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RESENHA O Auto da Compadecida

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Universidade de Brasília – UnB
Instituto de Letras – IL
Departamento de Teoria Literária e Literaturas- TEL
Isabela S. de Albuquerque Matrícula 13/0115100
RESENHA: O SER HUMANO NO SERTÃO, PRESERVAÇÃO PESSOAL E CULTURAL.
“Cumpriu sua sentença. Encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca do nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo, morre.”
(O Auto da Compadecida, página 39)
O Auto da Compadecida (Filme), direção de Guel Arraes. Globo Filmes, 2000.
A peça é narrada pelo palhaço e a história começa onde Chicó e João Grilo tentam convencer o padre a benzer o cachorro de sua patroa, a mulher do padeiro. Com a negação do padre a benzer, o cachorro morre, o padeiro e sua esposa exigem que o padre faça o enterro do animal. João Grilo diz ao padre que o cachorro tinha um testamento e que lhe deixara dez contos de réis e três para o sacristão, caso rezassem o enterro em latim. Quando o bispo descobre, Grilo inventa que, na verdade, seis contos iriam para a arquidiocese e apenas quatro para paróquia, para que o bispo não arrumasse problemas. 
Depois de toda a confusão sobre o enterro do cachorro, João Grilo junta-se a Chicó para também tirarem vantagem da situação. Manda Chicó enfiar moedas em um gato e esconder uma bexiga de sangue por baixo da camisa, para o caso de o primeiro plano falhar. 
Como havia perdido seu animal de estimação e também era interesseira, João resolve vender o gato que “descomia” dinheiro para a mulher do padeiro, o gato no qual Chicó tinha colocado moedas. Quando o padeiro descobre, volta à igreja para brigar com João. Neste momento, estão reunidos todos na igreja, pois João estava entregando o dinheiro prometido ao padre, ao bispo e ao sacristão. 
Ouvem-se tiros e uma gritaria do lado de fora, era o cangaceiro Severino. Ele entrou na igreja, roubou o dinheiro e matou o bispo, o padre, o sacristão, o padeiro e a mulher. Na hora de matar João Grilo, este lhe dá de presente uma gaita abençoada por Padrinho Padre Cícero que teria o poder de ressuscitar as pessoas. 
Para o cangaceiro acreditar, João dá uma facada em Chicó e estoura a bexiga com sangue; Chicó cai e João Grilo toca a gaita enquanto o amigo levanta dançando no ritmo da música. Severino, então, ordena a seu capanga que lhe dê um tiro e depois toque a gaita para que ele possa ir encontrar com Padre Cícero e depois voltar. O capanga obedece, atira, mas quando toca a gaita nada acontece. Chicó e João Grilo se atracam com o capanga e este leva uma facada. Quando os dois estão fugindo com o dinheiro que pegam do defunto Severino, o capanga reage e mata João Grilo. 
No céu, todos se encontram para o juízo final, ironicamente representado como tribunal. O Diabo e Jesus apresentam as acusações e defesas onde, no contexto, incriminam João Grilo. João então chama Nossa Senhora para interceder por eles. Nossa Senhora intercede, então, por eles. O padre, o bispo, o sacristão, o padeiro e sua mulher são mandados para o purgatório. Severino e o seu capanga são absolvidos e enviados ao paraíso. João simplesmente retorna a seu corpo. 
Quando retorna, vê Chicó lhe enterrando, levanta e dá um susto no amigo. Depois de conseguir fazer Chicó acreditar que está vivo, os dois se animam e fazem planos para o dinheiro do enterro. Até que Chicó se lembra da promessa que fez a Nossa Senhora, que daria todo dinheiro caso João sobrevivesse. Depois de uma discussão, decidem entregar todo o dinheiro à Igreja.
Tanto a obra cinematográfica quando a literária faz uma representação cômica e irônica para a identidade sertaneja. Para avaliar uma personalidade deve-se saber o significado do termo. A personalidade tem várias facetas que são considerados como parte integrante dela, e que influenciam as atitudes de cada pessoa, qualquer generalização para com ela é errada.
Para Ariano Suassuna as personagens são claramente expostas de forma peculiar, única, ímpar. Tendo o sertanejo pobre, batalhador. Busca a felicidade na religião, nos relacionamentos, na honra.
Coloca-o na posição caricaturada para que não perca a alegria que tanto buscam em vida. Num âmbito social em que vivem, sofrendo pela posição em que vivem, buscam de forma simples e honesta um meio de vida melhor. Em tempos longínquos o sertão nordestino era traçado de forma brusca, miserável e ignorante; entretanto, colocar esses termos como forma atual de avaliação é extremamente genérico, onde se tratará de uma maneira ignorante para com a sociedade que vive nessa área.
A riqueza de personalidade, de carisma – sem esquecer-se da linguagem! – dessa região brasileira é descritiva para com a sociedade tal: trabalhadora, respeitosa, honesta e honrosa. Obviamente há suas frutas podres na sociedade – muitas, por sinal - que podemos descartar. 
Ariano Suassuna disse uma vez: 
“Sou a favor da internacionalização da cultura, 
mas não acabando as peculiaridades locais e nacionais.”
	E isso se reflete de forma límpida em sua obra. O livro retrata o sertanejo de forma amorosa, respeitosa para com sua cultura, personalidade, sem perder os traços únicos dessa região.
A cultura e a personalidade regionalista devem, sim, serem retratadas em obras literárias, cinematográficas, poéticas, plásticas e musicais. Pois, só assim, será eternizada e o Brasil não se perderá em estereótipos estrangeiros. Deve-se sim manter uma cultura como a do Nordeste brasileiro, preservada, assim como a de qualquer outra região. 
É dessa forma que se preserva a identidade de um país, valorizando o que já é possuído. 
REFERÊNCIAS
O Auto da Compadecida (Filme), direção de Guel Arraes. Globo Filmes, 2000.
SUASSUNA, Ariano. O Auto da Compadecida. 35ª Edição. Editora Agir.
Endereço eletrônico: 
[ http://kdfrases.com/autor/ariano-suassuna] (Citação)

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