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Material de Apoio 11 - Obrigações Subjetivamente Compostas [Obrigações Solidárias Ativa]

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Obrigações Subjetivamente Compostas – Obrigações Solidárias 
 
Resumo: Carlos Roberto Gonçalves – Pablo Stolze – Rodolfo Pamplona 
 
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou 
mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda. 
- Dois tipos de solidariedade 
 
Há SOLIDARIEDADE ATIVA quando NA MESMA OBRIGAÇÃO concorre mais 
de um credor, sendo que cada um dos credores tem direito à dívida toda. 
o Ativa – Em uma obrigação tem MAIS DE UM CREDOR 
▪ Cada um deles tem direito a exigir a dívida inteira. 
 
Ex: Matheus, Thiago e Pedro são credores solidários de Judas em uma dívida de 30 mil 
reais 
• Significa dizer que: 
o Matheus poderá exigir 30 mil reais de Judas 
o Thiago poderá exigir 30 mil reais de Judas 
o Pedro poderá exigir 30 mil reais de Judas 
- Ser credor solidário SIGNIFICA que esse CREDOR poderá exigir SOZINHO o 
pagamento da dívida INTEIRA; OU SEJA, se Judas pagar a dívida para APENAS um 
CREDOR (Pedro), JUDAS não terá mais nenhuma obrigação em relação aos outros 
credores – Thiago e Matheus. 
ATENÇÃO: Judas NÃO TERÁ QUE PAGAR 30 MIL PARA CADA UM DOS 
CREDORES SOLIDÁRIOS, mas sim 30 mil que é o VALOR TOTAL DA 
OBRIGAÇÃO. 
• PORÉM, por ser uma obrigação solidária UM ÚNICO CREDOR PODE EXIGIR 
A DÍVIDA INTEGRALMENTE. 
 
REFLEXÃO: E se o contrato não previsse a solidariedade? 
R: SE a obrigação NÃO FOSSE SOLIDÁRIA, cada um dos credores somente poderia 
exigir sua PARTE, ou seja, 10 mil reais e NÃO A DÍVIDA INTEIRA. 
 
 
Há SOLIDARIEDADE PASSIVA quando NA MESMA OBRIGAÇÃO concorre mais 
de um devedor, sendo que cada um dos devedores é obrigação à dívida toda. 
 
o Passiva – Em uma obrigação tem MAIS DE UM DEVEDOR 
▪ Cada um deles tem a obrigação de PAGAR A DÍVIDA INTEIRA 
Ex: Lucas, João e André são DEVEDORES solidários de BARNABÉ em uma dívida de 
30 mil reais. 
• Significa dizer que: 
o Barnabé poderá COBRAR 30 mil reais de Lucas 
o Barnabé poderá COBRAR 30 mil reais de João 
o Barnabé poderá cobrar 30 mil reais de André 
 
- Ser devedor solidário SIGNIFICA que esse DEVEDOR poderá SER EXIGIDO 
SOZINHO a fazer o pagamento da dívida INTEIRA; OU SEJA, BARNABÉ poderá 
cobrar a dívida APENAS de um DEVEDOR (Lucas), não podendo exigir NADA DE 
João e André caso Lucas pague a dívida integralmente. 
 
REFLEXÃO: E se o contrato não previsse a solidariedade? 
R: SE a obrigação NÃO FOSSE SOLIDÁRIA, cada um dos devedores somente poderia 
ser COBRADO em relação à sua PARTE, ou seja, 10 mil reais e NÃO A DÍVIDA 
INTEIRA. 
 
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. 
- Como descobrir se a OBRIGAÇÃO É SOLIDÁRIA ou NÃO É 
R: Solidariedade 
• Resulta da LEI 
o Expressa na LEI 
o Art. 756 – CC/02 
o Art. 867 – CC/02 
o Art. 942 – CC/02 
ATENÇÃO: A lei pode vir indicando EXPRESSAMENTE A PALAVRA 
‘SOLIDARIEDADE’, porém, eventualmente pode vir escrito “responsável pelo TODO” 
ou “por inteiro”. 
Essas palavras indicam que a obrigação é SOLIDÁRIA 
• Vontade das PARTES 
o Vai constar no negócio jurídico “contrato” 
Ex: Thiago e João são responsáveis solidários pelo pagamento de 5 mil reais à Fábio. 
Ex: Thiago e João são responsáveis por inteiro pelo pagamento de 5 mil reais à Fábio. 
 
ATENÇÃO: Se no contrato estivesse escrito “Thiago e João são responsáveis pelo 
pagamento de 5 mil reais à Fábio”, a interpretação seria: 
• Thiago é responsável pelo pagamento de 2.500 reais e João é responsável pelo 
pagamento de 2.500 reais à Fábio, já que A SOLIDARIEDADE NÃO SE 
PRESUME 
- Percebam: Não há presunção de solidariedade. Se não há indicativo que a 
SOLIDARIEDADE VEM DA LEI ou se ELA SE ORIGINA DE ACORDO ENTRE AS 
PARTES, então cada DEVEDOR SERÁ RESPONSÁVEL APENAS POR SUA COTA. 
 
Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos cocredores ou 
codevedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro. 
- A discussão aqui é sobre a possibilidade do contrato prever maneiras diferentes de exigir 
a obrigação entre os credores e/ou devedores solidários. 
- De outro modo: O crédito ou a dívida solidária tem que ser igual/idêntica para todos os 
credores/devedores solidários OU poderá ser diferente para cada um deles? 
RESP: A obrigação não precisa ser igual para TODOS. Isto significa que a obrigação 
solidária pode estabelecer para cada CREDOR ou DEVEDOR uma maneira 
DIFERENTE DE EXECUÇÃO. 
- Essa diferença na execução é chamada de PRINCÍPIO DA VARIABILIDADE DO 
MODO DE SER DA OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA, podendo ser: 
• Pura e simples 
• Sujeito a termo, condição 
• Local de cumprimento/pagamento ser diferente 
- Podemos dizer que existem AO MENOS três variações de cumprimento previsto no 
artigo 266 – pura e simples; condicional, a termo (prazo), cumprimento em local 
diferente. 
Importante: O Enunciado nº. 347 da IV Jornada de Direito Civil do CJF indica que “A 
solidariedade admite outras disposições de conteúdo particular além do rol previsto no 
art. 266 do Código Civil”. 
 
Exemplo 01: Pura e Simples [igualdade na maneira de cumprir para todos os devedores] 
• Tício, Mévio e Caio são devedores solidários de Merval na quantia de R$ 
75.000,00 
• Observe que a obrigação é PURA e SIMPLES, já que não tem nenhuma condição, 
nenhum termo e nenhum encargo 
• Assim, não há nenhum modo diferente de execução 
• E se não há nenhum modo diferente de execução, Tício, Mévio e Caio devem a 
quantia de R$ 75.000,00 e esta deverá ser paga à vista, ao tempo e lugar 
combinados 
 
Exemplo 02: Com modos de execução [Pura e Simples – A termo – Sujeito à Condição] 
• Tício, Mévio e Caio são devedores solidários de Merval na quantia de R$ 
75.000,00 
• O contrato prevê situações diferentes: 
o Tício pagará o valor à vista [pura e simples] 
o Mévio pagará o valor em 30 dias [a termo] 
o Caio somente será obrigado SE o financiamento for aprovado pelo Banco 
[condição] 
 
Exemplo 03: Com lugares diferentes para execução 
• Tício, Mévio e Caio são devedores solidários de Merval em relação a 500 kg de 
feijão 
• Tício deverá cumprir em Teófilo Otoni 
• Mévio deverá cumprir em Teófilo Otoni ou Poté, devendo indicar o local 
escolhido com antecedência de 10 dias 
• Caio deverá cumprir em Governador Valadares 
 
- Se não houver disposição contrária no Negócio Jurídico [contrato] a obrigação solidária 
será pura e simples, PORÉM, há possibilidade de termos obrigações SOLIDÁRIAS 
com modos e condições de cumprimento diferentes para cada CREDOR ou 
DEVEDOR. 
 
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento 
da prestação por inteiro. 
- Características da solidariedade ativa 
• Cada credor poderá exigir o cumprimento integral da dívida, isto é, a dívida 
inteira; 
• O devedor poderá pagar a qualquer um dos credores 
o Lembrando que o pagamento a qualquer dos credores somente é possível 
antes de existir cobrança judicial 
Exemplo: Lucas e Rafael são advogados e por meio de um contrato de prestação de 
serviços, Rafaela se obrigou a pagar a quantia de R$ 15.000,00 
• O contrato de honorários, na cláusula 7ª prevê que são credores solidários de 
Rafaela 
Análise da Situação: 
1) Rafaela poderá pagar a quantia de R$ 15.000,00 para qualquer um deles e estará 
livre do vínculo obrigacional; 
a. Rafaela poderá pagar a quantia de R$ 15.000,00 apenas para Lucas; 
b. Rafaela poderá pagar a quantia de R$ 15.000,00 apenas para Rafael; 
2) Rafaela poderá pagar a quantia de R$ 15.000,00 para eles conjuntamente; 
3) Caso Rafaela não pague, podem os advogados cobrarem conjuntamente OU pode 
apenas um deles cobrar a integralidade da dívida 
a. Lucas pode cobrar sozinho o valor devido por Rafaela 
b. Rafael pode cobrar sozinho o valor devido por Rafaela 
 
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a 
qualquer daqueles poderá este pagar. 
Reflexão: Na solidariedade ativa existem várioscredores e cada um deles tem o direito 
de receber a dívida integralmente. Como cada um deles pode receber a dívida toda, a 
quem o devedor comum poderá [deverá] pagar? 
• Devedor comum é aquele devedor que deve para os mesmos credores, isto é, 
aquele devedor tem um débito em comum em relação a todos os credores 
solidários 
Questionamento: A quem deverá o devedor comum pagar para se ver livre daquele 
débito? 
R: Art. 268 indica que poderá pagar a QUALQUER DELES. PORÉM, essa possibilidade 
de pagar a qualquer deles está condicionada ao evento NÃO DEMANDAR. 
• Não demandar significa COBRAR JUDICIALMENTE O DÉBITO, assim, 
enquanto não houver uma demanda [cobrança] judicial, o devedor terá a liberdade 
de pagar a qualquer um dos credores solidários. 
 
Revisão: E por que o devedor poderá pagar para qualquer um dos credores? 
R: O artigo 267 indica que nas OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS, cada credor tem direito a 
RECEBER a DÍVIDA por INTEIRO 
 
ATENÇÃO: Se porventura um ou alguns dos credores solidários ajuizar uma ação de 
cobrança, o DEVEDOR FICA VINCULADO [OBRIGADO] a pagar àqueles 
CREDOR(ES) que cobraram a dívida judicialmente 
• Fenômeno é chamado de PREVENÇÃO JUDICIAL 
 
Exemplo: Lucas e Rafael são advogados e por meio de um contrato de prestação de 
serviços, Rafaela se obrigou a pagar a quantia de R$ 15.000,00 
• O contrato de honorários, na cláusula 7ª prevê que são credores solidários de 
Rafaela 
ANTES de uma DEMANDA JUDICIAL 
o Poderá pagar aos dois CONJUNTAMENTE 
o Poderá pagar somente para Lucas 
o Poderá pagar somente para Rafael 
 
APÓS uma DEMANDA JUDICIAL 
• Deverá pagar o(s) credor que demandou(aram) contra ela 
o Se Rafael e Lucas demandaram [ajuizaram a ação] conjuntamente, Rafaela 
deverá pagar a quantia AOS DOIS CREDORES 
o SE APENAS RAFAEL demandou contra Rafaela, esta deverá pagar a 
quantia apenas para Rafael 
o SE APENAS LUCAS demandou contra Rafaela, esta deverá pagar a 
quantia apenas para Lucas 
 
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante 
do que foi pago. 
Questionamento: O acontece quando o devedor paga a dívida – ou parte dela – para 
apenas um dos credores solidários? 
R: Se pagar toda a dívida a um dos credores solidários, a obrigação estará extinta. Porém, 
se o pagamento for parcial, extinguirá a dívida até o montante que foi pago. 
• Pagamento integral – Extingue-se a relação [vínculo] obrigacional entre credores 
e devedor 
o Isso só é possível porque cada credor solidário pode receber a totalidade 
da dívida e, sendo assim, ao receber dará quitação integral do débito 
• Pagamento parcial – Extingue-se [diminui] o valor do débito até o montante que 
foi pago 
 
Exemplo: Em razão de um contrato, Fábio, Santos e Patrick são credores solidários de 
Márcia em relação a uma quantia de R$ 15.000,00. 
• SE MÁRCIA pagar a quantia de R$ 15.000,00 SOMENTE para Fábio, a 
obrigação [o vínculo jurídico obrigacional] estará extinto em relação ao credor 
que recebeu [Fábio] bem como em relação a todos os outros credores solidários 
[Santos e Patrick] 
ATENÇÃO: O pagamento feito a um dos credores solidários EQUIVALE ao pagamento 
realizado a todos os credores solidários. 
Exemplo: Em razão de um contrato, Fábio, Santos e Patrick são credores solidários de 
Márcia em relação a uma quantia de R$ 15.000,00. 
• SE MÁRCIA pagar a quantia de R$ 5.000,00 SOMENTE PARA Fábio, a 
obrigação [vínculo jurídico obrigacional] continua a existir em relação ao credor 
que recebeu [Fábio] bem como em relação a todos os outros credores solidários 
[Santos e Patrick] 
• PORÉM, deverá ser deduzido [abatido] até o montante do valor pago, no caso, 
deverá subtrair a quantia de R$ 15.000,00 – R$ 5.000,00 = R$ 10.000,00 a serem 
quitados 
ATENÇÃO: O pagamento PARCIAL feito a um dos credores solidários EQUIVALE ao 
pagamento PARCIAL feito a todos os credores solidários, assim, Fábio, Santos e Patrick 
somente poderão cobrar de Márcia o valor restante, no caso: R$ 10.000,00. 
Observação: Não se esqueça que a possibilidade de pagar a qualquer credor solidário 
depende da NÃO EXISTÊNCIA de uma DEMANDA JUDICIAL em desfavor do 
devedor. 
 
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só 
terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão 
hereditário, salvo se a obrigação for indivisível. 
Exemplo: Se Thiago e Antônio são credores de André na quantia de R$ 20.000,00 
• Thiago terá direito de exigir a prestação por inteiro – pagamento dos R$ 20.000,00 
• Antônio terá direito de exigir a prestação por inteiro – pagamento dos R$ 
20.000,00 
Questionamento: E se um dos credores solidários falecer [morrer]? O que acontece? 
Como seus herdeiros poderão exigir o cumprimento da prestação? 
“Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito 
a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo 
se a obrigação for indivisível.” 
1) Quota do Crédito – A parte que o credor teria direito no momento da divisão do 
crédito entre credores 
2) Quinhão Hereditário – A parte que cabe a cada herdeiro na herança 
- Haverá a chamada REFRAÇÃO DO CRÉDITO e os herdeiros do credor solidário não 
terão direito a exigir a prestação por inteiro 
- Somente poderão exigir a parte do crédito que caberia ao credor solidário, limitada ao 
seu quinhão hereditário 
Exemplo: Se Thiago e Antônio são credores de André na quantia de R$ 20.000,00 
• Thiago terá direito de exigir a prestação por inteiro – pagamento dos R$ 20.000,00 
• Antônio terá direito de exigir a prestação por inteiro – pagamento dos R$ 
20.000,00 
- Suponha que Thiago Falece deixando dois herdeiros Carlos e Eduardo 
• De acordo com o artigo 270, cada herdeiro somente poderá exigir A COTA DO 
CRÉDITO CORRESPONDENTE AO CREDOR FALECIDO limitada ao seu 
quinhão hereditário [limitada à parte que tem a receber da herança] 
 
Pergunta: Se o crédito total é R$ 20.000,00, quanto cada credor receberá? 
• Antônio – R$ 10.000,00 
• Thiago – R$ 10.000,00 [falecimento de Thiago] 
o Herdeiros poderão apenas cobrar a parte que caberia a Thiago, portanto: 
R$ 10.000,00 
▪ Carlos – R$ 5.000,00 
▪ Eduardo – R$ 5.000,00 
 
Exceção: Casos em que não ocorre a Refração do Crédito 
1) Quando houver apenas um herdeiro do credor solidário 
2) Quando todos os herdeiros do credor solidário se unirem para exigir a prestação, 
ou seja, quando cobrarem o débito conjuntamente; 
3) Quando o objeto da prestação for indivisível. 
 
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, 
a solidariedade. 
- Significa dizer que, quando estivermos diante de uma obrigação solidária e esta se 
resolver em perdas e danos, a solidariedade permanecerá para todos os efeitos, ou seja, 
persistirá a solidariedade ativa. 
Exemplo: Judite obrigou-se, por meio de um contrato, a entregar dois quadros famosos, 
avaliados em R$ 500.000,00 a Karla e Emanuela, suas credoras solidárias. 
• Karla poderá exigir os dois quadros, já que é uma credora solidária 
• Emanuela poderá exigir os dois quadros, já que é uma credora solidária 
- Porém, por culpa de Judite OS QUADROS foram TOTALMENTE DESTRUÍDOS 
antes de entrega-los às credoras 
- Assim, a solução do caso é RESOLVER A OBRIGAÇÃO EM PERDAS E DANOS, 
isto é, Judite deverá pagar o valor equivalente aos quadros – R$ 500.000,00 – em dinheiro. 
Pelo artigo 271, há previsão que MESMO CONVERTIDO EM PERDAS E DANOS, a 
SOLIDARIEDADE SUBSISTE, isto é: 
• Karla poderá exigir o valor integral e equivalente aos quadros – R$ 500.000,00 
• Emanuela poderá exigir o valor integral e equivalente aos quadros – R$ 
500.000,00 
Questionamento: Por qual motivo a solidariedade continuará, subsistirá, se o 
DINHEIRO, geralmente, é divisível? 
R: A solidariedade resulta da LEI ou VONTADE DAS PARTES, não importando as 
características do objeto,ou seja, se ele é divisível ou indivisível. Aqui o que interessa é 
a relação das PARTES, sendo solidárias por lei ou se OPTARAM pela solidariedade. 
• No contrato as partes definiram que Karla e Emanuela seriam credoras solidárias 
• Aqui não há diferença ou não é importante discutir a DIVISIBILIDADE ou 
INDIVISIBILIDADE do objeto da prestação 
• Seja o objeto DIVISÍVEL ou INDIVISÍVEL a solidariedade ativa permanecerá, 
já que assim DETERMINA A LEI ou ASSIM OPTARAM AS PARTES 
(declaração de vontade das partes) 
 
Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos 
outros pela parte que lhes caiba. 
- Na obrigação solidária temos duas relações: 
• Relação Externa: 
o Relação entre CREDORES e DEVEDORES 
o Cada Credor pode exigir – receber a dívida toda do Devedor 
• Relação Interna: 
o Relação entre os CREDORES 
o Cada Credor tem direito a receber quotas iguais dos créditos 
▪ Igualdade em cotas SOMENTE SE NÃO HOUVER 
ESTIPULAÇÃO EM CONTRÁRIO 
- Aquele credor que recebe a dívida – toda ou em parte – deverá repartir esse valor 
recebido com os outros credores solidários, na proporção do seu crédito, isto é, cada 
credor terá direito a receber a parte que lhes caiba. 
 
Questionamentos: 
1) Se o valor do crédito pertence a todos os credores solidários, o que acontecerá se 
apenas um dos credores recebê-lo todo? 
2) Lado outro, o que acontecerá se apenas um dos credores solidários perdoar a 
dívida do devedor? 
Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos 
outros pela parte que lhes caiba. 
- Remitir a dívida = Perdoar a dívida 
- Portanto, o credor que tiver perdoado a dívida ou recebido o pagamento responderá 
aos outros credores pela parte que lhes caiba 
PRINCÍPIO DA COMUNIDADE DE INTERESSES 
• Na solidariedade ativa a prestação deve ser partilhada, geralmente, em quotas 
iguais entre todos os credores solidários 
- Assim, aqueles CREDORES SOLIDÁRIOS QUE NÃO RECEBEREM sua cota na 
prestação terão direito ao REGRESSO contra aquele CREDOR que SOZINHO: 
• Recebeu a prestação por inteiro 
• Perdoou a dívida por inteiro 
 
Exemplo: Por conta de um contrato, Fábio, Santos, Guilherme e Leonardo são credores 
solidários de Thiago no valor de R$ 1.000.000,00. Por serem credores solidários: 
• Fábio, Santos, Guilherme e Leonardo poderão, em conjunto, exigir a dívida do 
devedor Thiago 
Credor 03
Direito à 5
Credor 02
Direito à 5
Credor 01
Direito à 5
Cota Crédito - Total: 15
Credor 01 Credor 02 Credor 03
• Fábio poderá exigir o pagamento integral de R$ 1.000.000,00 de Thiago 
• Santos poderá exigir o pagamento integral de R$ 1.000.000,00 de Thiago 
• Guilherme poderá exigir o pagamento integral de R$ 1.000.000,00 de Thiago 
• Leonardo poderá exigir o pagamento integral de R$ 1.000.000,00 de Thiago 
- Suponhamos que Thiago paga o débito integralmente – R$ 1.000.000,00 – para 
Guilherme 
• Com o pagamento, Thiago NADA MAIS DEVE para Guilherme, Santos, 
Leonardo e Fábio 
• Portanto, encerrou-se a RELAÇÃO EXTERNA ENTRE CREDORES E 
DEVEDOR 
- PORÉM, Guilherme, credor solidário que recebeu INTEGRALMENTE O DÉBITO, 
deverá partilhar o valor recebido com os outros credores solidários na proporção da cota 
do crédito de cada um. 
 
Fábio
Santos
Guilherme
R$ 1.000.000,00
Leonardo
Valor do Crédito: R$ 1.000.000,00
Fábio Santos Guilherme Leonardo
 
ATENÇÃO: Se Guilherme NÃO repassar o valor correspondente aos outros credores 
solidários – Leonardo – Fábio – Santos, eles terão direito de regresso [TERÃO DIREITO 
DE COBRAR] de Guilherme a parte de cada um deles, isto é: 
• Leonardo terá direito de cobrar o pagamento de R$ 250.000,00 
• Fábio terá direito de cobrar o pagamento de R$ 250.000,00 
• Santos terá direito de cobrar o pagamento de R$ 250.000,00 
Observação: SE ao invés de receber o valor integral, Guilherme perdoar a dívida de 
Thiago, a mesma situação ocorrerá. 
• Se Thiago for perdoado por Guilherme, encerra-se o vínculo obrigacional e ele 
não deverá nada mais para os credores solidários – Guilherme, Leonardo, Fábio e 
Santos 
• Isso somente é possível por conta dos efeitos da solidariedade: Se é possível 
cobrar a dívida integral, também é possível a dívida ser perdoada integralmente 
por um dos credores solidários 
PORÉM 
• Como Leonardo, Fábio e Santos NÃO PERDOARAM A DÍVIDA, eles terão 
direito de cobrar de Guilherme a cota que lhe pertence 
o Leonardo terá direito de cobrar o pagamento de R$ 250.000,00 
o Fábio terá direito de cobrar o pagamento de R$ 250.000,00 
o Santos terá direito de cobrar o pagamento de R$ 250.000,00 
 
Fábio
R$250.000,00 
Santos
R$ 250.000,00
Guilherme
R$ 250.000,00
Leonardo
R$ 250.000,00
Valor do Crédito: R$ 1.000.000,00
Fábio Santos Guilherme Leonardo
Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais 
oponíveis aos outros. 
- Exceção = Defesa 
• [Exceção ~ Defesa] são as alegações que podem ser utilizadas contra uma 
pretensão em um procedimento judicial 
• São as alegações que posso utilizar para demonstrar que a outra pessoa não possui 
razão / não possui direito 
Exemplo 01: João ajuíza uma ação de cobrança contra Thiago. No momento de 
apresentar a defesa [contestação], Thiago apresenta exceção dizendo que a dívida está 
prescrita. 
Exemplo 02: João ajuíza uma ação de cobrança contra Thiago. No momento de 
apresentar a defesa [contestação], Thiago apresenta exceção dizendo que a dívida já está 
quitada, para tanto, apresenta o recibo de pagamento. 
- Exceção é todo argumento de defesa que podem ser alegadas em relação à determinada 
ação. No direito obrigacional, exceção é toda defesa que pode ser alegada pelo devedor 
em relação à cobrança do crédito. Exemplo: 1) pagamento já realizado; 2) cobrança de 
valor além do devido; 3) juros exorbitantes; 4) exceção de contrato não cumprido – o 
credor não entregou o objeto; 5) compensação, novação. 
ATENÇÃO: Só que o artigo fala em EXCEÇÃO PESSOAL 
- Exceção Pessoal = Defesa ou Argumentos de defesa de caráter pessoal, que está 
relacionado ao DEVEDOR e a UM DOS CREDORES 
• É algo entre o DEVEDOR e um dos CREDORES 
• Não está relacionado ao OBJETO DA OBRIGAÇÃO 
- Exceção pessoal que o devedor pode alegar: 1) Credor agiu em dolo; 2) Devedor foi 
coagido a aceitar as condições do contrato; 3) Credor tirou proveito do estado de perigo 
– vício do consentimento – no qual se encontrava o devedor; 4) incapacidade do devedor 
– que deveria ter sido representado por seu tutor ou curador. 
TRADUZINDO O ARTIGO 
- Art. 273: A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções [defesas] 
pessoais oponíveis [que podem ser usadas somente contra um ou alguns dos credores 
solidários] aos outros [àqueles que não viciaram a manifestação de vontade, por exemplo] 
- O devedor não pode opor uma exceção pessoal a um dos credores solidários SE ESSA 
EXCEÇÃO PESSOAL [se o seu argumento de defesa] for oponível [disser respeito – 
estiver relacionado] a outro credor solidário 
OBSERVAÇÃO: O artigo 273 não impede que ele alegue exceções [defesas] que diga 
respeito a todos os credores solidários ou esteja relacionado à própria obrigação, PORÉM, 
impede que o devedor se utilize de defesas pessoais, relacionadas a apenas um dos 
credores solidários, contra todos os outros credores solidários, que não podem ser 
prejudicados por conta da atitude de um dos credores solidários. 
Exemplo: Em razão de um acordo de vontades ~contrato~ Fabiana, Andrea e Joaquina 
se tornam credoras solidárias de Adriana no valor de R$ 300.000,00. 
• Fabiana, uma das credoras solidárias de Adriana ajuíza uma ação de cobrança, 
requerendo o pagamento de R$ 300.000,00, já que o prazo combinado já se 
esgotou. 
• No momento de apresentar a defesa, Adriana alega que NÃO DEVE PAGAR 
porque ela foi COAGIDA POR ANDREA a assinar o contrato 
ATENÇÃO 
• Podemos perceber que Adriana opôs uma exceção pessoal, ou seja, uma defesa 
quediz respeito a ela [ADRIANA] e a ANDREA, já que alegou que esta última a 
coagiu para assinar o contrato 
• Considerando que a exceção pessoal está relacionada SOMENTE A ANDREA, 
Adriana não poderá alega-la contra Fabiana, já que esta não teve nenhuma 
participação na coação 
• Assim, o juiz deverá – com base no art. 273 – rejeitar as exceções pessoais opostas 
por Adriana, já que os demais credores DE BOA-FÉ não poderão ser prejudicados 
 
Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais, mas 
o julgamento favorável aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção pessoal que o devedor 
tenha direito de invocar em relação a qualquer deles. 
Questionamento: Imagine que em uma solidariedade ativa, apenas um dos credores 
solidários ajuíza ação contra o devedor comum. A decisão judicial proferida nesse 
processo [ação] atinge [gera efeitos] em relação aos credores que não fizeram parte do 
processo? 
R: Vai depender da situação, de acordo com o previsto no artigo 274 
1) Houve um julgamento e esse foi desfavorável ao credor solidário que ajuizou a 
ação, isto é, um dos credores solidários ajuizou uma ação e perdeu essa ação 
contra o devedor comum 
2) Houve um julgamento e esse foi favorável ao credor solidário que ajuizou a ação, 
isto é, um dos credores solidários ajuizou uma ação e ganhou essa ação contra o 
devedor comum 
- Trata do alcance do resultado do julgamento em relação aos credores solidários que não 
fizeram parte do processo 
- Se a decisão judicial foi CONTRÁRIA ~ DESFAVORÁVEL ao credor solidário que a 
ajuizou, ela não irá ATINGIR/PREJUDICAR os demais credores solidários que NÃO 
FIZERAM PARTE DO PROCESSO 
• E isso acontece porque os credores solidários que não fizeram parte do processo 
não podem ser prejudicados, haja vista não terem tido a oportunidade de se 
defender. 
• Eles poderiam ter utilizado algum argumento, fato ou situação que não foi alegada 
pelo credor durante a tramitação do processo 
- Se a decisão judicial foi FAVORÁVEL ao credor solidário que a ajuizou, ela irá atingir 
os demais credores solidários que NÃO FIZERAM PARTE DO PROCESSO

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