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VENCENDO OS OBSTÁCULOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA- tcc Final (2) (1)

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7
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL COM ÊNFASE EM NEUROPEDAGOGIA E PSICOMOTRICIDADE
aMANDA aLVES DA SILVA
MUNITCHELY DE Oliveira Perrout
VENCENDO OS OBSTÁCULOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Douradina
2019
aMANDA aLVES DA SILVA
MUNITCHELY DE Oliveira Perrout
VENCENDO OS OBSTÁCULOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Trabalho de conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Tecnologia ALFA de Umuarama, como requisito parcial para obtenção de título de Especialista em Educação Especial com Ênfase em Neuropedagogia e psicomotricidade, sob a orientação da Prof. Dr. Andreia Aparecida Ferreira da Silva.
DOURADINA
2019
VENCENDO OBSTÁCULOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
Amanda Alves da Silva
Munitchely de Oliveira Perrout¹
Prof. Dr. Andreia Aparecida Ferreira da Silva (orientadora)²
RESUMO: O presente artigo tem como objetivo investigar os obstáculos e métodos para a inclusão das pessoas com necessidades especiais nas aulas de educação física. Como em qualquer outra disciplina presente na matriz curricular das escolas públicas, a educação física obrigatoriamente deve desenvolver a inserção de pessoas com necessidades especiais em todas as aulas tanto teóricas quanto práticas. Para isso, é necessário que os professores sejam capacitados para atender as necessidades de cada tipo de deficiência. Vemos nos dias de hoje, muitos professores despreparados para adaptar as suas aulas para receber os alunos com deficiência, assim como muitas escolas não estão prontas para receber este público que estão cada vez mais adentrando na escola regular. Deve-se então buscar métodos eficazes para promover a verdadeira inclusão na escola, principalmente nas aulas de Educação Física. 
PALAVRAS-CHAVE: Deficiência. Escola. Adaptação. Inserção.
ABSTRACT: This article aims to investigate obstacles and methods for the inclusion of people with special needs in physical education classes. As in any other discipline present in the curricular matrix of public schools, physical education must develop the insertion of people with special needs in all theoretical and practical classes. To do this, it is necessary for teachers to be able to meet the needs of each type of disability. We see today many teachers unprepared to adapt their classes to receive students with disabilities, just as many schools are not ready to receive this audience who are increasingly entering the regular school. Effective methods should be sought to promote true inclusion in school, especially in physical education classes.
KEY WORDS: Disability. School
. Adaptation. Insertion.
1. INTRODUÇÃO
A educação inclusiva nas escolas regulares do Brasil teve inicio na década de 1990, depois de décadas de um histórico de exclusão e descriminação social com pessoas portadoras de deficiência. Neste artigo discorrer-se-á sobre os obstáculos para se promover a inclusão de pessoas com deficiência nas aulas de Educação Física e as adaptações necessárias para que se possa superá-los. 
Ainda nos dias de hoje, vê-se que essa inclusão não está totalmente efetiva nas escolas regulares, pois ainda encontra-se falta de acesso, muitos profissionais despreparados ou desmotivados para promover a inclusão na escola, sobretudo nas aulas de Educação Física. Torna-se um desafio para muitas escolas, promover a inclusão nas aulas práticas e fazer as adaptações necessárias para envolver os alunos com deficiência em jogos, brincadeiras e atividades esportivas junto aos demais alunos.
A Educação Física tem um papel fundamental no desenvolvimento global das pessoas com deficiência em seu desenvolvimento social, afetivo e intelectual, mas principalmente para melhoria de sua condição física. A maior motivação para a pesquisa deste tema foram as experiências vivenciadas e para dispor de um estudo mais aprofundado sobre o mesmo.
O objetivo desse trabalho é sensibilizar sobre a importância das adaptações nas aulas de Educação Física e mostrar que é possível promover a inclusão de qualquer pessoa em qualquer tipo de aula, além disso, causando uma maior socialização com os demais alunos. 
A metodologia que será adotada no presente artigo é por meio de pesquisas bibliográficas. 
2. DESENVOLVIMENTO
Andar, falar, ver e ouvir. Para algumas pessoas, são ações automáticas. Para outras, caminhar, se expressar por meio de palavras ou conseguir enxergar representam o desejo de toda uma vida. Os que se veem privados dessas habilidades são obrigados a se adaptar a um mundo que não foi arquitetado para facilitar o dia a dia de quem possui alguma deficiência. E isso não é diferente quando falamos em educação inclusiva, principalmente nas aulas de educação física. O ingresso desses estudantes em escolas inclusivas é garantido pela Lei Federal nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, conhecida como Lei de Diretrizes e Bases da Educação. É necessário, porém, refletir sobre a qualidade do ensino e das estruturas físicas, oferecidos às crianças e aos adolescentes que querem conquistar seu espaço.
A LDB n° 9394/96, no capítulo V, Art. 58°, trata da Educação Especial como sendo a modalidade de educação escolar ofertada na rede regular de ensino, para alunos que apresentam necessidades educacionais especiais, com serviço de apoio especializado para atendê-los. O Art. 59°, inciso III, assegura professores especializados e capacitados para trabalhar a integração desses alunos nas classes comuns (BRASIL, 1996).
Partindo da sociedade, entrando na escola e atingindo os professores, a inclusão depende muito mais de um entendimento por parte dos professores e dos alunos ditos “normais” de que os alunos com necessidades especiais, que devem ter a oportunidade de evoluir e mostrar que são capazes de aprender e se relacionar. E a Educação Física é uma das melhores disciplinas no ambiente escolar, pois é através das atividades e jogos lúdicos e a interação de todos os alunos que surgem as oportunidades para os deficientes mostrarem que também são capazes de evoluir em conjunto.
A inclusão é a capacidade de se ver no outro, de aceitação, de compartilhar experiências com vários tipos de pessoas. O intuito da inclusão é, portanto, trazer todos para a sociedade, a qual deverá adequar-se e se adaptar aos particulares de todos em todas as áreas sociais (SASSAKI, 1999).
Silva e Salgado (2005) afirmam que devem ser implantadas culturas de inclusão a partir de três ideias centrais. A primeira é o entendimento do que é cultura de inclusão; a segunda: refere-se ao fato de que a inclusão não se restringe àqueles com necessidades especiais e a terceira ressalta que o professor deve ter uma perspectiva humanista, buscando enxergar e entender como ocorrem às relações sociais naquele ambiente e como cada aluno se sente durante esse processo.
O professor tem grande importância nos processos de inclusão, enfrentando os desafios vivenciados no ensino regular. É preciso que o professor promova programas com qualidade e segurança, que conheça algumas características fundamentais sobre cada deficiência e, sobretudo, consiga perceber as potencialidades diferenciadas presentes nas crianças, independentemente das deficiências que possam apresentar (GORGATTI, 2008).
Há vários fatores que influenciam na inclusão de pessoas com deficiências. No âmbito da Educação Física pode-se trabalhar de varias formas que contribuem para o processo de inclusão, como adaptar atividades que contribua para interação entre todos os alunos (SILVA et. al., 2009).
Para Rodrigues (2003) a Educação Física, apesar de suas possibilidades, pode se constituir como um adjuvante ou um obstáculo adicional para que a escola seja (ou se torne) mais inclusiva. Isso por que, para o autor, a Educação Física seria uma área com maior facilidade para inclusão curricular, pois permite uma maior flexibilidade em seus conteúdos, por permitir que alunos com maiores dificuldades e pelos professores que na maioria das vezes desenvolve uma postura mais positiva em relação a este aluno perante o corpo docente. 
As constatações sobre a efetiva contribuiçãoda Educação Física para a inclusão de alunos com deficiência, ao analisarmos são as mais problemáticas, e dentre as diversas razões estão às atitudes mais ou menos positivas dos professores de Educação Física em face da inclusão de alunos com deficiência em suas aulas (RODRIGUES, 2003). É necessário considerar que a formação dos professores torna-se fundamental para a efetividade do processo de inclusão educacional. 
Baseado em Gorgatti e Costa (2005) a função da Educação Física na escola é educar para compreender e transformar a realidade que nos cerca, a partir de sua especificidade que é a cultura de movimento. É essencial ter profissionais capacitados para atender esse tipo de público, que tenham a propriedade para desenvolver esses alunos de forma global, ajudando-os a atingir a adaptação e equilíbrio que demanda suas limitações, proporcionando aos alunos atividades que promovem a sua independência e autonomia. 
Os autores Gorgatti e Costa (2005) citam que as deficiências podem ser: mentais, físicas, visuais ou auditivas isoladas, mas é frequente a deficiência combinada, principalmente quando a causa delas abalou o sistema central, que controla todo mecanismo neuromotor do homem.
Para o professor de educação física, é imprescindível que conheça ou estude sobre o tipo de deficiência de seu aluno para saber um pouco de suas limitações e cuidados para aplicação de certas atividades. É importante ressaltar que, independente da área de atuação do profissional é essencialmente necessário ter conhecimento de todos os tipos deficiências para que o professor esteja o mais preparado possível quando receber este aluno.
Strapasson (2006) diz ainda que é necessário fazer com que os alunos "normais" vivenciem as dificuldades enfrentadas por essas pessoas em suas muletas, cadeiras de rodas, falta de coordenação patológica enfim, quando se conhece as dificuldades, o valor e o respeito podem ser incutidos com mais afinco. A autora destaca que atividades de cooperação e atividades que favoreçam a participação com sucesso devem ser trabalhadas, bem como atividades inclusivas.
A Educação Física Adaptada nada mais é do que a adequação de metodologia, adaptação de materiais e técnicas que venham atender as diferenças individuais de cada portador de deficiência. Entretanto, tais adequações, devem ser baseadas nos tipos e características das deficiências para que possa oportunizar a todos a participação no maior número de atividades possíveis, visando, assim, sua melhora a nível motor, afetivo, cognitivo, assim como a interação e integração com as demais pessoas (Nogueira, 2000).
Para Aviz (1998) a atividade física e/ou esporte pode significar para o portador de deficiência, o desenvolvimento da autoestima, a melhoria da sua autoimagem, o estímulo à independência, a integração com outras pessoas, uma experiência enriquecedora com seu próprio corpo, (...) além de uma oportunidade de testar suas possibilidades, prevenir-se contra deficiências secundárias e integrar-se consigo mesmo e com a sociedade.
Silva e Krug (1999) dizem que o aluno portador de necessidades educativas especiais necessita de atividades físicas especializadas tanto quanto o aluno considerado normal. Salientam que um bom trabalho na área de Educação Física ajuda o aluno portador de deficiência amenizando as suas frustrações, entretanto o trabalho para ter bons resultados tem que ser bem planejado e executado. 
Alves e Duarte (2014) apontaram que a falta de adaptação nas aulas de Educação Física pode contribuir para que o adolescente com deficiência tenha dificuldades de aprendizagem e, consequentemente, não participe das atividades. Além disso, experiências negativas como rejeição podem levar os alunos com deficiência a se excluírem das aulas de Educação Física (GOODWIN; WATKINSON, 2000; SPENCER; WATKINSON, 2010). Sendo assim, é de mera importância que o professor de Educação Física planeje aulas com adaptações e seja atento para que não haja exclusão pelos amigos e colegas.
Corroborando com o presente estudo, Spencer e Watinkson (2010) demonstraram que o gosto por participar das aulas de Educação Física pelo aluno com deficiência está vinculado a oportunidade de inclusão nas atividades. Além disso, a capacidade de conseguir realizar as tarefas propostas promove uma maior participação destes alunos (ALVES; DUARTE, 2014). Muitas crianças que possuem algum tipo de necessidade física, não gostam da Educação física escolar, devido há alguns impedimentos, como preconceitos o fazem ficar constrangidos.
Silva, Duarte e Almeida (2011) ressaltam que as práticas esportivas podem desenvolver habilidades motoras, mobilidade e orientação dos alunos com deficiência. Pessoas com deficiência que tiveram sua primeira experiência esportiva na Educação Física Escolar são mais propensas a manter-se na prática podendo até mesmo incluir-se em programas de alto rendimento (PONCHILLIA; STRAUSE; PONCHILLIA, 2002). 
De acordo com Spencer e Watkinson (2010) a melhora de interação social pode ser associada às experiências positivas como as oportunidades de participar do jogo, as relações de amizade dentro do grupo e o fato de se sentir como um participante legítimo das atividades. Hutzleret al. (2002) completam que as melhores relações sociais se devem pelo suporte que o aluno com deficiência recebe na hora de realizar as atividades, além de ser aceito pelos colegas por suas diferenças.
Para facilitar a participação efetiva e satisfatória de alunos com deficiência nas aulas, Munster e Almeida (2006) propuseram adaptações quanto: às instruções dadas pelo professor; aos materiais utilizados, à melhora dos espaços onde acontecem as aulas; e às regras que podem ser modificadas de acordo com a necessidade de cada turma. Além disso, Lieberman (2002) destaca alguns princípios que podem ser utilizados pelo professor para que os alunos com deficiência possam participar das aulas: o oferecimento de variedade de jogos, esportes e atividades; o incentivo às praticas; opções de escolhas; e assistência, se for necessário. Tendo em vista que todas as adaptações não atrapalhem os demais colegas da turma, porém, algo criativo e relevante que se perfaz ao objetivo em relação ao conteúdo da aula.
No universo desportivo existem várias vertentes aplicáveis às pessoas com deficiência e promotoras de integração social. Compete ao docente da Educação Física intervir na formação de valores inclusivos, evitando preconceito relacionado com qualquer tipo de diferença (RODRIGUES; DARIDO, 2011). 
Deve assim sensibilizar as pessoas a ter uma consciência de solidariedade e a cooperação, eliminando as variadas formas de exclusão. Ross (2004) salienta ainda que a inclusão dos estudantes com NEE deve ser da responsabilidade de toda a comunidade escolar, que deve sentir-se comprometida na plena inclusão destes estudantes. 
Strapasson e Carniel (2007) acreditam que a Educação Física Adaptada (EFA) tem se constituído como condição para a pessoa com deficiência desenvolver as áreas motoras, intelectual, social e afetiva. Deve-se trabalhar na Educação Física Adaptada, a individualidade do aluno, para aprimorar suas potencialidades individuais, oportunizando não somente melhorias na área motora, como também na afetiva e social. 
Nesse processo de desenvolvimento do aluno, se faz importante o uso de recursos e estratégias de ensino que, segundo Almeida et al. (2008), são formas de se ensinar algo que além de criar situações de aprendizagem, também deve ser uma ação resultante de fatores variáveis e ao mesmo tempo inesperados e que, por sua vez, podem exigir adaptações planejadas ou não.
A prática de atividades físicas para pessoas com deficiências, além de proporcionar todos os benefícios para seu bem-estar e qualidade de vida, também é a oportunidade de testar seus limites e potencialidades, prevenir as enfermidades secundárias à sua deficiência e promover a integração social e a reabilitação da pessoa com deficiência (CARDOSO, 2011).
Nessa perspectiva, vemos que a importância da inclusão de pessoas com deficiêncianas aulas de Educação Física, pois auxilia em sua vida escolar e principalmente pessoal, pois é um verdadeiro estimulo para que essas pessoas evoluam tanto sua autoestima quanto sua parte física. 
Souza (2004) apud Melo e López (2002) enfatizam que as atividades adaptadas devem ser consideradas como uma alternativa lúdica e prazerosa, sendo parte da reabilitação de pessoas com deficiências físicas. Através dessa prática lúdica e prazerosa para o indivíduo, estas atividades surgem como facilitadoras para a melhoria da qualidade de vida.
A busca de um bem estar físico e psicológico, visando uma melhor qualidade de vida, levou os portadores de deficiência a procurar a prática de diversas atividades físicas. (BARROS, 2000).
Para Py e Jacques (1999) “a atividade física melhora as condições totais do organismo. Força, agilidade, coordenação motora, flexibilidade, postura e resistência física adquiridas com a prática de exercícios são fatores importantes para o desempenho produtivo do ser humano e que o capacitam a realizar eficientemente as tarefas impostas pela vida”. Para se promover vida sadia e prevenção a doenças é importante à conscientização em relação à atividade física. Segundo os autores, “há uma íntima relação entre doença e estilo de vida, onde a atividade física constitui fator fundamental”. 
Para os alunos portadores de deficiências visuais, a Educação Física servirá justamente como um campo de estimulação, buscando compensar esses déficits, de forma que esses alunos possam adquirir mais autoconfiança, através do conhecimento de seu próprio corpo, como diz Cutsforth (1969) citado por Junior e Santos (2007), que para a criança que possui visão normal se desenvolver, ela precisa de um campo de estimulação cada vez maior, e já criança DV, deve buscar esse campo de estimulação no seu próprio corpo. A partir daí ela começa a descobrir seu meio ambiente, descobrindo em si mesma o que as outras crianças de visão normal encontra no ambiente: a motivação e o estímulo para realizar qualquer tipo de ação.
Para atender a um planejamento que realmente tenha utilidade na prática das aulas, e realizar um trabalho efetivo com alunos DV, segundo Caderno Texto do Curso de Capacitação de Professores Multiplicadores em Educação Física Adaptada (2002, p.78): “É importante que o professor de Educação Física, juntamente com outros profissionais da escola, saibam identificar os distúrbios de comportamentos (...), de percepção e de motricidade apresentados pela criança para poder direcionar seu planejamento de ensino às suas necessidades”.
 Para Diehl (2006) geralmente as crianças deficiência visual por possuírem uma educação geral não muito adequada e pouca estimulação, apresentam um desempenho inferior na parte motora, cognitiva e social-afetiva, comparando-se com aquelas que não possuem essa deficiência. E devido a ela, aparecem algumas defasagens psicomotoras, como: esquema e imagem corporal, mobilidade, marcha, locomoção, expressão facial e corporal, coordenação motora, direcionalidade, lateralidade, maneirismos, dificuldade de relaxamento etc. Vale ressaltar que as dificuldades a nível cognitivo é uma situação conjuntural e não estrutural. Isso porque há limitação na captação de estímulos, nas experiências práticas, e na falta de relação entre o objeto percebido visualmente e a palavra.
O professor de Educação física deve então, procurar meios para estimular o aluno com deficiência visual a utilizar os seus sentidos mais aguçados (percepção auditiva e tátil) para estabelecer a posição do corpo relacionando-o com o ambiente e seus objetos; e mobilidade refere-se à resposta através do movimento a estímulos internos e externos.
 Incluir o aluno deficiência nas atividades é considerar o seu potencial e limitações, mesmo que seja necessário reestruturar os conteúdos. Em se tratando do próprio corpo, numa visão de que ele é autônomo, mas que também depende do outro, deve significar para o aluno que ele não apenas tem um corpo, mas que é um corpo, e que esse corpo se integra ao meio, ou seja, ao ambiente e as pessoas, relacionando-se com o meio físico, social e cultural (DARIDO E RANGEL, 2005).
Para Melo e Lopez (2007) A prática de atividade física e/ou esportiva por portadores de algum tipo de deficiência, sendo esta visual, auditiva, mental ou física, pode proporcionar dentre todos os benefícios da prática regular de atividade física que são mundialmente conhecidos, a oportunidade de testar seus limites e potencialidades, prevenir as enfermidades secundárias à sua deficiência e promover a integração social do indivíduo.
As pessoas com deficiência continuam afastadas das práticas de atividade física, seja por barreiras arquitetônicas (CORREA, 2009), proteção familiar (MARQUES; ZIMMERMANN, 2003), estigma, falta de espaços que atendam esse público (MORGADO et al., 2013) ou ainda preconceito por parte do profissional que não queira atender essa população (COLLAZO, 2003; MAGALHÃES; RUIZ, 2011). Diferentemente da escola, que não pode nem deve negar a matrícula de um aluno com deficiência, as atividades físicas extraescolar podem alegar qualquer desculpa para não incluir essa pessoa, fazendo com que as aulas de Educação Física escolar sejam, em muitos casos, a única oportunidade de prática de atividade física desses alunos (MORGADO et al., 2013).
O aluno com deficiência, muitas vezes, não é estimulado para se locomover ou realizar outros tipos de atividades paralelos à escola. As famílias acabam por não proporcionarem esse estímulo, por desconhecimento ou por barreiras sociais (BARCELLOS, 2003) e a Educação Física escolar tem que dar conta de preencher a lacuna para que esse aluno tenha gosto pela prática de atividade física, seja aceito socialmente para praticar atividade, realize trocas sociais, emocionais e psicológicas, se desenvolvendo como um ser que tem vontades, desejos e preferências (ADAMOLI, 2003).
Quanto aos conteúdos desenvolvidos, estes não se modificam por conta da presença de um aluno com deficiência, porém o foco é o aumento da participação dos alunos com deficiência nas práticas (ABE; ARAÚJO, 2010, SILVA; MARTINEZ; SANTOS, 2012). Um exemplo é utilizar a bola de guizo, só quando tiver um aluno cego nas aulas, mas proporcionar através do barulho do guizo a percepção de sentidos de todos os alunos, promovendo assim estratégias de ensino que atendam a todos como um grupo ou uma turma só (BRIANT; OLIVER, 2012). 
A Educação Física inclusiva precisa se moldar preocupando-se com o legado de cada aluno, com o seu comportamento motor, problemas de ordem física/postural, sempre em contato com familiares, demais professores, comunidade escolar (BRIANT; OLIVER, 2012) e outros profissionais da área da saúde (fisioterapeutas, médicos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, psicólogos) que atuam com esses indivíduos para melhor auxilia-lo no que tange ao seu desenvolvimento como um ser único (PENA; ROSOLÉM; ALPINO, 2008; FRANCO; CARVALHO; GUERRA, 2010; MELO; PEREIRA, 2013). 
Segundo Pedrinelli (1994), todo programa de Educação Física deve proporcionar desafios a todos os alunos, permitindo a participação de todos, respeitando suas limitações, promovendo a autonomia e enfatizando o potencial de cada um no seu domínio motor. Nas ideias de Cidade e Freitas (1997), a Educação Física na escola se constitui em uma grande área de adaptação, ao permitir a participação de jovens e crianças em atividades adequadas às suas necessidades e possibilidades, proporcionando que sejam valorizados e se integrem num mesmo mundo. 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS.
Podemos ver ao longo desse estudo que infelizmente, existe ainda uma grande distância entre a discussão teórica e a realidade prática no que se diz respeito à inclusão escolar. O ensino inclusivo ainda não preenche as expectativas no que se refere à qualidade do trabalho desenvolvido. O professor ainda não está preparado, a escola não está adequada e a sociedade como um todo não está consciente do seu dever. A Educação Física, como componente integrante do sistema de ensino, encontra-setambém imersa nessa mesma situação. Embora consciente de sua importância nesse processo, os professores dessa disciplina também não se sentem preparados adequadamente para lidar com alunos deficientes, que por sinal são realidade presente na maioria das escolas.
Acreditamos que com muito esforço e dedicação a inclusão na escola pode sim acontecer. Para isso, todos precisam caminhar juntos buscando alternativas que venham a efetivar na prática tudo aquilo que está descrito teoricamente. A persistência é fundamental nesse processo, visto que a educação inclusiva ainda é um aprendizado e que certamente ocorrerá de forma lenta e gradual. É preciso formar uma sociedade que não somente aceite e valorize as diferenças individuais, mas que aprenda, sobretudo, a conviver com a diversidade humana por meio da compreensão e da cooperação. 
Podemos também observar que a educação física deixou de trabalhar apenas indivíduos ditos “normais” passando a desenvolver atividades para todas, respeitando as diferenças e dificuldades apresentadas por cada um, vimos à importância e os desafios da inclusão na educação física no ensino regular, onde pessoas com necessidades educativas especiais estão inseridas. Vimos que não basta apenas incluir esse aluno, mas sim fazer com que ele faça parte desse meio, para que isso possa se tornar realidade é necessário quer os profissionais de educação física busque conhecimentos, adaptando as atividades de acordo com a necessidade de cada aluno, para proporcionarmos caminhos iguais a quem a vida deu caminhos diferentes.
REFERÊNCIAS
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GORGATTI, M. G. Atividades Físicas e esportivas para crianças e adolescentes com deficiência. 2. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
LIEBERMAN, L. J. Strategies for Inclusion: a handbook for Physical Educators. Champaign: Human Kinetics, 2009.
MUNSTER, M. A. V.; ALMEIDA, J. J. G. Atividade motora adaptada: a alegria do corpo. São Paulo: Artes Médicas, 2006.
PINTO, Maria Garcia. Ensino colaborativo uma estratégia pedagógica para a inclusão de alunos com deficiência nas aulas de educação física. 2016. 188 f. Dissertação (Especialização em educação física) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2016.
PONCHILLIA, P. E.; STRAUSE, B.; PONCHILLIA, S. V. Athletes with visual impairments: attributes and sports participation. Journal of visual impairment & blindness, v.96, n.4, p.267-272, 2002.
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TINOCO, Daniele Freire. A inclusão do portador de deficiência visual nas aulas de educação física. 2009. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd138/portador-de-deficiencia-visual-nas-aulas-de-educacao-fisica.htm>. Acesso em: 27 jun. 2019.
¹ Acadêmicas do curso de Especialização em Educação Especial com Ênfase em Neuropedagogia e Psicomotricidade da faculdade de tecnologia ALFA de Umuarama.
² Professora Orientadora do curso de Especialização em Educação Especial com Ênfase em Neuropedagogia e Psicomotricidade da faculdade de tecnologia ALFA de Umuarama

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