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Plano de gestão integrado de resiudos solidos - cidade do recife

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EQUIPE TÉCNICA 
 
Prefeitura Municipal do Recife 
 
Geraldo Júlio de Mello Filho Prefeito da Cidade do Recife 
Luciano Roberto Rosa de Siqueira Vice-prefeito da Cidade do Recife 
Antônio Barbosa de Siqueira Neto Presidente da EMLURB 
Maria Carolina de Oliveira Azevedo Diretora de Limpeza Urbana 
Adriano Freitas Ferreira Diretor Administrativo e Financeiro 
Tarcizo Leite de Vasconcelos Diretor Executivo Administrativo e 
Financeiro 
Ana Elisabeth Jucá Assessora Técnica da EMLURB 
Paulo Padilha Assessor Técnico da EMLURB 
Gabriela de Freitas Barbosa Gerente Geral de Planejamento e 
Monitoramento 
 
BRENCORP Consultoria, Meio Ambiente e Empreendimentos Ltda 
 
Paulo Gonçalves dos Santos Filho Coordenação Geral 
Alex Loureiro Área Gestão e Logística 
Ariel Leão Assistente Técnica à Coordenação Geral 
Luiz Moura Área Engenharia 
André Meireles Suporte Geoprocessamento 
Drielly Naamma Suporte Geoprocessamento 
Aldemir de Castro Barros Área Ambiental 
Osvaldo Girão Área Socioeconômica 
Elisabete Domingos Área Social 
Tiago Andrade de Lima Área Jurídica 
Vitor Sena Leal Área Jurídica 
Sérgio Albuquerque Suporte Logístico 
Yuri Notaro Suporte Tecnologia de Informárica 
Kleybiana Dantas da Rocha Coordenação Administrativa 
Laudiceia Nascimento Oliveira Coordenação Administrativa 
Edilma Drielly da Silva Coordenação Administrativa 
 
SUMÁRIO 
 
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................... 4 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 5 
2. METODOLOGIA, PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO E PRODUTOS 
COMPONENTES .......................................................................................................................... 8 
3. SÍNTESE DO ESTUDO DE ALTERNATIVAS, ESTUDO DE VIABILIDADE E 
ESTRATÉGIAS DE IMPLEMENTAÇÃO ................................................................................... 9 
3.1 Questão 1 – Organização, Gestão e Modelo Institucional ............................................. 10 
3.1.1 Caracterização da Situação Atual ................................................................................... 10 
3.1.2 Base Jurídica ...................................................................................................................... 10 
3.1.3 Alternativa de Solução ...................................................................................................... 12 
3.1.4 Premissas ........................................................................................................................... 14 
3.1.5 Diretrizes ............................................................................................................................. 15 
3.1.6 Estratégias .......................................................................................................................... 16 
3.1.7 Metas ................................................................................................................................... 16 
3.2 Questão 2 – Sistema de Informações para Gestão e Controle ..................................... 18 
3.2.1 Caracterização da Situação Atual ................................................................................... 18 
3.2.2 Base Jurídica ...................................................................................................................... 19 
3.2.3 Alternativa de Solução ...................................................................................................... 20 
3.2.4 Premissas ........................................................................................................................... 21 
3.2.5 Diretrizes ............................................................................................................................. 22 
3.2.6 Estratégias .......................................................................................................................... 23 
3.2.7 Metas ................................................................................................................................... 24 
3.3 Questão 3 – Desempenho Operacional, Estrutura Física e Logística do Sistema .... 25 
3.3.1 Caracterização da Situação Atual ................................................................................... 25 
3.3.2 Base Jurídica ...................................................................................................................... 26 
3.3.3 Alternativa de Solução ...................................................................................................... 27 
3.3.4 Premissas ........................................................................................................................... 31 
3.3.4.1 Subprograma Coleta Seletiva de Resíduos Secos ................................................... 31 
3.3.4.1.1 Diretrizes ...................................................................................................................... 33 
3.3.4.1.2 Estratégias ................................................................................................................... 34 
3.3.4.1.3 Metas ............................................................................................................................ 35 
3.3.4.2 Subprograma Implantação da Unidade de Tratamento Mecanizado - UTM ........ 36 
3.3.4.2.1 Premissas .................................................................................................................... 36 
3.3.4.2.2 Diretrizes ...................................................................................................................... 37 
 
3.3.4.2.3 Estratégias ................................................................................................................... 37 
3.3.4.2.4 Metas ............................................................................................................................ 38 
3.4 Questão 4 – Equilíbrio econômico-financeiro ................................................................... 42 
3.4.1 Caracterização da Situação Atual ................................................................................... 42 
3.4.2 Base Jurídica ...................................................................................................................... 42 
3.4.3 Alternativa de Solução ...................................................................................................... 45 
3.4.4 Premissas ........................................................................................................................... 46 
3.4.5 Diretrizes ............................................................................................................................. 46 
3.4.6 Estratégias .......................................................................................................................... 47 
3.4.7 Metas ................................................................................................................................... 48 
3.5 Questão 5 – Aspectos socioambientais - Vulnerabilidades ........................................... 49 
3.5.1 Caracterização da Situação Atual ................................................................................... 49 
3.5.2 Base Jurídica ...................................................................................................................... 49 
3.5.3 Alternativa de Solução ...................................................................................................... 51 
3.5.4 Premissas ........................................................................................................................... 56 
3.5.5 Diretrizes ............................................................................................................................. 573.5.6 Estratégias .......................................................................................................................... 57 
3.5.7 Metas ................................................................................................................................... 58 
3.6 Questão 6 – Integração da Gestão dos Resíduos Sólidos do Recife no Contexto 
Metropolitano ................................................................................................................................ 59 
3.6.1 Caracterização da Situação Atual ................................................................................... 59 
3.6.2 Base Jurídica ...................................................................................................................... 60 
3.6.3 Alternativa de Solução ...................................................................................................... 61 
3.6.4 Premissas ........................................................................................................................... 61 
3.6.5 Diretrizes ............................................................................................................................. 62 
3.6.6 Estratégias .......................................................................................................................... 63 
3.6.7 Metas ................................................................................................................................... 64 
4 PLANO GLOBAL ...................................................................................................................... 65 
ANEXOS ....................................................................................................................................... 71 
ANEXO I – MINUTA DE PROJETO DE LEI – Política Municipal de Gestão dos Resíduos 
Sólidos da Cidade do Recife ..................................................................................................... 72 
ANEXO II – MINUTA DE PROJETO DE LEI – Código Municipal de Limpeza Urbana da 
Cidade do Recife ....................................................................................................................... 102 
ANEXO III – NOTA TÉCNICA – Audiência Pública do Plano de Gestão Integrada de 
Resíduos Sólidos da Cidade do Recife ................................................................................. 150 
 
 
 
4 
APRESENTAÇÃO 
 
Este documento consiste na versão consolidada do Plano de Gestão 
Integrada de Resíduos Sólidos da Cidade do Recife, elaborado em atendimento 
ao que estabelece a Lei Federal de nº 12.305 de 2 de agosto de 2010, a qual 
dispõe sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos. 
O conteúdo básico do PGIRS foi desenvolvido entre novembro de 2013 e 
agosto de 2014, quando foram levantadas informações e procedidas análises e 
avaliações suportadas em conhecimento de especialistas nas áreas técnicas, 
jurídicas, econômico-financeira, tecnológica e socioambiental, resultando em um 
conjunto de percepções e propostas de soluções integradas e viáveis que foram 
submetidas à consulta pública através de audiência realizada com a presença dos 
diversos atores sociais interessados e envolvidos com a temática, além de 
consultas posteriores realizadas através de encontros e reuniões com diversos 
segmentos representativos, a exemplo de cooperativas de catadores e do 
COMAM - Conselho Municipal de Meio Ambiente. 
O relatório ora apresentado contém o resumo dos produtos estruturantes 
que compuseram as diversas etapas de evolução do Plano e tem como anexo as 
minutas dos Projetos de Lei da Política Municipal de Gestão dos Resíduos 
Sólidos da Cidade do Recife e do Código Municipal de Limpeza Urbana da 
Cidade do Recife, ambos elaborados pela BRENCORP – Consultoria Meio 
Ambiente e Empreendimentos Ltda e revisados pela EMLURB, com o intuito de 
apoiar o Plano em legislação específica e unificada. 
 
5 
1 INTRODUÇÃO 
 
A gestão dos resíduos sólidos na cidade do Recife vem assumindo, nas 
últimas décadas, uma posição de diferenciada relevância, dentre os temas 
relacionados aos serviços públicos, à cidadania e aos desafios de enfrentamento 
das questões ligadas ao desenvolvimento e à qualidade de vida do cidadão 
recifense. 
O tema figura, invariavelmente, na agenda dos problemas e soluções dos 
municípios brasileiros, seja no âmbito urbano das grandes capitais seja no campo. 
Cabe ao Recife, como uma das capitais do nordeste brasileiro e pela sua 
condição de polo econômico e situação logística, uma posição de proatividade e 
destaque no trato das questões ligadas à gestão dos resíduos sólidos. 
Some-se a tais aspectos, o fato de o Recife ser a capital de Pernambuco, 
um dos estados brasileiros que vêm apresentando os maiores índices de 
crescimento econômico na última década, ao que se agregam os aspectos 
fisiográficos de ser uma cidade com pouca extensão territorial, resultando em alta 
densidade populacional, além de ter seus limites territoriais compartilhados com 
cinco, dentre os quatorze municípios que integram a Região Metropolitana. 
Por todos esses aspectos que resultam em desafios e responsabilidades 
diferenciados, a abordagem das questões e soluções, envolvendo a gestão dos 
resíduos sólidos no Recife, demanda um tratamento compatível. 
Não cabem mais, portanto, soluções segmentadas que não envolvam, de 
forma articulada, todos os elos da operação e do fluxo dos resíduos, desde a sua 
geração, coleta, transporte, tratamento, reciclagem, processamento dos resíduos 
orgânicos, até a destinação final, idealmente dos rejeitos. 
Diversos aspectos devem compor o elenco de recursos a serem utilizados 
na formulação e implementação das soluções, envolvendo o plano de mudanças 
proposto. Esses aspectos abrangem a análise e adoção de novos modelos de 
gestão; a organização e disponibilização das informações e imagens para 
subsídio às decisões e ações gerenciais; a utilização de tecnologias de ponta 
para as soluções envolvendo tanto as atividades-fim quanto as atividades-meio, 
além das soluções estruturantes envolvendo o equilíbrio econômico-financeiro. 
Não menos importantes são as questões de cunho social e ambiental, a 
serem vistas de forma ampla, já que contemplam um universo de cerca de 1,6 
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milhão de cidadãos e cidadãs direta ou indiretamente envolvidos com a temática, 
e complementarmente, variados aspectos no campo do meio ambiente, a 
exemplo dos rios, canais, unidades de conservação e morros, estes envolvendo a 
estabilidade das encostas. 
A inserção e integração do Recife, no contexto da Região Metropolitana, 
também não pode ser colocada em outro plano, que não seja o de destaque, na 
medida em que, numa primeira análise, sobressaem-se aspectos de relevância 
estratégica para Recife, como as limitações de espaço físico e o tratamento da 
problemática relacionada à poluição dos rios que entrecortam vários municípios e 
desembocam no Recife, o que aponta para a necessidade de análise de possíveis 
soluções compartilhadas. 
De grande relevância, ainda, é vislumbrar as questões transversais 
envolvendo a gestão dos resíduos sólidos com outros aspectos relacionados à 
saúde pública, ao uso e ocupação do solo, aos outros segmentos do saneamento 
básico, e, por que não dizer, ao próprio desenvolvimento econômico-social 
incluindo a atratividade turística da cidade, em função das suas condições de 
limpeza e gestão dos resíduos. 
A alicerçar o tratamento desses aspectos diversos, dispõe-se atualmente 
no Brasil de um conjunto de diplomas legais, que se constituem em instrumentos 
tanto de demandas aos gestores públicos, no sentido de que contemplam 
compromissos de mudanças e implantação de soluções, quanto de 
alavancadores de oportunidades, tendo em vista os incentivos e estímulos, de 
naturezas diversas, direcionados para variados protagonistas, desde o gerador, 
oscatadores de materiais recicláveis até os potenciais investidores. 
Através da Lei 12.305 de 2 de agosto de 2010, foram instituídos os 
instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, enquanto na Lei 11.445 
de 5 de janeiro de 2007, estão contidas as diretrizes e elementos direcionadores 
para a Política Nacional de Saneamento, da qual o segmento de resíduos sólidos 
é parte integrante. 
Adicionalmente, a Lei 11.107 de 6 de abril de 2005 contempla diretrizes e 
incentivos diversos para a constituição de Consórcios Públicos Intermunicipais. 
Além desses instrumentos jurídico-normativos, merecem ainda destaque, 
no tratamento das soluções envolvendo a gestão dos resíduos sólidos do Recife, 
a Lei Estadual de nº 14.236/2010, que instituiu a Política Estadual de Resíduos 
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Sólidos; as Leis Federais de nº 9.433/1997, envolvendo a Politica Nacional de 
Recursos Hídricos e a Lei 12.651/2012, abordando o Código Florestal. 
Segundo esses balizadores, voltados para a abordagem ampla e 
sistêmica dos aspectos ligados à questão dos resíduos sólidos e, 
complementarmente, os instrumentos legais que embasam e induzem as 
transformações, foi desenvolvido o Plano de Gestão Integrada de Resíduos 
Sólidos do Recife, cujos resultados estão apresentados a seguir. 
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8 
2. METODOLOGIA, PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO E PRODUTOS 
COMPONENTES 
 
O Plano de Gestão de Resíduos Sólidos para o município do Recife se 
compõe do conjunto de medidas tanto operacionais, quanto de gestão 
organizacional do sistema como um todo, que se destinam a prover e garantir a 
coleta, o transporte, a reutilização, o tratamento, a reciclagem e a disposição final 
ambientalmente adequada dos resíduos sólidos. Neste sentido, são estabelecidos 
horizontes temporais de curto, médio e longo prazo para a implantação das ações 
necessárias que levaram em consideração os aspectos técnicos, tecnológicos, 
econômicos, sociais e ambientais disponíveis. 
A elaboração do Plano envolveu, portanto, as seguintes fases: 
 Diagnóstico: Caracterização quantitativa e qualitativa dos resíduos sólidos 
gerados no município do Recife, descrição e análise do sistema atual 
existente de gerenciamento dos resíduos sólidos. 
 Prognóstico: Projeção futura, abrangendo: crescimento populacional, 
vetores de expansão urbana e a distribuição geográfica da população, 
evolução das atividades econômicas e da infraestrutura associada e 
evolução da geração de resíduos. 
 Estudo de Alternativas: Identificação das grandes questões do Sistema 
atual e formulação de alternativas de soluções estruturantes para cada 
uma delas. 
 Estudo de Viabilidade de Implementação das Alternativas 
Selecionadas: Análise da viabilidade de implementação das alternativas 
de soluções estruturantes selecionadas para cada questão identificada. 
 Estratégias de Implementação, Programas de Capacitação e de 
Difusão e Promoção do Plano: Estratégias para implementação do Plano 
e os Programas de Capacitação (comunidade e setores público e privado) 
e de promoção e divulgação do Plano. 
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3. SÍNTESE DO ESTUDO DE ALTERNATIVAS, ESTUDO DE VIABILIDADE E 
ESTRATÉGIAS DE IMPLEMENTAÇÃO 
 
A seguir serão apresentados o compacto do Estudo de Alternativas 
(Produto 4), Estudo de Viabilidade de Implementação das Alternativas 
Selecionadas (Produto 5) e Estratégias de Implantação, Programas de 
Capacitação e de Difusão e Promoção do Plano (Produto 6), no âmbito das seis 
questões estruturantes do Plano em seus principais pontos quais sejam: 
 
RELATÓRIO TÍTULO 
P4 
Estudo de Alternativas 
Caracterização 
Base Jurídica 
Alternativa de Solução 
P5 
Estudo de Viabilidade de Implementação 
das Alternativas Selecionadas 
Premissas 
P6 
Estratégias de Implantação, Programas 
de Capacitação e de Difusão e 
Promoção do Plano 
Diretrizes 
Estratégias 
Metas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
3.1 Questão 1 – Organização, Gestão e Modelo Institucional 
 
3.1.1 Caracterização da Situação Atual 
 
 
 
 Áreas de superposição e vazios de responsabilidade; 
 Fragilidade dos instrumentos de planejamento e coordenação; 
 Pouco controle sobre os grandes geradores. 
 
3.1.2 Base Jurídica 
 
Princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos – Lei 12.305/2010: 
 
 A visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as 
variáveis ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde 
pública (Art. 6º, inciso III); 
 O direito da sociedade à informação e ao controle social consignado como 
princípio da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Art. 6º, inciso X); 
 São instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, entre outros: o 
monitoramento e a fiscalização ambiental, sanitária e agropecuária; o 
 
11 
Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos 
(Sinir); o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa) 
(Art. 8º, incisos V, XI e XII). 
 
Princípios da Lei de Saneamento – Lei 11.445/2007: 
 
 Considera-se controle social o conjunto de mecanismos e procedimentos 
que garantem à sociedade informações, representações técnicas e 
participações nos processos de formulação de políticas, de planejamento e 
de avaliação relacionados aos serviços públicos de saneamento básico 
(Art. 3º, inciso IV); 
 Os titulares dos serviços públicos de saneamento básico poderão delegar a 
organização, a regulação, a fiscalização e a prestação desses serviços, 
nos termos do art. 241 da Constituição Federal e da Lei nº 11.107, de 6 de 
abril de 2005 (Art. 8º); 
 São condições de validade dos contratos que tenham por objetivo a 
prestação de serviços públicos de saneamento básico a existência de 
normas de regulação que prevejam os meios para o cumprimento das 
diretrizes desta Lei, incluindo a designação da entidade de regulação e de 
fiscalização (Art. 11, § III); 
 Nos serviços públicos de saneamento básico em que mais de um prestador 
execute atividade interdependente com outra, a relação entre elas deverá 
ser regulada por contrato e haverá entidade única encarregada das 
funções de regulação e de fiscalização (Art. 12); 
 O exercício da função de regulação atenderá aos seguintes princípios: 
independência decisória, incluindo autonomia administrativa, orçamentária 
e financeira da entidade reguladora, transparência, tecnicidade, celeridade 
e objetividade das decisões (Art. 21); 
 São objetivos da regulação o estabelecimento de padrões e normas para a 
adequada prestação dos serviços e para a satisfação dos usuários; a 
garantia do cumprimento das condições e metas estabelecidas; a 
prevenção e repressão ao abuso do poder econômico, ressalvada a 
competência dos órgãos integrantes do sistema nacional de defesa da 
 
12 
concorrência; a definição de tarifas que assegurem tanto o equilíbrio 
econômico e financeiro dos contratos como a modicidade tarifária, 
mediante mecanismos que induzam a eficiência e eficácia dos serviços e 
que permitam a apropriação social dos ganhos de produtividade (Art. 22); 
 A entidade reguladora editará normas relativas às dimensões técnica, 
econômica e social de prestação dos serviços (Art. 23). 
 
3.1.3 Alternativa de Solução 
 
 
Em linha com o proposto na minuta do projeto de Lei sobre a Política 
Municipal de Gestão dos Resíduos Sólidos da Cidade do Recife, apresenta-se a 
seguir algumas atribuições a serem desempenhadas por cada uma das unidades 
componentes do modelo organizacional, institucional e de gestão proposto: 
A) Comitê Intersecretarial 
 Incorporar, à gestão dos resíduos sólidos da Cidade do Recife, a visão 
estratégica e integrada de cada segmento da Administração Pública 
Municipal envolvida com a temática; 
 
13 
 Avaliar e aprovar plano de atividades da Entidade Gestora e das Unidades 
de Operação e de Monitoramento; 
 Supervisionar e avaliar o desempenhodas atribuições conferidas à 
Entidade Gestora. 
B) Entidade Gestora 
 Elaborar e atualizar, de quatro em quatro anos, o Plano de Gestão 
Integrada de Resíduos Sólidos da Cidade do Recife conforme definido na 
PNRS, a ser submetido e aprovado pelo Comitê Intersecretarial; 
 Acompanhar e controlar os indicadores de desempenho e os investimentos 
realizados na expansão das operações e na atualização tecnológica 
permanente das Unidades de Operação e de Monitoramento; 
 Aprovar e controlar o custo dos serviços, a amortização e a remuneração 
dos investimentos, em conformidade com padrões a serem 
regulamentados. 
C) Unidade de Operação 
 Elaborar o Plano de Operações e Investimentos dos serviços relacionados 
à gestão dos resíduos sólidos em todo o território da cidade do Recife, 
compreendendo todos os elos da cadeia produtiva dos referidos serviços, 
em conformidade com as orientações emanadas da Entidade Gestora e do 
Plano Global de Gestão do Sistema; 
 Operar através de uma ou mais Unidades empresariais, segundo 
modelagem a ser definida no Plano Global de Gestão do Sistema, 
elaborado e coordenado pela Entidade Gestora e aprovado pelo Comitê 
Intersecretarial, todos os serviços de gerenciamento de resíduos sólidos da 
cidade do Recife, envolvendo, mas não se limitando, a coleta, limpeza 
pública incluindo acondicionamento, transporte, destinação, tratamento, 
unidades de processamento de resíduos para efeito de reciclagem e/ou 
compostagem, ou outras operações incluindo aproveitamento dos resíduos 
para fins de produção de energia, dentre outras atividades e operações 
afins com os serviços; 
 Executar as atividades do Plano Global relacionadas às metas de redução 
da geração dos resíduos e aumento da reutilização. 
 
 
14 
D) Unidade de Monitoramento 
 Elaborar e submeter à aprovação da Entidade Gestora, o Plano de 
Monitoramento, Controle e Suporte ao Desenvolvimento da Gestão 
Operacional, Econômico-Financeira e Sócio-Ambiental do Sistema 
Municipal de Gestão dos Resíduos Sólidos da Cidade do Recife; 
 Compatibilizar a implementação do Plano previsto no inciso XIII com os 
Sistemas de Informações definidos na órbita federal (SINIR e SINISA) e 
com os requisitos de informações do Sistema Municipal de Gestão dos 
Resíduos Sólidos da Cidade do Recife; 
 Desenvolver e implementar um sistema de informações sobre a coleta de 
dados em bases amostrais sobre a geração por cada gerador e 
enquadramento deste nas faixas de geração, a partir de novo cadastro de 
Geradores, para efeito de aplicação do novo modelo de taxação 
objetivando o equilíbrio financeiro do Sistema e consequente 
operacionalização pelos órgãos responsáveis pela operação financeira do 
Modelo. 
 
3.1.4 Premissas 
 
 Que a solução para o novo modelo de organização e gestão deverá se 
direcionar para uma abordagem sistêmica, envolvendo as macro funções 
(regulação, fiscalização, controle, operação do Sistema e monitoramento 
das operações); 
 Que o modelo deverá contemplar uma instância de harmonização das 
óticas diversas de abordagem e repercussões da questão dos resíduos 
sólidos tanto no âmbito da administração pública municipal quanto na 
articulação com os outros segmentos do saneamento básico, uso e 
ocupação do solo, meio ambiente e finanças; 
 Que o modelo deverá permitir a distribuição espacial das funções de 
planejamento, gerenciamento e controle; 
 Que o modelo deverá contemplar a participação e o controle social; 
 Que a integração da gestão com resíduos sólidos, no âmbito do município, 
deverá funcionar de forma articulada com as questões metropolitanas; 
 
15 
 Que o modelo de organização e gestão dos resíduos sólidos no âmbito do 
município deverá ser articulado com as políticas estadual e federal de 
resíduos sólidos; 
 Que o setor púbico, para o exercício das novas funções de regulação, 
coordenação e controle do Sistema, se estruture em termos de capacitação 
de pessoas, disponibilidade de instalações e equipamentos e de 
organização e sistematização de procedimentos de gestão; 
 Que a participação e o controle social se efetivem, conforme preconizam os 
diplomas legais que regulam a Política Nacional de Resíduos Sólidos e a 
Política Nacional de Saneamento, nas fases que antecederem a 
implantação do Modelo, como forma de aproximar e comprometer a 
comunidade com as mudanças e maximizar as áreas de contribuição; 
 Que o Novo Modelo se articule e tenha capacidade de interação, nas 
possíveis áreas estratégicas de interesse comum, no âmbito metropolitano, 
além de com a Política Estadual de Resíduos Sólidos, objeto da Lei de 
14.236/2010 e com o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, contemplado na 
Lei 12.305/2010. 
 
3.1.5 Diretrizes 
 
 Conceber e implantar, no âmbito do Modelo, uma instância de decisão e 
supervisão geral das operações do Sistema Municipal de Gestão de 
Resíduos Sólidos, que envolva e integre as ações dos diversos segmentos 
da administração pública municipal, comprometidos direta e indiretamente 
com a questão; 
 Instrumentalizar o Modelo, para o desempenho das funções de regulação, 
fiscalização e controle das operações do Sistema, sob os mais diversos 
aspectos; 
 Efetivar a participação e interação sistemática do Modelo, com a 
comunidade e os diversos agentes envolvidos, a exemplo, da sociedade 
organizada, os agentes econômicos, o Poder Legislativo, o Judiciário e o 
Ministério Público. 
 
 
16 
3.1.6 Estratégias 
 
 Promover e efetivar as mudanças concernentes à transição do Modelo 
Atual para o Modelo Futuro, sem descontinuidade operacional e no menor 
prazo possível; 
 Considerando a impossibilidade prática de todos os processos de 
mudanças a serem operacionalizadas no curto prazo, as mudanças nos 
diversos núcleos do Modelo, deverão ocorrer de forma modularizada e 
harmônica; 
 O provimento de recursos necessários à expansão e ao desenvolvimento 
de cada um dos Núcleos integrantes do Novo Modelo de Organização, 
Gestão e Institucional do Sistema deverá se dar com o planejamento de 
sistematização de procedimentos em cada núcleo, em harmonia com o 
provimento de recursos humanos com correspondente qualificação e 
capacitação, com o provimento de recursos materiais e de infraestrutura e 
com a oferta de recursos tecnológicos acessíveis à utilização, no menor 
prazo possível, pelos quadros de pessoal dos diversos núcleos. 
 
3.1.7 Metas 
 
Implantar o Novo Modelo de Organização, Gestão e Institucional do 
Sistema Municipal de Gestão dos Resíduos Sólidos da Cidade do Recife, 
imediatamente após a sua aprovação pelo Poder Legislativo Municipal, tendo 
todavia, os seguintes estágios de maturação: 
 
 Estágio 1: a ser alcançado no prazo de seis meses, contados a partir da 
aprovação do Projeto de Lei de implantação do PGIRS do Município, o qual 
corresponderá a um primeiro “degrau” de evolução do Modelo, com o 
provimento integral dos recursos humanos básicos pelos três Núcleos do 
Sistema, dos recursos materiais e de infraestrutura e do primeiro conjunto 
de equipamentos operacionais e de agregação de tecnologia. Ao fim desse 
primeiro período, será produzido o 1º Relatório Parcial de Implantação 
do Novo Modelo de Organização, Gestão e Institucional do Sistema. 
 
17 
 Estágio 2: segundo módulo de evolução, envolvendo os progressos 
alcançados nos três núcleos ao fim do 1º ano de operação do Sistema, em 
termos de aporte de recursos humanos, segundo qualificação 
comprometida nos planos de operação e investimentos dos Núcleos, 
introdução de novas práticas de gestão para o Sistema, efetivação dos 
investimentos em equipamentos e tecnologia etc. 
Ao fim dos primeiros trezentos e sessenta dias de operação do Novo 
Modelo, será elaborado o 1º Relatório Anual de Evolução do Novo Modelo de 
Organização, Gestão e Institucional do Sistema. 
 Estágio 3: corresponderá à avaliação da evolução do Modelo ao fim dos 
doisprimeiros anos de operação, com a elaboração do 2º Relatório Anual 
de Evolução do Modelo de Organização, Gestão e Institucional do 
Sistema. 
 Estágio 4: estágio que se espera venha a coincidir com a maturação 
máxima do Modelo de Organização e Gestão e Institucional do Sistema, o 
que se estima ocorra ao fim do 5º ano de operação e que coincidirá com a 
elaboração e apresentação do 3º Relatório Anual de Evolução do 
Modelo de Organização, Gestão e Institucional do Sistema. 
 
18 
3.2 Questão 2 – Sistema de Informações para Gestão e Controle 
 
3.2.1 Caracterização da Situação Atual 
 
 
 
Insuficiência e baixo grau de integração dos sistemas de informação e 
suporte tecnológico para monitoramento e gerenciamento das operações. 
 
 
 
 Pesagem no CTR (sistema de consistência manual); 
 Monitoramento focado nas rotas e na pesagem; 
 Insuficiência de informações sobre grandes geradores; 
 Produto central – Relatório Anual em meio físico. 
 
 
 
 
19 
 
 
 Indisponibilidade de Cadastro de Geradores nas diversas tipologias, 
atualizado e adequado. 
 
 
 
 Carência de informações gerenciais cruzadas sobre geração, pagamento 
pelos serviços e faixa de renda; 
 Necessidade de aprimoramento de informações sobre as operações das 
cooperativas de catadores, volume e peso dos núcleos de triagem, 
composição dos resíduos, origem dos resíduos, mão de obra empregada, 
renda média, equipamentos etc; 
 Carência de informações sistematizadas e regulares e monitoramento por 
imagem sobre o lançamento de resíduos nos cursos d’água. 
 
3.2.2 Base Jurídica 
 
Está contemplada na Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 
12.305/2010) uma série de dispositivos que reforçam a necessidade de 
aprimoramento e reformulações dos itens anteriormente assinalados. 
Dentre estes dispositivos legais, destacam-se: 
 A explicitação do Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos 
Resíduos Sólidos (SINIR) e do Sistema Nacional de Informações em 
Saneamento Básico (SINISA), como instrumentos da Política Nacional de 
Resíduos Sólidos (Art. 8º, incisos XI e XII) e a consequente necessidade de 
que os Sistemas de Informações dos Municípios pelo menos se integrem e 
sejam compatíveis com estes Sistemas; 
 A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão e 
manterão, de forma conjunta, o Sistema Nacional de Informações sobre a 
Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir), articulado com o Sinisa e o Sinima. 
 
20 
Parágrafo único. Incumbe aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios fornecer ao órgão federal responsável pela coordenação do 
Sinir todas as informações necessárias sobre os resíduos sob sua esfera 
de competência, na forma e na periodicidade estabelecidas em 
regulamento (Art. 12). 
 
3.2.3 Alternativa de Solução 
 
 
 
 Elaborar um sistema de monitoramento baseado em informações e 
imagens, que ofereça o suporte técnico e tecnológico e seja coerente com 
o Plano Integrado de Operações e Expansão da Entidade Gestora e 
Unidades de Monitoramento e de Operação e seus correspondentes 
Indicadores de Desempenho; 
 Executar levantamento e análise dos pontos estratégicos de ocorrência de 
inconformidades, a fim de projetar e implantar, de forma modularizada, o 
 
21 
sistema de monitoramento por imagens com o objetivo de, por um lado, dar 
suporte à supervisão e controle dos padrões de desempenho e 
procedimentos da Unidade de Operação e dos outros serviços 
relacionados aos resíduos sólidos não prestados pela Unidade e, por outro 
lado, monitorar as eventuais inconformidades em pontos críticos de 
disposição ilegal de resíduos e ocupação irregular, para efeito de aplicação 
de medidas cabíveis; 
 Implantar, no curto prazo, soluções de monitoramento por imagens, das 
operações dos Grandes Geradores; 
 Com base no levantamento e análise das insuficiências e não 
conformidades do sistema atual de informações e monitoramento, elaborar 
o Plano de Organização, Processamento e Sistematização de Informações 
e Imagens, envolvendo: a especificação das informações segundo 
processo evolutivo; o dimensionamento e especificação das soluções 
tecnológicas para o desenvolvimento e operacionalização dos sistemas de 
informações e monitoramento por imagens, com dimensionamento dos 
investimentos em equipamentos e softwares; prazos de implantação dos 
sistemas; dimensionamento de recursos humanos, e; plano de 
capacitação. 
 
3.2.4 Premissas 
 
 A necessidade premente de expansão e organização do sistema de 
informações e suporte por imagens, tendo em vista instrumentalizar o novo 
modelo de gestão de resíduos sólidos do município do Recife para o 
desempenho das novas atribuições planejadas, a exemplo do 
monitoramento envolvendo, dentre outras atividades, o acompanhamento e 
controle da qualidade do sistema operacional com indicadores de 
desempenho, o aprimoramento dos procedimentos de aplicação de multas 
por inconformidades, o controle de custos, dentre outros recursos; 
 Que o Sistema de Informações e Imagens a ser desenvolvido e expandido 
se constitua em instrumento tanto de alcance de novos padrões de 
qualidade dos serviços quanto de transparência e confiabilidade do Modelo 
 
22 
de Gestão, propiciando a participação social e dos diversos tipos de 
geradores; 
 A necessidade de se buscar o compartilhamento de recursos técnicos e 
tecnológicos entre órgãos integrantes da administração pública municipal, 
estadual e federal, como forma de racionalizar e dar máxima eficiência às 
operações de monitoramento e controle. 
 
3.2.5 Diretrizes 
 
 Integrar e compatibilizar os Sistemas de Informações e Monitoramento por 
Imagens, no âmbito Interno, envolvendo a Entidade Gestora, a Unidade de 
Operação e a Unidade de Monitoramento; 
 Maximizar a eficiência e racionalidade na utilização de recursos 
tecnológicos, através do compartilhamento de equipamentos e 
informações, entre setores diversos da administração pública municipal, 
órgãos do Governo do Estado de Pernambuco e com o Governo Federal; 
 Assegurar na concepção e implantação dos Sistemas de Monitoramento 
por Informações e Imagens, a supervisão das operações diretamente 
executadas pelo Sistema, além daquelas relacionadas aos grandes 
geradores (Artigo 20 da Lei 12.305) e à Logística Reversa (Artigo 33 da Lei 
12.305); 
 Instrumentalizar o Sistema de Informações em termos de tecnologia e 
ferramentas técnicas e de gerenciamento, no sentido de dar suporte às 
demandas relacionadas aos diversos segmentos de especialização do 
Modelo de Gestão, a exemplo do Cadastro de Geradores, dos modelos e 
procedimentos, incluindo estatísticos e métodos estocásticos, para a 
aplicação do modelo de taxação e cobrança dos serviços, dentre outros; 
 Permitir a interação e transparência dos Sistemas, assegurando acesso e 
intercâmbio de informações de interesse público, pela comunidade. 
 
 
 
 
23 
3.2.6 Estratégias 
 
 Articular e compatibilizar o desenvolvimento dos Sistemas de Informações 
e Imagens, com Planejamento das Operações e Investimentos, dos 
diversos segmentos do Modelo de Gestão; 
 Identificar fontes de recursos (públicas e eventualmente privadas) para 
apoiar o desenvolvimento dos Sistemas e Monitoramento por Imagens, 
incluindo os Sistemas demandados pelo Governo Federal (SINIR, SINISA 
e outros); 
 Equilibrar o desenvolvimento dos sistemas e a utilização de novas 
tecnologias, com o estágio de desenvolvimento e capacitação do corpo 
técnico dos Núcleos integrantes do Modelo (Entidade Gestora, Unidade de 
Operação e Unidade de Monitoramento); 
 Elaborar planejamento estratégico no sentido de definir as informações e 
sistemas prioritários (cadastro de geradores, sistemas de aplicação e 
controle de multas, modelo de indicadores de desempenho operacional, 
custos, investimentos, controle de inconformidades); 
 Articular e equilibrar o processo de desenvolvimentodos Sistemas e 
Monitoramento por Imagens nos diversos segmentos de especialização de 
forma a não gerar desequilíbrios na evolução de todo o Sistema; 
 Aproveitar, o mais possível, o Acervo de informações atualmente 
disponíveis e os traços culturais positivos existentes no Sistema vigente; 
 Promover a Articulação interna entre setores diversos da municipalidade 
(saúde, meio ambiente, finanças, uso e ocupação do solo e outros) no 
sentido de que a concepção do Sistema de Informações e Imagens se 
mostre capaz não só de satisfazer às demandas internas do Sistema de 
Gestão de Resíduos Sólidos, como também contemplar as relações de 
transversalidade com os demais setores; 
 Fundamentar o Planejamento da Especificação e Desenvolvimento dos 
Sistemas de Informações e Imagens para Suporte à Gestão, em 
Diagnóstico Informacional que identifique as áreas críticas em termos de 
carências e inconformidades no tocante a informações e imagens. 
 
 
24 
3.2.7 Metas 
 
Implantar o Sistema de Informações e Monitoramento por Imagens, 
segundo processo modular, envolvendo o Módulo 1 até o fim do 1º semestre de 
operações do novo Sistema, o módulo 2 até o fim do 1º ano de operações, o 
módulo 3 até o fim do 2º ano de operações e módulo 4 até o fim do 5º ano de 
operações. 
 
25 
3.3 Questão 3 – Desempenho Operacional, Estrutura Física e Logística do 
Sistema 
 
3.3.1 Caracterização da Situação Atual 
 
 
 
 Pouco controle sobre o gerenciamento de resíduos por parte dos grandes 
geradores; 
 Concentração da disposição final em um só equipamento (CTR Sul), 
refletindo também na mobilidade urbana; 
 Práticas de coleta, transporte e acondicionamento desintegradas e com 
poucos recursos tecnológicos. 
 Baixo percentual de coleta seletiva (0,23%); 
 Elevado parâmetro de geração per capita (média Brasil e comparação com 
dados de outras capitais do país); 
 Baixo grau de articulação entre os diversos elos do sistema operacional. 
 
 
 
26 
3.3.2 Base Jurídica 
 
Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010): 
 
 São objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, entre outros: não 
geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos 
sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos; 
incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de 
matérias-primas e insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados; 
capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos; regularidade, 
continuidade, funcionalidade e universalização da prestação dos serviços 
públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, com adoção 
de mecanismos gerenciais e econômicos que assegurem a recuperação 
dos custos dos serviços prestados, como forma de garantir sua 
sustentabilidade operacional e financeira, observada a Lei nº 11.445, de 
2007; prioridade, nas aquisições e contratações governamentais, para: a) 
produtos reciclados e recicláveis; b) bens, serviços e obras que considerem 
critérios compatíveis com padrões de consumo social e ambientalmente 
sustentáveis; integração dos catadores de materiais reutilizáveis e 
recicláveis nas ações que envolvem a responsabilidade compartilhada pelo 
ciclo de vida dos produtos; incentivo ao desenvolvimento de sistemas de 
gestão ambiental e empresarial voltados para a melhoria dos processos 
produtivos e ao reaproveitamento dos resíduos sólidos, incluídos a 
recuperação e o aproveitamento energético; (Artigo 7º, inciso II, VI, IX, X, 
XI, XII e XIV); 
 São instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, entre outros: a 
coleta seletiva, os sistemas de logística reversa e outras ferramentas 
relacionadas à implementação da responsabilidade compartilhada pelo 
ciclo de vida dos produtos; a educação ambiental; os incentivos fiscais, 
financeiros e creditícios; o Fundo Nacional do Meio Ambiente e o Fundo 
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico; (Artigo 8º, inciso III, 
VIII, IX e X); 
 O Artigo 20 e seus incisos, estabelecem quais atores estão sujeitos à 
elaboração de plano de gerenciamento de resíduos sólidos; 
 
27 
 Para a elaboração, implementação, operacionalização e monitoramento de 
todas as etapas do plano de gerenciamento de resíduos sólidos, nelas 
incluído o controle da disposição final ambientalmente adequada dos 
rejeitos, será designado responsável técnico devidamente habilitado; 
(Artigo 22); 
 Nos casos abrangidos pelo art. 20, as etapas sob responsabilidade do 
gerador que forem realizadas pelo poder público serão devidamente 
remuneradas pelas pessoas físicas ou jurídicas responsáveis, observado o 
disposto no §5º do art. 19; (Artigo 27, §2º); 
 
Lei de Saneamento Básico (Lei 11.445/2007): 
 
A União poderá instituir e orientar a execução de programas de incentivo 
à execução de projetos de interesse social na área de saneamento básico com 
participação de investidores privados, mediante operações estruturadas de 
financiamentos realizados com recursos de fundos privados de investimento, de 
capitalização ou de previdência complementar, em condições compatíveis com a 
natureza essencial dos serviços públicos de saneamento básico. (Artigo 50, §2º) 
 
3.3.3 Alternativa de Solução 
 
Na formulação das soluções alternativas para os problemas estruturais 
relacionados ao desempenho operacional do sistema e para as questões 
logísticas, foram abordadas duas rotas operacionais. E para cada uma delas, são 
identificados a seguir os seus diversos elos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
Rota 1 - com o fluxo de macro-atividades que correspondem à operação do 
macro sistema operacional. 
 
 
 
Elo 1: geração, coleta e acondicionamento primário pelos geradores domiciliares 
e todas as demais tipologias de geradores atualmente não atendidos nem 
controlados pela Emlurb e que possam ser absorvidos pela Unidade de 
Operação. 
 
Elo 2: prestação, supervisão e controle dos serviços de coleta secundária, 
transporte pela Unidade de Operação para os equipamentos de tratamento ou 
destinação final. 
 
 
 
 Coleta e transporte dos resíduos pela Unidade de Operação, desde os 
pontos de geração até os equipamentos de tratamento de resíduos ou 
diretamente aos equipamentos de destinação final; 
 
29 
 Serviços de limpeza pública, como varrição, poda, limpeza de canais, rios, 
praias, áreas críticas de ocupação irregular nas bordas dos rios (APPs), 
preservação das Unidades de Conservação (UCs), operações especiais 
(resíduos de cemitérios, animais mortos, limpeza de grandes eventos, 
limpeza de terrenos baldios), pontos de lixo (crônicos), entre outros; 
 Supervisão e controle de todos os grandes geradores (tratados no Artigo 
20 da Lei 12.305) com serviços diretamente terceirizados, fora do Sistema, 
ou seja, não atendidos pela Unidade de Operação; 
 Supervisão e controle dos Grandes Geradores inseridos nos requisitos de 
logística reversa (objeto do Artigo 33 da Lei 12.305), com serviços 
executados por estrutura própria ou diretamente terceirizados, fora do 
Sistema, ou seja, não atendidos pela Unidade de Operação. 
 
Elo 3: as alternativas tecnológicas para tratamento de resíduos segundo três 
ou mais formas, a exemplo de Unidades de Tratamento Mecanizado para 
separação de resíduos secos, e/ou Unidade de Tratamento Mecanizado de 
resíduos biológicos, envolvendo resíduos orgânicos, e uma terceira alternativa, 
envolvendo o processamento de resíduos para geração de energia, sob 
condições ambientalmente sustentáveis. 
 
 
 
 
Elo 4: mercado de recicláveis / indústrias recicladoras a partir de matéria-prima 
proveniente do Elo 3 (UTM – Unidade de Tratamento Mecanizado). 
 
 
30 
Elo 5: produção de compostos provenientes dos resíduos orgânicos derivados 
do Elo 3 (UTMB – Unidade de Tratamento Mecanizado Biológico). 
 
Elo 6: equipamentos de disposição final (aterros sanitários) para recepção e 
tratamento, nolimite do aperfeiçoamento do sistema, unicamente de rejeitos. 
 
 
Rota 2 - fluxo de atividades que correspondem à operação micro do sistema 
operacional. 
 
Elo 1: gerador e coletador primário, com ênfase no gerador domiciliar e de 
pequeno porte; 
 
Elo 2: coletador secundário e transportador (catadores(as) devidamente 
selecionado, capacitado, instrumentalizado e certificado) para transportar 
resíduos pré-selecionados decorrentes de coleta seletiva primária (gerador) e 
secundária (catador transportador) até as unidades de triagem. 
 
Elo 3: as unidades de triagem hoje existentes no Recife, que poderão vir a ter 
suas operações reconfiguradas; 
 
Elo 4: Unidades de Tratamento Mecanizado de Resíduos. 
 
Elo 5: indústrias recicladoras 
 
31 
Elo 6: Unidade de Destinação Final para os rejeitos do processo. 
 
3.3.4 Premissas 
 
A seguir, são apresentados dois subprogramas, com suas Diretrizes, 
Estratégias e Metas, escolhidos para evidenciar a viabilidade da implementação 
dos mesmos como instrumentos de evolução da gestão do sistema operacional, 
agregando tanto resultados operacionais quanto econômico-financeiros. 
Cabe salientar, como estratégia maior para as proposições envolvendo o 
Sistema Operacional, que os processos de mudanças a serem operacionalizadas 
devem acontecer de maneira que todo o Sistema possa evoluir de forma 
equilibrada e harmônica em seus diversos elos. Havendo descompassos no 
referido processo, o Sistema pode ser levado ao desequilíbrio, com riscos de 
conduzir à inviabilidade do Plano. 
 
3.3.4.1 Subprograma Coleta Seletiva de Resíduos Secos 
 
 Premissa 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 Premissa 2 
 
 
 Premissa 3 
 
 
 Premissa 4 
 
 
 Premissa 5 
 
 
Resultados do Subprograma Coleta Seletiva de Resíduos Secos: 
 
ANO TONELADAS %
2015 35.260 4,1%
2016 54.120 6,2%
2017 72.980 8,2%
2018 92.250 10,3%
2019 113.160 12,3% 
 
 
 
 
33 
Benefícios: 
 
 
 
 
3.3.4.1.1 Diretrizes 
 
 Dar cumprimento aos princípios consignados na Política Nacional de 
Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010) de redução da geração, reciclagem e 
reutilização de resíduos; 
 Adotar instrumentos e práticas de incentivos e conscientização dos 
diversos tipos de geradores direta ou indiretamente supervisionados pelo 
Sistema Municipal de Gestão dos Resíduos Sólidos da Cidade do Recife, 
voltados para a concessão de incentivos, planos de comunicação social e 
educação ambiental. 
 
 
34 
3.3.4.1.2 Estratégias 
 
 Utilizar os dispositivos legais disponíveis, no sentido de conceber e 
operacionalizar mecanismos de incentivos aos geradores, para a adoção 
de práticas de coleta seletiva, a partir do princípio do protetor-recebedor, 
conforme faculta a Lei 12.305/2010 em seu Artigo 35 Parágrafo Único, o 
qual prevê a concessão de incentivos pelo poder público municipal; 
 Estruturar e implementar um planejamento integrado do Programa de 
Coleta Seletiva e Redução da Geração, com todos os demais elos das 
Rotas 1 (macrossistema) e Rota 2 (microssistema), de forma a que o ciclo 
se integre e se compatibilize operacionalmente; 
 Integrar o Programa de Coleta Seletiva a outros programas transversais; 
 Articular o Programa de Coleta Seletiva com o sistema de informações, 
quanto a pesquisas sistemáticas de composição gravimétrica, em amostras 
estrategicamente distribuídas ao longo dos diversos bairros e outras 
unidades de organização e ocupação demográfica; 
 Compatibilizar o Programa de Redução da Geração e da Coleta Seletiva 
com outros programas transversais; 
 Conceber e implantar Planos de Comunicação Social e Educação 
Ambiental para dar suporte e alavancar os resultados projetados nas metas 
de redução da geração e coleta seletiva para diversos tipos de geradores, 
distribuídos em diversas localidades do sistema operacional; 
 Articular e compatibilizar o Programa de Coleta Seletiva e demais elos 
subsequentes do Sistema com programas e projetos voltados para 
levantamentos e pesquisas de indústrias recicladoras, unidades de 
compostagem de resíduos orgânicos e de destinação de compostos, no 
sentido de racionalizar, dar máxima eficiência a planos de incentivos nas 
“pontas”, de forma a que, após todos os esforços e cumprimento de metas 
de reciclagem de secos e orgânicos, não ocorram sobras no elo final do 
Sistema. 
 Estruturar e implementar programa sistêmico de incentivos nos diversos 
elos da cadeia, ou seja: 
o Incentivo ao Gerador para diminuir a geração e dispor 
adequadamente os seus resíduos; 
 
35 
o Incentivo aos catadores e demais agentes para integrar-se ao elo da 
geração com a coleta seletiva e o transporte dos resíduos desde o 
gerador até as UTM, os CTR, os PEVs, ou as Ecoestacoes; 
o Incentivos aos investidores e Operadores de UTM, UTMB e UGE; 
o Incentivos às industrias recicladoras. 
 
3.3.4.1.3 Metas 
 
A seguir, a título de mera ilustração, estão as metas que poderão ser 
estabelecidas e discutidas entre os grupos de interesse, para a coleta seletiva de 
resíduos secos e orgânicos, no horizonte dos próximos cinco anos: 
 
 Metas para a Coleta Seletiva de Resíduos Secos 
 
1º ano: 10% da parcela dos resíduos secos na composição dos resíduos do 
Recife; 
2º ano: 15% da parcela dos resíduos secos; 
3º ano: 20% da parcela dos resíduos secos; 
4º ano: 25% da parcela dos resíduos secos; 
5º ano: 30% da parcela dos resíduos secos. 
 
 Metas para a Coleta Seletiva de Resíduos Orgânicos 
 
1º ano: 0% da parcela dos resíduos orgânicos; 
2º ano: 2,5% da parcela dos resíduos orgânicos; 
3º ano: 5% da parcela dos resíduos orgânicos; 
4º ano: 7,5% da parcela dos resíduos orgânicos; 
5º ano: 10% da parcela dos resíduos orgânicos; 
6º ano: 15% da parcela dos resíduos orgânicos. 
 
 
 
 
36 
3.3.4.2 Subprograma Implantação da Unidade de Tratamento Mecanizado - 
UTM 
 
3.3.4.2.1 Premissas 
 
 Capacidade de processamento: 1000 t/dia; 
 Percentual de produção de recicláveis: 10% sobre o total processado; 
 Preço médio de comercialização dos recicláveis: R$ 350,00 por tonelada; 
 Responsabilidade pelo investimento: Unidade de Operação; 
 Responsabilidade pelo monitoramento da implantação e operação: 
Unidade de Monitoramento; 
 Responsabilidade pela supervisão, regulação e controle: Entidade Gestora; 
 Período de implantação: 1 (um) ano; 
 Arranjo físico ideal: implantar a UTM junto a um CTR de apoio para 
destinação dos não recicláveis. 
 
Modelagem Operacional / Fluxo Físico 
 
 
Ilustração do fluxo operacional da logística de funcionamento da UTM 
(maximizando a eficiência com a implantação futura de UTMB e/ou Unidade de Aproveitamento 
Energético) 
 
 
 
37 
3.3.4.2.2 Diretrizes 
 
 Maximizar as metas de coleta seletiva de resíduos secos e orgânicos; 
 Incorporar ao Sistema a possibilidade de utilizar tecnologia capaz de gerar 
energia a partir da utilização de resíduos sólidos, de forma ambientalmente 
sustentável; 
 Agilizar o diapasão de alcance de metas de reciclagem; 
 Contribuir para agregação de valor econômico e benefícios sociais 
decorrentes da geração de resíduos sólidos; 
 Distribuir espacialmente as instalações das unidades de tratamento de 
resíduos sólidos e dimensionar adequadamente as referidas instalações, 
em função da tonelagem de resíduos geradas e da sua composição 
gravimétrica; 
 Reduzir a quantidade de resíduos destinados a aterros sanitários, no 
menor espaço de tempo possível. 
 
3.3.4.2.3 Estratégias 
 
 Iniciar o processo de implantação de unidades de tratamento de resíduos 
sólidos, com uma Unidade de Tratamento Mecanizado, envolvendo 
resíduos secos e, na sequência, partindo para implantar em um segundo 
estágio, uma Unidade de Tratamento Mecanizado Biológico, até um 
terceiro estágio (que poderá ser contíguo ao segundo) no qual será 
implantada uma Unidade de Geracão de Energiaque, será abastecida a 
partir das “sobras” provenientes das UTM e ou UTMBs, com a finalidade de 
gerar energia, com as devidas expansões físicas para cada tecnologia; 
 Embora considerando as restrições de espaço físico no território da cidade 
do Recife, caso seja viabilizada área para a implantação do 1º Estágio de 
adoção de Unidade de Tratamento Mecanizado (UTM), analisar a 
possibilidade de reservar área contígua não só para expansão do 
tratamento dos resíduos secos, mas também para a implantação da 
unidade de tratamento de resíduos orgânicos e eventualmente de uma 
CTR, o mais proximamente possível, como forma de minimizar os 
problemas relativos a mobilidade urbana e racionalização das operações; 
 
38 
 Articular e compatibilizar o dimensionamento e as operações das Unidades 
de Tratamento de Resíduos Sólidos, “a montante” com a capacidade de 
implementação da coleta seletiva e de coleta e transporte e “a jusante” com 
a capacidade de absorção das indústrias recicladoras e das unidades de 
compostagem e destinação dos compostos orgânicos. 
 
3.3.4.2.4 Metas 
 
Considerando: 
 
i. a projeção da geração total de resíduos sólidos na cidade do Recife no 
período de 2015 a 2020, segundo as tonelagens a seguir explicitadas: 
 
 
E que estes valores de tonelagens por ano, correspondem a: 
 
 
 
ii. que as metas de coleta seletiva de resíduos secos e orgânicos (a partir dos 
geradores) sejam, conforme anteriormente estabelecido: 
 
 
 
 
 
39 
1) para resíduos secos: 
 
 
 
2) para resíduos orgânicos: 
 
 
 
iii. assumindo que a composição gravimétrica dos resíduos sólidos da cidade 
do Recife, a partir dos dados disponibilizados, constam os seguintes 
percentuais para resíduos: 
 
 
 
Assim, portanto, poderão ser estabelecidas as seguintes metas em 
termos de implantação de Unidades de Tratamento Mecanizado de Resíduos 
Secos (UTMs) e Unidades de Tratamento Mecanizado Biológico (UTMBs), com 
capacidades e prazos de implantação, assumindo, em princípio, operações 
utilizando “matérias-primas” pré-selecionadas (secos e orgânicos): 
 
1º ano (2015). Implantação de Unidade de Tratamento Mecanizado de Resíduos 
Secos com capacidade de 500 toneladas por dia (resíduos secos pré-separados 
em coleta seletiva). 
 
 
40 
2º ano (2016). Implantação da 1ª Unidade de Tratamento Mecanizado Biológico 
com capacidade para 500 toneladas por dia e expansão da capacidade da 
Unidade de Tratamento Mecanizado de Resíduos Secos para 1000 toneladas por 
dia. 
 
3º ano (2017). Implantação de Unidade de tratamento Mecanizado de resíduos 
secos com capacidade de 500 toneladas dia de resíduos secos (pré-separados 
em coleta seletiva), totalizando capacidade de tratamento diário de resíduos 
secos de 1500 toneladas. 
 
4º ano (2018). Expansão da capacidade da UTMB de 500 toneladas por dia para 
1000 toneladas por dia; 
 
O gráfico, a seguir, ilustra os prazos e definições das ações propostas. 
 
 
41 
 
 
42 
3.4 Questão 4 – Equilíbrio econômico-financeiro 
 
3.4.1 Caracterização da Situação Atual 
 
A tabela abaixo apresenta o déficit financeiro dos serviços de 
gerenciamento de resíduos sólidos no período de 2010 a 2013, de acordo com os 
dados extraídos do Portal da Transparência da Prefeitura do Recife. 
 
 
 
O reflexo de tais disfunções estruturais e de gestão do Sistema tem como 
principal sintoma a constatação de um déficit econômico-financeiro crônico, cujos 
dados retrospectivos revelam que apenas cerca de 34% do orçamento é coberto 
pela arrecadação dos serviços prestados. 
 
3.4.2 Base Jurídica 
 
Da mesma forma como foi procedido para os tópicos anteriormente 
abordados, apresenta-se, a seguir, os determinantes legais que se somam às 
evidências de disfunções e inconformidades no funcionamento do Sistema em 
termos de desequilíbrio econômico-financeiro e que reforçam os compromissos 
de funcionalidade do Sistema com as questões legais estabelecidas. 
 
 
 
43 
Princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos – Lei 12.305/2010: 
 São princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos: o poluidor-
pagador e o protetor-recebedor (inciso II, Artigo 6º); 
 São instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, entre outros: 
os incentivos fiscais, financeiros e creditícios; o Fundo Nacional do Meio 
Ambiente e o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 
(inciso IX, X, Artigo 8º); 
 O plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos tem o seguinte 
conteúdo mínimo: sistema de cálculo dos custos da prestação dos serviços 
públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, bem como a 
forma de cobrança desses serviços, observada a Lei nº 11.445, de 2007 
(inciso XIII, Artigo 19); 
 §7º Se o titular do serviço público de limpeza urbana e de manejo de 
resíduos sólidos, por acordo setorial ou termo de compromisso firmado 
com o setor empresarial, encarregar-se de atividades de responsabilidade 
dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes nos sistemas 
de logística reversa dos produtos e embalagens a que se refere este artigo, 
as ações do poder público serão devidamente remuneradas, na forma 
previamente acordada entre as partes (Artigo 33); 
 Sempre que estabelecido sistema de coleta seletiva pelo plano municipal 
de gestão integrada de resíduos sólidos e na aplicação do art. 33, os 
consumidores são obrigados a: disponibilizar adequadamente os resíduos 
sólidos reutilizáveis e recicláveis para coleta ou devolução. (Artigo 35, 
inciso II) Parágrafo único. O poder público municipal pode instituir 
incentivos econômicos aos consumidores que participam do sistema de 
coleta seletiva referido no caput, na forma de lei municipal; 
 No fomento ou na concessão de incentivos creditícios destinados a atender 
diretrizes desta Lei, as instituições oficiais de crédito podem estabelecer 
critérios diferenciados de acesso dos beneficiários aos créditos do Sistema 
Financeiro Nacional para investimentos produtivos (Artigo 43); 
 A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no âmbito de suas 
competências, poderão instituir normas com o objetivo de conceder 
incentivos fiscais, financeiros ou creditícios, respeitadas as limitações da 
 
44 
Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade 
Fiscal), a: indústrias e entidades dedicadas à reutilização, ao tratamento e 
à reciclagem de resíduos sólidos produzidos no território nacional; projetos 
relacionados à responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos, 
prioritariamente em parceria com cooperativas ou outras formas de 
associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas 
por pessoas físicas de baixa renda; empresas dedicadas à limpeza urbana 
e a atividades a ela relacionadas (Artigo 44). 
Princípios da Lei de Saneamento – Lei 11.445/2007: 
 Os serviços públicos de saneamento básico serão prestados com base nos 
seguintes princípios fundamentais: eficiência e sustentabilidade econômica; 
(inciso VII, Artigo 2º); 
 A entidade reguladora editará normas relativas às dimensões técnica, 
econômica e social de prestação dos serviços, que abrangerão, pelo 
menos, os seguintes aspectos: monitoramento dos custos; plano de contas 
e mecanismos de informação, auditoria e certificação; subsídios tarifários e 
não tarifários (inciso VI, VIII, IX, Artigo 23); 
 O Artigo 29 dispõe sobre os serviços públicos de saneamento básico 
passíveis de remuneração pela cobrança a fim de assegurar sua 
sustentabilidade econômico-financeira. O seu parágrafo 1º estabelece que 
a instituição das tarifas, preços públicos e taxas para os serviços de 
saneamento básico observará as seguintes diretrizes: II - ampliação do 
acesso dos cidadãos e localidades de baixa renda aos serviços; III - 
geração dos recursos necessários para realização dos investimentos, 
objetivando o cumprimento das metas e objetivosdo serviço; V - 
recuperação dos custos incorridos na prestação do serviço, em regime de 
eficiência; VI - remuneração adequada do capital investido pelos 
prestadores dos serviços; VII - estímulo ao uso de tecnologias modernas e 
eficientes, compatíveis com os níveis exigidos de qualidade, continuidade e 
segurança na prestação dos serviços; 
 As taxas ou tarifas decorrentes da prestação de serviço público de limpeza 
urbana e de manejo de resíduos sólidos urbanos devem levar em conta a 
adequada destinação dos resíduos coletados e poderão considerar: o nível 
de renda da população da área atendida; as características dos lotes 
 
45 
urbanos e as áreas que podem ser neles edificadas; o peso ou o volume 
médio coletado por habitante ou por domicílio (Artigo 35); 
 Os valores investidos em bens reversíveis pelos prestadores constituirão 
créditos perante o titular, a serem recuperados mediante a exploração dos 
serviços, nos termos das normas regulamentares e contratuais e, quando 
for o caso, observada a legislação pertinente às sociedades por ações. §2º 
Os investimentos realizados, os valores amortizados, a depreciação e os 
respectivos saldos serão anualmente auditados e certificados pela entidade 
reguladora. §3º Os créditos decorrentes de investimentos devidamente 
certificados poderão constituir garantia de empréstimos aos delegatários 
exclusivamente a investimentos nos sistemas de saneamento objeto do 
respectivo contrato (Artigo 42); 
 §4º Os recursos não onerosos da União, para subvenção de ações de 
saneamento básico promovidas pelos demais entes da Federação, serão 
sempre transferidos para Municípios, o Distrito Federal ou Estados. §5º No 
fomento à melhoria de operadores públicos de serviços de saneamento 
básico, a União poderá conceder benefícios ou incentivos orçamentários, 
fiscais ou creditícios como contrapartida ao alcance de metas de 
desempenho operacional previamente estabelecidas (Artigo 50). 
 
3.4.3 Alternativa de Solução 
 
Deverá ser implantado um novo modelo de cobrança do sistema de 
prestação dos serviços públicos de gestão de resíduos sólidos baseado nas 
seguintes diretrizes: 
 Estipular a remuneração dos serviços de forma a assegurar a cobertura de 
todos os custos e a remuneração dos investimentos que vierem a ser 
aplicados pelo poder público e pelo privado, com base nas disposições 
contratuais previstas e no plano integrado de operações e investimentos; 
 Ajustar o atual sistema de taxação; 
 A remuneração prevista para os serviços deverá buscar o equilíbrio 
econômico e financeiro das contas públicas, objetivando zerar o déficit do 
sistema. 
 
46 
 A modelagem econômica e financeira deverá ser construída de modo a 
estabelecer o equilíbrio do sistema de prestação dos serviços públicos de 
gestão de resíduos sólidos na cidade do Recife, com base no princípio do 
poluidor pagador e do protetor recebedor. 
 
3.4.4 Premissas 
 
A constatação do desequilíbrio estrutural do Sistema, em função de 
aspectos diversos, a exemplo de: 
 Defasagem do cadastro de geradores; 
 Não disponibilidade de mecanismos de monitoramento e controle, com 
implicações diversas: perdas de receitas, pouca efetividade dos 
instrumentos de aplicação de multas etc; 
 Índice elevado de inadimplência de arrecadação; 
 Atendimento às orientações legais de equilíbrio do Sistema. 
 
3.4.5 Diretrizes 
 
 Os valores investidos em bens reversíveis pelos prestadores constituirão 
créditos perante o titular, a serem recuperados mediante a exploração dos 
serviços, nos termos das normas regulamentares e contratuais e, quando 
for o caso, observada a legislação pertinente às sociedades por ações 
(Artigo 42 da Lei 11.445); 
 Deverão ser observados os princípios da eficiência e sustentabilidade 
econômica (inciso VII, Artigo 2º da Lei 11.445); 
 É condição de validade dos contratos que tenham por objetivo a prestação 
de serviços públicos de saneamento básico (incluída a gestão dos resíduos 
sólidos) a existência de estudo, comprovando a viabilidade técnica e 
econômico-financeira da prestação universal e integral dos serviços (inciso 
II, Artigo 11 da Lei 11.445); 
 As condições de sustentabilidade e equilíbrio econômico-financeiro da 
prestação dos serviços, em regime de eficiência, inclui a sistemática de 
cobrança e a composição de taxas e tarifas, a sistemática de reajustes e 
 
47 
revisões de taxas e tarifas e a política de subsídios (inciso IV, parágrafo 2º, 
Artigo 11 da Lei 11.445); 
 A Entidade Reguladora editará normas relativas às dimensões técnica, 
econômica e social, que abrangerão dentre outros aspectos, o 
monitoramento dos custos e subsídios tarifários e não tarifários (incisos VI 
e IX, Artigo 23 da Lei 11.445); 
 As taxas ou tarifas decorrentes da prestação dos serviços públicos de 
limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos urbanos poderão 
considerar o nível de renda da população atendida, as características dos 
lotes urbanos e as áreas que podem ser neles edificadas e o peso ou 
volume médio coletado por habitante ou por domicílio. (Artigo 35 da Lei 
11.445); 
 Os princípios do poluidor-pagador e protetor-recebedor, contemplados no 
inciso II, Artigo 6º da Lei 12.305; 
 Os incentivos fiscais, financeiros e creditícios como instrumentos da 
Política Nacional de Resíduos Sólidos (inciso IX, Artigo 8º da Lei 12.305); 
 Para o adequado gerenciamento das metas de equilíbrio econômico-
financeiro e indicadores de desempenho operacional dos serviços, os 
custos, investimentos, depreciação, mecanismos de remuneração e 
demais elementos indicadores de desempenho do sistema de 
gerenciamento de resíduos sólidos do município, deverão ser monitorados 
sistematicamente, com resultados acumulados e analisados, com 
periodicidade máxima de um ano, a partir de dados apurados 
mensalmente. 
 
3.4.6 Estratégias 
 
 O sistema de taxação dos serviços deverá ser objeto de plano de 
comunicação e entendimento por parte dos diversos segmentos da 
comunidade e dos variados tipos de geradores, tendo em vista obter-se o 
máximo comprometimento e adesão, como mecanismos facilitadores da 
sua operacionalização; 
 
48 
 A atualização do cadastro dos geradores de resíduos sólidos da cidade do 
Recife deverá se constituir em medida básica para a implementação do 
modelo de taxação dos serviços. 
 
3.4.7 Metas 
 
 Implantar a atualização do cadastro de geradores e gerenciá-lo; 
 Até o final do 1º ano de operação do sistema, proceder uma avaliação da 
consistência e eficácia da operacionalização da cobrança em processo 
participativo e de consulta; 
 Apresentar os resultados do banco de dados com informações acumuladas 
acerca da performance do Programa de Coleta Seletiva e dos indicadores 
de desempenho estabelecidos para o(s) operador(es) dos serviços 
atribuídos à Unidade de Operação. 
 
49 
3.5 Questão 5 – Aspectos socioambientais - Vulnerabilidades 
 
3.5.1 Caracterização da Situação Atual 
 
 Deposição de resíduos de forma irregular, em pontos nas margens dos 
rios; 
 Inexistência de monitoramento sobre as áreas críticas; 
 Necessidade de monitoramento de programas de educação ambiental e 
social; 
 Necessidade de planejamento de mecanismos que estimulem a atuação 
das populações em conjunto com os prestadores de serviço; 
 A existência de áreas de risco em decorrência da disposição inadequada 
de resíduos nas encostas dos morros; 
 Existência de uma malha de canais com ocupação preponderante nas suas 
áreas de influência direta por populações de baixa renda. 
 
3.5.2 Base Jurídica 
 
Apresentam-se, a seguir, alguns dispositivos constantes em diplomas 
legais correlacionados à Política Nacional de Resíduos Sólidos e à Lei de 
Saneamento Básico. 
 
Lei 12.305/2010 
 
 O artigo 8º inclui em seu inciso VIII a educação ambiental como 
instrumento da Política Nacional de Resíduos Sólidos; 
 O artigo 43 estabeleceque no fomento ou na concessão de incentivos 
creditícios destinados a atender as diretrizes da supracitada Lei, as 
instituições oficiais de crédito podem estabelecer critérios diferenciados de 
acesso dos beneficiários aos créditos do Sistema Financeiro Nacional para 
investimentos produtivos; 
 O Art. 44, em seu inciso III, afirma que a União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios, no âmbito de suas competências, poderão instituir 
 
50 
normas com o objetivo de conceder incentivos fiscais, financeiros ou 
creditícios a empresas dedicadas à limpeza urbana e a atividades a ela 
relacionadas, respeitadas as limitações da Lei de Responsabilidade Fiscal 
(Lei Complementar no. 101, de 4 de maio de 2000). 
 
Lei 11.445/2007 
 
 O parágrafo 2º do artigo 38 dispõe que poderão ser estabelecidos 
mecanismos tarifários de indução à eficiência, inclusive fatores de 
produtividade, assim como antecipação de metas de expansão e qualidade 
dos serviços; 
 O artigo 49 estabelece os objetivos da Lei, citando em seu inciso V o fim de 
assegurar que a aplicação dos recursos financeiros administrados pelo 
poder público dê-se segundo critérios de promoção da salubridade 
ambiental, de maximização da relação benefício-custo e de maior retorno 
social; 
 O parágrafo 2º do artigo 50 afirma que a União poderá instituir e orientar a 
execução de programas de incentivo à execução de projetos de interesse 
social na área de saneamento básico com participação de investidores 
privados, mediante operações estruturadas de financiamentos realizados 
com recursos de fundos privados de investimento, de capitalização ou de 
previdência complementar, em condições compatíveis com a natureza 
essencial dos serviços públicos de saneamento básico. Adicionando em 
seu parágrafo 4º que os recursos não onerosos da União, para subvenção 
de ações de saneamento básico promovidas pelos demais entes da 
Federação, serão sempre transferidos para Municípios, o Distrito Federal 
ou Estados. Acrescentando finalmente em seu parágrafo 5º que no 
fomento à melhoria de operadores públicos de serviços de saneamento 
básico, a União poderá conceder benefícios ou incentivos orçamentários, 
fiscais ou creditícios como contrapartida ao alcance de metas de 
desempenho operacional previamente estabelecidas. 
 
 
 
51 
3.5.3 Alternativa de Solução 
 
Programa estruturante de recuperação de áreas poluídas nos locais de 
ocupação das 11 comunidades críticas (mapas 1, 2 e 3). 
 
 Definição de três módulos de implantação do Programa, envolvendo: 
 
 1º Módulo: 3 (três) comunidades; 
 2º Módulo: 4 (quatro) comunidades; 
 3º Módulo: 4(quatro) comunidades. 
 
 Estruturação metodológica do Programa segundo o encaminhamento 
abaixo: 
 
 Atividade 1: identificação de fontes potenciais de aplicação e pré-
dimensionamento de recursos a serem alocados ao Programa; 
 Atividade 2: elaboração junto com as comunidades, de um diagnóstico 
socioambiental, focado na gestão dos resíduos sólidos e áreas de 
transversalidade; 
 Atividade 3: estabelecimento, com as comunidades, a partir dos problemas 
críticos e ações prioritárias, de um conjunto de metas e indicadores de 
procedimentos e resultados projetados; 
 Atividade 4: identificação e capacitação de multiplicadores/gestores locais 
do programa de metas; 
 Atividade 5: elaboração do programa de ações e eventos a serem 
implementados (com respectivos instrumentos de suporte, incluindo 
equipamentos de monitoramento) com conteúdo básico, responsáveis, 
recursos necessários e instrumentos de incentivo em função das metas a 
serem atingidas; 
 Atividade 6: implementação e gerenciamento do Programa. 
 
 
 
 
52 
Nos mapas a seguir apresentados, são realçadas as comunidades críticas 
no relativo à poluição por resíduos sólidos situadas nas áreas de margens dos 
canais principais dos rios Tejipió, Beberibe e Capibaribe. 
Os dois pontos de comunidades poluidoras apontados na bacia do rio 
Tejipió estão em seu baixo estuário, onde há baixa fluidez das águas, fato 
potencializado pelo lançamento de resíduos sólidos, sendo um no bairro do 
Jequiá, entre a rua José Rufino e a linha do metrô, e outro no bairro da Estância, 
à direita e à esquerda da ponte da Av. Gal. San Martin sobre o rio Tejipió. (Mapa 
1) 
Já no rio Beberibe, foram localizados seis pontos de comunidades 
poluidoras, todas relativamente próximas e presentes no baixo estuário do 
Beberibe, onde a baixa fluidez das águas é afetada pelo lançamento de resíduos 
sólidos que potencializam eventos de enchentes. Ao longo de, aproximadamente 
3,3 quilômetros, as seis comunidades então presentes nos seguintes baixos 
recifes: Campina do Barreto, Porto da Madeira, Beberibe e Dois Unidos. (Mapa 2) 
No rio Capibaribe foram identificadas quatro pontos com comunidades 
poluidoras, sendo dois deles em área meandrada do rio no bairro da Iputinga, 
inclusive com uma ocupação informal consolidada, denominada de Favela do 
DETRAN, e os outros dois praticamente no estuário do rio Capibaribe, no bairro 
dos Coelhos. Todos no baixo estuário do Capibaribe. (Mapa 3) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
53 
MAPA 1 
 
 
54 
MAPA 2 
 
 
55 
MAPA 3 
 
56 
3.5.4 Premissas 
 
 A não-resolução dos focos de problemas dos núcleos de vulnerabilidades 
constitui fator de “contaminação” permanente do sistema de gestão de 
resíduos sólidos; 
 Existem recursos financeiros passíveis de obtenção junto à União voltados à 
áreas prioritárias de interesse social para saneamento básico (resíduos 
sólidos) – fundos de capitais direcionados a projetos sociais; 
 Apesar dos fatores determinantes dos problemas terem, na sua maioria, 
origem nas populações das áreas de influência direta (sem desconhecer as 
inconformidades geradas) e essas populações serem predominantemente de 
baixa renda, portanto não absorverem penalizações de ordem 
financeira/pecuniária, é necessário que sejam planejados e implementados 
mecanismos de indução de mudanças para boas práticas em duas frentes: 
a) a primeira delas pela comunicação social – educação sustentável e 
comprometida com metas; 
b) a segunda, na frente dos instrumentos coercitivos, criar mecanismos de 
penalização não pecuniária, a exemplo da exclusão de programas de 
incentivos à comunidades que apresentarem padrões de desempenho 
insuficientes, frente às metas planejadas previamente em consenso. 
 Embora os recursos para o tratamento integral de todos os focos de 
problemas sejam vultosos, é imprescindível que as áreas de responsabilidade 
em termos de políticas públicas não estejam totalmente centralizadas na 
gestão dos resíduos sólidos. É fundamental que o sistema de gestão de 
resíduos sólidos municipal defina o seu âmbito de responsabilidade e aporte 
recursos básicos sistematicamente para a execução de um programa mínimo, 
a ser expandido de forma planejada a partir de programas estruturantes; 
 Que as estratégias de ações no sentido do tratamento e resolução dos 
problemas esteja focada nas raízes desses problemas, com programas 
voltados para os processos de mudança, centrados nas causas e não apenas 
nos efeitos (ações corretivas/paliativas); 
 Que o modelo de equilíbrio econômico-financeiro do sistema de gestão de 
resíduos sólidos do Recife contemple o provisionamento de recursos para o 
tratamento dos programas e ações mínimos indispensáveis. Ao mesmo tempo 
 
57 
em que possa constituir recursos para uma reserva de contrapartida básica, 
contribuindo para a captação de recursos em condições especiais, junto à 
União e a outras fontes financeiras; 
 Que os focos das vulnerabilidades socioambientais têm rebatimento em 
vários outros subsistemas, a exemplo de economia; turismo do município; na 
saúde; nos recursos hídricos, no uso e ocupação do solo; nos demais 
segmentos do saneamento básico. 
 
3.5.5 Diretrizes 
 
 Constituir, no futuro, após o Sistema

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