Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Resumo para AV1 – Biotecnologia e Biossegurança – Luísa Assis – 2º Farmácia · Introdução a Biossegurança · Histórico Bio = vida segura / vida com segurança Constitui uma área de conhecimento relativamente nova, regulada em vários países por um conjunto de: Leis - Normas - Procedimentos - Diretrizes Na Antiguidade: As crenças dos homens eram voltadas para a prática de rituais dirigidos aos deuses a fim de garantir a prevenção de doenças individuais e coletivas; Egípcios: Acreditavam que as doenças se propagavam através do toque; Hebreus: Achavam que as doenças eram contraídas através do contato com roupas e objetos usados pelos doentes; Hipócrates: Afirmava que as doenças eram disseminadas pelos vapores nocivos que provocavam a má qualidade do ar através da teoria dos “miasmas” (Segundo esta, as doenças teriam origem nos miasmas: o conjunto de odores fétidos provenientes de matéria orgânica em putrefação nos solos e lençóis freáticos contaminados); · Séculos XVI e XVII 1546: Francastorius descreveu que as sementes passavam de um animal infectado para outro, produzindo a mesma doença; 1656: Durante o grande flagelo da peste ocorrido na Europa, alguns médicos usavam equipamentos” para sua proteção individual que constava de: 1676: Leeuwenhoek descreveu a existência de pequenas formas de vida (bactérias), utilizando pela primeira vez um microscópio; · Século XIX Louis Pasteur - (França): Revelou que microrganismos eram os agentes etiológicos de várias doenças que afetavam os homens e os animais; Robert Kock - (Alemanha): Em suas experimentações e pesquisas demonstrou que uma doença infecciosa era causada por um microrganismo específico. 1882 - Mycobacterium tuberculosis (Bacilo de Kock) 1883 - Vibrio cholerae (Vibrião colérico) · Século XX O surgimento da Biossegurança no Brasil Década de 80 Representantes de entidades brasileiras são capacitados pela OMS em Biossegurança Laboratorial. 1984 Primeiro Workshop de Biossegurança Laboratorial (FIOCRUZ, RJ) 1986 Primeiro levantamento de riscos em laboratório na (FIOCRUZ / INCQS) Primeiro Curso de Biossegurança para o setor saúde (OMS / FIOCRUZ / INCQS) Criação da primeira Comissão de Biossegurança (FIOCRUZ) 1986 a 1995 Cursos de capacitação em Biossegurança inseridos no contexto dos programas de qualidade / FIOCRUZ 1999 Fundação da Associação Nacional de Biossegurança ( ANBio) I Congresso Brasileiro de Biossegurança 2000 Introdução da Biossegurança como disciplina científica no currículo universitário. I Curso Nacional de Biossegurança Laboratorial para Multiplicadores (CGLAB - FIOCRUZ / FUNASA / CDC / NUBio / MS). 2001 CNPq lança os cursos de extensão com programas de indução das ações em Biossegurança. · Conceitos Gerais Década de 70 Reunião da Comunidade Científica em Asilomar (Califórnia) – OMS O foco de atenção voltava-se para a proteção da saúde do trabalhador frente aos riscos biológicos no ambiente de trabalho agentes patogênicos para o homem →RISCO BIOLÓGICO. Década de 80 – OMS A OMS incorpora a essa definição os chamados riscos periféricos presentes em ambientes laboratoriais como os riscos: químicos, físicos, radioativos e ergonômicos. Década de 90 A definição de Biossegurança sofre mudanças significativas. Seminário I.P. Paris (1991) São incluídos em programas de Biossegurança temas como: ética em pesquisa – meio ambiente - animais tecnologia de DNA recombinante Definição de Costa - 1996 Biossegurança é o conjunto de medidas: técnicas, administrativas educacionais, médicas psicológicas empregadas para prevenir acidentes em ambientes biotecnológicos. Definição de Teixeira & Vale – 1996 A Biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, riscos que podem comprometer à saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. Definição de CDC – 2001: “Aplicação de práticas e procedimentos combinados em laboratórios utilizando equipamentos de segurança quando se trabalha ou manipula microrganismos potencialmente patogênicos”. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- · Terminologias · Antissepsia: destruição/ eliminação de microrganismos em tecidos vivos pela aplicação de ag. antimicrobianos; ex.: álcool 70º · Desinfecção: processo físico/ químico de destruição de microrganismos não esporulados em superfícies e objetos inanimados; ex.: compostos fenólicos 0,5-3%, compostos de iodo, quaternário de amônia · Esterilização: elimina TODAS as formas microbianas; ex.: autoclavagem (vapor), óxido de etileno e radiação gama Radiação: gama, partículas (elétrons), raios – X; esterilização de produtos para saúde, preservação de alimentos Filtração: remoção completa de microrganismos (exceto vírus) e partículas de um determinado tamanho de líquidos e gases para fornecer um produto que preencha os requisitos de produto estéril como previsto nas farmacopéias; membrana : 0,22 m; esterilização de produtos que não podem ser submetidos à ação do calor, indústrias → soluções farmacêuticas e biológicas, laboratórios → soluções e meios de cultura Calor úmido: vapor sob pressão; muito eficaz, pois esteriliza rapidamente materiais penetráveis e superfícies; aplicação é praticamente universal (processo de escolha) exceto onde a penetração/ calor/ umidade danificam o material; o equipamento de esterilização pelo vapor é a autoclave, encontrada nas mais diversas formas e tamanhos em hospitais, clínicas, laboratórios de microbiologia e indústrias; As condições em um lab. de microbiologia são: materiais de plásticos, borracha, tecidos limpos: 121ºC/ 40 min seguido de secagem por 50 min (POP INCQS nº 65.3220.004), meios de cultura e soluções: 121ºC/ 15 – 20 min, descontaminação de materiais: 121ºC / 1 h; não superlotar o equipamento e deixar espaço entre os materiais, usar o invólucro adequado, operação adequada do equipamento. Calor seco: processo lento que necessita de altas temp., penetra todos os tipos de materiais inclusive óleos e recipientes fechados, utilizado somente para materiais que não podem ser esterilizados pelo por vapor sob pressão, quando a umidade danifica ou o vapor não penetra no material, aplicações: óleos, pós, instrumentos cortantes, vidraria; As condições em um lab. de microbiologia são: ciclo: 180ºC / 2h, não superlotar o equipamento e deixar espaço entre os materiais para não impedir a circulação de o ar quente ao usar o invólucro adequado, operação adequada do equipamento Química: aplicação de agentes químicos (estados líquido ou gasoso); utilizado somente se houver não possibilidade de utilização de outro processo; aplicada em materiais termo sensível · Descontaminação: desinfecção/ esterilização terminal de objetos e superfícies contaminadas com microrganismos patogênicos; ex.: · Aplicação adequada dos procedimentos de desinfecção e esterilização = procedimento → produto → observação dos fatores que interferem nas atividades antimicrobianas · Agentes desinfetantes e esterilizantes químicos · Formaldeído Atividade: bac. na forma vegetativa (incluindo micobac.), esporos, fungos e vírus lipídicos/não Forma de apresentação: Líquida: formalina (≈ 37%) OU Polimerizada: paraformaldeído Características: ativo na presença de proteínas, pouco inativado por materiais naturais, sintéticos e detergentes, pouco ativo a temperaturas inferiores a 20ºC, requer umidade relativa Apl. no lab.: descontaminação de ambientes fechados (salas, gabinetes de segurança), desinfecção específica de superfícies (somente quando não for possível a aplicação de outro desinfetante) Apl. no hospital: desinfecção de artigos semicríticos, esterilização de artigos críticos termo sensíveis somente quando não for possível aaplicação de outro desinfetante) Efeitos tóxicos: irritante para pele, reações de sensibilização, carcinogênico · Glutaraldeído Atividade: bac. na forma vegetativa (incluindo micobac.), esporos, fungos e vírus lipídicos/não Características: ativo na presença de material orgânico, pouco inativado por materiais naturais e sintéticos, pouco inativado por detergentes, não é corrosivo Apl. no lab.: desinfecção de superfícies metálicas (em recipientes para descarte de materiais) Apl. no hospital: desinfecção de artigos semi críticos, esterilização de artigos críticos termosensíveis Efeitos tóxicos: menos irritante para a pele, olhos e aparelho respiratório do que o formaldeído, reações de sensibilização da pele · Compostos orgânicos e inorgânicos liberadores de cloro ativo Atividade: bac. na forma vegetativa (incluindo micobac.), esporos, fungos e vírus lipídicos/não Compostos normalmente usados: hipoclorito de Na = L, hipoclorito de Ca = S Características: inativado na presença de matéria orgânica, instável, afeta materiais metálicos Apl. no lab.: recipientes para descarte de materiais, desinfecção de superfícies em geral, desinfecção de superfícies contaminadas com sangue e outros fluidos corpóreos Apl. no hospital: desinfecção de superfícies em geral, esterilização de superfícies contaminadas com sangue e outros fluidos corpóreos, desinfecção de artigos Outras apl.: desinfecção de água para o consumo humano, desinfecção de águas de piscinas, desinfecção de superfícies relacionadas ao preparo de alimentos, desinfecção de utensílios de recém-nascidos Efeitos tóxicos: irritante para a pele, olhos e aparelho respiratório · Álcoois, etanóis, isopropanol Atividade: bac. na forma vegetativa (incluindo micobac.), alguns fungos e vírus lipídicos Principal mecanismo de ação: desnaturação de proteínas · Álcoois Compostos normalmente usados: álcool etílico a 70%, álcool etílico a 70% com 2% de glicerina, álcool etílico a 70% com 1% de iodo Características: não possui ação residual, inflamáveis, coagulam proteínas Apl. no lab.: desinfecção de superfícies em geral, aantissepsia das mãos Apl. no hospital: desinfecção de superfícies em geral, desinfecção de superfícies externas de equipamentos, desinfecção de artigos (termômetros, estetoscópios), antissepsia das mãos e pele Efeitos tóxicos: irritante para os olhos, apl. frequente produz irritação e dessecação da pele, tóxico · Fenóis Sintéticos Atividade: bac. na forma vegetativa (incluindo micobac.), alguns fungos e vírus lipídicos Apl.: desinfecção de superfícies não críticas (pisos, bancadas...), desinfecção de superfícies em áreas críticas (UTI, centro cirúrgico), desinfecção de artigos semicríticos, recipientes de descarte de materiais (exceção de laboratório de virologia), não indicado para uso em berçários (ocorrência de hiperbilirrubinemia) Efeitos Tóxicos: irritante para pele e olhos · Compostos Quaternários de Amônio Atividade: bac. na forma vegetativa, alguns fungos e vírus não lipídicos Mecanismo de ação: inativação de enzimas, desnaturaçào de proteínas Características: efeito residual, inativados por proteínas, inativados por materiais naturais, sintéticos, inativados por detergentes não iônicos e sabões Apl.: desinfecção de superfícies não críticas (pisos, mobiliários, paredes), desinfecção de superfícies relacionadas com alimentos Efeito tóxico.: irritante para pele, reações de sensibilização da pele · Iodóforos Atividade: bac. na forma vegetativa (incluindo micobac.), fungos (tempo prolongado), esporos bacterianos (tempo prolongado), vírus lipídicos/não Mecanismo de ação: o iodo penetra fácil e rapidamente através da parede celular afetando a síntese das proteínas e dos ácidos nucleicos. Características: efeito residual, pouco afetados pela presença de matéria orgânica, incompatíveis com detergentes catiônicos e inativados por detergentes não iônicos Apl. no lab.: antisepsia das mãos, desinfecção de superfícies, recipientes para descarte de materiais Apl. no hospital: desinfecção de superficies, desinfecção de artigos (termômetros, estetoscópios), antissepsia das mãos e pele Efeitos tóxicos: irritante para pele e olho · Ác. Peracético Atividade: bac. na forma vegetativa (incluindo micobac.), fungos, esporos, vírus lipídicos/não Mecanismo de ação: Características: ativo na presença de matéria orgânica, ataca materiais de borracha naturais e sintéticos, corrosivo para metais, produto final de baixa toxicidade Apl. no lab.: desinfecção de filtros em hemodiálise, desinfecção/ esterilização de artigos críticos termo-sensíveis Outras apl.: desinfecção de superfícies que entram em contato com alimentos Efeitos tóxicos: irritante para pele, olhos e mucosas · Toxidade dos agentes desinfetantes · O sucesso dos procedimentos de desinfecção e esterilização depende da compreensão e apl. de todos os aspectos aqui abordados, o que permitirá o uso correto e racional --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Compartilhar