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Casos concretos - 1 a 10 (Direito Processual Penal II)

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DIREITO PROCESSUAL PENAL II - CCJ0041 
Título 
Caso Concreto 1 
 
Descrição 
Na tentativa de identificar a autoria de vários arrombamentos em residências agrupadas 
em região de veraneio, a polícia detém um suspeito, que perambulava pelas redondezas. 
Após alguns solavancos e tortura físico-psicológica, o suspeito, de apelido Alfredinho, 
acabou por admitir a autoria de alguns dos crimes, inclusive de um roubo praticado 
mediante sevícia consubstanciada em beliscões e cusparadas na cara da pessoa moradora. 
Além de admitir a autoria, Alfredinho delatou um comparsa, alcunhado Chumbinho, que 
foi logo localizado e indiciado no inquérito policial instaurado. A vítima do roubo, na 
delegacia, reconheceu os meliantes, notadamente Chumbinho como aquele que mais a 
agrediu, apesar de ter ele mudado o corte de cabelo e raspado um ralo cavanhaque. 
Deflagrada a ação penal, o advogado dos imputados impetrou habeas corpus, com o 
propósito de trancar a persecução criminal, ao argumento de ilicitude da prova de autoria. 
Solucione a questão, fundamentadamente, com referência necessária aos princípios 
constitucionais pertinentes. 
 
R: A Constituição Federal de 1988, no art. 5º, III, expressa de forma veemente a 
proibição à qualquer tipo de tortura no âmbito do território brasileiro. Tal previsão, tem 
como base o princípio da dignidade da pessoa humana. Mais a frente, a CF/88 garante 
também aos cidadãos, no art 5º, LIV, o direito ao devido processo legal, princípio essencial, 
o qual tem por base garantir que todos os atos praticados pelas autoridades sejam 
considerados válidos, se realizados conforme a lei. Além disso, no tocante a obtenção de 
provas de modo ílicito, discorre no art. 5º, LVI, CF/88 e no art. 157 do CPP, a expressa 
inadmissibilidade de tais provas, em respeito ao príncipio da vedação da prova ílicita, 
abrangendo-se também as demais provas que se derivarem desta (art. 157, § 1º, CPP). 
Logo, com fulcro nos príncipios e no dispositivo legal expostos acima, verifica-se 
clara ilegalidade no andamento da ação penal. Assim, assiste razão ao advogado dos 
imputados, em impetrar habeas corpus (art 5º, LXVIII, CF/88), em razão da obtenção ilegal 
de provas, nos conforme os termos do art. 1º, I, a), da lei 9.455/97 (Lei de Tortura). 
 
Exercício Suplementar 
 
(OAB FGV 2010.2) Em uma briga de bar, Joaquim feriu Pedro com uma faca, causando- 
lhe sérias lesões no ombro direito. O promotor de justiça ofereceu denúncia contra 
Joaquim, imputando-lhe a prática do crime de lesão corporal grave contra Pedro, e 
arrolou duas testemunhas que presenciaram o fato. A defesa, por sua vez, arrolou outras 
duas testemunhas que também presenciaram o fato. Na audiência de instrução, as 
testemunhas de defesa afirmaram que Pedro tinha apontado uma arma de fogo para 
Joaquim, que, por sua vez, agrediu Pedro com a faca apenas para desarmá-lo. Já as 
testemunhas de acusação disseram que não viram nenhuma arma de fogo em poder de 
Pedro. Nas alegações orais, o Ministério Público pediu a condenação do réu, sustentando 
que a legítima defesa não havia ficado provada. A Defesa pediu a absolvição do réu, 
alegando que o mesmo agira em legítima defesa. No momento de prolatar a sentença, o 
juiz constatou que remanescia fundada dúvida sobre se Joaquim agrediu Pedro em 
situação de legítima defesa. Considerando tal narrativa, assinale a afirmativa correta. 
 
(A) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da defesa. Assim, como o juiz não 
se convenceu completamente da ocorrência de legítima defesa, deve condenar o réu. 
(B) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da acusação. Assim, como o juiz 
não se convenceu completamente da ocorrência de legítima defesa, deve condenar o réu. 
(C) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da defesa. No caso, como o 
juiz ficou em dúvida sobre a ocorrência de legítima defesa, deve absolver 
o réu. 
(D) Permanecendo qualquer dúvida no espírito do juiz, ele está impedido de proferir a 
sentença. A lei obriga o juiz a esgotar todas as diligências que estiverem a seu alcance 
para dirimir dúvidas, sob pena de nulidade da sentença que vier a ser prolatada. 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL II - CCJ0041 
Título 
Caso Concreto 2 
 
Descrição 
O Padre José Roberto ouviu, em confissão, Maria admitir que mantém por conta própria 
estabelecimento onde ocorre exploração sexual, com intuito de lucro. No local, admitiu 
Maria ao Vigário que garotas de programa atendem clientes para satisfazer seus diversos 
desejos sexuais mediante o pagamento de entrada no valor de R$100,00 no 
estabelecimento, e o valor de R$500,00 para a atendente. Maria, efetivamente, responde a 
processo crime onde lhe foi imputada a conduta descrita no art. 229 do CP. O Ministério 
Público arrolou o Padre José Roberto como testemunha da acusação e pretende ouvi-lo na 
AIJ, já que trata-se de testemunha com alto grau de idoneidade. Pergunta-se: Pode o 
magistrado obrigar o Padre a depor em juízo, sob pena de cometer o crime do art. 342 do 
CP? A prova produzida em juízo nesse caso seria considerada válida? 
 
R: Conforme o art 202, do Código de Processo Penal prevê, in verbis: “Toda pessoa 
poderá ser testemunha”. Contudo, mais a frente, o art. 207, CPP, estabelece um rol de 
exceção à regra, o qual proíbe algumas pessoas de prestarem depoimentos, por serem 
obrigadas a guardar segredo em razão da função. Dentre eles, estão aqueles proibidos em 
razão de ministério, ou seja, que possuem sua condição individual ligada a religião 
(pastores, padres, bispos, etc). O dispositivo tem como base, a ligação ética e moral entre 
essas pessoas e os fiéis, preservando assim, o segredo sacramental, o qual é inviolável. 
Logo, o magistrado não poderá obrigar o Padre a depor em juízo, e se assim fizer, a 
prova será invalida. Vale mencionar, que, conforme parte final do art 207, CPP, o Padre 
poderá depor, desde que não seja obrigado pela parte interessada e queira dar testemunho. 
 
Exercício
 
Suplementar 
 
(Ministério Público BA/2010) À luz do Código de Processo Penal, deve-se afirmar que: 
 
a) A prova testemunhal não pode suprir a falta do exame de corpo de delito, ainda que 
tenham desaparecidos os vestígios do crime; 
b) A confissão será indivisível e retratável, sem prejuízo do livre convencimento do 
Juiz de Direito, fundado no exame das provas em conjunto; 
c) O ofendido não deve ser comunicado da sentença e respectivos acórdãos que a 
mantenham ou modifiquem; 
d) As pessoas proibidas de depor em razão da profissão, poderão fazê-lo se, 
desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho; neste caso, porém, 
não deverão prestar compromisso legal; 
e) Todas as afirmativas estão incorretas. 
DIREITO PROCESSUAL PENAL II - CCJ0041 
Título 
Caso Concreto 3 
 
Descrição 
O MP ofereceu denúncia contra Caio por, em tese, o mesmo ter subtraído o aparelho de 
telefone celular de Maria, na Av. Rio Branco, na altura do nº 23, pugnando pela 
condenação do acusado nas penas do art. 155, inciso II do CP (furto qualificado pela 
destreza). No entanto, ao longo da instrução probatória, nas declarações prestadas pela 
vítima e pelo depoimento de uma testemunha arrolada pela acusação, constatou-se que 
Caio teria, na ocasião dos fatos, dado um forte tapa no rosto da vítima no momento em 
que arrebatou o aparelho celular. Assim sendo, diante das provas colhidas na instrução 
probatória, o magistrado prolatou sentença condenatória contra Caio, fixando a pena de 4 
anos e 6 meses, a ser cumprida em regime semi-aberto, diante da primariedade e da 
ausência de antecedentes criminais do acusado, como incurso no art. 157 do CP. 
Pergunta-se: Agiu corretamente o magistrado? Indique na resposta todos os fundamentos 
cabíveis ao caso. 
 
R: Na esfera Processual Penal, vigora o princípio da correlação entre a imputação e a 
sentença, ou seja, a consonãncia lógica entre os fatosnarrados e a sentença condenatória. 
Visando a garantia deste princípio, o Código de Processo Penal, concede ao magistrado duas 
ferramentas essenciais: a emendatio libelli, que visa a correção da definição jurídica diversa 
de um fato narrado na inicial; e a mutatio libelli, que visa nova definição jurídica ao fato, em 
consequência de nova prova apresentada no curso da instrução. 
No caso concreto, trata-se de mutatio libelli, em razão dos novos apresentados. 
Assim, conforme disposto no art. 384, ss, CPP, deverá o Ministério Público aditar a 
denúncia, no prazo de 5 (cinco) dias. Além disso, conceder-se-á prazo de 5 (cinco) para 
manifestação da defesa, acerca dos novos fatos, para que requeira produção de novas 
provas, caso queira. 
Diante disto, percebe-se que agiu incorretamente o magistrado, haja vista ter 
proferido sentença condenatória sem conceder direito de defesa ao acusado, acerca dos 
novos fatos trazidos aos autos, afrontando o princípio constitucional da ampla defesa e 
contraditório. 
 
Exercício Suplementar 
 
1-(Magistratura/PR-2008) Quanto aos atos jurisdicionais penais, assinale a alternativa 
correta: 
 
a) As decisões interlocutórias simples são aquelas que encerram a relação processual 
sem julgamento do mérito ou, então, põem termo a uma etapa do procedimento. São 
exemplos desse tipo de decisão a que recebe a denúncia ou queixa ou rejeita pedido de 
prisão preventiva; 
b) As decisões interlocutórias mistas não se equiparam as decisões interlocutórias 
simples, pois as primeiras servem para solucionar questões controvertidas e que digam 
respeito ao modus procedendi, sem contudo trancar a relação processual. Enquanto que as 
decisões interlocutórias simples trancam a relação processual sem julgar o meritum 
causae; 
c) A decisão que não recebe a denúncia é terminativa de mérito, por isso não pode ser 
considerada decisão interlocutória mista; 
d) As decisões interlocutórias simples servem para solucionar questão 
controvertida e que diz respeito ao modus procedendi, sem contudo trancar a 
relação processual; as interlocutórias mistas, por sua vez, apresentam um plus em 
relação àquelas: elas trancam a relação processual sem julgar o meritum causae. 
 
2-A foi denunciado pela prática de furto, tendo a denúncia narrado que ele abordou a 
vítima e, após desferir-lheum empurrão, subtraiu para si a bolsa que ela carregava. Nesse 
caso: 
 
(a) o juiz não poderá condenar o réu pelo roubo, por ser a pena desse crime mais grave 
que a do furto; 
(b) como o fato foi classificado erroneamente, o juiz poderá condenar o réu por roubo, 
devendo, antes, proceder ao seu interrogatório; 
(c) o juiz poderá dar aos fatos classificação jurídica diversa, condenando o 
réu pela praticado do roubo; 
(d) o juiz poderá dar ao fato classificação jurídica diversa da que constou da denúncia, 
dando ao Ministério Público e à Defesa oportunidade para se manifestarem e arrolarem 
testemunhas. 
DIREITO PROCESSUAL PENAL II - CCJ0041 
Título 
Caso Concreto 4 
 
Descrição 
Huguinho, Zezinho e Luizinho praticaram um roubo na Agência do Banco do Brasil, no 
centro do Rio de Janeiro. Os três comparsas, ao se evadirem do local, seguiram em 
direções diferentes. Luizinho foi alcançado pela polícia e preso em flagrante e encontra- 
se preso no Complexo de Bangu, na cidade do Rio. Os outros dois conseguiram escapar. 
Huguinho, para não ser encontrado vive se ocultando e Zezinho encontra-se em local 
incerto e não sabido. Ao receber a denúncia, o juiz da 10ª vara Criminal da Comarca do 
Rio de Janeiro, determinou, diante da situação descrita, que fosse realizada a citação por 
edital, de acordo com o art. 363, § 1º, CPP dos três acusados. Foi correta a decisão do 
magistrado? Justifique sua resposta. 
 
R: Não, pois, nos termos do art. 360, CPP, o réu que se encontrar preso, será citado 
pessoalmente. Logo, deverá ser este o meio para citação para Luizinho. Continuamente, os 
demais acusados deverão ser citados por edital, conforme mencionado no caso, com 
previsão no art. 363, § 1º CPP. 
 
Exercício Suplementar 
 
Com relação ao tema CITAÇÕES, assinale a alternativa incorreta: 
 
a) No processo penal, o réu que se oculta para não ser citado poderá ser citado por hora 
certa, na forma estabelecida no Código de Processo Civil; 
b) Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, a citação far-se-á por carta 
ou qualquer meio hábil de comunicação; 
c) Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão 
suspensos o processo e o curso do prazo prescricional; 
d) O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente 
para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado; 
e) A citação do militar dar-se-á por intermédio do chefe do respectivo serviço, 
respeitando assim à hierarquia militar bem como a inviolabilidade do quartel. 
DIREITO PROCESSUAL PENAL II - CCJ0041 
Título 
Caso Concreto 5 
 
Descrição 
Marcílio responde a processo crime como incurso nas penas do art. 213 do CP pois, em 
tese, teria constrangido Lucilha, mediante emprego de arma de fogo, a manter com ele 
relações sexuais. O Juiz designou Audiência de Instrução e Julgamento onde ouviu 
primeiramente Gumercindo, testemunha arrolada pela defesa, uma vez que as 
testemunhas arroladas pelo MP ainda não tinham chegado ao Fórum. Posteriormente, o 
Magistrado ouviu as demais testemunhas da acusação e da defesa e, por fim, interrogou 
Marcilio. Pergunta-se: Você, Defensor Público, argüiria qual tese defensiva em favor do 
seu assistido Marcílio? 
 
R: A tese defensiva a ser arguida seria a de nulidade absoluta do feito, haja vista que no 
curso da Audiência de Instrução e Julgamento, não foi observada pelo magistrado a 
ordem prevista no art. 400, CPP. O referido artigo prevê que “(...) proceder-se-á à tomada 
de declarações do ofendido, a inquisição das testemunhas arroladas pela acusação e pela 
defesa, nesta ordem (...). Logo a nulidade pode ser arguida com fulcro no art 564, IV, do 
CPP. 
 
Exercício Suplementar 
 
(OAB-FGV) Em processo sujeito ao rito ordinário, ao apresentar resposta escrita, o 
advogado requer a absolvição sumária de seu cliente e não propõe provas. O juiz, 
rejeitando o requerimento de absolvição sumária, designa audiência de instrução e 
julgamento, destinada à inquirição das testemunhas arroladas pelo Ministério Público e 
ao interrogatório do réu. Ao final da audiência, o advogado requer a oitiva de duas 
testemunhas de defesa e que o juiz designe nova data para que sejam inquiridas. 
Considerando tal narrativa, assinale a afirmativa correta. 
 
(A) O juiz deve deferir o pedido, pois a juntada do rol das testemunhas de defesa pode ser 
feita até o encerramento da prova de acusação. 
(B) O juiz não deve deferir o pedido, pois o desmembramento da audiência una causa 
nulidade absoluta. 
(C) O juiz só deve deferir a oitiva de testemunhas de defesa arroladas 
posteriormente ao momento da apresentação da resposta escrita se ficar 
demonstrado que a necessidade da oitiva se originou de circunstâncias 
ou fatos apurados na instrução. 
(D) O juiz deve deferir o pedido, pois apesar de a juntada do rol de testemunhas da defesa 
não ter sido feita no momento correto, em nenhuma hipótese do processo penal, o juiz 
deve indeferir diligências requeridas pela defesa. 
DIREITO PROCESSUAL PENAL II - CCJ0041 
Título 
Caso Concreto 6 
 
Descrição 
Semprônio, motorista de um Uber, dirigia seu veículo pela pista de esquerda (pista de 
ultrpassagem), sendo certo que a sua frente estava o carro de Felizberto, septuagenário, 
que dirigia a aproximadamente 50 Km/h, o que impedia, na ocasião, Semprônio de fazer 
a ultrapassagem. Quando Felizberto parou o seu carro em um sinal de trânsito, 
Semprônio desceu de seu Uber e começou a desferirchutes e socos na lataria do carro do 
idoso. Uma viatura da PM que passava pelo local autuou Semprônio e o conduziu a sede 
policial onde foi lavrado termo circunstanciado, uma vez que a Autoridade Policial 
entendeu que ocorrera crime do art. 163, do CP. Semprônio não aceitou a proposta de 
transação penal oferecida pelo MP, sendo certo que o mesmo diante da recusa, ofereceu 
denúncia em face do mesmo. Ocorre que Semprônio ocultou-se para não ser citado e, 
diante disso, o Magistrado orientou o oficial de justiça a proceder à citação por hora 
certa, na forma do art. 362 do CPP. Pergunta-se: Agiu corretamente o Magistrado no caso 
em conformidade com o procedimento sumaríssimo? 
 
R: Não, haja vista que, conforme o art. 66, da Lei 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais), a 
citação será pessoal, e no próprio Juizado, sempre que possível, ou por mandado. 
Continuamente, nos termos do art. 66, P.U, quando não encontrado o acusado para sua 
citação, deverá o juiz encaminhar as peças existentes ao juízo comum, para adoção do 
procedimento previsto em lei. Logo, pode-se afirmar que não há amparo legal para 
citação por hora certa no procedimento sumaríssimo. 
 
Exercício Suplementar 
 
Sobre o procedimento dos Juizados Especiais Criminais, considere as seguintes 
assertivas: 
 
I. A transação penal poderá ser ofertada em relação aos delitos cuja pena máxima não 
seja superior a 2 (dois) anos, e a suspensão do processo nos delitos cuja pena mínima for 
igual ou inferior a 1 (um) ano. 
 
II. Segundo entendimento sumulado do Supremo Tribunal Federal, admite-se a suspensão 
condicional do processo por crime continuado, se a soma da pena mínima da infração 
mais grave com o aumento mínimo de um sexto for superior a um ano. 
 
III. Embora se aplique o procedimento previsto na Lei no 9.099/95 aos crimes previstos 
no Estatuto do Idoso nas hipóteses em que a pena máxima privativa de liberdade não 
ultrapasse a 4 (quatro) anos, a transação penal e a suspensão do processo não lhes são 
aplicáveis. 
 
Quais estão corretas? 
 
a) I; 
b) I e II; 
c) III; 
d) I e III; 
e) II e III 
DIREITO PROCESSUAL PENAL II - CCJ0041 
Título 
Caso Concreto 7 
 
Descrição 
Juninho Boca, jovem de classe média da zona sul do Rio de Janeiro, está respondendo a 
processo criminal como incurso nas penas do art. 33 da lei 11.343/06 pois, em tese, seria 
o responsável pela distribuição de cocaína em um conhecido bar em Copacabana. 
Realizada a AIJ, na forma do art. 56 do mesmo diploma legal, em sede de alegações 
finais a defesa pugnou pela nulidade do feito, uma vez que o perito que havia subscrito o 
laudo definitivo de constatação da substância entorpecente também havia funcionado na 
elaboração do laudo prévio. Pergunta-se: Assiste razão a defesa de Juninho Boca? 
 
R: Não, pois conforme expresso no art. 50, §2º da Lei 11.343/06, o perito que subscrever 
o laudo de constação prévio, não ficará impedido de subscrever o laudo definitivo, logo, 
não há o que se falar em nulidade do feito. 
 
Exercício Suplementar 
1- Sobre os crimes da Lei de Drogas (Lei 11.343/06), assinale a opção INCORRETA: 
 
A) aplica-se, subsidiariamente, as disposições do CPP e da LEP 
B) em caso de crime de porte de drogas para consumo pessoal, não se imporá prisão em 
flagrante, devendo o autor do fato ser encaminhado ao Juizado Especial Criminal 
C) É vedada a transação penal para aquele que oferece droga, eventualmente e 
sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento para juntos consumirem. 
D) O inquérito policial, no caso de crime de tráfico de drogas, será concluído no prazo de 
30 dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 dias, quando estiver solto. 
E) Todas as alternativas estão incorretas. 
 
2- Matheus foi denunciado pela prática dos crimes de tráfico de drogas (Art. 33, caput, da 
Lei nº 11.343/2006) e associação para o tráfico (Art. 35, caput da Lei nº 11.343/2006), 
em concurso material. Quando da realização da audiência de instrução e julgamento, o 
advogado de defesa pleiteou que o réu fosse interrogado após a oitiva das testemunhas de 
acusação e de defesa, como determina o Código de Processo Penal (Art. 400 do CPP, 
com redação dada pela Lei nº 11.719/2008), o que seria mais benéfico à defesa. O juiz 
singular indeferiu a inversão do interrogatório, sob a alegação de que a norma aplicável à 
espécie seria a Lei nº 11.343/2006, a qual prevê, em seu Art. 57, que o réu deverá ser 
ouvido no início da instrução. Nesse caso, 
 
A) o juiz não agiu corretamente, pois o interrogatório do acusado, de acordo com o 
Código de Processo Penal, é o último ato a ser realizado. 
B) o juiz agiu corretamente, eis que o interrogatório, em razão do princípio da 
especialidade, deve ser o primeiro ato da instrução nas ações penais instauradas para a 
persecução dos crimes previstos na Lei de Drogas. 
C) o juiz não agiu corretamente, pois é cabível a inversão do interrogatório, devendo 
ser automaticamente reconhecida a nulidade em razão da adoção de procedimento 
incorreto. 
D) o juiz agiu corretamente, já que, independentemente do procedimento adotado, não há 
uma ordem a ser seguida em relação ao momento da realização do interrogatório do 
acusado. 
E) o juiz não agiu corretamente, pois indeferiu a inversão da ordem do interrogatório sem 
a manifestação do membro do Ministério do Público. 
DIREITO PROCESSUAL PENAL II - CCJ0041 
Título 
Caso Concreto 8 
 
Descrição 
(OAB) Caio, professor do curso de segurança no trânsito, motorista extremamente 
qualificado, guiava seu automóvel tendo Madalena, sua namorada, no banco do carona. 
Durante o trajeto, o casal começa a discutir asperamente, o que faz com que Caio 
empreenda altíssima velocidade ao automóvel. Muito assustada, Madalena pede 
insistentemente para Caio reduzir a marcha do veículo, pois àquela velocidade não seria 
possível controlar o automóvel. Caio, entretanto, respondeu aos pedidos dizendo ser 
perito em direção e refutando qualquer possibilidade de perder o controle do carro. 
Todavia, o automóvel atinge um buraco e, em razão da velocidade empreendida, acaba se 
desgovernando, vindo a atropelar três pessoas que estavam na calçada, vitimando-as 
fatalmente. Realizada perícia de local, que constatou o excesso de velocidade, e ouvidos 
Caio e Madalena, que relataram à autoridade policial o diálogo travado entre o casal, 
Caio foi denunciado pelo Ministério Público pela prática do crime de homicídio na 
modalidade de dolo eventual, três vezes em concurso formal. Realizada Audiência de 
Instrução e Julgamento e colhida a prova, o Ministério Público pugnou pela pronúncia de 
Caio, nos exatos termos da inicial. 
Na qualidade de advogado de Caio, chamado aos debater orais, responda aos itens a 
seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal 
pertinente ao caso: a) Qual (is) argumento (s) poderia (m) ser deduzidos em favor de seu 
constituinte? ; b) Qual pedido deveria ser realizado? ; c) Caso Caio fosse pronunciado, 
qual recurso poderia ser interposto e a quem a peça de interposição deveria ser dirigida? 
R: 
a) O argumento mais bem aplicável ao caso seria o de que o réu agiu em culpa consciente, 
haja vista que, tinha consciência que a sua conduta poderia incorrer em um resultado 
lesivo, mas insistiu em mantê-la, acreditando nas suas habilidades como professor de 
curso de segurança de transito, afastando assim, a conduta dolosa, arguindo a 
incompetência do juízo. 
b) Cabe requerer a desclassificação própria, remetendo os autos ao juízo competente, nos 
moldes do art. 419, CP. 
c) Em caso de pronunciamento do réu, cabe o recurso em sentido estrito, previsto no art. 
581, IV do CPP. Nesse caso, o recurso possui efeito devolutivo, devendo ser 
endereçada ao juízo que proferiu a pronúncia. 
Exercício Suplementar 
(OAB) Assinalea alternativa CORRETA à luz da doutrina referente ao Tribunal do Júri. 
a) São princípios que informa o Tribunal do Júri: a plenitude de defesa, o sigilo 
das votações, a soberania dos veredictos e a competência exclusiva para 
julgamento dos crimes dolosos contra a vida; 
b) A natureza jurídica da pronúncia (em que o magistrado se convence da 
existência material do fato criminoso e de indícios suficientes de autoria) é de 
decisão interlocutória mista não terminativa; 
c) O rito das ações de competência do Tribunal do Júri se desenvolve em duas 
fases: judicium causae e judicium accusacionis. O judicium accusacionis se inicia 
com a intimação das partes para indicação das provas que pretendem produzir e 
tem fim com o trânsito em julgado da decisão do Tribunal do Júri; 
d) Alcançada a etapa decisória do sumário da culpa, o juiz poderá exarar quatro 
espécies de decisão, a saber: pronúncia, impronúncia, absolvição sumária e 
condenação. 
DIREITO PROCESSUAL PENAL II - CCJ0041 
Título 
Caso Concreto 9 
 
Descrição 
Antônio foi submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri e condenado. Após o 
julgamento, descobriu-se que integrou o Conselho de Sentença o jurado Marcelo, que 
havia participado do julgamento de Pedro, co-réu no mesmo processo, condenado por 
crime de roubo conexo ao delito pelo qual Antônio foi condenado. Pergunta-se: Qual a 
defesa que poderá ser apresentada pelo Defensor de Antônio em eventual recurso 
interposto? Justifique a sua resposta: 
 
R: Pode ser arguida a nulidade do julgamento, com base na Súmula 206, do STF, haja 
vista a participação de Pedro em julgamento anterior, com fulcro no art. 449, I, do CPP. 
Exercício Suplementar 
(Magistratura/RS/2009) Acerca de processo e julgamento dos crimes dolosos contra a 
vida, assinale a assertiva CORRETA: 
A) Diante das respostas aos quesitos, os jurados condenaram o acusado por 
homicídio doloso qualificado. Ao proferir a sentença condenatória e fixar a pena, 
o magistrado não poderá reconhecer as agravantes que não foram objeto dos 
quesitos; 
B) Poderá haver recusa ao serviço do Júri, fundada em convicção religiosa, 
filosófica ou política; 
C) Os jurados poderão perguntar diretamente ao ofendido e às testemunhas, sem 
a intermediação do Juiz Presidente do Tribunal do Júri; 
D) Em um processo onde o réu foi pronunciado por homicídio consumado e 
tráfico de entorpecentes, após terem os jurados afastado o dolo direto e o dolo 
eventual, na votação dos quesitos acerca do homicídio consumado, serão 
questionados sobre o delito conexo de tráfico de entorpecentes; 
E) Durante os debates, no plenário do Tribunal do Júri, aos jurados é vedado, 
mesmo por intermédio do juiz-presidente, pedir ao promotor de justiça que 
indique a folha do processo onde se encontra o depoimento da testemunha a que 
está fazendo referência em seu pedido de condenação. 
DIREITO PROCESSUAL PENAL II - CCJ0041 
Título 
Caso Concreto 10 
 
Descrição 
(Ministério Público PR / 2008) Tício foi condenado à pena privativa de liberdade de 06 
(seis) anos de reclusão por violação ao artigo 157, parágrafo 2, incisos I e II do Código 
Penal. Da sentença condenatória, Tício foi intimado em 09/05/2008 (sexta-feira), 
oportunidade em que manifestou o interesse de não recorrer da decisão condenatória. O 
advogado de Tício, defensor devidamente constituído, fora intimado da decisão 
condenatória em 08/05/2008 (quinta-feira). No dia 16/05/2008, o advogado de Tício 
interpôs recurso de apelação. O recurso é tempestivo ou não? Justifique a sua resposta 
abordando as controvérsias sobre o tema indagado. 
 
R: Pode o advogado recorrer da decisão condenatória mesmo contra a vontade do réu, 
devendo a data da última ser considerada para fins de contagem. Conforme Súmula 310 do 
STF “Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de 
intimação for feita nesse dia, o prazo judicial terá início na segunda-feira imediata, salvo se 
não houver expediente, caso em que começará no primeiro dia útil que se seguir”. Logo, 
haja vista que Tício foi intimado na sexta feira, dia 09/05/2008, a contagem se inicia apenas 
no dia 12/05/2008, segunda feira. Diante disto, conclui-se que o recurso interposto pelo 
advogado de Tício é tempestivo. 
 
Exercício Suplementar 
 
Quantos aos recursos em geral, dispõe o Código de Processo Penal, dentre outras 
hipóteses, que 
 
a) no caso de concurso de agentes, a decisão do recurso interposto por um dos réus, se 
fundado em motivo de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros; 
b) excetuando-se dentre outros o da sentença que denegar habeas corpus, hipótese em 
que deverá ser interposto, de ofício, pelo juiz, os recursos serão voluntários; 
c) salvo a hipótese de má-fé, a parte não será prejudicada pela interposição de um 
recurso por outro e se o juiz, desde logo, reconhecer a impropriedade do recurso 
interposto pela parte, mandará processá-lo de acordo com o rito do recurso 
cabível; 
d) a qualquer tempo, o Ministério Público poderá desistir de recurso que haja 
interposto; 
e) interposto por termo o recurso, o escrivão, sob pena de suspensão por 05 a 60 dias, 
fará conclusos os autos ao juiz, até o quinto dia seguinte ao último do prazo.