apresenta o mesocarpo ou endocarpo carnoso e o epicarpo formando películas. Geralmente contém 
muitas sementes. São exemplos desse tipo de fruto o mamão a goiaba e o pepino 
 
 
 
1.2 Tipo drupa 
Apresenta o mesocarpo carnoso e o endocarpo duro, formando o caroço, no interior do qual se 
encontra a semente. São exemplos desse tipo de fruto o abacate e o pêssego. 
 
 
 
2. Frutos secos 
Os frutos secos apresentam seu pericarpo seco e alguns podem se abrir espontaneamente quando as 
sementes estão maduras. Alguns exemplos de frutos secos são a castanha-do-pará, feijão, ervilha, soja, 
girassol, arroz, milho, entre outros. 
 
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Como foi visto, o verdadeiro fruto corresponde ao ovário desenvolvido. Ao comer um pêssego, um 
tomate, um pepino, você está se alimentando da parede do fruto. O mesmo não acontece com a mação 
a pera, o morando e o caju. Vejamos agora algumas dessas variações. 
 
a) Pseudofrutos 
A maçã e a pera, a parte comestível corresponde ao receptáculo floral extraordinariamente 
desenvolvido, que acaba envolvendo o ovário com as sementes no interior. Já no morango, o receptáculo 
cresce bastante, mas não envolve os frutos (pontos marrons) que ficam expostos 
 
 
 
No caju, a parte comestível, é o pedúnculo floral desenvolvido que não envolve o ovário. Este fica 
exposto: é a castanha que acompanha o caju. Dentro dela, fica a semente, que a consumida como 
aperitivo. 
Nos casos citados acima, em que não é o ovário que é comestível, fala-se em pseudofrutos. 
 
b) Frutos Paternocárpicos 
Os frutos paternocárpicos são aqueles dentro dos quais não se formam semente. É o caso da banana 
(os pontos escuros correspondem aos óvulos não-desenvolvidos). 
 
 
 
O abacaxi e a amora são dois exemplos clássicos de infrutescências paternocárpicas, que o que e 
comestível. No caso, são os receptáculos hipertrofiados das diversas flores. 
 
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Semente 
A semente é o óvulo modificado e desenvolvido após a fecundação. Toda semente possui um 
envoltório, mais ou menos rígido, um embrião inativo da futura planta e um material de reserva alimentar 
chamado de endosperma. 
Em condições ambientais favoráveis, principalmente de umidade, ocorre a hidratação da semente e, 
então, pode ser iniciada a germinação. 
Muitas sementes não germinam, mesmo que as condições ambientais citadas sejam adequadas. 
Neste caso, diz-se que elas se encontram em estado de dormência. Para germinar, precisam de outras 
condições, que podem variar de uma espécie para outra. Sementes de certas variedades de alface, por 
exemplo, só germinam em presença de luz. Já as sementes de certas variedades de melancia só 
germinam no escuro. Para quebrar a dormência das sementes da leucena (uma leguminosa), elas devem 
ser colocadas em água quente durante alguns minutos. 
 
O embrião 
Todo o embrião contido em uma semente de angiosperma é um eixo formado por duas extremidades: 
- Radícula, que é a primeira estrutura a emergir, quando o embrião germina 
- Caulículo, responsável pela formação das primeiras folhas embrionárias, que serão classificadas em 
hipocótiloe epicótilo. Essa classificação está baseada na posição da folha em relação ao cotilédone, 
sendo que folhas acima deste são chamadas de epicótilo e abaixo de hipocótilo 
Uma “folha” embrionária merece especial atenção. É o cotilédone. Algumas angiospermas possuem 
dois cotilédones, outras possuem apenas um. Plantas que possuem dois cotilédones, são chamadas de 
dicotiledôneas e plantas que possuem um cotilédone sã chamadas de monocotiledôneas. Os cotilédones 
inserem-se no caulículo, que dará origem ao caule. 
 
 
Tipo de polinização 
 
1. Anemofilia 
A polinização pelo vento é chamada de anemofilia. Há diversas adaptações que favorecem esse tipo 
de polinização. As flores de plantas anemófilas geralmente tem estigmas plumosos, que oferecem maior 
Apostila gerada especialmente para: Walter Mello Mazzini 054.594.089-38
 
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superfície para receber os grãos de pólen. Suas anteras geralmente possuem filetes longos e flexíveis 
que oscilam ao vento, o que facilita a dispersão do pólen. Além disso, as plantas anemófilas costumam 
produzir grande quantidade de grãos de pólen, o que aumenta as chances de polinização. 
 
2.Entomofilia e ornitofilia 
A polinização por insetos é chamada entomofilia e a polinização por aves, ornitofilia. As flores 
polinizadas por animais geralmente possuem características que atraem os polinizadores, tais como 
corola vistosa, glândulas odoríferas e produtoras de substâncias açucaradas (néctar). Existem até mesmo 
flores que produzem dois tipos de estames, um com grãos de pólen férteis mas pouco atraentes e outro 
com pólen atraente e comestível. O animal à procura do pólen comestível, se impregna com o pólen fértil, 
transportando-o de uma flor para a outra. 
 
3.Hidrofilia 
É a polinização realizada pelas águas. Trata-se de um fenômeno raro 
 
4. Quiropterofilia 
É a polinização feita por morcegos. As flores nesse tipo de polinização devem ser grandes, perfumadas 
e com abertura noturna. 
 
A Célula Vegetal 
A célula vegetal contém algumas diferenças em relação a célula animal, tais como: a parede celular e 
os cloroplastos. Está dividida em: Componentes protoplasmáticos que são um composto de organelas 
celulares e outras estruturas que sejam ativas no metabolismo celular. Inclui o núcleo, retículo 
endoplasmático, citoplasma, ribossomos, complexo de Golgi, mitocôndrias, lisossomos e plastos e 
componentes não protoplasmáticos são os resíduos do metabolismo celular ou substâncias de 
armazenamento. Inclui vacúolos, parede celular e substâncias ergástricas. 
 
Os hormônios vegetais 
 
18Hormônios vegetais 
Os hormônios vegetais, ou fitormônios, são substâncias químicas secretadas pelas plantas para 
auxiliar em seu crescimento ou em resposta a alguma alteração ambiental. Os hormônios vegetais são 
subdivididos em cinco grupos: auxinas, giberelinas, citocinas, etileno e ácido abscísico. 
 
-Auxinas 
As auxinas são responsáveis pelo alongamento das células do caule e das raízes, pelo 
desenvolvimento dos frutos e tropismos. Os tropismos são movimentos orientados das plantas em 
resposta a estímulos externos. Por exemplo, um movimento induzido pelas auxinas é o fototropismo, onde 
a planta cresce em direção a luz (caule tem fototropismo positivo enquanto a raiz tem fototropismo 
negativo). Existem outros tropismos, dependendo da força da gravidade ou da presença de substâncias 
químicas no meio. 
Um dos exemplos mais bem conhecidos é o do girassol, que se movimenta de acordo com a incidência 
da luz. Isso ocorre porque a auxina estimula o crescimento do pedúnculo da flor apenas no lado oposto 
da incidência solar, causando seu curvamento. 
 
 
 
As auxinas são sintetizadas no ápice dos caules, nas folhas jovens e nas sementes em 
desenvolvimento, distribuído para o resto da planta. 
 
18 http://www.qieducacao.com/ 
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141 
 
-Giberelinas 
As giberelinas promovem principalmente o alongamento da planta (tanto por divisão das células como 
por seu alongamento), atuam na quebra da dormência das sementes (para que o embrião presente na 
semente consiga emergir em uma plântula), e atuam na floração e no desenvolvimento de frutos 
partenocárpicos (formados sem fecundação, somente a partir do ovário, e, portanto não apresentam 
sementes). 
Devido a essas propriedades as giberelinas são utilizadas comercialmente para auxiliar no crescimento 
de plantas, para agilizar a quebra da dormência de sementes e principalmente para a produção de frutos 
sem sementes, como uva, maçã e abóbora. Abaixo está uma foto de um cacho de uva sem (à esquerda) 
e um cacho de uva com (à direita) tratamento com giberelina. 
As giberelinas são produzidas nas sementes, no embrião, nas folhas e nos frutos em resposta a 
variações ambientais como fotoperíodo (dia/noite) e temperatura. 
 
-Citocinas 
As citocinas retardam o envelhecimento das plantas, e estimulam a divisão celular (citocinese), 
atuando em conjunto com as auxinas. 
Comercialmente, as citocinas são adicionadas na água onde ficam as flores de floricultura, o que faz 
com que sua senescência (envelhecimento) seja retardada, prolongando o tempo de vida da flor. Por isso 
que muitas vezes as flores estão lindas na floricultura, mas quando chegamos em casa e colocamos em 
um recipiente com água elas não demoram muito para morrer. 
As citocinas são produzidas principalmente nas raízes e são distribuídas pela planta através do xilema. 
 
-Etileno 
O etileno é um hormônio gasoso que promove o amadurecimento dos frutos, senescência de flores e 
folhas. Atua de forma inversa a auxina. Na senescência ou na presença de estresse ambiental, diminuem 
os níveis de auxina, aumentam os de etileno, causando, por exemplo, amarelamento e perda das folhas, 
principalmente no outono. 
Esse hormônio eu aposto que você já observou nas frutas da sua casa! Pense na banana, que quando 
colocada em local fechado, como jornal ou saco plástico, amadurece rapidinho. Isso ocorre porque a 
banana produz muito etileno, mas, por ser um hormônio gasoso, se dissipa rapidamente. Quando 
colocamos em um local fechado o hormônio se concentra e promove o amadurecimento mais rápido! 
Faça um teste com qualquer fruta que esteja verde na presença de uma banana em um saco plástico: a 
banana secreta tanto etileno que tanto ela quanto a outra fruta amadurecerão rapidamente. Por isso esse 
hormônio é muito utilizado na indústria, forçando o amadurecimento mais rápido das frutas. 
 
 
 
-Ácido abscísico 
O ácido abscísico induz o fechamento dos estômatos, envelhecimentos e abscisão (queda) das folhas 
e frutos, inibe crescimento da planta e induz dormência de sementes e gemas, atuando da maneira 
inversa ao que vimos sobre os outros hormônios. Normalmente está relacionado ao estresse hídrico e 
pode atuar em conjunto com o etileno. 
Em plantas mutantes que não produzem ácido abscísico, as sementes amadurecem prematuramente, 
como é possível observar na espiga de milho. 
 
 
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Fotoperiodismo e Citocromos 
O comprimento de um dia é conhecido como fotoperíodo e as respostas do desenvolvimento das 
plantas ao fotoperíodo são chamadas de fotoperiodismo. 
As plantas respondem a esses estímulos graças a uma proteína presente em suas células chamada 
de fitocromo, que é a responsável pela percepção luminosa nos vegetais. Existem dois tipos de 
fitocromo, o fitocromo vermelho, representado R (forma mais estável), e o fitocromo vermelho longo, F 
(forma mais ativa). Durante o dia, quando há grande incidência de luz solar, o fitocromo R se converte 
em fitocromo F, sendo que à noite, quando não há luz solar, ocorre o contrário. Assim, quando em dias 
longos, os fitocromos F se acumulam na planta, induzindo o florescimento das plantas de dias longos, 
enquanto que as de dias curtos não florescem. E o contrário ocorre quando os dias são curtos, pois ofitocromo R se acumula nas plantas, induzindo as plantas de dias curtos a florescerem e, 
consequentemente, inibindo as de dias longos. 
É por esse motivo que algumas espécies vegetais florescem somente em determinadas épocas do 
ano. 
 
Classificação das plantas quanto ao fotoperiodismo 
-Plantas de dias curtos – plantas que florescem quando os dias são mais curtos e o período de 
escuridão é maior. Exemplo: morango. 
-Plantas de dias longos – plantas que florescem em dias mais longos, quando as noites são mais 
curtas. Exemplo: alface. 
-Plantas indiferentes – florescem em qualquer época do ano, independente do período luminoso. 
Exemplo: tomate. 
 
Movimentos vegetais 
 
Os movimentos dos vegetais podem ser classificados em dois tipos: 
-Movimento de curvatura (crescimento); 
-Movimentos de locomoção (deslocamento). 
Os movimentos de crescimento são, por sua vez, divididos em dois tipos: 
a) Tropismo 
b) Nastismos ou nastia 
 
Tropismos 
São fenômenos de crescimento ou de curvatura orientados em relação a um agente excitante; isto é, 
a curvatura depende da direção de onde vem o agente excitante. Conforme a natureza desse agente, os 
tropismos são classificados em: 
-Fototropismo (luz); 
-Geotropismo (gravidade). 
-Quimiotropismo (substâncias químicas) 
-Tigmotropismo (contato) 
São de especial interesse o fototropismo e geotropismo. Podem-se explicar os fenômenos trópicos 
baseando-se fundamentalmente em dois fatores: 
-o excitante deve incidir unilateralmente; 
-as auxinas devem sofrer uma redistribuição, isto é, distribuir-se desigualmente nos dois lados do órgão 
excitado unilateralmente. 
A distribuição desigual poderia ser explicado por 
a) transporte lateral das auxinas; 
b) produção desigual das auxinas no ápice; 
c) destruição desigual das auxinas. 
Atualmente, a tendência é a de se aceitar como verdadeira a hipótese do transporte lateral das auxinas 
quando ocorrer estímulo unilateral nos órgãos. 
 
Fototropismo 
Movimento de curvatura orientado em relação à luz. O caule e os coleóptilos apresentam fototropismo 
positivo (curva em direção à luz). 
A raiz apresenta fototropismo negativo (curva em direção à luz). 
As folhas são plagiofototrópicas e diafotrotópicas (formam um ângulo reto em relação ao raio da Terra). 
O esquema abaixo demonstra o fenômeno. 
 
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Explicação: 
A luz desencadeia uma redistribuição das auxinas, que se concentram no lado escuro. 
-Caule: o lado escuro apresenta maior concentração de auxinas e o crescimento fica acelerado. 
-Raiz: o lado escuro apresenta maior concentração de auxinas e o crescimento fica inibido. 
É claro que a luz, para agir no fenômeno, tem de ser absorvida. Para tanto, devem existir pigmentos 
relacionados com a absorção de luz. Foi observado que as radiações eficientes nos fenômenos 
fototrópicas estão no início do espectro luminoso visível (violeta, anil e azul). Os pigmentos que 
apresentam intensa absorção nessa faixa são carotenos e as riboflavinas. 
É possível que sejam esses os pigmentos responsáveis pela absorção de luz no fototropismo. 
 
Geotropismo 
Crescimento orientado em relação à força da gravidade. 
-Caule e coleóptilos: apresentam geotropismo negativo (crescimento em sentido oposto à gravidade) 
-Raízes: apresentam geotropismo positivo (crescem no mesmo sentido da gravidade). 
-Folhas: apresentam plagiogeotropismo ou digeotropismo. 
A figura abaixo ilustra o fenômeno; 
 
 
Explicação: 
-Raiz: quando se coloca uma raiz na horizontal, ela cresce acentuadamente no lado superior, curva-
se e penetra no solo. Tal fato ainda se baseia na ação do AIA, que se desloca lateralmente, indo 
concentrar-se no lado interior da raiz. A concentração elevada de AIA nessa região inibe o crescimento, 
enquanto o lado oposto fica com o crescimento acelerado. 
-Caule: o caule colocado horizontalmente sobre o solo cresce acentuadamente no lado inferior, 
curva0se e afasta-se do solo. Também nesse caso, o AIA, por ação da força da gravidade, desloca-se do 
lado superior para o inferior, aí se concentrando. Em consequência, essa região tem crescimento 
acelerado. 
 
Tigmotropismo 
O tigmotropismo é o crescimento curvado do vegetal, que se dá através de um estímulo mecânico. 
Quando o vegetal entra em contato com qualquer objeto consistente, ele cresce em torno dele. 
Um exemplo muito comum de tigmotropismo é o das gavinhas, que crescem enroladas em seu suporte. 
O enrolamento ocorre por uma reação que se resulta de um estímulo do lado inferior da gavinha, essa 
reação diminui o crescimento deste lado, enquanto o lado superior cresce aceleradamente. 
 
 
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Quimiotropismo 
São fenômenos de crescimento orientados pela ação de um substância química. Podemos citar como 
exemplos: 
a) crescimento do tubo polínico das angiospermas à procura do óvulo. 
b) crescimento das hifas vegetativas dos fungos em direção ao alimento 
 
Nastismos 
São movimentos de curvaturas não orientados em relação ao agente excitante, isto é, não dependem 
da direção de onde vem o excitante, mas sim da simetria interna do órgão que reage. 
Os nastismos só ocorrem em órgãos dorsiventrais. 
Exemplos de nastismos: 
-Fotonastismo: Movimento das pétalas das flores que fazem movimento de curvatura para a base da 
corola. Este movimento não é orientado pela direção da luz, sendo sempre para a base da flor. Existem 
as flores que abrem durante o dia, fechando-se à noite como a "onze horas" e aquelas que fazem o 
contrário como a "dama da noite". 
-Tigmonastismo e Quimionastismo: Movimentos que ocorrem em plantas insetívoras ou mais 
comumente plantas carnívoras, que, em contato com um inseto, fecham suas folhas com tentáculos ou 
com pêlos urticantes, e logo em seguida liberam secreções digestivas que atacam o inseto. Às vezes 
substâncias químicas liberadas pelo inseto é que provocam esta reação. 
 
Nutrição vegetal 
A nutrição da plantas é autotrófica, as plantas fabricam a matéria orgânica que lhes servem de 
alimento. Para isso utilizam gás carbônico proveniente do ar, água e sais minerais retirados do solo. 
 
Nutrição inorgânica 
A nutrição inorgânica refere-se à absorção dos nutrientes minerais essenciais para um bom 
desenvolvimento vegetal. Esses nutrientes existem no substrato em que planta vive (solo, água e, 
eventualmente, meio aéreo) e a sua absorção é realizada principalmente pelas raízes. Muitas vezes, as 
folhas também executam esse papel. A absorção radicular é efetuada a partir da zona pilífera, região na 
qual a superfície de absorção é aumentada pela existência dos pelos absorventes. 
Quando um nutriente é utilizado em grande quantidade por um vegetal, ele é considerado um 
macronutriente. Se for utilizado em pequena quantidade, é considerado um micronutriente. Esses termos 
não se relacionam com o tamanho do nutriente, e sim com a quantidade em que são utilizados. Entre os 
micronutrientes, podem ser citados o manganês, o cobre, o zinco e o ferro.19 
 
Nutriente Papel Fisiológico 
Nitrogênio (N) Essencial para a síntese protéica e de ácidos nucléicos. 
Fósforo (P) Essencial para a síntese de ATP e de ácidos nucléicos. 
Potássio (K) Relacionados as trocas iônicas entre a célula e o meio; envolvido nos movimentos de 
abertura dos estômatos. 
Enxofre (S) Utilizado para a síntese de aminoácidos essenciais. 
Magnésio 
(Mg) 
Componente da molécula de clorofila. 
 
 
 
 
19 http://www.sobiologia.com.br/ 
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145 
 
Nutrição orgânica 
A fotossíntese ocorre principalmente nas folhas de uma traqueófita. É conveniente, agora, dar uma 
noção da morfologia interna desse órgão relacionado com a nutrição orgânica. 
Duas epidermes, formadas por células achatadas, revestem uma camada interna constituída 
basicamente por dois tecidos: o tecidode preenchimento e o tecido condutor. O tecido de preenchimento 
é conhecido como parênquima e é, em geral, constituído por duas camadas de células clorofiladas, vivas. 
A camada próxima à epiderme superior possui células organizadas em uma paliçada e, por isso, 
recebe o nome de parênquima paliçádico. A outra camada, próxima à epiderme inferior, possuem células 
irregulares que se dispõem deixando lacunas entre si, o que dá a essa camada um aspecto de esponja – 
é o parênquima lacunoso. As células dessas camadas são ricas em cloroplastos. O tecido condutor 
compõe as nervuras. Aqui, os vasos dispõem-se em feixes de tecidos condutores, embainhados por 
células parenquimáticas especiais. 
Há dois tipos de vasos: os que trazem para a folha a água necessária para a fotossíntese, além de 
outras substâncias inorgânicas – vasos do xilema – e os que conduzem o alimento produzido pelas folhas 
para o caule e para a raiz – vasos do floema. 
Cabe ao parênquima clorofiliano (outro nome dado ao conjunto formado pelo parênquima paliçádico e 
parênquima lacunoso) o papel de nutrir o vegetal como os alimentos orgânicos necessários a sua 
sobrevivência, a partir da realização da fotossíntese. 
As etapas clara e escura da fotossíntese ocorrem nos cloroplastos. Na fase de claro (ou fotoquímica) 
há a participação da água e da luz, com liberação de oxigênio e produção de ATP e NADPH2. Na fase 
escura (ou puramente química), ocorre o ciclo de Calvin ou ciclo das pentoses, durante a qual há uma 
sequência de reações com a participação do gás carbônico e com a utilização do ATP e do NADPH2, 
produzidas na fase clara, resultando em moléculas de glicose. 
 
20Transpiração 
A transpiração é a eliminação de água na forma de vapor que ocorre nos vegetais e animais por uma 
necessidade fisiológica, sendo controlada por mecanismos físicos, morfológicos, anatômicos e 
fisiológicos. Nos vegetais a transpiração ocorre principalmente através das folhas, que é a principal 
superfície de contato do vegetal com o ambiente. 
 
-A Transpiração e a Estrutura Foliar do Vegetal 
O fenômeno da transpiração é fundamental para a vida do vegetal, mas deve ocorrer de modo a 
permitir a sobrevivência do mesmo, pois o excesso de perda d"água na forma de vapor pela transpiração 
pode levar à morte do vegetal. 
Os vegetais apresentam várias adaptações para evitar a transpiração excessiva, de acordo com o 
ambiente onde vivem. 
A organização do corpo do vegetal está relacionada diretamente com o fenômeno da transpiração. O 
número de folhas e a superfície foliar são fatores que determinam maior ou menor taxa de transpiração 
pelo vegetal. 
 
-A Medida da Transpiração 
A transpiração pode ocorrer através dos estômatos, sendo definida como transpiração estomática (Te), 
mas também pode ocorrer através da cutícula, que é uma camada de cera que está na superfície da 
folha, para evitar excesso de perda d’água pelo vegetal, definida como transpiração cuticular (Tc). A 
transpiração total (Tt) é definida como a somatória das transpirações definidas anteriormente. 
 
 Tt = Te + Tc 
 
A Estrutura do Estômato 
Os estômatos aparecem normalmente na epiderme inferior das plantas terrestres; sendo folhas 
hipoestomáticas, evitam a incidência direta do sol sobre os estômatos, diminuindo deste modo o excesso 
de transpiração pelo vegetal. 
Em plantas aquáticas como a vitória-régia, os estômatos aparecem na epiderme superior, para garantir 
as trocas gasosas de oxigênio e gás carbônico, que ocorrem entre o vegetal e a atmosfera. Neste caso, 
as folhas são epiestomáticas. 
 
20 http://www.biomania.com.br/ 
Apostila gerada especialmente para: Walter Mello Mazzini 054.594.089-38
 
146 
 
As gramíneas, que apresentam grande distribuição geográfica em todo o planeta, apresentam 
estômatos nas duas epidermes, apresentando folhas anfiestomáticas, pois seu crescimento normalmente 
é perpendicular ao solo. 
O estômato é uma estrutura formada por células estomáticas ou guardas que delimitam uma abertura 
chamada ostíolo ou fenda estomática, por onde ocorre a transpiração do vegetal, assim como as trocas 
gasosas com o ambiente. 
 
 
Os Mecanismos de Abertura e Fechamento dos Estômatos 
Através da abertura e fechamento dos estômatos o vegetal controla a taxa de transpiração, 
respondendo a fatores como a disponibilidade de água, luz, temperatura e umidade relativa do ar. 
 
A - Os Movimentos Hidroativos 
A abertura e o fechamento dos estômatos são controlados pela disponibilidade de água para o vegetal. 
Quando as células estomáticas ganham água de suas células vizinhas, as células anexas, a parede 
delgada da célula estomática sofre distensão, também ocorrendo a distensão das paredes reforçadas do 
estômato, levando à sua abertura. 
Quando ocorre o contrário, as paredes delgadas dos estômatos sofrem relaxamento, e as paredes 
reforçadas fecham o estômato. 
 
B - Os Movimentos Fotoativos 
A abertura e o fechamento dos estômatos também respondem à presença ou ausência da luz. Na 
presença da luz ocorre abertura dos estômatos, pois o vegetal está realizando fotossíntese, produzindo 
glicose nos cloroplastos das células estomáticas, aumentando a pressão osmótica das mesmas. Com o 
aumento da pressão osmótica das células estomáticas, estas ganham água das células anexas e os 
estômatos abrem-se. 
 
Questões 
 
01 (PUC-RJ) As plantas, assim como os animais, apresentam órgãos compostos de diferentes tecidos, 
e esses tecidos apresentam diferentes funções: revestimento; assimilação e reserva; sustentação; 
condução. 
Os tecidos que desempenham essas funções são, respectivamente: 
(A) epiderme, parênquima, floema, esclerênquima. 
(B) colênquima, epiderme, xilema, parênquima. 
(C) epiderme, esclerênquima, xilema, parênquima. 
(D) epiderme, parênquima, esclerênquima, floema. 
(E) parênquima, colênquima, floema, esclerênquima. 
 
02. Sabemos que a raiz é um importante órgão vegetal que realiza as mais diversas funções. Analise 
as afirmações abaixo e marque a alternativa incorreta a respeito desse órgão: 
(A) A raiz é um órgão que pode servir como reserva de nutrientes para a planta. 
(B) O ápice da raiz é recoberto pela coifa, que protege o meristema apical e ajuda na penetração desse 
órgão no solo. 
(C) A raiz é um órgão exclusivamente subterrâneo relacionado com a fixação e absorção de água para 
a planta. 
(C) Na zona pilífera ocorre uma grande absorção de água e íons inorgânicos. 
(E) Podemos observar quatro regiões principais em uma raiz: zona suberosa ou de ramificação, zona 
pilífera ou de absorção, zona lisa ou de crescimento e coifa ou caliptra. 
 
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03. (UEL- PR) Geralmente, caules subterrâneos que acumulam substâncias nutritivas, denominados 
tubérculos, são confundidos como sendo raízes tuberosas que também acumulam reserva de amido. Um 
caso típico desse equívoco seria o de classificar a batata-inglesa como raiz tuberosa. Qual das 
alternativas apresenta uma característica que diferencia um tubérculo de uma raiz tuberosa? 
(A) O tubérculo possui pelos absorventes para a absorção de água. 
(B) A raiz tuberosa possui gemas axilares para o crescimento de ramos. 
(C) O tubérculo possui coifa para proteger o meristema de crescimento. 
(D) A raiz tuberosa possui gemas apicais para desenvolver novas raízes. 
(E) O tubérculo possui gemas laterais para desenvolver ramos e folhas 
 
04. Sabemos que a coifa é uma estrutura encontrada na extremidade da raiz. Ela é formada por células 
parenquimáticas vivas que revestem o órgão como se fossem um dedal. A respeito das funções dessa 
estrutura, marque a alternativa incorreta. 
(A) A coifa ajuda a raiz a penetrar no solo. 
(B) A coifa protege o ápice da raiz do atrito com o solo. 
(C) A coifa está relacionada com a proteção contra o ataque de micro-organismos. 
(D) A coifa atua promovendo a absorção de água e de nutrientes. 
(E) A coifa exerceum importante papel no que diz respeito a resposta da raiz à gravidade. 
 
05. Observe a frase abaixo e em seguida assinale a alternativa que contém as palavras que a 
completam: 
“A ____________ é um hormônio vegetal que estimula o alongamento celular do ________ e da raiz, 
atua no __________ e no geotropismo, e no desenvolvimento de ________.” 
(A) Citocinina, caule, fotoperiodismo, folhas. 
(B) Auxina, caule, fototropismo, frutos. 
(C) Giberelina, fruto, amadurecimento dos frutos, folhas, 
(D) Auxina, ápice, caule, folhas. 
(E) Giberelina, caule, ápice, frutos. 
 
06. Apesar de as plantas não conseguirem se locomover como alguns animais, elas são capazes de 
realizar certos movimentos. Algumas plantas, por exemplo, conseguem encurvar seus caules e direcionar 
o crescimento no sentido da luz, um movimento chamado de: 
(A) fotonastismo. 
(B) fototactismo. 
(C) fototropismo. 
(D) tigmotropismo. 
(E) seismonastismo. 
 
Respostas 
01. Resposta: D. 
Os tecidos cujas funções são arroladas no enunciado são, respectivamente: epiderme, parênquima, 
esclerênquima e floema. 
 
02. Resposta: C. 
Essa alternativa está incorreta porque existem outros tipos de raízes que não são subterrâneas, tais 
como as sugadoras e aéreas. 
 
03. Resposta: E. 
Uma característica que surge apenas em caules são as gemas laterais, que dão origem a ramos e 
folhas. Todo caule possui gemas ou brotos, diferentemente das raízes. A presença de pelos absorventes 
e de coifa indica que a estrutura é uma raiz. 
 
04. Resposta D. 
A absorção de água e nutrientes é um papel desempenhado pelos absorventes. 
 
05. Resposta: B. 
“A auxina é um hormônio vegetal que estimula o alongamento celular do caule e da raiz, atua no 
fototropismo e no geotropismo, e no desenvolvimento de frutos.” 
 
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06. Resposta: C. 
O crescimento orientado no sentido da fonte de luz recebe o nome de fototropismo. 
 
Os Vírus 
 
Os vírus são únicos organismos acelulares da Terral atual. Extremamente simples e pequenos 
(medem menos de 0,2 µm), são constituídos por apenas uma carapaça proteica envolvendo uma 
molécula de ácido nucléico que pode ser DNA ou RNA, nunca os dois juntos. O capsídeo pode ser 
envolvido por um envelope constituído de lipídios, proteínas e carboidratos e que possui projeções na 
superfície ou espículas de constituição glicoproteica (essas projeções são importantes na fixação dos 
vírus às células hospedeiras). 
 
 
 
Os vírus representam o limite entre as formas vivas e as sem vida. Podem inserir-se no material 
genético da célula e causar grandes danos (agentes infecciosos). 
A estrutura viral completa é denominada vírion; - vírus com RNA é mais fácil de mutar porque não tem 
mecanismo de reparo, tem cadeia simples que é menos estável. DNA do vírus tem sistema de reparo 
porque sempre teve função genética e RNA só teve essa função depois; não possuem componentes 
celulares necessários para o metabolismo ou reprodução independente; muitos vírus possuem dentro do 
capsídeo uma ou mais enzimas que são liberadas após o desnudamento do vírus no interior da célula 
hospedeira e atuam na replicação do ácido nucléico; podem multiplicar-se somente dentro de células 
vivas, sendo considerados parasitas intracelulares obrigatórios. Após invadir uma célula ou um 
microrganismo, um vírus tem a habilidade de induzir a maquinaria genética da célula hospedeira a fazer 
muitas cópias do vírus 
 
Fases da Replicação Viral 
 
-Absorção: especificidade, reconhecimento vírus - célula a ser infectada. Para vírions nus, as proteínas 
do capsídeo são provavelmente responsáveis pela ligação a um receptor específico da célula. Para 
vírions envelopados, as glicoproteínas da superfície da membrana do envelope são responsáveis pelo 
reconhecimento de um receptor presente na superfície celular, ocorrendo posteriormente a fixação. 
 
-Penetração: a maioria dos vírus envelopados entra na célula hospedeira pela fusão da membrana da 
célula hospedeira com o envelope viral, resultando na liberação o nucleocapsídeo para dentro do 
citoplasma da célula. Alguns vírus envelopados e a maioria dos nus são englobados pela célula 
hospedeira em um vacúolo envolvido por uma membrana, os nucleocapsídeos são então liberados dentro 
do citoplasma. 
 
-Decapsidação: vírus dentro da célula perde o capsídeo; eclipse = período de tempo entre a 
decapsidação até a montagem de um novo vírion maduro, vírus sem capsídeo não visto no M.O. Célula 
com dois DNA: o dela e o do vírus. 
 
-Montagem: o processo de montagem não envolve a biossíntese de enzimas especiais, ocorrendo 
espontaneamente como resultado da interação molecular altamente específica das macromoléculas do 
capsídeo com o ácido nucleico viral. Montagem do capsídeo ocorre após a replicação, lipídios da 
membrana da célula irão fazer parte do vírus (isso permite o reconhecimento do vírus às mesmas células 
que o “fez”) 
 
-Liberação: o mecanismo de liberação varia com o vírus. O vírus sai da célula por brotamento ou a 
célula morre e se rompe, liberando os vírions. Além desses modos, os vírions podem deixar as células 
por canais especiais por um longo período de tempo. 
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Doenças Humanas Virais 
Dengue 
 
Endêmica no Brasil desde a década de 80, a dengue é considerada uma das principais ameaças à 
saúde em nosso país. Nos últimos anos vem se disseminando de tal forma que, segundo dados do 
Ministério da Saúde, somente em 1998, 529,4 mil pessoas foram contaminadas. O vírus causador da 
dengue tem quatro sorotipos classificados pelos números 1, 2, 3 e 4. No Brasil, são registrados casos 
com sorotipos 1 e 2 (apesar da ameaça do tipo 3 no ano passado). A transmissão do vírus ocorre pela 
picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectada com o vírus da doença. Teoricamente, a transfusão 
de sangue infectado também transmite a doença. 
Os principais sintomas da dengue clássica são: dores de cabeça e muscular, febre alta, vermelhidão 
no corpo, aumento das glândulas linfáticas e comprometimento das vias aéreas superiores. Depois de 
cinco a sete dias, acaba o ciclo do vírus no doente, este melhora e fica imunizado para esse sorotipo que 
o infectou. Na dengue hemorrágica, além da febre e das dores de cabeça e muscular, o doente também 
apresenta hemorragias gastrointestinal, cutânea, gengival e nasal, tontura e queda de pressão. Em razão 
das hemorragias, este tipo de dengue pode matar. 
-Prevenção: Não deixe água acumulada, em pneus, caixa d'água. Uma água parada em uma simples 
tampinha de garrafa pode servir de criatório para o mosquito Aedes aegypti. 
 
Febre Amarela 
 
Outra virose que tem registrado uma aumento significativo de casos é a febre amarela, notadamente 
em estados como Minas Gerais, Goiás, Tocantins e Pará. Depois de três a seis dias de ser infectada, a 
pessoa apresenta os seguintes sintomas: dores de cabeça e muscular, enjoo, vômitos, febre alta, pulso 
baixo, prostação e irritabilidade. O nome da doença provém do fato de o doente normalmente apresentar 
icterícia, ou seja, sua pele torna-se impregnada de bilirrubina, tornando-se amarela. Na fase mais 
avançada da doença, há comprometimento do fígado e dos rins, além de hemorragias que podem levar 
à morte. 
A febre amarela urbana é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectada por 
pessoas contaminadas. O vírus da febre amarela silvestre é transmitida pela fêmea do mosquito 
Haemagogus, infectada ao sugar sangues de macacos que são os reservatórios naturais do agente 
causador da doença. Não há tratamento que cure a febre amarela. A cura depende da resistência de 
cada paciente. A internação em hospitais torna-se necessária, para que sejam controladas as principais 
complicações do doente, principalmente as relacionadas aos rins e às hemorragias. 
-Prevenção: é feita com o combate aos insetos transmissores e com a vacinação

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