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1 PRÁTICA PEDAGÓGICA IN- TERDISCIPLINAR: FUNDA- MENTOS E METODOLOGIA DE BIOLOGIA CELULAR, TE- CIDUAL E GENÉTICA FACULDADE ÚNICA DE IPATINGA 2 PRÁTICA PEDAGÓGICA INTERDISCIPLINAR: FUNDAMENTOS E METODOLOGIA DE BIO- LOGIA CELULAR, TECIDUAL E GENÉTICA 1ª edição Ipatinga – MG 2021 3 4 FACULDADE ÚNICA EDITORIAL Diretor Geral: Valdir Henrique Valério Diretor Executivo: William José Ferreira Ger. do Núcleo de Educação à Distância: Cristiane Lelis dos Santos Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira Revisão Gramatical e Ortográfica: Naiana Leme Camoleze Revisão/Diagramação/Estruturação: Bárbara Carla Amorim O. Silva Carla Jordânia G. de Souza Rubens Henrique L. de Oliveira Design: Brayan Lazarino Santos Élen Cristina Teixeira Oliveira Maria Luiza Filgueiras © 2020, Faculdade Única. É proibida a reprodução total ou parcial deste livro em qualquer meio sem autorização escrita do editor. Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920. NEaD – Núcleo de Educação as Distancia FACULDADE ÚNICA Rua Salermo, 299 Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300 www.faculdadeunica.com.br 5 Menu de Ícones Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo apli- cado ao longo do livro didático, traremos ícones ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a seguir: São sugestões de links para vídeos, documentos cien- tífico (artigos, monografias, dissertações e teses), sites ou links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e Bi- blioteca Pearson) relacionados com o conteúdo abordado. Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações im- portantes que você deve ter um maior grau de aten- ção! São exercícios de fixação do conteúdo abordado em cada unidade do livro. É para o esclarecimento do significado de determina- dos termos/palavras mostrado ao longo do livro. Este espaço é destinado à reflexão sobre questões ci- tadas em cada unidade, para associação com suas ações, seja no ambiente profissional ou em seu cotidi- ano. 6 SUMÁRIO A CÉLULA COMO MENOR UNIDADE VIVA DOS ORGANISMOS ..9 1.1 INTRODUÇÃO ...............................................................................................................9 1.2 TIPOS DE CÉLULAS ......................................................................................................11 1.3 COMPARTIMENTOS CELULARES: ..............................................................................12 FIXANDO O CONTEÚDO ...........................................................................................14 TÉCNICAS DE OBSERVAÇÃO CELULAR .........................................19 2.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................19 2.2 MICROSCOPIA ...........................................................................................................20 MICROSCOPIA ÓPTICA OU MICROSCOPIA DE LUZ ..................... 21 MICROSCOPIA ELETRÔNICA............................................................... 24 2.3 PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS BIOLÓGICAS ........................................................26 FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 29 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO CELULAR .......................................33 3.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................33 3.2 A MEMBRANA PLASMÁTICA.....................................................................................35 TRANSPORTES ATRAVÉS DA MEMBRANA ......................................... 38 TRANSPORTE EM QUANTIDADE .......................................................... 39 ADAPTAÇÕES DA MEMBRANA .......................................................... 40 3.3 O CITOPLASMA ..........................................................................................................41 O CITOESQUELETO ................................................................................ 41 3.4 AS ORGANELAS .........................................................................................................42 OS RIBOSSOMOS ................................................................................... 44 O RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO ....................................................... 44 O COMPLEXO DE GOLGI .................................................................... 45 OS LISOSSOMOS .................................................................................... 45 OS CENTRÍOLOS ..................................................................................... 46 OS PEROXISSOMOS ............................................................................... 46 OS CLOROPLASTOS............................................................................... 46 AS MITOCÔNDRIAS ............................................................................... 46 3.5 O NÚCLEO E O CICLO CELULAR ..............................................................................48 3.6 A MITOSE E SUAS FASES ............................................................................................51 FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 56 DNA: ESTRUTURA E O PROCESSO DE REPLICAÇÃO ......................63 4.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................63 4.2 ÁCIDO DESOXIRRIBONUCLÉICO (DNA) .................................................................63 4.3 O PROCESSO DE REPLICAÇÃO ................................................................................66 4.3.1 DNA POLIMERASE .................................................................................. 67 4.3.2 REPLICAÇÃO DO DNA ......................................................................... 67 FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................... 70 UNIDADE 01 UNIDADE 02 UNIDADE 03 UNIDADE 04 7 ESTRUTURA E SÍNTESE DO RNA ..............75 5.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................75 5.2 ÁCIDO RIBONUCLÉICO (RNA) .................................................................................76 5.3 CLASSES DE RNA ........................................................................................................77 5.3.1 RNA MENSAGEIRO (MRNA) ................................................................ 77 5.3.2 RNA TRANSPORTADOR (TRNA)........................................................... 77 5.3.3 RNA RIBOSSÔMICO (RRNA) ................................................................ 78 5.4 O PROCESSO DE TRANSCRIÇÃO .............................................................................79 5.4.1 O MOLDE DE DNA ................................................................................. 79 5.4.2 SÍNTESE DE RNA ...................................................................................... 81 5.4.3 RNA POLIMERASE................................................................................... 81 83 83 83 O PROCESSO DE TRANSCRIÇÃO CONSISTE EM TRÊS ETAPAS: INICIAÇÃO, ALONGAMENTO E TÉRMINO ....................................... 83 5.5 O PROCESSAMENTO DO RNA ..................................................................................87 FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 89 SÍNTESE DE PROTEÍNAS E O CONTROLE DA EXPRESSÃO GÊNICA .........................................................................................................93 6.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................936.2 MOLÉCULAS ENVOLVIDAS ........................................................................................93 6.3 O PROCESSO DE TRADUÇÃO ...................................................................................95 6.4 O CONTROLE DA EXPRESSÃO GÊNICA...................................................................97 FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................ 100 INTRODUÇÃO À GENÉTICA..........................................................104 7.1 O SURGIMENTO DA GENÉTICA............................................................................... 104 7.2 OS TRABALHOS DE MENDEL E A HEREDITARIEDADE ............................................ 105 7.3 PROBABILIDADE E GENÉTICA ................................................................................. 110 7.4 EXCEÇÕES ÀS LEIS DE MENDEL .............................................................................. 112 7.5 INTERAÇÃO GÊNICA............................................................................................... 113 FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................... 115 BASES FÍSICAS E QUÍMICAS DA HERANÇA.................................119 8.1 CÉLULAS: COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA ................................................................. 119 8.2 ESTRUTURA E FUNÇÃO DOS ÁCIDOS NUCLEICOS ............................................... 121 8.3 MITOSE E MEIOSE ..................................................................................................... 124 FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................................. 130 VARIAÇÕES CROMOSSÔMICAS E HERANÇA LIGADA AO SEXO .......................................................................................................133 9.1 VARIAÇÕES ESTRUTURAIS E NUMÉRICAS DOS CROMOSSOMOS ...................... 133 9.2 DISTÚRBIOS CROMOSSÔMICOS ............................................................................ 138 9.3 HERANÇA LIGADA E RESTRITA AO SEXO .............................................................. 140 FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................... 144 UNIDADE 05 UNIDADE 06 UNIDADE 07 UNIDADE 08 UNIDADE 09 8 MUTAÇÃO GÊNICA......................................................................149 10.1 MUTAÇÃO................................................................................................................. 149 10.2 FONTES DE VARIAÇÃO............................................................................................ 151 10.3 ERROS INATOS DO METABOLISMO ........................................................................ 152 FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................... 154 INTRODUÇÃO À GENÉTICA DE POPULAÇÕES ............................158 11.1 VARIAÇÃO GENÉTICA DE POPULAÇÕES.............................................................. 158 11.2 TEOREMA DO EQUILÍBRIO DE HARDY-WEINBERG ................................................ 158 11.3 POLIMORFISMO........................................................................................................ 160 FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................................. 162 GENÉTICA MOLECULAR................................................................165 12.1 APLICAÇÕES DA GENÉTICA MOLECULAR ........................................................... 165 12.2 ENGENHARIA GENÔMICA ..................................................................................... 167 12.3 SEQUENCIAMENTO .................................................................................................. 168 FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................... 170 RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ....................................174 REFERÊNCIAS.................................................................................176 UNIDADE 10 UNIDADE 11 UNIDADE 12 9 A CÉLULA COMO MENOR UNIDADE VIVA DOS ORGANISMOS 1.1 INTRODUÇÃO A maioria dos organismos, exceto os seres unicelulares, são constituídos por sis- temas e estes, por órgãos. Os órgãos são formados por arranjos teciduais a fim de favorecer a realização da função do órgão no organismo, conforme a figura 1. Os város tipos de tecidos do corpo são constiuídos por células e matriz extracelular, sendo que cada célula apresenta um aspecto morfofuncional dependendo do te- cido ao qual se encontra. Portanto, cabe assegurar que as células são a menor uni- dade viva e funcional de um organismo. Figura 1: Esquema representando a organização dos seres vivos Fonte: Tortora e Derrickson (2017) Cabe enfatizar, além das células como unidade viva, os vírus. Porém, os vírus UNIDADE 01 10 não se integram à teoria celular não sendo considerados, portanto, organismos celu- lares, uma vez que não possuem metabolismo próprio, não possuem organelas e ne- cessitam de uma outra célula para se reproduzirem. Os vírus serão estudados em ou- tra disciplina, a Microbiologia, não sendo, portanto, foco de estudo desse material. Cabe destacá-los apenas para fins de esclarecimentos. Como verificaremos mais adiante, as células podem ser classificadas em c Eucariontes e Procariontes. As célu- las Eucariontes são mais completas e complexas sendo, portanto, responsáveis pelas reações de crescimento e metabolismo que envolvem os organismos multicelulares. Ao se multiplicarem, as células permitem ao organismo exercer diversas funções como cicatrização de feridas, reconstituição de fraturas, renovação de tecidos que sofrem descamação e o crescimento e desenvolvimento do próprio organismo, que ocorre desde a concepção até a idade adulta. O metabolismo das células é também crucial para o organismo. É através desse metabolismo que é ofertado ao organismo a energia para suas funções diárias, bem como são produzidas diversas moléculas proteicas como os hormônios e os neu- rotransmissores, que atuam nas comunicações entre as células nervosas (sinapses), entre outras. E ainda, é através do metabolismo celular que ocorre a conversão e rearranjo de diversas outras classes de moléculas, como os lipídios e os carboidratos que abordaremos com maior detalhe ao estudarmos o citoplasma e as organelas celulares. A maioria dos tecidos é formada por células e matriz extracelular. Nesta categoria se enquadram os diferentes tipos de tecidos conjun- tivos especializados - cartilaginoso, adiposo, sanguíneo e ósseo - além dos tecidos conjuntivo propriamente dito, muscular e nervoso. As cé- lulas que os constituem, possuem formas e funções muito distintas. 11 Contudo, todas trabalham em conjunto na sustentação e na manu- tenção do tecido. A matriz é formada principalmente por fibras e água que auxilia, principalmente no transporte de substâncias. (TIMM, 2005, p. 231) Ao final desta unidade de aprendizagem, o aluno deverá ser capaz de en- tender a célula como menor unidade viva e funcional de um organismo, bem como as atividades por ela realizadas que são indispensáveis ao funcionamento dos tecidos e órgãos. Compreender o papel da célula na totalidade do organismo. 1.2 TIPOS DE CÉLULAS As células são classificadas em duas classes, a saber: As Procariontes (pro, primeiro e cario, núcleo) têm como principal caracterís- tica a ausência de membrana que reveste e delimita o núcleo. Seu material genético está disperso no citoplasma. Além disso, não possuem todas as organelas celulares, como as células Eucariontes. As células Eucariontes (eu, verdadeiro e cario, núcleo) têm como principal dis- tinção das células Procariontes a presença da carioteca (membrana que reveste o núcleo), ou o envoltório nuclear. Outra diferença significativa é que as células Euca- riontes possuem todas as organelas sendo, portanto, mais completase mais comple- xas. Entre os organismos Procariontes se encontram as bactérias e as algas azuis. Os demais organismos, como os animais e vegetais, pertencem ao grupo dos Eucarion- tes. O quadro abaixo representa as diferenças entre os dois tipos de células: Quadro 1: Principais diferenças entre células procariótica e eucariótica Características Procariótica Eucariótica Tamanho médio 1 µm 10 µm Ácidos nucléicos Presente Presente N° de cromossomos 1 circular Vários linear Membrana nuclear Ausente Presente Memb. citoplasmática S/ esteroide C/ esteróide Aparelho mitótico Ausente Presente Organelas Ribossomo Todas Peptidideoglicano Presente Ausente Fonte: Elaborado pelo Autor (2020) 12 1.3 COMPARTIMENTOS CELULARES: De forma geral, as células são divididas em três partes ou compartimentos. São eles: Membrana Plasmática: É um compartimento externo que delimita o tamanho e volume das células, além de ser responsável pela comunicação do meio intracelular com o extracelular. É através da membrana plasmática que ocor- rem as trocas e os transportes de moléculas, imprescindíveis para o metabo- lismo das células e de todo o organismo. Citoplasma: É onde se encontram as organelas, líquidos e íons responsáveis pelo metabolismo celular. Distribuída no citoplasma se encontra também uma rede proteica responsável pela morfologia, movimentação, transporte e co- nexões celulares, identificada como Citoesqueleto. Núcleo (nesse caso, as células Eucariontes): É onde se localiza o material ge- nético, herdado dos progenitores e transmitido às gerações futuras. No núcleo se encontram as informações que determinam muitas vezes o comporta- mento celular que pode interferir no comportamento do organismo. É importante salientar que por mais que sejam estudados de forma isolada, os 13 compartimentos celulares se relacionam de forma que, os eventos que acon- tecem no núcleo da célula podem interferir no citoplasma, na membrana e vice-versa. Essa visão torna-se muito importante para a compreensão de ou- tros conteúdos e disciplinas como a Fisiologia e a Patologia. 14 FIXANDO O CONTEÚDO 1. (IFRS - 2018 - Técnico de Laboratório - Biologia) Analise as afirmativas relacionadas às células procariontes e eucariontes, segundo REECEet al. (2015): I. a principal diferença entre células procarióticas e eucarióticas é a localização do seu DNA. Na célula eucariótica a maioria do DNA está na organela cha- mada núcleo. Na célula procariótica o DNA está concentrado em uma região não envolta por membrana, chamada de nucleoide. II. organismos dos domínios Bactéria consistem em células procarióticas. Os pro- tistas (termo informal que se refere a um grupo de eucariotos unicelulares na sua maioria), fungos, animais e plantas consistem em células eucarióticas. III. as células procarióticas e eucarióticas apresentam uma barreira seletiva cha- mada de membrana plasmática. IV. no interior de células procarióticas e eucarióticas existe um semifluido, substân- cia semelhante à gelatina, chamada de citosol. V. as células procarióticas e eucarióticas contêm cromossomos, que carregam os genes na forma de DNA. VI. os ribossomos, minúsculos complexos que sintetizam as proteínas de acordo com as instruções a partir dos genes, são encontrados nas células procarióticas e eucarióticas. Assinale a alternativa em que todas as afirmativas estão corretas: a) apenas I, III e V. b) apenas I, II, IV e VI. c) apenas II, III, IV e V. d) apenas I, II, III, IV e V. e) I, II, III, IV, V e VI. 2. Sobre a importância do estudo das células foram feitas duas asserções a seguir: I. a compreensão dos eventos que ocorrem a nível celular é importante para a 15 compreensão dos processos fisiológicos e patológicos que ocorrem no orga- nismo como um todo. PORQUE II. a célula é a menor unidade viva e o que ocorre a nível celular pode interferir em diversos aspectos na vida do organismo. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e) As asserções I e II são proposições falsas. 3. Sobre os vírus, as células eucariontes e procariontes foram feitas as seguintes afir- mações: I. os vírus não se enquadram na teoria celular por não terem metabolismo próprio e necessitarem de uma outra célula para se reproduzirem. II. as células procariontes são tão evoluídas e sofisticadas quanto às células euca- riontes. III. as células eucariontes são completas no que se refere à presença de organelas. Está correto o que se afirma em: a) apenas I. b) apenas II. c) apenas III. d) apenas I e II. e) apenas I e III. 16 4. (Adaptada de Concurso: EsFCEx - 2011 - Complementar) Considere o texto abaixo para responder a questão. “A teoria de que todos os seres vivos são compostos por células foi desen- volvida com a contribuição de muitos cientistas, mas só ganhou força com o apoio do médico alemão Rudolf Virchow. Uma das razões do apoio deste grande cien- tista à Teoria Celular, porém, talvez esteja em suas convicções políticas socialistas... Não estamos falando de marxismo-leninismo, mas de certas " utopias" baseadas nos conceitos de igualdade e democracia. Para Virchow, a ideia de um organismo formado por milhares de células individuais, mas trabalhando harmonicamente, pareceu um exemplo natural da utopia socialista. Cada pequenina unidade tra- balharia consciente de seu papel " na sociedade" e o conjunto todo seria coerente com seu objetivo: a vida orgânica." (Ciência Hoje, vol. 47, no,279, p.66) A contribuição da Teoria Celular para a construção do conhecimento científico no campo da Biologia está expressa no fato de que esta Teoria: a) revelou a simplicidade da organização e da composição química dos sistemas vivos. b) introduziu uma nova tecnologia para o estudo dos seres vivos com o uso da mi- croscopia eletrônica. c) consolidou a ideia da existência de uma unidade funcional e morfológica, comum a todos os seres vivos. d) reforçou a ideia de que o comportamento de uma célula se dá de forma isolada e independente do organismo. e) demonstrou que células bacterianas e animais apresentam funções e estruturas idênticas em toda a organização corporal. 5. A sequência a seguir indica os crescentes níveis de organização de um organismo: Célula → I → II → III → organismo. 17 Os níveis I, II e III correspondem, respectivamente, a: a) órgão, sistema e tecido. b) tecido, sistema e órgão. c) órgão, tecido e sistema. d) tecido, órgão e sistema. e) sistema, órgão e tecido. 6. O conhecimento da estrutura e dos compartimentos celulares é importante para aplicação em indústrias e áreas da saúde. Sobre os compartimentos celulares fo- ram feitas as seguintes afirmações: I. o conhecimento da estrutura da parede celular de bactérias é importante para a utilização de antibióticos. II. o núcleo é o compartimento celular onde se encontra a informação genética das células. III. a membrana plasmática controla a entrada e saída de substâncias na célula. IV. células vegetais possuem parede celular, rica em celulose. Está correto o que se afirma em: a) I e II apenas. b) I e III apenas. c) II e IV apenas d) I, III e IV apenas. e) I, II, III e IV. 7. Sobre o metabolismo celular foram feitas duas asserções a seguir: I. o metabolismo celular é de suma importância para o organismo como um todo. PORQUE II. através do metabolismo celular, diversas células e alguns vírus produzem ener- gia para se reproduzirem. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. 18 a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. c) A asserçãoI é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e) As asserções I e II são proposições falsas. 8. As células procariontes diferenciam-se das eucariontes porque as primeiras, entre outras características: a) não possuem DNA e RNA. b) possuem núcleo, mas o material genético encontra-se disperso no citoplasma. c) não possuem membrana nuclear. d) possuem material genético disperso no núcleo, mas não em estruturas organizadas denominadas cromossomos. e) são mais completas e mais complexas. 19 TÉCNICAS DE OBSERVAÇÃO CELULAR 2.1 INTRODUÇÃO Para entendermos a necessidade de técnicas e instrumentos para a observa- ção e estudo das células é necessário, primeiramente, destacar a dimensão do uni- verso celular, suas respectivas estruturas e organelas. As células na maioria das vezes medem entre 1 e 100 micrômetros (μm). Para se ter a noção da diminuta dimensão de uma célula, cabe ressaltar que 1 micrômetro equivale à milésima parte de um milímetro (mm). Portanto, 1 μm = 1/1000 mm, conforme demonstrada na escala abaixo: 1 μm = 1/1000 mm 1 nm = 1/1000 μm O olho humano possui um limite de resolução, ou o que o olho humano con- segue enxergar, é da ordem de 100 μm. Dessa forma, para objetos ou moléculas me- nores que isso é necessária a utilização de equipamentos que permitam ampliá-los. Daí a necessidade de utilização dos microscópios para estudar as células e as suas estruturas. Os microscópios são equipamentos capazes de ampliar as células, suas estru- turas ou demais moléculas para o campo do visível. O poder de resolução de um microscópio ou outro sistema óptico depende do seu limite de resolução. Conside- rando que as imagens de um objeto são formadas por conjuntos de pontos individu- alizados, a menor distância entre 2 pontos distintos dessa imagem, que permite que estes pontos sejam vistos individualizados na imagem é definido como de limite de resolução. Dessa forma, quanto menor for o limite de resolução de um microscópio, maior será o seu poder de resolução, ou seja, quanto melhor for a capacidade de individualizar 2 pontos distintos do objeto (< LR) maior será a definição da imagem Erro! Fonte de referên- cia não encon- trada. MICRÔMETRO (µm) NANÔMETRO (nm) 20 formada no aparelho (> PR). No quadro abaixo está demonstrado o limite de resolu- ção do olho humano e dos microscópios. Percebe-se que os microscópios têm um limite de resolução menor que o olho humano (conseguem individualizar pontos que formam uma imagem a uma distância menor), portanto, possuem melhor poder de resolução. Ao final dessa unidade de aprendizagem é esperado que o aluno tenha a compreensão da dimensão do universo celular, o porquê da necessidade de instru- mentos para estudá-lo e suas unidades de medida. É esperado ainda que o aluno conheça as principais classes de microscópios, seus respectivos tipos e funcionamen- tos, bem como os principais métodos de fixação e coloração das amostras biológi- cas. Figura 2: Estabelece os limites de resolução encontrados em cada sistema óptico Fonte: Adaptado de Junqueira e Carneiro (2012) 2.2 MICROSCOPIA As variedades de de microscópios podem pertencer a duas classes, a saber: microscópios ópticos também conhecidos como microscópios de luz e os microscó- pios eletrônicos. Os microscópios ópticos utilizam uma fonte de raios luminosos que transpõem a amostra ou a espécime para formação da imagem. Essa fonte luminosa é propor- cionada por uma lâmpada de tungstênio localizada na base do equipamento. 21 Já os microscópios eletrônicos utilizam uma fonte de elétrons que também de- verá transpor a amostra para a formação da imagem. Microscopia óptica ou microscopia de luz O microscópio óptico ou de luz é composto por uma parte mecânica, uma parte elétrica e uma parte óptica . A parte mecânica é constituída pelos botões ma- crométrico e micrométrico, responsáveis pelo ajuste de foco. A parte elétrica é cons- tituída por um transformador, um potenciômetro e uma fonte luminosa, responsáveis por fornecer a luminosidade. A parte óptica é constituída pelo condensador, objeti- vas e oculares, responsáveis por garantir o aumento da imagem analisada. Figura 3: Partes do microscópio optico Fonte: Araújo e Silva (2015) 22 O princípio de funcionamento do microscópio óptico consiste em garantir que os raios luminosos atravessem a amostra ou espécime em análise e penetre pela ob- jetiva projetando, posteriormente, uma imagem no plano focal da ocular. Já na mi- croscopia eletrônica, um feixe de elétrons atravessa amostra. Figura 4: Princípio de funcionamento do microscópio óptico e do microscópio eletrônico Fonte: Adaptado de Teles, Andreani e Valadares (2017) Das partes constituintes de um microscópio óptico, abordaremos a seguir aquelas que são mais comumente usadas e mais merecem destaque para um pleno funcionamento do aparelho em uma rotina laboratorial, como: Condensador: O condensador é composto por um agrupamento de lentes que tem como principal função convergir os raios luminosos emitidos pela fonte em um único ponto, para garantir que atravessem a amostra ou espécime a ser 23 analisada. Pelo condensador é possível controlar a intensidade de luz que pas- sará pelas objetivas. Objetivas: É o conjunto de lentes mais importantes de um microscópio óptico. Depois dos raios luminosos terem transpassados a amostra, entram pela obje- tiva, garantindo a ampliação da imagem. Por padronização as objetivas ga- rantem aumento de 4, 10, 40 e 100x, nessa ordem. Alguns microscópios podem apresentar objetivas de 20x. Oculares: É o conjunto de lentes, assim denominado, por estas ficarem mais pró- ximas ao olho do observador. As oculares também participam da ampliação da imagem. A imagem é formada em um prisma óptico localizado após as ob- jetivas e projetada nas oculares. As oculares podem ampliar a imagem 10, 16 ou 18X e podem ser substituídas em um mesmo equipamento. O aumento total de uma amostra é, portanto, o resultado da a multiplicação do aumento da objetiva pelo aumento oferecido pela ocular, sendo que se estivermos em uma objetiva de 4x e em uma ocular de 10x, teremos um aumento total de 40x. Mesa ou Platina: É um componente estrutural de um microscópio por onde se fixa a lâmina contendo a amostra que será analisada. Charriot: Caracteriza-se como um conjunto de botões localizados logo abaixo da platina com finalidade de movimentar a lâmina com a amostra. Botões Macrométrico e Micrométrico: São os componentes mecânicos de ma- nuseio mais relevantes para a visualização de uma imagem satisfatória. Por eles é permitido ajustar o foco da imagem, sendo que o macrométrico garante um ajuste geral e o micrométrico um ajuste “fino”. Em uma rotina laboratorial podem ser utilizados tipos diferentes de microscó- pios ópticos, de acordo com o que se pretende analisar no material biológico. Con- siderando os diferentes tipos de microscópios ópticos utilizados em uma rotina labo- ratorial, podemos destacar: Microscopia convencional: É a utilização de microscópio básico, usada rotinei- ramente para as atividades mais simples como fins didáticos em universidades e rotinas laboratoriais menos complexas. Microscopia de contraste de fase: Nesta classe de microscópio o trajeto do feixe 24 luminoso na formação da imagem sofre um retardo óptico devido a um grupo de anéis colocado no percurso da luz. A diferença de fase gerada pelo sistema óptico amplia o contraste entre os componentes intracelulares, permitindo uma melhor visualização do material biológicos e células vivas. Nesta situação não há necessidade de coloração. Microscopia de fluorescência: Neste tipo de microscopia, o material biológico a ser analisado é corado com um fluoróforo, tipo de substância que que após ser excitada com radiação de baixo comprimento de onda, emite uma fluores- cência, captada pelo microscópio. Portanto, tantoa excitação quanto a sele- ção e captação da fluorescência são realizadas pelo microscópio em questão. Utilizado normalmente na identificação e quantificação de proteínas e antíge- nos dentro das células ou tecidos. Microscopia confocal: Este tipo de microscopia se baseia de certa forma no mesmo princípio da microscopia de fluorescência, porém, com algumas parti- cularidades, como a seleção e utilização de apenas alguns pontos do plano focal iluminados pelo laser na amostra. Dessa forma, é possível selecionar ape- nas o plano que se deseja analisar numa amostra. Posteriormente, é possível agrupar vários planos e montar uma amostra biológica tridimensional, capaz de ser analisada com maiores detalhes. Microscopia eletrônica O microscópio eletrônico tem como princípio de funcionamento a utilização 25 de um feixe de elétrons que atravessa a amostra, ao invés de um feixe de raios lumi- nosos. O fato do feixe de elétrons ter um menor comprimento de onda em relação ao feixe de luz utilizado na microscopia óptica permite aos microscópios eletrônicos identificarem em separado pontos com menor distância entre si (menor limite de re- solução com consequente maior poder de resolução). Com isso, é possível visualizar organelas celulares não visíveis à microscopia óptica, como mitocôndrias, ribosso- mos, Complexo de Golgi e estruturas celulares como o núcleo, a membrana citoplas- mática e ainda os vírus. A microscopia eletrônica, assim como a óptica, exige a preparação prévia do material biológico a ser estudado. Porém, na microscopia eletrônica os métodos de coloração utilizados são diferentes da microscopia óptica. Na microscopia eletrônica são utilizados, normalmente, sais de metais pesados capazes de desviar o feixe de elétrons. Como as estruturas celulares têm densidades diferentes, em determinados locais os feixes de elétrons mudam de direção e em outros não. Os feixes de elétrons que não mudarem de direção são captados para a formação da imagem. Existem alguns tipos de microscópios eletrônicos, a saber: Microscópio eletrônico de Transmissão: A imagem neste tipo de microscopia é formada por diferença de densidade da amostra biológica. Em locais mais del- gados da amostra os elétrons conseguem atravessar com mais facilidade, ao contrário de outros mais espessos. Assim, por diferença de densidade a fotomi- crografia eletrônica possui regiões mais claras e outras mais escuras, gerando contraste, capaz de identificar regiões e estruturas celulares. Microscópio eletrônico de Varredura: Neste caso, o feixe de elétrons não trans- passa a amostra. A amostra ao ser atingida pelo feixe de elétrons emite elétrons secundários que são captados por um detector, capaz de gerar uma imagem. Esse mecanismo é capaz de produzir uma imagem tridimensional, com maior riqueza de detalhes. 26 2.3 PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS BIOLÓGICAS Algumas amostras biológicas podem ser vistas a fresco, como amostras de urina e sêmen, sem a necessidade de métodos especiais de fixação e coloração. Contudo, a maioria das espécimes biológicas analisadas em um laboratório necessi- tam tanto de uma etapa de fixação, como de coloração para que suas estruturas e organelas celulares possam ser devidamente identificadas. Os métodos de fixação permitem a conservação do material biológico por tempo indeterminado, de forma que possa ser armazenado para estudos futuros. Podem ser utilizados ácidos e solven- tes orgânicos como o álcool, com diferentes poderes de penetração ou os aldeídos (formaldeído e glutaraldeído) capazes de formarem ligações covalentes com os gru- pos amino-livres das proteínas, produzindo ligações cruzadas e garantindo a conser- vação da amostra. Após a etapa de fixação as amostras biológicas são embebidas, normal- mente, em parafina a fim de adquirirem consistência para serem fatiadas em cortes ultrafinos (na escala de micrômetro, como visto, anteriormente) em um aparelho de- nominado micrótomo. Amostras biológicas que não possuem consistência para se- rem fatiadas, como sangue e esfregaço cérvico vaginal, são diretamente distribuídas na lâmina de vidro. 27 Após a etapa de corte ou seccionamento no micrótomo, as amostras são co- locadas na lâmina de vidro e coradas com corantes específicos para as estruturas celulares que se deseja observar, como núcleo, citoplasma ou organelas diversas. Os corantes são específicos e possuem afinidade de acordo com o pH da estrutura ce- lular de interesse. Funcionam de forma contrária, como: os corantes básicos coram estruturas ácidas e os corantes ácidos coram estruturas básicas. Dessa forma, o nú- cleo celular que tem caráter ácido é corado por um corante básico identificado como Hematoxilina e o citoplasma, com aspecto básico, é corado por um corante ácido denominado Eosina. São inúmeros os corantes empregados na Citologia e Histologia, mas a Hema- toxilina e a Eosina (HE) são os mais comumente utilizados. Os corantes mais utilizados nos procedimentos histológicos são a He- matoxilina e a Eosina (HE). A Hematoxilina é uma base que cora, pre- ferencialmente, componentes ácidos das células em um tom azulado escuro. Como os componentes ácidos mais abundantes são o DNA e o RNA, tanto o núcleo, quanto certas partes do citoplasma, se tornam azulados. Esses componentes são chamados de basófilos. A Eosina, ao contrário, é um ácido que cora as estruturas básicas da célula de rosa. Estas estruturas são abundantes no citoplasma e são chamadas de acidófilas. (GARTNER; HIATT, 1999 apud TIMM, 2005, p. 234). 28 29 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Sobre a necessidade de instrumentos para o estudo das células foram feitas duas asserções à seguir: I. os microscópios são equipamentos que permitem ampliar as células, suas estruturas ou demais moléculas para o campo do visível, permitindo dessa forma, estudá-las. PORQUE II. a maioria das células mede entre 1 e 100 micrômetros (μM) e o limite de resolução do olho humano ou o que o olho humano é capaz de enxergar é da ordem de 100 µm A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e) As asserções I e II são proposições falsas. 2. (Cespe.unb.br/concursos/INMETRO2010) O uso de microscópios de luz implica encontrar um ótimo ponto de foco que permita a visualização da imagem sem nenhuma distorção. Em um microscópio de luz, o foco: a) é ajustado movendo-se a amostra lateralmente com o uso do comando do charriot. b) é obtido pela combinação entre as lentes objetiva e ocular, sendo desnecessário o deslocamento da amostra. c) é ajustado pelo deslocamento da amostra no eixo Z mediante a utilização dos parafusos macrométricos e micrométricos. d) é obtido com o ajuste da intensidade luminosa incidente na amostra. e) é ajustado a partir da inserção correta de filtros ópticos no caminho luminoso de forma que seja feita a seleção de um comprimento de onda luminosa específico. 30 3. (AOCP - 2018 - SUSIPE-PA - Técnico em Gestão Penitenciária - Biomedicina) Um dos equipamentos mais utilizados pelo biomédico durante toda sua vida é o microscópio óptico. Tal equipamento apresenta um conjunto de lentes ligado à base mecânica que auxilia na observação de minúsculas estruturas em lâmina, através de aumentos que podem chegar a 1000X. Sabendo disso, assinale a alternativa que apresenta a parte óptica do microscópio óptico. a) Parafuso macrométrico. b) Objetivas. c) Charriot. d) Platina. e) Parafuso micrométrico. 4. (Adaptada de UFSC 2019 - Técnico de Laboratório – Biologia) Sobre as características dos microscópios de luz, as unidades de medida em microscopia e a imagem abaixo, assinale a alternativa correta. a) Considerando o limite de resoluçãodo olho humano, uma célula observada ao microscópio de luz, a partir de uma ocular de 4X e objetiva de 40X, terá um aumento final de 320 vezes. b) A barra de escalas presente na imagem indica que o vaso sanguíneo foi aumentado 50 vezes. c) O microscópio de luz, que utiliza como fonte de iluminação a luz branca, fornece uma imagem aumentada, além de invertida. 31 d) Um micrômetro (μm) corresponde a um centésimo de metro (m). e) Os neurônios humanos precisam ser aumentados 10.000 vezes para que possam ser visualizados no microscópio de luz. 5. (AOCP - 2018 - Prefeitura de Belém - PA) Os corantes são compostos orgânicos classificados de acordo com a sua carga iônica, que podem ser ácidos, neutros ou básicos. A utilização de corantes é fundamental para analisar, microscopicamente, os componentes teciduais, como as células e a matriz extracelular. Conhecendo a ação dos corantes, assinale a alternativa correta. a) Estruturas coradas por corantes básicos são chamadas de basófilas, por exemplo, o núcleo. b) A hematoxilina é um exemplo de corante ácido, pois cora as estruturas ácidas. c) A eosina é um exemplo de corante básico. d) Estruturas coradas pelos corantes ácidos são chamadas de basófilas, como o citoplasma e a matriz extracelular. e) Corantes ácidos possuem afinidade por componentes ácidos do tecido. 6. (AOCP - 2018 - Prefeitura de Belém – PA) O microscópio óptico é um instrumento utilizado em vários setores de um laboratório. É constituído por duas partes, sendo uma parte óptica e uma parte mecânica. A parte mecânica serve para dar estabilidade e suportar a parte óptica, sendo constituída por: a) parafuso macrométrico, parafuso micrométrico, objetivas e coluna. b) revólver, coluna, objetivas e mesa. c) parafuso macrométrico, charriot, platina e base. d) oculares, objetivas, coluna e condensador. e) charriot, condensador, objetivas e oculares. 7. A coloração das amostras biológicas é uma etapa importante para o estudo das células que constituem os diversos tecidos e órgãos. Sobre a coloração e sua importância foram feitas as seguintes afirmações: I. os corantes utilizados nas células funcionam de forma contrária, de forma que, 32 os corantes básicos coram estruturas ácidas e os corantes ácidos coram estruturas básicas. II. o núcleo celular que tem caráter ácido é corado por um corante básico denominado Hematoxilina e o citoplasma, que por sua vez, tem caráter básico, é corado por um corante ácido denominado Eosina. III. a necessidade de se corar estruturas celulares para visualização em microscópios deve-se ao fato de que a imagem é formada pela incidência da luz sobre uma determinada estrutura celular corada sendo que, posteriormente, essa luz será refletida e entrará nas objetivas. IV. preparados a fresco, como urina e sêmen, são corados sempre com Hematoxilina e Eosina. Está correto o que se afirma em: a) I e II apenas. b) I e III apenas. c) I, II e III apenas. d) I, III e IV apenas. e) I, II, III e IV. 8. (Hospital das Forças Armadas- Concurso Público – 2002) A fim de evitar a destruição das células por suas próprias enzimas (autólise), ou por bactérias, os tecidos removidos de um animal devem ser adequadamente tratados após sua retirada. Esse tratamento é denominado: a) Adrepanação. b) Dissolução. c) Impregnação. d) Fixação. e) Clareamento. 33 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO CELULAR 3.1 INTRODUÇÃO Como abordado na primeira unidade deste livro, as células Eucariontes pos- suem três compartimentos: a membrana plasmática ou citoplasmática, o cito- plasma com diversas organelas e o núcleo. Já as células Procariontes (bactérias) não possuem núcleo. Nestas células, o material genético encontra-se disperso no cito- plasma. Além disso, as células Procariontes não possuem todas as organelas. Cabe destacar que as células Eucariontes vegetais possuem, além dos compartimentos ci- tados, anteriormente, a parede celular, rica em celulose. Demais critérios de distinção entre as células dos animais e as dos vegetais são as presenças de cloroplastos, va- cúolos de suco celular e glioxissomos nas células vegetais e a ausências dessas estru- turas nas células animais. Além disso, nas células animais encontramos a presença de lisossomos. Cada um desses compartimentos exerce funções cruciais na vida da cé- lula e interferem no funcionamento do organismo. Nesta unidade abordaremos a membrana plasmática, o citoplasma e o núcleo, suas constituições, bem como a importância dos eventos que ocorrem em cada um destes compartimentos celula- res, para a vida da célula e de todo o organismo. Para uma melhor compreensão dos eventos que ocorrem nos compartimentos celulares, sobretudo, os eventos me- tabólicos, é importante o conhecimento prévio da constituição molecular da célula. Na constituição das células destacam-se diversos elementos químicos e molé- culas orgânicas e inorgânicas. Dentre os elementos químicos mais frequentemente encontrados nas células podemos destacar o carbono (C), o hidrogênio (H), o oxigê- nio (O) e o nitrogênio (N). Com menos frequência, encontram-se também outros ele- mentos como o sódio (Na), o magnésio (Mg), o fósforo (P), o enxofre (S), o cloro (Cl), o potássio (K) e o cálcio (Ca). Em relação às moléculas, podemos destacar as molé- culas orgânicas (constituídas por átomos de carbono) como os carboidratos, lipídios, ácidos nucleicos, as proteínas e as moléculas inorgânicas como a água e diversos Erro! Fonte de referên- cia não encon- trada. 34 sais minerais. Na figura 5 abaixo é possível verificar a distribuição de diversas molécu- las e íons na composição celular. Figura 5: Principais componentes químicos de uma célula. Fonte: Adaptado de Alberts (2017) Muitas moléculas oriundas do meio externo entram na célula através da mem- brana citoplasmática para serem utilizadas no meio intracelular. No meio intracelular, com a participação das organelas celulares, algumas moléculas são convertidas em diversas outras, com a finalidade de serem utilizadas na própria célula, ou atravessa- rem a membrana, voltarem para o meio extracelular e atuarem em outros locais do organismo. Essas mudanças ou conversão de uma molécula em outra recebem o nome de metabolismo. As reações metabólicas que ocorrem no ambiente celular podem ser de ca- tabolismo ou de anabolismo. Podemos citar como exemplo de catabolismo a quebra 35 da molécula de glicose (C6H12O6) em CO2 e H2O, que ocorre no citoplasma e nas mitocôndrias, com a finalidade de produção de energia em forma de molécula de ATP. Como exemplo de anabolismo podemos citar a síntese ou produção de proteí- nas, em que são utilizados os aminoácidos do meio intracelular para produção de proteínas diversas, com a participação das informações genéticas encontradas no DNA e de organelas como os Ribossomos e o Retículo Endoplasmático Granular ou Rugoso. As proteínas produzidas dentro da célula podem ser utilizadas na própria constituição celular ou podem ser exportadas para o meio externo. De acordo com o exposto acima e demais informações em sequência, ao final desta unidade é esperado que o aluno compreenda a constituição molecular da célula e, ainda, a participação dos compartimentos celulares e suas implicações para o organismo como um todo. 3.2 A MEMBRANA PLASMÁTICA A membrana plasmática ou citoplasmática determina o volume celular, sendo responsável por separar o meio intracelular do extracelular. É através da membrana plasmática que ocorre o trânsito de moléculas e íons entre o meio interno e o externo. Dessa forma, ela controla a entrada e a saída de moléculas da célula. Por ser capaz de selecionar e controlar o trânsito de moléculas e íons, a membrana plasmática pos- sui a característica de permeabilidade seletiva. Ao controlar a passagem de molé- culas entre o meio intracelular e o extracelular a membrana plasmática executa uma função crucial no metabolismo celular. O entendimento da ação de fármacos, hormônios e moléculas transmissorasnas células passa, antes de tudo, pela compreensão da constituição e estrutura da membrana plasmática, bem como dos tipos de transportes que ocorrem através 36 dela, uma vez que as moléculas agem na célula se ligando às proteínas presentes na membrana ou passando através dela para agirem em seu interior. A composição das membranas permite a elas realizarem diversas funções, como: delimitação do volume celular. trocas entre a célula e o ambiente ao qual se encontra, através de diversos tipos de transportes. manutenção de um potencial elétrico em algumas categorias de células como os neurônios e células musculares cardíacas. antigenicidade (indução à produção de anticorpos). reconhecimento e adesão entre as células. Dessa forma, antes de abordarmos esses transportes e demais funções da membrana é preciso conhecer a sua composição. Composição da Membrana Plasmática: A Membrana Plasmática é formada por uma bicamada fosfolipídica com proteínas inseridas . As moléculas da bica- mada fosfolipídica estão organizadas de tal maneira que as cabeças dos lipí- dios são polares ou hidrofílicas (possuem afinidade com a água) e faceiam a membrana, enquanto que as caudas dos lipídios são apolares ou hidrofóbicas (não possuem afinidade com a água) e estão voltadas para o interior da mem- brana. Figura 6: Membrana Plasmática Fonte: Santos (2019) 37 Transportes de Moléculas: O fato da bicamada fosfolipídica possuir polaridade implica em obstáculo a passagem de diversas moléculas. Nos transportes atra- vés da membrana, só conseguirão atravessar diretamente a bicamada molé- culas menores e pouco carregadas, como o oxigênio, o gás carbônico e alguns poucos íons . Figura 7: Transporte de Moléculas Fonte: Alberts (2017) Moléculas carregadas e maiores que não conseguem atravessar diretamente pela bicamada deverão entrar ou sair das células pelos canais proteicos inseridos na membrana . Outro tipo de transporte é o transporte em quantidade. Neste tipo de trans- porte as substâncias entram ou saem das células através da deformação da mem- brana, não a atravessam diretamente. Dessa forma, as moléculas, íons e demais substâncias transitam entre a célula e o meio externo através dos seguintes tipos de transportes: transportes através da membrana e transporte em quantidade. O esquema abaixo define bem esses tipos de transportes e suas subdivisões: 38 Figura 8: Tipos de transportes e suas subdivisões Fonte: Elaborado pelo Autor (2020) Transportes através da membrana Difusão Simples: tipo de transporte em que o soluto (partícula sólida) atravessa diretamente a bicamada lipídica, sem a necessidade de um transportador pro- teico, de um local de maior concentração para um de menor concentração, sem consumo de energia (passivo). Difusão Facilitada: tipo de transporte em que o soluto (partícula sólida) não con- segue atravessar diretamente a bicamada lipídica. Portanto, utiliza um canal proteico. As moléculas seguem de uma região de maior concentração para uma de menor concentração, sem gasto de energia (passivo). Osmose: tipo de transporte em que o solvente (líquido) se desloca de uma re- gião de menor concentração de íons para uma de maior concentração, sem gasto de energia (passivo). Transporte Ativo: tipo de transporte em que o soluto (partícula sólida) se desloca 39 de uma região de menor concentração para uma de maior concentração, com consumo de energia Figura 9: Transportes através da membrana Fonte: Martins (2008) Transporte em quantidade Fagocitose: tipo de transporte em que a membrana sofre uma deformação para englobar uma partícula, geralmente, sólida. Pinocitose: tipo de transporte em que a membrana sofre uma deformação para englobar uma partícula, geralmente, líquida. Secreção: tipo de transporte em que a membrana sofre uma deformação para lançar no meio extracelular substâncias produzidas no meio intracelular, e que serão de utilidade para outras células, como os hormônios. Excreção: tipo de transporte em que a membrana sofre uma deformação para lançar no meio extracelular resíduos da digestão de partículas ou do seu meta- bolismo. 40 Adaptações da Membrana Algumas células podem sofrer adaptações ou especializações em suas mem- branas de acordo com a função que a célula exerce no organismo, como: • Microvilosidades: são projeções do citoplasma e, consequentemente, da mem- brana, voltadas para o meio externo, a fim de aumentar a área e de absorção. Esse tipo de especialização é encontrado, portanto, em células que realizam absorção, como as células intestinais e células dos túbulos renais. • Cílios: são expansões longas e finas da membrana com a finalidade de reter ou expulsar partículas e moléculas em determinados órgãos e tecidos, como nas vias aéreas e tubas uterinas. • Flagelos: são expansões da membrana com a finalidade de auxiliar na movi- mentação de algumas células como os espermatozoides e alguns protozoários 41 flagelados. 3.3 O CITOPLASMA O citoplasma das células eucariontes é preenchido pelo citosol, onde se en- contram diversos íons, água, moléculas como aminoácidos e enzimas. As organelas com funções diversas como as mitocôndrias, o retículo endoplasmático, o aparelho de Golgi, os lisossomos e os peroxissomos também se localizam no citoplasma. Além de água, íons e organelas, no citoplasma das células eucariontes encontra-se uma rede de filamentos proteicos, com a finalidade de dar sustentação, forma e partici- par de diversos movimentos celulares, ao qual denominamos citoesqueleto. O citoplasma das células procariontes (bactérias e algas azuis) se caracteriza pela escassez de organelas (nesse só existem ribossomos ligados ao mRNA) e ausên- cia do citoesqueleto. Outra característica dos procariontes é o fato do material ge- nético se encontrar disperso diretamente no citoplasma, uma vez que estas células não possuem a membrana que reveste e delimita o núcleo (carioteca ou mem- brana nuclear). O Citoesqueleto O citoesqueleto, presente nas células eucariontes, consiste em uma rede de filamentos proteicos com funções diversas, tais como: promover a sustentação e forma da célula. promover a locomoção de algumas células, como os macrófagos. promover a locomoção e transportar substâncias no citoplasma. participar da divisão celular. auxiliar nos transportes através da membrana. Os quatro constituintes do citoesqueleto são: os microtúbulos (constituídos pela proteína tubulina), os filamentos finos de actina (constituídos pela proteína ac- tina), os filamentos de miosina (constituídos pela proteína miosina) e os filamentos intermediários (a proteína que o constitui varia dependendo do tecido ao qual se 42 encontra). São diversas as situações em que os componentes do citoesqueleto au- xiliam na estrutura, forma e função celular. Algumas células, como as células do in- testino e ductos renais emitem projeções em suas membranas, as microvilosidades, que auxiliam no processo de absorção. As microvilosidades são sustentadas graças aos filamentos de actina, que as mantêm de pé. Os microfilamentos ou filamentos de actina participam também da locomo- ção de algumas células, como os macrófagos, ao emitirem o prolongamento de suas membranas e formarem os “falsos pés” ou pseudópodes. O deslizamento dos filamentos de actina sobre os de miosina nas fibras musculares permitem a contrata- ção e o relaxamento destas células. Nos tecidos epiteliais, os filamentos intermediá- rios participam da adesão entre as células, garantindo maior resistência ao tecido contra tensões. Os microtúbulos participam no movimento de moléculas no citoplasma de algumas células, como os neurotransmissores nos neurônios e ainda, participam na sustentação e movimento de algumas de adaptações de membrana como os cílios e os flagelos. Os microtúbulos participam ainda na formação dos centríolos, que por sua vez, participam no processo de divisão celular ao movimentar os cromossomos.3.4 AS ORGANELAS As organelas citoplasmáticas participam de diversas funções nas células como síntese de de ATP (molécula energética); síntese de macromoléculas diversas como proteínas e lipídios; digestão de moléculas e partículas englobadas pela cé- lula; armazenamento, compactação e secreção de moléculas produzidas no inte- rior da célula. As células procariontes são bem elementares, pois não possuem todas as organelas, possuem apenas os ribossomos. Comparando as células eucariontes animais com os eucariontes vegetais podemos destacar a presença dos lisossomos e centríolos nas animais e suas ausências nas vegetais. Presença dos cloroplastos e vacúolos nas vegetais e suas ausências nas animais. Na primeira figura abaixo (Figura 10) contém a célula Eucarionte, e logo abaixo a célula Procarionte . 43 Figura 10: Célula Eucarionte e Procarionte Fonte: Adaptado de Almeida e Pires (2014) Na figura abaixo (Figura 11) do lado esquerdo contém a célula Eucarionte animal, e do lado direito a célula Eucarionte vegetal. 44 Figura 11: Diferença entre célula animal e vegetal Fonte: Cavichiolo; Schadeck e Mendonça (2020) Os Ribossomos São organelas formadas por duas unidades esféricas, uma maior e uma menor. Os ribossomos estão envolvidos na síntese de proteínas nas células ao se ligarem à fita do RNAm e permitir que este se ligue ao RNAt com seus respectivos aminoácidos. Este mecanismo será visto com mais detalhes na unidade que aborda a síntese de proteínas. Os ribossomos podem ser encontrados de duas formas: livres no citoplasma ou aderidos a membrana do retículo endoplasmático rugoso (RER). Em todas as duas situações eles participam no mecanismo de síntese de proteínas, porém, as proteínas produzidas pelos ribossomos livres são em geral para serem utilizadas dentro das cé- lulas, já as proteínas produzidas pelos ribossomos associados ao RER são para a utili- zação no meio externo. O Retículo Endoplasmático É uma organela citoplasmática com formato tubular e com cavidades que podem ser chamadas de lúmen ou cisternas. São encontrados dois tipos de retículo 45 endoplasmático, o liso (REL) e o rugoso (RER). A diferença entre ambos é que no ru- goso são econcontrados ribossomos aderidos à sua membrana, ao contrário do liso, que não apresenta ribossomos. Essa diferença estrutural implica em funções diferen- tes entre os dois. O rugoso, como apresenta ribossomos presos à sua membrana, tam- bém participa da síntese de proteínas como descrito, anteriormente. Já o liso exerce funções bem distintas. Suas principais funções dentro das células são participar de reações metabólicas como a síntese de lipídios, desintoxicação das células, hidrólise (quebra) do glicogênio e, ainda, armazenar o cálcio em seu interior. Portanto, o REL é encontrado em grande quantidade em células do fígado (hepatócitos) que reali- zam inúmeras funções metabólicas e células musculares que armazenam o cálcio para sua contração. O Complexo de Golgi É uma organela com o aspecto de uma pilha de sacos achatados e empilha- dos. O complexo de Golgi tem a função de receber moléculas oriundas de outros compartimentos celulares, compactá-las em moléculas maiores e armazená-las até o ponto de serem secretadas. Portanto, são encontradas em grande quantidade em células secretoras, como as células dos ductos do epidídimo, que liberam secreção para nutrir os espermatozoides. Os Lisossomos São organelas citoplasmáticas em formato de vesículas esféricas. Nas vesículas lisossômicas encontram-se enzimas hidrolíticas ou digestivas, capazes de realizar a quebra de diversas moléculas. Portanto, a função dos lisossomos é participar da di- gestão intracelular de moléculas ou partículas que foram englobadas pela fagoci- tose ou pinocitose. Os Macrófagos são exemplos de células com abundância de li- sossomos, pois são células de defesa que fazem fagocitose. As células vegetais de não possuem lisossomos, já que a digestão intracelular netas células é desempe- nhada pelo vacúolo. 46 Os Centríolos São organelas cilíndricas, compostas por microtúbulos que se organizam em forma de trincas (9 trincas). Os centríolos participam do movimento dos cromossomos durante a divisão celular ao prologarem seus microtúbulos e, ainda, da constituição dos cílios e dos flagelos. Os centríolos estão presentes em algumas células vegetais, mas estão ausentes nas células dos vegetais superiores (gimnospermas e angiosper- mas). Os Peroxissomos São organelas em forma de vesículas membranosas, pouco parecidas com os lisossomos, diferindo-se destes pelo conteúdo de suas vesículas. Nos peroxissomos en- contra-se a catalase, enzima digestiva capaz de converter o peróxido de hidrogênio (água oxigenada - H2O2) em água e oxigênio (2 H2O2 + Enzima Catalase → 2 H2O + O2) pois a água oxigenada em grande quantidade é prejudicial à célula. Os Cloroplastos São organelas em formato de disco, envoltos por duas membranas em seu entorno e várias membranas internas formando estruturas denominadas tilacoídes. Os cloroplastos possuem clorofila, pigmento verde, responsável pela fotossíntese nas células vegetais. As mitocôndrias São organelas constituídas por duas membranas, uma interna e outra externa, sendo que a membrana interna sofre imaginações ou dobras para o seu interior for- mando as cristas mitocondriais. Entre as cristas mitocondriais encontra-se a matriz mi- tocondrial, onde estão presentes várias enzimas que participam do processo da res- piração celular. As mitocôndrias possuem ainda seu próprio material genético, DNA e RNA e até mesmo ribossomos. Diante disso, possuem automatismo funcional, capa- zes de multiplicarem e funcionarem por si só. A função das mitocôndrias é fornecer 47 energia para as células em forma da molécula de ATP (adenosina trifosfato), molé- cula energética. A obtenção de energia das células se dá através da respiração ce- lular, utilizando o oxigênio, ou da fermentação, na ausência do oxigênio. A respira- ção celular, processo eficientemente energético, utiliza a glicose em combinação com o oxigênio, liberando gás carbônico, água e energia em forma de ATP, con- forme a equação (1): C6H12O6 + 6O2 → 6CO2 + 6H2O + energia (1) Esse processo ocorre em três etapas: a) Glicólise: essa etapa ocorre no citoplasma, onde a molécula de glicose é que- brada em ácido pirúvico (piruvato), com saldo final de 2 ATP. b) Ciclo de Krebs (ciclo do ácido cítrico): essa etapa ocorre na matriz mitocondrial, onde o ácido pirúvico gerado, anteriormente, entra na mitocôndria, gerando um saldo 2 ATP. c) Cadeia Respiratória ou Fosforilação Oxidativa: ocorre nas cristas mitocondriais com saldo energético final de 36 ATP. Abaixo representa, de forma simplificada, as etapas da respiração celular. En- trada das moléculas provenientes dos alimentos na célula, suas quebras no cito- plasma com a participação do oxigênio (glicólise) e etapas subsequentes, que ocor- rem no interior da mitocôndria. 48 Figura 12: Respiração celular Fonte: Santos (2018) A mitocôndria é uma estrutura intracelular responsável por transformar a energia dos alimentos em energia útil e transportável às células, atra- vés da molécula de adenosina-trifosfato (ATP). Sendo assim, as mito- côndrias, fonte primária de ATP, são fundamentais para a vida de cé- lulas eucarióticas (PEREIRA et al., 2012, p. 1). 3.5 O NÚCLEO E O CICLO CELULAR O núcleo é o centro de atividades das células eucariontes, pois ele contém a a maior quantidade do material genético responsável por controlar o metabolismo e 49 a multiplicação das células. Uma menor parte do material genético encontra-se nas mitocôndrias e cloroplastos como visto, anteriormente, no tópico sobre as organelas. O núcleo está ausente nas células procariontes e o material genético destas se en- contra disperso diretamente no citoplasma. Portanto, esta é a principal característica que diferencia os dois modelos de células. O núcleo tem formato diversificado, sendo queeste, normalmente, obedece a morfologia das células, ou seja, células arredon- dadas têm núcleo arredondado, ao passo que células mais achatadas como as pa- vimentosas, têm núcleo achatado e assim por diante. O núcleo é constituído pelo envelope nuclear ou carioteca que o separa do citoplasma; pela matriz nuclear; pelo nucléolo e pela cromatina (Figura 3.8). No en- velope nuclear são encontrados os poros nucleares, que permitem a passagem de moléculas para citoplasma. O nucléolo é constituído, principalmente, por proteínas estruturais e pelo RNA ribossômico (rRNA), componente dos ribossomos. A cromatina é formada pelo DNA associado a proteínas histonas. As histonas são proteínas que, associadas ao DNA, participam de seu enovelamento ou compactação. Figura 13: Representação do núcleo com o material genético em seu interior Fonte: Mendonça (2016, p. 214) O nível de compactação ou condensação da cromatina permite predizer o comportamento celular, como se a célula se encontra em processo de divisão ou de síntese de proteínas. No momento da síntese de proteínas, que será demonstrada nas unidades subsequentes, a cromatina encontra-se descompactada, ao passo que no momento da divisão celular a cromatina atinge seu mais alto grau de compactação. 50 Quando a cromatina atinge seu maior grau de compactação formam-se unidades denominadas cromossomos, que na espécie humana totalizam 46, sendo que este número varia entre as diversas espécies. No DNA são encontrados trechos ou regiões denominadas de genes, responsáveis pelas transferências das características heredi- tárias. Cromossomos são formatos por cromatina (DNA + histonas) altamente com- pactada. Cada braço de um cromossomo recebe o nome de cromátide. Figura 14: Cromossomo Fonte: Santos (2020) Os cromossomos são encontrados em pares ou individualmente nas células. As células com cromossomos em pares são chamadas de células diploides (2n) e as cé- lulas em que os cromossomos se encontram individualizados são chamadas de célu- las haploides (n). Na espécie humana, as células diploides são as constituintes do corpo, também chamadas de células somáticas, com 46 cromossomos cada. Já as células haploides, são os gametas (espermatozoide e ovócito), com 23 cromossomos cada. As células eucariontes alternam momentos em seus cursos de vida. Ora estão se dividindo, por mitose ou meiose, ora estão em intérfase. No período da intérfase são intensas as atividades metabólicas e síntese de macromoléculas, sobretudo, de proteínas e de duplicação do DNA, a fim de adquirirem condições para se dividirem novamente. Esse ciclo ao qual estão submetidas recebe o nome de ciclo celular. 51 Figura 15: Representação gráfica do ciclo celular, demonstrando a alternância entre a fase da intérfase e o período da divisão a qual as células estão submetidas Fonte: Alberts (2017) Os organismos multicelulares, como os animais e as plantas, multiplicam suas células com a finalidade de se reproduzirem, crescerem e reporem células perdidas. Esse processo de multiplicação de células nos eucariontes se dá através da divisão de células preexistentes, o qual denominamos divisão celular. Ou seja, a “matemá- tica celular” é dividir para se multiplicar. Nos eucariontes, as células se dividem por dois tipos: a mitose e a meiose, cada uma delas com finalidades distintas e com re- sultados diferentes em relação ao número de células formadas. A mitose tem por finalidade promover o crescimento do organismo e a renovação ou reconstituição de células perdidas. Já a meiose, por sua vez, tem como finalidade a formação de células reprodutivas, os gametas. Na mitose, uma célula ao se dividir origina duas novas células com o mesmo número de cromossomos. Na meiose, uma célula ao se dividir origina quatro novas células, com a metade do número de cromossomos. As bactérias (procariontes) e unicelulares não se dividem por mitose ou meiose. Nestas, o sistema de divisão ou multiplicação ocorre por conjugação, divisão binária e transdução. 3.6 A MITOSE E SUAS FASES Como citado, anteriormente, o resultado final da mitose são duas novas célu- las formadas com o mesmo no número de cromossomos. Como exemplo, uma célula somática humana com 46 cromossomos ao sofrer mitose produzirá duas novas célu- las, com a mesma quantidade de cromossomos. As fases da mitose são: 52 Prófase: fase caracterizada pela condensação ou compactação da croma- tina. Considerando que esta é a primeira etapa da mitose, subtende-se que a célula estava em intérfase e com cromatina descompactada. Esta etapa é também caracterizada pelo desaparecimento do nucléolo e fragmentação da carioteca (membrana nuclear). Metáfase: nesta fase os cromossomos ocupam a região mediana da célula. Os centríolos migram para os polos opostos da célula e prolongam seus mi- crotúbulos a fim de se ligarem aos cromossomos, formando o fuso mitótico. Anáfase: nesta fase os microtúbulos dos centríolos que se ligaram aos cromos- somos na etapa anterior são encurtados, separando as cromátides dos cro- mossomos. Cada cromátide migra para um polo da célula. Telófase: ocorre nesta fase a reconstituição da membrana nuclear em cada conjunto cromossômico formado nos dois polos da célula. A partir de então a célula passa a possuir dois núcleos. Posteriormente, o citoplasma é divido, dando origem a duas novas células. 53 Figura 16: Representação das fases da mitose Fonte: Mendonça (2016, p. 220-221) A Meiose e Suas Fases: As células de linhagens germinativas diploides (2n) de um indivíduo multicelular adulto, espermatogônia e ovogônia, necessitam passar pela meiose para formarem gametas, espermatozoides e ovócitos, com a me- tade do número de cromossomos. Isto para que estes gametas ao se fundirem 54 através da fecundação formem uma célula inicial diploide (2n), o zigoto, con- forme o esquema abaixo: Espermatozoide (n) + Ovócito (n) Zigoto (2n) Indivíduo multicelular (2n) Gametas (n) Fecundação, Mitose e Meiose: Portanto, as células de linhagens reprodutivas di- ploides (2n), para formarem gametas haploides (n), passam por duas divisões con- secutivas: a meiose I e a meiose II. Na meiose I ocorre a separação dos pares de cromossomos (homólogos), sendo que cada um membro do par segue para uma das células resultantes. Dessa forma, cada célula resultante da meiose I possui a metade do número de cromossomos da célula inicial. Por esse motivo, dizemos que a meiose I é reducional. Cada célula formada pela meiose I segue, na se- quência, para a meiose II. Na meiose II ocorre apenas a separação das cromáti- des dos cromossomos, uma vez que nessa etapa não há cromossomos homólo- gos. A meiose II é semelhante à mitose, é equacional. A meiose I é constituída pela prófase I, metáfase I, anáfase I e telófase I Figura 17: Meiose I Fonte: Mendonça (2016, p. 224) Prófase I: fase caracterizada pela condensação ou compactação da croma- tina. Esta etapa é também caracterizada pelo desaparecimento do nucléolo e fragmentação da carioteca (membrana nuclear). Na prófase I da meiose ocorre um fenômeno muito importante para aumentar a variabilidade gené- tica, o crossing over, que é a troca de fragmentos entre as cromátides dos cromossomos homólogos. 55 Metáfase I: nesta fase, os cromossomos homólogos (pares) ocupam a região mediana da célula. Os centríolos migram para os polos opostos da célula e prolongam seus microtúbulos a fim de se ligarem aos cromossomos homólo- gos, formando o fuso mitótico. Anáfase I: nesta fase, os microtúbulos dos centríolos que se ligaram aos cro- mossomos homólogos na etapa anterior são encurtados, separando os cro- mossomos. Cada um dos cromossomos homólogos migra para um polo da célula. Telófase I: ocorre nesta fase a reconstituição da membrana nuclear em cada conjunto haploide (n) de cromossomo, nos dois polos da célula. A partir de então, a célula passa a possuir dois núcleos. Posteriormente, o citoplasma é divido,dando origem a duas novas células haploides. Cada célula formada pela meiose I passará pela segunda divisão da meiose, a meiose II, formando duas novas células cada uma. Ao final da meiose II, como resultado final, serão produzidas quatro novas células. A meiose II é constituída pela prófase II, metáfase II, anáfase II e telófase II . Como citado, anteriormente, a meiose II é semelhante à mitose. Figura 18: Meiose II Fonte: Mendonça (2016, p. 225) • Prófase II: fase caracterizada pela condensação ou compactação da croma- tina. Esta etapa é também caracterizada pelo desaparecimento do nucléolo e fragmentação da carioteca (membrana nuclear). 56 • Metáfase II: nesta fase os cromossomos ocupam a região mediana da célula. Os centríolos migram para os polos opostos da célula e prolongam seus mi- crotúbulos a fim de se ligarem aos cromossomos, formando o fuso mitótico. Não há cromossomos homólogos na metáfase II, uma vez que foram separa- dos na anáfase I. • Anáfase II: nesta fase os microtúbulos dos centríolos que se ligaram aos cro- mossomos na etapa anterior são encurtados, separando as cromátides dos cromossomos. Cada cromátide migra para um polo da célula. • Telófase II: ocorre nesta fase a reconstituição da membrana nuclear em cada conjunto cromossômico formado nos dois polos da célula. A partir de então, a célula passa a possuir dois núcleos. Posteriormente, o citoplasma é dividido, dando origem a duas novas células. Considerando que duas células são ad- vindas da meiose I, ao final da Telófase II, há um saldo de quatro células ha- ploides (n). FIXANDO O CONTEÚDO 1. Os átomos e as moléculas dos seres vivos são continuamente trocados, e a maioria 57 das substâncias celulares é constantemente degradada e substituída por outras recém-fabricadas. Essa atividade intensa de montagem e desmontagem requer energia, que a célula obtém pela degradação de certos tipos de moléculas orgânicas. Além de fornecer a energia necessária à manutenção da vida, os nutrientes orgânicos fornecem matéria-prima para a fabricação de novas moléculas. Toda a atividade de transformação química no interior da célula constitui o _______________, dividido em _______________, que se refere aos processos com produção de novas substâncias a partir de substâncias mais simples, e o ________________, que se refere à degradação de substâncias complexas em outras mais simples, como a quebra da glicose (C6H12O6) em gás carbônico (CO2) e H2O, com liberação de energia. Em sequência, as palavras que completam essas lacunas, corretamente, são: a) anabolismo, metabolismo e catabolismo. b) metabolismo, catabolismo e anabolismo. c) catabolismo, anabolismo e metabolismo. d) metabolismo, anabolismo e catabolismo. e) anabolismo, catabolismo e metabolismo. 2. (NUCEPE - 2018 - SEDUC-PI) A base de toda a vida na Terra é a célula, que costumamos definir como "unidade morfológica e fisiológica dos seres vivos". Um organismo, sendo unicelular ou pluricelular, tem toda a sua existência ligada à célula, e toda célula, sem exceção, é delimitada por uma Membrana Plasmática, a qual é responsável por todo o intercâmbio de substâncias entre o meio intracelular e extracelular. No Piauí, assim como no restante do Nordeste, temos uma iguaria muito conhecida, a "carne de sol", que tem um preparo muito simples, o mais antigo método de conservação, o salgamento. Quando se coloca o sal sobre a carne, percebe-se que ela começa a murchar devido à saída de água das células. Sobre esse fato, assinale a alternativa correta: a) a saída de água se deve à maior concentração do meio extracelular devido à adição do sal, processo passivo denominado osmose. b) ocorre uma eliminação de água que requer um gasto de energia, por parte da 58 célula, ou seja, é um transporte ativo. c) o fenômeno descrito é a difusão facilitada, onde os íons cloreto (Cl-) e sódio (Na+) favorecem a saída de água devido à polaridade da molécula. d) a descrição se refere ao mecanismo de bomba de sódio (Na+) e potássio (K+), que é um processo passivo de transporte de água e íons. e) o processo descrito apresenta o mecanismo de pinocitose, que consiste na captação dos sais dissolvidos na água, seguida de sua eliminação para manter o equilíbrio osmótico. 3. Analise a figura a seguir: Com base na figura e nos conhecimentos sobre o tema, analise as afirmativas a seguir: I. Graças a seus receptores específicos, a membrana tem a capacidade de reconhecer outras células e diversos tipos de moléculas como, por exemplo, hormônios e alguns fármacos. II. A membrana celular é permeável à água. Colocadas em uma solução hipertônica, as células aumentam de volume devido à penetração de água por osmose. Se o aumento de volume for acentuado, a membrana plasmática se rompe e o conteúdo da célula extravasa. III. Na membrana plasmática existem canais proteicos que auxiliam na entrada de 59 moléculas na célula. Baseado nas afirmativas acima se pode afirmar: a) estão corretas as afirmativas I e II. b) estão corretas as afirmativas I e III. c) estão corretas as afirmativas II e III. d) estão corretas as afirmativas I, II e III. e) nenhuma das afirmativas está correta. 4. (FGV - 2010 – FIOCRUZ) A capacidade das células eucarióticas de adotar uma variedade de formas e executar movimentos coordenados, depende de uma rede complexa de filamentos de proteínas filamentosas que se estendem por todo o citoplasma. Essa rede é chamada de citoesqueleto. Embora, ao contrário de um esqueleto ósseo, é uma estrutura altamente dinâmica que se reorganiza continuamente quando a célula altera a forma, se divide ou responde a estímulos do ambiente. As diferentes atividades do citoesqueleto dependem de diferentes tipos de filamentos proteicos. Assinale a alternativa que indica o nome desses filamentos. a) Somente microtúbulos e filamentos intermediários. b) Somente filamentos de actina e Mielina. c) Filamentos de actina, filamentos de miosina, microtúbulos e filamentos intermediários. d) Somente Mielina, microtúbulos e filamentos intermediários. e) Somente filamentos de actina e microtúbulos. 5. (ADM&TEC - 2019 - Prefeitura de Pedra - PE) Pesquisadores analisaram a dieta e a qualidade do sêmen de 155 homens. Eles descobriram que os indivíduos que comiam mais peixe, especialmente peixes ricos em ômega-3, como salmão ou atum, apresentavam espermatozoides mais saudáveis com melhor motilidade (movimentação), devido à energia gerada na peça intermediária dessa célula, conforme ilustrado na figura a seguir. 60 Assim sendo, uma dieta rica em ômega-3 age diretamente sobre: a) os centríolos da célula. b) o núcleo da célula c) o acrossoma da célula. d) a membrana plasmática da célula. e) as mitocôndrias da célula. 6. A droga Cloranfenicol tem efeito antibiótico por agir em uma determinada organela celular bacteriana impedindo, assim, a realização de sua função. A referida organela está apontada pela seta na figura abaixo e, em seguida, sobre esse processo foram feitas duas asserções. I. A organela apontada é o ribossomo bacteriano e a droga Cloranfenicol tem efeito antibiótico PORQUE 61 II. ao inibir a ação dos ribossomos, inibe também a função dessa organela, que é produção de energia em forma de ATP. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e) As asserções I e II são proposições falsas. 7. As organelas celulares são compartimentos delimitados por membranas compostas por bicamadas fosfolipídicas. Considerando as características de 1 a 5 descritas nos itens a seguir, assinale a alternativa que representa a ordem correta das organelas que representam estas características: I. sistema
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