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TUTELA CAUTELAR

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PROCESSO PENAL Profa. Andreia Fonseca
PRISÃO NÃO É 
VINGANÇA..
É, POR VEZES UMA 
NECESSIDADE!!!
Prisão
 Conceito: É a privação da liberdade, tolhendo-se o 
direito de ir e vir, através do recolhimento da pessoa 
humana ao cárcere.
 Fundamento Constitucional da prisão: Preceitua o 
artigo 5°, LXI: Ninguém será preso senão em 
flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada de autoridade judiciária 
competente, salvo nos casos de transgressão militar 
ou crime propriamente militar, definidos em lei”
 REGRA: PRISÃO NO BRASIL DEVE BASEAR-SE EM 
DECISÃO DE MAGISTRADO COMPETENTE, 
DEVIDAMENTE MOTIVADA E REDUZIDA POR ESCRITO, 
OU NECESSITA DECORRER DE FLAGRANTE DELITO, 
neste caso cabendo a qualquer do povo a sua 
concretização. 
Controle 
da 
legalidade 
da prisão
Prevê artigo 5° inciso LXV que a prisão ilegal 
será imediatamente relaxada pela autoridade 
judiciária, no mesmo sentido prevê o artigo 310, 
I do CPP.
Prisão decretada pelo Magistrado fica sob o 
crivo de autoridade judiciaria superior, através 
de Habeas Corpus 
“conceder-se-á habeas corpus sempre que 
alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer 
violência ou coação em sua liberdade de 
locomoção, por ilegalidade ou abuso de 
poder” (art 5° LXVIII CF).
Formalidades da Prisão
 Indispensabilidade de mandado de prisão – art. 283 Caput
 Fixação de dia e hora para prisão: não é necessário, tendo ordem judicial
não tem cabimento determinar ocasião especial para cumprimento. art.
283,§2° CPP) art. 5°, XI – somente pode penetrar no domicilio alheio se
houver situação de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro,
ou durante o dia, por determinação judicial.
 Se houver flagrante delito (abrange contravenção penal) qualquer um
pode invadir um domicilio de dia ou de noite.
 Com mandado de prisão expedido por autoridade judiciária, sem 
situação de flagrância: apenas durante o dia!
 Se o morador permitir Artigo 293 CPP.
Formalidades da Prisão
 Não necessita de autorização judicial especifica para o arrombamento
das portas e ingresso forçado no ambiente, que guarda o procurado, pois
o mandado de prisão e a própria lei dão legitimidade a tal atitude.
 Cautela quanto ao uso de força
 Uso de algemas: excepcional – apenas para conter a fuga ou resistência
STF: Sumula 11: Só é licito o uso de algemas em casos de resistência e de
fundado receio de fuga ou de perigo a integridade física própria ou
alheia, por parte do preso u de terceiros, justificada a excepcionalidade
por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do
agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a
que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado” Cabe ao
agente policial verificar a necessidade ou não.
Formalização do Mandado de 
prisão
 a) lavratura por escrivão ou escrevente, com assinatura do juiz, cuja 
autenticidade é certificada pelo escrivão diretor;
 b) designação da pessoa a ser presa com dados qualificativos;
 c) menção da infração penal por ele praticada;
 d) declaração do valor da fiança, se tiver sido arbitrada, quando 
possível;
 e) emissão à autoridade policial, seus agentes ou oficial de justiça.
 f) normas administrativas: colocação comarca, vara e ofício de onde é 
originário, número do processo e ou inquérito, nome da vitima, teor da 
decisão que deu origem a ordem de prisão (preventiva, temporária, 
pronuncia, sentença condenatória etc); pena aplicada, prazo de 
validade do mandado, que equivale ao lapso prescricional;
Formalidades da prisão
 - Pode ser preso sem mandado, desde que seja inafiançável, mas 
tem que apresentar direto ao Juiz ainda que seja o de plantão.
 - artigo 288 – exigência de apresentar mandado de prisão ao 
apresentar na cadeia, para evitar encarceramento sem causa, ou 
desaparecimento do preso.
 - artigo 289 prisão por precatória, procurado em Comarca estranha 
à competência do juiz expedidor. Urgência pode ser por fax, ou 
qualquer outro meio de comunicação, devendo checar a 
autenticidade da comunicação.
Formalidades da Prisão
 Artigo 289 A: O Juiz competente providenciará o imediato registro 
do mandado de prisão em banco de dados mantido pelo 
Conselho Nacional de Justiça para essa finalidade” com isso 
viabiliza-se a prisão do procurado em todo o Brasil, por qualquer 
policial.
 Art. 290 – preso procurado em outra Comarca durante perseguição 
policial, preso deve se apresentar a autoridade local, para verificar 
a regularidade da prisão (flagrante ou cumprimento de mandado)
 - o preso tem o direito de conhecer a identidade de quem é 
responsável pela sua captura, artigo 5° LXIV.
 - prisão realizada se possível sem uso de força havendo resistência 
a autoridade policial deve lavrar o auto correspondente. Art 329 CP
Formalidades da Prisão
 Resistência:
 A) ativa: o preso investe contra o executor da ordem de prisão. 
Autoriza que o agente use de força para vencer como também 
reaja, legitima defesa autentica.
 B) Passiva: quando se debate para não ser preso, para não 
colocar algemas, nesse caso utiliza-se a força necessária para 
vencer a resistência.
Artigo 319 do CPP
 São medidas cautelares diversas da prisão:
 I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo 
juiz, para informar e justificar atividades; 
 II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por 
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer 
distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; 
 III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por 
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela 
permanecer distante; 
 IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja 
conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; 
 V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o 
investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; 
Artigo 319 do CPP
 VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de 
natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de 
sua utilização para a prática de infrações penais; 
 VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes 
praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos 
concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código 
Penal) e houver risco de reiteração; 
 VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o 
comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu 
andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem 
judicial; 
 IX - monitoração eletrônica. 
Medidas Cautelares alternativas a 
prisão
 A fiança pode ser cumulada com outras medidas cautelares (art. 
319, §4° CPP), bem como pode o magistrado fixar medidas isoladas 
ou cumulativas (art. 282, §1°, CPP). 
 Em compatibilidade com a medida de proibição de se ausentar da 
Comarca, pode-se vedar o indiciado de sair do País. Para tanto, 
serão comunicadas as autoridades encarregadas da fiscalização 
das fronteiras, intimando-se o indiciado ou acusado para entregar 
o passaporte em 24h (art. 320 CPP).
 Havendo prisão em flagrante, se não for o caso de conversão em 
prisão preventiva, deve o juiz conceder liberdade provisória, com 
ou sem fiança. Neste ato, pode impor medidas cautelares 
compatíveis com a situação do réu (art. 321, CPP).
Requisitos para decretação das 
medidas cautelares
 São dois requisitos genéricos:
 a) necessariedade, bastam a presença de um deles. Alguns delitos 
não comportam a preventiva, somente as medidas cautelares: 
 dividido em três:
 a1: para aplicação da lei penal; 
 a2: para a investigação ou instrução criminal; 
 a3: para evitar a pratica de infrações penais, nos casos previstos 
em lei. São requisitos alternativos, basta a presença de um deles
Requisitos 
Medidas 
Cautelares
b) adequabilidade. Divide-se em três:b1: gravidade do crime; 
b2: circunstâncias do fato; 
b3: condições pessoais do indiciado ou 
acusado.
São requisitos cumulativos. Ambos precisam 
estar presentes (art. 319 CPP).
Comentários 
adicionais
A mera gravidade abstrata do fato não 
pode servir de base para decretar a prisão 
preventiva ou impor regime de pena mais 
gravoso, vide sumulas 718 STF e 440 STJ.
Qualquer medida cautelar prescinde da 
analise do caso concreto e da 
individualização referente ao acusado.
Aplicação do contraditório e da 
ampla defesa
 Antes de decretar qualquer medida cautelar alternativa a prisão 
(art. 319 CPP), deve o juiz ouvir a parte contrária, que no caso, é o 
indiciado ou o réu, como prevê art. 282, §3° do CPP. 
 Se for algo urgente concede a medida e ouve o interessado 
posteriormente.
Descumprimento da medida 
cautelar alternativa
 Em caso de descumprimento injustificado das obrigações impostas, 
ouvido antes o indiciado ou réu, em homenagem a ampla defesa, 
pode o juiz, a requerimento do MP, seu assistente ou querelante, 
substituir a medida por outra, impor mais uma em cumulação ou, 
em ultimo caso, decretar a preventiva (art. 282, §4° CPP).
 A qualquer tempo pode o magistrado rever a medida decretada 
(art. 282, §5°). A prisão preventiva passa a ser considera, 
expressamente, como ultima opção (art. 282, §6°).
LIBERDADE 
PROVISÓRIA
DISPOSIÇÕES LEGAIS
CONCEITO
 É a liberdade concedida, em caráter provisório, ao indiciado ou 
réu, preso em decorrência prisão em flagrante, que, por não 
necessitar ficar segregado, em homenagem ao princípio da 
presunção de inocência, deve ser liberado, sob determinadas 
condições.
 A liberdade provisória com ou sem fiança, é instituto legal em 
defesa do Réu, compatível com a prisão em flagrante. 
 O instituto competente para a prisão preventiva e a prisão 
temporária é a revogação da prisão, quando os motivos que a 
determinaram não estiverem mais presentes.
Preceito 
Constitucional
Preceito Constitucional: Prevê o artigo 5°, 
LXVI “Ninguém será levado a prisão ou 
nela mantido, quando a lei admitir a 
liberdade provisória, com ou sem fiança”. 
Constitucionalmente, a prisão é exceção. 
A liberdade é a regra, face ao princípio 
da presunção de inocência, previsto no 
artigo 5°, inciso LVII.
Considerações gerais
 Preso em flagrante, excepcionalmente em decorrência de outras 
situações, como será visto, a pessoa terá o direito de aguardar o 
seu julgamento solta, pagando fiança ou, sem que o faça, 
conforme o caso, afinal, é presumidamente inocente.
 As hipóteses de concessão da liberdade provisória são: Com fiança 
ou Sem fiança.
Liberdade Provisória sem fiança
 Alterações: A antiga redação do artigo 310 do CPP não previa a 
necessidade de apresentação do Réu em Juízo para que o juiz 
avaliasse a regularidade da prisão, assim como para conceder ou 
não a liberdade provisória.
 O que ocorria em regra, era a análise superficial do Auto de Prisão 
em flagrante, acompanhado de despacho padrão e lacônico 
“flagrante formalmente em ordem, aguarde-se a vinda dos autos 
principais”. Tal decisão afrontava a Constituição
Previsão da Liberdade Provisória
 Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo 
de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, o juiz 
deverá promover audiência de custódia com a presença do acusado, 
seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o 
membro do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, 
fundamentadamente: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
 I - relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
 II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os 
requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem 
inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; 
ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
 III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. (Incluído pela 
Lei nº 12.403, de 2011).
Previsão legal
 § 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato em 
qualquer das condições constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do Decreto-Lei nº 
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), poderá, fundamentadamente, conceder 
ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os 
atos processuais, sob pena de revogação. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 
13.964, de 2019)
 § 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa 
armada ou milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade 
provisória, com ou sem medidas cautelares. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
 § 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não realização da audiência de 
custódia no prazo estabelecido no caput deste artigo responderá administrativa, civil e 
penalmente pela omissão. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
 § 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo estabelecido no caput 
deste artigo, a não realização de audiência de custódia sem motivação idônea ensejará 
também a ilegalidade da prisão, a ser relaxada pela autoridade competente, sem prejuízo 
da possibilidade de imediata decretação de prisão preventiva. (Incluído pela Lei nº 13.964, 
de 2019)
Possibilidades de Concessão de 
Liberdade Provisória
 A) Prevista no artigo 310, inciso III e parágrafo 1°:
 Existência de excludente de ilicitude, na dúvida deve o réu ser 
colocado em liberdade. 
 Pode ser ampliado acrescentando as hipóteses de exclusão de 
culpabilidade. 
 Não tendo sido concedida desde o início, pode o Juiz a qualquer 
tempo rever sua decisão anterior;
LIBERDADE
PROVISÓRIA
COM FIANÇA
 Fiança: é uma garantia real, consistente no pagamento 
em dinheiro ou na entrega de valores ao Estado, para 
assegurar o direito de permanecer em liberdade, no 
transcurso de um processo criminal.
 Fiança é espécie do gênero caução – que significa 
garantia ou segurança.
 Caução fidejussória: garantia dada é pessoal, isto é, 
assegurada pelo empenho da palavra de pessoa 
idônea de que o réu vai acompanhar a instrução e 
apresentar-se, em caso de condenação.
 Com o passar do tempo foi substituída pela 
denominada caução real, que implica depósito ou 
entrega de valores, desfigurando a fiança. 
Finalidade e Garantia
 Finalidade: a finalidade da fiança é assegurar a liberdade 
provisória do indiciado ou réu, enquanto decorre o inquérito policial 
ou processo crime, desde que preenchidas certas condições. 
 É feito o depósito através de guia de depósito judicial junto ao 
Banco do Brasil e anexada aos autos.
 Garantia da fiança: Possui ainda a finalidade ade garantir o 
pagamento de custas (quando houver), da indenização do dano 
causado pelo crime (se existente), da prestação pecuniária (se 
couber) e também da multa (se aplicada).
Desmoralização 
do instituto 
fiança
 O instituto da fiança estava desmoralizado, isto porque 
o artigo 310, parágrafo único, antes da alteração 
havida recentemente, autorizava a concessão da 
liberdade provisória sem fiança, desde que aceitasse 
compromisso de comparecimento a todos os atos do 
processo, para qualquer delito. 
 Tal situação foi capaz de abranger inclusive crimes de 
homicídio qualificado, que era considerado 
inafiançável. Em regra aquele que tem direito a 
liberdade provisória com fiança, também tem direito a 
concessão da liberdade sem fiança. 
 Vale lembrar que a fiança tem algumas vantagens, 
como o procedimento simplificado, não se exigindo 
sequer a oitiva do MP. 
 A lei 12.403/11 teve por fim corrigir várias distorções, 
autorizando a concessão de fiança para quase todos 
os delitos, exceto aqueles para os quais a CF veda.
Sistema novo
 Sistema novo mais racional: O sistema tornou-se mais racional, 
sendo possível a concessão por ex. de fiança para o homicídiosimples e para o furto simples. 
 Os delitos descritos no artigo 323 do CPP continuam a não 
comportar fiança, mas toleram a liberdade provisória sem fiança. 
 Contrassenso: Liberdade Provisória com fiança e sem fiança –
delitos graves
Valores da Fiança
Autoridade Policial
 Valores de fiança: restaram atualizados os valores de fiança e a 
possibilidade de fixação da garantia real, aumentada. É justo 
utilizar a fiança, pois é uma das mais eficientes medidas para 
segurar o réu/indiciado no distrito da culpa (dizeres de Nucci), se 
ele fugir, perde os bens que deu em garantia.
 Autoridade Policial: Pela nova disposição legal, a autoridade 
policial pode fixar fiança para os crimes cuja pena máxima não 
seja superior a quatro anos (art. 322 CPP), nos demais casos, cabe 
ao juiz (art. 322, parágrafo único CPP). 
Hipóteses que vedam a concessão de Fiança
 Previstas nos artigos 323/324 do CPP, razão pela qual os crimes que 
não se encaixam nesses dispositivos são afiançáveis.
 Nos crimes de racismo: Lei 7.716/89, constitucionalmente 
considerado inafiançável (art. 5°, XLII). As penas previstas são 
relativamente baixas, comportando variados benefícios, que 
implicam liberdade para o seu cumprimento, por essa razão não 
deveria ser inafiançável. Admite-se, porém, a liberdade provisória 
sem fiança; 
Hipóteses 
que 
vedam a 
concessão 
de Fiança
 Nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes 
hediondos: inafiançáveis ante a expressa determinação 
constitucional, art. 5°, XLIII. Neste caso as penas são 
elevadas, mas ainda assim entendem alguns 
doutrinadores que o recolhimento da fiança poderia 
ser útil aos cofres públicos, vinculando o réu ao distrito 
da culpa. Pode ser concedida liberdade sem fiança.
 Nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou 
militares, contra a ordem constitucional e o Estado 
Democrático: inafiançáveis por determinação 
constitucional, art. 5°, XLIV, a lei de Segurança Pública, 
que da guarida a tais crimes, encontra-se defasada e 
incompatível com o atual estatuto Constitucional;
Hipóteses que vedam a concessão 
de Fiança
 Aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança 
anteriormente concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer 
das obrigações a que se referem os arts. 327/328 do CPP;
 Em caso de prisão civil ou militar: não comportam fiança, pois têm 
natureza jurídica completamente diversa da prisão processual, a 
primeira diz respeito ao devedor de alimentos, para obriga-lo a 
quitar a dívida e a segunda volta-se à disciplina militar, não dizendo 
respeito à orbita civil;
Hipóteses que vedam a concessão 
de Fiança
 Quando presentes os motivos que autorizam a decretação da 
prisão preventiva: Por óbvio não cabe fiança nesses casos. Nenhum 
tipo de prisão cautelar é compatível com a liberdade. Entretanto, 
atualmente a Lei 9.503/97 em seu artigo 301 prevê que não será 
imposta prisão em flagrante daquele condutor de veículo que 
tendo causado acidente que resulte vítima, preste integral e pronto 
atendimento a esta.
VALOR DA FIANÇA
 Fixados no art. 325 do CPP, com valores atualizados.
 Faixas: Principal critério para estabelecimento do montante 
específico da fiança é a situação econômica do réu, dentre outros 
previstos no artigo 326 do CPP.
 Além de levar em conta a gravidade da infração penal (as duas 
faixas expostas nos incisos I e II do art. 325), precisa ponderar se o 
acusado é incapaz de pagar aqueles valores, mesmo que fixados 
no mínimo. Assim pode reduzir ainda mais, até o máximo de 2/3 
(tanto para autoridade policial quanto para o Juiz).
 Persistindo a impossibilidade de pagamento, pode-se considerar o 
réu pobre, concedendo a liberdade provisória sem fiança.
Valor da fiança
 Réus financeiramente abonados devem ter a fiança aumentada 
nos moldes da alínea “b” abaixo descrita. Tal medida deve ser 
aplicada apenas pelo Juiz.
 De um a cem salários mínimos, quando se cuidar de infração cuja 
pena privativa de liberdade, no patamar máximo, não for superior 
a quatro anos;
 De dez a duzentos salários mínimos, quando o máximo da pena 
privativa de liberdade prevista for superior a quatro anos.
Situação econômica do Réu
 Situação econômica do preso: 
 Dispensar a fiança, na forma do art. 350 do CPP;
 Reduzir o valor da fiança até o máximo de dois terços;
 Aumentar a fiança em até mil vezes.
Outros 5 
critérios para 
determinação 
do valor da 
fiança, art. 
326 CPP:
 Natureza da infração: art. 325, incisos I e II, prevê as faixas 
de fixação de fiança, conforme gravidade da infração 
penal. Verificam-se todas as circunstâncias legais de 
aumento e diminuição de pena. No caso das causas de 
diminuição, aplica-se o mínimo, sobre o máximo em 
abstrato previsto para o delito. No caso das causas de 
aumento, coloca-se o máximo, sobre o máximo em 
abstrato previsto para a infração penal;
 Condições Pessoais de fortuna: principal elemento, sob 
pena de tornar a fiança inútil ou despropositada.
 Vida pregressa do acusado: antecedentes criminais. Réu 
reincidente ou de maus antecedentes deve ter um valor 
mais elevado de fiança a pagar, diante da reiteração na 
vida criminosa;
 Periculosidade: constitui a união da vida pregressa com a 
gravidade do crime, associado à personalidade do 
agente.
 Provável importância das custas: a lei menciona apenas 
custas, não devendo ser considerada indenização pelo 
crime, nem multa.

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