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ACESSIBILIDADE Autora: Gisele Cristina de Souza Programa de Pós-Graduação EAD UNIASSELVI-PÓS 362.4 S729a Souza, Gisele Cristina de Acessibilidade / Gisele Cristina de Souza. Indaial : Uniasselvi, 2013. 126 p. : il ISBN 978-85-7830-658-8 1. Deficiência física. I. Centro Universitário Leonardo da Vinci. Reitor: Prof. Ozinil Martins de Souza Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Profa. Hiandra B. Götzinger Montibeller Profa. Izilene Conceição Amaro Ewald Profa. Jociane Stolf Revisão de Conteúdo: Prof. Ivan Álvaro Revisão Gramatical: Sandra Pottmaier Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (047) 3281-9000/3281-9090 Copyright © UNIASSELVI 2013 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Gisele Cristina de Souza Mestre em Saúde e Gestão do Trabalho pela Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). Prêmio Mérito Estudantil no curso de graduação de Fisioterapia da UNIVALI, primeiro lugar com o Trabalho de Conclusão de Curso apresentado na VIII Semana de Iniciação Científica do Curso de Fisioterapia da UNIVALI. Fisioterapeuta escolar e clínica no Centro Municipal de Educação Alternativa de Itajaí (CEMESPI). Professora de pós-graduação. Desenvolve pesquisas relacionadas à inclusão escolar e às práticas da educação física inclusiva. Publicou: Avaliação da Mobilidade Torácica e Capacidade Vital em Crianças Saudáveis do Sexo Masculino através da Cirtometria e Ventilometria; Avaliação da capacidade vital pela ventilometria em crianças saudáveis do sexo masculino de 7 a 11 anos; Formação Continuada em Estimulação neuropsicomotora para professores da educação infantil da rede municipal de ensino de Itajaí: Projeto “Primeiros Passos”; A Prevenção dos Problemas da Coluna Vertebral para os Professores de Berçário e Maternal da Rede Municipal de Ensino de Itajaí; Reorientação didático pedagógica da educação física na perspectiva da inclusão escolar. Sumário APRESENTAÇÃO ..................................................................... 7 CAPÍTULO 1 Compreendendo a aCeSSibilidade ................................................. 9 CAPÍTULO 2 legiSlação ................................................................................ 33 CAPÍTULO 3 aCeSSibilidade na eSCola: abrindo novoS CaminhoS para a aprendizagem ................................................................. 49 CAPÍTULO 4 oS diverSoS eSpaçoS da eSCola aCeSSível para TodoS ............ 75 CAPÍTULO 5 a aCeSSibilidade noS CaminhoS para a eSCola ........................... 111 7 APRESENTAÇÃO Caro(a) pós-graduando(a): A garantia do acesso e permanência de toda criança na escola está registrada no bojo das políticas públicas do Brasil na Constituição de 1988. Mas tornar toda a escola acessível para os alunos com e sem deficiência trata-se de um grande processo que vai além das normas e técnicas de acessibilidade brasileiras. A escola precisa estar apta a permitir a aprendizagem do aluno de forma a garantir um saber que lhe é próprio, e que faz sentido no seu mundo particular e social. Nós profissionais da educação, devemos ter a consciência de que a acessibilidade é necessária e boa para todos, todos os alunos, com e sem deficiência indistintamente; da mesma forma que, nas audiências sociais todos nós precisamos de acessibilidade para ir e vir com autonomia e independência usufruindo o nosso direito de cidadão livre. A este respeito, nosso caderno de estudos de acessibilidade, considera a perspectiva de que os profissionais da educação também fazem parte da acessibilidade escolar, não a acessibilidade que vence a barreira física, mas a acessibilidade humana, a atitude docente que proporciona a todo o aluno (com e sem deficiência) o direito de aprender com relevância moral. A fim de abordar tamanha perspectiva, apresentamos os conteúdos que estudaremos juntos no nosso caderno de estudos. No capítulo I estaremos abordando o tema geral Compreendendo a Acessibilidade; subdividido em: Conceito e Orientações; Considerações Gerais sobre Acessibilidade Espacial; e Recursos e Adaptações. Já no capítulo II nosso foco recai sobre a Legislação; dividindo o assunto em dois subtítulos: Conhecendo as Normas Brasileiras; e Entendendo as leis. E, por fim, o capítulo III encerra nosso caderno de estudos fazendo uma análise a respeito da Acessibilidade na escola: Abrindo novos caminhos para a aprendizagem; subdividindo este tema em: A acessibilidade na escola e a inclusão: possibilidades e desafios; A escola, os seus diversos ambientes, espaços e o entorno: a adaptação necessária para atender a todos. Desejo a todos nós, bons estudos! A autora. LISTA DE SIGLAS ABNT = Associação Brasileira de Normas Técnicas AEE = Atendimento Educacional Especializado AVD’S = Atividades de Vida Diárias IBDD = Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência CB = Comitê Brasileiro CEET = Comissões de Estudos Especiais Temporárias CONADE = Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência CONAMA = Conselho Nacional do Meio Ambiente CONFEA = Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia DOSVOX1 = Sistema de Software utilizado para a Acessibilidade de Pessoas com Deficiências Visuais FUNDEB = Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica IBGE = Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IFES = Instituição Federal de Ensino Superior MEC = Ministério da Educação MPF = Ministério Público Federal MR = Módulo de Referência NBR = Norma Brasileira OMS = Organização Mundial da Saúde ONS = Organismos de Normalização Setorial ONU = Organização das Nações Unidas PARAJESC = Jogos Escolares Paradesportivos de Santa Catarina PcD = Pessoa com Deficiência PCR.= Pessoa em Cadeira de Rodas PDF = Pessoa com Deficiência Física PMR = Pessoas com Mobilidade Reduzida PO = Pessoa Obesa RI = Rehabilitation International SC = Santa Catarina UFRJ = Universidade Federal do Rio de Janeiro UFSC = Universidade Federal de Santa Catarina CAPÍTULO 1 Compreendendo a aCeSSibilidade A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: � Propor o conceito de acessibilidade e apresentar as principais orientações; � Interpretar as considerações gerais sobre acessibilidade espacial na escola; � Discutir a questão da acessibilidade a partir dos meios de adaptações e dos recursos disponíveis para a pessoa com deficiência; � Identificar e refletir sobre as adaptações escolares necessárias para a vida diária do educando com deficiência. 11 Compreendendo a aCessibilidade Capítulo 1 ConTexTualização Para iniciarmos nosso estudo vamos observar o conceito de acessibilidade que o dicionário da língua portuguesa descreve segundo Luft (1991, p. 7) acessibilidade é um substantivo feminino cujo significado é “que se pode chegar ou ter acesso”. Partindo deste conceito inicial e do que nos oferece a Constituição de 1988, segundo Brasil (1988), compreendemos que a acessibilidade de toda a criança na escola faz parte do comprometimento de toda a sociedade; ou seja, não se restringe a estrutura concreta das escolas, mas também a permissão de que toda criança possa frequentar a escola, que possa locomover-se com autonomia e independência sem qualquer tipo de constrangimento, prejuízo ou adaptação pessoal à sociedade. Pois, é a própria sociedade a encarregada de adaptar-se de todas as maneiras para que todos tenham acessibilidade e possamtransitar livremente e, ainda, a escola é a instituição designada por essa mesma sociedade como lugar de ensino e de formação do indivíduo para a cidadania, o que nos parece no mínimo razoável que esta seja também o espaço primordial no qual a acessibilidade se concretize e mais que isso, se naturalize perante todos. Neste sentido as orientações primordiais de acessibilidade perpassam a sociedade civil e atingem o modo como o governo disponibiliza os recursos, leis, normas, técnicas, verbas e informa aos cidadãos sobre a compreensão e a viabilização do direito à acessibilidade. Sob este ponto de vista sugerimos a você leitor, que observe neste capítulo a compreensão de acessibilidade sob um contexto amplo, pois contextualizar é devidamente estar como parte integrante do todo, e é o todo social que compõe a acessibilidade para cada um de nós, para cada pessoa com ou sem deficiência. ConCeiToS e orienTaçõeS Para conhecermos um conceito mais preciso e completo de acessibilidade descreveremos primeiramente a definição apresentada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2004, p.10) através da Norma Brasileira (NBR) 9050 que estabelece o seguinte: “acessibilidade: possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos” (no capítulo II veremos com detalhes o que é a ABNT e a NBR 9050). De acordo com a ABNT acessibilidade perpassa a condição de edificar calçadas, rampas etc.; tal conceito avança no sentido de entender e utilizar com segurança e autonomia diversos segmentos Acessibilidade: possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos. 12 Acessibilidade que estão descritos acima. Primeiro vamos analisar como as pessoas com e sem deficiência podem alcançar, perceber, entender e utilizar a acessibilidade com segurança e autonomia. Faça uma auto-reflexão: Você percebe, entende e utiliza com autonomia a acessibilidade em sua casa e em seu trabalho? Após sua auto-reflexão, observe o estudo que Duarte e Cohen (2006) realizaram sobre a avaliação da acessibilidade. Os autores entrevistaram pessoas que estudavam no Colégio de Aplicação da UFRJ, as respostas das entrevistas revelaram que alguns dos informantes foram submetidos a situações no espaço do colégio que lhes causaram constrangimento. Quando qualquer pessoa sofre constrangimento, tal fato impede de definir com acessibilidade o local, pois bloqueia a autonomia e segurança da pessoa e, autonomia e segurança são elementos que compõem o conceito de acessibilidade. Apresentamos o conceito de autonomia de acordo com Luft (1991, p. 99) substantivo feminino que significa: “faculdade de se governar por leis próprias; independência”. Para mais esclarecimentos apresentamos algumas estatísticas da literatura. Rozicki (2007, p. 1) cita o dado da Organização Mundial de Saúde (OMS): a “OMS diz que há 600 milhões de deficientes físicos no mundo”. E, o censo oficial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizado em 2010 no Brasil verificou que 45,6 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência no país, este valor atinge 24% do total da população brasileira. De acordo com a Secretária de Estado dos Direitos da pessoa com deficiência (PcD) de São Paulo, Dra. Linamara Rizzo Battistella, este alto índice permite que as considerações de acessibilidade possam ser revistas como necessidade de uma grande parcela da população, e não mais como interesse de uma minoria (SÃO PAULO, 2011). Observando os dados mundiais e brasileiros, obtivemos uma perspectiva ampla dos números atuais. É importante conhecer tais números para que o governo destine adequadamente os recursos financeiros suficientes à população. Para que encontremos o recorte da acessibilidade, com números e projeções sob uma perspectiva menor, vamos observar mais estudos que anunciaram a acessibilidade escolar como objeto de interesse. Ely et al (2006, p. 2748) denunciam alguns problemas de acessibilidade que encontrou no seu estudo no Colégio de Aplicação da UFSC: O censo oficial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizado em 2010 no Brasil verificou que 45,6 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência no país, este valor atinge 24% do total da população brasileira. 13 Compreendendo a aCessibilidade Capítulo 1 Os passeios na via pública, que dão acesso à escola, apresentam pisos irregulares. A entrada é inacessível, uma vez que, o acesso principal é feito por uma escadaria e o secundário por entrada para veículos com inclinação inadequada. Deve-se salientar que a escada se configura como um elemento arquitetônico intransponível para os alunos com restrição motora. Pereira (2011, p. 4), por sua vez, em seu estudo sobre acessibilidade narrou um fato da seguinte maneira, lembro-me de uma história, onde um aluno era carregado pelas professoras e pela mãe, por não poder andar. A escola tem dois prédios e ele só ia a um deles por ser difícil de carregá-lo para o outro prédio, pois o acesso só se fazia por escada e assim, ele não podia participar de muitas atividades. A mãe cansou de pedir que fizessem uma rampa de acesso para o outro prédio e a resposta era sempre a mesma: “é inviável”. Até o dia em que “alguém” orientou a mãe e esta não teve dúvidas, foi ao Ministério Público e fez a denúncia. O resultado, é que de uma hora pra outra, a prefeitura que até então não tomara providências, alegando inviabilidade, arranjou um jeito de fazer a rampa que garantiu ao aluno, acesso aos dois prédios da escola. Isso é um fato verídico, a escola fica no ABC Paulista. Refletindo sobre as condições das escolas que os autores supracitados nos referiram, fica evidente que ainda há escolas brasileiras que não estão de acordo com a lei e não garantem a acessibilidade para todos os educandos. Nos dois casos (acima enunciados) foram realizadas denúncias ao Ministério Público Federal (MPF), que é o órgão do governo que fiscaliza o cumprimento das leis; lembre-se que qualquer cidadão pode ter contato com o MPF em um Fórum próximo. Observe ainda, o que Ely et al (2006, p. 9) relataram na conclusão do seu estudo: “a falta de acessibilidade de seus espaços e o modo como estes estão concebidos faz com que os alunos com deficiência se tornem dependentes da ajuda alheia, quando têm o direito à autonomia, conforto e segurança.” O que os autores concluíram confirma que autonomia e segurança são parte de suma importância na definição de acessibilidade, conforme enunciamos anteriormente. Além disso, já pontuamos que as estatísticas e a literatura brasileira confirmam que há dificuldades e necessidade de apoio e estudos com relação à acessibilidade nas escolas. Contudo, lembre-se, segurança e autonomia são parte do significado de acessibilidade, mas ainda há outros componentes que vamos conhecer adiante. Sendo assim, vamos desmembrar os componentes A falta de acessibilidade de seus espaços e o modo como estes estão concebidos faz com que os alunos com deficiência se tornem dependentes da ajuda alheia, quando têm o direito à autonomia, conforto e segurança. 14 Acessibilidade para compreender a utilização de edificações e espaços. As edificações são as estruturas físicas compostas por: solo, paredes, tetos, componentes para iluminação, ventilação, para circulação, acesso e mobilidade de pessoas; são as construções que abrigam as atividadeshumanas. Já os espaços podem ser os locais com áreas construídas ou áreas ambientais livres ou áreas urbanizadas (como uma rua); são públicos ou privados, mas também se destinam as atividades humanas. Abaixo segue o significado de equipamento urbano, elemento e mobiliário urbano, citado por ABNT (2004, p. 3): Equipamento urbano: todos os bens públicos e privados, de utilidade pública, destinados a prestação de serviços necessários ao funcionamento da cidade, implantados mediante autorização do poder publico, em espaços públicos e privados (...) Elemento: qualquer dispositivo de comando, acionamento, comutação ou comunicação. São exemplos de elementos: telefones, intercomunicadores, interruptores, torneiras, registros, válvulas, botoeiras, painéis de comando, entre outros (...) Mobiliário urbano: todos os objetos, elementos e pequenas construções integrantes da paisagem urbana, de natureza utilitária ou não, implantados mediante autorização do poder público em espaços públicos e privados. Todos os conceitos descritos anteriormente são componentes do significado de acessibilidade. Com base nos autores e nos estudos citados, podemos enfim simplificar o significado de acessibilidade como a possibilidade de atingir e utilizar com segurança e autonomia todos os locais construídos e espaços livres, sejam eles públicos ou privados; e todos os objetos urbanos de manuseio em geral, como telefones, maçanetas etc. Subjetivando o recorte de interesse para a acessibilidade nas escolas apresentamos abaixo uma pequena síntese descrita por ABNT (2004, p.87): Entrada [acessível] (...) rota acessível interligando o acesso de alunos as áreas administrativas, de prática esportiva, de recreação, de alimentação, salas de aula, laboratórios, bibliotecas, centros de leitura e demais ambientes pedagógicos (...) um sanitário para cada sexo, de uso dos alunos, devem ser acessíveis (...) um sanitário para cada sexo, de uso de funcionários e professores, devem ser acessíveis (...) todos os elementos do mobiliário interno devem ser acessíveis, garantindo-se as áreas de aproximação e manobra e as faixas de alcance manual, visual e auditivo (...) nas salas de aula, quando houver mesas individuais para alunos, pelo menos 1% do total de mesas, com no mínimo uma para cada duas salas de aula deve ser acessível a P.C.R. (...) as lousas devem ser acessíveis e instaladas a uma altura inferior máxima de 0,90 metros do piso (...) todos os elementos do mobiliário urbano da edificação como bebedouros, guichês e balcões de atendimento, bancos de alvenaria, entre outros, devem ser Podemos enfim simplificar o significado de acessibilidade como a possibilidade de atingir e utilizar com segurança e autonomia todos os locais construídos e espaços livres, sejam eles públicos ou privados; e todos os objetos urbanos de manuseio em geral, como telefones, maçanetas etc. 15 Compreendendo a aCessibilidade Capítulo 1 acessíveis (...) as escadas devem ser providas de corrimões em duas alturas. Para auxiliar a compreensão de acessibilidade listamos o significado de alguns termos que já foram escritos, segundo a ABNT (2004): • Rota acessível: trajeto contínuo, desobstruído e sinalizado; é o caminho para movimentar-se com segurança e autonomia, pode ser externo ou interno; • Áreas de aproximação e manobra: espaço sem obstáculos para que a pessoa em cadeira de rodas possa manobrar e movimentar-se para utilizar o mobiliário ou elemento com autonomia e segurança; • Faixas de alcance manual, visual e auditivo: área com espaço para o alcance manual e visual do mobiliário urbano ou elemento com autonomia e segurança. A faixa com alcance auditivo trata- se de espaços com dispositivos auditivos que emitem som para guiar a movimentação com autonomia e segurança; • P.C.R.: pessoa em cadeira de rodas. Neste momento, vamos praticar o processo reflexivo crítico através da primeira atividade de estudo. Atividade de Estudos: 1) Releia a síntese escrita anteriormente retirada da NBR 9050 (2004) por ABNT (2004, p. 87) e dela retire e relacione os itens que devem ser adaptados para que a acessibilidade seja garantida a todos. Em seguida, escolha uma escola que você conheça bem e indique se cada item relacionado está de acordo com a NBR 9050 (2004), ou seja, se está adequado de forma que garanta a acessibilidade. ____________________________________________________ ____________________________________________________ 16 Acessibilidade ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ A partir de agora, destinamos nosso olhar para um tipo de barreira à acessibilidade: a barreira humana. Para tanto, é necessário perceber as relações afetivas, os motivos atitudinais e os emocionais que se desenvolvem, indo um pouco além dos espaços, do entorno e da construção física (VILLAROUCO, 2010). Neste sentido Mello e Martins (2007) contribuem ao dizerem que eliminar barreiras arquitetônicas não garante a acessibilidade, pois há implicações emocionais. Para compreendermos melhor tais implicações presentes, basta lembrar que a definição de acessibilidade abrange autonomia e segurança, que por sua vez, conduzem a questões emocionais. Em seu estudo, os autores acima pontuaram que além da barreira física, a barreira humana também tornou inacessível que uma PcD continuasse estudando na mesma turma. Isto ocorreu porque esta turma foi para o segundo piso, e não havia rampa ou elevador, então a direção retirou apenas o educando com deficiência da turma e o transferiu para o piso térreo (em outra turma de mesmo nível). No entanto, os autores sugeriram que poderia ter sido realizada a transferência de todos os alunos para o piso térreo, pois assim, o educando com deficiência não teria sido privado do convívio de toda a sua turma. Villarouco (2010) também pontua como é importante chamar atenção para a relação homem ambiente, pois além de calçadas irregulares, pisos inadequados, sinalização ineficiente e iluminação deficiente, tornam-se indispensáveis também as relações humanas, as questões psicológicas relacionadas à acessibilidade, e a questão perceptual que são determinantes para o desenvolvimento da interação homem-ambiente. Refletindo sobre isso, vamos adentrar novamente 17 Compreendendo a aCessibilidade Capítulo 1 no contexto escolar e explorar a influência dos valores relacionais para a acessibilidade no ambiente educacional. Em comentário a essa questão, Sanches e Cabral (2009) relatam o quanto é essencial a boa influência da relação humana para vencer a barreira física, e sugerem que o professor pode perguntar a criança com naturalidade quais são as suas necessidades, pois podem ser necessárias medidas simples, como fixar o papel com fita crepe na carteira, ou até outras adaptações mais elaboradas como, regular a altura da carteira, verificar a melhor posição da lousa e averiguar se o banheiro pode ser utilizado por uma PcD. Demonstrando consonância com os demaisautores apresentados, Tagliari et. al. (2006, p. 10) asseveram que o estudo que realizaram aponta para a “total falta de estrutura, informação e treino dos funcionários e dos pais em relação às necessidades dos alunos PDF [Pessoa com Deficiência Física] que estão sob sua responsabilidade”. Portanto, os autores sugeriram que fossem realizadas palestras explicativas e demonstrativas sobre a forma de vencer as barreiras humanas para melhorar a qualidade de vida dos educandos com deficiência física. Nesse estudo, Tagliari et. al (2006) consideraram para a acessibilidade da PcD física na escola, tanto as barreiras ambientais, quanto as arquitetônicas e humanas. Ely et al (2006), por sua vez, corroboram com essa questão afirmando que ao tratar de acessibilidade espacial das PcD, é relevante considerar tanto as barreiras arquitetônicas quanto as atitudinais, já que ambas impedem, reduzem ou retardam a inclusão social. Em relação ao que foi mencionado no texto até aqui, gostaríamos de salientar que a questão da acessibilidade diz respeito a todos de uma maneira geral, compreendendo a estrutura do meio e o modo como as pessoas interagem entre si e com o ambiente. Desta forma, todos nós fazemos parte da acessibilidade, pois nos relacionamos constantemente para vivermos com segurança e autonomia. Após essas orientações iniciais seguimos com algumas considerações gerais com o recorte do conteúdo direcionado a acessibilidade espacial. ConSideraçõeS geraiS Sobre aCeSSibilidade eSpaCial Dando prosseguimento as nossas reflexões vamos entender melhor o significado e o que representa em termos práticos a acessibilidade espacial e Sanches e Cabral (2009) relatam o quanto é essencial a boa influência da relação humana para vencer a barreira física, e sugerem que o professor pode perguntar a criança com naturalidade quais são as suas necessidades. Gostaríamos de salientar que a questão da acessibilidade diz respeito a todos de uma maneira geral, compreendendo a estrutura do meio e o modo como as pessoas interagem entre si e com o ambiente. 18 Acessibilidade como ela pode representar um avanço e um bem comum tanto para as PcD como para a população em geral. Diante disso destacamos que a acessibilidade espacial diz respeito à possibilidade de participação da população na sociedade em condições igualitárias e sem qualquer tipo de discriminação; há que se ter a perspectiva de que a acessibilidade não apenas se refere às PcD, mas também a todos os indivíduos, favorecendo-os da mesma forma (MEC, 2011; VASCONCELOS; PAGLIUCA, 2006). Além disso, Duarte e Cohen (2006) e Godoy (2002) descrevem que a acessibilidade ao espaço construído não deve ser compreendida como um conjunto de medidas que favorece apenas às PcD, pois, tal fato, poderia até aumentar a exclusão espacial e a segregação das PcD. Desta forma, esclarecemos que acessibilidade avança no sentido de atingir medidas técnico-sociais destinadas a acolher todos os cidadãos. Por exemplo: • uma mãe gestante que está levando a filha na escolha; • um idoso levando um neto e que provavelmente ambos terão alguma dificuldade em subir e descer escadas; • uma pessoa obesa que poderá ter dificuldade em passar em algum corredor e assim por diante. Não são pessoas com deficiência, mas são pessoas que também precisam usufruir dos benefícios da acessibilidade nos espaços. Lembre-se a acessibilidade espacial significa muito mais do que o acesso a um determinado meio de transporte ou a um determinado local. É necessário que a pessoa possa situar-se e orientar-se no espaço, deslocar-se e movimentar-se sem impedimentos e barreiras, encontrar- se nos ambientes sem precisar fazer uso de questionamentos. Além disso, toda a estrutura, os espaços, os mobiliários e equipamentos devem estar de acordo para que todos possam participar das atividades de forma segura, confortável e com independência. As barreiras físicas existentes interferem nessas atividades, restringindo a mobilidade e prejudicando o uso dos espaços e dos equipamentos. Por isso, Lovato e Zych (2008) e Villarouco (2010) consideram importante a preocupação com a acessibilidade espacial e adequação ergonômica dos espaços e/ou ambientes. E mais importante ainda é chamar a atenção do poder público e da sociedade em geral para a observação dessa necessidade. Destacamos que a acessibilidade espacial diz respeito à possibilidade de participação da população na sociedade em condições igualitárias e sem qualquer tipo de discriminação Lembre-se a acessibilidade espacial significa muito mais do que o acesso a um determinado meio de transporte ou a um determinado local. 19 Compreendendo a aCessibilidade Capítulo 1 A respeito dos diversos tipos de barreiras e impedimentos a serem considerados sobre a acessibilidade espacial, MEC (2009), Oliveira e Ely (2006) e Ely et al (2006), descrevem quatro (4) componentes listados abaixo: • Orientação Espacial/Informação: É determinado pelas características ambientais e compreensão do espaço a partir de sua configuração arquitetônica e da organização funcional. É a orientação necessária que precisa se ter para sair do lugar onde se está e ir em direção ao lugar desejado. Todo esse percurso deve conter suportes informativos que auxiliem e os levem ao destino. Os suportes informativos podem ser de diversos tipos, tais como: placas, sinais, mapas, desenhos, informações sonoras, letreiros, imagens, iluminação, cores, disposição de objetos e/ou equipamentos, tipo e qualidade do piso. Lembrando sempre que existem diversos tipos de deficiências físicas e incapacidades, então temos que saber que as informações adicionais devem ser acessíveis a todos. Um exemplo do que descrevemos acima, é mostrado por Ferrés (2006, p. 25), a organização interna dos espaços deve ser claramente perceptível, evitando becos, áreas sem uso e qualquer outra configuração que possa causar confusão ou isolamento de pessoas com senso de orientação reduzido, como espelhos, portas de vidro, portas vai-vem (...) Caso existam zonas não acessíveis, com corredores estreitos ou desníveis sem rampas, deve-se sinalizar essas rotas antecipadamente, para evitar acidentes e trajetos desnecessários. Faixas guias táteis devem projetar uma rota desde a entrada até diferentes pontos de interesse no interior (...) Os pisos devem ter superfície regular, firme, estável e antiderrapante sob qualquer condição, que não provoquem trepidação em dispositivos com rodas (...) Atenção especial deve ser dada aos tapetes e forrações: estes devem ser embutidos, fixados e nivelados. • Deslocamento: refere-se à condição de realizar o que chamamos de percursos horizontais (corredores) e os percursos verticais (elevadores, rampas, escadas). Ou seja, precisa haver possibilidade de umã pessoa deslocar-se de forma independente, segura e confortável em todos os ambientes, sem barreiras físicas e obstáculos. Além disso, o aspecto do deslocamento também inclui toda a estrutura interna do lugar (sanitários, salas, pátios, jardins etc). Em comum acordo com os autores supracitados, Vasconcelos e Pagliuca (2006, p. 495) afirmam que as pessoas com deficiência possuem limitações físicas, • Orientação Espacial/Informação: É determinado pelas características ambientais e compreensão do espaço a partir de sua configuração arquitetônica e da organização funcional. É a orientação necessária que precisa se ter para sair do lugar onde se está e ir em direção ao lugar desejado. Os suportes informativos podem ser de diversos tipos, tais como: placas, sinais, mapas, desenhos, informações sonoras, letreiros, imagens, iluminação, cores, disposição de objetos e/ou equipamentos, tipo e qualidade do piso. 20Acessibilidade sensoriais ou mentais que muitas vezes geram dificuldades e impossibilidades de execução de atividades comuns às outras pessoas, resultando na dificuldade de deslocamento de um lugar a outro. Diante disto, impõem-se a utilização de equipamentos que permitam melhor convívio, dadas as barreiras do ambiente físico. • Uso: Refere-se à possibilidade efetiva de fazer uso de tudo que envolve o ambiente. Tanto o espaço físico, como os objetos, equipamentos e mobiliários inseridos no mesmo. Além disso, é preciso também gerar condições para que todos possam participar das atividades existentes e fazer uso de objetos e materiais de forma independente. Os equipamentos precisam ser adequados aos usuários, os mobiliários de forma ergonômica para que possam permitir livre acesso aos usuários. Pagliuca et al (2007, p. 582) também faz referência a este assunto: as pessoas com deficiência física para exercerem esses direitos e fortalecerem sua participação como cidadãos, há necessidade de se atingir alguns objetivos, como o direito a acessibilidade em edificações de uso público. Assim, a conquista por espaços livres de barreiras arquitetônicas implica a possibilidade e a condição de alcance para que portadores de deficiência utilizem com segurança e autonomia as edificações, mobiliários, os equipamentos urbanos, os transportes e meios de comunicação. • Comunicação: Refere-se à troca de informações e à interação entre as pessoas e entre pessoas e ambiente. É necessário que todos consigam se comunicar de forma simples, com ou sem suportes informativos. Como já explicamos no primeiro componente que é o de “orientação espacial”, todos os suportes podem ser utilizados sem problemas, visando sempre estabelecer de forma mais eficaz possível à comunicação entre todos. Para investigar a acessibilidade Oliveira e Ely (2006), observaram o componente deslocamento através do chamado passeio acompanhado. Os autores acompanharam um idoso, uma pessoa em cadeira de rodas, uma PcD visual e uma PcD auditiva; no deslocamento de suas casas até um centro cultural. Relataram que alguns locais estavam inadequados para receber as pessoas, principalmente as pessoas com restrição física. E, ainda observaram de perto quais foram as dificuldades reais que essas pessoas apresentaram no acesso, deslocamento e uso daqueles espaços. Desta forma, descreveram que as dificuldades existiam além do centro cultural, pois estavam presentes no caminho afetando assim, a mobilidade de muitas pessoas. Para registrar quantas pessoas são afetadas por dificuldades no acesso, Os equipamentos precisam ser adequados aos usuários, os mobiliários de forma ergonômica para que possam permitir livre acesso aos usuários. 21 Compreendendo a aCessibilidade Capítulo 1 destacamos que: do censo realizado em 2000 em relação ao realizado em 2010, há um expressivo crescimento no número de pessoas que declararam algum tipo de deficiência ou incapacidade. Em 2000, 24.600.256 pessoas (ou 14,5% da população total) declararam algum tipo de deficiência ou incapacidade, como nos mostra a tabela abaixo. Tabela 1 - População residente por tipo de deficiência - Brasil – 2000 Tipo de deficiência População residente Mental 2.844.937 Física 1.416.060 Visual 16.644.842 Auditiva 5.735.099 Motora 7.939.784 Fonte: IBGE, Censo Demográfico (2000). E, em 2010 houve um aumento de mais de 20 milhões de pessoas, com relação aos valores de 2000. Sendo assim, podemos considerar de forma conclusiva que a acessibilidade espacial é uma ação importante para que os cidadãos possam exercer os seus direitos. Diante disso, acrescentamos a contribuição de Ely et al (2006), os autores relatam que é necessário garantir a acessibilidade por meio da superação das barreiras físicas e espaciais, criando espaço inclusivo, espaço que proporcione conforto, segurança e autonomia para todas as pessoas. E, ainda, Brasil (2009, p. 34) em seu artigo 9, do capítulo da Convenção sobre Direitos das Pessoas com Deficiência esclarece, a fim de possibilitar às pessoas com deficiência viver de forma independente e participar plenamente de todos os aspectos da vida, os Estados-Partes tomarão as medidas apropriadas para assegurar às pessoas com deficiência o acesso, em igualdade de oportunidade com as demais pessoas, ao meio físico, ao transporte, à informação e comunicação, inclusive aos sistemas e tecnologias da formação e comunicação, bem como a outros serviços e instalações abertos ao público ou de uso público (...). Essas medidas, que incluirão a identificação e a eliminação de obstáculos e barreiras à acessibilidade, serão aplicadas. Enfatizamos que é importante que as medidas supracitadas sejam aplicadas pelo Estado (órgãos e entidades do poder público) para que todas as PcD possam viver com autonomia, pois têm os seus direitos assegurados perante a lei e de acordo com a convenção internacional. As medidas aplicadas assegurarão às PcD o pleno exercício de seus direitos básicos, como o direito à educação, 22 Acessibilidade à assistência social, à saúde, ao trabalho, ao lazer, à cultura, à moradia, ao transporte etc. Em seu trabalho Barbosa (2003) também faz menção ao que foi supracitado, colocando que compete ao poder público, promover e fiscalizar a implantação de novas obras e a prestação de serviços, garantindo dessa forma, a possibilidade de inclusão social de todos os cidadãos. Assim, os direitos humanos e liberdades fundamentais devem ser respeitados e visando de forma objetiva e concreta a promoção da acessibilidade às PcD. E quando voltamos essa discussão para a área da educação, que nos próximos capítulos será o foco principal, fica claro que sem instalações, estruturas e mobiliários adequados não se pode haver um trabalho educativo com acessibilidade eficiente. A respeito do acesso à educação Sanches e Cabral (2009, p. 36) afirmam que a promoção da acessibilidade é de suma importância para garantir a efetivação da inclusão no âmbito escolar, eliminando assim as barreiras físicas e atitudinais que estão presentes na vida da pessoa com deficiência. É essencial reconhecer que as pessoas com deficiência têm características pessoais específicas oriundas das deficiências. Para o processo de inclusão escolar, é preciso uma mudança qualitativa no trabalho educacional no interior das escolas, no acesso da criança até à escola, e isso requer um envolvimento de todos os profissionais da educação, alunos e pais, na reorganização do espaço. Os dados relacionados à acessibilidade nos espaços e ambientes da escola estudaremos no capítulo 3. Para concluir, apresentamos uma frase de Duarte e Cohen (2004, p. 2): “uma mente brilhante impedida de estudar pela simples existência de uma escadaria... não há forma mais cruel de segregação social do que as barreiras para as [pessoas com deficiências] PcDs”. Tal frase é para nos fazer pensar em tudo que já estudamos até aqui. reCurSoS e adapTaçõeS Para demonstrar alguns dos recursos e adaptações disponíveis que auxiliam a garantir a acessibilidade para todas as pessoas, vamos primeiramente observar os objetivos apresentados no manual do Programa Escola Acessível do Ministério da Educação Compete ao poder público, promover e fiscalizar a implantação de novas obras e a prestação de serviços, garantindo dessa forma, a possibilidade de inclusão social de todos os cidadãos. 23 Compreendendo a aCessibilidade Capítulo 1 promover a acessibilidade e inclusão de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/ superdotaçãomatriculados em classes comuns do ensino regular, assegurando-lhes o direito de compartilharem os espaços comuns de aprendizagem, por meio da acessibilidade ao ambiente físico, aos recursos didáticos e pedagógicos e às comunicações e informações. Adequar arquitetônica ou estruturalmente, os espaços físicos reservados à instalação e funcionamento de salas de recursos multifuncionais, a fim de atender os requisitos de acessibilidade; adequar sanitários, alargar portas e vias de acesso, construir rampas, instalar corrimão e colocar sinalização tátil e visual. Adquirir mobiliário acessível, cadeira de rodas, material desportivo acessível e outros recursos de tecnologia assistiva (MEC, 2011, p. 7). Analisando a referência acima é possível compreender que os recursos e adaptações que proporcionam acessibilidade compõem uma grande gama de dispositivos e ferramentas, tais não são somente para vencer as barreiras ambientais e arquitetônicas, eles envolvem diversas estruturas, como: mobiliário, equipamentos de manuseio em geral, equipamentos/materiais pedagógicos, equipamentos para a comunicação sonora, equipamentos visuais, recursos eletrônicos e demais recursos razoáveis em forma de tecnologia assistiva. Tecnologias assistivas são equipamentos tecnológicos gerais que auxiliam a PcD a ter autonomia. Por exemplo: softwares (programas de computador) especiais de acessibilidade, como o Headmouse, que estabelece a comunicação entre usuário e computador sem o uso do teclado ou mouse, apenas através dos movimentos dos olhos. Para nos auxiliar a visualizar quais são estes recursos e adaptações seguimos explorando a NBR 9050 (2004) já que MEC (2011) indica que para a elaboração das ações do Programa Escola Acessível devem ser observadas as normas de acessibilidade previstas nesta normativa. Um exemplo de equipamento de comunicação muito comum e conhecido por todos, é o telefone. O telefone é um recurso de acessibilidade a PcD quando apresenta teclado, para a acessibilidade da pessoa surda; ou quando apresenta amplificador sonoro, para a acessibilidade da PcD auditiva (que tem perda auditiva). Outro recurso de acessibilidade a PcD é o piso tátil. O piso tátil, figura 1, ABNT (2004, p. 37) compõe a sinalização tátil de alerta direcional para a PcD visual, garantindo segurança para locomover-se na direção desejada (ABNT, 2004). 24 Acessibilidade Figura 1 - Piso tátil Fonte: Disponível em: <http://www.haiah.com.br/espec_ pisotatil.htm>. Acesso em: 10 jan. 2013. Além desses recursos, Baranauskas e Mantoan (2001) relatam que há a acessibilidade no contexto de software através de dispositivos especiais incorporados ao computador em hardware (equipamento de informática) ou software, um exemplo é o programa DOSVOX1 utilizado para a acessibilidade de pessoas com deficiências visuais (cegos ou com de visão subnormal). DOSVOX1 é um sistema de software comercial constituído de um conjunto de 60 programas que “falam” ao usuário durante o uso de determinadas aplicações como telnet, ftp, navegadores, editores de texto, etc. Enquanto a comunicação do usuário com o computador continua sendo feita via teclado, a saída de informação do computador para o usuário é falada em língua portuguesa (BARANAUSKAS; MANTOAN, 2001, p.14). O DOSVOX1 é um recurso de acessibilidade para a pessoa cega. Contudo, é importante ressaltar que a PcD pode apresentar mais de um comprometimento de suas funções (físico, visão, audição, cognição). Nestes casos a pessoa apresenta deficiência múltipla. Nas escolas há educandos com deficiência múltipla que precisarão dos recursos ambientais e arquitetônicos, como: calçadas, corredores livres, rampas, elevadores; que se destinam a auxiliar no comprometimento físico. Além disso, estes educandos também precisarão de outros recursos de acessibilidade para auxiliar no comprometimento da função da visão, audição etc. Na minha experiência como funcionária da educação no município de Itajaí (SC) já assessorei escolas que possuíam matriculados alunos com deficiência múltipla. Estes alunos foram assistidos com recursos e adaptações tanto para o comprometimento físico quanto para o comprometimento visual. Por isso é importante compreender que os recursos e adaptações para a pessoa com http://www.haiah.com.br/espec_pisotatil.htm http://www.haiah.com.br/espec_pisotatil.htm 25 Compreendendo a aCessibilidade Capítulo 1 comprometimento físico, podem ir além das barreiras físicas, quando se trata de uma pessoa com deficiência múltipla. Segundo ABNT (2004) algumas das adaptações necessárias para as PcD vencerem as barreiras arquitetônicas são: portas com vão livre de 0,80 metros para a circulação da P.C.R. e altura de 2,10 metros; elevador vertical ou inclinado; rampas (com largura mínima de 1,50 metros e inclinação de acordo com a equação e tabela disponíveis no item 6.5 da NBR 9050, 2004). Quanto há alguns recursos que podem auxiliar a PcD física, podemos exemplificar o teclado colmeia de acrílico (figura 2 e 3) e o mouse em esfera (figura 4); ambos são muito úteis no atendimento ao educando com deficiência física na escola. Figura 2 - Teclado colmeia em acrílico Fonte: Disponível em: <http://ceacm30.blogspot.com.br/2011/05/ novo-laboratorio.html>. Acesso em: 10 ago. 2012. Figura 3 – Teclado colmeia em uso por PcD física Fonte: Disponível em: <http://intervox.nce.ufrj.br/~beatriz/ microfenix/tecno.htm>. Acesso em: 22 ago. 2012. http://ceacm30.blogspot.com.br/2011/05/novo-laboratorio.html http://ceacm30.blogspot.com.br/2011/05/novo-laboratorio.html http://intervox.nce.ufrj.br/~beatriz/microfenix/tecno.htm http://intervox.nce.ufrj.br/~beatriz/microfenix/tecno.htm 26 Acessibilidade Figura 4 - Mouse em esfera Fonte: Disponível em: <http://www.clik.com.br/clik_01.html>. Acesso em: 22 ago. 2012. Confira nestes links o vídeo que demonstra como funciona a cadeira de rodas extensora e a sua importância http://www.youtube. com/watch?v=awx0ldk5e1o (Exponor 2009 - Portugual); http://www. youtube.com/watch?v=SfnoU-AZHhI (Reatech 2012). Para esclarecer algumas barreiras que impossibilitam a acessibilidade, segue abaixo uma síntese escrita por Lovato e Zych (2008, p. 6): acessibilidade arquitetônica, sem barreiras ambientais físicas em todos os recintos internos e externos da escola e nos transportes coletivos. Acessibilidade comunicacional, sem barreiras na comunicação interpessoal (face-a-face, língua de sinais, linguagem corporal, linguagem gestual, etc), na comunicação escrita e na comunicação virtual (acessibilidade digital). Acessibilidade metodológica, sem barreiras nos métodos e técnicas de estudo de ação comunitária e de educação dos filhos (novos métodos e técnicas nas relações familiares, etc). Acessibilidade instrumental, sem barreiras nos instrumentos e utensílios de estudo, de atividades da vida diária e de lazer, esporte e recreação... Acessibilidade programática, sem barreiras invisíveis embutidas em políticas públicas, em regulamentos e em normas de um modo geral. Acessibilidade atitudinal, por meio de programas e práticas de sensibilização e de conscientização das pessoas em geral e da convivência na diversidade humana resultando em quebra de preconceitos, estigmas, estereótipos e discriminações. Após a citação acima podemos refletir sobre exemplos de alguns recursos e adaptações para a PcD que proporcionam alcançar a acessibilidade arquitetônica, comunicacional, metodológica, instrumental, e programática. Além disso, podemos refletir sobre como as pessoas sem deficiência podem auxiliar as PcD a conviver harmonicamente com a plena acessibilidade atitudinal. http://www.clik.com.br/clik_01.html http://www.youtube.com/watch?v=awx0ldk5e1o http://www.youtube.com/watch?v=awx0ldk5e1ohttp://www.youtube.com/watch?v=SfnoU-AZHhI http://www.youtube.com/watch?v=SfnoU-AZHhI 27 Compreendendo a aCessibilidade Capítulo 1 Atividade de Estudos: 1) Releia a síntese escrita acima por Lovato e Zych (2008, p. 6). Agora elabore uma pequena lista, relacionando dois exemplos de recursos ou adaptações para cada acessibilidade. São elas, acessibilidade: arquitetônica, comunicacional, metodológica, instrumental, programática e atitudinal. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ Para finalizar nosso capítulo, exemplificamos um recurso importante de acessibilidade comunicacional que se refere à sinalização visual. Este recurso é o símbolo internacional de acesso (Figura 5). ABNT (2004, p. 18) contribui que: “a representação do símbolo internacional de acesso consiste em pictograma branco sobre fundo azul (...) a figura deve estar sempre voltada para o lado direito (...) nenhuma modificação, estilização ou adição deve ser feita a este símbolo”. Figura 5 – Símbolo Internacional de Acesso Fonte: Disponível em: <http://www.cedipod.org.br/ w6simbol.htm>. Acesso em: 22 ago. de 2012. http://www.cedipod.org.br/w6simbol.htm http://www.cedipod.org.br/w6simbol.htm 28 Acessibilidade Uma curiosidade interessante para finalizar o capítulo 1 é a história do símbolo internacional de acesso. O símbolo internacional de acesso foi adotado durante o XI Congresso Mundial de Reabilitação do Portador de Deficiência, realizado em 1969 pela Rehabilitation International (RI). Com sede em Nova lorque, a RI é uma entidade não-governamental que congrega organizações nacionais e internacionais que oferecem serviços de reabilitação, possuindo o status de órgão consultivo da Organização das Nações Unidas (ONU). A adoção do símbolo foi o ponto culminante de um programa de três anos desenvolvido pelo Comitê Internacional de Ajudas Técnicas da RI, o qual nomeou um grupo de nove peritos, ligados a diversas áreas pertinentes, para julgar os muitos trabalhos apresentados. Alguns dos critérios da seleção: o desenho não poderia ser ambíguo; sua forma seria simples, porém estética; seu significado teria de ser facilmente reconhecível; o desenho seria identificável mesmo a certa distância; sua reprodução seria viável em todos os tamanhos e tipos de material. O trabalho que satisfez a todos os requisitos foi o de Susanne Koefoed, da Dinamarca, exposto no seminário promovido em julho de 1968 pela Organização Escandinava de Estudantes de Desenho. O símbolo vencedor traz, sobre um fundo quadrado exato, o desenho estilizado de uma pessoa sentada em cadeira de rodas representando todas as pessoas portadoras de deficiências: paraplégicos, cegos, amputados etc. O símbolo internacional de acesso é visto hoje no mundo inteiro, onde quer que tenham sido removidas as barreiras ambientais. Para o público em geral, ele mostra que as pessoas com deficiências estão tendo acesso às mesmas oportunidades que todos os cidadãos devem ter para participar da vida comunitária. A presença do símbolo é a garantia do exercício de um direito igual ao das demais pessoas: o direito de se locomoverem por toda parte em busca de educação, trabalho, lazer, saúde, segurança, cultura, e também para poderem cumprir seus deveres como cidadãos. O símbolo internacional de acesso significa que o edifício ou 29 Compreendendo a aCessibilidade Capítulo 1 logradouro onde está afixado é acessível às pessoas portadoras de deficiências (em especial aquelas que utilizam cadeiras de rodas) permitindo-Ihes livre trânsito por seus recintos. Assim, somente deverão ostentar o símbolo os locais públicos onde uma pessoa portadora de deficiência possa entrar sem assistência, realizar o que veio fazer e retomar ao tráfego de pedestres ou ao seu automóvel estacionado, sem encontrar barreiras físicas de construção. Fonte: Disponível em: <http://www.ppd.caop.mp.pr.gov.br/modules/ conteudo/conteudo.php?conteudo=58>. Acesso em: 23 jun. 2012. algumaS ConSideraçõeS Nesse primeiro capítulo estudamos um pouco sobre a definição de acessibilidade. Percebemos que acessibilidade envolve uma gama ampla de condições para que todas as pessoas possam usufruir com autonomia e independência dos espaços, edificações, mobiliários e equipamentos urbanos. Interpretamos para você leitor que as considerações de acessibilidade espacial abrangem uma adequada orientação espacial e deslocamento sem barreiras para chegar onde se quer; o uso de equipamentos produzidos adequadamente para que todos possam utilizá-los com autonomia; e uma comunicação facilitadora para a independência da mobilidade pessoal. Além disso, discutimos e refletimos sobre os recursos e adaptações de acessibilidade que garantem a PcD uma vida com autonomia e independência. Dentre os meios de acessibilidade identificamos equipamentos que auxiliam o uso do computador, como o teclado em colmeia; e edificações que auxiliam a locomoção, como uma rampa de acesso. Ao fim deste primeiro capítulo propomos uma reflexão sob a citação de Lovato e Zych (2008, p. 1) “a acessibilidade significa dar condições e possibilitar a todos, segurança, autonomia, garantia de direitos, a fim de que possam viver com dignidade. Para garantir a acessibilidade precisamos respeitar e conhecer os direitos humanos coletivos e individuais.” No próximo capítulo apresentaremos a importância das leis como garantia dos direitos pessoais e sociais de uma adequada acessibilidade para todo o cidadão. http://www.ppd.caop.mp.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=58 http://www.ppd.caop.mp.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=58 30 Acessibilidade referênCiaS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. 2. ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. BARBOSA, Maria Beatriz. Elaboração de normas técnicas voltadas à acessibilidade na comunicação. In: Anais do II Seminário ATIID, São Paulo – SP, 23-24/09/2003. Disponível em: <http://saci.org.br/pub/congres/ATIID/atiid2003/ artigos/3_6.pdf>. Acesso em: 09 jul. 2012. BRASIL. Legislação Brasileira sobre pessoas portadoras de deficiência. 5. ed. n. 21. 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CAPÍTULO 2 legiSlação A partir da concepção do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: � Apresentar e discutir a legislação brasileira relacionada à acessibilidade; � Apresentar e discutir as principais Normas Brasileiras da Associação Brasileira de Normas Técnicas; � Interpretar alguns dos manuais do MEC sobre a escola acessível; � Investigar e analisar quais são as referências da lei que estão presentes na escola; � Propor uma breve reconstrução histórica da questão da acessibilidade e da legislação relacionada aos direitos das pessoas com deficiência. 35 LegisLação Capítulo 2 ConTexTualização Quando citamos legislação no Brasil, é necessário destacar a Constituição Federal de 1988, pois foi a partir dela que o país obteve a base firmadora para o bojo das políticas públicas brasileiras. Com relação a acessibilidade, temos na Constituição de 1988, uma ampla gama de normas que asseguram as condições de acesso a PcD. E no campo das políticas internacionais, nosso país é signatário da Convenção da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre os direitos das pessoas com deficiência realizada desde 2008; quando o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva promulgou o documento da Convenção lançando dois decretos legislativos em 2008. Atualmente o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CONADE) é o órgão de apoio a conquista de uma melhor qualidade de vida, como fruto da acessibilidade em todos os espaços vividos (BRASIL, 2012). Porém, no que se refere às leis, cada cidadão, cada pessoa com ou sem deficiência, é parte responsável para conhecer as leis e fazê-las difundidas e implementadas. Neste sentido, o presente capítulo oferece a você leitor, elementos para a compreensão das leis que se destinam a discutir acessibilidade no nosso país, adentrando também no foco do contexto escolar. ConheCendo aS normaS braSileiraS As normas brasileiras que compõem as bases em valores numéricos das medidas necessárias à acessibilidade, não estão escritas em um artigo ou decreto da legislação; estão descritas nos parâmetros nacionais elaborados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT. Estes parâmetros são registrados e chamados de NBR (Normas Brasileiras). Contudo, o decreto-lei nº 5296 de 2004, indica que as considerações numéricas de acessibilidade sejam observadas e cumpridas conforme os parâmetros apresentados pela ABNT na NBR 9050. Desta forma vamos conhecer as normas brasileiras da ABNT. Inicialmente, é importante esclarecer que a ABNT é composta pelo Fórum Nacional de Normalização, que por sua vez é constituído pelos seguintes membros: os Comitês Brasileiros (ABNT/CB), os Organismos de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudos Especiais Temporárias (ABNT/CEET). As pessoas que participam como membros constituintes são: os produtores, por exemplo, o produtor do piso tátil; os consumidores e outros (universidades, laboratórios etc). 36 Acessibilidade Vale lembrar que atualmente a ABNT propõe para as considerações de acessibilidade, a norma brasileira NBR 9050. Tal norma é citada em lei como referência a ser observada para garantir parâmetros e a forma padrão de acessibilidade em todo o nosso país. A ABNT NBR 9050 foi elaborada no comitê brasileiro de acessibilidade (ABNT/CB-40) pela Comissão de Estudos e Edificações e Meio (Ce - 40:001.01). O projeto circulou em Consulta Pública conforme o Edital nº 09 de 30/09/2003, com o número Projeto NBR 9050 (ABNT, 2004, p. 7). É importante que conheçamos a NBR 9050, pois esta norma apresenta detalhadamente os dados exatos de algumas das adaptações e dos recursos de acessibilidade. A NBR 9050 é intitulada: acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos; e estabelece Esta norma estabelece critérios e parâmetros técnicos a serem observados quando do projeto, construção, instalação e adaptações de edificações, mobiliário, espaço e equipamentos urbanos as condições de acessibilidade. No estabelecimento desses critérios e parâmetros técnicos foram consideradas diversas condições de mobilidade e de percepção do ambiente, com ou sem a ajuda de aparelhos específicos, como: próteses, aparelhos de apoio, cadeiras de rodas, bengalas de rastreamentos, sistemas assistivos deaudição ou qualquer outro que venha complementar necessidades individuais. Esta norma visa proporcionar a maior quantidade possível de pessoas, independentemente da idade, estatura ou limitação de mobilidade ou percepção, a utilização de maneira autônoma e segura do ambiente, edificações, mobiliário, equipamentos urbanos e elementos. Todos os espaços, edificações, mobiliário e equipamentos urbanos que vierem a ser projetados, construídos, montados ou implantados, bem como as reformas e ampliações de edificações e equipamentos urbanos, devem atender ao disposto nesta Norma [NBR 9050, 2004] para serem considerados acessíveis (ABNT, 2004, p. 1). Além desta norma também é relevante citar que algumas outras auxiliam com dados para a acessibilidade; segue abaixo a relação, com as devidas titulações, segundo a ABNT (2004, p. 1) * ABNT NBR 9077:2001 saídas de emergência em edificações – procedimentos; * ABNT NBR 9283:1986 mobiliário urbano – classificação; Vale lembrar que atualmente a ABNT propõe para as considerações de acessibilidade, a norma brasileira NBR 9050. Tal norma é citada em lei como referência a ser observada para garantir parâmetros e a forma padrão de acessibilidade em todo o nosso país. 37 LegisLação Capítulo 2 * ABNT NBR 9284:1986 equipamento urbano – classificação; * ABNT NBR 10283:1988 revestimentos eletrolíticos de metais e plásticos sanitários – especificações; * ABNT NBR 10898:1999 sistemas de iluminação de emergência; * ABNT NBR 13994:2000 elevadores de passageiros – elevadores para transporte de pessoa portadora de deficiência. Observando os títulos de cada NBR acima é possível identificar algumas situações que necessitam das condições de acessibilidade, como por exemplo: as saídas de emergência. Como acessibilidade envolve muitas condições e é para todas as pessoas, conforme já discutimos no primeiro capítulo, a NBR 9050 estabeleceu um parâmetro de tamanho das pessoas e de medidas necessárias para que as pessoas se desloquem. Tal parâmetro é calculado por base entre 5% a 95% da média da altura e da largura corporal da população brasileira (ABNT, 2004). Analise na figura 6 abaixo, as medidas necessárias para que as pessoas se desloquem com acessibilidade. Figura 6 - Apresentação das dimensões referenciais para deslocamento de pessoas em pé Fonte: ABNT (2004, p. 5). 38 Acessibilidade E, a fim de determinar um valor padrão de referência para um espaço adequado de locomoção para qualquer pessoa, a ABNT (2004) considerou na NBR 9050 a projeção de 0,80 metros por 1,20 de largura no piso, conforme visualiza-se na figura 7 abaixo Figura 7 — Dimensões do módulo de referência (M.R.) Fonte: ABNT (2004, p. 6) Tal projeção é denominada módulo de referência e deve ser adotada para garantir a acessibilidade em qualquer local. Além disso, há um parâmetro para o alcance manual frontal de objetos ou equipamentos. De acordo com ABNT (2004) este parâmetro da NBR 9050, sugere valores para situar a altura do chão, por exemplo, de um orelhão, de forma acessível tanto para uma pessoa em pé - Figura 8, quanto para uma pessoa sentada em cadeira de rodas – Figura 9. Figura 8 - Dimensões máximas, mínimas e confortáveis para alcance manual frontal da pessoa em pé Fonte: ABNT (2004, p. 9). E, a fim de determinar um valor padrão de referência para um espaço adequado de locomoção para qualquer pessoa, a ABNT (2004) considerou na NBR 9050 a projeção de 0,80 metros por 1,20 de largura no piso. Há um parâmetro para o alcance manual frontal de objetos ou equipamentos. 39 LegisLação Capítulo 2 Figura 9 - Dimensões máximas, mínimas e confortáveis para alcance manual frontal da pessoa em cadeira de rodas Fonte: ABNT (2004, p. 10). Destacamos também a área da superfície de trabalho para a P.C.R. na Figura 10. Nas escolas é necessário que a superfície de trabalho esteja adequada para o aluno em cadeira de rodas. Segundo a ABNT (2004, p. 11) “as superfícies de trabalho necessitam de altura livre de no mínimo 0,73 m entre o piso e a sua parte inferior e altura de 0,75 m a 0,85 m entre o piso e a sua superfície superior”. As superfícies de trabalho necessitam de altura livre de no mínimo 0,73 m entre o piso e a sua parte inferior e altura de 0,75 m a 0,85 m entre o piso e a sua superfície superior. 40 Acessibilidade Figura 10 – Superfície de Trabalho a) A1 x A2 = 1,50 m x 0,50 m = alcance máximo para atividades eventuais; b) B1 x B2 = 1,00 m x 0,40 m = alcance para atividades sem necessidade de precisão; c) C1 x C2 = 0,35 m x 0,25 m = alcance para atividades por tempo prolongado. Fonte: ABNT (2004, p. 11). Agora que já conhecemos um pouco sobre as normas brasileiras reflita se na escola que você trabalha há presente nos mobiliários e nos equipamentos, os padrões dispostos pela ABNT. Observe principalmente se os educandos usufruem do módulo de referência e da superfície de trabalho de modo a poderem acompanhar os trabalhos da sala de aula com conforto e em condições de aprendizagem. Em prosseguimento a apresentação e reflexão das normas brasileiras, vamos continuar o capítulo apresentando algumas leis que proporcionam o suporte legal à acessibilidade no Brasil. enTendendo aS leiS Segundo Melo e Martins (2007, p. 15) “é importante enfatizar que a acessibilidade das pessoas com deficiência ao espaço urbano da sociedade brasileira é garantida por lei, através do Artigo 227 da Constituição Federal de 1988”. Segue abaixo o recorte do artigo 227 que se refere à acessibilidade II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado para as pessoas portadoras de deficiência física, É importante enfatizar que a acessibilidade das pessoas com deficiência ao espaço urbano da sociedade brasileira é garantida por lei, através do Artigo 227 da Constituição Federal de 1988. 41 LegisLação Capítulo 2 sensorial ou mental, bem como de integração social do adolescente e do jovem portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de todas as formas de discriminação... § 2º - A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios de uso público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência (BRASIL, 1988, sem página). Conhecendo a lei observamos que desde 1988 já estava demarcado constitucionalmente a facilitação do acesso e a eliminação de obstáculos arquitetônicos, bem como, a criação de normas para a acessibilidade em edificações e transporte público. E, além do artigo 227 da Constituição de 1988, também há na legislação referente à acessibilidade, a Portaria nº 3.284/2003, do Decreto Presidencial nº 5.296/2004, que trata de algumas questões de acessibilidade dirigidas aos educandos com deficiência física, conforme relata MEC (2006, p. 277): § 1º Os requisitos de acessibilidade de que se trata no caput compreenderão no mínimo: I(1) - com respeito a alunos portadores de deficiência física: a) eliminação de barreiras arquitetônicas para circulação do estudante, permitindo acesso aos espaços de uso coletivo; b) reserva de vagas em estacionamentos nas proximidades das unidades de serviço; c) construção de rampas com corrimãos ou colocação de elevadores, facilitando a circulação de cadeira de rodas; d) adaptação de portas e banheiros com espaço suficiente para permitir o acesso de cadeira de rodas; e) colocação de barras de apoio nas paredes dos banheiros;f) instalação de lavabos, bebedouros e telefones públicos em altura acessível aos usuários de cadeira de rodas. Confira que a redação da portaria pontua sobre: o transporte público, a adequada área para circulação da cadeira de rodas, os banheiros, bebedouros e telefones públicos com altura acessível. Pois lembre-se, que as medidas indicadas no módulo de referência apresentadas no início deste capítulo, devem constar tanto na área de circulação, como na altura do bebedouro e do telefone público. Em sequência a portaria nº 3.284/2003 apresentamos o decreto nº 5.296 de dezembro de 2004, que é o mais atual registro legal que Além do artigo 227 da Constituição de 1988, também há na legislação referente à acessibilidade, a Portaria nº 3.284/2003, do Decreto Presidencial nº 5.296/2004, que trata de algumas questões de acessibilidade dirigidas aos educandos com deficiência física. Apresentamos o decreto nº 5.296 de dezembro de 2004, que é o mais atual registro legal que dispõe sobre as atribuições da lei referentes à acessibilidade e regulamenta algumas leis anteriores. Lei n° 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica; e lei n° 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade (BRASIL, 2004). 42 Acessibilidade dispõe sobre as atribuições da lei referentes à acessibilidade e regulamenta algumas leis anteriores (também relativas a acessibilidade). As duas leis anteriores que o decreto nº 5.296/2004 regulamenta são: lei n° 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica; e lei n° 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade (BRASIL, 2004). A este respeito ELY et. al. (2006, p. 2) contribui afirmando que Em 2000, foram promulgadas duas leis específicas (Nº 10.048 e Nº 10.098) que tratam da acessibilidade espacial das pessoas com deficiência, a fim de eliminar barreiras arquitetônicas e atitudinais que impedem, reduzem ou retardam a inclusão social. Por sua vez, o Decreto n° 5296, de dezembro de 2004, elaborado para regulamentar essa lei, estabelece um prazo de 30 meses a partir de sua publicação, para que todos os edifícios públicos tenham boas condições de acessibilidade espacial. De acordo com estas leis, a Norma Brasileira de Acessibilidade recentemente revista (ABNT NBR 9050/2004) torna-se obrigatória e seus parâmetros e critérios técnicos devem ser observados durante o projeto, construção, instalação e adaptação de edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. De acordo com os autores supracitados as leis anunciadas atribuem-se à promoção de acessibilidade sob um amplo aspecto: atendimento prioritário a PcD, eliminação de barreiras arquitetônicas e atitudinais, consentir prazo determinado (que atualmente já expirou) para que os edifícios públicos tenham acessibilidade espacial adequada, e ainda tornar obrigatoriedade os parâmetros e critérios técnicos da ABNT NBR 9050 (2004). Com esta observação é possível concluir que as leis estão em consonância com a grande abrangência da definição de acessibilidade (definição esta, que destacamos no primeiro capítulo). Quanto à acessibilidade na escola, o artigo 24 do decreto nº 5.296/2004, pronuncia as seguintes considerações Art. 24. Os estabelecimentos de ensino de qualquer nível, etapa ou modalidade, públicos ou privados, proporcionarão condições de acesso e utilização de todos os seus ambientes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, inclusive salas de aula, bibliotecas, auditórios, ginásios e instalações desportivas, laboratórios, áreas de lazer e sanitários. § 1o Para a concessão de autorização de funcionamento, de abertura ou renovação de curso pelo Poder Público, o estabelecimento de ensino deverá comprovar que: I - está cumprindo as regras de acessibilidade arquitetônica, urbanística e na comunicação e informação Os estabelecimentos de ensino de qualquer nível, etapa ou modalidade, públicos ou privados, proporcionarão condições de acesso e utilização de todos os seus ambientes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, inclusive salas de aula, bibliotecas, auditórios, ginásios e instalações desportivas, laboratórios, áreas de lazer e sanitários. 43 LegisLação Capítulo 2 previstas nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT, na legislação específica ou neste Decreto; II - coloca à disposição de professores, alunos, servidores e empregados portadores de deficiência ou com mobilidade reduzida ajudas técnicas que permitam o acesso às atividades escolares e administrativas em igualdade de condições com as demais pessoas; e III - seu ordenamento interno contém normas sobre o tratamento a ser dispensado a professores, alunos, servidores e empregados portadores de deficiência, com o objetivo de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminação, bem como as respectivas sanções pelo descumprimento dessas normas. § 2o As edificações de uso público e de uso coletivo referidas no caput, já existentes, têm, respectivamente, prazo de trinta e quarenta e oito meses, a contar da data de publicação deste Decreto, para garantir a acessibilidade de que trata este artigo (BRASIL, 2004, sem página). O termo ajudas técnicas se refere aos “produtos, instrumentos, equipamentos ou tecnologia adaptados ou especialmente projetados para melhorar a funcionalidade da pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida, favorecendo a autonomia pessoal, total ou assistida” (BRASIL, 2004, sem página). Atividade de Estudos: Leia o texto abaixo: O decreto nº 5.296/2004 no artigo 24, inciso primeiro (§ 1º) sustenta que para autorização de funcionamento a escola deverá comprovar que está cumprindo as regras de acessibilidade presentes nas normas técnicas da ABNT, na legislação específica ou no próprio decreto nº 5.296/2004. 1) Agora relate por escrito dois exemplos de escolas (com nome e local) registrando duas especificações que tais escolas cumprem ou descumprem (total ou parcialmente) de acordo com o que anuncia o inciso primeiro. Veja neste capítulo duas especificações que você já estudou e que estão presentes nas normas técnicas da ABNT, como por exemplo, o módulo de referência. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 44 Acessibilidade ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ Diante do que já apresentamos neste capítulo, convém evidenciar, para ter uma breve síntese, que consideramos importante no acervo legislativo sobre acessibilidade do nosso país: o artigo 227 da Constituição de 1988, a Portaria nº 3.284/2003, e o Decreto Presidencial nº 5.296/2004. Além disso, também desejamos registrar alguns manuais dispostos pelo Ministério da Educação: Manual de acessibilidade espacial para escolas: o direito à escola (MEC, 2009); o Programa escola acessível: manual do programa escola acessível (MEC, 2011); e
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