Buscar

seção 6 - contrarrazões ao recurso ordinário

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DO TRABALHO DA 12ª VARA DO TRABALHO DE BELO HORIZONTE/MG
Processo n. 0002030-10.2018.503.0012
Metcom Metalurgia Ltda, já qualificada na presente reclamação trabalhista movida por Juliana Pereira, não se conformando com a r. sentença, vem interpor, junto ao Recurso Ordinário, tempestiva e respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no art. 900 da CLT, apresentar:
CONTRARRAZÕES AO RECURSO ORDINÁRIO
Satisfeitos os mandamentos legais, requer seja o as impugnações ao referido recurso recebidas e enviadas à apreciação do Tribunal Regional. Requer, por fim, a remessa das razões anexas ao Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região. Termos em que pede juntada e deferimento. 
Termos em que pede juntada e deferimento.
Local, 05 de maio de 2019.
advogado. OAB
Colendo Tribunal de Minas Gerais, respeitável turma julgadora
CONTRARRAZÕES AO RECURSO ORDINÁRIO
PRELIMINARMENTE
Da Tempestividade 
No caso em tela, a sentença que julgou os Embargos de Declaração foi publicada no Diário Oficial da União em 25/03/2019, segunda-feira. Tendo em vista a contagem do prazo em dias úteis, com fulcro no art. 775 e 900, da CLT, in verbis:
Art. 775.  Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento.  
Art. 900 - Interposto o recurso, será notificado o recorrido para oferecer as suas razões, em prazo igual ao que tiver tido o recorrente.
Assim, a presente peça de Contrarrazões ao Recurso Ordinário é tempestiva, pois seu início se deu em 02/05/2019 e finda em 07/05/2019. 
I. DAS CONTRARRAZÕES ÀS QUESTÕES DE MÉRITO DO RECURSO ORDINÁRIO
a) Do Intervalo Intrajornada
Passadas as questões preliminares, é o momento para se apreciar o mérito do recurso ordinário apresentado pela reclamante, em se tratando do intervalo intrajornada, a reclamada juntou aos autos cartões de ponto Pré-assinalados, cumprindo com seu ônus de provar seu direito, com fundamento no art. 74, parágrafo 2 da CLT, in verbis:
Art. 74 - O horário do trabalho constará de quadro, organizado conforme modelo expedido pelo Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, e afixado em lugar bem visível. Esse quadro será discriminativo no caso de não ser o horário único para todos os empregados de uma mesma seção ou turma.
§ 2º - Para os estabelecimentos de mais de dez trabalhadores será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, devendo haver pré-assinalação do período de repouso. 
Neste contexto, a reclamante alega que trabalhava 8 (oito) horas diárias e que somente tinha 25 (vinte e cinco) minutos de descanso e refeição, o que se contradiz quando analisados os cartões de ponto, portanto, tal questão no merece prosperar.
Vejamos como vem decidindo nossos tribunais:
INTERVALO INTRAJORNADA. PRÉ-ASSINALAÇÃO NO CARTÃO DE PONTO. ÔNUS DA PROVA.HAVENDO A PRÉ-ASSINALAÇÃO DO INTERVALO PARA O PERÍODO DE REPOUSO NOS CARTÕES DE PONTO, A RECLAMADA NÃO TEM O ÔNUS DE PROVAR A OCORRÊNCIA DO REFERIDO INTERVALO. ALEGANDO TRABALHO NESSES LAPSOS TEMPORAIS, ERA DO O AUTOR O ÔNUS DE DEMONSTRÁ-LO, DO QUAL NÃO SE DESINCUMBIU A CONTENTO. ADEMAIS, HAVENDO PROVA NOS AUTOS REVELANDO GOZO DA INTRAJORNADA, INDEFERE-SE O PLEITO DO RECORRENTE. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS. AÇÃO POSTERIOR À VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.467/2017. DEFERIMENTO. AO ADVOGADO, AINDA QUE ATUE EM CAUSA PRÓPRIA, SERÃO DEVIDOS HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA, FIXADOS ENTRE O MÍNIMO DE 5% E O MÁXIMO DE 15% SOBRE O VALOR QUE RESULTAR DA LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA, DO PROVEITO ECONÔMICO OBTIDO OU, NÃO SENDO POSSÍVEL MENSURÁ-LO, SOBRE O VALOR ATUALIZADO DA CAUSA (CLT, ART. 791-A). RECURSO ORDINÁRIO CONHECIDO E IMPROVIDO. (TRT-22 - RO: 000004819320185220001, Relator: Liana Ferraz De Carvalho, Data de Julgamento: 08/10/2018, PRIMEIRA TURMA)
 Como demonstrado, era ônus da reclamante provar seu direito, o que não fez de maneira contundente, não restando, portanto, melhor sorte à reclamada, o indeferimento do pedido é a medida que se impõe. 
b) Adicional de periculosidade
Alega a reclamante que faz jus ao adicional de periculosidade, pois, conforme sua versão, era exposta constantemente à produtos inflamáveis ao adentrar no almoxarifado, único local em que os produtos de limpeza se encontravam, o que, em análise das provas já juntadas pela reclamada, não acontecia realmente, pois a reclamante adentrava no referido local somente três vezes ao mês, não se caracterizando uma exposição constante a esses materiais.
Já se encontra sumulada a questão referente ao tempo de exposição, conforme Súmula nº 364 do Tribunal Superior do Trabalho, in verbis:
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. EXPOSIÇÃO EVENTUAL, PERMANENTE E INTERMITENTE (inserido o item II) - Res. 209/2016, DEJT divulgado em 01, 02 e 03.06.2016
I - Tem direito ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido. (ex-Ojs da SBDI-1 nºs 05 - inserida em 14.03.1994 - e 280 - DJ 11.08.2003)
II - Não é válida a cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho fixando o adicional de periculosidade em percentual inferior ao estabelecido em lei e proporcional ao tempo de exposição ao risco, pois tal parcela constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantida por norma de ordem pública (arts. 7º, XXII e XXIII, da CF e 193, §1º, da CLT).
É inequívoco o entendimento de que para o empregado fazer jus ao adicional de periculosidade, deve estar exposto permanentemente à condições de risco, o que, no caso da reclamante, não ocorria, não sempre aplicável, portanto o art. 193, inciso I do CLT e, consequentemente, o indeferimento do pleito quanto ao adicional de periculosidade, é a medida que se impõe.
c) Cumulação dos adicionais de periculosidade e de insalubridade
 Em remota hipótese de deferimento do adicional de periculosidade, é de direito à reclamada, impugnar os argumentos trazidos pela parte reclamante.
No caso, a cumulação dos dois adicionais é vedada em nossa legislação, com pode-se observar pela análise do artigo 193, parágrafo 2º da CLT, bem como, pela NR 15, item 15.3, da Portaria Ministerial 3.214/78, in verbis:
§ 2º - O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido.
15.3. No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, será apenas considerado o de grau mais elevado, para efeito de acréscimo salarial, sendo vedada a percepção cumulativa.
Portanto, é em regra, vedada a cumulação de ambos os adicionais pretendidos pela reclamante, pois o pagamento de apenas um adicional, como faz jus a reclamante ao adicional de insalubridade, já ressarce dos eventuais agentes insalubres e perigosos, neste contexto, vejamos como vem decidindo nossos tribunais:
CUMULAÇÃO DOS ADICIONAIS DE PENOSIDADE E INSALUBRIDADE. É válida a opção pelo pagamento do adicional de penosidade, verba mais benéfica, uma vez que é calculada sobre o salário básico, enquanto que o adicional de insalubridade incide sobre o salário-mínimo. Vedada a cumulação dos adicionais pretendida. Recurso desprovido. (TRT-4 - RO: 00213194120175040018, Data de Julgamento: 09/05/2019, 7ª Turma)
Desse modo, analisando toda a jurisprudência, bem como a legislação brasileira, sobre o tema de cumulação de adicionais em âmbito trabalhista, a improcedência do pedido da reclamante é imperativa.
d) Honorários Advocatícios
Como já demonstrado, o advogado da reclamada, não é membro do sindicato da categoria, nem sequer habilitado pelo órgão, portanto não há que se falar no pagamento de honorários advocatícios.
Levando em consideração que o art. 791-A da CLT é objeto de ADI junto ao Supremo Tribunal Federal, não deve ser aplicado ao caso, sendo, portanto, prevalentesas disposições da Lei nº 5.584/70.
Vejamos como nossos tribunais decidem causas análogas:
RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE COBRANÇA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. RECLAMATÓRIA TRABALHISTA. RECLAMANTE ASSISTIDO POR ADVOGADO NÃO CREDENCIADO PELO SINDICATO DA CATEGORIA PROFISSIONAL. HONORÁRIOS ASSISTENCIAIS. AUSÊNCIA DE RESPONSABILIDADE DO SINDICATO. INCIDÊNCIA DE LEI Nº 5.584/70. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA CONFIRMADA. RECURSO IMPROVIDO. (Recurso Cível Nº 71005823588, Primeira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: José Ricardo de Bem Sanhudo, Julgado em 26/01/2016). (TJ-RS - Recurso Cível: 71005823588 RS, Relator: José Ricardo de Bem Sanhudo, Data de Julgamento: 26/01/2016, Primeira Turma Recursal Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 29/01/2016)
Portanto, com base nesses argumentos, a improcedência do pedido é medida que se impõe.
II. DOS PEDIDOS
Posto isso, é que o se requer:
a) Seja indeferido a concessão de intervalo intrajornada à recorrente, visto que não provou, com fulcro no art. 74, parágrafo 2º da CLT;
b) Seja indeferido o pedido de adicional de periculosidade, com fulcro na súmula 364 do TST, bem como, no art. 193 da CLT;
c) Seja indeferido o pedido de cumulação de adicionais, visto que é vedada em nosso ordenamento jurídico, com base no art. 193, parágrafo 2º da CLT;
d) Seja indeferido o pedido de honorários advocatícios, com fulcro na lei 5.584/70.
Termos em que pede juntada e deferimento.
Local, 05 de maio de 2019.
advogado. OAB

Continue navegando