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Poligamia em Moçambique

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Definição 
A poligamia, uma forma de união em que um homem está casada com mais de uma mulher (Poliginia) ou uma mulher está casada com mais de um homem (poliandria) tem caracterizado várias sociedades no mundo. A poliginia constitui quase a única forma de poligamia a caracterizar os seus regimes de nupcialidade em Moçambique (na África Sub-Sahariana em geral) e, por isso, o termo poligamia, usado nesta pesquisa, refere-se a esta forma de união. De acordo com os dados de inquérito demográfico e de saúde registado o ano 2000 em 19 países da África Sub-Sahariana, a percentagem de mulheres casadas entre 15 – 49 anos, a viver em regime de poligamia varia entre 11%, no Ruanda, a 53%, na Guine (www.measuredhs.com, cessado a 19.04.2010)
Em Moçambique, apesar de as uniões poligâmicas não serem reconhecidas legalmente, e as constituem uma característica importante do seu regime de nupcialidade, particularmente nas sociedades partilineares.
Teorias Sobre Poligamia
Do ponto de vista demográfico, a poligamia é explicada pela menor razão de sexos da população em idade de casar, devido a altas taxas de fecundidade, diferenças por sexo na idade de casamento e ao curto período entre o divórcio ou viuvez e o casamento seguinte.
Assim, a prevalência de poligamia tende a ser maior quando há um excesso de mulheres na idade de casar, porque os homens, que não seriam competitivos num mercado de casamento onde houvesse escassez de mulheres conseguem parceiras para casar e alguns casam mesmo com mais de uma mulher (Ember et al. 2002)
A abordagem Legal
No artigo 119 da Constituição da República de Moçambique (2004), está patente que a família é o elemento fundamental e a base de toda a sociedade. Assim, o Estado reconhece e protege, nos termos da lei, o casamento como instituição que garante a prossecução dos objectivos da família. No quadro do desenvolvimento de relações sociais assentes no respeito pela dignidade da pessoa humana, o Estado consagra o princípio de que o casamento se baseia no livre consentimento.
Ainda sobre o assunto, o ponto 4 do mesmo artigo estabelece as formas de valorização do casamento tradicional e religioso, para além definir os requisitos do seu registo e fixa os seus efeitos. Portanto, a família constituída pelo casamento monogâmico é indissolúvel, e está sob protecção especial do Estado. Porém, tais normas apenas atendem as necessidades da sociedade em um Estado separado da religião.
Possíveis vantagens da poligamia 
A poligamia nessas comunidades, de certo modo, permite resolver alguns problemas práticos. Por um lado, evita a proliferação do adultério, por outro, facilita ao homem a prática do planeamento familiar com as suas esposas. Isto é, se um homem tiver mais de uma mulher, pode deixar aquela que está grávida ou ainda tem bebé muito pequeno, e ter relações sexuais com as outras. Desta forma, a poligamia associada a outros tabus, permite a uma mulher não engravidar sucessivamente, uma vez que depois de um parto a mulher só volta a ter relações sexuais quando a criança tiver uma idade adequada, por exemplo, dois anos, pelo menos era assim no passado. (António & Omar, 2007: 66)
Como já se vem afirmando, as ditas vantagens da poligamia são meramente androcêntricas. Aparecem para beneficiar o homem e nunca para dar vantagem à mulher; parece que em quase todas sociedades a mulher existe para atender aos interesses dos homens, isto é, como um apêndice social. As mulheres existem para servir os homens. Isso não é correcto porque é indício da discriminação.
Possíveis desvantagens da poligamia 
A poligamia tem todos os males, lá isso é verdade, as mulheres disputam pela posse do homem, matam-se, enfeitiçam-se, não chegam a conhecer o prazer do amor, mas têm uma coisa maravilhosa: não há filhos bastardos, nem crianças sozinhas na rua. Todos têm um nome, um lar e uma família. (CHIZIANE, 2008: 137) 
Uma relação conjugal poligâmica é feita com base em conflitos constantes, uma situação conflituosa. As guerras são maiores e nunca há tréguas. É importante que se comente o facto segundo o qual várias vezes a poligamia acarreta consequências que alcançam o nível criminal. Mulheres são presas por causa de crimes macabros provocados por ciúmes e desentendimentos conjugais.

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