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Leitura obrigatória 
 
GRIFFA, M. C. - Maturidade, Vida Adulta, Velhice in Chaves para a 
psicologia do desenvolvimento, Tomo 2. São Paulo: Paulinas, 2001. 
 
Adulto 
 
 Poderíamos dividir esta fase em dois momentos: o Jovem adulto, período que 
vem logo após a adolescência, e a Meia Idade. 
 Para Erikson o jovem adulto passa pela fase da Intimidade X Isolamento, onde 
deseja um relacionamento afetivo íntimo, duradouro e continuo, através de 
relações profundas, buscando, também nessa fase, a construção de uma carreira 
profissional que lhe dê estabilidade e boa condição financeira. 
 Juventude ou segunda adolescência (18 – 25 anos) transição para autonomia e 
responsabilidade plena. (desenha o rumo das coisas), é a etapa do encontro ou 
do conflito entre gerações, da continuidade ou descontinuidade entre as idades, 
é o período em que as pessoas começam a modelar seu projeto de vida, aqui o 
relatam que a juventude costuma ser denominada segunda adolescência, 
adolescência superior ou período de amadurecimento adolescente, devido à 
“moratória” ou prolongamento artificial da adolescência na sociedade 
contemporânea. Relatam que é uma etapa difícil de transição até o indivíduo 
chegar à autonomia e à responsabilidade plena. 
o Erik H. Erikson denomina “vida adulta jovem” as etapas que estamos 
considerando, cuja problemática central é a conquista da intimidade; 
caso esta fracasse, o individuo cai no isolamento. Principalmente quando 
ele relata os aspectos para o alcance da verdadeira genitalidade (saúde 
sexual, orgasmos, etc.): 
o A vida média (30 a 50 anos), amadurecimento adulto, crise da meia-
idade. A vida adulta média é a época em que o indivíduo pode ver como 
é o curso definitivo da sua vida. Aqui o indivíduo sabe se encontrou ou 
não o NORTE. O ímpeto juvenil deve ser substituído em parte, por uma 
maior capacidade de concentração, perseverança e resistência. 
o Erik Erikson, se o indivíduo fracassa nessa fase, geralmente sofre a 
estagnação. Nessa fase, se o indivíduo faz parte de um casal, se ele não 
se “encontrar” com o outro, poderá “perder-se”, e passar a viver uma 
busca compulsiva de intimidade ou de identidade, geralmente falsas. 
Para este autor, o amadurecimento é atingido quando a pessoa, de 
alguma forma, cuida de coisas e de outras pessoas, conseguem adaptar-
se aos triunfos e desilusões próprios do ser que gera, de outros seres 
humanos ou produtos e ideias, marcas que testemunham sua passagem 
pelo mundo. 
o Erikson descreve a Meia Idade como sendo a fase da Produtividade X 
Estagnação, onde se a carreira profissional e as questões emocionais 
estiverem “resolvidas”, tanto pode ocorrer uma estagnação, como uma 
busca de novos desafios. Caso não tenha realizado seus ideais até este 
período da vida também poderá acontecer uma das duas saídas, 
dependendo das mensagens que estão gravadas em seu inconsciente, em 
função das fases anteriores do seu desenvolvimento, e as opções feitas 
no passado. 
o É o momento que anteriormente chamávamos de “ninho vazio”, em que 
os pais, principalmente as mães, consideravam-se sem função por não 
saber ser outra coisa na vida além de cuidadoras. Com o grande 
investimento que se fez nos últimos anos, mostrando que as mulheres 
tem outros afazeres além de ser cuidadora, e com a entrada da mulher no 
mercado de trabalho, essa crise não é tão acentuada. Paralelamente está 
ocorrendo uma mudança nos jovens, que hoje não tem a mesma 
premência de sair de casa, pois a liberdade aumentou, os pais são mais 
liberais, e as questões de estudo e trabalho ficaram mais exigentes, 
aumentando o período em que os filhos permanecem “no ninho”, 
cuidados, e até mantidos financeiramente – são chamados 
“adultolescentes”. 
o A chamada crise dos 40 ocorre quando se avalia que não se tem mais 
todo o futuro pela frente, e que o recomeço não é tão simples, pois sair 
do conhecido, e lançar-se no escuro amedronta, torna-se mais 
preocupante do era que antes. 
 Jung, no entanto, vê esta fase como extremamente criativa dizendo ser o “inicio 
do libertar-se do aprisionamento do ego” e em vez de representar a última 
chance, como pensam alguns, é sim um período especial, com significativas 
possibilidades para a maturação saudável, e que o importante é responder as 
seguintes perguntas : 
 “Para o que quero usar meu potencial? 
 O que tenho realmente que fazer na vida? 
 Qual é a minha verdadeira tarefa?”. 
 
 Velhice 
 
 Erikson descreve esta fase como sendo aquela onde se desenvolve a Integridade 
X Desesperança, onde ocorre naturalmente a avaliação do que foi vivido, com a 
percepção clara de que não é possível mudar muitas das coisas que já passaram. 
É um fato real que a pele já não tem a mesma elasticidade, que os olhos 
enxergam diferente, que dentes e ossos são mais frágeis, e que se o idoso ficar 
preso a essas perdas haverá muito inconformismo, revolta ou depressão. 
 Em contra partida, é fácil observar que pessoas de idade avançada realizam 
tarefas de grande importância em várias áreas de atividade humana, quer na 
política, ciência ou nas artes, e que muitos sábios, músicos, escritores, pintores 
e escultores realizaram suas conquistas já bastante idosos. 
 Erikson entende que se o idoso conseguir manter a “integridade do ego” para 
adaptar-se às mudanças pessoais e sociais, conseguirá satisfazer seus anseios, 
com maior tolerância para com as ocorrências da vida atingindo, como 
resultado de toda experiência vivida, o dom da sabedoria. 
 “O desenvolvimento Humano é comumente definido como transformações 
físicas e psicológicas que ocorrem com o passar dos anos”. Tony Booth 
 
 
 Mudanças Físicas e Cognitivas 
 
 Uma dos maiores objetivos da gerontologia é o envelhecimento bem-sucedido, 
ou seja, a meta é extrair mais da vida. 
 Rosenthal comemorou seu 70 anos com um bar mitzvah – cerimônia do 13.º 
ano judeu. 
 Ele, que se aposentou aos 65 anos, afirmou que o fundamental na vida é “livrar-
se de tudo que não é importante e gastar tempo com que interessa”. 
 
 
 Apesar da maioria dos idosos serem saudáveis e ativos, há um declínio das 
capacidades físicas e da saúde. Pode-se afirmar que, após 65 anos, se inicia um 
declínio mais intenso da reserva orgânica, do sistema imunológico e da força 
muscular. Isto pode desencadear uma grande suscetibilidade às doenças 
crônicas, agudas, bem como ao câncer e problemas cardíacos. 
 Cabe destacar, no entanto, que os cuidados com a saúde e a qualidade da 
assistência médica podem interferir de forma a minorar estas ou outras doenças. 
 Outro aspecto a ser considerado diz respeito à necessidade de sono, que tende a 
diminuir, bem como podem aparecer disfunções sexuais e, por outro lado, as 
habilidades lingüísticas tendem a aumentar até a idade muito avançada. 
 No entanto, o sistema nervoso tende a ficar mais lento, devido à perda de 
substância cerebral, como também há um aumento no tempo de processamento 
e de reação. 
 Assim, é freqüente ocorrer falhas na memória, embora isto esteja mais 
relacionado a alguns aspectos e neste sentido, a memória de longo alcance é 
mais durável, enquanto que a operacional ou curta é a primeira a desacelerar. 
 A demência é uma doença que pode aparecer na velhice, principalmente nos 
mais idosos. O Alzheimer, a depressão ou as drogas podem desencadear a 
demência. 
 Algumas teorias ou modelos do envelhecimento destacam os aspectos 
biológicos. 
 
 Segundo Griffa (2001) são elas: 
 
 Teorias Genéticas: consideram o ciclo vital como determinado; 
 Teoria da Mutação somática: apontam a existência de um acúmulo gradual de 
células modificadas, que não funcionam mais normalmente; 
 Teorias Biológicas: evidenciam o acúmulo progressivo de elementos tóxicos 
em células e órgãos; 
 Teorias Imunológicas: indicam que os anticorpos perdem a capacidade de 
distinguir proteínas próprias e estranhas, atacando-as. 
 Outras mudanças físicas podem ocorrer como a perda de pigmentação,textura e 
elasticidade da pele; os pelos tornam-se mais finos e brancos, diminuição da 
estatura; rarefação dos ossos e as modificações corporais são mais notórias 
entre os 75 e 80 anos de idade. Essas mudanças podem provocar no 
indivíduo sentimentos de inferioridade frente a uma sociedade que nega a 
velhice e cultiva o corpo jovem. 
 Por outro lado, percebe-se que mesmo que a inteligência e a memória sofram 
desgastes, a maioria dos idosos encontra formas compensatórias, intensificando 
seus interesses, valores filosóficos ou estéticos, e o mais importante é manter a 
cognição funcionando. 
 
 
 
 
 2. Mudanças Psicossociais 
 
 “...O tempo é implacável. A cada segundo que passa nos tornamos alguém 
diferente. Presente vira passado, futuro vira presente. TIC-TAC. Surgem 
problemas, surpresas, emoções, realidade, desejos e seguimos em frente, 
tomando decisões, trilhando caminhos, transformando e sendo transformados, 
muitas vezes sem perceber. TIC-TAC. Alguns amadurecem jovialmente, outros 
envelhecem imaturos. TIC-TAC. Fazemos planos, lutamos para colocá-los em 
prática, comemoramos êxitos, desistimos de tudo, sofremos derrotas, juntamos 
os cacos, reconstruímos a partir do zero. TIC-TAC...” 
 “Espetáculo do Tempo” (Dílson Branco) 
 
 
 O fenômeno de envelhecimento demográfico e as demandas sociais específicas 
dele decorrentes tornaram a velhice um tema privilegiado de investigação no 
mundo contemporâneo. 
 Questões como “se muda a personalidade” das pessoas na terceira idade, são 
evidenciadas. 
 Entre outros, Erikson se debruça sobre a personalidade, dentro de uma 
perspectiva psicossocial e propõe a velhice como a oitava crise. Nela, ou seja, 
no último estágio psicossocial, o indivíduo se depara com uma opção entre 
a integridade do ego e o desespero ou desesperança e a partir dessa avaliará a 
própria vida. 
 É muito comum nesta etapa da vida que a maioria das pessoas examinem, 
reflitam e façam um último “balanço” sobre a própria vida. Se diante dessa 
análise, o indivíduo sentir-se satisfeito com a vida que viveu, estiver em paz 
consigo mesmo, ou seja, apresentar um sentimento de realização e satisfação, 
achando que lidou de maneira adequada com os acertos e erros da vida, pode-se 
dizer que ele tem a integridade de ego e conquistou a virtude da sabedoria, 
aceitando o seu lugar e o seu passado. 
 Caso contrário, quando a pessoa se depara com um sentimento de frustração, 
porque perdeu oportunidades e se arrepende de seus erros, percebe que não há 
mais tempo para corrigi-los, então se sentirá desesperançada. 
 Ainda segundo o referido autor, as pessoas idosas precisam fazer mais do que 
refletir sobre o passado, precisam continuar ativas, participantes, buscando 
desafios e estímulos no seu ambiente. 
 Portanto, como afirmado anteriormente, a força básica associada a essa fase 
final do desenvolvimento é a sabedoria que, derivada da integridade do ego, é 
expressa na preocupação desprendida com o todo da vida. Ela é transmitida às 
próximas gerações numa integração de experiências que é mais bem descrita 
pela palavra “herança”. 
 Outro aspecto a ser destacado é que muitos idosos param de se preocupar com 
uma série de convenções sociais, com as repercussões do que “pensa, fala, 
sente e faz” e muitos afirmam que isso é algo permitido nesta idade. 
 Os relacionamentos sociais são muito importantes para os idosos, embora a 
freqüência do contato social decline na velhice. Em muitos casos, a rede social 
do idoso fica esgarçada, já que ocorrem muitas perdas e rupturas. 
 Com a perda de pessoas significativas como os cônjuges, parentes e amigos, 
alguns papéis sociais deixam de ser exercidos e muitos dos idosos recorrem à 
religião como forma de transcendência e encontram nela novas possibilidades 
de compreensão da vida, de esperança e alegria. 
 Griffa (2001) descreve algumas das principais teorias ou modelos do 
envelhecimento destacando os aspectos psicossociais. Entre elas, a teoria 
personal-espiritualista propõe que o idoso espera cada vez menos da vida e, 
portanto, intensifica sua sensação de transitoriedade, ficando cada vez menos 
impressionado com os acontecimentos, isto é, não leva-os tanto a sério, em 
função da sabedoria recentemente adquirida. Alguns estudos indicam que a 
religiosidade e a espiritualidade se relacionam com a saúde e bem estar e 
diminuição de mortalidade. 
 Outras teorias sobre o envelhecimento apontadas pela autora mencionada, são, 
o Desapego, que nos informa que há uma diminuição do interesse por 
atividades e objetos, um abandono dos papéis. Nesta perspectiva, envelhecer 
bem é desapegar-se das coisas ao seu redor. Ocorre, então, uma libertação da 
busca de conquistas, como a dos bens materiais e do status, desacelera-se a 
corrida por ascensão e o ego preenche-se com o que está próximo, no presente, 
sem urgências. 
 O modelo da Atividade, que relaciona o envelhecer bem a um envelhecer ativo 
e; a Teoria dos Novos Papéis, em que a ênfase é na diminuição da atividade, 
com conseqüente busca de novos papéis, que no momento não são mais 
impostos; mas consideram as motivações pessoais e a capacidade física. 
 De acordo com o modelo da Continuidade, o melhor envelhecimento é aquele 
em que a pessoa envelhece como viveu, e; a da Teoria da Descontinuidade, 
entende exatamente de forma contrária, as mudanças podem gerar novas 
formas de envelhecer bem. 
 Cabe encerrar, lembrando que muitas pessoas nesta fase, ainda sofrem de forma 
intensa com o preconceito e estigmas, fruto de uma sociedade que valoriza o 
novo. As singularidades da vivência do velho apontam a falência do projeto de 
vida que a ideologia defende, justifica e vende. 
 Alguns autores afirmam que o preconceito contra a velhice é mais forte do que 
o preconceito racial, porque é incorporado sem crítica, envolve toda a 
sociedade e é aceito pelas próprias pessoas de idade. 
 Muitas vezes, a velhice é temida, pois o idoso nos lembra de nossa própria 
fragilidade e da enfermidade de nossa existência. 
 Finalmente, parece que um envelhecer criativo implica no desenvolvimento de 
uma filosofia adequada de vida ao longo do processo evolutivo, tanto quanto a 
manutenção de uma identidade psicológica que permita ao indivíduo 
considerável autonomia funcional.

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