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GERADORES DE VAPOR Prof. Electo Silva Lora Gerador de Vapor (caldeira) Equipamento que, utilizando a energia química liberada durante a combustão de um combustível, promove a mudança de fase da água do estado líquido para vapor a uma pressão maior que a atmosférica. O vapor resultante é utilizado para o acionamento de máquinas térmicas, para a geração de potência mecânica e elétrica, assim como para fins de aquecimento em processos industriais Desenvolvimento dos geradores de vapor Projetos Modernos de Caldeiras a Vapor Circulação Contínua pequena capacidade Queimador Tubos de água Bolas de fogo Jaggy Caldeira de leito Fluidizado Circulante Balão Ciclone Separador Superaquecedor Economizador Superfície evaporativa Aquec de ar edor Fornalha Classificação dos Geradores de Vapor • Utilização principal; • Disposição relativa dos gases e do fluido de trabalho; • Força motriz da circulação do fluido de trabalho; • Nível de pressão de operação; • Tipo de combustível ou fonte de calor; • Tecnologia de combustão; • Organização do fornecimento de ar e exaustão dos gases de combustão; • Disposição da fornalha e superfície de aquecimento. Atendendo à utilização principal • Energéticas (instaladas em centrais termelétricas) •16-18MPa com 438°C, 24-34 MPa com 540-580°C; • Industriais: 2-8 Mpa com 340-440°C; • De aplicação marítima. Atendendo à disposição relativa dos gases e do fluido de trabalho • Flamotubulares; • Aquotubulares. Caldeira flamotubular ou de tubos de fogo Caldeira flamotubular ou de tubos de fogo Vapor Gases CALDEIRA FLAMOTUBULAR AALBORG Esquema de uma caldeira aquotubular. CCaldeiraaldeira aquotubularaquotubular Caldeira industrial aquotubular – combustível bagaço de cana Caldeira industrial aquotubular – combustível bagaço de cana Diagrama de instrumentação e controle Atendendo à força motriz de circulação do fluido de trabalho. Princípio da circulação natural. • De circulação natural; • De circulação forçada; • De circulação contínua. Caldeira de circulação forçada com bomba de recirculação Esquema simplificado do circuito do fluido de trabalho Esquema circulação contínua Caldeiras Benson a) Com tubulação disposta em espiral; b) Com tubulação vertical. Atendendo ao nível de pressão de operação • Caldeiras de vapor de baixa e média pressão (< 10 MPa). Geralmente são do tipo industrial, com feixe de convecção e sem reaquecedor; • Caldeiras de vapor de alta pressão (10 - 14 MPa). São utilizadas nas centrais termelétricas, com circulação natural e com reaquecedor só para pressões acima de 14 MPa; • Caldeiras de vapor de pressão super alta (> 17 MPa). São utilizadas nas CTEs, com circulação natural ou forçada e reaquecedor; • Caldeiras de vapor de pressão super crítica (> 22,1 MPa). São utilizados nas CTEs, com circulação contínua e reaquecedor; •Caldeiras de vapor com pressão deslizante. Distribuição de calor absorvido na caldeira em função da pressão O nível de pressão define a percentagem média de calor absorvido pelas diferentes superfícies interiores da caldeira Diagrama ‘T-S’ esquemático de isóbaras para caldeiras 1- Processo numa caldeira de baixa pressão; 2- Processo numa caldeira de alta pressão; 3- Processo numa caldeira supercrítica. Atendendo ao tipo de combustível ou fonte de calor • Para combustíveis sólidos como carvão mineral, biomassa e resíduos sólidos urbanos; • Para combustíveis líquidos como óleo combustível e óleo diesel; • Para combustíveis gasosos como gás natural, gás de processo e calor residual. As caldeiras de vapor caracterizam-se pela possibilidade de operar com qualquer tipo de combustível, e inclusive sem ele, recuperando a energia residual de um fluxo de gases quentes. Porém, o tipo de combustível determina as características construtivas e volume da fornalha. Uma caldeira projetada para a queima de óleo combustível ou gás, não pode ser utilizada para a queima de carvão sem ser modificada. Atendendo à tecnologia de combustão Atendendo à organização do fornecimento de ar e exaustão dos gases de combustão Valor da pressão em diferentes pontos dos dutos de ar e gases de uma caldeira a vapor. a) Com tiragem forçada, b) Com tiragem balanceada. Atendendo à disposição da fornalha e superfície de aquecimento Componentes principais de um Gerador de Vapor aquotubular Equações das reações químicas que se verificam no processo de combustão, escritas na base molar: • Combustão do Carbono: MJ6,406COOC 22 +→+ • Combustão do Hidrogênio: MJ08,571OH2OH2 222 +→+ • Combustão do Enxofre: MJ47,29SOOS 22 +→+ • Combustão do Metano: MJ0,978OH2COO2CH 2224 ++→+ Reação de combustão de um combustível ‘C’ (sólido ou líquido) com ar C + Ar = (CO2 + SO2 + H2O) + (N2 + O2) + (CO + H2 + CH4 + Fuligem) + Cinzas 1 2 3 4 • Grupo 1: Produtos da oxidação completa; • Grupo 2: Ar em excesso e, eventualmente, a umidade do combustível e do ar; • Grupo 3: Produtos gasosos e sólidos (fuligem) de combustão incompleta; • Grupo 4: Fração mineral não combustível (cinzas). Conceitos importantes relacionados com a combustão Com a combustão estequiométrica ou teórica ( ) 0g0a3 VVlcombustivedeNm1oukg1 →+ Para a combustão real ( ) aa3 VVlcombustivedeNm1oukg1 →+ Resulta evidente que: 0 aa VV > A relação entre os volumes de ar real e teórico (Coeficiente de excesso de ar) será: 0 a a V V =α Combustíveis sólidos (20-30 %), Combustíveis líquidos (8-10 %), Combustíveis gasosos (2-5 %). Para determinar a composição dos produtos da combustão, e dispor de dados para o cálculo do coeficiente de excesso de ar, utilizam-se analisadores de gases. Os analisadores de gases podem ser classificados em: Contínuos: baseiam-se no uso de sensores que detectam a variação de diferentes propriedades físicas do gás em função da concentração de diferentes compostos nele. Exemplo “LAND COMBUSTION Series II” pode medir a concentração de NO, NO2 , SO2 , O2 , CO, CO2, H2S e CxHy (hidrocarbonetos) nos produtos da combustão. Volumétricos: baseiam-se na absorção seletiva de diferentes componentes do gás por alguns reativos, sendo que a redução do volume da amostra corresponde com o teor do gás dado. Exemplo: Orsat. Composição dos produtos da combustão para diferentes valores do coeficiente de excesso de ar CO, H2, CH4 Para determinar o valor do coeficiente de excesso de ar, a partir da análise dos produtos da combustão, existem dois métodos: • Fórmula pelo carbono • Fórmula pelo oxigênio. 2 max 2 CO CO =α 2O21 21 − =α β+ = 1 21COmax2 ( )422 CH2H5,0CO5,0O21 21 ⋅−⋅−⋅−− =α tt ttt S375,0C N038,0O126,0H35,2 ⋅+ ⋅+⋅− ⋅=β Balanço Térmico, Eficiência e Cálculo Térmico Balanço de massa em uma caldeira de vapor Água e vapor . . . ma.a = mv.s + mext Combustível e gases ∑∑ == +=∆++ 3 1i cing 3 1i ia i GLLCL Cinzas 3cin2cin1cin t GGGCA ++=⋅ Balanço de energia Energia não aproveitada no sistema (perdas de calor)+== útil tt d Q PCI Q Eficiência da caldeira de vapor Fluxos de energia no volume de controle de uma caldeira de vapor A eficiência, segundo a primeira lei da termodinâmica, pode ser calculada de duas maneiras: • Por balanço direto, calculando-se a eficiência a partir de: t útil c PCI Q =η • Por balanço indireto, calculando-se a eficiência a partir de: t 6 2i i t c PCI QPCI ∑ = − =η Ou ainda, como: ( )65432c qqqqq1 ++++−=η Balanço de energia em caldeiras Q2 = perdas com os gases de escape Evidência: tge >> ta (tge > 120 oC) Causa: área de troca de calor insuficiente nas superfícies do pré- aquecedor de ar e economizador.Q3 = perdas por combustão química incompleta Evidência: presença de produtos de combustão incompleta nos gases (CO, H2 CH4, CnHn, ...) Causas: ar secundário insuficiente, tempo insuficiente de permanência dos gases na fornalha, etc. Q4 = perdas por combustãomecânica incompleta Evidência: partículas de carbono e fuligem nos gases. Causas: ar secundário insuficiente, problemas com a aerodinâmica da fornalha que provocam arraste excessivo, alta umidade do combustível sólido, gra- nulometria excessivamente fina, operação deficiente do queimador, etc. Q5 = perdas ao meio ambiente Causa: a temperatura das superfícies externas da caldeira é maior que a temperatura ambiente. Q6 = perdas devidas a alta temperatura das cinzas Causa: os resíduos extraídos durante a limpeza periódica da grelha possuem uma temperatura maior que a ambiente, extrações líquidas das cinzas. Faixa aproximada dos valores das perdas de calor e eficiência para diferentes combustíveis e caldeiras de vapor: Tipo de caldeira Combustível q2 q3 q4 1 q5 q6 1 η Industrial Bagaço 8 - 18 0,4 1 - 4 0,800 < 0,1 0,840 Energética2 Carvão betuminoso3 6,89 8,4E10-6 0,73 0,224 0,921 Valores médios das perdas e da eficiência em caldeiras Sistemas de combustão: fornalhas e queimadores Combustíveis Líquidos e gasosos Combustíveis sólidos Caldeiras de pe- quena capacidade Caldeiras de alta Capacidade (CTE) •Disposição frontal dos queimadores •Disposição lateral dos queimadores •Disposição do queimador no chão da fornalha •Leito fluidizado circulante •Suspensão •Queima Tangencial •Pressurizada •Ciclônica •Grelha fixa ou basculante •Grelha rotativa •Suspensão •Leito fluidizado borbulhante Tipos de fornalhas Características técnicas das fornalhas Carga térmica superficial da grelha. , g t AG A PCICQ ⋅= kW/m2 Carga térmica superficial das paredes de água da fornalha , i t A A PCICQ ⋅= kW/m2 Carga térmica volumétrica da fornalha f t V V PCICQ ⋅= Valores recomendados da carga térmica superficial e volumétrica em fornalhas para diferentes tipos de combustíveis Combustível Disposição dos queimadores QA (kW/m2) QV (kW/m2) oposta 551,9 211,0 Carvão mineral frontal 544,7 196,3 lateral 502,0 228,0 Óleo combustível oposta 753,0 342,0 Carvão betuminoso frontal - 186,0 Turfa frontal - 163,0 Xisto betuminoso frontal - 116,0 A carga térmica superficial e a carga térmica volumétrica são maiores nas fornalhas a óleo do que nas fornalhas a carvão devido a: • O tempo médio de queima do óleo pulverizado é, de grosso modo, a metade do tempo médio de queima das partículas de carvão pulverizado; • Na queima do carvão, ao contrário da queima do óleo, existe uma pequena porcentagem de partículas de maiores dimensões as quais requerem maior tempo de residência do que as médias; • A transferência de calor nas paredes da fornalha é afetada pela quantidade de cinzas aderidas nas mesmas. Considerando que numa fornalha a carvão deposita-se muito mais cinza nas paredes do que nas fornalhas a óleo, a resistência para transferência de calor é muito maior nesta do que nas que utilizam óleo. Proporções comparativas Altura (H) Largura (W) Profundidade (D) Carvão 2,00 1,20 1,14 Óleo 1,00 1,00 1,00 Carvão Óleo Comparação entre as dimensões das fornalhas a carvão e a óleo Altura Largura Profundidade Carvão 2,00 1,20 1,14 Óleo 1,00 1,00 1,00 Para a queima de combustíveis sólidos os tipos mais usuais de fornalhas são: • Fornalhas para queima em grelha; Fornalha de grelha plana Fornalha de grelha rotativa: Tipos de combustores de leito fluidizado Principais vantagens da queima em leito fluidizado • Flexibilidade de operação com diferentes tipos de combustíveis, com baixo teor de carbono, alto teor de enxofre e cinzas; • Possibilidade de utilizar combustíveis com uma granulometria relativamente grossa levando a menores gastos durante a preparação do mesmo; • Possibilidade de realizar a combustão conjunta do carvão mineral com biomassa e resíduos sólidos urbanos; • Alto coeficiente de troca térmica com as tubulações imersas no leito; • Maior eficiência na queima de combustível; • Dessulfurização pela adição no leito de calcário e dolomita que reagem com o enxofre formando CaSO4 e MgSO4 extraídos do leito juntamente com as cinzas. O grau de dessulfurização depende da temperatura do leito, excesso de ar, pressão de combustão, tempo de retenção e reação molecular Ca / S; • Devido a sua baixa temperatura reduz a emissão de NOx. Formas de fluidização, dependendo de da velocidade do fluxo de ar, densidade e forma das partículas Princípios básicos da combustão em multi-leitos Leito fluidizado circulante Interior da câmara de combustão de uma caldeira de leito fluidizado borbulhante Tubos de distribuição do ar e suporte da cama Queimadores Queimadores de jato em vórtex para carvão pulverizado • Vazão mássica de combustível por unidade de queimador: 6 - 7 t/h; • Temperatura da mistura (ar primário + combustível): < que 100 °C; • Temperatura do ar secundário: 300 - 315 °C; • Velocidade de saída do ar primário: 25 - 27 m/s; • Velocidade de saída do ar secundário: 30 - 35 m/s; • Concentração de combustível no ar primário: 300 - 320 g/m3. Queimador de carvão pulverizado Ar terciário para o queimador Ventilador do queimador Eixo excêntrico do ventilador Parede de água frontal da fornalha Atuador do ventilador Ar de combustão e articulação do damper de ar terciário Damper do ar de combustão do queimador a óleo Entrada de óleo Fotocélula Ignitor Alimentação do carvão pulverizado Estrutura de aço da caixa de ar da fornalha Queimadores de jatos diretos • Vazão mássica de combustível por unidade de queimador: 6 - 10 t/h; • Temperatura da mistura (ar primário + combustível): < 100 °C; • Temperatura do ar secundário: 300 - 315 °C • Velocidade de saída do ar primário: 25 - 30 m/s; • Velocidade de saída do ar secundário: 40 - 50 m/s; • Ângulo de passe descendente dos direcionadores do duto de ar primário: 10° - 20°; • Ângulo de passe descendente dos direcionadores do duto de ar secundário: > 50°. Queimadores para combustíveis líquidos a. Queimador com nebulização pela pressão do combustível; b. Queimador de copo rotativo; c. Queimador com nebulização por ar comprimido ou vapor Características Construtivas das Superfícies de Aquecimento Balão superior Funções do balão superior • Separar o vapor saturado da mistura água-vapor formada. • Misturar a água de alimentação com a água remanescente após a separação do vapor; • Permitir a injeção de substâncias para o controle de corrosão e tratamento químico da água; • Purificar o vapor removendo contaminantes e resíduos; • Remover parte da água para controlar o conteúdo de sólidos; • Estocar água a fim de suportar uma rápida variação de carga (produção de vapor); • Impedir a passagem de água para os superaquecedores evitando danos térmicos; • Prevenir o transporte junto ao vapor de gotículas de água com sólidos dissolvidos para o superaquecedor e a turbinas que podem provocar danos severos. Tubos do feixe mandrilados no interior do tubulão Paredes de água Foto de parte da parede de água traseira com tubos aletados da caldeira APU-50-6GI-PSE (CALDEMA, 2001) Superaquecedores 1 - superaquecedor convectivo 2 - superaquecedor semi-radiante 3 - superaquecedor radiante (de teto) 4 - reaquecedor intermediário 7 5 6 4 Vapor para reaquecimento Vapor superaquecido Vapor reaquecido 1- Superaquecedor convectivo; 2- Superaquecedor semi-radiante; 3- Superaquecedor radiante (placas penduradas); 4- Superaquecedor radiante (de teto); 5- Reaquecedor convectivo; 6- Reaquecedor semiradiante; 7- Reaquecedor radiante (de parede);Superaquecedor convectivo (CALDEMA) Dependência da temperatura de superaquecimento do vapor e da carga da caldeira (sem atemperador) 1- Superaquecedor radiante; 2- Superaquecedor convectivo. Atemperadores Atemperador Venturi Condensador Economizadores Economizador simples Economizador duplo. Pré-aquecedores de ar a.Pré-aquecedor tubular; b.Pré-aquecedor regenerativo, c.Pré-aquecedor de tubos de calor Esquema de um pré-aquecedor de ar regenerativo 1 -Dutos de ar 2- Rolamentos 3- Eixo 4- Pratos 5- Carcaça externa 6- Rotor 7- Motor elétrico 8- Selagem 9- Duto de gás. Selos radiais Mancal de rolamento sustentação Placa selagem radial Selos circunferenciais Placas trocadoras de calor Rotor cilíndrico Mancal rolamento radial inferior Sopradores de fuligem Seqüência de limpeza de fuligem com água Antes Durante Depois GERADORES DE VAPOR Gerador de Vapor (caldeira) Desenvolvimento dos geradores de vapor Projetos Modernos de Caldeiras a Vapor Caldeira de leito Fluidizado Circulante Classificação dos Geradores de Vapor Atendendo à utilização principal Caldeira flamotubular ou de tubos de fogo Caldeira flamotubular ou de tubos de fogo Esquema de uma caldeira aquotubular. Caldeira de circulação forçada com bomba de recirculação Esquema circulação contínua Valor da pressão em diferentes pontos dos dutos de ar e gases de uma caldeira a vapor. Composição dos produtos da combustão para diferentes valores do coeficiente de excesso de ar Balanço de energia Formas de fluidização, dependendo de da velocidade do fluxo de ar, densidade e forma das partículas Princípios básicos da combustão em multi-leitos Leito fluidizado circulante Interior da câmara de combustão de uma caldeira de leito fluidizado borbulhante Tubos de distribuição do ar e suporte da cama Paredes de água Placa selagemradial Seqüência de limpeza de fuligem com água
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