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Questões comentadas direito constitucional II

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Direito Constitucional I – Nota de aula 
Prof. Diego Sabóia
- Normas constitucionais – (Tópicos e questões)
* As modalidades normativas existentes
- Regras: aplicação direta a uma homogeneidade de situações; 
- Princípios: mandamentos de otimização (Robert Alexy); aplicação direta e indireta a situações as mais heterogêneas; possibilidade de extensão e restrição de seu alcance;
- Postulados normativos (Humberto Ávila): modalidade normativa intermediária entre as regras e os princípios, cujo propósito é auxiliar na interpretação, mormente em situações de colisão entre princípios.
* A situação do preâmbulo 
- O case Acre e o posicionamento do STF (ADIn 2076, de agosto de 2002): a expressão “sob a proteção” como norma de observância obrigatória?;
- O preâmbulo é norma jurídica?;
- Irrelevância jurídica;
- Não é parâmetro para controle de constitucionalidade;
- Força ausente: é vetor hermenêutico que se situa no campo da Política, da Moral, da História, mas não do Direito;
- A invocação de Deus no preâmbulo: o enfraquecimento do estado laico?
* Eficácia e aplicabilidade das normas constitucionais 
- Eficácia da norma jurídica: aptidão para produzir efeitos concretos;
- Não há normas desprovidas de eficácia jurídica: todas a possuem, ainda que em mínima medida;
- Eficácia jurídica não se confunde com eficácia social: esta última refere-se à materialização no mundo das prescrições da norma, vale dizer, de sua aderência social;
- Inexistência de hierarquia normativa.
* A classificação de José Afonso da Silva 
- Normas constitucionais de eficácia plena:
. São normas com aptidão para produzir desde logo (não necessitam de normas ulteriores) seus efeitos, e não podem ter seu conteúdo reduzido (no sentido de impossibilidade de atingimento de seu núcleo essencial). Vale dizer, é direta, imediata e integral;
. Exemplos:
a) §1º do art. 5º da CF: “As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.”;
b) Art. 1º da CF: A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
- Normas constitucionais de eficácia contida:
. São normas que, de início, assemelham-se com as normas de eficácia plena. No entanto, destas se diferenciam porque podem ter seu alcance restringido por normas ulteriores;
. Exemplos:
a) Art. 5º, XIII, da CF: “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”;
b) Art. 5º, VIII, da CF: “ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei”;
- Normas constitucionais de eficácia limitada:
. São normas cuja aplicabilidade depende necessariamente da edição de normatividade ulterior.
. Exemplos:
a) Art. 205, da CF: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” (Norma programática ou dirigente, que denota uma intenção, ou seja, um objetivo do Estado brasileiro);
b) Art. 25, § 3º, da CF: “Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.” (Norma de preceito institutivo, que denota uma possibilidade de determinado ente federado implementar determinada conduta) 
---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
Questões
01) (Promotor de Justiça/GO – MPE/GO) O preâmbulo é o pórtico da Constituição e revela a síntese do pensamento do legislador constituinte.
Acerca de sua natureza jurídica, marque a resposta correta:
a) Para o STF o preâmbulo constitucional deve ser contado como norma constitucional, integrando o articulado constitucional, possuindo eficácia jurídica plena.
b) O preâmbulo na CF/88 é dotado de força normativa cogente, fazendo parte da declaração de direitos e, por isso, tomado como cláusula pétrea.
c) O preâmbulo, por expressa disposição constitucional, tem como finalidade a resolução das chamadas lacunas ocultas, que são aquelas decorrentes de erro do Poder Constituinte ou de desatualização da Constituição.
d) Para o STF o preâmbulo constitucional situa-se no domínio da política e reflete a posição ideológica do constituinte. Logo, não contém relevância jurídica, não tem força normativa, sendo mero vetor interpretativo das normas constitucionais, não servindo como parâmetro para o controle de constitucionalidade.
R. 
"O STF já decidiu pela ausência de força jurídica do preâmbulo da Constituição. Assim, ele não pode ser usado para tornar normas infraconstitucionais inconstitucionais. Embora despido de força jurídica, o preâmbulo pode servir de base para fins de interpretação constitucional.
2) (Promotor de Justiça/MA – MPE/MA) Sobre a natureza jurídica e força de aplicação das previsões normativas de direitos constantes do Preâmbulo da Constituição Federal de 1988, considere as assertivas abaixo e após assinale a opção correta:
I – Em termos estritamente formais, o Preâmbulo constitui-se em uma espécie de introdução ao texto constitucional, um resumo dos direitos que permearão a textualização a seguir, apresentando o processo que resultou na elaboração da Constituição e o núcleo de valores e princípios de uma nação;
II - O termo "assegurar" constante no Preâmbulo da Constituição brasileira de 1988 constitui-se no marco da ruptura com o regime anterior e garante a instalação e asseguramento jurídico dos direitos listados em seguida e até então não dotados de força normativa constitucional suficiente para serem respeitados, sendo eles o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça;
III – Nos moldes jurídicos adotados pela CF de 1988, o preâmbulo se configura como um elemento que serve de manifesto à continuidade de todo o ordenamento jurídico ao conectar os valores do passado - a situação de início que motivou a colocação em marcha do processo legislativo - com o futuro - a exposição dos fins a alcançar -, descrição da situação que se aspira a chegar;
IV – Ao se analisar o texto constitucional Preambular do Estado democrático brasileiro, em sua forma de apresentação, pode-se identificar a referência aos conteúdos que seguem: soberania, narrativa histórica, objetivos supremos, identidade nacional e a Deus;
V - O voto emanado pelo então Ministro Ayres Brito, à época presidente do Supremo Tribunal Federal, que acompanhou o proferido pelo relator Ministro Ricardo Lewandowski, considerou improcedente a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 186, reafirmou a validade das chamadas ações afirmativas sustentando que as políticas públicas de justiça compensatória, restaurativas, afirmativas ou reparadoras de desvantagens históricas são um instituto jurídico constitucional, e enfatizou ainda a distinção entre cotas sociais e raciais como uma construção dogmática feita a partir do Preâmbulo da Constituição da República que fala em assegurar o bem estar e na promoção de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos.
a) Apenas as assertivas I e II são corretas;
b) Somente as assertivas III e IV são corretas;
c) Apenas a assertiva IV é incorreta;
d) Somente a assertiva V é correta;
e) Apenas a assertiva V é incorreta;R.
IV – Ao se analisar o texto constitucional Preambular do Estado democrático brasileiro, em sua forma de apresentação, pode-se identificar a referência aos conteúdos que seguem: soberania, narrativa histórica, objetivos supremos, identidade nacional e a Deus; 
3) (Técnico/Agência Nacional de Saúde – FUNCAB) José Afonso da Silva classifica as normas constitucionais, quanto à aplicabilidade, em três espécies: normas de eficácia plena, contida e limitada. O artigo 93, inciso IX, da Carta Magna aduz que “todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação”. Neste sentido, o artigo é exemplo de norma constitucional:
a) limitada, pois a norma constitucional em apreço não é provida de aplicabilidade direta e imediata, dependendo esta de interposição legislativa.
b) contida, pois a norma constitucional em apreço é dotada de aplicabilidade direta, imediata, mas não integral, admitindo-se contenção de seu conteúdo.
c) plena, pois a norma constitucional em apreço não é dotada de aplicabilidade integral, vez que há a possibilidade do alcance do preceito ser reduzido pela legislação ordinária, de forma que a norma infraconstitucional logra restringir os efeitos da norma constitucional regulamentada.
d) plena, pois a norma constitucional em apreço dispõe de aplicabilidade direta, imediata e integral, tendo em vista que não depende de regulamentação para se tornar aplicável.
e) contida, pois a norma constitucional em apreço tem aplicabilidade indireta, mediata e reduzida, somente incidindo em sua totalidade após uma normativa ulterior que lhe desenvolva a eficácia.
R.
NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA LIMITADA 
  - ENTRAM EM VIGOR COM A PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO. 
  - PRODUZEM EFEITOS JURÍDICOS IMEDIATAMENTE APÓS A SUA ENTRADA EM VIGOR, MAS NÃO TODOS. 
  - SÃO INCAPAZES DE, SOZINHAS, PRODUZIR A TOTALIDADE DOS SEUS EFEITOS POSSÍVEIS. 
  - DEPENDEM, PARA ISSO, DE LEI INFRACONSTITUCIONAL FUTURA QUE REGULAMENTE. 
  - A LEI INFRACONSTITUCIONAL AMPLIA OS EFEITOS JURÍDICOS DA NORMA. 
  
  
NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA CONTIDA 
  - ENTRAM EM VIGOR COM A PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO. 
  - PRODUZEM TODOS OS EFEITOS JURÍDICOS IMEDIATAMENTE APÓS A SUA ENTRADA EM VIGOR. 
  - A INTERVENÇÃO DO PODER PÚBLICO, NO EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA OU DO PODER REGULAMENTAR, PODE RESTRINGIR OS EFEITOS DA NORMA CONSTITUCIONAL.
4) (Analista/ANVISA – CETRO) Quanto à aplicabilidade, as normas constitucionais podem ser classificadas como de eficácia plena, contida e limitada. Sobre o assunto, marque V para verdadeiro ou F para falso e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
( ) As normas de eficácia plena são plenamente eficazes, desde sua entrada em vigor; não são suscetíveis de emenda não requerem normação subconstitucional subsequente.
( ) Quando a norma infraconstitucional pode restringir o alcance da norma constitucional, com autorização da própria constituição, será uma norma constitucional de eficácia limitada.
( ) As normas de eficácia limitada são repartidas em dois grupos ou categorias: as definidoras de princípio institutivo e as definidoras de princípio programático.
( ) Enquanto o legislador não produzir a norma restritiva, a norma de eficácia contida terá aplicabilidade plena e mediata.
( ) As normas de eficácia limitada são aquelas que apresentam aplicabilidade indireta, imediata e reduzida.
a) V/ F/ F/ V/ V
b) F/ V/ V/ V/ V
c) V/ F/ F/ V/ F
d) F/ V/ V/ F/ V
e) F/ F/ V/ F/ F
R. (F) As normas de eficácia plena são plenamente eficazes, desde sua entrada em vigor; não são suscetíveis de emenda não requerem normação subconstitucional subsequente. Podem sim, se for tendente a abolir, teremos que analisar qual o direito assegurado pela norma. 
 
(F) Quando a norma infraconstitucional pode restringir o alcance da norma constitucional, com autorização da própria constituição, será uma norma constitucional de eficácia limitada. Quando a norma pode ser restringida, é de eficácia contida, isto é, produz efeitos, mas podem sofrer limitação. 
 (V) As normas de eficácia limitada são repartidas em dois grupos ou categorias: as definidoras de princípio institutivo e as definidoras de princípio programático. CORRETO
 (F) Enquanto o legislador não produzir a norma restritiva, a norma de eficácia contida terá aplicabilidade plena e mediata. IMEDIATA
 (F) As normas de eficácia limitada são aquelas que apresentam aplicabilidade indireta, imediata e reduzida. MEDIATA
5) (Analista/TRE-PE – CONESUL) Segundo entendimento do constitucionalista pátrio José Afonso da Silva (in Aplicabilidade das normas constitucionais, Revista dos Tribunais, São Paulo: 1982, p. 89-91) o mesmo sugere “tradicional a classificação das normas constitucionais em relação a sua aplicabilidade em normas de eficácia plena, contida e limitada”. Assim, são normas constitucionais: 
I. de eficácia plena aquelas que, desde a entrada em vigor da Constituição, produzem, ou têm possibilidade de produzir, todos os efeitos essenciais, relativamente aos interesses, comportamentos e situações que o legislador constituinte, direta e normativamente, quis regular. 
II. de eficácia contida são aquelas em que apresentam aplicabilidade indireta, mediata e reduzida, porque somente incidem totalmente sobre esses interesses, após uma normatividade ulteriorque lhes desenvolva a aplicabilidade; 
III. de eficácia limitada, são aquelas que o legislador constituinte regulou suficiente os interesses relativos a determinada matéria, mas deixou margem à atuação restritiva por parte da competência discricionária do poder público, nos termos que a lei estabelecer; 
IV.de eficácia plena, aquelas que são normas programáticas, por não regularem diretamente interesses ou direitos nela consagrados mas limitarem-se a traçar alguns preceitos a serem cumpridos pelo Poder Público. Assim, considera(m)-se correta(s) apenas
a) a I.
b) a II.
c) a III e a IV.
d) a I e a III.
e) a II e a IV.
R. I. CORRETO - de eficácia plena aquelas que, desde a entrada em vigor da Constituição, produzem, ou têm possibilidade de produzir, todos os efeitos essenciais, relativamente aos interesses, comportamentos e situações que o legislador constituinte, direta e normativamente, quis regular. A NORMA CONSTITUCIONAL EM SI JÁ GUARDA TODOS OS ELEMENTOS NECESSÁRIOS, TUDO AQUILO QUE ELE PRECISA PARA PRODUZIR A PLENITUDE DE SEUS EFEITOS JURÍDICOS.
II. ERRADO - de eficácia contida são aquelas em que apresentam aplicabilidade indireta, mediata e reduzida, porque somente incidem totalmente sobre esses interesses, após uma normatividade ulteriorque lhes desenvolva a aplicabilidade; TUDO ERRADO. A NORMA DE EFÍCÁCIA CONTIDA POSSUI APLICABILIDADE DIRETA, IMEDIATA, NÃO INTEGRAL E PROSPECTIVA. A NORMA DE EFICÁCIA CONTIDA TEM EFICÁCIA PLENA ATÉ QUE SEJA MATERIALIZADO O FATOR DE RESTRIÇÃO IMPOSTO PELA LEI INFRACONSTITUCIONAL, MOMENTO ESSE QUE PASSAM A TER EFICÁCIA NÃO INTEGRAL E RELATIVA.
III. ERRADO - de eficácia limitada, são aquelas que o legislador constituinte regulou suficiente os interesses relativos a determinada matéria, mas deixou margem à atuação restritiva por parte da competência discricionária do poder público, nos termos que a lei estabelecer. AS NORMAS DE EFICÁCIA LIMITADA SÃO INCOMPLETAS, NÃO BASTANTES EM SI, DE EFICÁCIA RELATIVA, DE INTEGRAÇÃO COMAPLEMENTÁVEL, OU SEJA, NORMAS CONSTITUCIONAIS QUE NÃO SÃO AUTOAPLICÁVEIS. DEPENDEM DE INTERPOSTA LEI PARA GERAR SEUS EFEITOS PRINCIPAIS. É POR ESSE MOTIVO QUE A ATUAÇÃO DO LEGISLADOR É VINCULADA, E NÃO DISCRICIONÁRIA. 
IV. ERRADO - de eficácia plena, aquelas que são normas programáticas, por não regularem diretamente interesses ou direitos nela consagrados mas limitarem-se a traçar alguns preceitos a serem cumpridos pelo Poder Público.NORMAS QUE ESTATUEM PROGRAMAS A SEREM DESENVOLVIDOS PELO ESTADO SÃO CONSIDERADAS COMO NORMAS DE EFICÁCIA LIMITADA POR PRINCÍPIO PROGRAMÁTICO. AS NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA PLENA E APLICABILIDADE IMEDIATA NÃO PRECISAM DE PROVIDÊNCIA LEGISLATIVA PARA SER UTILIZADAS, POIS JÁ POSSUEM TODOS OS ELEMENTOS NECESSÁRIOS À SUA AUTOEXCUTORIEDADE DIRETA E INTEGRAL.
06) (Procurador do Ministério Público de Contas/GO – FCC) Considerando a classificação que divide as normas constitucionais quanto à sua eficácia em normas de eficácia plena, de eficácia contida e de eficácia limitada, é exemplo de norma de eficácia contida:
a) o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica (art. 37, VII).
b) Cada Assembleia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a Constituição do Estado, no prazo de um ano, contado da promulgação da Constituição Federal, obedecidos os princípios desta (art. 11 -ADCT).
c) A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações (art. 4º, parágrafo único).
d) é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer (art. 5º, XIII)
e) Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos (art. 53, caput).
Letra A: errada. O direito de greve dos servidores públicos é norma de eficácia limitada.
Letra B: errada. A norma do art. 11, ADCT, é uma norma de eficácia exaurida, pois seus efeitos já se esgotaram.
Letra C: errada. O art. 4º, parágrafo único, é norma de eficácia limitada. Trata‐se de uma norma programática, que traça uma diretriz para a atuação estatal.
Letra D: correta. A liberdade de exercício profissional é norma de eficácia contida. É possível que a lei estabeleça restrições ao exercício profissional, definindo as qualificações profissionais a serem atendidas.
Letra E: errada. A imunidade material dos congressistas é norma de eficácia plena.
Direito Constitucional I – Nota de aula 
Prof. Diego Sabóia
- Normas constitucionais (II): Dinâmica constitucional – (Tópicos e questões)
. Efeitos das normas constitucionais no tempo: consequências oriundas de uma nova CF para o ordenamento;
. O Poder Constituinte Originário não representa uma ruptura integral com o ordenamento jurídico;
. Situação de normas editadas antes da existência da nova CF. 
* A recepção constitucional 
. Normas infraconstitucionais;
. Requisito básico: não contrariedade material (de conteúdo);
. Pode se dar por via expressa (Ex.: art. 183 da CF/1937: “Continuam em vigor, enquanto não revogadas, as leis que, explícita ou implicitamente, não contrariem as disposições desta Constituição.”) ou implícita (CF/88);
. “Leitura” dos antigos diplomas à luz da nova CF;
. A situação dos direitos adquiridos;
. Recepção das normas com ou sem o mesmo status (Ex.: lei nº 5.172/66 – CTN –, que era lei ordinária, e foi recepcionada como lei complementar; o Código Penal, que era Decreto-lei, e foi recepcionado como lei ordinária);
. A situação da incompatibilidade formal: caso a norma tenha sido feita em desconformidade com o processo legislativo anterior, mas esteja em conformidade com o atual, entende o STF tratar-se de vício insanável;
. Na inexistência de compatibilidade material, não há falar-se em inconstitucionalidade, mas sim em não recepção, sendo esta questão de direito intertemporal. 
* A desconstitucionalização 
. Recepção de normas da CF anterior com status infraconstitucional;
. Requisitos: não contrariedade à nova CF e previsão expressa pelo Poder Constituinte Originário;
. Nunca ocorreu no âmbito da CF, mas já existiu no âmbito estadual, com a Constituição do Estado de São Paulo, em 1967, no art. 147: “Consideram-se vigentes, com o caráter de lei ordinária, os artigos da Constituição promulgada em 9 de julho de 1947 que não contrariem esta Constituição.” 
* A repristinação 
. Normas infraconstitucionais não recepcionadas e posterior recepção com a norma revogadora sendo revogada;
. Fundamento: a repristinação não se dá de maneira automática no Direito brasileiro (LINDB, art. 2º, § 3º);
. Requisitos: não contrariedade à nova CF e previsão expressa pelo Poder Constituinte Originário.
* A recepção material de normas constitucionais 
. Recepção de normas constitucionais com o mesmo status;
. Requisitos: não contrariedade à nova CF, previsão expressa pelo Poder Constituinte Originário e prazo certo (determinado).
. Exemplo: Art. 34 do ADCT/88: “O sistema tributário nacional entrará em vigor a partir do primeiro dia do quinto mês seguinte ao da promulgação da Constituição, mantido, até então, o da Constituição de 1967, com a redação dada pela Emenda nº 1, de 1969, e pelas posteriores.”
---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
Questões
01) (Delegado de Polícia Federal – CESPE) A CF contempla hipótese configuradora do denominado fenômeno da recepção material das normas constitucionais, que consiste na possibilidade de a norma de uma constituição anterior ser recepcionada pela nova constituição, com status de norma constitucional.
( x ) Certo
( ) Errado
R. Recepção Material consiste na possibilidade de a norma de uma constituição anterior ser recepcionada pela nova constituição, com status de norma constitucional desde que ressalvadas de forma expressa.Destaca-se que a exigência de compatibilidade material e formal é com relação a constituição anterior, pois com a nova constituição a exigência é que a norma a ser inserida no novo ordenamento jurídico seja apenas material e desde que seja realizada de modo expresso.
02) (Analista Legislativo/Câmara dos Deputados – CESPE) De acordo com as noções gerais e os princípios fundamentais do direito constitucional positivo brasileiro, julgue os itens subsequentes. Nesse sentido, considere que as siglas CF e STF, sempre que utilizadas, se referem, respectivamente, à Constituição Federal de 1988 e ao Supremo Tribunal Federal.
Ocorre o fenômeno da não recepção de lei ordinária quando, a despeito da compatibilidade material, a nova ordem constitucional exige que a matéria por ela regulada seja disciplinada por lei complementar.
( ) Certo
( x ) Errado
R. UMA OBSERVAÇÃO: PARA A TEORIA DA RECEPÇÃO O OBSERVADO É A MATÉRIA, NÃO A FORMA.
AGORA, SE ESSA MATÉRIA COADUNA COM A NOVA CARTA, MAS ELA POSSUI INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL REFERENTE A CARTA PASSADA, NÃO SERÁ RECEPCIONADA. POIS UMA VEZ INCONSTITUCIONAL SEMPRE INCONSTITUCIONAL.
03) (Procurador/Pinhais-PR – AOCP) Relacione as colunas e assinale a alternativa com a sequência correta.
1. Desconstitucionalização. 2. Recepção. 3. Repristinação Tácita. 4. Mutação Constitucional.
( ) Fenômeno pelo qual as normas da Constituição anterior, desde que compatíveis com a nova ordem, permanecem em vigor, mas com o status de lei infraconstitucional. 
( ) Consiste na restauração automática da vigência de norma efetivamente revogada. 
( ) Ocorre quando a norma infraconstitucional anterior é materialmente compatível com o novo texto constitucional. 
( ) Processo informal de alteração do conteúdo da Constituição sem a modificação de seu texto.
a) 1 – 2 – 3 – 4.
b) 2 – 4 – 1 – 3.
c) 2 – 3 – 1 – 4.
d) 3 – 4 – 2 – 1.
e) 1 – 3 – 2 – 4.
R.
Desconstitucionalização - Trata-se do fenômeno pelo qual as normas da Constituição anterior, desde que compatíveis com a nova ordem, permanecem em vigor, mas com o status de lei infraconstitucional. Ou seja, as normas da Constituição anterior são recepcionadas com o status de norma infraconstitucional pela nova ordem.
Recepção - Todas as normas que forem incompatíveis com a nova Constituição serão revogadas, por ausência de recepção. Vale dizer, a contrario sensu, a norma infraconstitucional (pré-constitucional), que não contrariar a nova ordem, será recepcionada, podendo, inclusive, adquirir uma outra “roupagem”. Como exemplo lembramos o CTN(Código Tributário Nacional — Lei 5.172/66), que, embora tenha sido elaborado com natureza jurídica de lei ordinária, foi recepcionado pela nova ordem como lei complementar.
Repristinação - Vejamos a situação: uma norma produzida na vigência da CF/46 não é recepcionada pela de 1967, pois incompatível com ela. Promulgada a CF/88, verifica-se que aquela lei, produzida na vigência da CF/46 (que fora revogada — não recepcionada — pela de 1967), em tese poderia ser recepcionada pela CF/88, visto que totalmente compatível com ela. Nessa situação, poderia aquela lei, produzida durante a CF/46, voltar a produzir efeitos? Ou seja, repristinaria? Como regra geral, o Brasil adotou a impossibilidade do fenômeno da repristinação, salvo se a nova ordem jurídica expressamente assim se pronunciar.
Mutação Constitucional - a redação do dispositivo da Constituição não é alterada, mas o seu sentido interpretativo muda, surgindo, então, uma nova norma jurídica. As mutações constitucionais, portanto, exteriorizam o caráter dinâmico e de prospecção das normas jurídicas, por meio de processos informais. Informais no sentido de não serem previstos dentre aquelas mudanças formalmente estabelecidas no texto constitucional, como, por exemplo, as alterações por emendas constitucionais.
04) (Procurador da República – PGR) DENTRE OS ENUNCIADOS ABAIXO, ESTÃO CORRETOS:
I – O STF entendeu que a vedação constitucional à discriminação entre filhos não alcançava inventários pendentes, de pessoas falecidas antes da promulgação da CF/88, tendo em vista o princípio de que a sucessão deve ser regida pelas normas vigentes à época do óbito.
II – Para o STF, a vigência e a eficácia de uma nova Constituição implicam a supressão da existência, a perda da validade e a cessação da eficácia da anterior Constituição por ela revogada, não se cogitando indagar da recepção de preceitos constantes da Carta Política anterior.
III – Considerando que determinadas alterações impostas pela nova ordem constitucional demandam tempo para a sua implementação, o STF já consentiu com a manutenção provisória de normas anteriores à Constituição de 1988 e com ela incompatíveis.
IV – O STF não admite a figura da repristinação constitucional tácita, o que significa dizer que, se uma norma é editada de forma contrária à Constituição, a superveniência de emenda constitucional com ela compatível não lhe convalida o vício de origem.
a) todos estão corretos.
b) II, III e IV
c) I, II e III
d) I, III e IV
R.
05) (Delegado de Polícia Civil/MG – FUMARC) Quanto à aplicação das normas constitucionais no tempo e no espaço, pode-se considerar que
I. o princípio da recepção é observado no momento da revisão constitucional e da emenda à Constituição, enquanto que a conexão das normas constitucionais com as normas conflitantes ocorre sempre que o conflito entre elas se estabeleça no caso concreto.
II. as disposições constitucionais passíveis de desconstitucionalização são aquelas de natureza formal que não dispõem sobre a natureza material, enquanto que na conexão as regras materiais terão sempre de ser mediatizadas pelas regras de conflito.
III. a revogação de normas constitucionais ocorre a partir da distinção entre inconstitucionalidade originária e inconstitucionalidade superveniente, devendo ser aplicada tanto em situações advindas da Constituição nova como também daquelas oriundas de uma revisão constitucional.
IV. a derrogação do direito anterior se verifica sempre que a nova lei contiver disposições de caráter formal e material que versem sobre assuntos restritos à consagração de direitos e às limitações ao poder de governar.
Partindo de tais considerações, é CORRETO afirmar que
a) apenas as afirmativas I e III são verdadeiras.
b) apenas as afirmativas II e III são verdadeiras.
c) apenas a afirmativa IV é verdadeira.
d) as afirmativas I, II, III e IV são falsas.
R.
“I - o princípio da recepção é observado no momento da revisão constitucional e da emenda à Constituição, enquanto que a conexão das normas constitucionais com as normas confitantes ocorre sempre que o confito entre elas se estabeleça no caso concreto.  INCORRETA
Obs. “O princípio da recepção não ocorre na hipótese de revisão ou emenda à constituição, que pressupõe, sempre, a existência da constituição, que inclusive, estabelece os limites para o exercício do Poder de Reforma. Sendo assim, o direito ordinário anterior à revisão ou emenda ao texto constitucional continuará válido se compatível com a Constituição, ou inválido se com ela desconforme.” ( pág. 301)
 
II. as disposições constitucionais passíveis de desconstitucionalização são aquelas de natureza formal que não dispõem sobre a natureza material, enquanto que na conexão as regras materiais terão sempre de ser mediatizadas pelas regras de confito.  CORRETA
 
Obs. “As disposições constitucionais passíveis de desconstitucionalização são as de natureza formal, sem disporem de natureza material, pois sempre foram disposições de lei ordinária pela sua matéria.” (Pág. 300) “Outro ponto a ser examinado diz respeito à conexão das normas constitucionais com as normas de conflito, entendidas como aquelas que, diante das relações jurídicas com elementos de conexão ou contato com mais de um ordenamento, determinam o ordenamento a que eles hão de se submeter-se. As regras materiais, nesse domínio, terão de ser mediatizadas pelas regras de conflito.” (Pág. 304)
 
III. a revogação de normas constitucionais ocorre a partir da distinção entre inconstitucionalidade originária e inconstitucionalidade superveniente, devendo ser aplicada tanto em situações advindas da Constituição nova como também daquelas oriundas de uma revi- são constitucional. 
 
OBS. “Jorge Miranda escreve: “Recusamos, pois contrapôs inconstitucionalidade e caducidade (ou, para quem assim entendesse, revogação); a distinção é, sim, entre inconstitucionalidade originária e superveniente com ou sem regime específico. E isto aplica-se tanto à situações advenientes de constituição nova como às advenientes de revisão constitucional...”...” (Pág. 302)
 
IV. a derrogação do direito anterior se verifca sempre que a nova lei contiver disposições de caráter formal e material que versem sobre assuntos restritos à consagração de direitos e às limitações ao poder de governar. 
Obs. “Até porque, como expressamente contemplado no art. 2º da lei de Introdução ao Código Civil brasileiro, a derrogação do direito antigo não se verifica se a nova lei contiver apenas disposições gerais ou especiais sobre o assunto...” (pág. 302)”
 
Direito Constitucional I – Nota de aula 
Prof. Diego Sabóia
- TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS – (Tópicos e questões)
. Fortalecimento a partir do Movimento Constitucionalista;
. Propósito originário: deferir um mínimo invulnerável às pessoas, dado o excessivo poderio estatal;
. Diploma jurídico idôneo a efetivar tal propósito: a Constituição
- Direitos fundamentais ≠ garantias fundamentais;
- Direitos fundamentais ≠ direitos humanos ≠ direitos naturais.
* Perspectivas de direitos fundamentais 
a) Perspectiva subjetiva
. Faculdade de impor uma atuação, positiva ou negativa, aos titulares do Poder Público;
b) Perspectiva objetiva
. Põe os direitos fundamentais como vetores hermenêuticos: condicionam a “leitura” de todos os direitos a partir do “filtro” dos direitos fundamentais. 
* Estruturação dos direitos fundamentais na CRFB/88 
. Direitos individuais e coletivos (CF, art. 5º);
. Direitos sociais (CF, art. 6º ao 11);
. Direitos de nacionalidade (CF, art. 12);
. Direitos políticos (CF, art. 14 ao 16);
. Direito de organização em partidos políticos (CF, art. 17). 
* Classificação dos direitos fundamentais 
. Não surgimento simultâneo;
. Surgimento paulatino, de acordo com as demandas de cada época;
. As “dimensões” (ou “gerações”) de direitos fundamentais;
. Não ocorrência de extinção de uma dimensão de direitos fundamentais quando do surgimento de outra(s).
a) Direitos fundamentais de 1ª dimensão:
- Ligados ao valor LIBERDADE (direitos civis e políticos);
- Direitosindividuais com caráter negativo (exigem diretamente uma abstenção do Estado);
- Exemplos:
. CF, art. 5º, IV: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”;
. CF, art. 5º, VI: “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”;
. CF, art. 5º, IX: “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”;
. CF, arts. 14 e 15: direitos políticos. 
b) Direitos fundamentais de 2ª dimensão:
- Atrelados ao valor IGUALDADE;
- Direitos sociais econômicos e culturais;
- Titularidade coletiva e com caráter positivo (exigem atuação do Estado, v.g., o aporte de recursos financeiros para efetivar a saúde);
- Normas constitucionais de eficácia limitada, de preceito programático;
- Exemplos:
. CF, art. 6º: “São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.”;
. CF, art. 7º: rol exemplificativo (numerus apertus) de direitos dos trabalhadores urbanos e rurais;
. CF, art. 9º: “É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.”
- Caso em razão da inércia do Poder Público as normas constitucionais não sejam implementadas, surge a possibilidade de utilização de garantias constitucionais como, por exemplo, o mandado de injunção.
c) Direitos fundamentais de 3ª dimensão:
- Atrelados ao valor FRATERNIDADE (ou solidariedade);
- Relacionam-se ao desenvolvimento, ao progresso, ao meio ambiente, à paz;
- São, pois, direitos transindividuais, destinados à proteção do gênero humano;
- Exemplos:
. CF, art. 3º: objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil;
. CF, art. 4º: diretrizes do Estado brasileiro nas relações internacionais;
. CF, art. 225: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”
d) Direitos fundamentais de 4ª dimensão:
- Situam-se no âmbito da globalização política;
- Compreendem os direitos à democracia, à informação e ao pluralismo;
- Exemplos:
. CF, art. 1º, V: pluralismo político;
. CF, art. 3º, IV: objetivo do Estado brasileiro de promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
. CF, art. 5º, XIV: “é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional”;
. CF, art. 5º, XXXIII: “todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado”;
. CF, art. 5º, LXIII: “o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado”.
* Características dos direitos fundamentais 
a) Relatividade:
. Possibilidade de restrição do alcance dos direitos fundamentais;
. Verticalidade e horizontalidade dos direitos fundamentais.
b) Imprescritibilidade:
. Não desaparecem pelo decurso do tempo;
. São sempre dotados de exigibilidade.
c) Inalienabilidade:
. Impossibilidade jurídica de transferência (venda, doação) dos direitos fundamentais a outro titular.
d) Irrenunciabilidade:
. O titular não pode dispor dos direitos, embora possa deixar de exercê-los;
. A renúncia aqui não seria ao direito, mas ao exercício do direito.
e) Inviolabilidade:
. Os atos das pessoas devem respeitar os direitos fundamentais, sob pena de nulidade;
. O caráter deontológico do Direito.
f) Universalidade:
. Reconhecimento, no plano interno, de todas as pessoas como titulares de direitos fundamentais;
. Alguns direitos fundamentais aplicam-se a apenas uma casta, v.g., direitos trabalhistas.
g) Historicidade:
. Direitos fundamentais são resultado de longo e paulatino processo de construção histórica;
. Reflexo de um processo de antecedentes históricos, não lineares.
h) Aplicabilidade vertical e horizontal:
. Aplicam-se tanto a relações de subordinação (Estado-indivíduo) quanto a relações de coordenação, paritárias (indivíduo-indivíduo).
* Titulares dos direitos fundamentais 
 a) Ideia restrita: 
- CF, art. 5º, caput (interpretação literal): brasileiros (natos e naturalizados) e estrangeiros residentes no País;
- Perspectiva débil.
b) Ideia ampla:
- Necessidade de interpretação extensiva do caput do art. 5º da CF: “pessoa”;
- Aplicabilidade, no que couber, à pessoa jurídica (interpretação lógico-sistemática do artigo 52 do Código Civil com o artigo 5º, “X”, da CF.
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Questões
01) (Advogado/COPEL – UFPR) A Constituição de 1988 conferiu tratamento privilegiado aos direitos e garantias fundamentais. Em relação aos direitos e garantias constitucionalmente enunciados, considere as seguintes afirmativas: 
1. A Carta Constitucional de 1988 deu maior ênfase e tratamento jurídico diferenciado aos denominados direitos de primeira geração ou dimensão, que são aqueles direitos negativos, de abstenção, focados no princípio da fraternidade universal. 
2. Os direitos de segunda geração ou dimensão, voltados à intervenção estatal contra o arbítrio da liberdade individual e a busca de melhores condições materiais de vida, estão constitucionalmente previstos, todavia, em exegese meramente literal, não fazem parte do núcleo constitucional intangível. 
3. Os direitos de terceira geração ou dimensão, marcados por visão transpessoal e coletiva dos indivíduos, estão constitucionalmente previstos, todavia não se submetem ao regime jurídico de proteção dos direitos fundamentais, tendo em vista que são excluídos do título II da Constituição pátria. 
4. As garantias fundamentais constitucionalmente previstas têm caráter instrumental e assecuratório em relação aos direitos fundamentais, e justamente por isso, ao contrário do que ocorre com os direitos, possuem caráter absoluto, não sendo possível sua supressão temporária no atendimento do interesse do Estado e das instituições democráticas. 
Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa 2 é verdadeira.
b) Somente a afirmativa 3 é verdadeira.
c) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
R. O que o item 2 diz é que "numa visão meramente literal", os direitos sociais não receberiam proteção de cláusula pétrea unicamente por não constarem no rol do artigo 60, p. 4º. O que não deixa de ser verdade... certo, Portanto,. O item 3 está errado porque afirma que os direitos fundamentais de 3ª geração não recebem a proteção dos demais direitos fundamentais hajam vista estarem fora do rol do título II da CF, o que não procede.
02) (Analista Judiciário/TRF 4 – FCC) São direitos fundamentais classificados como de segunda geração
a) os direitos e garantias individuais clássicos.
b) o direito do consumidor e o direito ao meio ambiente equilibrado.
c) os direitos econômicos e culturais
d) os direitos de solidariedade e os direitos difusos.
e) as liberdades públicas.
R. 1° dimensão – LIBERDADE: P- políticos, C- civis
2° dimensão – IGUALDADE: E- econômicos. S- sociais, C- culturais, 
3° dimensão – FRATERNIDADE: C-coletivos, D-difusos
03) (Técnico/TCE-CE – FCC) São exemplos de direitos fundamentais difusos, denominados de terceira geração, previstos na Constituição Federal:
a) a liberdade de reunião e as normas de proteção trabalhista.
b) o meio ambiente e a defesa dos consumidores.c) a saúde e a educação.
d) a liberdade de reunião e a assistência social.
e) as liberdades de expressão e de credo.
R. Primeira geração (liberdade) → Políticos e Civis ( direitos negativos) → Ex: vida, liberdade, propriedade, liberdade de expressão, participação política e religiosa, inviolabilidade do domicílio, liberdade de reunião, etc. (SÃO DIREITOS INDIVIDUAIS)
Segunda geração (igualdade) → Lembre de segundo em inglês SECOND → Sociais, Econômicos e Culturais (direitos positivos) Ex: educação, moradia, alimentação , transporte...
Terceira geração (fraternidade) → protege direitos Transindividuais (coletivos e difusos) Ex: Paz, meio ambiente ecologicamente equilibrado, patrimônio comum da humanidade, autodeterminação dos povos, defesa do consumidor
04) (Perito Papiloscópico Polícia Civil/ES – CESPE) A característica de relatividade dos direitos fundamentais possibilita que a própria Constituição Federal de 1988 (CF) ou o legislador ordinário venham a impor restrições ao exercício desses direitos. A assertiva é:
( x ) Certa
( ) Errada
R. 
Uma das características dos direitos fundamentais é:
Relatividade ou Limitabilidade: não há direitos fundamentais absolutos.
Trata-se de direitos relativos, limitáveis, no caso concreto, por outros direitos fundamentais.
No caso de conflito entre eles, há uma concordância prática ou harmonização: nenhum deles é sacrificado definitivamente. 
05) (Técnico/CRM-DF – Quadrix) Julgue o item seguinte a respeito dos direitos e das garantias individuais na Constituição Federal de 1988 (CF).
A relatividade é uma característica dos direitos fundamentais, que, na medida em que podem colidir entre si, demandam necessária harmonização que viabilize sua convivência, sem que, contudo, se sacrifique qualquer deles.
( X ) Certo
( ) Errado
R. Relatividade ou Limitabilidade: Não há direitos fundamentais absolutos. Trata-se de direitos relativos, limitáveis, no caso concreto, por outros direitos fundamentais. No caso de conflito entre eles, há uma concordância prática ou harmonização: nenhum deles é sacrificado definitivamente (Princípio da Ponderação).
06) (Analista Jurídico/SEAD-AP – FCC) Em relação à eficácia horizontal dos direitos fundamentais, são destinatários das normas constitucionais que dispõem sobre esses direitos:
a) as Entidades autárquicas.
b) os Órgãos do Poder Executivo.
c) as Entidades paraestatais.
d) os Particulares.
e) os Órgãos do Poder Judiciário.
R. 
EFICÁCIA VERTICAL: ESTADO X PARTICULAR. Os direitos fundamentais vão produzir efeitos na relação entre Estado e Particular: a de limitação das ações estatais e do “fazer” do Estado (Status positivo e negativo)
EFICÁCIA HORIZONTAL: PARTICULAR X PARTICULAR Os direitos fundamentais vão produzir efeitos na relação entres dois particulares.
EFICÁCIA DIAGONAL/TRANSVERSAL: EMPREGADOR X EMPREGADO. Os direitos fundamentais vão produzir efeitos nas RELAÇÕES DESIGUAIS entre dois particulares, como exemplo, as relações trabalhistas (chefe e empregado), relação entre consumidores e o poder econômico, etc.
07) (Juiz do Trabalho/TRT 9 – ESPP) Considere as proposições abaixo:
I. O conceito de eficácia estritamente vertical dos direitos fundamentais é albergado pela jurisprudência, razão pela qual, fundado nessa teoria, o STF vem acolhendo a tese de que o cidadão pode exigir ao Estado direitos de prestação positiva, como o direito à universalidade da cobertura e do atendimento da seguridade social.
II. A jurisprudência do STF adota apenas o conceito de horizontalidade (eficácia meramente horizontal) dos direitos fundamentais, afastando a ideia da sua verticalidade.
III. A jurisprudência do STF adota o conceito de eficácia vertical e horizontal dos direitos fundamentais.
IV. A jurisprudência do STF vem estabelecendo que as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais dotadas de aplicação imediata são apenas aquelas referentes aos direitos individuais previstos art. 5° da Constituição da República, não estando alcançados, portanto, aqueles direitos individuais reconhecidos no seu art. 7°.
Assinale a alternativa correta:
a) Apenas a proposição I é correta.
b) Apenas a proposição Ill é correta.
c) Apenas as proposições I e III são corretas.
d) Apenas as proposições II e III são corretas.
e) Todas as proposições são incorretas.
R. a questão (I) ignorou a existência da "eficácia horizontal" quando afirmou  que "o conceito de eficácia estritamente vertical dos direitos fundamentais é albergado pela jurisprudência". Ora, estritamente é um termo restritivo. Quando dizemos que duas pessoas mantém uma relação "estritamente profissional", não damos espaço para supor que elas tem relacionamento amoroso, por exemplo. 
08 (Defensor Público/PR – FCC) O preâmbulo da Constituição dispõe que um dos propósitos da Assembleia Constituinte foi o de instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade e a segurança. Tal avanço se deve, em certa medida, à afirmação dos direitos fundamentais como núcleo de proteção da dignidade da pessoa humana. Considere:
I. No campo das posições filosóficas justificadoras dos direitos fundamentais, destaca-se a corrente jusnaturalista, para quem os direitos do homem são imperativos do direito natural, anteriores e superiores à vontade do Estado.
II. Uma das principais características dos direitos fundamentais é a inalienabilidade. Diante disso, haveria nulidade absoluta por ilicitude do objeto de um contrato em que uma das partes se comprometesse a se submeter à esterilização irreversível.
III. A dimensão subjetiva dos direitos fundamentais resulta de seu significado como princípios básicos da ordem constitucional, fazendo com que os direitos fundamentais influam sobre todo o ordenamento jurídico e servindo como norte de ação para os poderes constituídos.
IV. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal se vale do preceito fundamental da liberdade de expressão para garantir a manifestação que contenha discurso racista, desde que observada a vedação ao anonimato e não seja direcionado a um indivíduo específico.
V. O Supremo Tribunal Federal considera violadora do direito fundamental da intimidade ato normativo que permita que bancos privados repassem informações sigilosas sobre a movimentação financeira de seus correntistas ao fisco.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I, III e IV.
b) II e V.
c) IV e V.
d) I, II e III.
e) I e II.
R. 
"Podemos enxergar os Direitos Fundamentais a partir de duas perspectivas: subjetiva e objetiva.
A primeira dimensão é a subjetiva (ou seja, relativa aos sujeitos). É a dimensão mais conhecida, que você já aprendeu. É aquela que diz respeito aos direitos de proteção (negativos) e de exigência de prestação (positivos) por parte do indivíduo em face do poder público (perspectiva subjetiva).
A segunda dimensão é a objetiva. Os direitos fundamentais devem ser compreendidos também como o conjunto de valores objetivos básicos de conformação do Estado Democrático de Direito. Nessa perspectiva (objetiva), eles estabelecem diretrizes para a atuação dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e para as relações entre particulares. Para a doutrina, trata-se da eficácia irradiante dos direitos fundamentais.
Então, o efeito irradiante dos direitos fundamentais decorre da dimensão objetiva – capacidade que eles têm de alcançar os poderes públicos no exercício de suas atividades principais."

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