Buscar

ACESSIBILIDADE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 126 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 126 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 126 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ACESSIBILIDADE
Autora: Gisele Cristina de Souza
Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
 362.4
S729a Souza, Gisele Cristina de
 Acessibilidade / Gisele Cristina de Souza. 
 Indaial : Uniasselvi, 2013.
 126 p. : il 
 
 ISBN 978-85-7830-658-8
	 	 1.	Deficiência	física.
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
 Reitor: Prof. Ozinil Martins de Souza
 Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
 Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel
 Equipe Multidisciplinar da 
 Pós-Graduação EAD: Profa. Hiandra B. Götzinger Montibeller
 Profa. Izilene Conceição Amaro Ewald
 Profa. Jociane Stolf
 
 Revisão de Conteúdo: Prof. Ivan Álvaro 
 Revisão Gramatical: Sandra Pottmaier
 
 Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (047) 3281-9000/3281-9090
Copyright © UNIASSELVI 2013
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
 Gisele Cristina de Souza
Mestre em Saúde e Gestão do Trabalho 
pela	Universidade	do	Vale	do	Itajaí	(UNIVALI).	
Prêmio	Mérito	Estudantil	no	curso	de	graduação	
de Fisioterapia da UNIVALI, primeiro lugar com 
o Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
na	VIII	Semana	de	Iniciação	Científica	do	Curso	de	
Fisioterapia da UNIVALI. Fisioterapeuta escolar e 
clínica	no	Centro	Municipal	de	Educação	Alternativa	
de	 Itajaí	 (CEMESPI).	 Professora	 de	 pós-graduação.	
Desenvolve pesquisas relacionadas à inclusão escolar 
e	 às	 práticas	 da	 educação	 física	 inclusiva.	 Publicou:	
Avaliação da Mobilidade Torácica e Capacidade Vital 
em	Crianças	Saudáveis	do	Sexo	Masculino	através	da	
Cirtometria e Ventilometria; Avaliação da capacidade 
vital pela ventilometria em crianças saudáveis do sexo 
masculino de 7 a 11 anos; Formação Continuada em 
Estimulação	neuropsicomotora	para	professores	da	
educação	 infantil	da	 rede	municipal	de	ensino	de	
Itajaí:	 Projeto	 “Primeiros	 Passos”;	 A	 Prevenção	
dos Problemas da Coluna Vertebral para os 
Professores	 de	 Berçário	 e	 Maternal	 da	 Rede	
Municipal	 de	 Ensino	 de	 Itajaí;	 Reorientação	
didático	pedagógica	da	educação	física	na		
perspectiva da inclusão escolar.
Sumário
APRESENTAÇÃO ..................................................................... 7
CAPÍTULO 1
Compreendendo a aCeSSibilidade ................................................. 9
CAPÍTULO 2
legiSlação ................................................................................ 33
CAPÍTULO 3
aCeSSibilidade na eSCola: abrindo novoS CaminhoS 
para a aprendizagem ................................................................. 49
CAPÍTULO 4
oS diverSoS eSpaçoS da eSCola aCeSSível para TodoS ............ 75
CAPÍTULO 5
a aCeSSibilidade noS CaminhoS para a eSCola ........................... 111
7
APRESENTAÇÃO
Caro(a) pós-graduando(a):
A	garantia	do	acesso	e	permanência	de	toda	criança	na	escola	está	registrada	
no	bojo	das	políticas	públicas	do	Brasil	na	Constituição	de	1988.	Mas	tornar	toda	
a	escola	acessível	para	os	alunos	com	e	sem	deficiência	trata-se	de	um	grande	
processo	 que	 vai	 além	 das	 normas	 e	 técnicas	 de	 acessibilidade	 brasileiras.	A	
escola	precisa	estar	apta	a	permitir	a	aprendizagem	do	aluno	de	forma	a	garantir	
um	saber	que	lhe	é	próprio,	e	que	faz	sentido	no	seu	mundo	particular	e	social.
 
Nós	 profissionais	 da	 educação,	 devemos	 ter	 a	 consciência	 de	 que	 a	
acessibilidade	 é	 necessária	 e	 boa	 para	 todos,	 todos	 os	 alunos,	 com	 e	 sem	
deficiência	 indistintamente;	 da	mesma	 forma	que,	 nas	audiências	 sociais	 todos	
nós	precisamos	de	acessibilidade	para	 ir	e	vir	com	autonomia	e	 independência	
usufruindo	o	nosso	direito	de	cidadão	livre.
A este respeito, nosso caderno de estudos de acessibilidade, considera 
a	 perspectiva	 de	 que	 os	 profissionais	 da	 educação	 também	 fazem	 parte	 da	
acessibilidade	 escolar,	 não	 a	 acessibilidade	 que	 vence	 a	 barreira	 física,	mas	 a	
acessibilidade humana, a atitude docente que proporciona a todo o aluno (com e 
sem	deficiência)	o	direito	de	aprender	com	relevância	moral.
A	 fim	 de	 abordar	 tamanha	 perspectiva,	 apresentamos	 os	 conteúdos	 que	
estudaremos juntos no nosso caderno de estudos.
No	 capítulo	 I	 estaremos	 abordando	 o	 tema	 geral	 Compreendendo	 a	
Acessibilidade; subdividido em: Conceito e Orientações; Considerações Gerais 
sobre Acessibilidade Espacial; e Recursos e Adaptações. 
Já	no	capítulo	II	nosso	foco	recai	sobre	a	Legislação;	dividindo	o	assunto	em	
dois	subtítulos:	Conhecendo	as	Normas	Brasileiras;	e	Entendendo	as	leis.
E,	 por	 fim,	 o	 capítulo	 III	 encerra	 nosso	 caderno	 de	 estudos	 fazendo	 uma	
análise a respeito da Acessibilidade na escola: Abrindo novos caminhos para a 
aprendizagem; subdividindo este tema em: A acessibilidade na escola e a inclusão: 
possibilidades	 e	 desafios;	A	 escola,	 os	 seus	 diversos	 ambientes,	 espaços	 e	 o	
entorno: a adaptação necessária para atender a todos.
Desejo a todos nós, bons estudos!
A autora.
LISTA DE SIGLAS
ABNT	=	Associação	Brasileira	de	Normas	Técnicas
AEE = Atendimento Educacional Especializado
AVD’S = Atividades de Vida Diárias
IBDD =	Instituto	Brasileiro	dos	Direitos	da	Pessoa	com	Deficiência
CB =	Comitê	Brasileiro
CEET = Comissões de Estudos Especiais Temporárias
CONADE =	Conselho	Nacional	dos	Direitos	da	Pessoa	com	Deficiência
CONAMA = Conselho Nacional do Meio Ambiente
CONFEA = Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
DOSVOX1 = Sistema de Software utilizado para a Acessibilidade de Pessoas com 
Deficiências	Visuais
FUNDEB = Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica
IBGE =	Instituto	Brasileiro	de	Geografia	e	Estatística
IFES = Instituição Federal de Ensino Superior
MEC =	Ministério	da	Educação
MPF =	Ministério	Público	Federal
MR =	Módulo	de	Referência
NBR = Norma Brasileira
OMS = Organização Mundial da Saúde
ONS = Organismos de Normalização Setorial
ONU = Organização das Nações Unidas
PARAJESC = Jogos Escolares Paradesportivos de Santa Catarina
PcD =	Pessoa	com	Deficiência
PCR.= Pessoa em Cadeira de Rodas
PDF =	Pessoa	com	Deficiência	Física
PMR = Pessoas com Mobilidade Reduzida
PO = Pessoa Obesa
RI = Rehabilitation International
SC = Santa Catarina
UFRJ = Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFSC = Universidade Federal de Santa Catarina
CAPÍTULO 1
Compreendendo a aCeSSibilidade
A	 partir	 da	 perspectiva	 do	 saber	 fazer,	 neste	 capítulo	 você	 terá	 os	 seguintes	
objetivos de aprendizagem:
� Propor o conceito de acessibilidade e apresentar as principais orientações;
� Interpretar as considerações gerais sobre acessibilidade espacial na escola;
� Discutir a questão da acessibilidade a partir dos meios de adaptações e dos 
recursos	disponíveis	para	a	pessoa	com	deficiência;
�	 Identificar	 e	 refletir	 sobre	 as	 adaptações	 escolares	 necessárias	 para	 a	 vida	
diária	do	educando	com	deficiência.
11
Compreendendo a aCessibilidade Capítulo 1 
ConTexTualização
Para iniciarmos nosso estudo vamos observar o conceito de acessibilidade 
que	 o	 dicionário	 da	 língua	 portuguesa	 descreve	 segundo	 Luft	 (1991,	 p.	 7)	
acessibilidade	é	um	substantivo	feminino	cujo	significado	é	“que	se	pode	chegar	
ou	ter	acesso”.	Partindo	deste	conceito	inicial	e	do	que	nos	oferece	a	Constituição	
de 1988, segundo Brasil (1988), compreendemos que a acessibilidade de toda a 
criança	na	escola	 faz	parte	do	comprometimento	de	 toda	a	sociedade;	ou	seja,	
não	 se	 restringe	 a	 estrutura	 concreta	 das	 escolas,	 mas	 também	 a	 permissão	
de	 que	 toda	 criança	 possa	 frequentar	 a	 escola,	 que	 possa	 locomover-se	 com	
autonomia	e	 independência	 sem	qualquer	 tipo	de	constrangimento,	 prejuízo	ou	
adaptação	pessoal	à	 sociedade.	Pois,	é	a	própria	 sociedade	a	encarregada	de	
adaptar-se de todas as maneiras para que todos tenham acessibilidade e possamtransitar	livremente	e,	ainda,	a	escola	é	a	instituição	designada	por	essa	mesma	
sociedade	como	lugar	de	ensino	e	de	formação	do	indivíduo	para	a	cidadania,	o	
que	nos	parece	no	mínimo	razoável	que	esta	seja	também	o	espaço	primordial	no	
qual a acessibilidade se concretize e mais que isso, se naturalize perante todos.
Neste sentido as orientações primordiais de acessibilidade perpassam 
a sociedade civil e atingem o modo como o governo disponibiliza os recursos, 
leis,	 normas,	 técnicas,	 verbas	 e	 informa	 aos	 cidadãos	 sobre	 a	 compreensão	 e	
a viabilização do direito à acessibilidade. Sob este ponto de vista sugerimos a 
você	leitor,	que	observe	neste	capítulo	a	compreensão	de	acessibilidade	sob	um	
contexto	amplo,	pois	contextualizar	é	devidamente	estar	como	parte	integrante	do	
todo,	e	é	o	todo	social	que	compõe	a	acessibilidade	para	cada	um	de	nós,	para	
cada	pessoa	com	ou	sem	deficiência.
ConCeiToS e orienTaçõeS
Para conhecermos um conceito mais preciso e completo de 
acessibilidade	descreveremos	primeiramente	a	definição	apresentada	
pela	Associação	 Brasileira	 de	Normas	Técnicas	 (ABNT,	 2004,	 p.10)	
através	da	Norma	Brasileira	 (NBR)	9050	que	estabelece	o	seguinte:	
“acessibilidade:	 possibilidade	 e	 condição	 de	 alcance,	 percepção	
e entendimento para a utilização com segurança e autonomia de 
edificações,	espaço,	mobiliário,	equipamento	urbano	e	elementos”	(no	
capítulo	II	veremos	com	detalhes	o	que	é	a	ABNT	e	a	NBR	9050).
De acordo com a ABNT acessibilidade perpassa a condição 
de	 edificar	 calçadas,	 rampas	 etc.;	 tal	 conceito	 avança	 no	 sentido	 de	
entender e utilizar com segurança e autonomia diversos segmentos 
Acessibilidade: 
possibilidade 
e condição de 
alcance, percepção 
e entendimento 
para a utilização 
com segurança 
e autonomia 
de edificações, 
espaço, mobiliário, 
equipamento urbano 
e elementos.
12
 Acessibilidade
que estão descritos acima. Primeiro vamos analisar como as pessoas com e sem 
deficiência	 podem	 alcançar,	 perceber,	 entender	 e	 utilizar	 a	 acessibilidade	 com	
segurança	e	autonomia.	Faça	uma	auto-reflexão:	Você	percebe,	entende	e	utiliza	
com autonomia a acessibilidade em sua casa e em seu trabalho?
Após	 sua	 auto-reflexão,	 observe	 o	 estudo	 que	 Duarte	 e	 Cohen	 (2006)	
realizaram sobre a avaliação da acessibilidade. Os autores entrevistaram pessoas 
que	estudavam	no	Colégio	de	Aplicação	da	UFRJ,	as	respostas	das	entrevistas	
revelaram	que	alguns	dos	informantes	foram	submetidos	a	situações	no	espaço	
do	colégio	que	 lhes	causaram	constrangimento.	Quando	qualquer	pessoa	sofre	
constrangimento,	 tal	 fato	 impede	 de	 definir	 com	 acessibilidade	 o	 local,	 pois	
bloqueia a autonomia e segurança da pessoa e, autonomia e segurança são 
elementos que compõem o conceito de acessibilidade.
Apresentamos o conceito de autonomia	 de	 acordo	 com	 Luft	
(1991,	 p.	 99)	 substantivo	 feminino	 que	 significa:	 “faculdade	 de	 se	
governar	por	leis	próprias;	independência”.
Para	mais	esclarecimentos	apresentamos	algumas	estatísticas	da	
literatura. Rozicki (2007, p. 1) cita o dado da Organização Mundial de 
Saúde	 (OMS):	a	 “OMS	diz	que	há	600	milhões	de	deficientes	 físicos	
no	 mundo”.	 E,	 o	 censo	 oficial	 do	 Instituto	 Brasileiro	 de	 Geografia	 e	
Estatística	 (IBGE)	 realizado	 em	 2010	 no	 Brasil	 verificou	 que	 45,6	
milhões	 de	 pessoas	 têm	 algum	 tipo	 de	 deficiência	 no	 país,	 este	
valor atinge 24% do total da população brasileira. De acordo com a 
Secretária de Estado dos Direitos	 da	 pessoa	 com	 deficiência	 (PcD)	
de	São	Paulo,	Dra.	Linamara	Rizzo	Battistella,	este	alto	índice	permite	
que as considerações de acessibilidade possam ser revistas como 
necessidade de uma grande parcela da população, e não mais como 
interesse de uma minoria (SÃO PAULO, 2011).
Observando os dados mundiais e brasileiros, obtivemos uma 
perspectiva ampla dos números atuais. É importante conhecer tais números 
para	que	o	governo	destine	adequadamente	os	 recursos	financeiros	suficientes	
à população. Para que encontremos o recorte da acessibilidade, com números 
e projeções sob uma perspectiva menor, vamos observar mais estudos que 
anunciaram a acessibilidade escolar como objeto de interesse.
Ely et al (2006, p. 2748) denunciam alguns problemas de acessibilidade que 
encontrou	no	seu	estudo	no	Colégio	de	Aplicação	da	UFSC:
O censo oficial do 
Instituto Brasileiro 
de Geografia e 
Estatística (IBGE) 
realizado em 2010 
no Brasil verificou 
que 45,6 milhões de 
pessoas têm algum 
tipo de deficiência 
no país, este valor 
atinge 24% do 
total da população 
brasileira.
13
Compreendendo a aCessibilidade Capítulo 1 
Os passeios na via pública, que dão acesso à escola, 
apresentam	 pisos	 irregulares.	 A	 entrada	 é	 inacessível,	
uma	 vez	 que,	 o	 acesso	 principal	 é	 feito	 por	 uma	 escadaria	
e	 o	 secundário	 por	 entrada	 para	 veículos	 com	 inclinação	
inadequada.	 Deve-se	 salientar	 que	 a	 escada	 se	 configura	
como	um	elemento	arquitetônico	intransponível	para	os	alunos	
com restrição motora.
Pereira (2011, p. 4), por sua vez, em seu estudo sobre acessibilidade narrou 
um	fato	da	seguinte	maneira,	
lembro-me de uma história, onde um aluno era carregado 
pelas	professoras	e	pela	mãe,	por	não	poder	andar.	A	escola	
tem	 dois	 prédios	 e	 ele	 só	 ia	 a	 um	 deles	 por	 ser	 difícil	 de	
carregá-lo	para	o	outro	prédio,	pois	o	acesso	só	se	fazia	por	
escada e assim, ele não podia participar de muitas atividades. 
A	mãe	cansou	de	pedir	que	fizessem	uma	rampa	de	acesso	
para	 o	 outro	 prédio	 e	 a	 resposta	 era	 sempre	 a	 mesma:	 “é	
inviável”.	Até	 o	 dia	 em	 que	 “alguém”	 orientou	 a	mãe	 e	 esta	
não	 teve	dúvidas,	 foi	ao	Ministério	Público	e	 fez	a	denúncia.	
O	 resultado,	 é	 que	 de	 uma	 hora	 pra	 outra,	 a	 prefeitura	 que	
até	 então	 não	 tomara	 providências,	 alegando	 inviabilidade,	
arranjou	 um	 jeito	 de	 fazer	 a	 rampa	 que	 garantiu	 ao	 aluno,	
acesso	aos	dois	prédios	da	escola.	Isso	é	um	fato	verídico,	a	
escola	fica	no	ABC	Paulista.
Refletindo	 sobre	 as	 condições	 das	 escolas	 que	 os	 autores	
supracitados	 nos	 referiram,	 fica	 evidente	 que	 ainda	 há	 escolas	
brasileiras que não estão de acordo com a lei e não garantem a 
acessibilidade para todos os educandos. Nos dois casos (acima 
enunciados)	foram	realizadas	denúncias	ao	Ministério	Público	Federal	
(MPF),	 que	 é	 o	 órgão	 do	 governo	 que	 fiscaliza	 o	 cumprimento	 das	
leis; lembre-se que qualquer cidadão pode ter contato com o MPF 
em um Fórum próximo. Observe ainda, o que Ely et al (2006, p. 9) 
relataram	na	conclusão	do	seu	estudo:	 “a	 falta	de	acessibilidade	de	
seus	espaços	e	o	modo	como	estes	estão	concebidos	 faz	 com	que	
os	 alunos	 com	 deficiência	 se	 tornem	 dependentes	 da	 ajuda	 alheia,	
quando	 têm	 o	 direito	 à	 autonomia,	 conforto	 e	 segurança.”	 O	 que	
os	 autores	 concluíram	 confirma	 que	 autonomia	 e	 segurança	 são	
parte	de	suma	 importância	na	definição	de	acessibilidade,	 conforme	
enunciamos anteriormente.
Além	 disso,	 já	 pontuamos	 que	 as	 estatísticas	 e	 a	 literatura	 brasileira	
confirmam	que	há	dificuldades	e	necessidade	de	apoio	 e	 estudos	 com	 relação	
à acessibilidade nas escolas. Contudo, lembre-se, segurança e autonomia são 
parte	 do	 significado	 de	 acessibilidade,	 mas	 ainda	 há	 outros	 componentes	 que	
vamos conhecer adiante. Sendo assim, vamos desmembrar os componentes 
A falta de 
acessibilidade de 
seus espaços e o 
modo como estes 
estão concebidos 
faz com que 
os alunos com 
deficiência se 
tornem dependentes 
da ajuda alheia, 
quando têm o 
direito à autonomia, 
conforto e 
segurança.
14
 Acessibilidade
para	 compreender	 a	 utilização	 de	 edificações	 e	 espaços.	 As	 edificações	 são	
as	 estruturas	 físicas	 compostas	 por:	 solo,	 paredes,	 tetos,	 componentes	 para	
iluminação, ventilação, para circulação, acesso e mobilidade de pessoas; são as 
construções que abrigam as atividadeshumanas. Já os espaços podem ser os 
locais	 com	 áreas	 construídas	 ou	 áreas	 ambientais	 livres	 ou	 áreas	 urbanizadas	
(como	uma	rua);	são	públicos	ou	privados,	mas	também	se	destinam	as	atividades	
humanas.	 Abaixo	 segue	 o	 significado	 de	 equipamento	 urbano,	 elemento	 e	
mobiliário urbano, citado por ABNT (2004, p. 3):
Equipamento urbano: todos os bens públicos e privados, 
de utilidade pública, destinados a prestação de serviços 
necessários	 ao	 funcionamento	 da	 cidade,	 implantados	
mediante autorização do poder publico, em espaços públicos 
e privados (...) Elemento: qualquer dispositivo de comando, 
acionamento, comutação ou comunicação. São exemplos 
de	 elementos:	 telefones,	 intercomunicadores,	 interruptores,	
torneiras,	 registros,	 válvulas,	 botoeiras,	 painéis	de	 comando,	
entre outros (...) Mobiliário urbano: todos os objetos, elementos 
e pequenas construções integrantes da paisagem urbana, de 
natureza utilitária ou não, implantados mediante autorização 
do poder público em espaços públicos e privados.
Todos os conceitos descritos anteriormente são componentes do 
significado	 de	 acessibilidade.	 Com	 base	 nos	 autores	 e	 nos	 estudos	
citados,	 podemos	 enfim	 simplificar	 o	 significado	 de	 acessibilidade	
como a possibilidade de atingir e utilizar com segurança e autonomia 
todos	 os	 locais	 construídos	 e	 espaços	 livres,	 sejam	eles	 públicos	 ou	
privados; e todos os objetos urbanos de manuseio em geral, como 
telefones,	maçanetas	etc.	Subjetivando	o	 recorte	de	 interesse	para	a	
acessibilidade	nas	escolas	apresentamos	abaixo	uma	pequena	síntese	
descrita por ABNT (2004, p.87):
Entrada	 [acessível]	 (...)	 rota	 acessível	 interligando	 o	 acesso	
de alunos as áreas administrativas, de prática esportiva, 
de recreação, de alimentação, salas de aula, laboratórios, 
bibliotecas, centros de leitura e demais ambientes pedagógicos 
(...) um sanitário para cada sexo, de uso dos alunos, devem 
ser	 acessíveis	 (...)	 um	 sanitário	 para	 cada	 sexo,	 de	 uso	 de	
funcionários	 e	 professores,	 devem	 ser	 acessíveis	 (...)	 todos	
os	 elementos	 do	 mobiliário	 interno	 devem	 ser	 acessíveis,	
garantindo-se	as	áreas	de	aproximação	e	manobra	e	as	faixas	
de alcance manual, visual e auditivo (...) nas salas de aula, 
quando houver mesas individuais para alunos, pelo menos 
1%	do	 total	de	mesas,	com	no	mínimo	uma	para	cada	duas	
salas	de	aula	deve	ser	acessível	a	P.C.R.	(...)	as	lousas	devem	
ser	 acessíveis	 e	 instaladas	 a	 uma	 altura	 inferior	máxima	 de	
0,90 metros do piso (...) todos os elementos do mobiliário 
urbano	 da	 edificação	 como	 bebedouros,	 guichês	 e	 balcões	
de atendimento, bancos de alvenaria, entre outros, devem ser 
Podemos enfim 
simplificar o 
significado de 
acessibilidade como 
a possibilidade de 
atingir e utilizar 
com segurança e 
autonomia todos os 
locais construídos 
e espaços livres, 
sejam eles públicos 
ou privados; e 
todos os objetos 
urbanos de 
manuseio em geral, 
como telefones, 
maçanetas etc.
15
Compreendendo a aCessibilidade Capítulo 1 
acessíveis	 (...)	as	escadas	devem	ser	providas	de	corrimões	
em duas alturas.
Para auxiliar a compreensão de acessibilidade listamos o 
significado	de	alguns	termos	que	já	foram	escritos,	segundo	a	ABNT	
(2004):
• Rota	acessível:	trajeto	contínuo,	desobstruído	e	sinalizado;	é	o	caminho	para	
movimentar-se com segurança e autonomia, pode ser externo ou interno;
• Áreas de aproximação e manobra: espaço sem obstáculos 
para que a pessoa em cadeira de rodas possa manobrar e 
movimentar-se para utilizar o mobiliário ou elemento com 
autonomia e segurança;
• Faixas de alcance manual, visual e auditivo: área com espaço 
para o alcance manual e visual do mobiliário urbano ou elemento 
com	autonomia	e	segurança.	A	faixa	com	alcance	auditivo	trata-
se de espaços com dispositivos auditivos que emitem som para 
guiar a movimentação com autonomia e segurança;
• P.C.R.: pessoa em cadeira de rodas.
Neste	 momento,	 vamos	 praticar	 o	 processo	 reflexivo	 crítico	 através	 da	
primeira atividade de estudo.
Atividade de Estudos: 
1)	 Releia	 a	 síntese	 escrita	 anteriormente	 retirada	 da	 NBR	 9050	
(2004) por ABNT (2004, p. 87) e dela retire e relacione os 
itens que devem ser adaptados para que a acessibilidade seja 
garantida	 a	 todos.	 Em	 seguida,	 escolha	 uma	 escola	 que	 você	
conheça bem e indique se cada item relacionado está de acordo 
com	a	NBR	9050	(2004),	ou	seja,	se	está	adequado	de	forma	que	
garanta a acessibilidade. 
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
16
 Acessibilidade
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
A partir de agora, destinamos nosso olhar para um tipo de barreira à 
acessibilidade:	a	barreira	humana.	Para	tanto,	é	necessário	perceber	as	relações	
afetivas,	 os	motivos	 atitudinais	 e	 os	 emocionais	 que	 se	 desenvolvem,	 indo	 um	
pouco	além	dos	espaços,	do	entorno	e	da	construção	física	(VILLAROUCO,	2010).	
Neste sentido Mello e Martins (2007) contribuem ao dizerem que eliminar 
barreiras arquitetônicas não garante a acessibilidade, pois há implicações 
emocionais. Para compreendermos melhor tais implicações presentes, basta 
lembrar	 que	 a	 definição	 de	 acessibilidade	 abrange	 autonomia	 e	 segurança,	
que por sua vez, conduzem a questões emocionais. Em seu estudo, os autores 
acima	pontuaram	que	além	da	barreira	física,	a	barreira	humana	também	tornou	
inacessível	que	uma	PcD	continuasse	estudando	na	mesma	turma.	Isto	ocorreu	
porque	esta	turma	foi	para	o	segundo	piso,	e	não	havia	rampa	ou	elevador,	então	
a	direção	retirou	apenas	o	educando	com	deficiência	da	turma	e	o	transferiu	para	
o	piso	térreo	(em	outra	turma	de	mesmo	nível).	No	entanto,	os	autores	sugeriram	
que	 poderia	 ter	 sido	 realizada	 a	 transferência	 de	 todos	 os	 alunos	 para	 o	 piso	
térreo,	pois	assim,	o	educando	com	deficiência	não	teria	sido	privado	do	convívio	
de toda a sua turma.
Villarouco	(2010)	também	pontua	como	é	importante	chamar	atenção	para	a	
relação	homem	ambiente,	pois	além	de	calçadas	irregulares,	pisos	inadequados,	
sinalização	ineficiente	e	iluminação	deficiente,	tornam-se	indispensáveis	também	
as relações humanas, as questões psicológicas relacionadas à acessibilidade, 
e a questão perceptual que são determinantes para o desenvolvimento da 
interação	 homem-ambiente.	 Refletindo	 sobre	 isso,	 vamos	 adentrar	 novamente	
17
Compreendendo a aCessibilidade Capítulo 1 
no	 contexto	 escolar	 e	 explorar	 a	 influência	 dos	 valores	 relacionais	
para a acessibilidade no ambiente educacional. Em comentário a essa 
questão,	Sanches	e	Cabral	(2009)	relatam	o	quanto	é	essencial	a	boa	
influência	da	relação	humana	para	vencer	a	barreira	física,	e	sugerem	
que	o	professor	pode	perguntar	a	criança	com	naturalidade	quais	são	as	
suas necessidades, pois podem ser necessárias medidas simples, como 
fixar	o	papel	com	fita	crepe	na	carteira,	ou	até	outras	adaptações	mais	
elaboradas	como,	regular	a	altura	da	carteira,	verificar	a	melhor	posição	
da lousa e averiguar se o banheiro pode ser utilizado por uma PcD.
Demonstrando	 consonância	 com	 os	 demaisautores	
apresentados, Tagliari et. al. (2006, p. 10) asseveram que o estudo que 
realizaram	aponta	para	a	“total	falta	de	estrutura,	informação	e	treino	
dos	funcionários	e	dos	pais	em	relação	às	necessidades	dos	alunos	PDF	[Pessoa	
com	Deficiência	Física]	que	estão	sob	sua	responsabilidade”.	Portanto,	os	autores	
sugeriram	que	 fossem	 realizadas	palestras	explicativas	e	demonstrativas	 sobre	
a	forma	de	vencer	as	barreiras	humanas	para	melhorar	a	qualidade	de	vida	dos	
educandos	com	deficiência	física.
Nesse estudo, Tagliari et. al (2006) consideraram para a acessibilidade da 
PcD	 física	na	escola,	 tanto	as	barreiras	ambientais,	 quanto	as	arquitetônicas	e	
humanas. Ely et al	(2006),	por	sua	vez,	corroboram	com	essa	questão	afirmando	
que	ao	tratar	de	acessibilidade	espacial	das	PcD,	é	relevante	considerar	tanto	as	
barreiras arquitetônicas quanto as atitudinais, já que ambas impedem, 
reduzem ou retardam a inclusão social.
Em	 relação	 ao	 que	 foi	 mencionado	 no	 texto	 até	 aqui,	
gostaríamos	 de	 salientar	 que	 a	 questão	 da	 acessibilidade	 diz	
respeito a todos de uma maneira geral, compreendendo a estrutura 
do meio e o modo como as pessoas interagem entre si e com o 
ambiente.	Desta	forma,	todos	nós	fazemos	parte	da	acessibilidade,	
pois nos relacionamos constantemente para vivermos com 
segurança e autonomia. Após essas orientações iniciais seguimos 
com algumas considerações gerais com o recorte do conteúdo 
direcionado a acessibilidade espacial.
ConSideraçõeS geraiS Sobre 
aCeSSibilidade eSpaCial
Dando	 prosseguimento	 as	 nossas	 reflexões	 vamos	 entender	 melhor	 o	
significado	 e	 o	 que	 representa	 em	 termos	 práticos	 a	 acessibilidade	 espacial	 e	
Sanches e Cabral 
(2009) relatam o 
quanto é essencial 
a boa influência da 
relação humana 
para vencer a 
barreira física, e 
sugerem que o 
professor pode 
perguntar a criança 
com naturalidade 
quais são as suas 
necessidades.
Gostaríamos de 
salientar que 
a questão da 
acessibilidade diz 
respeito a todos de 
uma maneira geral, 
compreendendo a 
estrutura do meio 
e o modo como as 
pessoas interagem 
entre si e com 
o ambiente.
18
 Acessibilidade
como ela pode representar um avanço e um bem comum tanto para as PcD como 
para a população em geral.
Diante disso destacamos que a acessibilidade espacial diz 
respeito à possibilidade de participação da população na sociedade em 
condições igualitárias e sem qualquer tipo de discriminação; há que se 
ter	a	perspectiva	de	que	a	acessibilidade	não	apenas	se	refere	às	PcD,	
mas	 também	a	 todos	os	 indivíduos,	 favorecendo-os	da	mesma	forma	
(MEC, 2011; VASCONCELOS; PAGLIUCA, 2006).
Além	 disso,	 Duarte	 e	Cohen	 (2006)	 e	Godoy	 (2002) descrevem 
que	a	acessibilidade	ao	espaço	construído	não	deve	ser	compreendida	
como	um	conjunto	de	medidas	que	favorece	apenas	às	PcD,	pois,	tal	
fato,	 poderia	 até	 aumentar	 a	 exclusão	 espacial	 e	 a	 segregação	 das	
PcD.	Desta	forma,	esclarecemos	que	acessibilidade	avança	no	sentido	
de	 atingir	 medidas	 técnico-sociais	 destinadas	 a	 acolher	 todos	 os	
cidadãos. Por exemplo: 
• uma	mãe	gestante	que	está	levando	a	filha	na	escolha;
• um idoso levando um neto e que provavelmente ambos terão alguma 
dificuldade	em	subir	e	descer	escadas;
• uma	pessoa	obesa	que	poderá	ter	dificuldade	em	passar	em	algum	corredor	e	
assim por diante. 
Não	são	pessoas	com	deficiência,	mas	são	pessoas	que	também	precisam	
usufruir	dos	benefícios	da	acessibilidade	nos	espaços.
Lembre-se	a	acessibilidade	espacial	significa	muito	mais	do	que	o	
acesso a um determinado meio de transporte ou a um determinado local. 
É necessário que a pessoa possa situar-se e orientar-se no espaço, 
deslocar-se e movimentar-se sem impedimentos e barreiras, encontrar-
se	nos	ambientes	sem	precisar	fazer	uso	de	questionamentos.
Além	 disso,	 toda	 a	 estrutura,	 os	 espaços,	 os	 mobiliários	 e	
equipamentos devem estar de acordo para que todos possam participar 
das	atividades	de	forma	segura,	confortável	e	com	independência.	As	
barreiras	 físicas	 existentes	 interferem	 nessas	 atividades,	 restringindo	
a mobilidade e prejudicando o uso dos espaços e dos equipamentos. 
Por isso, Lovato e Zych (2008) e Villarouco (2010) consideram importante a 
preocupação com a acessibilidade espacial e adequação ergonômica dos espaços 
e/ou	ambientes.	E	mais	importante	ainda	é	chamar	a	atenção	do	poder	público	e	
da sociedade em geral para a observação dessa necessidade. 
Destacamos que 
a acessibilidade 
espacial diz 
respeito à 
possibilidade 
de participação 
da população 
na sociedade 
em condições 
igualitárias e sem 
qualquer tipo de 
discriminação
Lembre-se a 
acessibilidade 
espacial significa 
muito mais do que 
o acesso a um 
determinado meio 
de transporte ou 
a um determinado 
local.
19
Compreendendo a aCessibilidade Capítulo 1 
A respeito dos diversos tipos de barreiras e impedimentos a serem 
considerados sobre a acessibilidade espacial, MEC (2009), Oliveira 
e Ely (2006) e Ely et al (2006), descrevem quatro (4) componentes 
listados abaixo:
• Orientação	Espacial/Informação:	É	determinado	pelas	características	
ambientais	e	compreensão	do	espaço	a	partir	de	sua	configuração	
arquitetônica	e	da	organização	funcional.	É	a	orientação	necessária	
que precisa se ter para sair do lugar onde se está e ir em direção 
ao lugar desejado. Todo esse percurso deve conter suportes 
informativos	 que	 auxiliem	 e	 os	 levem	 ao destino. Os suportes 
informativos	 podem	 ser	 de	 diversos	 tipos,	 tais	 como:	 placas,	
sinais,	mapas,	desenhos,	 informações	sonoras,	 letreiros,	 imagens,	
iluminação, cores, disposição de objetos e/ou equipamentos, tipo e 
qualidade do piso. Lembrando sempre que existem diversos tipos de 
deficiências	físicas	e	incapacidades,	então	temos	que	saber	que	as	
informações	adicionais	devem	ser	acessíveis	a	todos.	Um	exemplo	
do	que	descrevemos	acima,	é	mostrado	por	Ferrés	(2006,	p.	25),
a organização interna dos espaços deve ser 
claramente	 perceptível,	 evitando	 becos,	 áreas	
sem	uso	e	qualquer	outra	configuração	que	possa	
causar	confusão	ou	 isolamento	de	pessoas	com	
senso de orientação reduzido, como espelhos, 
portas de vidro, portas vai-vem (...) Caso existam 
zonas	 não	 acessíveis,	 com	 corredores	 estreitos	
ou	desníveis	sem	rampas,	deve-se	sinalizar	essas	
rotas antecipadamente, para evitar acidentes 
e trajetos desnecessários. Faixas guias táteis 
devem	 projetar	 uma	 rota	 desde	 a	 entrada	 até	
diferentes	pontos	de	interesse	no	interior	(...)	Os	
pisos	devem	ter	superfície	regular,	firme,	estável	
e antiderrapante sob qualquer condição, que não 
provoquem trepidação em dispositivos com rodas (...) Atenção 
especial	deve	ser	dada	aos	tapetes	e	forrações:	estes	devem	
ser	embutidos,	fixados	e	nivelados.
• Deslocamento:	refere-se	à	condição	de	realizar	o	que	chamamos	de	percursos	
horizontais (corredores) e os percursos verticais (elevadores, rampas, 
escadas). Ou seja, precisa haver possibilidade de umã pessoa deslocar-se 
de	 forma	 independente,	 segura	 e	 confortável	 em	 todos	 os	 ambientes,	 sem	
barreiras	físicas	e	obstáculos.	Além	disso,	o	aspecto	do	deslocamento	também	
inclui toda a estrutura interna do lugar (sanitários, salas, pátios, jardins etc). 
Em comum acordo com os autores supracitados, Vasconcelos e Pagliuca 
(2006,	p.	495)	afirmam	que
as	 pessoas	 com	 deficiência	 possuem	 limitações	 físicas,	
• Orientação 
Espacial/Informação: 
É determinado 
pelas características 
ambientais e 
compreensão do 
espaço a partir de 
sua configuração 
arquitetônica e 
da organização 
funcional. É 
a orientação 
necessária que 
precisa se ter para 
sair do lugar onde 
se está e ir em 
direção ao lugar 
desejado.
Os suportes 
informativos podem 
ser de diversos 
tipos, tais como: 
placas, sinais, 
mapas, desenhos, 
informações 
sonoras, letreiros, 
imagens, 
iluminação, cores, 
disposição de 
objetos e/ou 
equipamentos, tipo e 
qualidade do piso.
20Acessibilidade
sensoriais	 ou	 mentais	 que	 muitas	 vezes	 geram	 dificuldades	
e impossibilidades de execução de atividades comuns às 
outras	 pessoas,	 resultando	 na	 dificuldade	 de	 deslocamento	
de um lugar a outro. Diante disto, impõem-se a utilização 
de	 equipamentos	 que	 permitam	 melhor	 convívio,	 dadas	 as	
barreiras	do	ambiente	físico.
• Uso:	 Refere-se	 à	 possibilidade	 efetiva	 de	 fazer	 uso	 de	 tudo	
que	 envolve	 o	 ambiente.	 Tanto	 o	 espaço	 físico,	 como	 os	 objetos,	
equipamentos	 e	 mobiliários	 inseridos	 no	 mesmo.	 Além	 disso,	 é	
preciso	 também	 gerar	 condições	 para	 que	 todos	 possam	 participar	
das	 atividades	 existentes	 e	 fazer	 uso	 de	 objetos	 e	 materiais	 de	
forma	 independente. Os equipamentos precisam ser adequados aos 
usuários,	os	mobiliários	de	forma	ergonômica	para	que	possam	permitir	
livre acesso aos usuários. Pagliuca et al	 (2007,	 p.	 582)	 também	 faz	
referência	a	este	assunto:
as	 pessoas	 com	 deficiência	 física	 para	 exercerem	 esses	
direitos	 e	 fortalecerem	 sua	 participação	 como	 cidadãos,	 há	
necessidade de se atingir alguns objetivos, como o direito 
a	 acessibilidade	 em	 edificações	 de	 uso	 público.	 Assim,	 a	
conquista por espaços livres de barreiras arquitetônicas 
implica a possibilidade e a condição de alcance para que 
portadores	de	deficiência	utilizem	com	segurança	e	autonomia	
as	 edificações,	 mobiliários,	 os	 equipamentos	 urbanos,	 os	
transportes e meios de comunicação.
• Comunicação:	 Refere-se	 à	 troca	 de	 informações	 e	 à	 interação	 entre	 as	
pessoas e entre pessoas e ambiente. É necessário que todos consigam se 
comunicar	 de	 forma	 simples,	 com	 ou	 sem	 suportes	 informativos.	 Como	 já	
explicamos	no	primeiro	componente	que	é	o	de	“orientação	espacial”,	 todos	
os suportes podem ser utilizados sem problemas, visando sempre estabelecer 
de	forma	mais	eficaz	possível	à	comunicação	entre	todos.
Para investigar a acessibilidade Oliveira e Ely (2006), observaram o 
componente	 deslocamento	 através	 do	 chamado	 passeio	 acompanhado.	 Os	
autores acompanharam um idoso, uma pessoa em cadeira de rodas, uma PcD 
visual	e	uma	PcD	auditiva;	no	deslocamento	de	suas	casas	até	um	centro	cultural.	
Relataram que alguns locais estavam inadequados para receber as pessoas, 
principalmente	 as	 pessoas	 com	 restrição	 física.	 E,	 ainda	 observaram	 de	 perto	
quais	 foram	as	dificuldades	 reais	que	essas	pessoas	apresentaram	no	acesso,	
deslocamento	 e	 uso	 daqueles	 espaços.	 Desta	 forma,	 descreveram	 que	 as	
dificuldades	existiam	além	do	centro	cultural,	pois	estavam	presentes	no	caminho	
afetando	assim,	a	mobilidade	de	muitas	pessoas.
Para	 registrar	 quantas	 pessoas	 são	 afetadas	 por	 dificuldades	 no	 acesso,	
Os equipamentos 
precisam ser 
adequados aos 
usuários, os 
mobiliários de 
forma ergonômica 
para que possam 
permitir livre acesso 
aos usuários.
21
Compreendendo a aCessibilidade Capítulo 1 
destacamos que: do censo realizado em 2000 em relação ao realizado em 2010, 
há um expressivo crescimento no número de pessoas que declararam algum 
tipo	de	deficiência	ou	incapacidade.	Em	2000,	24.600.256	pessoas	(ou	14,5%	da	
população	total)	declararam	algum	tipo	de	deficiência	ou	incapacidade,	como	nos	
mostra a tabela abaixo.
Tabela	1	-	População	residente	por	tipo	de	deficiência	-	Brasil	–	2000
Tipo de deficiência População residente
Mental 2.844.937
Física 1.416.060
Visual 16.644.842
Auditiva 5.735.099
Motora 7.939.784
 
Fonte:	IBGE,	Censo	Demográfico	(2000).
E, em 2010 houve um aumento de mais de 20 milhões de pessoas, com 
relação	 aos	 valores	 de	 2000.	 Sendo	 assim,	 podemos	 considerar	 de	 forma	
conclusiva	 que	 a	 acessibilidade	 espacial	 é	 uma	 ação	 importante	 para	 que	 os	
cidadãos possam exercer os seus direitos. 
Diante disso, acrescentamos a contribuição de Ely et al (2006), os autores 
relatam	que	é	 necessário	 garantir	 a	 acessibilidade	 por	meio	 da	 superação	 das	
barreiras	 físicas	e	espaciais,	 criando	espaço	 inclusivo,	 espaço	que	proporcione	
conforto,	segurança	e	autonomia	para	todas	as	pessoas.	E,	ainda,	Brasil	(2009,	p.	
34)	em	seu	artigo	9,	do	capítulo	da	Convenção	sobre	Direitos	das	Pessoas	com	
Deficiência	esclarece,
a	fim	de	possibilitar	às	pessoas	com	deficiência	viver	de	forma	
independente e participar plenamente de todos os aspectos 
da vida, os Estados-Partes tomarão as medidas apropriadas 
para	 assegurar	 às	 pessoas	 com	 deficiência	 o	 acesso,	 em	
igualdade de oportunidade com as demais pessoas, ao meio 
físico,	 ao	 transporte,	 à	 informação	 e	 comunicação,	 inclusive	
aos	sistemas	e	tecnologias	da	formação	e	comunicação,	bem	
como a outros serviços e instalações abertos ao público ou de 
uso	público	(...).	Essas	medidas,	que	incluirão	a	identificação	e	
a eliminação de obstáculos e barreiras à acessibilidade, serão 
aplicadas.
Enfatizamos	que	é	importante	que	as	medidas	supracitadas	sejam	aplicadas	
pelo Estado (órgãos e entidades do poder público) para que todas as PcD possam 
viver	com	autonomia,	pois	 têm	os	seus	direitos	assegurados	perante	a	 lei	e	de	
acordo com a convenção internacional. As medidas aplicadas assegurarão 
às	PcD	o	pleno	exercício	de	seus	direitos	básicos,	 como	o	direito	à	educação,	
22
 Acessibilidade
à	 assistência	 social,	 à	 saúde,	 ao	 trabalho,	 ao	 lazer,	 à	 cultura,	 à	 moradia,	 ao	
transporte etc.
Em	 seu	 trabalho	 Barbosa	 (2003)	 também	 faz	 menção	 ao	 que	
foi	 supracitado,	 colocando	 que	 compete	 ao	 poder	 público,	 promover	
e	fiscalizar	a	 implantação	de	novas	obras	e	a	prestação	de	serviços,	
garantindo	dessa	forma,	a	possibilidade	de	inclusão	social	de	todos	os	
cidadãos.	Assim,	os	direitos	humanos	e	liberdades	fundamentais	devem	
ser	respeitados	e	visando	de	forma	objetiva	e	concreta	a	promoção	da	
acessibilidade às PcD. E quando voltamos essa discussão para a área 
da	 educação,	 que	 nos	 próximos	 capítulos	 será	 o	 foco	 principal,	 fica	
claro que sem instalações, estruturas e mobiliários adequados não se 
pode	haver	um	trabalho	educativo	com	acessibilidade	eficiente.	
A respeito do acesso à educação Sanches e Cabral (2009, p. 36) 
afirmam	que
a	 promoção	 da	 acessibilidade	 é	 de	 suma	 importância	 para	
garantir	a	efetivação	da	inclusão	no	âmbito	escolar,	eliminando	
assim	 as	 barreiras	 físicas	 e	 atitudinais	 que	 estão	 presentes	
na	 vida	 da	 pessoa	 com	 deficiência.	 É	 essencial	 reconhecer	
que	as	pessoas	com	deficiência	têm	características	pessoais	
específicas	 oriundas	 das	 deficiências.	 Para	 o	 processo	 de	
inclusão	 escolar,	 é	 preciso	 uma	 mudança	 qualitativa	 no	
trabalho educacional no interior das escolas, no acesso da 
criança	até	à	escola,	e	isso	requer	um	envolvimento	de	todos	
os	profissionais	da	educação,	alunos	e	pais,	na	reorganização	
do espaço. 
Os dados relacionados à acessibilidade nos espaços e ambientes da escola 
estudaremos	no	capítulo	3.	
Para	concluir,	apresentamos	uma	frase	de	Duarte	e	Cohen	(2004,	p.	2):	“uma	
mente	brilhante	impedida	de	estudar	pela	simples	existência	de	uma	escadaria...	
não	 há	 forma	 mais	 cruel	 de	 segregação	 social	 do	 que	 as	 barreiras	 para	 as	
[pessoas	com	deficiências]	PcDs”.	Tal	frase	é	para	nos	fazer	pensar	em	tudo	que	
já	estudamos	até	aqui.
 
reCurSoS e adapTaçõeS
Para	demonstrar	alguns	dos	recursos	e	adaptações	disponíveis	que	auxiliam	
a garantir a acessibilidade para todas as pessoas, vamos primeiramente observar 
os	objetivos	apresentados	no	manual	do	Programa	Escola	Acessível	do	Ministério	
da Educação 
Compete ao poder 
público, promover 
e fiscalizar a 
implantação de 
novas obras e 
a prestação de 
serviços, garantindo 
dessa forma, a 
possibilidade de 
inclusão social de 
todos os cidadãos.
23
Compreendendo a aCessibilidade Capítulo 1 
promover	a	acessibilidade	e	inclusão	de	alunos	com	deficiência,	
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/
superdotaçãomatriculados em classes comuns do ensino 
regular, assegurando-lhes o direito de compartilharem os 
espaços comuns de aprendizagem, por meio da acessibilidade 
ao	 ambiente	 físico,	 aos	 recursos	 didáticos	 e	 pedagógicos	 e	
às	 comunicações	 e	 informações.	 Adequar	 arquitetônica	 ou	
estruturalmente,	 os	 espaços	 físicos	 reservados	 à	 instalação	
e	 funcionamento	 de	 salas	 de	 recursos	multifuncionais,	 a	 fim	
de atender os requisitos de acessibilidade; adequar sanitários, 
alargar portas e vias de acesso, construir rampas, instalar 
corrimão e colocar sinalização tátil e visual. Adquirir mobiliário 
acessível,	 cadeira	 de	 rodas,	 material	 desportivo	 acessível	 e	
outros recursos de tecnologia assistiva (MEC, 2011, p. 7).
Analisando	 a	 referência	 acima	 é	 possível	 compreender	 que	 os	 recursos	
e adaptações que proporcionam acessibilidade compõem uma grande gama 
de	 dispositivos	 e	 ferramentas,	 tais	 não	 são	 somente	 para	 vencer	 as	 barreiras	
ambientais e arquitetônicas, eles envolvem diversas estruturas, como: mobiliário, 
equipamentos de manuseio em geral, equipamentos/materiais pedagógicos, 
equipamentos para a comunicação sonora, equipamentos visuais, recursos 
eletrônicos	e	demais	recursos	razoáveis	em	forma	de	tecnologia	assistiva.
Tecnologias assistivas são equipamentos tecnológicos gerais que 
auxiliam a PcD a ter autonomia. Por exemplo: softwares (programas 
de computador) especiais de acessibilidade, como o Headmouse, que 
estabelece a comunicação entre usuário e computador sem o uso do 
teclado	ou	mouse,	apenas	através	dos	movimentos	dos	olhos.
Para nos auxiliar a visualizar quais são estes recursos e adaptações 
seguimos explorando a NBR 9050 (2004) já que MEC (2011) indica que para a 
elaboração	das	ações	do	Programa	Escola	Acessível	devem	ser	observadas	as	
normas de acessibilidade previstas nesta normativa.
Um exemplo de equipamento de comunicação muito comum e conhecido 
por	 todos,	 é	 o	 telefone.	 O	 telefone	 é	 um	 recurso	 de	 acessibilidade	 a	 PcD	
quando apresenta teclado, para a acessibilidade da pessoa surda; ou quando 
apresenta	amplificador	sonoro,	para	a	acessibilidade	da	PcD	auditiva	(que	tem	
perda	auditiva).	Outro	recurso	de	acessibilidade	a	PcD	é	o	piso	tátil.	O	piso	tátil,	
figura	1,	ABNT	(2004,	p.	37)	compõe	a	sinalização	tátil	de	alerta	direcional	para	
a PcD visual, garantindo segurança para locomover-se na direção desejada 
(ABNT, 2004).
24
 Acessibilidade
Figura 1 - Piso tátil 
Fonte:	Disponível	em:	<http://www.haiah.com.br/espec_
pisotatil.htm>. Acesso em: 10 jan. 2013.
Além	 desses	 recursos,	 Baranauskas	 e	 Mantoan	 (2001)	 relatam	 que	 há	
a acessibilidade no contexto de software	 através	 de	 dispositivos	 especiais	
incorporados ao computador em hardware	 (equipamento	 de	 informática)	 ou	
software,	um	exemplo	é	o	programa	DOSVOX1	utilizado	para	a	acessibilidade	de	
pessoas	com	deficiências	visuais	(cegos	ou	com	de	visão	subnormal).
DOSVOX1	é	um	sistema	de	software comercial	constituído	de	
um	conjunto	de	60	programas	que	“falam”	ao	usuário	durante	o	
uso de determinadas aplicações como telnet, ftp, navegadores, 
editores de texto, etc. Enquanto a comunicação do usuário 
com	o	computador	continua	sendo	feita	via	teclado,	a	saída	de	
informação	do	computador	para	o	usuário	é	falada	em	língua	
portuguesa (BARANAUSKAS; MANTOAN, 2001, p.14).
O	DOSVOX1	é	um	recurso	de	acessibilidade	para	a	pessoa	cega.	Contudo,	é	
importante ressaltar que a PcD pode apresentar mais de um comprometimento de 
suas	funções	(físico,	visão,	audição,	cognição).	Nestes	casos	a	pessoa	apresenta	
deficiência	 múltipla.	 Nas	 escolas	 há	 educandos	 com	 deficiência	 múltipla	 que	
precisarão dos recursos ambientais e arquitetônicos, como: calçadas, corredores 
livres, rampas, elevadores; que se destinam a auxiliar no comprometimento 
físico.	Além	 disso,	 estes	 educandos	 também	 precisarão	 de	 outros	 recursos	 de	
acessibilidade	para	auxiliar	no	comprometimento	da	função	da	visão,	audição	etc.
Na	minha	experiência	como	funcionária	da	educação	no	município	de	Itajaí	
(SC)	 já	 assessorei	 escolas	 que	 possuíam	matriculados	 alunos	 com	 deficiência	
múltipla.	 Estes	 alunos	 foram	 assistidos	 com	 recursos	 e	 adaptações	 tanto	 para	
o	 comprometimento	 físico	 quanto	 para	 o	 comprometimento	 visual.	 Por	 isso	 é	
importante compreender que os recursos e adaptações para a pessoa com 
http://www.haiah.com.br/espec_pisotatil.htm
http://www.haiah.com.br/espec_pisotatil.htm
25
Compreendendo a aCessibilidade Capítulo 1 
comprometimento	físico,	podem	ir	além	das	barreiras	físicas,	quando	se	trata	de	
uma	pessoa	com	deficiência	múltipla.
Segundo ABNT (2004) algumas das adaptações necessárias para as PcD 
vencerem as barreiras arquitetônicas são: portas com vão livre de 0,80 metros 
para a circulação da P.C.R. e altura de 2,10 metros; elevador vertical ou inclinado; 
rampas	 (com	 largura	 mínima	 de	 1,50	 metros	 e	 inclinação	 de	 acordo	 com	 a	
equação	e	tabela	disponíveis	no	item	6.5	da	NBR	9050,	2004).
Quanto	 há	 alguns	 recursos	 que	 podem	 auxiliar	 a	 PcD	 física,	 podemos	
exemplificar	 o	 teclado	 colmeia	 de	 acrílico	 (figura	 2	 e	 3)	 e	 o	mouse	 em	 esfera	
(figura	4);	ambos	são	muito	úteis	no	atendimento	ao	educando	com	deficiência	
física	na	escola.
Figura	2	-	Teclado	colmeia	em	acrílico			
Fonte:	Disponível	em:	<http://ceacm30.blogspot.com.br/2011/05/
novo-laboratorio.html>. Acesso em: 10 ago. 2012. 
Figura	3	–	Teclado	colmeia	em	uso	por	PcD	física
Fonte:	Disponível	em:	<http://intervox.nce.ufrj.br/~beatriz/
microfenix/tecno.htm>.	Acesso	em:	22	ago.	2012.	
http://ceacm30.blogspot.com.br/2011/05/novo-laboratorio.html
http://ceacm30.blogspot.com.br/2011/05/novo-laboratorio.html
http://intervox.nce.ufrj.br/~beatriz/microfenix/tecno.htm
http://intervox.nce.ufrj.br/~beatriz/microfenix/tecno.htm
26
 Acessibilidade
Figura 4 - Mouse	em	esfera
Fonte:	Disponível	em:	<http://www.clik.com.br/clik_01.html>.	Acesso	em:	22	ago.	2012.	
Confira	 nestes	 links	 o	 vídeo	 que	 demonstra	 como	 funciona	 a	
cadeira	de	rodas	extensora	e	a	sua	importância	http://www.youtube.
com/watch?v=awx0ldk5e1o	 (Exponor	2009	 -	Portugual);	http://www.
youtube.com/watch?v=SfnoU-AZHhI	(Reatech	2012).
Para esclarecer algumas barreiras que impossibilitam a acessibilidade, segue 
abaixo	uma	síntese	escrita	por	Lovato	e	Zych	(2008,	p.	6):
acessibilidade	arquitetônica,	sem	barreiras	ambientais	 físicas	
em todos os recintos internos e externos da escola e nos 
transportes coletivos. Acessibilidade comunicacional, sem 
barreiras	 na	 comunicação	 interpessoal	 (face-a-face,	 língua	
de sinais, linguagem corporal, linguagem gestual, etc), na 
comunicação escrita e na comunicação virtual (acessibilidade 
digital). Acessibilidade metodológica, sem barreiras nos 
métodos	 e	 técnicas	 de	 estudo	 de	 ação	 comunitária	 e	 de	
educação	dos	filhos	(novos	métodos	e	técnicas	nas	relações	
familiares,	 etc).	 Acessibilidade	 instrumental,	 sem	 barreiras	
nos	 instrumentos	 e	 utensílios	 de	 estudo,	 de	 atividades	 da	
vida diária e de lazer, esporte e recreação... Acessibilidade 
programática,	sem	barreiras	invisíveis	embutidas	em	políticas	
públicas, em regulamentos e em normas de um modo geral. 
Acessibilidade atitudinal, por meio de programas e práticas de 
sensibilização e de conscientização das pessoas em geral e 
da	convivência	na	diversidade	humana	resultando	em	quebra	
de preconceitos, estigmas, estereótipos e discriminações.
Após	a	citação	acima	podemos	refletir	sobre	exemplos	de	alguns	recursos	e	
adaptações para a PcD que proporcionam alcançar a acessibilidade arquitetônica, 
comunicacional,	metodológica,	instrumental,	e	programática.	Além	disso,	podemos	
refletir	sobre	como	as	pessoas	sem	deficiência	podem	auxiliar	as	PcD	a	conviver	
harmonicamente com a plena acessibilidade atitudinal.
http://www.clik.com.br/clik_01.html
http://www.youtube.com/watch?v=awx0ldk5e1o
http://www.youtube.com/watch?v=awx0ldk5e1ohttp://www.youtube.com/watch?v=SfnoU-AZHhI
http://www.youtube.com/watch?v=SfnoU-AZHhI
27
Compreendendo a aCessibilidade Capítulo 1 
Atividade de Estudos: 
1)	 Releia	 a	 síntese	 escrita	 acima	 por	 Lovato	 e	 Zych	 (2008,	 p.	 6).	
Agora elabore uma pequena lista, relacionando dois exemplos 
de recursos ou adaptações para cada acessibilidade. São elas, 
acessibilidade: arquitetônica, comunicacional, metodológica, 
instrumental, programática e atitudinal.
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
Para	 finalizar	 nosso	 capítulo,	 exemplificamos	 um	 recurso	 importante	 de	
acessibilidade	comunicacional	que	se	refere	à	sinalização	visual.	Este	recurso	é	
o	símbolo	internacional	de	acesso	(Figura	5).	ABNT	(2004,	p.	18)	contribui	que:	“a	
representação	do	símbolo	internacional	de	acesso	consiste	em	pictograma	branco	
sobre	fundo	azul	 (...)	a	figura	deve	estar	sempre	voltada	para	o	 lado	direito	(...)	
nenhuma	modificação,	estilização	ou	adição	deve	ser	feita	a	este	símbolo”.
Figura	5	–	Símbolo	Internacional	de	Acesso
Fonte:	Disponível	em:	<http://www.cedipod.org.br/
w6simbol.htm>.	Acesso	em:	22	ago.	de	2012.
http://www.cedipod.org.br/w6simbol.htm
http://www.cedipod.org.br/w6simbol.htm
28
 Acessibilidade
Uma	 curiosidade	 interessante	 para	 finalizar	 o	 capítulo	 1	 é	 a	
história	do	símbolo	internacional	de	acesso.	O	símbolo	internacional	
de	 acesso	 foi	 adotado	 durante	 o	 XI	 Congresso	 Mundial	 de	
Reabilitação	 do	 Portador	 de	 Deficiência,	 realizado	 em	 1969	 pela	
Rehabilitation International (RI). Com sede em Nova lorque, a RI 
é	 uma	 entidade	 não-governamental	 que	 congrega	 organizações	
nacionais	 e	 internacionais	 que	 oferecem	 serviços	 de	 reabilitação,	
possuindo o status de órgão consultivo da Organização das Nações 
Unidas (ONU).
A	adoção	do	símbolo	foi	o	ponto	culminante	de	um	programa	de	
três	anos	desenvolvido	pelo	Comitê	Internacional	de	Ajudas	Técnicas	
da RI, o qual nomeou um grupo de nove peritos, ligados a diversas 
áreas pertinentes, para julgar os muitos trabalhos apresentados.
Alguns	 dos	 critérios	 da	 seleção:	 o	 desenho	 não	 poderia	 ser	
ambíguo;	 sua	 forma	 seria	 simples,	 porém	 estética;	 seu	 significado	
teria	 de	 ser	 facilmente	 reconhecível;	 o	 desenho	 seria	 identificável	
mesmo	a	certa	distância;	 sua	 reprodução	seria	viável	em	 todos	os	
tamanhos e tipos de material.
O	trabalho	que	satisfez	a	todos	os	requisitos	foi	o	de	Susanne	
Koefoed,	da	Dinamarca,	exposto	no	seminário	promovido	em	 julho	
de 1968 pela Organização Escandinava de Estudantes de Desenho. 
O	símbolo	vencedor	traz,	sobre	um	fundo	quadrado	exato,	o	desenho	
estilizado de uma pessoa sentada em cadeira de rodas representando 
todas	 as	 pessoas	 portadoras	 de	 deficiências:	 paraplégicos,	 cegos,	
amputados etc.
O	símbolo	internacional	de	acesso	é	visto	hoje	no	mundo	inteiro,	
onde quer que tenham sido removidas as barreiras ambientais. Para 
o	 público	 em	 geral,	 ele	 mostra	 que	 as	 pessoas	 com	 deficiências	
estão tendo acesso às mesmas oportunidades que todos os cidadãos 
devem ter para participar da vida comunitária.
A	presença	do	 símbolo	é	a	garantia	 do	exercício	 de	um	direito	
igual ao das demais pessoas: o direito de se locomoverem por toda 
parte em busca de educação, trabalho, lazer, saúde, segurança, 
cultura,	e	também	para	poderem	cumprir	seus	deveres	como	cidadãos.
O	 símbolo	 internacional	 de	 acesso	 significa	 que	 o	 edifício	 ou	
29
Compreendendo a aCessibilidade Capítulo 1 
logradouro	onde	está	afixado	é	acessível	às	pessoas	portadoras	de	
deficiências	 (em	 especial	 aquelas	 que	 utilizam	 cadeiras	 de	 rodas)	
permitindo-Ihes	livre	trânsito	por	seus	recintos.
Assim,	 somente	 deverão	 ostentar	 o	 símbolo	 os	 locais	 públicos	
onde	 uma	 pessoa	 portadora	 de	 deficiência	 possa	 entrar	 sem	
assistência,	realizar	o	que	veio	fazer	e	retomar	ao	tráfego	de	pedestres	
ou	ao	seu	automóvel	estacionado,	sem	encontrar	barreiras	físicas	de	
construção. 
Fonte:	Disponível	em:	<http://www.ppd.caop.mp.pr.gov.br/modules/
conteudo/conteudo.php?conteudo=58>. Acesso em: 23 jun. 2012. 
algumaS ConSideraçõeS
Nesse	 primeiro	 capítulo	 estudamos	 um	 pouco	 sobre	 a	 definição	 de	
acessibilidade. Percebemos que acessibilidade envolve uma gama ampla 
de	 condições	 para	 que	 todas	 as	 pessoas	 possam	 usufruir	 com	 autonomia	 e	
independência	dos	espaços,	edificações,	mobiliários	e	equipamentos	urbanos.
Interpretamos	 para	 você	 leitor	 que	 as	 considerações	 de	 acessibilidade	
espacial abrangem uma adequada orientação espacial e deslocamento sem 
barreiras para chegar onde se quer; o uso de equipamentos produzidos 
adequadamente para que todos possam utilizá-los com autonomia; e uma 
comunicação	facilitadora	para	a	independência	da	mobilidade	pessoal.
Além	 disso,	 discutimos	 e	 refletimos	 sobre	 os	 recursos	 e	 adaptações	 de	
acessibilidade	que	garantem	a	PcD	uma	vida	com	autonomia	e	 independência.	
Dentre	 os	 meios	 de	 acessibilidade	 identificamos	 equipamentos	 que	 auxiliam	 o	
uso	 do	 computador,	 como	 o	 teclado	 em	 colmeia;	 e	 edificações	 que	 auxiliam	 a	
locomoção, como uma rampa de acesso.
Ao	 fim	 deste	 primeiro	 capítulo	 propomos	 uma	 reflexão	 sob	 a	 citação	 de	
Lovato	e	Zych	(2008,	p.	1)	“a	acessibilidade	significa	dar	condições	e	possibilitar	
a	 todos,	segurança,	autonomia,	garantia	de	direitos,	a	fim	de	que	possam	viver	
com dignidade. Para garantir a acessibilidade precisamos respeitar e conhecer os 
direitos	humanos	coletivos	e	individuais.”
No	próximo	capítulo	apresentaremos	a	importância	das	leis	como	garantia	dos	
direitos pessoais e sociais de uma adequada acessibilidade para todo o cidadão.
http://www.ppd.caop.mp.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=58
http://www.ppd.caop.mp.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=58
30
 Acessibilidade
referênCiaS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: 
Acessibilidade	a	edificações,	mobiliário,	espaços	e	equipamentos	urbanos.	2.	ed.	
Rio de Janeiro: ABNT, 2004.
BARBOSA,	Maria	Beatriz.	Elaboração	de	normas	técnicas	voltadas	à	
acessibilidade na comunicação. In: Anais do II Seminário ATIID, São Paulo – SP, 
23-24/09/2003.	Disponível	em:	<http://saci.org.br/pub/congres/ATIID/atiid2003/
artigos/3_6.pdf>.	Acesso	em:	09	jul.	2012.
BRASIL. Legislação Brasileira sobre pessoas portadoras de deficiência. 5. 
ed.	n.	21.	Brasília:	Câmara	dos	Deputados,	Edições	Câmara,	415	p.,	2009.
____.	Ministério	da	Educação.	Secretaria	de	Educação	Continuada,	
Alfabetização,	Diversidade	e	Inclusão.	Programa escola acessível: manual do 
programa	escola	acessível.	Brasília,	2011.
BARANAUSKAS, M. C. C.; MANTOAN, M. T. E. Acessibilidade em ambientes 
educacionais	para	além	das	guidelines.	Revista Online da Biblioteca Prof. Joel 
Martins. São Paulo,	v.	2,	n.	2,	p.13-23,	fev.	2001.	
DUARTE,	Cristiane	Rose	de	Siqueira;	COHEN,	Regina.	Proposta	de	Metodologia	
de Avaliação da Acessibilidade aos Espaços de Ensino Fundamental. In: Anais 
NUTAU 2006: Demandas Sociais, Inovações Tecnológicas e a Cidade. São 
Paulo, USP: 2006.
ELY,	Vera	H.	Moro	Bins;	DISCHINGER,	Marta;	BRANDÃO,	Milena	de	M.;	LUZ,	
Greyce.	Avaliação	das	condições	de	acessibilidade	espacial	no	colégio	de	
aplicação da UFSC. In: XI Encontro Nacional de Tecnologia no Ambiente 
Construído:	A	construção	do	futuro,	2006.	Florianópolis.	Anais.	Florianópolis:	
UFSC, 2006. p.2742-2751.
FERRÉS,	Sofia	Pérez.	Acessibilidade	Física.	In: PUPO, Deise Tallarico; MELO, 
Amanda	Meincke;	FÉRRES,	Sofia	Pérez	(org).	Acessibilidade: discurso e 
prática no cotidiano das bibliotecas. Campinas, SP: UNICAMP/Biblioteca Central 
Cesar Lattes, 2006.
GODOY,	Herminia	Prado.	Inclusão de alunos portadores de deficiência física 
no ensino regular paulista: recomendações	internacionais	e	normas	oficiais.	
São Paulo: Editora Mackenzie, 2002.
LOVATO,	Jessana;	ZYCH,	Anizia	Costa.	A	questão	da	acessibilidade	do	
31
Compreendendo a aCessibilidade Capítulo 1 
educando	com	deficiência	física	na	escola. Revista Eletrônica Lato Sensu. ano 
3,	n.	1,	março	de	2008.	Disponível	em:	<http://www.unicentro.br>.	Acesso	em:	26	
jun. 2012.
LUFT, Celso Pedro. Mini Dicionário Luft. 2 ed. São Paulo: Scipione, 1991.
MEC. Manual de acessibilidade espacial para escolas: o direito a escola 
acessível.	Brasília:	Ministério	da	Educação,	Secretaria	de	Educação	Especial,	
2009.
MELLO, Francisco Ricardo Lins Vieira de; MARTINS, Lúcia de Araújo Ramos. 
Acolhendo e atuando com alunos que apresentam paralisia cerebral na classe 
regular: a organização da escola. Revista Brasileira de Educação Especial, 
Marília,	v.13,	n.1,	p.111-130,	jan.-abr.	2007.
OLIVEIRA,	Aíla	Seguin	Dias	A.;	ELY,	Vera	Helena	Moro	Bins.	Avaliação	das	
condições de acessibilidade espacial em Centro cultural: estudo de casos. In: XI 
Encontro Nacional de Tecnologia no Ambiente Construído: A construção do 
futuro,	2006,	Florianópolis.	Anais.	Florianópolis:	UFSC,	2006.	p.	1259-1268.
PAGLIUCA, Lorita Marlena Freitag; ARAGÃO, Antônia Eliana de Araújo; 
ALMEIDA;	Paulo	César.	Acessibilidade	e	deficiência	física:	identificação	de	
barreiras arquitetônicas em áreas internas de hospitais de Sobral, Ceará. Revista 
Escola de Enfermagem da USP, 41 (4), p. 581-8, 2007.
PEREIRA, Irene de Barros. Como deve ser a acessibilidade em escolas e 
faculdades para atender o deficiente visual? Publicado em 24/05/2011, em 
Acessibilidade	com	12	comentários.	Disponível	em:	<http://www.movimentolivre.
org/artigo.php?id=135#cp>. Acesso em: 26 jun. 2012.
ROZICKI, Cristiane. Deficiente e a participação nas esferas da vida em 
sociedade.	UFSC:	2007.	Disponível	em:	<http://www.asdef.com.br/innova/
assets/artigos/superacao005.pdf>.	Acesso	em:	26	jun.	2012.
SANCHES,	Beatriz	Rodrigues;	CABRAL,	Nelson.	Acesso	de	crianças	com	
deficiência	física	nas	escolas.	Revista Científica Multidisciplinar UNIMEO. n. 2, 
p. 36-38, 2009.
SÃO PAULO (Estado). IBGE revela: 45,6 milhões de brasileiros tem algum tipo 
de	deficiência.	Secretaria	dos	Direitos	da	Pessoa	com	Deficiência.	São	Paulo,	
2011.	Disponível	em:	<http://www.pessoacomdeficiencia.sp.gov.br/sis/lenoticia.
php?id=890>. Acesso em: 26 jun. 2012.
32
 Acessibilidade
TAGLIARI C.; TRÊS F.; OLIVEIRA S. G. Análise da acessibilidade dos portadores 
de	deficiência	física	nas	escolas	da	rede	pública	de	Passo	Fundo	e	o	papel	do	
fisioterapeuta	no	ambiente	escolar.	Revista Neurociência, 2006; 14(1), 010-014.
VASCONCELOS, Luciana Rodrigues; PAGLIUCA, Lorita Marlena Freitag. 
Mapeamento	da	acessibilidade	do	portador	de	limitação	física	a	serviços	básicos	
de saúde. Revista de Enfermagem. 10 (3), p. 494 – 500, dez. 2006.
VILLAROUCO, Vilma. Acessibilidade em diversos olhares. In: ORNSTEIN, 
Sheila Walbe; ALMEIDA PRADO, Adriana Romeiro de; LOPES, Maria Elisabete 
(Org.). Desenho universal: caminhos da acessibilidade no Brasil. São Paulo: 
Annablume, 2010. p. 290-292.
CAPÍTULO 2
legiSlação
A partir da concepção do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
� Apresentar e discutir a legislação brasileira relacionada à acessibilidade; 
� Apresentar e discutir as principais Normas Brasileiras da Associação Brasileira 
				de	Normas	Técnicas; 
�	 Interpretar	 alguns	 dos	 manuais	 do	 MEC	 sobre	 a	 escola	 acessível; 
�	 Investigar	e	analisar	quais	são	as	referências	da	lei	que	estão	presentes	na	escola; 
� Propor uma breve reconstrução histórica da questão da acessibilidade e da 
legislação	relacionada	aos	direitos	das	pessoas	com	deficiência.
35
LegisLação Capítulo 2 
ConTexTualização
Quando	citamos	 legislação	no	Brasil,	é	necessário	destacar	a	Constituição	
Federal	de	1988,	pois	 foi	a	partir	dela	que	o	país	obteve	a	base	firmadora	para	
o	bojo	das	políticas	públicas	brasileiras.	Com	relação	a	acessibilidade,	temos	na	
Constituição de 1988, uma ampla gama de normas que asseguram as condições 
de	acesso	a	PcD.	E	no	campo	das	políticas	internacionais,	nosso	país	é	signatário	
da Convenção da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre os direitos 
das	pessoas	com	deficiência	 realizada	desde	2008;	quando	o	então	presidente	
Luiz Inácio Lula da Silva promulgou o documento da Convenção lançando dois 
decretos legislativos em 2008.
Atualmente	 o	 Conselho	 Nacional	 dos	 Direitos	 da	 Pessoa	 com	 Deficiência	
(CONADE)	é	o	órgão	de	apoio	a	conquista	de	uma	melhor	qualidade	de	vida,	como	
fruto	da	acessibilidade	em	todos	os	espaços	vividos	(BRASIL,	2012).	Porém,	no	
que	se	refere	às	leis,	cada	cidadão,	cada	pessoa	com	ou	sem	deficiência,	é	parte	
responsável	para	conhecer	as	leis	e	fazê-las	difundidas	e	implementadas.	Neste	
sentido,	o	presente	capítulo	oferece	a	você	leitor,	elementos	para	a	compreensão	
das	 leis	 que	 se	 destinam	 a	 discutir	 acessibilidade	 no	 nosso	 país,	 adentrando	
também	no	foco	do	contexto	escolar.
ConheCendo aS normaS braSileiraS
As	 normas	 brasileiras	 que	 compõem	 as	 bases	 em	 valores	 numéricos	
das medidas necessárias à acessibilidade, não estão escritas em um artigo ou 
decreto	 da	 legislação;	 estão	 descritas	 nos	 parâmetros	 nacionais	 elaborados	
pela	Associação	 Brasileira	 de	 Normas	 Técnicas	 (ABNT.	 Estes	 parâmetros	 são	
registrados e chamados de NBR (Normas Brasileiras). Contudo, o decreto-lei nº 
5296	de	2004,	 indica	que	as	considerações	numéricas	de	acessibilidade	sejam	
observadas	 e	 cumpridas	 conforme	 os	 parâmetros	 apresentados	 pela	ABNT	 na	
NBR	9050.	Desta	forma	vamos	conhecer	as	normas	brasileiras	da	ABNT.	
Inicialmente,	 é	 importante	esclarecer	 que	a	ABNT	é	 composta	pelo	Fórum	
Nacional	 de	 Normalização,	 que	 por	 sua	 vez	 é	 constituído	 pelos	 seguintes	
membros:	 os	Comitês	 Brasileiros	 (ABNT/CB),	 os	Organismos	 de	Normalização	
Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudos Especiais Temporárias 
(ABNT/CEET). As pessoas que participam como membros constituintes são: 
os produtores, por exemplo, o produtor do piso tátil; os consumidores e outros 
(universidades, laboratórios etc).
36
 Acessibilidade
Vale lembrar que atualmente a ABNT propõe para as considerações 
de	acessibilidade,	a	norma	brasileira	NBR	9050.	Tal	norma	é	citada	em	
lei	como	referência	a	ser	observada	para	garantir	parâmetros	e	a	forma	
padrão	de	acessibilidade	em	todo	o	nosso	país.
A	 ABNT	 NBR	 9050	 foi	 elaborada	 no	 comitê	 brasileiro	 de	
acessibilidade (ABNT/CB-40) pela Comissão de Estudos e 
Edificações	 e	 Meio	 (Ce	 -	 40:001.01).	 O	 projeto	 circulou	 em	
Consulta	Pública	conforme	o	Edital	nº	09	de	30/09/2003,	com	
o número Projeto NBR 9050 (ABNT, 2004, p. 7).
É importante que conheçamos a NBR 9050, pois esta norma 
apresenta detalhadamente os dados exatos de algumas das 
adaptações	e	dos	recursos	de	acessibilidade.	A	NBR	9050	é	intitulada:	
acessibilidade	 a	 edificações,	 mobiliário,	 espaços	 e	 equipamentos	
urbanos; e estabelece 
Esta	 norma	 estabelece	 critérios	 e	 parâmetros	 técnicos	 a	
serem observados quando do projeto, construção, instalação e 
adaptações	de	edificações,	mobiliário,	espaço	e	equipamentos	
urbanos as condições de acessibilidade. No estabelecimento 
desses	 critérios	 e	 parâmetros	 técnicos	 foram	 consideradas	
diversas condições de mobilidade e de percepção do 
ambiente,	 com	 ou	 sem	 a	 ajuda	 de	 aparelhos	 específicos,	
como: próteses, aparelhos de apoio, cadeiras de rodas, 
bengalas de rastreamentos, sistemas assistivos deaudição 
ou qualquer outro que venha complementar necessidades 
individuais. Esta norma visa proporcionar a maior quantidade 
possível	de	pessoas,	independentemente	da	idade,	estatura	ou	
limitação de mobilidade ou percepção, a utilização de maneira 
autônoma	 e	 segura	 do	 ambiente,	 edificações,	 mobiliário,	
equipamentos urbanos e elementos. Todos os espaços, 
edificações,	mobiliário	e	equipamentos	urbanos	que	vierem	a	
ser	 projetados,	 construídos,	 montados	 ou	 implantados,	 bem	
como	as	reformas	e	ampliações	de	edificações	e	equipamentos	
urbanos, devem atender ao disposto nesta Norma [NBR 9050, 
2004]	para	serem	considerados	acessíveis	(ABNT,	2004,	p.	1).
Além	desta	norma	também	é	relevante	citar	que	algumas	outras	auxiliam	com	
dados para a acessibilidade; segue abaixo a relação, com as devidas titulações, 
segundo a ABNT (2004, p. 1)
*		 ABNT	NBR	9077:2001	 saídas	de	emergência	em	edificações	–	
procedimentos;
*		 ABNT	NBR	9283:1986	mobiliário	urbano	–	classificação;
Vale lembrar que 
atualmente a ABNT 
propõe para as 
considerações de 
acessibilidade, a 
norma brasileira 
NBR 9050. Tal 
norma é citada em 
lei como referência 
a ser observada 
para garantir 
parâmetros e a 
forma padrão de 
acessibilidade em 
todo o nosso país.
37
LegisLação Capítulo 2 
*		 ABNT	NBR	9284:1986	equipamento	urbano	–	classificação;
*		 ABNT	NBR	 10283:1988	 revestimentos	 eletrolíticos	 de	metais	 e	
plásticos	sanitários	–	especificações;	
*		 ABNT	NBR	10898:1999	sistemas	de	iluminação	de	emergência;
* ABNT NBR 13994:2000 elevadores de passageiros – elevadores 
para	transporte	de	pessoa	portadora	de	deficiência.
Observando	 os	 títulos	 de	 cada	 NBR	 acima	 é	 possível	 identificar	 algumas	
situações que necessitam das condições de acessibilidade, como por exemplo: as 
saídas	de	emergência.	
Como	acessibilidade	envolve	muitas	condições	e	é	para	todas	as	pessoas,	
conforme	 já	 discutimos	 no	 primeiro	 capítulo,	 a	 NBR	 9050	 estabeleceu	 um	
parâmetro	 de	 tamanho	 das	 pessoas	 e	 de	 medidas	 necessárias	 para	 que	 as	
pessoas	 se	 desloquem.	 Tal	 parâmetro	 é	 calculado	 por	 base	 entre	 5%	 a	 95%	
da	média	da	altura	e	da	 largura	corporal	da	população	brasileira	 (ABNT,	2004).	
Analise	 na	 figura	 6	 abaixo,	 as	 medidas	 necessárias	 para	 que	 as	 pessoas	 se	
desloquem com acessibilidade.
Figura	6	-		Apresentação	das	dimensões	referenciais	
para	deslocamento	de	pessoas	em	pé
Fonte: ABNT (2004, p. 5). 
38
 Acessibilidade
E,	 a	 fim	 de	 determinar	 um	 valor	 padrão	 de	 referência	 para	 um	
espaço adequado de locomoção para qualquer pessoa, a ABNT (2004) 
considerou na NBR 9050 a projeção de 0,80 metros por 1,20 de largura 
no	piso,	conforme	visualiza-se	na	figura		7	abaixo	
Figura	7	—	Dimensões	do	módulo	de	referência	(M.R.)
Fonte: ABNT (2004, p. 6)
Tal	 projeção	 é	 denominada	 módulo	 de	 referência	 e	 deve	 ser	
adotada	 para	 garantir	 a	 acessibilidade	 em	 qualquer	 local.	 Além	
disso,	há	um	parâmetro	para	o	alcance	manual	 frontal	de	objetos	ou	
equipamentos.	De	acordo	com	ABNT	 (2004)	este	parâmetro	da	NBR	
9050, sugere valores para situar a altura do chão, por exemplo, de um 
orelhão,	de	forma	acessível	tanto	para	uma	pessoa	em	pé	-	Figura	8,	
quanto para uma pessoa sentada em cadeira de rodas – Figura 9.
Figura	8	-	Dimensões	máximas,	mínimas	e	confortáveis	
para	alcance	manual	frontal	da	pessoa	em	pé
Fonte: ABNT (2004, p. 9).
E, a fim de 
determinar um 
valor padrão de 
referência para um 
espaço adequado 
de locomoção para 
qualquer pessoa, 
a ABNT (2004) 
considerou na NBR 
9050 a projeção 
de 0,80 metros por 
1,20 de largura 
no piso.
Há um parâmetro 
para o alcance 
manual frontal 
de objetos ou 
equipamentos.
39
LegisLação Capítulo 2 
Figura	9	-	Dimensões	máximas,	mínimas	e	confortáveis	para	
alcance	manual	frontal	da	pessoa	em	cadeira	de	rodas
Fonte: ABNT (2004, p. 10).
Destacamos	 também	 a	 área	 da	 superfície	 de	 trabalho	 para	 a	
P.C.R.	 na	 Figura	 10.	 Nas	 escolas	 é	 necessário	 que	 a	 superfície	 de	
trabalho esteja adequada para o aluno em cadeira de rodas. Segundo 
a	ABNT	(2004,	p.	11)	“as	superfícies	de	trabalho	necessitam	de	altura	
livre	de	no	mínimo	0,73	m	entre	o	piso	e	a	sua	parte	inferior	e	altura	de	
0,75	m	a	0,85	m	entre	o	piso	e	a	sua	superfície	superior”.
As superfícies de 
trabalho necessitam 
de altura livre de 
no mínimo 0,73 m 
entre o piso e a sua 
parte inferior e altura 
de 0,75 m a 0,85 m 
entre o piso e a sua 
superfície superior.
40
 Acessibilidade
Figura	10	–	Superfície	de	Trabalho
a) A1 x A2 = 1,50 m x 0,50 m = alcance máximo para atividades eventuais;
b) B1 x B2 = 1,00 m x 0,40 m = alcance para atividades sem necessidade de 
precisão;
c) C1 x C2 = 0,35 m x 0,25 m = alcance para atividades por tempo prolongado.
Fonte: ABNT (2004, p. 11).
Agora	que	 já	conhecemos	um	pouco	sobre	as	normas	brasileiras	 reflita	se	
na	 escola	 que	 você	 trabalha	 há	 presente	 nos	mobiliários	 e	 nos	 equipamentos,	
os padrões dispostos pela ABNT. Observe principalmente se os educandos 
usufruem	 do	 módulo	 de	 referência	 e	 da	 superfície	 de	 trabalho	 de	 modo	
a	 poderem	 acompanhar	 os	 trabalhos	 da	 sala	 de	 aula	 com	 conforto	 e	 em	
condições	de	aprendizagem.	Em	prosseguimento	a	apresentação	e	reflexão	das	
normas	 brasileiras,	 vamos	 continuar	 o	 capítulo	 apresentando	 algumas	 leis	 que	
proporcionam o suporte legal à acessibilidade no Brasil.
enTendendo aS leiS
Segundo	 Melo	 e	 Martins	 (2007,	 p.	 15)	 “é	 importante	 enfatizar	
que	a	acessibilidade	das	pessoas	 com	deficiência	ao	espaço	urbano	
da	 sociedade	 brasileira	 é	 garantida	 por	 lei,	 através	 do	Artigo	 227	 da	
Constituição	Federal	de	1988”.	Segue	abaixo	o	 recorte	do	artigo	227	
que	se	refere	à	acessibilidade	
II - criação de programas de prevenção e atendimento 
especializado	para	as	pessoas	portadoras	de	deficiência	física,	
É importante 
enfatizar que a 
acessibilidade 
das pessoas com 
deficiência ao 
espaço urbano da 
sociedade brasileira 
é garantida por lei, 
através do Artigo 
227 da Constituição 
Federal de 1988.
41
LegisLação Capítulo 2 
sensorial ou mental, bem como de integração 
social do adolescente e do jovem portador de 
deficiência,	 mediante	 o	 treinamento	 para	 o	
trabalho	e	a	convivência,	e	a	facilitação	do	acesso	
aos bens e serviços coletivos, com a eliminação 
de obstáculos arquitetônicos e de todas as 
formas	 de	 discriminação...	 §	 2º	 -	 A	 lei	 disporá	
sobre normas de construção dos logradouros e 
dos	 edifícios	 de	 uso	 público	 e	 de	 fabricação	 de	
veículos	de	 transporte	 coletivo,	 a	 fim	de	garantir	
acesso adequado às pessoas portadoras de 
deficiência	(BRASIL,	1988,	sem	página).
Conhecendo a lei observamos que desde 1988 já estava demarcado 
constitucionalmente	a	facilitação	do	acesso	e	a	eliminação	de	obstáculos	
arquitetônicos, bem como, a criação de normas para a acessibilidade em 
edificações	e	transporte	público.	E,	além	do	artigo	227	da	Constituição	
de	1988,	também	há	na	legislação	referente	à	acessibilidade,	a	Portaria	
nº 3.284/2003, do Decreto Presidencial nº 5.296/2004, que trata de 
algumas questões de acessibilidade dirigidas aos educandos com 
deficiência	física,	conforme	relata	MEC	(2006,	p.	277):
§	 1º	 Os	 requisitos	 de	 acessibilidade	 de	 que	 se	
trata	 no	 caput	 compreenderão	 no	mínimo:	 I(1)	 -	
com	 respeito	 a	alunos	portadores	de	deficiência	
física:	 a)	 eliminação	 de	 barreiras	 arquitetônicas	
para circulação do estudante, permitindo acesso 
aos espaços de uso coletivo; b) reserva de vagas 
em estacionamentos nas proximidades das 
unidades de serviço; c) construção de rampas 
com corrimãos ou colocação de elevadores, 
facilitando	 a	 circulação	 de	 cadeira	 de	 rodas;	 d)	
adaptação de portas e banheiros com espaço 
suficiente	 para	 permitir	 o	 acesso	 de	 cadeira	
de rodas; e) colocação de barras de apoio nas 
paredes	dos	banheiros;f)	 instalação	de	lavabos,	
bebedouros	 e	 telefones	 públicos	 em	 altura	
acessível	aos	usuários	de	cadeira	de	rodas.
Confira	 que	 a	 redação	 da	 portaria	 pontua	 sobre:	 o	 transporte	
público, a adequada área para circulação da cadeira de rodas, os 
banheiros,	 bebedouros	 e	 telefones	 públicos	 com	 altura	 acessível.	
Pois	 lembre-se,	 que	 as	medidas	 indicadas	 no	módulo	 de	 referência	
apresentadas	no	início	deste	capítulo,	devem	constar	tanto	na	área	de	
circulação,	como	na	altura	do	bebedouro	e	do	telefone	público.
Em	sequência	a	portaria	nº	3.284/2003	apresentamos	o	decreto	
nº	5.296	de	dezembro	de	2004,	que	é	o	mais	atual	registro	legal	que	
Além do artigo 227 
da Constituição de 
1988, também há na 
legislação referente 
à acessibilidade, 
a Portaria nº 
3.284/2003, do 
Decreto Presidencial 
nº 5.296/2004, 
que trata de 
algumas questões 
de acessibilidade 
dirigidas aos 
educandos com 
deficiência física.
Apresentamos o 
decreto nº 5.296 
de dezembro de 
2004, que é o mais 
atual registro legal 
que dispõe sobre 
as atribuições 
da lei referentes 
à acessibilidade 
e regulamenta 
algumas leis 
anteriores.
Lei n° 10.048, de 
8 de novembro 
de 2000, que 
dá prioridade 
de atendimento 
às pessoas que 
especifica; e lei n° 
10.098, de 19 de 
dezembro de 2000, 
que estabelece 
normas gerais e 
critérios básicos 
para a promoção 
da acessibilidade 
(BRASIL, 2004).
42
 Acessibilidade
dispõe	 sobre	 as	 atribuições	 da	 lei	 referentes	 à	 acessibilidade	 e	 regulamenta	
algumas	leis	anteriores	(também	relativas	a	acessibilidade).	As	duas	leis	anteriores	
que o decreto nº 5.296/2004 regulamenta são: lei n° 10.048, de 8 de novembro 
de	2000,	que	dá	prioridade	de	atendimento	às	pessoas	que	especifica;	e	 lei	n°	
10.098,	de	19	de	dezembro	de	2000,	que	estabelece	normas	gerais	e	 critérios	
básicos para a promoção da acessibilidade (BRASIL, 2004). A este respeito ELY 
et. al.	(2006,	p.	2)	contribui	afirmando	que
Em	 2000,	 foram	 promulgadas	 duas	 leis	 específicas	 (Nº	
10.048 e Nº 10.098) que tratam da acessibilidade espacial 
das	 pessoas	 com	 deficiência,	 a	 fim	 de	 eliminar	 barreiras	
arquitetônicas e atitudinais que impedem, reduzem ou 
retardam a inclusão social. Por sua vez, o Decreto n° 5296, 
de dezembro de 2004, elaborado para regulamentar essa lei, 
estabelece um prazo de 30 meses a partir de sua publicação, 
para	que	 todos	os	edifícios	públicos	 tenham	boas	condições	
de acessibilidade espacial. De acordo com estas leis, a Norma 
Brasileira de Acessibilidade recentemente revista (ABNT NBR 
9050/2004)	torna-se	obrigatória	e	seus	parâmetros	e	critérios	
técnicos	devem	ser	observados	durante	o	projeto,	construção,	
instalação	e	adaptação	de	edificações,	mobiliário,	espaços	e	
equipamentos urbanos.
De acordo com os autores supracitados as leis anunciadas 
atribuem-se à promoção de acessibilidade sob um amplo aspecto: 
atendimento prioritário a PcD, eliminação de barreiras arquitetônicas 
e atitudinais, consentir prazo determinado (que atualmente já expirou) 
para	 que	 os	 edifícios	 públicos	 tenham	 acessibilidade	 espacial	
adequada,	 e	 ainda	 tornar	 obrigatoriedade	 os	 parâmetros	 e	 critérios	
técnicos	da	ABNT	NBR	9050	(2004).	Com	esta	observação	é	possível	
concluir	que	as	leis	estão	em	consonância	com	a	grande	abrangência	
da	 definição	 de	 acessibilidade	 (definição	 esta,	 que	 destacamos	 no	
primeiro	capítulo).
Quanto	 à	 acessibilidade	 na	 escola,	 o	 artigo	 24	 do	 decreto	 nº	
5.296/2004, pronuncia as seguintes considerações 
Art.	 24.	 Os	 estabelecimentos	 de	 ensino	 de	 qualquer	 nível,	
etapa ou modalidade, públicos ou privados, proporcionarão 
condições de acesso e utilização de todos os seus ambientes 
ou	compartimentos	para	pessoas	portadoras	de	deficiência	ou	
com mobilidade reduzida, inclusive salas de aula, bibliotecas, 
auditórios, ginásios e instalações desportivas, laboratórios, 
áreas	 de	 lazer	 e	 sanitários.	 §	 1o	 Para	 a	 concessão	 de	
autorização	de	 funcionamento,	de	abertura	ou	 renovação	de	
curso pelo Poder Público, o estabelecimento de ensino deverá 
comprovar que: I - está cumprindo as regras de acessibilidade 
arquitetônica,	 urbanística	 e	 na	 comunicação	 e	 informação	
Os 
estabelecimentos 
de ensino 
de qualquer 
nível, etapa ou 
modalidade, 
públicos ou 
privados, 
proporcionarão 
condições de 
acesso e utilização 
de todos os seus 
ambientes ou 
compartimentos 
para pessoas 
portadoras de 
deficiência ou 
com mobilidade 
reduzida, inclusive 
salas de aula, 
bibliotecas, 
auditórios, ginásios 
e instalações 
desportivas, 
laboratórios, 
áreas de lazer e 
sanitários.
43
LegisLação Capítulo 2 
previstas	nas	normas	técnicas	de	acessibilidade	da	ABNT,	na	
legislação	específica	ou	neste	Decreto;	II	-	coloca	à	disposição	
de	professores,	alunos,	servidores	e	empregados	portadores	
de	deficiência	ou	com	mobilidade	reduzida	ajudas	técnicas	que	
permitam o acesso às atividades escolares e administrativas 
em igualdade de condições com as demais pessoas; e III - seu 
ordenamento	interno	contém	normas	sobre	o	tratamento	a	ser	
dispensado	 a	 professores,	 alunos,	 servidores	 e	 empregados	
portadores	de	deficiência,	com	o	objetivo	de	coibir	e	 reprimir	
qualquer tipo de discriminação, bem como as respectivas 
sanções	 pelo	 descumprimento	 dessas	 normas.	 §	 2o	 As	
edificações	 de	 uso	 público	 e	 de	 uso	 coletivo	 referidas	 no	
caput,	 já	 existentes,	 têm,	 respectivamente,	 prazo	 de	 trinta	 e	
quarenta e oito meses, a contar da data de publicação deste 
Decreto, para garantir a acessibilidade de que trata este artigo 
(BRASIL, 2004, sem página).
O	termo	ajudas	técnicas	se	refere	aos	“produtos,	instrumentos,	equipamentos	
ou tecnologia adaptados ou especialmente projetados para melhorar a 
funcionalidade	da	pessoa	portadora	de	deficiência	ou	com	mobilidade	reduzida,	
favorecendo	a	autonomia	pessoal,	total	ou	assistida”	(BRASIL,	2004,	sem	página).
Atividade de Estudos: 
Leia o texto abaixo:
O	 decreto	 nº	 5.296/2004	 no	 artigo	 24,	 inciso	 primeiro	 (§	 1º)	
sustenta	 que	 para	 autorização	 de	 funcionamento	 a	 escola	 deverá	
comprovar que está cumprindo as regras de acessibilidade presentes 
nas	normas	técnicas	da	ABNT,	na	legislação	específica	ou	no	próprio	
decreto nº 5.296/2004. 
1) Agora relate por escrito dois exemplos de escolas (com nome e 
local) registrando duas especificações que tais escolas cumprem 
ou descumprem (total ou parcialmente) de acordo com o que 
anuncia	o	inciso	primeiro.	Veja	neste	capítulo	duas especificações 
que	você	já	estudou	e	que	estão	presentes	nas	normas	técnicas	
da	ABNT,	como	por	exemplo,	o	módulo	de	referência.	
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
44
 Acessibilidade
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
Diante	do	que	já	apresentamos	neste	capítulo,	convém	evidenciar,	para	ter	
uma	 breve	 síntese,	 que	 consideramos	 importante	 no	 acervo	 legislativo	 sobre	
acessibilidade	do	nosso	país:	 o	 artigo	 227	da	Constituição	de	1988,	 a	Portaria	
nº	 3.284/2003,	 e	 o	 Decreto	 Presidencial	 nº	 5.296/2004.	 Além	 disso,	 também	
desejamos	 registrar	 alguns	 manuais	 dispostos	 pelo	 Ministério	 da	 Educação:	
Manual de acessibilidade espacial para escolas: o direito à escola (MEC, 2009); o 
Programa	escola	acessível:	manual	do	programa	escola	acessível	(MEC,	2011);	
e

Continue navegando