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Fundação Biblioteca Nacional ISBN 978-85-387-6316-1 9 788538 76316 1 C om unicação alternativa Comunicação alternativa Irene Carmem Picone Prestes Mário Lúcio de Lima Nogueira 2017 © 2014-2017 IESDE BRASIL S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais. Todos os direitos reservados. IESDE BRASIL S/A. Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 Batel – Curitiba – PR 0800 708 88 88 – www.iesde.com.br Produção CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ ________________________________________________________________________ P939c Prestes, Irene Carmem Picone Comunicação alternativa / Irene Carmem Picone Prestes, Mário Lúcio de Lima No- gueira. - 1. ed. - Curitiba, PR : IESDE Brasil, 2017. 128 p. : il. ; 21 cm. ISBN 978-85-387- 6316-1 1. Educação especial . 2. Acessibilidade. I. Nogueira, Mário Lúcio de Lima. II. Título. 17-40512 CDD: 371.94 CDU: 376.43 ________________________________________________________________________ Capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa: Max Krasnov/Shutterstock O que é comunicação? É transmitir oralmente uma mensagem? É a ação de um emissor enviar uma mensagem a um receptor? É possível viver sem comunicação? Essas questões são de grande importância para elucidar o conceito de comunicação. Comunicação é a possibilidade de uma pessoa expressar uma men- sagem de forma diversificada e possibilita a interação entre as pessoas nos diferentes ambientes que estão ao seu redor. Em educação especial, a expressão comunicação alternativa e/ou suple- mentar é usada para fazer referência a um conjunto de procedimentos técni- cos e metodológicos direcionado a pessoas acometidas por alguma doença, deficiência, ou alguma outra situação momentânea que impede a comuni- cação com as demais pessoas por meio dos recursos usualmente utilizados, mais especificamente a fala, segundo orientam Manzini e Deliberato. A comunicação foi e continua a ser o elo mais importante da evolu- ção humana, fez o grande diferencial entre o hoje e o ontem. Será a mola propulsora entre o hoje e o amanhã e será uma grande força contributi- va de um futuro bem próximo. Esperamos, portanto, que este livro contribua com seu aprendizado a respeito da comunicação alternativa e as questões que estão relaciona- das a esse conceito. Boa leitura! Apresentação Irene Carmem Picone Prestes Mestre em Educação pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Especialista em Antropologia Cultural pela UFPR. Especialista em Psicopedagogia pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP). Psicanalista. Psicóloga. Docente na UTP. Presidente da Comissão de Educação Inclusiva da UTP. Mário Lúcio de Lima Nogueira Mestre em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Especialista em Educação Especial Altas Habilidades pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Especialista em Psicopedagogia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Graduado em Formação de Oficiais da Ativa do Exército Brasileiro pela Agência Militar das Agulhas Negras. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação a Distância e Psicologia da Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: projeto político pedagógico, educação inclusiva, educação especial, pesquisa em educa- ção, psicologia do desenvolvimento e psicologia da aprendizagem. Sobre os autores Sumário 1 Dimensões de acessibilidade 9 1.1 Contextualização da acessibilidade 10 1.2 Legislação da acessibilidade 13 1.3 Compreendendo as dimensões da acessibilidade 18 2 Acessibilidade virtual 27 2.1 Sobre a inclusão digital 28 2.2 Universalização tecnológica e comunicacional 31 2.3 Cidadania na era da informação 34 3 Conhecendo a comunicação alternativa 41 3.1 Aprendendo sobre a comunicação alternativa 42 3.2 Definindo um sistema de comunicação alternativa 45 3.3 Comunicação alternativa aplicada à educação 49 4 Recursos para a comunicação alternativa 55 4.1 Sistemas alternativos de comunicação 56 4.2 Estratégias nos recursos para comunicação alternativa 59 4.3 Comunicação alternativa – desenvolvendo autonomia 62 Sumário 5 Sala de recursos multifuncionais e acessibilidade 69 5.1 Escola acessível 70 5.2 Reconhecendo a sala de recursos multifuncionais 73 5.3 Espaço multifuncional de aprender a ser 77 6 O ensino em ambientes informatizados 85 6.1 Ambientes informatizados de aprendizagem e educação especial 86 6.2 A importância e o desenvolvimento de projetos de ensino-aprendizagem em ambientes informatizados 89 6.3 Elaboração de projetos em ambientes informatizados de aprendizagem 91 7 A educação a distância como recurso facilitador no processo ensino-aprendizagem de indivíduos com necessidades educacionais especiais 97 7.1 A tecnologia na educação 98 7.2 Possibilidades da educação a distância 100 7.3 A educação a distância e as pessoas com necessidades educacionais especiais 104 8 A informática como instrumento de comunicação alternativa 113 8.1 A informática e a comunicação 114 8.2 A comunicação alternativa 118 8.3 Algumas reflexões à guisa de conclusão 122 1 Dimensões de acessibilidade Conhecer a contextualização atual da acessibilidade, entender a legislação que envolve a acessibilidade e reconhecer a aplicabilidade das dimensões de acessibilidade no processo de inclusão. Objetivos: Dimensões de acessibilidade1 Comunicação alternativa10 1.1 Contextualização da acessibilidade Uma proposta de contextualização busca revelar a articu- lação das diversas realidades presentes na sociedade do mun- do globalizado para que possam emergir um significado e um sentido da realidade observada. Assim apresentamos alguns pontos relevantes para a contextualização e compreensão da acessibilidade na atual sociedade inclusiva brasileira. Para enfrentar os desafios do século XXI, novas concepções de educação de- vem ser ampliadas para uma visão de plenitude, em que as pessoas possam, em síntese, aprender a ser, conforme aponta o relatório da Comissão Internacional de Educação para o século XXI feito para a Unesco (2010) sobre os pilares da educa- ção. A Constituição Brasileira de 1988 garante o direito de igualdade a todos os cidadãos no espaço social da nação. Esse direito inclui o acesso a serviços essen- ciais, como habitação própria, saúde, educação e trabalho, para todas as pessoas sem qualquer forma de discriminação. É direito do cidadão e cabe ao Estado a promoção e a proteção desse direito por meio da implementação e manutenção de ações que atendam, individual e coletivamente, às necessidades e às expecta- tivas do cidadão. Na celebração dos 25 anos de vigência da Carta Constitucional do Brasil, como parte das comemorações, o Governo Federal lançou uma versão da Constituição em texto, áudio e linguagem de sinais – Libras (Língua Brasileira de Sinais), fortalecendo o paradigma vigente de acessibilidade na sociedade in- clusiva brasileira. A Constituição pode ser consultada por todas as pessoas no site PCD Legal, uma biblioteca virtual disponível em: <www.pcdlegal.com.br/ constituicaofederal/#.VDwiSPldWm2>. É notório que grande parte da população é confrontada cotidianamente com diferentes barreiras, que tornam inacessíveis o transporte coletivo, prédios públicos, metodologias educacionais, tecnologias de baixo custo, comunicação Vídeo Dimensões de acessibilidade 1 Comunicação alternativa 11 nos setores públicos, entre outros obstáculos. Vale verificar os números no Censo Demográfico do IBGE, realizado em 2010, de características da popula- ção, religião e pessoa com deficiência: Os resultados do Censo Demográfico de 2010 apontaram 45 606 048 milhões de pessoas que declaram ter pelo menos uma das deficiên- cias investigadas, correspondendo a 23,9% da população brasileira. Dessas pessoas 38 473 702 se encontravam em áreas urbanas e 7 132 347 em áreas rurais. A regiãoNordeste concentra os municípios com os maiores percentuais da população com pelo menos uma das defi- ciências investigadas [...]. (IBGE, 2010, p. 73) Os dados do Censo são significativos e justificam o incremento nas ações voltadas à acessibilidade, inclusão, tecnologias assistivas e comunicação alter- nativa nos espaços de educação formal e não formal e organizações do estado nacional. Ainda, vale um alerta, devemos considerar que a possibilidade de en- frentamento das barreiras, obstáculos do cotidiano ou até mesmo da condição de deficiência temporária assola qualquer pessoa em alguma situação de vida, senão a todos os sujeitos no processo do desenvolvimento do envelhecer que traz limitações naturais a todo o ser humano. Outro aspecto fundamental nessa contextualização e que interfere na aces- sibilidade e no processo inclusivo trata da globalização que, como um processo complexo atual, traduz o modo das interações entre os continentes e os países. Esse mecanismo interfere nas decisões numa gama de aspectos econômicos, educacionais, culturais e políticos, que articulam os confrontos planetários. Por meio da globalização, as pessoas estão mais próximas de todo mundo, os governos e as organizações trocam ideias, realizam transações e disseminam um modus operandi nas questões da educação e cultura pelos quatro cantos do planeta, como as proposições da ONU e da Unesco, expandindo, dessa forma, os limites das fronteiras e da territorialidade e consequentemente interferindo nas atitudes das pessoas. Dimensões de acessibilidade1 Comunicação alternativa12 O sociólogo português Boaventura de Sousa Santos confirma essa comple- xidade e nos ajuda a refletir sobre o conceito de globalização quando considera que “o global e o local são socialmente produzidos no interior dos processos de globalização” (SANTOS, 2002, p. 63). Isso nos conduz a compreender a com- plexidade da globalização, a qual produz trocas entre as redes humanas sem fronteiras, indiscriminada e instantaneamente. Ampliam desta forma a terri- torialidade dos continentes e estabelecem a complexidade das decisões, dos recursos, dos instrumentos, entre outros, hoje em dia. Sem dúvida, favorecem e fortalecem cada vez mais as ações coletivas civilizatórias. Extra Recomendamos a leitura da Declaração Mundial sobre Educação para Todos (Conferência de Jomtien – 1990). Brasil, UNICEF. Disponível em: <www.unicef. org/brazil/pt/resources_10230.htm>. Acesso em: 21 mar. 2017. Atividades Liste cinco palavras-chave relacionadas à acessibilidade. Referências DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para a Unesco da Comissão Internacional para a educação do século XXI. Brasília: julho, 2010. Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/images/0010/001095/109590por.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017. INSTITUTO BRASILEIRO DE ESTATÍSTICA E GEOGRAFIA – IBGE. Censo Demográfico 2010. Características gerais da população, religião e pessoas com deficiência. Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão. IBGE. ISSN 0104- 3145. Censo demogr. Rio de Janeiro, p. 1-215, 2010. Disponível em: <http:// biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/94/cd_2010_religiao_deficiencia. pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017. Dimensões de acessibilidade 1 Comunicação alternativa 13 SOUSA SANTOS, Boaventura (Org.). A globalização e as Ciências Sociais. São Paulo: Cortez, 2002. Disponível em: <http://www.do.ufgd.edu.br/mariojunior/arquivos/ boaventura/globalizacaoeciencias.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017. UNICEF. Declaração Mundial sobre Educação para Todos (Conferência de Jomtien –1990). Disponível em: <www.unicef.org/brazil/pt/resources_10230.htm>. Acesso em: 21 mar. 2017. Resolução da atividade Acessibilidade: lei, cidadania, autonomia, globalização, comunicação. 1.2 Legislação da acessibilidade Inicialmente, define-se acessibilidade como a possibilidade para a remoção dos entraves que representam as barreiras para a efetiva usabilidade e participação de pessoas nos diversos ce- nários da vida pessoal, social e profissional. Ainda, entende-se que a acessibilidade está diretamente vinculada aos pressupos- tos da inclusão social e educacional, ou seja, trata-se de questões próprias dos Direitos Humanos Universais e do pleno exercício da cidadania. A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) é um do- cumento marco na história dos direitos humanos. Elaborada por representantes de diferentes origens jurídicas e culturais de todas as regiões do mundo, a Declaração foi proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em Paris, em 10 de Dezembro de 1948 [...]. Ela estabelece, pela primeira vez, a proteção universal dos di- reitos humanos. [...] Uma série de tratados internacionais de direitos humanos e outros instrumentos adotados desde 1945 expandiram o corpo do direito internacional dos direitos humanos. (ONUBR, 2017) Vídeo Dimensões de acessibilidade1 Comunicação alternativa14 A acessibilidade enquanto direito humano deve nortear-se nos alicerces da inclusão que visam à autonomia, à independência e ao empoderamento da pessoa com deficiência. Segundo Sassaki (1997, p. 38), empoderamento significa “o pro- cesso pelo qual uma pessoa usa o seu poder pessoal inerente à sua condição para fazer escolhas e tomar decisões, assumindo, assim, o controle de sua vida”. Portanto, a acessibilidade nas dimensões arquitetônica, tecnológica, co- municacional, linguística, pedagógica e atitudinal (preconceito, medo e igno- rância), preconiza a construção de acesso e a eliminação dos diversos tipos de barreiras, favorecendo a dignidade e o bem-estar daqueles que têm limitações ou mobilidade reduzida. A legislação, em geral, existe para promoção da igualdade de oportunida- des entre as pessoas, especificamente da pessoa com deficiência, visando a um fim comum: tornar a estrutura em que vivemos apta a acolher as diferenças individuais e a diversidade cultural. Assim, é importante destacar e compreen- der o sentido e o significado da lei, em uma citação de Dischinger. Lei: no sentido jurídico, é a regra jurídica escrita, instituída pelo legislador, no cumprimento de um mandato, que lhe é outorgado pelo povo. Segundo Clóvis Beviláqua, “A ordem geral obrigatória que, emanada de uma autoridade competente reconhecida, é im- posta coativamente à obediência de todos”. A lei institui a ordem jurídica, em que se funda a regulamentação, para manter o equi- líbrio entre as relações do homem na sociedade, no tocante a seus direitos e deveres. (DISCHINGER, 2012, p. 103-104) A lei organizadora da sociedade visa, então, ao aprimoramento da civili- zação e à evolução do ser humano. A legislação da acessibilidade consiste na construção de um mundo includente, permitindo a existência integral e plena da pessoa. Fazer parte de uma sociedade significa ter condições de desempe- nhar papéis dos quais somos capazes, como o de pais, cidadãos, estudantes, trabalhadores, entre outros, de modo que a nossa capacidade não seja obstada por barreiras externas. Dimensões de acessibilidade 1 Comunicação alternativa 15 O Decreto 5.296/2004, que regulamenta, inclusive, a Lei Federal 10.098/2000, sustentando a acessibilidade e estabelecendo as normas e critérios básicos para a promoção de acessibilidade de pessoas com deficiência ou mobilidade redu- zida, em seu artigo 8° (incisos I e II) esclarece: Das condições gerais da acessibilidade Art. 8° Para os fins de acessibilidade, considera-se: I. acessibilidade: condição para utilização, com segurança e auto- nomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos disposi- tivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida; II. barreiras: qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a liberdade de movimento, a circulação com segurança e a possibilidade de as pessoas se comunicarem ou terem acesso à informação, classificadas em:a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias públicas e nos es- paços de uso público; b) barreiras nas edificações: as existentes no entorno e interior das edificações de uso público e coletivo e no entorno e nas áreas inter- nas de uso comum nas edificações de uso privado multifamiliar; c) barreiras nos transportes: as existentes nos serviços de trans- portes; e d) barreiras nas comunicações e informações: qualquer entra- ve ou obstáculo que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens por intermédio dos dispositivos, meios ou sistemas de comunicação, sejam ou não de massa, bem como aqueles que dificultem ou impossibilitem o acesso à informação. (BRASIL, 2004) Dimensões de acessibilidade1 Comunicação alternativa16 Ainda baseando-se na legislação, é possível desdobrar a acessibilidade em seis dimensões: 1. Acessibilidade arquitetônica – sem barreiras ambientais físicas em todos os recintos internos e externos da escola e nos transportes coletivos. 2. Acessibilidade comunicacional – sem barreiras na comunicação in- terpessoal, na comunicação escrita e na comunicação virtual e digital. 3. Acessibilidade metodológica – sem barreiras nos métodos e técni- cas de estudo, de ação comunitária, cultural e de educação dos filhos, dos estudantes e nas relações familiares. 4. Acessibilidade instrumental – sem barreiras nos instrumentos e utensílios de estudo, de atividades habituais da vida diária e de la- zer, esporte e recreação (dispositivos que atendam às limitações sen- soriais, físicas e mentais etc.). 5. Acessibilidade programática – sem barreiras invisíveis embutidas em políticas públicas (leis, decretos, portarias, resoluções, medidas provisórias etc.), em regulamentos (institucionais, escolares, empre- sariais, comunitários etc.) e em normas de um modo geral. 6. Acessibilidade atitudinal – através de programas e práticas de sen- sibilização e de conscientização das pessoas em geral e da convivên- cia na diversidade humana resultando em quebra de preconceitos, estigmas, estereótipos e discriminações. A legislação de acessibilidade assim descrita pretende contribuir para que todo ser humano, independentemente de suas diferenças físicas ou capacida- des sensório-perceptivas, possa ter garantido a equidade de oportunidades para além das deficiências, na valorização da dignidade, independência e au- tonomia do cidadão. Dimensões de acessibilidade 1 Comunicação alternativa 17 Extra Recomendamos assistir ao vídeo Jovens brasileiros participam na sede da ONU de debate sobre a inclusão. Disponível no link <http://www.inesc.org.br/noticias/ noticias-do-inesc/2014/setembro/quatro-adolescentes-e-jovens-brasileiros-participam -na-sede-da-onu-de-debate-sobre-inclusao-escolar>. Acesso em: 21 mar. 2017. Atividades Construa um pequeno texto de três a quatro linhas relacionando Direitos Humanos Universais – Cidadania – Diversidade. Referências BRASIL. Lei 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida e dá outras providências. Publicada no Diário Oficial da União, em 20 dezembro de 2000. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/ l10098.htm>. Acesso em: 21 mar. 2017. ______. Decreto 5.296, de 02 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida e dá outras providências. Publicado no Diário Oficial da União, em 3 dezembro de 2004. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/ Decreto/D5296.htm>. Acesso em: 21 mar. 2017. DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para a Unesco da Comissão Internacional para a educação do século XXI. Brasília: julho, 2010. Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/images/0010/001095/109590por.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l10098.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l10098.htm Dimensões de acessibilidade1 Comunicação alternativa18 DISCHINGER, Marta. Promovendo acessibilidade espacial nos edifícios públicos: programa de acessibilidade às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida nas edificações de uso público. Florianópolis: MPSC, 2012. 161p. Disponível em: <http:// www.mpam.mp.br/attachments/article/5533/manual_acessibilidade_compactado.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2017. ONUBR. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Disponível em: <https:// nacoesunidas.org/direitoshumanos/declaracao/>. Acesso em: 22 mar. 2017. SASSAKI, Romeu. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997. UNICEF. Declaração Mundial sobre Educação para Todos (Conferência de Jomtien – 1990). Disponível em: <www.unicef.org/brazil/pt/resources_10230.htm>. Acesso em: 21 mar. 2017. Resolução da atividade Entende-se que, em essência, o que as leis voltadas aos direitos humanos preservam é o valor da diversidade humana e a garantia de igualdade social como instrumento de bem-estar e de desenvolvimento inclusivo, social e educacional. Para ser cidadã ou cida- dão, cada pessoa, única e singular, precisa conviver com toda a sociedade e oferecer a todos o seu saber, habilidades e competências, em uma troca de permanente aperfeiçoamento. 1.3 Compreendendo as dimensões da acessibilidade Reconhecer a aplicabilidade das seis dimensões de aces- sibilidade propostas na legislação nos fortalece no reconheci- mento do caminho trilhado nas práticas para a verdadeira so- ciedade inclusiva, que abre suas portas à pessoa com deficiência na vida escolar para a vida profissional, a fim de conquistar o pleno exercício da cidadania, entendido como o lugar máximo de todo ser hu- mano na civilização. Vídeo Dimensões de acessibilidade 1 Comunicação alternativa 19 É importante considerar, na aplicação das propostas de acessibilidade, a existência de situações ambientais, atitudinais, tecnológicas em que possam ocorrer barreiras, obstáculos de diversos âmbitos. Essas situações devem ser tomadas como parâmetros investigativos para se encontrar a solução viável aos problemas vividos. A alternativa acessível deve considerar o processo históri- co, cultural e educacional, demonstrando a necessidade de constante alinha- mento para soluções criativas e enriquecedoras do ser humano na permanente construção e atualização da sociedade inclusiva. Para a aplicação das seis dimensões de acessibilidade apresentamos algu- mas alternativas: 1. Acessibilidade arquitetônica – sem barreiras ambientais físicas dentro dos critérios preconizados pela norma NBR 9050 (2004), que estabelece os parâmetros técnicos a serem observados quando do projeto, construção, instalação e adaptações de edificações, mobi- liários, equipamentos urbanos ás condições de acessibilidade como rampas, piso tátil, banheiros adaptados, nos transportes coletivos, entre outros. cowardlion/Shutterstock RioPatuca/Shutterstock 2. Acessibilidade comunicacional – sem barreiras na comunicação in- terpessoal (face a face, língua de sinais, linguagem corporal, lingua- gem gestual etc.), na comunicação escrita (jornal, revista, livro, carta, apostila etc., incluindo textos em braile, textos com letras ampliadas Dimensões de acessibilidade1 Comunicação alternativa20 para quem tem baixa visão, notebook e outras tecnologias assistivas para comunicar) e na comunicação virtual (acessibilidade digital). tomgigabite/Shutterstock NataLT/Shutterstock 3. Acessibilidade metodológica – sem barreiras nos métodos e técni- cas de estudo (adaptações curriculares, aulas baseadas nas inteligên- cias múltiplas, uso de todos os estilos de aprendizagem, participação do todo de cada aluno, novo conceito de avaliação de aprendizagem, novo conceito de educação, novoconceito de logística didática etc.), de ação comunitária (metodologia social, cultural, artística etc. ba- seada em participação ativa) e de educação dos filhos (novos méto- dos e técnicas nas relações familiares etc.). 4. Acessibilidade instrumental – sem barreiras nos instrumentos e uten- sílios de estudo (lápis, caneta, transferidor, régua, teclado de computa- dor, materiais pedagógicos), de atividades da vida diária (Tecnologia Assistiva para comunicar, fazer a higiene pessoal, vestir, comer, an- dar, tomar banho etc.) e de lazer, esporte e recreação (dispositivos que atendam às limitações sensoriais, físicas e mentais etc.). Dimensões de acessibilidade 1 Comunicação alternativa 21 Jaren Jai Wicklund/Shutterstock Huntstock.com/Shutterstock 5. Acessibilidade programática – sem barreiras invisíveis embutidas em políticas públicas (leis, decretos, portarias, resoluções, medidas provisórias etc.), em regulamentos (institucionais, escolares, empre- sariais, comunitários etc.) e em normas no geral. 6. Acessibilidade atitudinal – por meio de programas e práticas de sensibilização e de conscientização das pessoas em geral e da convi- vência na diversidade humana, resultando em quebra de preconcei- tos, estigmas, estereótipos e discriminações. Finalizamos esta aula com uma reflexão significativa. A legislação brasi- leira voltada à pessoa com deficiência nas suas diferentes expressões, acessi- bilidade, tecnologias assistivas e comunicação alternativa é de boa qualidade e possui quantidade bastante abrangente, a ponto de destacar o Brasil ao nível de países mais desenvolvidos do ponto de vista político, econômico e social. A questão “deficiente” está no cumprimento prático da legislação e no frágil exercício prático da cidadania. Dimensões de acessibilidade1 Comunicação alternativa22 Extra Sugerimos a leitura do artigo de Romeu Sassaki intitulado “Inclusão: aces- sibilidade no lazer, trabalho e educação”. Disponível em: <www.apabb.org.br/ admin/files/Artigos/Inclusao%20-%20Acessibilidade%20no%20lazer,%20tra- balho%20e%20educacao.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017. Atividades No artigo indicado anteriormente, de Romeu Sassaki, é apresentado um histórico da acessibilidade no Brasil. Monte um esquema com o principal as- pecto de cada década. Referências BRASIL. Lei 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. Publicada no Diário Oficial da União, em 20 dezembro de 2000. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l10098.htm>. Acesso em: 21 mar. 2017. ______. Decreto 5.296, de 02 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida e dá outras providências. Publicada no Diário Oficial da União, em 3 dezembro de 2004. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Decreto/ D5296.htm>. Acesso em: 21 mar. 2017. SASSAKI, Romeu. Inclusão: acessibilidade no lazer, trabalho e educação. Disponível em: <www.apabb.org.br/admin/files/Artigos/Inclusao%20-%20Acessibilidade%20no%20 lazer,%20trabalho%20e%20educacao.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017. VILLAVERDE, Adão (Org.). Manual de redação – mídia inclusiva. Porto Alegre: Assembleia Legislativa, 2011. Disponível em: <www.portaldeacessibilidade.rs.gov.br/ uploads/1313497232Manual_de_Redacao_AL_Inclusiva.pdf.> Acesso em: 21 mar. 2017. Dimensões de acessibilidade 1 Comunicação alternativa 23 YOSHIDA, Maria Aparecida Gomes Bronhara. Pessoas com deficiência: legislação, acessibilidade e trabalho. BEPA, Boletim Epidemiológico Paulista (online), vol. 5, n. 57, São Paulo, set. 2008. Disponível em: < http://periodicos.ses.sp.bvs.br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S1806-42722008000900002&lng=pt>. Acesso em: 09 mar. 2017 Resolução da atividade Breve histórico de acessibilidade no Brasil: • Anos 50 – profissionais denunciam a existência de barreiras. • Anos 60 – Universidades do EUA iniciam eliminação das barreiras arquitetônicas. • Anos 70 – 1975, ONU – Declaração dos Direitos das Pessoas Diferentes. • Anos 80 – Participação plena e igualdade. Ano Internacional das pessoas deficientes. • Anos 90 – Desenho Universal. Diversidade Humana. • Século XXI – 2006, ONU – Acessiblidade. Ampliando seus conhecimentos Pessoas com deficiência: legislação, acessibilidade e trabalho (YOSHIDA, 2008) [...] Acessibilidade é a condição para utilização, com segurança e auto- nomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida. Dimensões de acessibilidade1 Comunicação alternativa24 São consideradas pessoas com mobilidade reduzida as que, tempo- rária ou permanentemente, têm limitada sua capacidade de relacionar-se com o meio e de utilizá-lo, estando aí incluídos idosos, gestantes, lactantes e pessoas acompanhadas por crianças de colo. A questão da acessibilidade é uma das reivindicações mais antigas e de maior visibilidade dos movimentos das pessoas com deficiência, tendo paradigmas que variaram ao longo da história. No início dos anos 1980 buscava-se a eliminação de barreiras arquitetônicas, e em meados daquela década identificavam-se as barreiras ambientais. No início dos anos 1990 eram identificadas, além das barreiras am- bientais e atitudinais, as de comunicação e de transporte. Em meados daquele período surgiu o conceito de desenho universal, ou seja, um planejamento arquitetônico ambiental, de comunicação e transporte em que todas as características das pessoas são atendidas, independente- mente de possuírem ou não uma deficiência. O desenho universal pro- cura romper com a visão de uma arquitetura voltada para um ideal de homem ou a um pretenso homem médio, buscando respeitar a diversi- dade humana. No final daquela década, passou-se a usar simultanea- mente acessibilidade ao termo desenho universal. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) elaborou em 2004 a segunda edição da Norma Brasileira NBR 9050, que versa sobre: “Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos.” Em decorrência do interesse social dessa norma, e tendo em vista a relevância e o caráter público de que se reveste, foi firmado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre o Ministério Público Federal e a ABNT, para que essa norma fosse disponibilizada, na íntegra e gratuita- mente, para acesso amplo e irrestrito a qualquer cidadão. Dimensões de acessibilidade 1 Comunicação alternativa 25 Assim, por meio da Secretaria Especial de Direitos Humanos - Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE) -, a NBR 9050 encontra-se no site: http://www.mj. gov.br/sedh/ct/corde/dpdh/corde/normas_abnt.asp. São exemplos das disposições da NBR 9050/ 2004: a vaga reservada com o símbolo internacional de acessibilidade na entrada das empresas; as rampas de acesso com até 8% de inclinação; largura das portas e áreas de circulação adequadas às cadeiras de rodas; sinalização tátil, visual e audi- tiva; tipos de piso; adequação de mobiliários, sanitários, vestiários e bebe- douros, dentre outros. Assim, encontram-se normatizados, desde a entrada nas empresas, edifícios até o detalhamento de como deve ser o ambiente de trabalho para acolher todos os trabalhadores com deficiência ou não. http://www.mj.gov.br/sedh/ct/corde/dpdh/corde/normas_abnt.asp http://www.mj.gov.br/sedh/ct/corde/dpdh/corde/normas_abnt.asp 2 Acessibilidade virtual Compreender a universalização tecnológica e comunicacional e reconhecer o exercício da cidadania na sociedadeinformacional. Objetivos: Acessibilidade virtual2 Comunicação alternativa28 2.1 Sobre a inclusão digital A inclusão digital, entendida como um dos desdobramen- tos das acessibilidades comunicacional e instrumental, consti- tui-se como um desafio e um compromisso para a inclusão so- cial. Coerente com o Desenho Universal1, trilha caminhos para a melhoria da qualidade de vida de cada cidadão, oferecendo dispositivos de acesso a qualquer usuário em todos os espaços e lugares na sociedade. Um dos princípios da inclusão digital é atender a questão do baixo custo com alto benefício ao usuário. Os programas de inclusão digital para pessoas com deficiência buscam desenvolver tecnologias que respeitem a acessibilidade, a usabilidade e a co- municabilidade desses usuários na interface com a internet, eliminando, assim, as barreiras que os impedem de fazer uso de sistemas computacionais. Sobre a aplicação da inclusão digital no processo de aprendizagem no âmbito da comunicação e da educação, especificamente, Richt e Maltempi dizem que na dimensão educacional, consideramos relevante que as tecnologias participem da formação dos estudantes, propiciando diferentes modos de aprender e ensinar, redefinindo as relações interpessoais em sala de aula, possibilitando abordagens diferenciadas para conteúdos cur- riculares e fomentando novas práticas pedagógicas. Simultaneamente, consideramos que o uso de tecnologias nas práticas educativas escola- res precisa fomentar, tanto para estudantes quanto para professores, modos diferentes de se relacionarem com conteúdos e de se apropria- rem de novos conhecimentos. 1 Desenho Universal: descrito pelo Instituto Nacional para a Reabilitação, visa à concepção de objetos, equipamentos e estruturas do meio físico destinados ao uso por todas as pessoas indiscriminadamente. Vídeo Acessibilidade virtual 2 Comunicação alternativa 29 Para que esses modos diferentes de relacionar-se com o conteúdo tor- nem-se possíveis, todos precisam apropriar-se das tecnologias de manei- ra ativa, crítica e inclusiva. (RICHIT; MALTEMPI, 2013, p. 37-38) Compreende-se que a inclusão digital, em sua aplicação em diferentes campos sociais e educacionais, visa à universalização do acesso às tecnolo- gias da informação e da comunicação, bem como ao domínio da linguagem básica para potencializar a autonomia, a independência e o empoderamento da pessoa. Nesse sentido, as políticas públicas de inclusão digital podem ser anali- sadas como políticas de acesso ao cidadão na era da informação. Destaca-se, em 1997, a criação do Programa Nacional de Tecnologia Educacional (Proinfo), focado na promoção do uso de tecnologias no contexto da educação em dife- rentes níveis, desde a Educação Básica até o Ensino Superior. Vale consultar o site do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e verificar as inúmeras legislações que ancoram as práticas de acessibilidade virtual no século XXI, e, dessa maneira, atendem a emergente necessidade do cidadão. Extra Sugere-se a consulta dos seguintes documentos: Programa Nacional de Tecnologia Educacional (Proinfo): diretrizes. Disponível em: <www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/proinfo_diretrizes1. pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017. Manual de orientação e apoio para atendimento às pessoas com deficiência, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Disponível em: <www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/acessibilidade/ manual -de-or ientacao-e-apoio-para-a tendimento-pessoas-com- deficiencia>. Acesso em: 21 mar. 2017. Acessibilidade virtual2 Comunicação alternativa30 Atividade Leia o documento Programa Nacional de Informática na Educação (Proinfo): dire- trizes, do Ministério da Educação (MEC) e do Desporto e Secretaria de Educação a Distância (SEaD) – tópicos Contexto, Justificativa e Objetivos (páginas 1 a 3). Construa uma breve produção escrita de, no máximo, 20 palavras. Disponível em: <www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/proinfo_diretri- zes1.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2017. Referências BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação a Distância. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Programa Nacional de Informática na Educação: diretrizes. Disponível em: <www.gestaoescolar.diaadia. pr.gov.br/arquivos/File/pdf/proinfo_diretrizes1.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2017. ______. Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social. Instituto Nacional para a Reabilitação. Desenho Universal. Disponível em: <www.inr.pt/content/1/5/ desenho-universal>. Acesso em: 22 mar. 2017 ______. Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Manual de orientação e apoio para atendimento às pessoas com deficiência. Disponível em: <www. pessoacomdeficiencia.gov.br/app/acessibilidade/manual-de-orientacao-e-apoio-para- atendimento-pessoas-com-deficiencia>. Acesso em: 22 mar. 2017. FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO. Programa Nacional de Informática Educativa (PROINFO). Disponível em: <www.fnde.gov.br/programas/ programa-nacional-de-tecnologia-educacional-proinfo>. Acesso em: 22 mar. 2017. RICHIT, A.; MALTEMPI, M. V. Formação profissional docente, novas e velhas tecnologias: avanços e desafios. Disponível em: <www.rc.unesp.br/igce/demac/ maltempi/Publicacao/Richit-Maltempi-cibem.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2017. Acessibilidade virtual 2 Comunicação alternativa 31 Resolução da atividade O documento (de 1997) apresenta um contexto que projeta para os 10 anos se- guintes a criação de empregos, que até então não existiam em decorrência dos avanços tecnológicos que trazem consigo mudanças nos sistemas de conhecimento e novas for- mas de trabalho, assim como influenciam na economia, na política e na organização das sociedades. Havia uma nova gestão social do conhecimento a partir do desenvolvimento de novas técnicas de produção, armazenamento e processamento de informação, ala- vancadas pelo progresso da informática e das telecomunicações. Esperava-se, com essa iniciativa, possibilitar a criação de uma nova ecologia cognitiva nos ambientes escolares mediante a incorporação adequada das novas tecnologias. 2.2 Universalização tecnológica e comunicacional O avanço das tecnologias e da comunicação revela-se como alavanca na consolidação de um mundo verdadeiramente aces- sível a todas as pessoas pelas possibilidades de construção de ferramentas adequadas às necessidades de cada indivíduo. Quando dirigidas ao espaço escolar, considera-se que: É por meio de novos canais de comunicação que todas as formas de expressão e estilos de aprendizagem serão valorizadas per- mitindo, ao aluno, o acesso ao conhecimento. Conhecer sobre as tecnologias de informação e comunicação sensibiliza o professor para que se paute pelas potencialidades dos seus alunos e não pe- las suas limitações. (GIROTO; POKER; OMOTE, 2012, p. 10) Na universalização tecnológica e comunicacional, é importante considerar três qualidades da interação pessoa-tecnologia. Essas três qualidades, quando Vídeo Acessibilidade virtual2 Comunicação alternativa32 interrelacionadas e integradas, garantem o sucesso no processo das inclusão social e educacional. 1° Acessibilidade: tem por princípio garantir o acesso e a utilização dos bens e serviços privados e públicos existentes na sociedade para todos. 2° Usabilidade: traduz-se na facilidade de uso na interface usuário diante do recurso tecnológico. Se o usuário aprende a utilizar um recurso com facili- dade, agilidade e qualidade, isso significa que o recurso tem boa usabilidade. Identifica-se aqui o grau de satisfação do usuário. 3° Comunicabilidade: tem por premissa identificar a acessibilidade de comunicar na interface com o usuário. Destaca-se que é na interface2, na expe- riência, que o usuário deverá reconhecer a finalidade do recurso tecnológico.Na especificação de requisitos para a comunicabilidade, Pontes destaca que: São necessárias interfaces mais eficazes que possam atender a uma variedade cada vez maior de usuários, devendo utilizar- -se de métodos e técnicas na construção de websites que permi- tam que a mensagem seja devidamente captada. Estas técnicas, é importante ressaltar, devem ser baseadas na experiência dos usuários. Atualmente, existem ferramentas desenvolvidas para prestar apoio na aplicação de alguns métodos de avaliação. (PONTES, 2008, p. 7) Sendo assim, é fundamental que todos os aspectos citados sejam consi- derados, pois fazem parte de um diversificado conjunto de instrumentos vir- tuais atualmente disponíveis nas redes sociais virtuais, tais como: programas de computador, chats, correios eletrônicos, homepages, ambientes virtuais de aprendizagem no ensino a distância, ferramentas que facilitam o acesso a na- vegação na web e softwares específicos a pessoas com deficiências. Em outras 2 Interface, neste contexto, significa interconexão ou interação entre usuário e recurso tecnológico. Na interconexão, existem trocas de informações. Acessibilidade virtual 2 Comunicação alternativa 33 palavras, equipamentos e tecnologias geralmente presentes na dimensão das acessibilidades instrumental e comunicacional. Sobre o espaço escolar, especificamente, vale destacar o avanço da tecno- logia de informação, que tem sido usada para incrementar a comunicação das informações escolares. Os alunos têm disponíveis uma série de serviços pela internet, como boletins de notas e frequência, reservas de livros na biblioteca, disciplinas a distância, entre outros. Extra Uma boa fonte de consulta para aprofundamento temático é o artigo de Rogério da Costa, “Por um novo conceito de comunidade: redes sociais, comunidades pessoais, inteligência coletiva”. O artigo discute o conceito de comunidade em redes sociais. Apresenta o contexto das comunidades virtuais no ciberespaço como uma nova maneira de se fazer sociedade. Descreve a estrutura dinâmica das redes de comunicação. No centro dessa transformação, conceitos como capital social, confiança e simpatia parcial são invocados para que se possa pensar as novas formas de associação que regulam a atividade humana na época atual. Disponível em: <www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414- 32832005000200003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 21 mar. 2017. Atividade Assista ao vídeo em que Ederson Granetto entrevista o professor Claudemir Viana sobre o tema Tecnologia de informação na sala de aula. Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=Uf6MYEZNHF8>. Acesso em: 22 mar. 2017. Escreva no máximo 20 palavras sobre como o entrevistado descreve a pos- tura atual do professor na sala de aula. Acessibilidade virtual2 Comunicação alternativa34 Referências COSTA, R. Por um novo conceito de comunidade: redes sociais, comunidades pessoais, inteligência coletiva. Disponível em: <www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S1414-32832005000200003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 21 mar. 2017. GIROTO, C.; POKER, R.; OMOTE, S. (Org.). As tecnologias nas práticas pedagógicas inclusivas. Marília: Oficina Universitária; São Paulo: Cultura acadêmica, 2012. Disponível em: <www.marilia.unesp.br/Home/Publicacoes/as- tecnologias-nas-praticas_e-book.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017. PONTES, P. Especificação de requisitos para comunicabilidade em websites na engenharia semiótica. 108 f. Trabalho de conclusão de curso. Sistemas de Informação, Faculdade de Informática, Centro Universitário Ritter dos Reis, Porto Alegre, 2008. Disponível em: <http://docplayer.com.br/3719873-Especificacao-de-requisitos-para- comunicabilidade-em-websites-na-engenharia-semiotica.html>. Acesso em: 22 mar. 2017. Resolução da atividade O professor Claudemir destaca a importância de o professor ser agente mediador no processo da acessibilidade virtual. O professor deve incluir produtos culturais atuais, como a educação e a comunicação, uma vez que são de acesso do aprendiz. O professor, em sua prática pedagógica, é um pesquisador permanente, portanto um eterno aprendiz. O professor deve rever suas metodologias e atualizá-las, incluindo os produtos da comunicação, da mídia. O vídeo discute a educomunicação. 2.3 Cidadania na era da informação Não encontramos na literatura um consenso sobre a defini- ção de cidadania, mas é visível que o exercício da cidadania abar- ca direitos e deveres numa convivência em sociedade. Na era da Vídeo Acessibilidade virtual 2 Comunicação alternativa 35 informação, a complexidade da globalização3 e o avanço das tecnologias de infor- mação e comunicação contribuem para a relativização do conceito de cidadania. De acordo com o proposto pelo Ministério da Educação em 2007, a definição e o exercício da cidadania consistem em: Entender a cidadania a partir da redução do ser humano às suas relações sociais e políticas não é coerente com a multidimensio- nalidade que nos caracteriza e com a complexidade das relações que cada um e todas as pessoas estabelecem com o mundo à sua volta. Deve-se buscar compreender a cidadania também sob ou- tras perspectivas, por exemplo, considerando a importância que o desenvolvimento de condições físicas, psíquicas, cognitivas, ideo- lógicas, científicas e culturais exerce na conquista de uma vida digna e saudável para todas as pessoas. Tal tarefa, complexa por natureza, pressupõe a educação de todos [...] com a intenção explícita de promover a cidadania pautada na democracia, na justiça, na igualdade, na equidade e na participa- ção ativa de todos os membros da sociedade nas decisões sobre seus rumos. (BRASIL, 2007, p. 11-12, grifo nosso) Assim, a cidadania na era da informação considera o acesso aos recursos tec- nológicos um direito de todos. Mostra-se promissora na implementação e conso- lidação de ações inclusivas à rede digital. Destaca a autonomia do cidadão glo- balizado em acessar as informações e serviços da web, o direito a se comunicar, armazenar e processar informações em qualquer local, independentemente da condição social ou financeira, das capacidades física, visual e auditiva, do gênero e da idade. Segundo Delors, “a tensão entre o global e o local: tornar-se, aos poucos, 3 Sobre a temática complexidade da globalização, pode-se aprofundar a compreensão com a leitura do livro de Souza Santos (2002), A Globalização e as Ciências Sociais. Disponível em: <www.ebah.com.br/content/ABAAABRBkAA/santos-boaventura-s- org-a-globalizacao-as-ciencias-sociais>. Acesso em: 22 mar. 2017. Acessibilidade virtual2 Comunicação alternativa36 cidadão do mundo sem perder suas raízes pela participação ativa na vida do seu país e das comunidades de base” (DELORS, 2001, p. 8). A sociedade informacional tem o interesse de levantar as potencialidades das pessoas com deficiência e abrir-lhes o caminho à acessibilidade digital por meio da utilização das diversas possibilidades tecnológicas. Pensar e intervir na inclusão sociodigital significa projetar um mundo onde a igualdade de di- reitos, a liberdade, a dignidade e o respeito às diferenças individuais e à diver- sidade humana são praticadas. A percepção da diferença contribui para a construção da identida- de e tem, por isso, um papel determinante na aprendizagem. Não se pode construir uma identidade senão num ambiente diverso. Nunca agradeceremos o suficiente aos outros por nos ajudarem a enten- der e a estruturar o que somos a partir da diferença que neles per- cebemos. (GIROTO; POKER; OMOTE, 2012, p. 30) Esperamos que a compreensão da complexidade da definição de cidada- nia na sociedade informacional atual para uma inclusão total e a plena acessi- bilidade nas suas diversas dimensões, atreladas às experiências cotidianas dos cidadãos, seu envolvimento e comprometimento para com um mundo melhor, contribua para uma maior sistematização das práticas sobre a acessibilidade, o Desenho Universal, as tecnologias assistivas e a comunicação alternativa, apoiandoo Brasil na construção de uma sociedade cada vez mais inclusiva, acessível a todas as pessoas. Extra Indicamos uma entrevista sobre a temática Cidadania: inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Na entrevista, discorrem sobre o tema Patrícia Siqueira Silveira, auditora fiscal do trabalho, e Eugênia Augusta Acessibilidade virtual 2 Comunicação alternativa 37 Gonzaga, procuradora regional da República. Disponível em: <www.youtube. com/watch?v=lB2po8CdGt4>. Acesso em: 21 mar. 2017. Indicamos também a leitura do material Ética e cidadania: construindo valores na escola e na sociedade, da Secretaria de Educação Básica, Ministério da Educação. Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/ materiais/0000015509.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017. Atividade Tomemos como referência a citação: “A tensão entre o global e o local: tor- nar-se, aos poucos, cidadão do mundo sem perder suas raízes pela participação ativa na vida do seu país e das comunidades de base” (DELORS, 2001, p. 8). De posse das informações desta aula, redija uma frase que traduza as ideias apresentadas na citação de Delors. Referências BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Ética e cidadania: construindo valores na escola e na sociedade. 1. ed. Brasília: Ministério da Educação, 2007. Disponível em: <http:// portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000015509.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017. DELORS, J. Educação: um tesouro a descobrir. Brasília: 2010. 41 p. Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/images/0010/001095/109590por.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017. GIROTO, C.; POKER, R.; OMOTE, S. (Org.). As tecnologias nas práticas pedagógicas inclusivas. Marília: Oficina Universitária; São Paulo: Cultura acadêmica, 2012. Disponível em: <www.marilia.unesp.br/Home/Publicacoes/as-tecnologias-nas- praticas_e-book.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017. SILVA, Siony da. Acessibilidade digital em ambientes virtuais de aprendizagem. Revista Geintec, vol. 2, n. 3, São Cristóvão, 2012. Disponível em: <revistageintec.net/ portal/index.php/revista/article/download/48/108>. Acesso em: 10 mar. 2017. Acessibilidade virtual2 Comunicação alternativa38 SOUSA SANTOS, B (Org.). A globalização e as Ciências Sociais. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2002. Disponível em: <www.ebah.com.br/content/ABAAABRBkAA/santos- boaventura-s-org-a-globalizacao-as-ciencias-sociais>. Acesso em: 22 mar. 2017. Resolução da atividade O respeito às diferenças individuais e à diversidade humana é praticado. A intera- ção entre o singular e o coletivo é uma premissa na sociedade informacional. Ampliando seus conhecimentos Acessibilidade digital em ambientes virtuais de aprendizagem (SILVA, 2012) [...] Com o objetivo de possibilitar a acessibilidade digital estão sendo desenvolvidos softwares e hardwares que facilitam o acesso a pessoas com necessidades especiais aos ambientes virtuais. Acessibilidade na Web diz respeito a promover amplamente o acesso a um produto Web, seja este uma simples página pessoal, um site institucional, um sistema computacional na Web, etc. Para tanto, devem-se considerar, entre outros fato- res, as diferenças entre os usuários (ex. socioculturais, educa- cionais, antropométricas, perceptuais, cognitivas, motoras), as tecnologias de navegação que utilizam (ex. navegadores Acessibilidade virtual 2 Comunicação alternativa 39 gráficos para ambiente desktop, navegadores textuais, sinteti- zadores de voz) e a diversidade de ambientes em que se en- contram (ex. tecnologicamente precário, com ou sem ruído, iluminação variada, mobiliário em configuração diferente da convencional) (MELO, BARANAUSKAS, 2006, p. 2). Embora o conceito de acessibilidade esteja sendo muito utilizado com o foco na web, seu aparecimento está relacionado ás facilidades de acesso (barreira arquitetônica) e á reabilitação física e profissional. Entre as décadas de 40 e 60 este conceito se relacionava a questões físicas e fun- cionais. O conceito de acessibilidade ganha destaque a partir de 1981, im- pulsionado pelo Ano Internacional das Pessoas Deficientes. Com o avanço das TICs em especial da internet, passa a ser uma preocupação elaborar ambientes virtuais acessíveis. (PASSERINO, MONTARDO, 2007) Com o propósito de nortear o trabalho na web, foi criado o consórcio internacional World Wide Web Consortium (W3C) cujo objetivo é impul- sionar o potencial da Web, desenvolvendo protocolos que promovam sua evolução e garantam sua operabilidade. Uma de suas principais áreas de atividade é a iniciativa da acessibilidade na Web (Web Accessibility Initiative – WAI). Este grupo de trabalho está envolvido com a criação de diretri- zes para navegadores e ferramentas de autores e criação de conteúdos (WCAG), além da formação e acompanhamento das investigações relacio- nadas com a acessibilidade. No sentido de atender ás recomendações da W3C, alguns navegado- res estão incorporando recursos para alterar tamanho da fonte, contras- te, plano de fundo e compatibilidade com tecnologias assistivas (MELO, ALMEIDA, SANTANA, 2009). Acessibilidade virtual2 Comunicação alternativa40 Os desenvolvedores de ambientes na web, também podem contar com, avaliadores de sites. Esses avaliadores são programas que analisam os sites quanto à acessibilidade. São exemplos desses programas o DaSilva, Hera e o Examinator. Páginas na web projetadas com recursos de acessibilidade, ampliam a visibilidade, o acesso ao site e favorecem a inclusão de pessoas com necessidades especiais, idosas e em muitas situações pessoas que não possuem recursos tecnológicos atualizados. 3 Conhecendo a comunicação alternativa Conhecer a comunicação alternativa e a sua aplicação na educação. Objetivos: Conhecendo a comunicação alternativa3 Comunicação alternativa42 3.1 Aprendendo sobre a comunicação alternativa O que é comunicação? É transmitir oralmente uma men- sagem? É a ação de um emissor enviar uma mensagem a um receptor? É possível viver sem comunicação? Essas questões são de grande importância para elucidar o conceito de comuni- cação. Comunicação é a possibilidade de uma pessoa expressar uma mensagem de forma diversificada e possibilita a interação entre as pes- soas nos diferentes ambientes que estão ao seu redor. A comunicação é um marco histórico que revolucionou o mundo, desde os primatas até os dias atuais. A tecnologia avançou a passos largos e a comunicação teve seu contributo na medida em que o tem- po passava, e ela estava sempre presente. A comunicação foi e con- tinua a ser o elo mais importante da evolução humana, fez o grande diferencial entre o hoje e o ontem. Será a mola propulsora entre o hoje e o amanhã e será uma grande força contributiva de um futuro bem próximo. (BRAGANÇA, 2009, p. 1, grifo nosso) Cada um de nós possui variados modos de comunicar: com o olhar, o sorriso, movimentos corporais, com o corpo ou partes do corpo etc. Por exemplo: acenar com o braço para dizer “tchau” ou para chamar um táxi na rua e balançar a cabeça para dizer “sim” ou “não”. Com os gestos corporais, comunicamos nossas vonta- des, interesses, concordâncias ou discordâncias, emoções, sentimentos. A comunicação entre pessoas é marcada e complementada por vá- rios elementos comunicativos que permitem compreender o outro e, também, ser compreendido. (MANZINI; DELIBERATO, 2006, p. 3) Vídeo Conhecendo a comunicação alternativa 3 Comunicação alternativa 43 O sistema de comunicação humana consiste em diversos sinais que podem ser gestos, sons, signos linguísticos que possuem significados singulares ou universais, transmitidos por via de comunicação natural e/ou alternativa1. O livro O Corpo Fala, de Weil e Tompakow (2001), é um clássico da litera- tura que descreve de maneira brilhante as diversas modalidades da linguagem não verbal do corpo humano, apresentadascomo ferramentas de comunicação, de troca mútua entre pessoas. Os autores convidam o leitor a interagir com o texto por meio de recursos como desenhos e personagens. Explicam o processo de comunicação emissor-informação-receptor, desde a emissão da informação até a recepção e decodificação pelo receptor, que interpreta e dá um significado à mensagem. “O tema abrange a comunicação psicossomática inconsciente do próprio leitor e por isso o fascina, diverte, desafia e esclarece ao mesmo tem- po!” (WEIL; TOMPAKOW, 2001, p. 4). A comunicação é um recurso essencial ao homem, é um indicador da evo- lução da espécie humana. Por isso, quando nos deparamos com pessoas com deficiência que não conseguem se comunicar bem, nos incomodamos. Isso acontece, por exemplo, quando temos à frente uma pessoa com paralisia ce- rebral ou sequelas na área da fala, ou uma pessoa surda que deseja comunicar algo e não consegue. Nesses momentos, a comunicação alternativa é uma im- portante aliada. 1 “Comunicação alternativa e aumentativa (CAA): refere-se a qualquer meio de comuni- cação que complemente ou substitua os meios usuais de fala ou escrita. A comunicação é aumentativa quando o indivíduo utiliza um outro meio de comunicação para comple- mentar ou compensar deficiências que a fala apresenta. Possui alguma comunicação, mas essa não é suficiente para suas trocas sociais. A comunicação alternativa ocorre quando o indivíduo utiliza outro meio para se comunicar ao invés da fala, pelo fato de estar im- possibilitado de articular ou produzir sons adequadamente”. (SONZA, 2013, p. 255 apud FERNANDES, 2000) Conhecendo a comunicação alternativa3 Comunicação alternativa44 Em educação especial, a expressão comunicação alternativa e/ou suplementar vem sendo utilizada para designar um conjunto de procedimentos técnicos e metodológicos direcionado a pessoas acometidas por alguma doença, deficiência, ou alguma outra si- tuação momentânea que impede a comunicação com as demais pessoas por meio dos recursos usualmente utilizados, mais espe- cificamente a fala. (MANZINI; DELIBERATO, 2006, p. 4) Inseridos na sociedade informacional, globalizada, e preocupados com acessi- bilidade comunicacional, nos interrogamos sobre as formas alternativas de comu- nicação. O que é preciso construir para ajudar uma pessoa a comunicar suas von- tades, conversar com os demais? Nesse ponto insere-se a comunicação alternativa. Extra A sugestão é a leitura do livro O Corpo Fala: a linguagem silenciosa da comunicação não verbal, de Wel e Tompakow (2001). Disponível em: <https:// s3-us-west-2.amazonaws.com/blog-downloads/pierre-weil-livro-o-corpo-fala. pdf>. Acesso em: 22 mar. 2017. Atividades Assista ao vídeo O que é comunicação? Construa uma breve resposta para a pergunta: qual a importância da comunicação para o homem? Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=5HMyHoK6Tc8>. Acesso em: 21 mar. 2017. Referências BRAGANÇA, I. Evolução da comunicação humana. Podemos explicar a história da existência humana através das etapas do desenvolvimento da comunicação. Conhecendo a comunicação alternativa 3 Comunicação alternativa 45 Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/16088693/Evolucao-da-comunicacao- humana-Podemos-explicar-a-historia-da-existencia-humana-atraves-das-etapas-do- desenvolvimento-da-comunicacao>. Acesso em: 21 mar. 2017. MANZINI, E.; DELIBERATO, D. Recursos para comunicação alternativa: equipamento e material pedagógico especial para educação, capacitação e recreação da pessoa com deficiência física. 2. ed. Brasilia: MEC, SEESP, 2006. Disponível em: <http:// portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/ajudas_tec.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2017. SONZA, A. P. (Org.). Acessibilidade e Tecnologia Assistiva: pensando a inclusão sociodigital de PNEs. Ministério da Educação. Bento Gonçalves, RS. 2013. Disponível em: <www.planetaeducacao.com.br/portal/conteudo_referencia/acessibilidade- tecnologia-assistiva.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017. WEL, Pierre; TOMPAKOW, Roland. O corpo fala: a linguagem silenciosa da comunicação não verbal. Disponível em: <https://s3-us-west-2.amazonaws.com/blog- downloads/pierre-weil-livro-o-corpo-fala.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2017. Resolução da atividade A comunicação é essencial ao homem, constitui-se num indicador de evolução da espécia humana, pela necessidade do homem em socializar-se. A comunicação é um mediador determinante na interação do homem com seu ambiente e com outros homens. 3.2 Definindo um sistema de comunicação alternativa A comunicação alternativa (suplementar ou ampliada, como termos sinônimos) enfatiza diferentes modalidades de co- municação com finalidades definidas a partir da necessidade do usuário, que podem ser, segundo Deliberato e Manzini (2006): Vídeo • propiciar uma comunicação alternativa para o usuário; • criar recursos de manutenção da comunicação alternativa para o usuário. Conhecendo a comunicação alternativa3 Comunicação alternativa46 Os autores supracitados sugerem ainda duas dimensões às comunicações alternativas: • comunicação apoiada; • comunicação não apoiada. A comunicação apoiada indica que os recursos para a comunicação uti- lizam apoios de expressão linguística que estejam fora do corpo do usuário e que recebem ajuda de outra pessoa, assim, “são objetos reais, miniaturas de objetos, pranchas de comunicação com fotografias, desenhos e outros símbolos gráficos e, ainda, os sistemas computadorizados” (MANZINI; DELIBERATO, 2006, p. 5). Em decorrência das dificuldades motoras, certos usuários de re- cursos de comunicação apoiada vão, também, depender de al- guém para selecionar e indicar os estímulos necessários para que seja interpretado. É o caso dos alunos que necessitam de uma outra pessoa para realizar o manuseio do material confeccionado, apontando as figuras ou as fotos necessárias para estabelecer uma comunicação. A pessoa que auxilia vai indicando uma figura após a outra até que a escolha seja feita (sistema de varredura na linha e/ou na coluna). Após a seleção da figura pelo usuário, há neces- sidade de retomar novas seleções. Há alunos que conseguem sele- cionar os estímulos pelo olhar ou pelo apontar com a língua, mas não conseguem virar uma página ou pegar uma prancha temática. Nessas situações, também, esses alunos necessitam de auxílio do professor. (MANZINI; DELIBERATO, 2006, p. 5, grifo nosso) Já a comunicação não apoiada indica que os recursos de comunicação es- tão na pessoa, ou, em outras palavras, o “banco de comunicação” é dela mesma, “tais como os sinais manuais, expressões faciais, língua de sinais, movimen- tos corporais, gestos, piscar de olhos para indicar ‘sim’ ou ‘não’” (MANZINI; DELIBERATO, 2006, p. 5-6). Conhecendo a comunicação alternativa 3 Comunicação alternativa 47 As expressões são totalmente produzidas pelos seus usuários, ou seja, ela é realizada por meio das ações que o próprio aluno pode pro- duzir, sem o auxílio de outra pessoa ou de equipamentos. Cabe salientar que o uso da escrita, assim como o da língua de si- nais, é um recurso importante quando o aluno não tem a possibili- dade de falar, pois estabelece uma comunicação face a face. Embora sejam possibilidades comunicativas importantes, tanto a escrita como a língua de sinais requerem habilidades motoras e, nesse sen- tido, nem todos os alunos com deficiência física têm possibilidade de utilizá-las. (MANZINI; DELIBERATO, 2006, p. 6, grifo nosso) Para selecionar, planejar e aplicar um sistema de comunicação, Manzini e Deliberato (2006) advertem que temos que estar atentos ao ambiente indi- vidual e do entorno do aluno e, também, aos dispositivos legais voltados à acessibilidade, desenho universal, CIF, entre outros. Para essa tarefa, os autores descrevem algumas das propriedades que devem ser atendidas pelo sistema de comunicação alternativa: • o sistema utilizará objetos concretos? • o sistema será composto por fotografias, figuras ou desenhos? • terá como base um sistema de símbolos gráficos (pictográficos,ideográficos ou aleatórios)? • o sistema será combinado? • far-se-á uso da ortografia? • o sistema será composto por sistemas gestuais? Esses autores observam ainda: Para fazer esse delineamento é necessária uma avaliação do alu- no (DELIBERATO; MANZINI, 1997), e também da participação do professor, da família, do fonoaudiólogo e, se possível, de uma equipe para avaliar as possibilidades do aluno e da situação. Conhecendo a comunicação alternativa3 Comunicação alternativa48 Em linhas gerais, para avaliar o aluno e a situação na qual o siste- ma será utilizado, deveremos verificar: 1. as habilidades físicas do usuário: acuidade visual e auditiva; ha- bilidades perceptivas; fatores de fadiga; habilidades motoras tais como preensão manual, flexão e extensão de membros superiores, habilidade para virar páginas; 2. as habilidades cognitivas: compreensão, expressão, nível de es- colaridade, fase de alfabetização; 3. o local onde o sistema será utilizado: casa, escola, comunidade; com quem o sistema será utilizado: pais, professores, amigos, co- munidade em geral; 4. com qual objetivo o sistema será utilizado: ensino em sala de aula, comunicação entre amigos. Dessa forma, é importantíssimo fazer um levantamento das ha- bilidades já existentes e do potencial do aluno, uma vez que o re- curso alternativo de comunicação dará possibilidade ao professor de trabalhar aspectos da compreensão e expressão da linguagem do aluno. Tendo em mãos os dados dessa avaliação, é possível preparar o recurso a ser utilizado, ou seja, qual será a forma desse recurso, por exemplo, se ele deverá conter um vocabulário específico para a sala de aula ou para outra situação, se haverá um vocabulário básico com figuras acoplado com letras, ou mesmo com objetos. (MANZINI; DELIBERATO, 2006, p. 6-7) Conhecendo a comunicação alternativa 3 Comunicação alternativa 49 Extra Assista ao vídeo A importância da comunicação. Disponível em: <www.you- tube.com/watch?v=u8kI_5D2RoM>. Acesso em: 21 mar. 2017. Atividades Para essa atividade é necessário assistir ao vídeo Comunidade alternativa – atividade preparatória para uso de pranchas de comunicação. Após assistir ao vídeo, escreva cinco linhas sobre o processo de aplicação das pranchas de comunica- ção à criança com deficiência. Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=Y- jIf6ICIGhg>. Acesso em: 21 mar. 2017. Referência MANZINI, Eduardo; DELIBERATO, Debora. Recursos para a comunicação alternativa. Brasília: Ministério da Educação, 2006. Disponível em: <http://portal.mec. gov.br/seesp/arquivos/pdf/ajudas_tec.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2017. Resolução da atividade A comunicação alternativa em pranchas será desenvolvida gradativamente. No vídeo, a professora descreve os passos para essa atividade. É necessário ampliar o reper- tório de símbolos do aluno, usando objetos ou brinquedos. Para isso, a criança deverá explorar os objetos para que depois passem para as figuras que estarão na prancha. Desse modo, trabalham-se a segurança, a autonomia, as escolhas e, com isso, a criança passa a estabelecer laço com o professor e a comunidade no entorno. Conhecendo a comunicação alternativa3 Comunicação alternativa50 3.3 Comunicação alternativa aplicada à educação Pensar sobre a comunicação alternativa aplicada à educa- ção é refletir sobre os princípios da educação atual sustentada na ética e na cidadania, para o pleno desenvolvimento do ser humano; uma educação que valoriza o acesso e a permanência do aluno no espaço escolar. É a escola para todos. Santos (2007), quando reflete sobre os indicadores de uma escola atual, identifica como sendo aquela que foca seu trabalho com as diferenças em sala de aula, no contexto da diversidade cultural, em ações que desenvolvam o trabalho com as diferenças e os variados ritmos de aprendiza- gem do alunado. Transformação das dinâmicas e das metodologias utilizadas em sala de aula: organização dos tempos e espaços com característi- cas individuais, em dupla, em pequeno grupo e em grande grupo, viabilizando a ocorrência não apenas de ensino, mas de aprendi- zagens que ocorrem nas interações professor e alunos. Reorganização do tempo e espaço de forma flexível: o Projeto es- colar pressupõe flexibilidade de horários (aulas geminadas, aulas curtas etc.) e ocupação de outros espaços que permitam ritmos e atividades diversificados. Formação em serviço: a aprendizagem permanente não para e o desafio de uma educação de qualidade está sempre presente para que os estudos contínuos aconteçam sempre. (SANTOS, 2007, p. 27, grifo nosso) Esses sinais revelam o quanto a escola é coerente com os dispositivos le- gais para o desenvolvimento do indivíduo, alicerçada no paradigma da inclu- são: autonomia, empoderamento e independência. Vídeo Conhecendo a comunicação alternativa 3 Comunicação alternativa 51 Uma boa via na efetivação do paradigma, segundo Galvão (2012), está na atitude paciente, respeitosa ao ritmo da criança, e persistente ao estímulo, por parte do professor, no enfrentamento dos obstáculos cotidianos. Um exemplo: A escola ao lidar com o aluno surdocego precisa estar ciente da importância da comunicação para este aluno, compreendendo, por exemplo, que não basta o aluno surdocego usar gestos e sons que só ele entende. É preciso que as suas formas de expressão es- tejam inseridas em um sistema linguístico, seja este baseado na língua oral ou gestual. Ou seja, para facilitar o acesso do aluno aos conteúdos escolares é importante conhecer as peculiaridades que envolvem a sua comunicação, acolhendo os limites e possibilida- des das formas de comunicação usadas pelos alunos. (GALVÃO, 2012, p. 333) Ressalta-se a importância da aplicabilidade das Ajudas Técnicas, especi- ficamente da comunicação alternativa, para assegurar e viabilizar as políticas públicas educacionais à pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida ou idosa. Desse modo, a educação favorece o acesso, participação e qualidade de vida por parte de todas as pessoas. Devendo assim estarem integrados aos re- cursos da sociedade informacional e ao currículo escolar. Extra Assista ao vídeo Brinquedo para todos – Parque infantil inclusivo – Acessibilidade – Desenho Universal. Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=AitFN62dMts>. Acesso em: 21 mar. 2017. Conhecendo a comunicação alternativa3 Comunicação alternativa52 Atividades Leitura do texto “Audiodescrição – recurso de acessibilidade para inclusão cultural das pessoas com deficiência”, da autora Livia Maria Villela de Mello Motta. Disponível em: <http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo. asp?artigo=1210>. Acesso em: 22 mar. 2017. Com base nessa leitura, defina audiodescrição. Referências DELIBERATO, Débora. Comunicação alternativa: recursos e procedimentos utilizados no processo de inclusão do aluno com severo distúrbio na comunicação. Disponível em: <www.unesp.br/prograd/PDFNE2005/artigos/.../comunicacaoalternativa.pdf>. Acesso em: 10 mar. 2017. GALVÃO, Nelma de Cássia Silva Sandes. A comunicação construindo redes entre a escola e o aluno com surdocegueira. In: MIRANDA, Theresinha Guimarães; GALVÃO FILHO, Teófilo Alves (Org.). O professor e a educação inclusiva. Salvador: EDUFBA, 2012. MOTTA, Lívia Maria Villela de Mello. Audiodescrição – recurso de acessibilidade para a inclusão cultural das pessoas com deficiência visual, 2008. Disponível em: <www. vercompalavras.com.br/pdf/artigo-audiodescricao-recurso-de-acessibilidade.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017. SANTOS, Maria. Inclusão social e educação: inclusão escolar desafios e possibilidades. In: BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Ética e cidadania: construindo valores na escola e na sociedade. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, Brasília, 2007. Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/ materiais/0000015509.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017. Resolução da atividade A audiodescrição é um recurso de acessibilidade que amplia o entendi-mento das pessoas com deficiência visual em eventos culturais (peças de Conhecendo a comunicação alternativa 3 Comunicação alternativa 53 teatro, programas de TV, exposições, mostras, musicais, óperas, desfiles, espetáculos de dança), turísticos (passeios, visitas), esportivos (jogos, lu- tas, competições), acadêmicos (palestras, seminários, congressos, aulas, feiras de ciências, experimentos científicos, histórias) e outros, por meio de informação sonora. Transforma o visual em verbal, abrindo possibi- lidades maiores de acesso à cultura e à informação, contribuindo para a inclusão cultural, social e escolar. Além das pessoas com deficiência visual, a audiodescrição amplia também o entendimento de pessoas com deficiência intelectual, idosos e disléxicos. (MOTTA, 2008, p. 1) Ampliando seus conhecimentos Comunicação alternativa: recursos e procedimentos utilizados no processo de inclusão do aluno com severo distúrbio na comunicação (DELIBERATO, 2005) [...] Quando pensamos em discutir a respeito de comunicação suple- mentar e/ou alternativa não podemos nos esquecer que é uma das áreas que faz parte da Tecnologia Assistiva, ou seja, nas mais diferentes culturas através da história as pessoas criaram adaptações e utilizaram ferramen- tas e equipamentos especiais para auxiliar as pessoas com necessidades especiais em suas sociedades. A tecnologia assistiva engloba áreas como: comunicação suplementar e/ou alternativa, adaptações e acesso ao computador, equipamentos de au- xílio para déficits sensoriais, adaptações de postura, adaptações de jogos e Conhecendo a comunicação alternativa3 Comunicação alternativa54 atividades de brincadeiras nas diferentes situações como na escola, casa e outros ambientes, permitindo a possibilidade de inclusão social e escolar. Os estudos de comunicação alternativa e/ou suplementar começaram a ser desenvolvidos a partir da década de 70, quando se começou a repen- sar as definições da deficiência mental, física ou auditiva levando-se em conta que se tratava, também, de grupos “marginalizados” na sociedade, mas que deveriam participar e poderiam ser capazes. Comunicação suplementar e/ou alternativa refere-se a todas as for- mas de comunicação que possam complementar, suplementar e/ou substi- tuir a fala. Dirige-se a cobrir as necessidades de recepção, compreensão e expressão da linguagem e, assim, aumentar a interação comunicativa dos indivíduos não falantes (VON TETZCHNER; JENSEN, 1996). De acordo com Thiers (1995); von Tetzchner (1997) e von Tetzchner e Martinsen (2000) a comunicação alternativa tem como objetivo promover a fala e garantir uma forma alternativa de comunicação. Por sua vez Nunes (2001), complementou afirmando que comunicação alternativa envolve o uso de gestos, expressões faciais, símbolos gráficos (incluindo a escrita, desenhos, gravuras e fotografias) como forma de efetuar a comunicação de pessoas incapazes de se utilizarem à linguagem verbal. A comunicação ampliada ou suplementar possui um duplo propósito: promover e suple- mentar a fala e garantir uma forma alternativa, caso o indivíduo não tenha possibilidade de desenvolver a fala. Segundo Capovilla (1996, 2001) a definição de sistemas suplemen- tares e/ou alternativos de comunicação seria um conjunto de elementos organizados para sustentar a comunicação expressiva. Há dois tipos: sis- temas sem ajuda: quando mensagens são produzidas por um membro do corpo e sistemas com ajuda: quando é necessário algo exterior ao corpo para transmissão da mensagem. 4 Recursos para a comunicação alternativa Aplicar os recursos dos sistemas alternativos de comunicação Objetivos: Recursos para a comunicação alternativa4 Comunicação alternativa56 4.1 Sistemas alternativos de comunicação Os sistemas alternativos de comunicação são representa- dos por marcadores como gestos, alfabeto digital, signos, fotos, figuras e desenhos. Os sistemas alternativos mais populares no Brasil são: Blissymbols (Bliss), Picture Communication Symbols (PCS) e Pictogram Ideogram Communication Symbols (PIC). Sonza (2013, p. 255) destaca que os sistemas de comunicação aumentativa e alternativa se referem aos componentes (símbolos, gestos, recursos, estraté- gias e técnicas) utilizados pelos indivíduos para comunicação. Podem ser ma- nuais ou gráficos, sendo que os primeiros são aqueles que não requerem ajuda externa, como: gestos, alfabeto digital e Libras (sem as flexões), além de outros marcadores gramaticais complexos que venham a ser utilizados por ouvintes. 4.1.1 Sistema Bliss: [...] os símbolos são compostos por um número pequeno de for- mas, os elementos simbólicos. Esses são combinados para repre- sentar milhares de significados. Os símbolos podem ser: pictográ- ficos (desenhos que parecem com aquilo que desejam simbolizar); arbitrários (desenhos que não possuem relação pictográfica entre forma e aquilo que desejam simbolizar); ideográficos (desenhos que simbolizam a ideia de algo, criam uma associação gráfica entre símbolo e o conceito que ele representa) e compostos (gru- pos de símbolos agrupados para representar objetos e ideias). (SONZA, 2013, p. 256) Vídeo Recursos para a comunicação alternativa 4 Comunicação alternativa 57 Figura 1 – Exemplo de sistema Bliss. Mulher Proteção Mãe + = (SONZA, 2013, p. 256.) 4.1.2 Sistema PCS: [...] é basicamente pictográfico. Criado para indivíduos com com- prometimento na comunicação oral e que não compreendem o sistema ideográfico. Segue a mesma divisão sintática e cores dos Símbolos Bliss. (FERNANDES, 2000 apud SONZA, 2013, p. 256) Figura 2 – Exemplo sistema PCS. Mãe Casa Dormir Feliz (SONZA, 2013, p. 257). 4.1.3 Sistema PIC: [...] sistema basicamente pictográfico. Os símbolos são desenhos estilizados em branco com fundo preto. Visualmente são fáceis de serem reconhecidos, porém, de acordo com Fernandes (2000), o sistema é menos versátil e mais limitado, pelo fato de os símbolos não serem combináveis. (SONZA, 2013, p. 257) Figura 3 – Exemplo sistema PIC. Mãe CaminhãoComer Recursos para a comunicação alternativa4 Comunicação alternativa58 (SONZA, 2013, p. 257). Extra Sugerimos a leitura do artigo: “Desafios para a tecnologia da informa- ção e comunicação em espaço educacional inclusivo”, dos autores Amanda Meincke Melo, Janaína Speglich de Amorim, M. Cecília C. Baranauskas e Susie de Araujo Campos Alcoba. Publicado no XXV Congresso da Sociedade Brasileira de Computação. São Leopoldo-RS, 22 a 29 de julho, 2005. O arquivo pode ser encontrado no link: <http://www.br-ie.org/pub/index.php/wie/article/ view/874>. Acesso em: 22 mar. 2017. Atividades Para esta atividade, leia o artigo de Maria Cecília Martins e registre qua- tro aspectos básicos sobre os quais a autora reflete: “Situando o uso da mídia em contextos educacionais”. Disponível em: <http://201.55.32.167/retc/index.php/ RETC/article/view/180>. Acesso em: 22 mar. 2017. Referências SONZA, Andréa P. (Org.) Acessibilidade e Tecnologia Assistiva: pensando a inclusão sociodigital de pessoas com necessidades especiais. Bento Gonçalves: Ministério da Educação, 2013. Disponível em: <www.planetaeducacao.com.br/portal/conteudo_ referencia/acessibilidade-tecnologia-assistiva.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017. Resolução da atividade O texto reflete sobre as práticas educacionais em alguns pontos: Recursos para a comunicação alternativa 4 Comunicação alternativa 59 • a integração de materiais e mídias diversificadas; • desafios e possibilidades da era digital; • processo de desenvolvimento e diversidade expressiva do ser humano diante dos elementos tecnológicos atuais; • dificuldades para apropriação de recursos tecnológicos na educação; • fluência tecnológica. 4.2 Estratégias nos recursos para comunicação alternativa Para identificar o recurso de comunicação alternativa mais adequado às necessidades do aluno com deficiência, Manzini e Deliberato (2006) descrevem o banco de ideias, com a fina- lidade de instrumentalizar
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