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Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-6316-1
9 788538 76316 1
C
om
unicação alternativa
Comunicação 
alternativa 
Irene Carmem Picone Prestes 
Mário Lúcio de Lima Nogueira
2017
© 2014-2017 IESDE BRASIL S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, 
sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
Produção
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO 
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
________________________________________________________________________
P939c
Prestes, Irene Carmem Picone
Comunicação alternativa / Irene Carmem Picone Prestes, Mário Lúcio de Lima No-
gueira. - 1. ed. - Curitiba, PR : IESDE Brasil, 2017.
128 p. : il. ; 21 cm.
ISBN 978-85-387- 6316-1 
1. Educação especial . 2. Acessibilidade. I. Nogueira, Mário Lúcio de Lima. 
II. Título. 
17-40512 CDD: 371.94
 CDU: 376.43 
________________________________________________________________________
Capa: IESDE BRASIL S/A.
Imagem da capa: Max Krasnov/Shutterstock 
O que é comunicação? É transmitir oralmente uma mensagem? É a 
ação de um emissor enviar uma mensagem a um receptor? É possível 
viver sem comunicação? 
Essas questões são de grande importância para elucidar o conceito 
de comunicação. 
Comunicação é a possibilidade de uma pessoa expressar uma men-
sagem de forma diversificada e possibilita a interação entre as pessoas 
nos diferentes ambientes que estão ao seu redor.
Em educação especial, a expressão comunicação alternativa e/ou suple-
mentar é usada para fazer referência a um conjunto de procedimentos técni-
cos e metodológicos direcionado a pessoas acometidas por alguma doença, 
deficiência, ou alguma outra situação momentânea que impede a comuni-
cação com as demais pessoas por meio dos recursos usualmente utilizados, 
mais especificamente a fala, segundo orientam Manzini e Deliberato. 
A comunicação foi e continua a ser o elo mais importante da evolu-
ção humana, fez o grande diferencial entre o hoje e o ontem. Será a mola 
propulsora entre o hoje e o amanhã e será uma grande força contributi-
va de um futuro bem próximo.
Esperamos, portanto, que este livro contribua com seu aprendizado 
a respeito da comunicação alternativa e as questões que estão relaciona-
das a esse conceito. 
Boa leitura!
Apresentação
Irene Carmem Picone Prestes
Mestre em Educação pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). 
Especialista em Antropologia Cultural pela UFPR. Especialista em 
Psicopedagogia pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP). Psicanalista. 
Psicóloga. Docente na UTP. Presidente da Comissão de Educação 
Inclusiva da UTP.
Mário Lúcio de Lima Nogueira 
Mestre em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro 
(UERJ). Especialista em Educação Especial Altas Habilidades pela 
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Especialista em 
Psicopedagogia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 
Graduado em Formação de Oficiais da Ativa do Exército Brasileiro 
pela Agência Militar das Agulhas Negras. Tem experiência na área 
de Educação, com ênfase em Educação a Distância e Psicologia da 
Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: projeto político 
pedagógico, educação inclusiva, educação especial, pesquisa em educa-
ção, psicologia do desenvolvimento e psicologia da aprendizagem.
Sobre os autores
Sumário
1 Dimensões de acessibilidade 9
1.1 Contextualização da acessibilidade 10
1.2 Legislação da acessibilidade 13
1.3 Compreendendo as dimensões da acessibilidade 18
2 Acessibilidade virtual 27
2.1 Sobre a inclusão digital 28
2.2 Universalização tecnológica e comunicacional 31
2.3 Cidadania na era da informação 34
3 Conhecendo a comunicação alternativa 41
3.1 Aprendendo sobre a comunicação alternativa 42
3.2 Definindo um sistema de comunicação alternativa 45
3.3 Comunicação alternativa aplicada à educação 49
4 Recursos para a comunicação alternativa 55
4.1 Sistemas alternativos de comunicação 56
4.2 Estratégias nos recursos para comunicação alternativa 59
4.3 Comunicação alternativa – desenvolvendo autonomia 62
Sumário
5 Sala de recursos multifuncionais e acessibilidade 69
5.1 Escola acessível 70
5.2 Reconhecendo a sala de recursos multifuncionais 73
5.3 Espaço multifuncional de aprender a ser 77
6 O ensino em ambientes informatizados 85
6.1 Ambientes informatizados de aprendizagem e educação especial 86
6.2 A importância e o desenvolvimento de projetos de 
ensino-aprendizagem em ambientes informatizados 89
6.3 Elaboração de projetos em ambientes informatizados de aprendizagem 91
7 A educação a distância como recurso facilitador no processo ensino-aprendizagem de indivíduos com necessidades educacionais especiais 97
7.1 A tecnologia na educação 98
7.2 Possibilidades da educação a distância 100
7.3 A educação a distância e as pessoas com 
necessidades educacionais especiais 104
8 A informática como instrumento de comunicação alternativa 113
8.1 A informática e a comunicação 114
8.2 A comunicação alternativa 118
8.3 Algumas reflexões à guisa de conclusão 122
1
Dimensões de 
acessibilidade
Conhecer a contextualização 
atual da acessibilidade, entender a 
legislação que envolve a acessibilidade 
e reconhecer a aplicabilidade das 
dimensões de acessibilidade no 
processo de inclusão.
Objetivos:
Dimensões de acessibilidade1
Comunicação alternativa10
1.1 Contextualização da acessibilidade
Uma proposta de contextualização busca revelar a articu-
lação das diversas realidades presentes na sociedade do mun-
do globalizado para que possam emergir um significado e um 
sentido da realidade observada. Assim apresentamos alguns 
pontos relevantes para a contextualização e compreensão da 
acessibilidade na atual sociedade inclusiva brasileira.
Para enfrentar os desafios do século XXI, novas concepções de educação de-
vem ser ampliadas para uma visão de plenitude, em que as pessoas possam, em 
síntese, aprender a ser, conforme aponta o relatório da Comissão Internacional de 
Educação para o século XXI feito para a Unesco (2010) sobre os pilares da educa-
ção. A Constituição Brasileira de 1988 garante o direito de igualdade a todos os 
cidadãos no espaço social da nação. Esse direito inclui o acesso a serviços essen-
ciais, como habitação própria, saúde, educação e trabalho, para todas as pessoas 
sem qualquer forma de discriminação. É direito do cidadão e cabe ao Estado a 
promoção e a proteção desse direito por meio da implementação e manutenção 
de ações que atendam, individual e coletivamente, às necessidades e às expecta-
tivas do cidadão.
Na celebração dos 25 anos de vigência da Carta Constitucional do Brasil, 
como parte das comemorações, o Governo Federal lançou uma versão da 
Constituição em texto, áudio e linguagem de sinais – Libras (Língua Brasileira 
de Sinais), fortalecendo o paradigma vigente de acessibilidade na sociedade in-
clusiva brasileira. A Constituição pode ser consultada por todas as pessoas no 
site PCD Legal, uma biblioteca virtual disponível em: <www.pcdlegal.com.br/ 
constituicaofederal/#.VDwiSPldWm2>.
É notório que grande parte da população é confrontada cotidianamente 
com diferentes barreiras, que tornam inacessíveis o transporte coletivo, prédios 
públicos, metodologias educacionais, tecnologias de baixo custo, comunicação 
Vídeo
Dimensões de acessibilidade 1
Comunicação alternativa 11
nos setores públicos, entre outros obstáculos. Vale verificar os números no 
Censo Demográfico do IBGE, realizado em 2010, de características da popula-
ção, religião e pessoa com deficiência:
Os resultados do Censo Demográfico de 2010 apontaram 45 606 048 
milhões de pessoas que declaram ter pelo menos uma das deficiên-
cias investigadas, correspondendo a 23,9% da população brasileira. 
Dessas pessoas 38 473 702 se encontravam em áreas urbanas e 7 132 
347 em áreas rurais. A regiãoNordeste concentra os municípios com 
os maiores percentuais da população com pelo menos uma das defi-
ciências investigadas [...]. (IBGE, 2010, p. 73)
Os dados do Censo são significativos e justificam o incremento nas ações 
voltadas à acessibilidade, inclusão, tecnologias assistivas e comunicação alter-
nativa nos espaços de educação formal e não formal e organizações do estado 
nacional. Ainda, vale um alerta, devemos considerar que a possibilidade de en-
frentamento das barreiras, obstáculos do cotidiano ou até mesmo da condição 
de deficiência temporária assola qualquer pessoa em alguma situação de vida, 
senão a todos os sujeitos no processo do desenvolvimento do envelhecer que 
traz limitações naturais a todo o ser humano.
Outro aspecto fundamental nessa contextualização e que interfere na aces-
sibilidade e no processo inclusivo trata da globalização que, como um processo 
complexo atual, traduz o modo das interações entre os continentes e os países. 
Esse mecanismo interfere nas decisões numa gama de aspectos econômicos, 
educacionais, culturais e políticos, que articulam os confrontos planetários.
Por meio da globalização, as pessoas estão mais próximas de todo mundo, 
os governos e as organizações trocam ideias, realizam transações e disseminam 
um modus operandi nas questões da educação e cultura pelos quatro cantos do 
planeta, como as proposições da ONU e da Unesco, expandindo, dessa forma, 
os limites das fronteiras e da territorialidade e consequentemente interferindo 
nas atitudes das pessoas.
Dimensões de acessibilidade1
Comunicação alternativa12
O sociólogo português Boaventura de Sousa Santos confirma essa comple-
xidade e nos ajuda a refletir sobre o conceito de globalização quando considera 
que “o global e o local são socialmente produzidos no interior dos processos de 
globalização” (SANTOS, 2002, p. 63). Isso nos conduz a compreender a com-
plexidade da globalização, a qual produz trocas entre as redes humanas sem 
fronteiras, indiscriminada e instantaneamente. Ampliam desta forma a terri-
torialidade dos continentes e estabelecem a complexidade das decisões, dos 
recursos, dos instrumentos, entre outros, hoje em dia. Sem dúvida, favorecem 
e fortalecem cada vez mais as ações coletivas civilizatórias.
Extra 
Recomendamos a leitura da Declaração Mundial sobre Educação para Todos 
(Conferência de Jomtien – 1990). Brasil, UNICEF. Disponível em: <www.unicef.
org/brazil/pt/resources_10230.htm>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Atividades 
Liste cinco palavras-chave relacionadas à acessibilidade.
Referências
DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para a Unesco 
da Comissão Internacional para a educação do século XXI. Brasília: julho, 2010. 
Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/images/0010/001095/109590por.pdf>. 
Acesso em: 21 mar. 2017.
INSTITUTO BRASILEIRO DE ESTATÍSTICA E GEOGRAFIA – IBGE. Censo 
Demográfico 2010. Características gerais da população, religião e pessoas com 
deficiência. Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão. IBGE. ISSN 0104-
3145. Censo demogr. Rio de Janeiro, p. 1-215, 2010. Disponível em: <http://
biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/94/cd_2010_religiao_deficiencia.
pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Dimensões de acessibilidade 1
Comunicação alternativa 13
SOUSA SANTOS, Boaventura (Org.). A globalização e as Ciências Sociais. São Paulo: 
Cortez, 2002. Disponível em: <http://www.do.ufgd.edu.br/mariojunior/arquivos/
boaventura/globalizacaoeciencias.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017.
UNICEF. Declaração Mundial sobre Educação para Todos (Conferência de Jomtien 
–1990). Disponível em: <www.unicef.org/brazil/pt/resources_10230.htm>. Acesso em: 
21 mar. 2017.
Resolução da atividade
Acessibilidade: lei, cidadania, autonomia, globalização, comunicação.
1.2 Legislação da acessibilidade
Inicialmente, define-se acessibilidade como a possibilidade 
para a remoção dos entraves que representam as barreiras para 
a efetiva usabilidade e participação de pessoas nos diversos ce-
nários da vida pessoal, social e profissional. Ainda, entende-se 
que a acessibilidade está diretamente vinculada aos pressupos-
tos da inclusão social e educacional, ou seja, trata-se de questões próprias dos 
Direitos Humanos Universais e do pleno exercício da cidadania.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) é um do-
cumento marco na história dos direitos humanos. Elaborada por 
representantes de diferentes origens jurídicas e culturais de todas 
as regiões do mundo, a Declaração foi proclamada pela Assembleia 
Geral das Nações Unidas em Paris, em 10 de Dezembro de 1948 
[...]. Ela estabelece, pela primeira vez, a proteção universal dos di-
reitos humanos. [...]
Uma série de tratados internacionais de direitos humanos e outros 
instrumentos adotados desde 1945 expandiram o corpo do direito 
internacional dos direitos humanos. (ONUBR, 2017)
Vídeo
Dimensões de acessibilidade1
Comunicação alternativa14
A acessibilidade enquanto direito humano deve nortear-se nos alicerces da 
inclusão que visam à autonomia, à independência e ao empoderamento da pessoa 
com deficiência. Segundo Sassaki (1997, p. 38), empoderamento significa “o pro-
cesso pelo qual uma pessoa usa o seu poder pessoal inerente à sua condição para 
fazer escolhas e tomar decisões, assumindo, assim, o controle de sua vida”.
Portanto, a acessibilidade nas dimensões arquitetônica, tecnológica, co-
municacional, linguística, pedagógica e atitudinal (preconceito, medo e igno-
rância), preconiza a construção de acesso e a eliminação dos diversos tipos de 
barreiras, favorecendo a dignidade e o bem-estar daqueles que têm limitações 
ou mobilidade reduzida.
A legislação, em geral, existe para promoção da igualdade de oportunida-
des entre as pessoas, especificamente da pessoa com deficiência, visando a um 
fim comum: tornar a estrutura em que vivemos apta a acolher as diferenças 
individuais e a diversidade cultural. Assim, é importante destacar e compreen-
der o sentido e o significado da lei, em uma citação de Dischinger.
Lei: no sentido jurídico, é a regra jurídica escrita, instituída pelo 
legislador, no cumprimento de um mandato, que lhe é outorgado 
pelo povo. Segundo Clóvis Beviláqua, “A ordem geral obrigatória 
que, emanada de uma autoridade competente reconhecida, é im-
posta coativamente à obediência de todos”. A lei institui a ordem 
jurídica, em que se funda a regulamentação, para manter o equi-
líbrio entre as relações do homem na sociedade, no tocante a seus 
direitos e deveres. (DISCHINGER, 2012, p. 103-104)
A lei organizadora da sociedade visa, então, ao aprimoramento da civili-
zação e à evolução do ser humano. A legislação da acessibilidade consiste na 
construção de um mundo includente, permitindo a existência integral e plena 
da pessoa. Fazer parte de uma sociedade significa ter condições de desempe-
nhar papéis dos quais somos capazes, como o de pais, cidadãos, estudantes, 
trabalhadores, entre outros, de modo que a nossa capacidade não seja obstada 
por barreiras externas.
Dimensões de acessibilidade 1
Comunicação alternativa 15
O Decreto 5.296/2004, que regulamenta, inclusive, a Lei Federal 10.098/2000, 
sustentando a acessibilidade e estabelecendo as normas e critérios básicos para 
a promoção de acessibilidade de pessoas com deficiência ou mobilidade redu-
zida, em seu artigo 8° (incisos I e II) esclarece:
Das condições gerais da acessibilidade
Art. 8° Para os fins de acessibilidade, considera-se:
I. acessibilidade: condição para utilização, com segurança e auto-
nomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos 
urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos disposi-
tivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa 
portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida;
II. barreiras: qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça 
o acesso, a liberdade de movimento, a circulação com segurança 
e a possibilidade de as pessoas se comunicarem ou terem acesso à 
informação, classificadas em:a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias públicas e nos es-
paços de uso público;
b) barreiras nas edificações: as existentes no entorno e interior das 
edificações de uso público e coletivo e no entorno e nas áreas inter-
nas de uso comum nas edificações de uso privado multifamiliar;
c) barreiras nos transportes: as existentes nos serviços de trans-
portes; e
d) barreiras nas comunicações e informações: qualquer entra-
ve ou obstáculo que dificulte ou impossibilite a expressão ou o 
recebimento de mensagens por intermédio dos dispositivos, 
meios ou sistemas de comunicação, sejam ou não de massa, 
bem como aqueles que dificultem ou impossibilitem o acesso à 
informação. (BRASIL, 2004)
Dimensões de acessibilidade1
Comunicação alternativa16
Ainda baseando-se na legislação, é possível desdobrar a acessibilidade em 
seis dimensões:
1. Acessibilidade arquitetônica – sem barreiras ambientais físicas em 
todos os recintos internos e externos da escola e nos transportes 
coletivos.
2. Acessibilidade comunicacional – sem barreiras na comunicação in-
terpessoal, na comunicação escrita e na comunicação virtual e digital.
3. Acessibilidade metodológica – sem barreiras nos métodos e técni-
cas de estudo, de ação comunitária, cultural e de educação dos filhos, 
dos estudantes e nas relações familiares.
4. Acessibilidade instrumental – sem barreiras nos instrumentos e 
utensílios de estudo, de atividades habituais da vida diária e de la-
zer, esporte e recreação (dispositivos que atendam às limitações sen-
soriais, físicas e mentais etc.).
5. Acessibilidade programática – sem barreiras invisíveis embutidas 
em políticas públicas (leis, decretos, portarias, resoluções, medidas 
provisórias etc.), em regulamentos (institucionais, escolares, empre-
sariais, comunitários etc.) e em normas de um modo geral.
6. Acessibilidade atitudinal – através de programas e práticas de sen-
sibilização e de conscientização das pessoas em geral e da convivên-
cia na diversidade humana resultando em quebra de preconceitos, 
estigmas, estereótipos e discriminações.
A legislação de acessibilidade assim descrita pretende contribuir para que 
todo ser humano, independentemente de suas diferenças físicas ou capacida-
des sensório-perceptivas, possa ter garantido a equidade de oportunidades 
para além das deficiências, na valorização da dignidade, independência e au-
tonomia do cidadão.
Dimensões de acessibilidade 1
Comunicação alternativa 17
Extra 
Recomendamos assistir ao vídeo Jovens brasileiros participam na sede da ONU 
de debate sobre a inclusão. Disponível no link <http://www.inesc.org.br/noticias/ 
noticias-do-inesc/2014/setembro/quatro-adolescentes-e-jovens-brasileiros-participam 
-na-sede-da-onu-de-debate-sobre-inclusao-escolar>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Atividades 
Construa um pequeno texto de três a quatro linhas relacionando Direitos 
Humanos Universais – Cidadania – Diversidade.
Referências
BRASIL. Lei 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas gerais e critérios 
básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou 
com mobilidade reduzida e dá outras providências. Publicada no Diário Oficial da 
União, em 20 dezembro de 2000. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
l10098.htm>. Acesso em: 21 mar. 2017.
______. Decreto 5.296, de 02 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis 10.048, de 8 
de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 
10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para 
a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade 
reduzida e dá outras providências. Publicado no Diário Oficial da União, em 3 
dezembro de 2004. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/
Decreto/D5296.htm>. Acesso em: 21 mar. 2017.
DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para a Unesco 
da Comissão Internacional para a educação do século XXI. Brasília: julho, 2010. 
Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/images/0010/001095/109590por.pdf>. 
Acesso em: 21 mar. 2017.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l10098.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l10098.htm
Dimensões de acessibilidade1
Comunicação alternativa18
DISCHINGER, Marta. Promovendo acessibilidade espacial nos edifícios públicos: 
programa de acessibilidade às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida nas 
edificações de uso público. Florianópolis: MPSC, 2012. 161p. Disponível em: <http://
www.mpam.mp.br/attachments/article/5533/manual_acessibilidade_compactado.pdf>. 
Acesso em: 22 mar. 2017.
ONUBR. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Disponível em: <https://
nacoesunidas.org/direitoshumanos/declaracao/>. Acesso em: 22 mar. 2017.
SASSAKI, Romeu. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: 
WVA, 1997.
UNICEF. Declaração Mundial sobre Educação para Todos (Conferência de Jomtien – 
1990). Disponível em: <www.unicef.org/brazil/pt/resources_10230.htm>. Acesso em: 21 
mar. 2017.
Resolução da atividade
Entende-se que, em essência, o que as leis voltadas aos direitos humanos preservam 
é o valor da diversidade humana e a garantia de igualdade social como instrumento de 
bem-estar e de desenvolvimento inclusivo, social e educacional. Para ser cidadã ou cida-
dão, cada pessoa, única e singular, precisa conviver com toda a sociedade e oferecer a todos 
o seu saber, habilidades e competências, em uma troca de permanente aperfeiçoamento. 
1.3 Compreendendo as dimensões 
da acessibilidade 
Reconhecer a aplicabilidade das seis dimensões de aces-
sibilidade propostas na legislação nos fortalece no reconheci-
mento do caminho trilhado nas práticas para a verdadeira so-
ciedade inclusiva, que abre suas portas à pessoa com deficiência 
na vida escolar para a vida profissional, a fim de conquistar o 
pleno exercício da cidadania, entendido como o lugar máximo de todo ser hu-
mano na civilização.
Vídeo
Dimensões de acessibilidade 1
Comunicação alternativa 19
É importante considerar, na aplicação das propostas de acessibilidade, a 
existência de situações ambientais, atitudinais, tecnológicas em que possam 
ocorrer barreiras, obstáculos de diversos âmbitos. Essas situações devem ser 
tomadas como parâmetros investigativos para se encontrar a solução viável aos 
problemas vividos. A alternativa acessível deve considerar o processo históri-
co, cultural e educacional, demonstrando a necessidade de constante alinha-
mento para soluções criativas e enriquecedoras do ser humano na permanente 
construção e atualização da sociedade inclusiva.
Para a aplicação das seis dimensões de acessibilidade apresentamos algu-
mas alternativas:
1. Acessibilidade arquitetônica – sem barreiras ambientais físicas 
dentro dos critérios preconizados pela norma NBR 9050 (2004), que 
estabelece os parâmetros técnicos a serem observados quando do 
projeto, construção, instalação e adaptações de edificações, mobi-
liários, equipamentos urbanos ás condições de acessibilidade como 
rampas, piso tátil, banheiros adaptados, nos transportes coletivos, 
entre outros.
cowardlion/Shutterstock RioPatuca/Shutterstock
2. Acessibilidade comunicacional – sem barreiras na comunicação in-
terpessoal (face a face, língua de sinais, linguagem corporal, lingua-
gem gestual etc.), na comunicação escrita (jornal, revista, livro, carta, 
apostila etc., incluindo textos em braile, textos com letras ampliadas 
Dimensões de acessibilidade1
Comunicação alternativa20
para quem tem baixa visão, notebook e outras tecnologias assistivas 
para comunicar) e na comunicação virtual (acessibilidade digital).
tomgigabite/Shutterstock NataLT/Shutterstock
3. Acessibilidade metodológica – sem barreiras nos métodos e técni-
cas de estudo (adaptações curriculares, aulas baseadas nas inteligên-
cias múltiplas, uso de todos os estilos de aprendizagem, participação 
do todo de cada aluno, novo conceito de avaliação de aprendizagem, 
novo conceito de educação, novoconceito de logística didática etc.), 
de ação comunitária (metodologia social, cultural, artística etc. ba-
seada em participação ativa) e de educação dos filhos (novos méto-
dos e técnicas nas relações familiares etc.).
4. Acessibilidade instrumental – sem barreiras nos instrumentos e uten-
sílios de estudo (lápis, caneta, transferidor, régua, teclado de computa-
dor, materiais pedagógicos), de atividades da vida diária (Tecnologia 
Assistiva para comunicar, fazer a higiene pessoal, vestir, comer, an-
dar, tomar banho etc.) e de lazer, esporte e recreação (dispositivos que 
atendam às limitações sensoriais, físicas e mentais etc.).
Dimensões de acessibilidade 1
Comunicação alternativa 21
Jaren Jai Wicklund/Shutterstock Huntstock.com/Shutterstock
5. Acessibilidade programática – sem barreiras invisíveis embutidas 
em políticas públicas (leis, decretos, portarias, resoluções, medidas 
provisórias etc.), em regulamentos (institucionais, escolares, empre-
sariais, comunitários etc.) e em normas no geral.
6. Acessibilidade atitudinal – por meio de programas e práticas de 
sensibilização e de conscientização das pessoas em geral e da convi-
vência na diversidade humana, resultando em quebra de preconcei-
tos, estigmas, estereótipos e discriminações.
Finalizamos esta aula com uma reflexão significativa. A legislação brasi-
leira voltada à pessoa com deficiência nas suas diferentes expressões, acessi-
bilidade, tecnologias assistivas e comunicação alternativa é de boa qualidade 
e possui quantidade bastante abrangente, a ponto de destacar o Brasil ao nível 
de países mais desenvolvidos do ponto de vista político, econômico e social. 
A questão “deficiente” está no cumprimento prático da legislação e no frágil 
exercício prático da cidadania.
Dimensões de acessibilidade1
Comunicação alternativa22
Extra 
Sugerimos a leitura do artigo de Romeu Sassaki intitulado “Inclusão: aces-
sibilidade no lazer, trabalho e educação”. Disponível em: <www.apabb.org.br/
admin/files/Artigos/Inclusao%20-%20Acessibilidade%20no%20lazer,%20tra-
balho%20e%20educacao.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Atividades 
No artigo indicado anteriormente, de Romeu Sassaki, é apresentado um 
histórico da acessibilidade no Brasil. Monte um esquema com o principal as-
pecto de cada década.
Referências
BRASIL. Lei 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas gerais e critérios 
básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com 
mobilidade reduzida, e dá outras providências. Publicada no Diário Oficial da União, em 
20 dezembro de 2000. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l10098.htm>. 
Acesso em: 21 mar. 2017.
______. Decreto 5.296, de 02 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis 10.048, de 8 
de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 
10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para 
a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade 
reduzida e dá outras providências. Publicada no Diário Oficial da União, em 3 dezembro 
de 2004. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Decreto/
D5296.htm>. Acesso em: 21 mar. 2017.
SASSAKI, Romeu. Inclusão: acessibilidade no lazer, trabalho e educação. Disponível 
em: <www.apabb.org.br/admin/files/Artigos/Inclusao%20-%20Acessibilidade%20no%20
lazer,%20trabalho%20e%20educacao.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017.
VILLAVERDE, Adão (Org.). Manual de redação – mídia inclusiva. Porto Alegre: 
Assembleia Legislativa, 2011. Disponível em: <www.portaldeacessibilidade.rs.gov.br/
uploads/1313497232Manual_de_Redacao_AL_Inclusiva.pdf.> Acesso em: 21 mar. 2017.
Dimensões de acessibilidade 1
Comunicação alternativa 23
YOSHIDA, Maria Aparecida Gomes Bronhara. Pessoas com deficiência: legislação, 
acessibilidade e trabalho. BEPA, Boletim Epidemiológico Paulista (online), vol. 5, 
n. 57, São Paulo, set. 2008. Disponível em: < http://periodicos.ses.sp.bvs.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S1806-42722008000900002&lng=pt>. Acesso em: 09 mar. 2017
Resolução da atividade
Breve histórico de acessibilidade no Brasil:
• Anos 50 – profissionais denunciam a existência de barreiras.
• Anos 60 – Universidades do EUA iniciam eliminação das barreiras 
arquitetônicas.
• Anos 70 – 1975, ONU – Declaração dos Direitos das Pessoas Diferentes.
• Anos 80 – Participação plena e igualdade. Ano Internacional das pessoas 
deficientes.
• Anos 90 – Desenho Universal. Diversidade Humana.
• Século XXI – 2006, ONU – Acessiblidade.
Ampliando seus conhecimentos
Pessoas com deficiência: legislação, 
acessibilidade e trabalho
(YOSHIDA, 2008)
[...] Acessibilidade é a condição para utilização, com segurança e auto-
nomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, 
das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e 
meios de comunicação e informação por pessoa com deficiência ou com 
mobilidade reduzida.
Dimensões de acessibilidade1
Comunicação alternativa24
São consideradas pessoas com mobilidade reduzida as que, tempo-
rária ou permanentemente, têm limitada sua capacidade de relacionar-se 
com o meio e de utilizá-lo, estando aí incluídos idosos, gestantes, lactantes 
e pessoas acompanhadas por crianças de colo.
A questão da acessibilidade é uma das reivindicações mais antigas e 
de maior visibilidade dos movimentos das pessoas com deficiência, tendo 
paradigmas que variaram ao longo da história. No início dos anos 1980 
buscava-se a eliminação de barreiras arquitetônicas, e em meados daquela 
década identificavam-se as barreiras ambientais.
No início dos anos 1990 eram identificadas, além das barreiras am-
bientais e atitudinais, as de comunicação e de transporte. Em meados 
daquele período surgiu o conceito de desenho universal, ou seja, um 
planejamento arquitetônico ambiental, de comunicação e transporte em 
que todas as características das pessoas são atendidas, independente-
mente de possuírem ou não uma deficiência. O desenho universal pro-
cura romper com a visão de uma arquitetura voltada para um ideal de 
homem ou a um pretenso homem médio, buscando respeitar a diversi-
dade humana. No final daquela década, passou-se a usar simultanea-
mente acessibilidade ao termo desenho universal.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) elaborou em 
2004 a segunda edição da Norma Brasileira NBR 9050, que versa sobre: 
“Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos.”
Em decorrência do interesse social dessa norma, e tendo em vista a 
relevância e o caráter público de que se reveste, foi firmado um Termo 
de Ajustamento de Conduta (TAC) entre o Ministério Público Federal e a 
ABNT, para que essa norma fosse disponibilizada, na íntegra e gratuita-
mente, para acesso amplo e irrestrito a qualquer cidadão.
Dimensões de acessibilidade 1
Comunicação alternativa 25
Assim, por meio da Secretaria Especial de Direitos Humanos - 
Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de 
Deficiência (CORDE) -, a NBR 9050 encontra-se no site: http://www.mj.
gov.br/sedh/ct/corde/dpdh/corde/normas_abnt.asp.
São exemplos das disposições da NBR 9050/ 2004: a vaga reservada 
com o símbolo internacional de acessibilidade na entrada das empresas; as 
rampas de acesso com até 8% de inclinação; largura das portas e áreas de 
circulação adequadas às cadeiras de rodas; sinalização tátil, visual e audi-
tiva; tipos de piso; adequação de mobiliários, sanitários, vestiários e bebe-
douros, dentre outros. Assim, encontram-se normatizados, desde a entrada 
nas empresas, edifícios até o detalhamento de como deve ser o ambiente de 
trabalho para acolher todos os trabalhadores com deficiência ou não.
http://www.mj.gov.br/sedh/ct/corde/dpdh/corde/normas_abnt.asp
http://www.mj.gov.br/sedh/ct/corde/dpdh/corde/normas_abnt.asp
2
Acessibilidade 
virtual
Compreender a universalização 
tecnológica e comunicacional e 
reconhecer o exercício da cidadania na 
sociedadeinformacional.
Objetivos:
Acessibilidade virtual2
Comunicação alternativa28
2.1 Sobre a inclusão digital
A inclusão digital, entendida como um dos desdobramen-
tos das acessibilidades comunicacional e instrumental, consti-
tui-se como um desafio e um compromisso para a inclusão so-
cial. Coerente com o Desenho Universal1, trilha caminhos para 
a melhoria da qualidade de vida de cada cidadão, oferecendo 
dispositivos de acesso a qualquer usuário em todos os espaços e lugares na 
sociedade. Um dos princípios da inclusão digital é atender a questão do baixo 
custo com alto benefício ao usuário.
Os programas de inclusão digital para pessoas com deficiência buscam 
desenvolver tecnologias que respeitem a acessibilidade, a usabilidade e a co-
municabilidade desses usuários na interface com a internet, eliminando, assim, 
as barreiras que os impedem de fazer uso de sistemas computacionais.
Sobre a aplicação da inclusão digital no processo de aprendizagem no âmbito 
da comunicação e da educação, especificamente, Richt e Maltempi dizem que
na dimensão educacional, consideramos relevante que as tecnologias 
participem da formação dos estudantes, propiciando diferentes modos 
de aprender e ensinar, redefinindo as relações interpessoais em sala 
de aula, possibilitando abordagens diferenciadas para conteúdos cur-
riculares e fomentando novas práticas pedagógicas. Simultaneamente, 
consideramos que o uso de tecnologias nas práticas educativas escola-
res precisa fomentar, tanto para estudantes quanto para professores, 
modos diferentes de se relacionarem com conteúdos e de se apropria-
rem de novos conhecimentos.
1 Desenho Universal: descrito pelo Instituto Nacional para a Reabilitação, visa à concepção 
de objetos, equipamentos e estruturas do meio físico destinados ao uso por todas as pessoas 
indiscriminadamente.
Vídeo
Acessibilidade virtual 2
Comunicação alternativa 29
Para que esses modos diferentes de relacionar-se com o conteúdo tor-
nem-se possíveis, todos precisam apropriar-se das tecnologias de manei-
ra ativa, crítica e inclusiva. (RICHIT; MALTEMPI, 2013, p. 37-38)
Compreende-se que a inclusão digital, em sua aplicação em diferentes 
campos sociais e educacionais, visa à universalização do acesso às tecnolo-
gias da informação e da comunicação, bem como ao domínio da linguagem 
básica para potencializar a autonomia, a independência e o empoderamento 
da pessoa.
Nesse sentido, as políticas públicas de inclusão digital podem ser anali-
sadas como políticas de acesso ao cidadão na era da informação. Destaca-se, 
em 1997, a criação do Programa Nacional de Tecnologia Educacional (Proinfo), 
focado na promoção do uso de tecnologias no contexto da educação em dife-
rentes níveis, desde a Educação Básica até o Ensino Superior. Vale consultar o 
site do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e verificar 
as inúmeras legislações que ancoram as práticas de acessibilidade virtual no 
século XXI, e, dessa maneira, atendem a emergente necessidade do cidadão.
Extra 
Sugere-se a consulta dos seguintes documentos:
Programa Nacional de Tecnologia Educacional (Proinfo): diretrizes. Disponível 
em: <www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/proinfo_diretrizes1.
pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Manual de orientação e apoio para atendimento às pessoas com deficiência, 
da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e da 
Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência. 
Disponível em: <www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/acessibilidade/
manual -de-or ientacao-e-apoio-para-a tendimento-pessoas-com-
deficiencia>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Acessibilidade virtual2
Comunicação alternativa30
Atividade 
Leia o documento Programa Nacional de Informática na Educação (Proinfo): dire-
trizes, do Ministério da Educação (MEC) e do Desporto e Secretaria de Educação 
a Distância (SEaD) – tópicos Contexto, Justificativa e Objetivos (páginas 1 a 3). 
Construa uma breve produção escrita de, no máximo, 20 palavras. Disponível 
em: <www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/proinfo_diretri-
zes1.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2017.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação a Distância. 
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Programa Nacional de 
Informática na Educação: diretrizes. Disponível em: <www.gestaoescolar.diaadia.
pr.gov.br/arquivos/File/pdf/proinfo_diretrizes1.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2017.
______. Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social. Instituto Nacional 
para a Reabilitação. Desenho Universal. Disponível em: <www.inr.pt/content/1/5/
desenho-universal>. Acesso em: 22 mar. 2017
______. Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Secretaria 
Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Manual de orientação 
e apoio para atendimento às pessoas com deficiência. Disponível em: <www.
pessoacomdeficiencia.gov.br/app/acessibilidade/manual-de-orientacao-e-apoio-para-
atendimento-pessoas-com-deficiencia>. Acesso em: 22 mar. 2017.
FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO. Programa Nacional 
de Informática Educativa (PROINFO). Disponível em: <www.fnde.gov.br/programas/
programa-nacional-de-tecnologia-educacional-proinfo>. Acesso em: 22 mar. 2017.
RICHIT, A.; MALTEMPI, M. V. Formação profissional docente, novas e velhas 
tecnologias: avanços e desafios. Disponível em: <www.rc.unesp.br/igce/demac/
maltempi/Publicacao/Richit-Maltempi-cibem.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2017.
Acessibilidade virtual 2
Comunicação alternativa 31
Resolução da atividade
O documento (de 1997) apresenta um contexto que projeta para os 10 anos se-
guintes a criação de empregos, que até então não existiam em decorrência dos avanços 
tecnológicos que trazem consigo mudanças nos sistemas de conhecimento e novas for-
mas de trabalho, assim como influenciam na economia, na política e na organização das 
sociedades. Havia uma nova gestão social do conhecimento a partir do desenvolvimento 
de novas técnicas de produção, armazenamento e processamento de informação, ala-
vancadas pelo progresso da informática e das telecomunicações. Esperava-se, com essa 
iniciativa, possibilitar a criação de uma nova ecologia cognitiva nos ambientes escolares 
mediante a incorporação adequada das novas tecnologias.
2.2 Universalização tecnológica e 
comunicacional
O avanço das tecnologias e da comunicação revela-se como 
alavanca na consolidação de um mundo verdadeiramente aces-
sível a todas as pessoas pelas possibilidades de construção de 
ferramentas adequadas às necessidades de cada indivíduo. 
Quando dirigidas ao espaço escolar, considera-se que:
É por meio de novos canais de comunicação que todas as formas 
de expressão e estilos de aprendizagem serão valorizadas per-
mitindo, ao aluno, o acesso ao conhecimento. Conhecer sobre as 
tecnologias de informação e comunicação sensibiliza o professor 
para que se paute pelas potencialidades dos seus alunos e não pe-
las suas limitações. (GIROTO; POKER; OMOTE, 2012, p. 10)
Na universalização tecnológica e comunicacional, é importante considerar 
três qualidades da interação pessoa-tecnologia. Essas três qualidades, quando 
Vídeo
Acessibilidade virtual2
Comunicação alternativa32
interrelacionadas e integradas, garantem o sucesso no processo das inclusão 
social e educacional.
1° Acessibilidade: tem por princípio garantir o acesso e a utilização dos 
bens e serviços privados e públicos existentes na sociedade para todos.
2° Usabilidade: traduz-se na facilidade de uso na interface usuário diante 
do recurso tecnológico. Se o usuário aprende a utilizar um recurso com facili-
dade, agilidade e qualidade, isso significa que o recurso tem boa usabilidade. 
Identifica-se aqui o grau de satisfação do usuário.
3° Comunicabilidade: tem por premissa identificar a acessibilidade de 
comunicar na interface com o usuário. Destaca-se que é na interface2, na expe-
riência, que o usuário deverá reconhecer a finalidade do recurso tecnológico.Na especificação de requisitos para a comunicabilidade, Pontes destaca que:
São necessárias interfaces mais eficazes que possam atender a 
uma variedade cada vez maior de usuários, devendo utilizar-
-se de métodos e técnicas na construção de websites que permi-
tam que a mensagem seja devidamente captada. Estas técnicas, 
é importante ressaltar, devem ser baseadas na experiência dos 
usuários. Atualmente, existem ferramentas desenvolvidas para 
prestar apoio na aplicação de alguns métodos de avaliação. 
(PONTES, 2008, p. 7)
Sendo assim, é fundamental que todos os aspectos citados sejam consi-
derados, pois fazem parte de um diversificado conjunto de instrumentos vir-
tuais atualmente disponíveis nas redes sociais virtuais, tais como: programas 
de computador, chats, correios eletrônicos, homepages, ambientes virtuais de 
aprendizagem no ensino a distância, ferramentas que facilitam o acesso a na-
vegação na web e softwares específicos a pessoas com deficiências. Em outras 
2 Interface, neste contexto, significa interconexão ou interação entre usuário e recurso 
tecnológico. Na interconexão, existem trocas de informações.
Acessibilidade virtual 2
Comunicação alternativa 33
palavras, equipamentos e tecnologias geralmente presentes na dimensão das 
acessibilidades instrumental e comunicacional.
Sobre o espaço escolar, especificamente, vale destacar o avanço da tecno-
logia de informação, que tem sido usada para incrementar a comunicação das 
informações escolares. Os alunos têm disponíveis uma série de serviços pela 
internet, como boletins de notas e frequência, reservas de livros na biblioteca, 
disciplinas a distância, entre outros.
Extra 
Uma boa fonte de consulta para aprofundamento temático é o artigo 
de Rogério da Costa, “Por um novo conceito de comunidade: redes sociais, 
comunidades pessoais, inteligência coletiva”. O artigo discute o conceito de 
comunidade em redes sociais. Apresenta o contexto das comunidades virtuais no 
ciberespaço como uma nova maneira de se fazer sociedade. Descreve a estrutura 
dinâmica das redes de comunicação. No centro dessa transformação, conceitos 
como capital social, confiança e simpatia parcial são invocados para que se possa 
pensar as novas formas de associação que regulam a atividade humana na época 
atual. Disponível em: <www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
32832005000200003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Atividade 
Assista ao vídeo em que Ederson Granetto entrevista o professor Claudemir 
Viana sobre o tema Tecnologia de informação na sala de aula. Disponível em: 
<www.youtube.com/watch?v=Uf6MYEZNHF8>. Acesso em: 22 mar. 2017.
Escreva no máximo 20 palavras sobre como o entrevistado descreve a pos-
tura atual do professor na sala de aula.
Acessibilidade virtual2
Comunicação alternativa34
Referências
COSTA, R. Por um novo conceito de comunidade: redes sociais, comunidades 
pessoais, inteligência coletiva. Disponível em: <www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1414-32832005000200003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 21 mar. 2017.
GIROTO, C.; POKER, R.; OMOTE, S. (Org.). As tecnologias nas práticas 
pedagógicas inclusivas. Marília: Oficina Universitária; São Paulo: Cultura 
acadêmica, 2012. Disponível em: <www.marilia.unesp.br/Home/Publicacoes/as-
tecnologias-nas-praticas_e-book.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017.
PONTES, P. Especificação de requisitos para comunicabilidade em websites na 
engenharia semiótica. 108 f. Trabalho de conclusão de curso. Sistemas de Informação, 
Faculdade de Informática, Centro Universitário Ritter dos Reis, Porto Alegre, 2008. 
Disponível em: <http://docplayer.com.br/3719873-Especificacao-de-requisitos-para-
comunicabilidade-em-websites-na-engenharia-semiotica.html>. Acesso em: 22 mar. 2017.
Resolução da atividade
O professor Claudemir destaca a importância de o professor ser agente mediador 
no processo da acessibilidade virtual. O professor deve incluir produtos culturais 
atuais, como a educação e a comunicação, uma vez que são de acesso do aprendiz. O 
professor, em sua prática pedagógica, é um pesquisador permanente, portanto um 
eterno aprendiz. O professor deve rever suas metodologias e atualizá-las, incluindo os 
produtos da comunicação, da mídia. O vídeo discute a educomunicação.
2.3 Cidadania na era da informação
Não encontramos na literatura um consenso sobre a defini-
ção de cidadania, mas é visível que o exercício da cidadania abar-
ca direitos e deveres numa convivência em sociedade. Na era da 
Vídeo
Acessibilidade virtual 2
Comunicação alternativa 35
informação, a complexidade da globalização3 e o avanço das tecnologias de infor-
mação e comunicação contribuem para a relativização do conceito de cidadania. 
De acordo com o proposto pelo Ministério da Educação em 2007, a definição e o 
exercício da cidadania consistem em:
Entender a cidadania a partir da redução do ser humano às suas 
relações sociais e políticas não é coerente com a multidimensio-
nalidade que nos caracteriza e com a complexidade das relações 
que cada um e todas as pessoas estabelecem com o mundo à sua 
volta. Deve-se buscar compreender a cidadania também sob ou-
tras perspectivas, por exemplo, considerando a importância que o 
desenvolvimento de condições físicas, psíquicas, cognitivas, ideo-
lógicas, científicas e culturais exerce na conquista de uma vida 
digna e saudável para todas as pessoas.
Tal tarefa, complexa por natureza, pressupõe a educação de todos 
[...] com a intenção explícita de promover a cidadania pautada na 
democracia, na justiça, na igualdade, na equidade e na participa-
ção ativa de todos os membros da sociedade nas decisões sobre 
seus rumos. (BRASIL, 2007, p. 11-12, grifo nosso)
Assim, a cidadania na era da informação considera o acesso aos recursos tec-
nológicos um direito de todos. Mostra-se promissora na implementação e conso-
lidação de ações inclusivas à rede digital. Destaca a autonomia do cidadão glo-
balizado em acessar as informações e serviços da web, o direito a se comunicar, 
armazenar e processar informações em qualquer local, independentemente da 
condição social ou financeira, das capacidades física, visual e auditiva, do gênero e 
da idade. Segundo Delors, “a tensão entre o global e o local: tornar-se, aos poucos, 
3 Sobre a temática complexidade da globalização, pode-se aprofundar a compreensão 
com a leitura do livro de Souza Santos (2002), A Globalização e as Ciências Sociais. 
Disponível em: <www.ebah.com.br/content/ABAAABRBkAA/santos-boaventura-s-
org-a-globalizacao-as-ciencias-sociais>. Acesso em: 22 mar. 2017.
Acessibilidade virtual2
Comunicação alternativa36
cidadão do mundo sem perder suas raízes pela participação ativa na vida do seu 
país e das comunidades de base” (DELORS, 2001, p. 8).
A sociedade informacional tem o interesse de levantar as potencialidades 
das pessoas com deficiência e abrir-lhes o caminho à acessibilidade digital por 
meio da utilização das diversas possibilidades tecnológicas. Pensar e intervir 
na inclusão sociodigital significa projetar um mundo onde a igualdade de di-
reitos, a liberdade, a dignidade e o respeito às diferenças individuais e à diver-
sidade humana são praticadas.
A percepção da diferença contribui para a construção da identida-
de e tem, por isso, um papel determinante na aprendizagem. Não 
se pode construir uma identidade senão num ambiente diverso. Nunca 
agradeceremos o suficiente aos outros por nos ajudarem a enten-
der e a estruturar o que somos a partir da diferença que neles per-
cebemos. (GIROTO; POKER; OMOTE, 2012, p. 30)
Esperamos que a compreensão da complexidade da definição de cidada-
nia na sociedade informacional atual para uma inclusão total e a plena acessi-
bilidade nas suas diversas dimensões, atreladas às experiências cotidianas dos 
cidadãos, seu envolvimento e comprometimento para com um mundo melhor, 
contribua para uma maior sistematização das práticas sobre a acessibilidade, 
o Desenho Universal, as tecnologias assistivas e a comunicação alternativa, 
apoiandoo Brasil na construção de uma sociedade cada vez mais inclusiva, 
acessível a todas as pessoas.
Extra 
Indicamos uma entrevista sobre a temática Cidadania: inclusão de pessoas 
com deficiência no mercado de trabalho. Na entrevista, discorrem sobre o tema 
Patrícia Siqueira Silveira, auditora fiscal do trabalho, e Eugênia Augusta 
Acessibilidade virtual 2
Comunicação alternativa 37
Gonzaga, procuradora regional da República. Disponível em: <www.youtube.
com/watch?v=lB2po8CdGt4>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Indicamos também a leitura do material Ética e cidadania: construindo 
valores na escola e na sociedade, da Secretaria de Educação Básica, Ministério 
da Educação. Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/
materiais/0000015509.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Atividade 
Tomemos como referência a citação: “A tensão entre o global e o local: tor-
nar-se, aos poucos, cidadão do mundo sem perder suas raízes pela participação 
ativa na vida do seu país e das comunidades de base” (DELORS, 2001, p. 8).
De posse das informações desta aula, redija uma frase que traduza as 
ideias apresentadas na citação de Delors.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Fundo Nacional 
de Desenvolvimento da Educação. Ética e cidadania: construindo valores na escola 
e na sociedade. 1. ed. Brasília: Ministério da Educação, 2007. Disponível em: <http://
portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000015509.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017.
DELORS, J. Educação: um tesouro a descobrir. Brasília: 2010. 41 p. Relatório para a 
UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. Disponível em: 
<http://unesdoc.unesco.org/images/0010/001095/109590por.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017.
GIROTO, C.; POKER, R.; OMOTE, S. (Org.). As tecnologias nas práticas pedagógicas 
inclusivas. Marília: Oficina Universitária; São Paulo: Cultura acadêmica, 2012. 
Disponível em: <www.marilia.unesp.br/Home/Publicacoes/as-tecnologias-nas-
praticas_e-book.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017.
SILVA, Siony da. Acessibilidade digital em ambientes virtuais de aprendizagem. 
Revista Geintec, vol. 2, n. 3, São Cristóvão, 2012. Disponível em: <revistageintec.net/
portal/index.php/revista/article/download/48/108>. Acesso em: 10 mar. 2017.
Acessibilidade virtual2
Comunicação alternativa38
SOUSA SANTOS, B (Org.). A globalização e as Ciências Sociais. 2. ed. São Paulo: 
Cortez, 2002. Disponível em: <www.ebah.com.br/content/ABAAABRBkAA/santos-
boaventura-s-org-a-globalizacao-as-ciencias-sociais>. Acesso em: 22 mar. 2017.
Resolução da atividade
O respeito às diferenças individuais e à diversidade humana é praticado. A intera-
ção entre o singular e o coletivo é uma premissa na sociedade informacional.
Ampliando seus conhecimentos
Acessibilidade digital em ambientes 
virtuais de aprendizagem
(SILVA, 2012)
[...] Com o objetivo de possibilitar a acessibilidade digital estão sendo 
desenvolvidos softwares e hardwares que facilitam o acesso a pessoas com 
necessidades especiais aos ambientes virtuais. 
Acessibilidade na Web diz respeito a promover amplamente 
o acesso a um produto Web, seja este uma simples página 
pessoal, um site institucional, um sistema computacional na 
Web, etc. Para tanto, devem-se considerar, entre outros fato-
res, as diferenças entre os usuários (ex. socioculturais, educa-
cionais, antropométricas, perceptuais, cognitivas, motoras), 
as tecnologias de navegação que utilizam (ex. navegadores 
Acessibilidade virtual 2
Comunicação alternativa 39
gráficos para ambiente desktop, navegadores textuais, sinteti-
zadores de voz) e a diversidade de ambientes em que se en-
contram (ex. tecnologicamente precário, com ou sem ruído, 
iluminação variada, mobiliário em configuração diferente 
da convencional) (MELO, BARANAUSKAS, 2006, p. 2).
Embora o conceito de acessibilidade esteja sendo muito utilizado 
com o foco na web, seu aparecimento está relacionado ás facilidades de 
acesso (barreira arquitetônica) e á reabilitação física e profissional. Entre 
as décadas de 40 e 60 este conceito se relacionava a questões físicas e fun-
cionais. O conceito de acessibilidade ganha destaque a partir de 1981, im-
pulsionado pelo Ano Internacional das Pessoas Deficientes. Com o avanço 
das TICs em especial da internet, passa a ser uma preocupação elaborar 
ambientes virtuais acessíveis. (PASSERINO, MONTARDO, 2007) 
Com o propósito de nortear o trabalho na web, foi criado o consórcio 
internacional World Wide Web Consortium (W3C) cujo objetivo é impul-
sionar o potencial da Web, desenvolvendo protocolos que promovam sua 
evolução e garantam sua operabilidade. Uma de suas principais áreas de 
atividade é a iniciativa da acessibilidade na Web (Web Accessibility Initiative 
– WAI). Este grupo de trabalho está envolvido com a criação de diretri-
zes para navegadores e ferramentas de autores e criação de conteúdos 
(WCAG), além da formação e acompanhamento das investigações relacio-
nadas com a acessibilidade. 
No sentido de atender ás recomendações da W3C, alguns navegado-
res estão incorporando recursos para alterar tamanho da fonte, contras-
te, plano de fundo e compatibilidade com tecnologias assistivas (MELO, 
ALMEIDA, SANTANA, 2009). 
Acessibilidade virtual2
Comunicação alternativa40
Os desenvolvedores de ambientes na web, também podem contar com, 
avaliadores de sites. Esses avaliadores são programas que analisam os sites 
quanto à acessibilidade. São exemplos desses programas o DaSilva, Hera 
e o Examinator. Páginas na web projetadas com recursos de acessibilidade, 
ampliam a visibilidade, o acesso ao site e favorecem a inclusão de pessoas 
com necessidades especiais, idosas e em muitas situações pessoas que não 
possuem recursos tecnológicos atualizados.
3
Conhecendo a 
comunicação 
alternativa
Conhecer a comunicação 
alternativa e a sua aplicação 
na educação.
Objetivos:
Conhecendo a comunicação alternativa3
Comunicação alternativa42
3.1 Aprendendo sobre a comunicação alternativa 
O que é comunicação? É transmitir oralmente uma men-
sagem? É a ação de um emissor enviar uma mensagem a um 
receptor? É possível viver sem comunicação? Essas questões 
são de grande importância para elucidar o conceito de comuni-
cação. Comunicação é a possibilidade de uma pessoa expressar 
uma mensagem de forma diversificada e possibilita a interação entre as pes-
soas nos diferentes ambientes que estão ao seu redor.
A comunicação é um marco histórico que revolucionou o mundo, 
desde os primatas até os dias atuais. A tecnologia avançou a passos 
largos e a comunicação teve seu contributo na medida em que o tem-
po passava, e ela estava sempre presente. A comunicação foi e con-
tinua a ser o elo mais importante da evolução humana, fez o grande 
diferencial entre o hoje e o ontem. Será a mola propulsora entre o hoje 
e o amanhã e será uma grande força contributiva de um futuro bem 
próximo. (BRAGANÇA, 2009, p. 1, grifo nosso)
Cada um de nós possui variados modos de comunicar: com o olhar, o sorriso, 
movimentos corporais, com o corpo ou partes do corpo etc. Por exemplo: acenar 
com o braço para dizer “tchau” ou para chamar um táxi na rua e balançar a cabeça 
para dizer “sim” ou “não”. Com os gestos corporais, comunicamos nossas vonta-
des, interesses, concordâncias ou discordâncias, emoções, sentimentos. 
A comunicação entre pessoas é marcada e complementada por vá-
rios elementos comunicativos que permitem compreender o outro e, 
também, ser compreendido. (MANZINI; DELIBERATO, 2006, p. 3)
Vídeo
Conhecendo a comunicação alternativa 3
Comunicação alternativa 43
O sistema de comunicação humana consiste em diversos sinais que podem 
ser gestos, sons, signos linguísticos que possuem significados singulares ou 
universais, transmitidos por via de comunicação natural e/ou alternativa1.
O livro O Corpo Fala, de Weil e Tompakow (2001), é um clássico da litera-
tura que descreve de maneira brilhante as diversas modalidades da linguagem 
não verbal do corpo humano, apresentadascomo ferramentas de comunicação, 
de troca mútua entre pessoas. Os autores convidam o leitor a interagir com o 
texto por meio de recursos como desenhos e personagens. Explicam o processo 
de comunicação emissor-informação-receptor, desde a emissão da informação 
até a recepção e decodificação pelo receptor, que interpreta e dá um significado 
à mensagem. “O tema abrange a comunicação psicossomática inconsciente do 
próprio leitor e por isso o fascina, diverte, desafia e esclarece ao mesmo tem-
po!” (WEIL; TOMPAKOW, 2001, p. 4).
A comunicação é um recurso essencial ao homem, é um indicador da evo-
lução da espécie humana. Por isso, quando nos deparamos com pessoas com 
deficiência que não conseguem se comunicar bem, nos incomodamos. Isso 
acontece, por exemplo, quando temos à frente uma pessoa com paralisia ce-
rebral ou sequelas na área da fala, ou uma pessoa surda que deseja comunicar 
algo e não consegue. Nesses momentos, a comunicação alternativa é uma im-
portante aliada.
1 “Comunicação alternativa e aumentativa (CAA): refere-se a qualquer meio de comuni-
cação que complemente ou substitua os meios usuais de fala ou escrita. A comunicação 
é aumentativa quando o indivíduo utiliza um outro meio de comunicação para comple-
mentar ou compensar deficiências que a fala apresenta. Possui alguma comunicação, mas 
essa não é suficiente para suas trocas sociais. A comunicação alternativa ocorre quando 
o indivíduo utiliza outro meio para se comunicar ao invés da fala, pelo fato de estar im-
possibilitado de articular ou produzir sons adequadamente”. (SONZA, 2013, p. 255 apud 
FERNANDES, 2000)
Conhecendo a comunicação alternativa3
Comunicação alternativa44
Em educação especial, a expressão comunicação alternativa e/ou 
suplementar vem sendo utilizada para designar um conjunto de 
procedimentos técnicos e metodológicos direcionado a pessoas 
acometidas por alguma doença, deficiência, ou alguma outra si-
tuação momentânea que impede a comunicação com as demais 
pessoas por meio dos recursos usualmente utilizados, mais espe-
cificamente a fala. (MANZINI; DELIBERATO, 2006, p. 4)
Inseridos na sociedade informacional, globalizada, e preocupados com acessi-
bilidade comunicacional, nos interrogamos sobre as formas alternativas de comu-
nicação. O que é preciso construir para ajudar uma pessoa a comunicar suas von-
tades, conversar com os demais? Nesse ponto insere-se a comunicação alternativa.
Extra 
A sugestão é a leitura do livro O Corpo Fala: a linguagem silenciosa da 
comunicação não verbal, de Wel e Tompakow (2001). Disponível em: <https://
s3-us-west-2.amazonaws.com/blog-downloads/pierre-weil-livro-o-corpo-fala.
pdf>. Acesso em: 22 mar. 2017.
Atividades 
Assista ao vídeo O que é comunicação? Construa uma breve resposta para a 
pergunta: qual a importância da comunicação para o homem? Disponível em: 
<www.youtube.com/watch?v=5HMyHoK6Tc8>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Referências
BRAGANÇA, I. Evolução da comunicação humana. Podemos explicar a história 
da existência humana através das etapas do desenvolvimento da comunicação. 
Conhecendo a comunicação alternativa 3
Comunicação alternativa 45
Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/16088693/Evolucao-da-comunicacao-
humana-Podemos-explicar-a-historia-da-existencia-humana-atraves-das-etapas-do-
desenvolvimento-da-comunicacao>. Acesso em: 21 mar. 2017.
MANZINI, E.; DELIBERATO, D. Recursos para comunicação alternativa: 
equipamento e material pedagógico especial para educação, capacitação e recreação da 
pessoa com deficiência física. 2. ed. Brasilia: MEC, SEESP, 2006. Disponível em: <http://
portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/ajudas_tec.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2017.
SONZA, A. P. (Org.). Acessibilidade e Tecnologia Assistiva: pensando a inclusão 
sociodigital de PNEs. Ministério da Educação. Bento Gonçalves, RS. 2013. Disponível 
em: <www.planetaeducacao.com.br/portal/conteudo_referencia/acessibilidade-
tecnologia-assistiva.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017.
WEL, Pierre; TOMPAKOW, Roland. O corpo fala: a linguagem silenciosa da 
comunicação não verbal. Disponível em: <https://s3-us-west-2.amazonaws.com/blog-
downloads/pierre-weil-livro-o-corpo-fala.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2017.
Resolução da atividade
A comunicação é essencial ao homem, constitui-se num indicador de evolução da 
espécia humana, pela necessidade do homem em socializar-se. A comunicação é um 
mediador determinante na interação do homem com seu ambiente e com outros homens.
3.2 Definindo um sistema de comunicação 
alternativa
A comunicação alternativa (suplementar ou ampliada, 
como termos sinônimos) enfatiza diferentes modalidades de co-
municação com finalidades definidas a partir da necessidade do 
usuário, que podem ser, segundo Deliberato e Manzini (2006):
Vídeo
• propiciar uma comunicação alternativa para o usuário;
• criar recursos de manutenção da comunicação alternativa para 
o usuário.
Conhecendo a comunicação alternativa3
Comunicação alternativa46
Os autores supracitados sugerem ainda duas dimensões às comunicações 
alternativas:
• comunicação apoiada;
• comunicação não apoiada.
A comunicação apoiada indica que os recursos para a comunicação uti-
lizam apoios de expressão linguística que estejam fora do corpo do usuário e 
que recebem ajuda de outra pessoa, assim, “são objetos reais, miniaturas de 
objetos, pranchas de comunicação com fotografias, desenhos e outros símbolos 
gráficos e, ainda, os sistemas computadorizados” (MANZINI; DELIBERATO, 
2006, p. 5).
Em decorrência das dificuldades motoras, certos usuários de re-
cursos de comunicação apoiada vão, também, depender de al-
guém para selecionar e indicar os estímulos necessários para 
que seja interpretado. É o caso dos alunos que necessitam de uma 
outra pessoa para realizar o manuseio do material confeccionado, 
apontando as figuras ou as fotos necessárias para estabelecer uma 
comunicação. A pessoa que auxilia vai indicando uma figura após 
a outra até que a escolha seja feita (sistema de varredura na linha 
e/ou na coluna). Após a seleção da figura pelo usuário, há neces-
sidade de retomar novas seleções. Há alunos que conseguem sele-
cionar os estímulos pelo olhar ou pelo apontar com a língua, mas 
não conseguem virar uma página ou pegar uma prancha temática. 
Nessas situações, também, esses alunos necessitam de auxílio do 
professor. (MANZINI; DELIBERATO, 2006, p. 5, grifo nosso)
Já a comunicação não apoiada indica que os recursos de comunicação es-
tão na pessoa, ou, em outras palavras, o “banco de comunicação” é dela mesma, 
“tais como os sinais manuais, expressões faciais, língua de sinais, movimen-
tos corporais, gestos, piscar de olhos para indicar ‘sim’ ou ‘não’” (MANZINI; 
DELIBERATO, 2006, p. 5-6).
Conhecendo a comunicação alternativa 3
Comunicação alternativa 47
As expressões são totalmente produzidas pelos seus usuários, 
ou seja, ela é realizada por meio das ações que o próprio aluno pode pro-
duzir, sem o auxílio de outra pessoa ou de equipamentos.
Cabe salientar que o uso da escrita, assim como o da língua de si-
nais, é um recurso importante quando o aluno não tem a possibili-
dade de falar, pois estabelece uma comunicação face a face. Embora 
sejam possibilidades comunicativas importantes, tanto a escrita 
como a língua de sinais requerem habilidades motoras e, nesse sen-
tido, nem todos os alunos com deficiência física têm possibilidade 
de utilizá-las. (MANZINI; DELIBERATO, 2006, p. 6, grifo nosso)
Para selecionar, planejar e aplicar um sistema de comunicação, Manzini 
e Deliberato (2006) advertem que temos que estar atentos ao ambiente indi-
vidual e do entorno do aluno e, também, aos dispositivos legais voltados à 
acessibilidade, desenho universal, CIF, entre outros. Para essa tarefa, os autores 
descrevem algumas das propriedades que devem ser atendidas pelo sistema de 
comunicação alternativa:
• o sistema utilizará objetos concretos?
• o sistema será composto por fotografias, figuras ou desenhos?
• terá como base um sistema de símbolos gráficos (pictográficos,ideográficos ou aleatórios)?
• o sistema será combinado?
• far-se-á uso da ortografia?
• o sistema será composto por sistemas gestuais?
Esses autores observam ainda:
Para fazer esse delineamento é necessária uma avaliação do alu-
no (DELIBERATO; MANZINI, 1997), e também da participação 
do professor, da família, do fonoaudiólogo e, se possível, de uma 
equipe para avaliar as possibilidades do aluno e da situação.
Conhecendo a comunicação alternativa3
Comunicação alternativa48
Em linhas gerais, para avaliar o aluno e a situação na qual o siste-
ma será utilizado, deveremos verificar:
1. as habilidades físicas do usuário: acuidade visual e auditiva; ha-
bilidades perceptivas; fatores de fadiga; habilidades motoras tais 
como preensão manual, flexão e extensão de membros superiores, 
habilidade para virar páginas;
2. as habilidades cognitivas: compreensão, expressão, nível de es-
colaridade, fase de alfabetização;
3. o local onde o sistema será utilizado: casa, escola, comunidade;
com quem o sistema será utilizado: pais, professores, amigos, co-
munidade em geral;
4. com qual objetivo o sistema será utilizado: ensino em sala de 
aula, comunicação entre amigos.
Dessa forma, é importantíssimo fazer um levantamento das ha-
bilidades já existentes e do potencial do aluno, uma vez que o re-
curso alternativo de comunicação dará possibilidade ao professor 
de trabalhar aspectos da compreensão e expressão da linguagem 
do aluno.
Tendo em mãos os dados dessa avaliação, é possível preparar o 
recurso a ser utilizado, ou seja, qual será a forma desse recurso, 
por exemplo, se ele deverá conter um vocabulário específico para 
a sala de aula ou para outra situação, se haverá um vocabulário 
básico com figuras acoplado com letras, ou mesmo com objetos. 
(MANZINI; DELIBERATO, 2006, p. 6-7)
Conhecendo a comunicação alternativa 3
Comunicação alternativa 49
Extra 
Assista ao vídeo A importância da comunicação. Disponível em: <www.you-
tube.com/watch?v=u8kI_5D2RoM>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Atividades 
Para essa atividade é necessário assistir ao vídeo Comunidade alternativa – 
atividade preparatória para uso de pranchas de comunicação. Após assistir ao vídeo, 
escreva cinco linhas sobre o processo de aplicação das pranchas de comunica-
ção à criança com deficiência. Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=Y-
jIf6ICIGhg>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Referência
MANZINI, Eduardo; DELIBERATO, Debora. Recursos para a comunicação 
alternativa. Brasília: Ministério da Educação, 2006. Disponível em: <http://portal.mec.
gov.br/seesp/arquivos/pdf/ajudas_tec.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2017.
Resolução da atividade
A comunicação alternativa em pranchas será desenvolvida gradativamente. No 
vídeo, a professora descreve os passos para essa atividade. É necessário ampliar o reper-
tório de símbolos do aluno, usando objetos ou brinquedos. Para isso, a criança deverá 
explorar os objetos para que depois passem para as figuras que estarão na prancha. 
Desse modo, trabalham-se a segurança, a autonomia, as escolhas e, com isso, a criança 
passa a estabelecer laço com o professor e a comunidade no entorno.
Conhecendo a comunicação alternativa3
Comunicação alternativa50
3.3 Comunicação alternativa aplicada à educação
Pensar sobre a comunicação alternativa aplicada à educa-
ção é refletir sobre os princípios da educação atual sustentada 
na ética e na cidadania, para o pleno desenvolvimento do ser 
humano; uma educação que valoriza o acesso e a permanência 
do aluno no espaço escolar.
É a escola para todos. Santos (2007), quando reflete sobre os indicadores 
de uma escola atual, identifica como sendo aquela que foca seu trabalho com as 
diferenças em sala de aula, no contexto da diversidade cultural, em ações que 
desenvolvam o trabalho com as diferenças e os variados ritmos de aprendiza-
gem do alunado.
Transformação das dinâmicas e das metodologias utilizadas em 
sala de aula: organização dos tempos e espaços com característi-
cas individuais, em dupla, em pequeno grupo e em grande grupo, 
viabilizando a ocorrência não apenas de ensino, mas de aprendi-
zagens que ocorrem nas interações professor e alunos.
Reorganização do tempo e espaço de forma flexível: o Projeto es-
colar pressupõe flexibilidade de horários (aulas geminadas, aulas 
curtas etc.) e ocupação de outros espaços que permitam ritmos e 
atividades diversificados.
Formação em serviço: a aprendizagem permanente não para e 
o desafio de uma educação de qualidade está sempre presente 
para que os estudos contínuos aconteçam sempre. (SANTOS, 
2007, p. 27, grifo nosso)
Esses sinais revelam o quanto a escola é coerente com os dispositivos le-
gais para o desenvolvimento do indivíduo, alicerçada no paradigma da inclu-
são: autonomia, empoderamento e independência.
Vídeo
Conhecendo a comunicação alternativa 3
Comunicação alternativa 51
Uma boa via na efetivação do paradigma, segundo Galvão (2012), está na 
atitude paciente, respeitosa ao ritmo da criança, e persistente ao estímulo, por 
parte do professor, no enfrentamento dos obstáculos cotidianos. Um exemplo:
A escola ao lidar com o aluno surdocego precisa estar ciente da 
importância da comunicação para este aluno, compreendendo, 
por exemplo, que não basta o aluno surdocego usar gestos e sons 
que só ele entende. É preciso que as suas formas de expressão es-
tejam inseridas em um sistema linguístico, seja este baseado na 
língua oral ou gestual. Ou seja, para facilitar o acesso do aluno aos 
conteúdos escolares é importante conhecer as peculiaridades que 
envolvem a sua comunicação, acolhendo os limites e possibilida-
des das formas de comunicação usadas pelos alunos. (GALVÃO, 
2012, p. 333)
Ressalta-se a importância da aplicabilidade das Ajudas Técnicas, especi-
ficamente da comunicação alternativa, para assegurar e viabilizar as políticas 
públicas educacionais à pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida ou 
idosa. Desse modo, a educação favorece o acesso, participação e qualidade de 
vida por parte de todas as pessoas. Devendo assim estarem integrados aos re-
cursos da sociedade informacional e ao currículo escolar.
Extra 
Assista ao vídeo Brinquedo para todos – Parque infantil inclusivo – Acessibilidade – 
Desenho Universal. Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=AitFN62dMts>. 
Acesso em: 21 mar. 2017.
Conhecendo a comunicação alternativa3
Comunicação alternativa52
Atividades 
Leitura do texto “Audiodescrição – recurso de acessibilidade para inclusão 
cultural das pessoas com deficiência”, da autora Livia Maria Villela de Mello 
Motta. Disponível em: <http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.
asp?artigo=1210>. Acesso em: 22 mar. 2017.
Com base nessa leitura, defina audiodescrição.
Referências
DELIBERATO, Débora. Comunicação alternativa: recursos e procedimentos utilizados 
no processo de inclusão do aluno com severo distúrbio na comunicação. Disponível 
em: <www.unesp.br/prograd/PDFNE2005/artigos/.../comunicacaoalternativa.pdf>. 
Acesso em: 10 mar. 2017.
GALVÃO, Nelma de Cássia Silva Sandes. A comunicação construindo redes entre a escola 
e o aluno com surdocegueira. In: MIRANDA, Theresinha Guimarães; GALVÃO FILHO, 
Teófilo Alves (Org.). O professor e a educação inclusiva. Salvador: EDUFBA, 2012.
MOTTA, Lívia Maria Villela de Mello. Audiodescrição – recurso de acessibilidade para 
a inclusão cultural das pessoas com deficiência visual, 2008. Disponível em: <www.
vercompalavras.com.br/pdf/artigo-audiodescricao-recurso-de-acessibilidade.pdf>. 
Acesso em: 21 mar. 2017.
SANTOS, Maria. Inclusão social e educação: inclusão escolar desafios e possibilidades. 
In: BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Ética e cidadania: 
construindo valores na escola e na sociedade. Fundo Nacional de Desenvolvimento da 
Educação, Brasília, 2007. Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/
materiais/0000015509.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Resolução da atividade
A audiodescrição é um recurso de acessibilidade que amplia o entendi-mento das pessoas com deficiência visual em eventos culturais (peças de 
Conhecendo a comunicação alternativa 3
Comunicação alternativa 53
teatro, programas de TV, exposições, mostras, musicais, óperas, desfiles, 
espetáculos de dança), turísticos (passeios, visitas), esportivos (jogos, lu-
tas, competições), acadêmicos (palestras, seminários, congressos, aulas, 
feiras de ciências, experimentos científicos, histórias) e outros, por meio 
de informação sonora. Transforma o visual em verbal, abrindo possibi-
lidades maiores de acesso à cultura e à informação, contribuindo para 
a inclusão cultural, social e escolar. Além das pessoas com deficiência 
visual, a audiodescrição amplia também o entendimento de pessoas com 
deficiência intelectual, idosos e disléxicos. (MOTTA, 2008, p. 1)
Ampliando seus conhecimentos
Comunicação alternativa: recursos e 
procedimentos utilizados no processo 
de inclusão do aluno com severo 
distúrbio na comunicação
(DELIBERATO, 2005)
[...] Quando pensamos em discutir a respeito de comunicação suple-
mentar e/ou alternativa não podemos nos esquecer que é uma das áreas 
que faz parte da Tecnologia Assistiva, ou seja, nas mais diferentes culturas 
através da história as pessoas criaram adaptações e utilizaram ferramen-
tas e equipamentos especiais para auxiliar as pessoas com necessidades 
especiais em suas sociedades. 
A tecnologia assistiva engloba áreas como: comunicação suplementar 
e/ou alternativa, adaptações e acesso ao computador, equipamentos de au-
xílio para déficits sensoriais, adaptações de postura, adaptações de jogos e 
Conhecendo a comunicação alternativa3
Comunicação alternativa54
atividades de brincadeiras nas diferentes situações como na escola, casa e 
outros ambientes, permitindo a possibilidade de inclusão social e escolar. 
Os estudos de comunicação alternativa e/ou suplementar começaram 
a ser desenvolvidos a partir da década de 70, quando se começou a repen-
sar as definições da deficiência mental, física ou auditiva levando-se em 
conta que se tratava, também, de grupos “marginalizados” na sociedade, 
mas que deveriam participar e poderiam ser capazes. 
Comunicação suplementar e/ou alternativa refere-se a todas as for-
mas de comunicação que possam complementar, suplementar e/ou substi-
tuir a fala. Dirige-se a cobrir as necessidades de recepção, compreensão e 
expressão da linguagem e, assim, aumentar a interação comunicativa dos 
indivíduos não falantes (VON TETZCHNER; JENSEN, 1996). 
De acordo com Thiers (1995); von Tetzchner (1997) e von Tetzchner e 
Martinsen (2000) a comunicação alternativa tem como objetivo promover 
a fala e garantir uma forma alternativa de comunicação. Por sua vez Nunes 
(2001), complementou afirmando que comunicação alternativa envolve o 
uso de gestos, expressões faciais, símbolos gráficos (incluindo a escrita, 
desenhos, gravuras e fotografias) como forma de efetuar a comunicação 
de pessoas incapazes de se utilizarem à linguagem verbal. A comunicação 
ampliada ou suplementar possui um duplo propósito: promover e suple-
mentar a fala e garantir uma forma alternativa, caso o indivíduo não tenha 
possibilidade de desenvolver a fala. 
Segundo Capovilla (1996, 2001) a definição de sistemas suplemen-
tares e/ou alternativos de comunicação seria um conjunto de elementos 
organizados para sustentar a comunicação expressiva. Há dois tipos: sis-
temas sem ajuda: quando mensagens são produzidas por um membro do 
corpo e sistemas com ajuda: quando é necessário algo exterior ao corpo 
para transmissão da mensagem.
4
Recursos para 
a comunicação 
alternativa
Aplicar os recursos dos sistemas 
alternativos de comunicação
Objetivos:
Recursos para a comunicação alternativa4
Comunicação alternativa56
4.1 Sistemas alternativos de comunicação
Os sistemas alternativos de comunicação são representa-
dos por marcadores como gestos, alfabeto digital, signos, fotos, 
figuras e desenhos. Os sistemas alternativos mais populares no 
Brasil são: Blissymbols (Bliss), Picture Communication Symbols 
(PCS) e Pictogram Ideogram Communication Symbols (PIC).
Sonza (2013, p. 255) destaca que os sistemas de comunicação aumentativa 
e alternativa se referem aos componentes (símbolos, gestos, recursos, estraté-
gias e técnicas) utilizados pelos indivíduos para comunicação. Podem ser ma-
nuais ou gráficos, sendo que os primeiros são aqueles que não requerem ajuda 
externa, como: gestos, alfabeto digital e Libras (sem as flexões), além de outros 
marcadores gramaticais complexos que venham a ser utilizados por ouvintes.
4.1.1 Sistema Bliss: 
[...] os símbolos são compostos por um número pequeno de for-
mas, os elementos simbólicos. Esses são combinados para repre-
sentar milhares de significados. Os símbolos podem ser: pictográ-
ficos (desenhos que parecem com aquilo que desejam simbolizar); 
arbitrários (desenhos que não possuem relação pictográfica entre 
forma e aquilo que desejam simbolizar); ideográficos (desenhos 
que simbolizam a ideia de algo, criam uma associação gráfica 
entre símbolo e o conceito que ele representa) e compostos (gru-
pos de símbolos agrupados para representar objetos e ideias). 
(SONZA, 2013, p. 256)
Vídeo
Recursos para a comunicação alternativa 4
Comunicação alternativa 57
Figura 1 – Exemplo de sistema Bliss.
Mulher Proteção Mãe
+ =
(SONZA, 2013, p. 256.)
4.1.2 Sistema PCS: 
[...] é basicamente pictográfico. Criado para indivíduos com com-
prometimento na comunicação oral e que não compreendem o 
sistema ideográfico. Segue a mesma divisão sintática e cores dos 
Símbolos Bliss. (FERNANDES, 2000 apud SONZA, 2013, p. 256)
Figura 2 – Exemplo sistema PCS.
Mãe Casa Dormir Feliz
(SONZA, 2013, p. 257).
4.1.3 Sistema PIC:
[...] sistema basicamente pictográfico. Os símbolos são desenhos 
estilizados em branco com fundo preto. Visualmente são fáceis de 
serem reconhecidos, porém, de acordo com Fernandes (2000), o 
sistema é menos versátil e mais limitado, pelo fato de os símbolos 
não serem combináveis. (SONZA, 2013, p. 257)
Figura 3 – Exemplo sistema PIC.
Mãe CaminhãoComer
Recursos para a comunicação alternativa4
Comunicação alternativa58
(SONZA, 2013, p. 257).
Extra 
Sugerimos a leitura do artigo: “Desafios para a tecnologia da informa-
ção e comunicação em espaço educacional inclusivo”, dos autores Amanda 
Meincke Melo, Janaína Speglich de Amorim, M. Cecília C. Baranauskas e 
Susie de Araujo Campos Alcoba. Publicado no XXV Congresso da Sociedade 
Brasileira de Computação. São Leopoldo-RS, 22 a 29 de julho, 2005. O arquivo 
pode ser encontrado no link: <http://www.br-ie.org/pub/index.php/wie/article/
view/874>. Acesso em: 22 mar. 2017.
Atividades 
Para esta atividade, leia o artigo de Maria Cecília Martins e registre qua-
tro aspectos básicos sobre os quais a autora reflete: “Situando o uso da mídia em 
contextos educacionais”. Disponível em: <http://201.55.32.167/retc/index.php/
RETC/article/view/180>. Acesso em: 22 mar. 2017.
Referências
SONZA, Andréa P. (Org.) Acessibilidade e Tecnologia Assistiva: pensando a inclusão 
sociodigital de pessoas com necessidades especiais. Bento Gonçalves: Ministério da 
Educação, 2013. Disponível em: <www.planetaeducacao.com.br/portal/conteudo_
referencia/acessibilidade-tecnologia-assistiva.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Resolução da atividade
O texto reflete sobre as práticas educacionais em alguns pontos:
Recursos para a comunicação alternativa 4
Comunicação alternativa 59
• a integração de materiais e mídias diversificadas;
• desafios e possibilidades da era digital;
• processo de desenvolvimento e diversidade expressiva do ser humano diante dos 
elementos tecnológicos atuais;
• dificuldades para apropriação de recursos tecnológicos na educação;
• fluência tecnológica.
4.2 Estratégias nos recursos para comunicação 
alternativa
Para identificar o recurso de comunicação alternativa mais 
adequado às necessidades do aluno com deficiência, Manzini 
e Deliberato (2006) descrevem o banco de ideias, com a fina-
lidade de instrumentalizar

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