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LÍNGUA PORTUGUESA: PRÁTICAS DE LINGUAGEM 2019 Prof.ª Eli Regina Nagel dos Santos Prof.ª Jeice Campregher 2ª edição GABARITO DAS AUTOATIVIDADES 2 LÍNGUA PORTUGUESA: PRÁTICAS DE LINGUAGEM UNIDADE 1 TÓPICO 1 Questão única: Agora é sua vez: descreva o estado em que você mora. A partir da referência, estado, estabeleça diferentes sentidos. Em seguida compartilhe com o grupo e perceba as semelhanças, ou seja, a referência que tem seu estado. R.: O acadêmico deve descrever o estado em que mora, características, clima, cultura e, a seguir, compartilhar com os seus colegas, observando as semelhanças nas respostas e as diferenças. 1 Leia a tirinha/imagem a seguir: FONTE: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/galerias/ imagem/0000000139/000001121.jpg>. Acesso em: 20 jul. 2012. Obs.: Notou que foi retirada a escrita? Então, observe as imagens dos quadrinhos: a) É possível compreender a informação que o autor pretende comunicar pela leitura das imagens? Justifique. R.: Sim, é possível levantar algumas possibilidades de interpretação por meio das imagens. Sai alguma notícia no rádio, o personagem se movimenta e sai de casa. Quando sai, ele se decepciona/chateia com o que vê ao lado de fora – dando a impressão que algo mudou abruptamente no outro quadrinho. Quem sabe, pode ter escutado uma previsão do tempo que mudou rapidamente. 3 LÍNGUA PORTUGUESA: PRÁTICAS DE LINGUAGEM b) É possível inferir o que poderia estar escrito nos balões? Registre a seguir. R.: A resposta é pessoal, mas uma possibilidade é apresentada abaixo: Quadrinho 1) caro ouvinte, a previsão do tempo é muito boa. Saia de casa, movimente-se! Quadrinho 2) a vida ao ar livre está muito promissora hoje! Quadrinho 3) lembre-se que a vida também é bastante surpreendente! Agora observe os balões com a escrita: FONTE: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/galerias/ imagem/0000000139/000003121.jpg>. Acesso em: 20 jul. 2012. Prezado acadêmico! Em sua opinião, a informação ficou mais completa com a junção da escrita? Destacamos, nesse caso, que tanto a imagem quanto a escrita são interdependentes. Nesses casos, temos a presença da linguagem mista (ou seja, ambas as linguagens). Agora, é sua vez de conceituar esse tipo de linguagem. R.: Linguagem mista: é quando temos a presença da linguagem verbal e não verbal para expressar um enunciado, ambas favorecendo a ampliação e compreensão do texto. 2 Para você fixar o conteúdo apresentado nesse tópico, sugerimos que resolva a seguinte atividade referente à semântica: 4 LÍNGUA PORTUGUESA: PRÁTICAS DE LINGUAGEM TÓPICO 2 Questão única: O que está implícito nesse enunciado? R.: Uma campanha do governo, divulgando que a fome será eliminada com algum tipo de programa – algo que envolva alimento lácteo, disponibilizando para a população esse alimento. 1 Caro acadêmico! Depois de ter lido a crônica (Leitura Complementar), escreva qual é o ato ilocucionário realizado pelo professor quando se dirige ao candidato com a frase: Esse “for” aí, que verbo é esse? Maria parou de fumar. Tipos de semânticas Estabeleça as diferenças apresentadas em cada semântica a partir da mesma sentença identificando conceitos de referência, pressuposto, enunciador, posto, negação, espaço mental... Semântica formal A relação da linguagem e o mundo – interessa a referência e o sentido (pressuposição e lógica). Semântica da enunciação A palavra pode receber diferentes significados a partir da enunciação (orienta o interlocutor para certos tipos de conclusão). Semântica cognitiva Interessa a experiência, a vivência sensório-motora (o significado surge de dentro para fora). R.: Possíveis respostas na tabela. 5 LÍNGUA PORTUGUESA: PRÁTICAS DE LINGUAGEM FONTE: <lihttp://diariodenet.blogspot.com.br/2011/05/desculpas.htm>. Acesso em: 10 jul. 2012. R.: A força que o enunciado produz, nesse caso, pode ser de promessa ou afirmação. O ato ilocucionário realizado pelo professor foi o de conseguir uma resposta correta do aluno. 2 Agora, a partir da frase do professor Conjugue aí o presente do indicativo desse verbo, pontue qual é o ato perlocucionário realizado nesse enunciado. R.: Esse enunciado produz efeito na pessoa que ouve de imposição e ao mesmo tempo ameaça. 3 Observe a imagem: O enunciado “desculpe-me” pode ser classificado como: a) ( ) Advérbio. b) ( x ) Performativo. c) ( ) Conector. d) ( ) Dêitico. 4 Leia o quadrinho: 6 LÍNGUA PORTUGUESA: PRÁTICAS DE LINGUAGEM FONTE: <http://centraldamorfologia.blogspot.com.br/>. Acesso em: 7 ago. 2012. Qual é o papel que cumpre o conector “mas” nesse enunciado? R.: O conector “mas” cumpre o papel de justificar o ato de enunciação, ou seja, justifica a primeira afirmação e não o conteúdo, ou seja, explica o motivo. TÓPICO 3 Questão única: Caro acadêmico! Como você justifica a afirmação: “dizem que o silêncio fala”. R.: Essa é uma expressão popular, bem conhecida e repetida por muitas pessoas. No caso da teoria estudada, o silêncio tem significados, sentidos que podem ser explorados. Há coisas que ficam implícitas, que podem ser analisadas a partir do diálogo com alguém ou análise de algum texto. 7 LÍNGUA PORTUGUESA: PRÁTICAS DE LINGUAGEM FONTE: <http://1.bp.blogspot.com/_jpGLLJBg_X8/TOSePYk99KI/ AAAAAAAAAGg/2Hxn6oBr_i0/s1600/dia_dos_professores_charge.jpg>. Acesso em: 20 ago. 2012. Relacione a charge apresentada e a Lei que estabelece o piso salarial nacional para o professor com carga de 40 horas semanais. Destaque os POSSÍVEIS: a) Contextos de produção: R.: Sociedade capitalista, no campo da escola. b) Os silenciamentos: R.: Humilhação, descaso dos governantes... c) Os efeitos de sentidos produzidos nesse discurso: R.: Retrata a desvalorização do profissional do magistério, a desmotivação... 2 Clarice Lispector (1920-1977), escritora e jornalista naturalizada brasileira, tem uma frase que diz: “As palavras que digo escondem outras”. Pautando- se na AD, quais os efeitos de sentidos implícitos nesse discurso? R.: Resposta subjetiva, porém deve retratar o sentido macro, ou seja, escrever sobre o silêncio que permeia as palavras. TÓPICO 3 Caro acadêmico! Para fixar o conteúdo explanado neste tópico, sugerimos que resolva as seguintes atividades: 1 Observe a charge que segue: 8 LÍNGUA PORTUGUESA: PRÁTICAS DE LINGUAGEM TÓPICO 4 1 Leia a tirinha de Mafalda e, em seguida, elabore um breve texto para explicar a enunciação e o sentido. FONTE: <http://www.sempretops.com/diversao/tirinhas-da-mafalda/attachment/ wefwefrtgeth/>. Acesso em: 7 jul. 2012. R.: O acadêmico deve dissertar sobre o que é enunciação e o que Mafalda quer dizer em empurrar este país para frente. Qual o sentido de empurrar nesse enunciado? O sentido de ajudar a crescer, evoluir. Por que Mafalda usa o vamos? Por que inclui os outros em sua fala? 2 Levando em conta o texto a seguir, responda ao que se pede: Em código (Fernando Sabino) Fui chamado ao telefone. Era o chefe de escritório de meu irmão: 9 LÍNGUA PORTUGUESA: PRÁTICAS DE LINGUAGEM - Recebi de Belo Horizonte um recado dele para o senhor. É uma mensa- gem meio esquisita, com vários itens, convém tomar nota: o senhor tem um lápis aí? - Tenho. Pode começar. - Então lá vai. Primeiro: minha mãe precisa de uma nora. - Precisa de quê? - De uma nora. - Que história é essa? - Eu estou dizendo ao senhor que é um recado meio esquisito. Posso continuar? - Continue. - Segundo: pobre vive de teimoso. Terceiro: não chora, morena, que eu volto. - Isso é alguma brincadeira. - Não é não, estou repetindo o que ele escreveu. Tem mais. Quarto: sou amarelo, mas não opilado. Tomou nota? - Mas não opilado - repeti, tomando nota. - Que diabo ele pretende com isso? - Não sei não, senhor. Mandou transmitir o recado, estou transmitindo. - Mas você há de concordar comigo que é um recado meio esquisito. - Foi o que eu preveni ao senhor. E tem mais. Quinto: não sou colgate,mas ando na boca de muita gente. Sexto: poeira é minha penicilina. Sétimo: carona, só de saia. Oitavo... - Chega! - protestei, estupefato. - Não vou ficar aqui tomando nota disso, feito idiota. - Deve ser carta em código ou coisa parecida - e ele vacilou: - Estou dizen- do ao senhor que também não entendi, mas enfim... Posso continuar? - Continua. Falta muito? - Não, está acabando: são doze. Oitavo: vou, mas volto. Nono: chega à janela, morena. Décimo: quem fala de mim tem mágoa. Décimo primeiro: não sou pipoca, mas também dou meus pulinhos. - Não tem dúvida, ficou maluco. - Maluco não digo, mas como o senhor mesmo disse, a gente até fica com ar meio idiota... Está acabando, só falta um. Décimo segundo: Deus, eu e o Rocha: - Que Rocha? - Não sei: é capaz de ser a assinatura. - Meu irmão não se chama Rocha, essa é boa! - É, mas foi ele que mandou, isso foi. Desliguei, atônito, fui até refrescar o rosto com água, para poder pensar melhor. Só então me lembrei: haviam-me encomendado uma crônica sobre essas frases que os motoristas costumam pintar, como lema, à frente dos caminhões. Meu irmão, que é engenheiro e viaja sempre pelo interior fiscalizando obras, prometera ajudar-me, recolhendo em suas andanças farto e variado material. E ele viajou, o tempo passou, acabei me esquecendo 10 LÍNGUA PORTUGUESA: PRÁTICAS DE LINGUAGEM completamente do trato, na suposição de que o mesmo lhe acontecera. Agora, o material ali estava, era só fazer a crônica. Deus, eu e o Rocha! Tudo explicado: Rocha era o motorista. Deus era Deus mesmo, e eu, o caminhão. FONTE: SABINO, Fernando. A mulher do vizinho. Rio de Janeiro, São Paulo: Record, 1962. a) Quando o moço do escritório diz: “… deve ser carta em código…” o que percebemos? R.: Pensa que a mensagem só pode ser entendida por pessoas que conheçam a linguagem usada. b) Após receber o recado, como se sentiu o narrador, o que fez e para que o fez? R.: Após receber o recado, o narrador sentiu-se confuso, atordoado, e procurou refrescar o rosto com água fria para aclarar as ideias. c) O narrador queria pensar melhor sobre o quê e para quê? R.: O narrador queria pensar melhor no recado recebido para ver se compreendia o que o irmão lhe queria dizer com o recado. d) Ao dizer, no final do texto, que seu irmão havia prometido conseguir “farto e variado material”, a que material se refere o narrador e a que se desti- nava esse material? R.: O narrador refere-se às frases comumente encontradas em para- choques de caminhões que o irmão lhe prometera conseguir e que lhe serviriam para escrever a crônica encomendada. e) A que se refere o narrador ao dizer “Tudo explicado” e o que lhe foi expli- cado? R.: O narrador refere-se à compreensão da mensagem toda e, em especial, da frase “Deus, eu e o Rocha”, uma vez que ele pode entender que “eu” era o caminhão e “Rocha”, o nome do motorista. 11 LÍNGUA PORTUGUESA: PRÁTICAS DE LINGUAGEM UNIDADE 2 TÓPICO 1 Questão única: Registre nas linhas a seguir o que você compreendeu por ESTILO. R.: Forma de se expressar própria de um artista, a sua marca, características próprias que podem inclusive ajudar leitores a reconhecer o artista – seja das artes plásticas ou um autor que faça uso da escrita (literatura). TÓPICO 1 1 Leia o texto a seguir e depois responda ao que se pede: Poética Que é poesia? uma ilha cercada de palavras por todos os lados Que é um poeta? um homem que trabalha um poema com o suor do seu rosto Um homem que tem fome como qualquer outro homem. (Cassiano Ricardo) 1 Quais as funções da linguagem predominantes no poema anterior? R.: Funções poética e metalinguística. 2 Leia trechos do poema "Os Sinos", de Manuel Bandeira, de onde destacamos os seguintes fragmentos: Sino de Belém bate bem-bem-bem ........................................................ Sino da Paixão bate bão-bão-bão. 12 LÍNGUA PORTUGUESA: PRÁTICAS DE LINGUAGEM A partir dos fragmentos destacados, relate que tipo de estilística predomina e justifique sua resposta. R.: Estilística fônica, a justificativa é pessoal. TÓPICO 2 Questão única: Em nosso cotidiano, utilizamos muitas metáforas para expressar nosso pensamento. Muitas vezes não queremos ou não conseguimos expressar o que realmente sentimos. Então falamos frases por metáforas, assim seu significado fica subentendido. Exemplo: Corre como um cavalo. Anda igual a uma lesma. Lembrou-se de mais alguma? Registre aqui e compartilhe com o grupo: R.: Outros exemplos Esse problema é só a ponta do iceberg. Esse programa de TV é um ralo de tempo. Eu não recuso doces, sou uma formiga. Aquele rapaz é um gato Aquela menina é uma flor. FONTE: <http://www.dispatch.com/content/slideshows/2009/01/04/stahler.html>. Acesso em: 19 set. 2012. Questão única: Caro acadêmico! Agora é sua vez: Essa charge utilizou-se do recurso de ironia para apresentar sua mensagem. O que ela retrata? R.: Sim, é uma ironia. Brinca com a quantidade (exagero) que se pode encontrar de ajuda do governo. Demonstra que se trata de um exagero 13 LÍNGUA PORTUGUESA: PRÁTICAS DE LINGUAGEM FONTE: Disponível em: <http://suellemmeloped.wordpress.com/2011/02/05/ cuidado-com-o-que-voce-fala/>. Acesso em: 12 set. 2012. Questão única: Caro acadêmico! Agora é sua vez: nessa construção frasal encontramos um caso de pleonasmo, justifique essa afirmação. E escreva por que devemos evitá-lo em uma redação. R.: O pleonasmo ele tem alguns usos e funções na literatura – é possível de ser usado. Já em textos que cunho científico/educacional/ argumentativo, neste caso, a escrita mais formal deve evitar repetições. Deve objetivar a clareza e a objetividade, por isso o pleonasmo nesses textos mais formais/científicos deve ser evitado. TÓPICO 2 1 Identifique nas frases a seguir as figuras de linguagem empregadas: a) És bela – eu moço; tens amor. - eu medo (Álvares de Azevedo). R.: Zeugma. b) GRILO GRILADO O grilo, coitado, anda grilado, e eu sei (algo do contexto social brasileiro em determinada época da história do país) e brinca ao querer dar algum benefício ao coelho da páscoa. 14 LÍNGUA PORTUGUESA: PRÁTICAS DE LINGUAGEM o que há. Salta pra aqui, salta pra ali. (Elias José) R.: Aliteração. c) Se você gritasse, se você gemesse, se você tocasse a valsa vienense, se você dormisse, se você cansasse, se você morresse... Mas você não morre, você é duro, José! (Carlos Drummond de Andrade) R.: Anáfora. 2 Assinale a alternativa CORRETA: a) “Vi uma estrela tão alta. / Vi uma estrela tão fria! / Vi uma estrela luzindo / Na minha vida vazia”. (Manuel Bandeira) ( ) Assíndeto ( ) Anacoluto (x) Anáfora b) “Vozes veladas, veludosas vozes, / Volúpias dos violões, vozes veladas....” (Cruz e Sousa) (x) Aliteração ( ) Polissíndeto ( ) Anáfora c) “ Umas carabinas que guardava atrás do guarda-roupa, a gente brincava com elas de tão imprestáveis.” (José Lins do Rego) ( ) Polissíndeto (x) Anacoluto ( ) Inversão d) “Nossos bosques têm mais vida / Nossas vidas, mais amores”. (Gonçalves Dias) (x) Zeugma ( ) Silepse ( ) Anacoluto e) “Na solidão solitude / Na solidão entrei, / Na solidão perdi-me, / Nunca me alegrarei.” (Mario de Andrade) ( ) Onomatopeia (x) Anáfora ( ) Zeugma 15 LÍNGUA PORTUGUESA: PRÁTICAS DE LINGUAGEM UNIDADE 3 TÓPICO 1 Questão única: Leia o anúncio! FONTE: <http://libertosdoopressor.blogspot.com.br/2010/02/erros-ortograficos-em- placas.html>. Acesso em: 15 nov. 2012. Agora reflita: Considerando os dizeres da placa, estabeleça uma relação entre: escrita e as práticas de letramento dentro e fora do contexto escolar. R.: Existem vários contextos de uso da fala. Existem inúmeras práticas que são realizadas dentro e fora dos contextos escolares. As que são realizadas internamente, costumam realizar o nível de formalidade e informalidade da linguagem – e que a escrita necessita de cuidados diferentes daqueles necessáriosà boa condução da oralidade. Já em contextos externos, vemos muitas recorrências variadas, múltiplas. Em muitas delas, vemos a influência da oralidade de uma região nas formas de escrita – essas influências precisam ser analisadas ao observarmos alguma prática de letramento. Essas sempre dentro de um contexto, de uma realidade, de uma situação, com pessoas específicas envolvidas, entre outros aspectos. O seu vizinho descansou 4 Leia as frases que expressam uma notícia desagradável. Reescreva-as empregando eufemismo: Maria bateu o carro.____________________________________________. Além de grosseiro, é burro.______________________________________ Seu vizinho acaba de morrer.____________________________________. Caro, seu trabalho está um lixo!________________________________ Maria se envolveu em um pequeno problema com outro automóvel O rapaz possui certa dificuldade de relacionamento e de aprendizagem. Seu trabalho precisa ser realizado com um pouco mais de empenho. 16 LÍNGUA PORTUGUESA: PRÁTICAS DE LINGUAGEM TÓPICO 1 Leia os textos a seguir: Texto 1: Ali no canto ainda está a cômoda. Feita toda em madeira entalhada, tem três gavetas com puxadores de metal. Esse móvel velho e pesado, que ocupa uma área bastante grande do dormitório, era a peça preferida da minha avó. Texto 2: Dona Cômoda tem três gavetas. E um ar confortável de senhora rica. Nas gavetas guarda coisas de outros tempos, só para si. Foi sempre assim, dona Cômoda: gorda, fechada e egoísta. (Mário Quintana) 1 Agora, é com você! Escreva dois pequenos textos sobre o que é memória. Um no sentido literal, ou seja, com uma linguagem conotativa e outro utilizando-se de figuras de estilo, fazendo uso das marcas de expressividade, com a predominância da linguagem denotativa. R.: Resposta pessoal, mas espera-se que o acadêmico consiga produzir dois pequenos textos. Um empregando a palavra memória no sentido literal, que é o sentido próprio da palavra, ou o sentido do dicionário. E outro no sentido figurado. Lembre-se do exemplo quando dizemos: a) sentido literal: uma mão na roda. b) sentido figurado: pessoa eficiente. Obs.: Compartilhe seus escritos com o grupo. Se você conhece a literatura infantil de Guilherme Augusto Araújo Fernandes, ela poderá ser lida para o grupo para cruzar as informações. 2 Identifique nos textos a seguir todos os termos que retomam as palavras em itálico: Texto 1: Em outubro de 1839 Paris ainda possuía a mesma mística embriagadora que Chopin experimentara ao chegar lá em setembro de 1831. A ausência de 11 meses só servira para aumentar seu apaixonado fascínio pela magnífica metrópole espraiada ao longo das sinuosas margens do Sena. Paris havia se tornado a amante de Chopin muito antes de ele conhecer Mme. Sand e durante vários anos subsequentes suas afeições ficariam divididas entre as duas. Ambas o adoravam, do mesmo modo que eram, por sua vez, cultuadas por ele, e ambas eram essenciais à sua existência. Com a saúde debilitada, o jovem músico não podia sobreviver ao estímulo de uma sem o amparo da outra. (ATWOOD, William G. A leoa e seu filhote. Trad. Bárbara Heliodora. Rio de Janeiro, Zahar, 1982. p. 139). R.: Paris: lá, mesma mística. Chopin: seu, ele, suas afeições, o, sua, jovem músico. Paris e Mme Sand: duas, ambas, sua, uma e outra, magnífica metrópole. 17 LÍNGUA PORTUGUESA: PRÁTICAS DE LINGUAGEM Texto 2: As imagens ficarão gravadas como um raio na memória dos brasileiros. Na sétima volta do Grande Prêmio de San Marino, no autódromo de Ímola, na Itália, Ayrton Senna passa direto pela curva Tamburello, a 300 quilômetros por hora, e espatifa-se no muro de concreto. A 1h40 da tarde, hora do Brasil, um boletim médico do hospital Maggiore de Bolonha, para onde o piloto foi levado de helicóptero, anunciou a morte cerebral de Ayrton Senna. Não havia mais nada a fazer. Ayrton Senna da Silva, 34 anos, tricampeão de Fórmula 1, 41 vitórias de Grandes Prêmios, 65 pole-positions, um dos maiores fenômenos de todos os tempos no automobilismo, estava morto. Ninguém simboliza melhor a comoção que tomou conta do mundo que a imagem de Alain Prost, chorando num dos boxes de Ímola. Não era o choro de um torcedor, mas de um rival, o maior de todos em dez anos de brigas dentro e fora das pistas, um alter ego de Ayrton Senna na Fórmula 1. Na manhã de domingo, minutos antes de entrar pela última vez no cockpit de sua Williams, Senna encontrou-se com o ex-adversário, deu-lhe um tapinha nas costas e comentou: "Prost, você faz falta". Horas mais tarde, cercado pelos jornalistas, o francês não conseguiu retribuir a gentileza. "Estou consternado demais para falar", limitou-se a dizer, com lágrimas nos olhos. (Veja, Edição extra, 3 maio 1994, p. 7). R.: Ayrton Senna: o piloto, um dos maiores fenômenos. Alain Prost: rival, ex-adversário, o francês, estou, um alter ego. TÓPICO 2 Questão única: Há uma infinidade de outros exemplos em que podemos verificar a ocorrência da polissemia, mas agora você vai escrever os sentidos. Vamos lá! Frases Significado O rapaz é um tremendo gato. O rapaz é belíssimo. O gato do vizinho é fofinho e foge para minha casa. O animal doméstico do vizinho, um gato/ felino. Já sei. Você não pagou a conta de luz e fez um gato! Você realizou uma ligação clandestina de luz. 18 LÍNGUA PORTUGUESA: PRÁTICAS DE LINGUAGEM TÓPICO 2 Questão única: Caro acadêmico! Pense e compartilhe com o grupo um “caso” que tenha por fundamento a interpretação equivocada de uma informação ou de uma ordem. R.: Aqui o acadêmico pode apresentar inúmeras questões pessoais a partir de palavras com duplo sentido: Gato, manga, entre outros. Até mesmo pode apresentar um caso de alguma ironia que foi mal interpretada. Exemplo: uma moça chega para buscar uma encomenda (uma toalha bordada) e, por ter achado lindo o resultado, brinca com a pessoa que entregou dizendo “nossa, mas essa toalha ficou horrível de tão feia!”. A pessoa fica ofendida, se afasta e pede para outra pessoa atender a cliente. A cliente que estava brincando, falando o contrário – por ter achado tão lindo quis brincar – acabou se envolvendo em uma situação constrangedora e foi mal compreendida. TÓPICO 2 Leia o conto de Luis Fernando Veríssimo e logo responda às questões: Conto Erótico nº1 Luis Fernando Veríssimo - Assim? - É. Assim. - Mais depressa? - Não. Assim está bem. Um pouco mais para... - Assim? - Não, espere. - Você disse que... - Para o lado. Para o lado! - Querido... - Estava bem, mas você... - Eu sei. Vamos recomeçar. Diga quando estiver bem. - Estava perfeito e você... - Desculpe. - Você se descontrolou e perdeu o... - Eu já pedi desculpa! 19 LÍNGUA PORTUGUESA: PRÁTICAS DE LINGUAGEM - Está bem. Vamos tentar outra vez. Agora. - Assim? - Quase. Está quase! - Me diga como você quer. Oh, querido... - Um pouco mais para baixo. - Sim. - Agora para o lado. Rápido! - Amor, eu... - Para cima! Um pouquinho... - Assim? - Aí! Aí! - Está bom? - Sim. Oh, sim. Oh yes, sim. - Pronto. - Não. Continue. - Puxa, mas você... - Olhaí. Agora você... - Deixa ver... - Não, não. Mais para cima. - Aqui? - Mais. Agora para o lado. - Assim? - Para a esquerda. O lado esquerdo! - Aqui? - Isso! Agora coça. FONTE: <http://www.casadobruxo.com.br/poesia/l/contoe1.htm>. Acesso em: 12 nov. 2012. Caro acadêmico, durante a leitura do conto você foi conduzido a imaginar um sentido diferente do esperado no final do texto. As pistas deixadas pelo autor não ocorrem por acaso, são elas que nos conduzem a uma interpretação equivocada do texto. Assim responda: 1 Aparentemente, que tipo de situação o diálogo presente no texto retrata? R.: Aparentemente, o texto retrata um diálogo entre personagens vivendo uma situação erótica, até mesmo pelo título atribuído. 20 LÍNGUA PORTUGUESA: PRÁTICAS DE LINGUAGEM 2 Quais as pistas textuais deixadas pelo escritor que nos conduzem a construirum sentido ambíguo da situação? R.: Durante toda a leitura somos orientados para um sentido diferente daquele que temos ao chegar ao final do texto. Essa orientação de sentido não ocorre por acaso, mas é resultado de um conjunto de marcas existentes no texto. A pontuação tem um papel decisivo na construção da ambiguidade desse texto. Além de trabalhar propositalmente com marcas textuais que dão ao texto uma orientação de sentido diferente, o autor constrói a ambiguidade ainda omitindo dados do contexto, omitindo o narrador, omitindo palavras do diálogo. 3 Além das pistas (palavras, frases, construções) empregadas no texto, por meio de que recurso o autor constrói a ambiguidade? a) ( ) Omitindo o narrador. b) ( ) Omitindo palavras. c) ( x ) Omitindo dados do contexto em que se dá o diálogo. d) ( ) Omitindo informações sobre os personagens. 4 Imagine se você escutasse a seguinte frase: Como fazer o ponto de uma galinha. Registre o que pensou sobre a frase. R.: Resposta pessoal. Uma das possibilidades é o acadêmico comentar a respeito do passo a passo de como preparar uma galinha e depois discutir a ambiguidade presente na frase: “Como fazer o ponto de uma galinha” com a imagem a seguir. Lembre-se: nem sempre o que pensamos é! 21 LÍNGUA PORTUGUESA: PRÁTICAS DE LINGUAGEM FONTE: <http://pontocruzfiodameada.blogspot.com.br/2012/07/grafico-de-ponto- cruz-galinha.html>. Acesso em: 2 ago. 2012. Adaptado pela autora. Como fazer uma galinha no ponto. TÓPICO 3 Em grupos, elaborem uma minissequência didática, pensando em como explorar o gênero textual: BULA. Logo compartilhem as ideias com a turma. 1 Apresentação da situação. R.: Resposta subjetiva. Uma possibilidade seria fazer uma apresentação por meio de fantoches; debater posteriormente: Qual a função do papel que vem dentro da caixa de remédio? 22 LÍNGUA PORTUGUESA: PRÁTICAS DE LINGUAGEM 2 Primeira produção. R.: Resposta subjetiva. Como possibilidade os alunos poderão elaborar um texto sobre o conhecimento de algum medicamento que eles usam ou sobre o qual tenham algum conhecimento. 3 Módulos. R.: Resposta subjetiva. Como possibilidade seria cada grupo de alunos criar um item de uma bula de medicamento inventado pela turma: composição, indicação, contraindicação, posologia, farmacêutico responsável, laboratório. 4 Produção final (avaliação). R.: Resposta subjetiva. Como possibilidade seria elaborar uma bula com todos os itens trabalhados pelos alunos. Apresentar o medicamento para a turma (escola). Ainda: criar um poema em forma de bula, elaborar algum material escrito para divulgação quanto à automedicação, apresentar as bulas elaboradas pelos alunos por meio de cartazes fixados no mural da escola.
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