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EBOOK DE JURISPRUDÊNCIA – DELEGADO FEDERAL – DIREITO EMPRESARIAL 
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 1 
 
 
Sumário 
 
Títulos de Crédito ............................................................................................................................................................. 2 
Contratos Empresariais .................................................................................................................................................... 9 
Direito Societário ............................................................................................................................................................ 17 
Falência e Recuperação Judicial ..................................................................................................................................... 22 
Propriedade Industrial.................................................................................................................................................... 28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EBOOK DE JURISPRUDÊNCIA – DELEGADO FEDERAL – DIREITO EMPRESARIAL 
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 2 
 
 
Títulos de Crédito 
Supremo Tribunal Federal 
 
Súmula 189 do STF 
Avais em branco e superpostos consideram-se simultâneos e não sucessivos. 
 
Súmula 387 do STF 
A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da 
cobrança ou do protesto. 
 
Súmula 600 do STF 
Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas, ainda que não apresentado o cheque ao sacado no prazo 
legal, desde que não prescrita a ação cambiária. 
 
Superior Tribunal de Justiça 
 
Súmula 16 do STJ 
A legislação ordinária sobre crédito rural não veda a incidência da correção monetária. 
 
Súmula 26 do STJ 
O avalista do título de crédito vinculado a contrato de mútuo também responde pelas obrigações pactuadas, quando 
no contrato figurar como devedor solidário. 
 
Súmula 93 do STJ 
A legislação sobre cédulas de crédito rural, comercial e industrial admite o pacto de capitalização de juros. 
 
Súmula 248 do STJ 
Comprovada a prestação dos serviços, a duplicata não aceita, mas protestada, é título hábil para instruir pedido de 
falência. 
 
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 3 
 
 
Súmula 258 do STJ 
A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia em razão da iliquidez do 
título que a originou. 
 
Súmula 299 do STJ 
É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito. 
 
Súmula 370 do STJ 
Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado. 
 
Súmula 475 do STJ 
Responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o endossatário que recebe por endosso translativo título de 
crédito contendo vício formal extrínseco ou intrínseco, ficando ressalvado seu direito de regresso contra os 
endossantes e avalistas. 
 
Súmula 476 do STJ 
O endossatário de título de crédito por endosso-mandato só responde por danos decorrentes de protesto indevido 
se extrapolar os poderes de mandatário. 
 
Súmula 503 do STJ 
O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de cheque sem força executiva é quinquenal, a 
contar do dia seguinte à data de emissão estampada na cártula. 
 
Súmula 504 do STJ 
O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de nota promissória sem força executiva é 
quinquenal, a contar do dia seguinte ao vencimento do título. 
 
Súmula 531 do STJ 
Em ação monitória fundada em cheque prescrito ajuizada contra o emitente, é dispensável a menção ao negócio 
jurídico subjacente à emissão da cártula. 
 
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 4 
 
 
Não cabimento de danos morais se houve protesto de cheque prescrito, mas cuja dívida ainda poderia ser cobrada 
por outros meios. 
DIREITO CIVIL E DO CONSUMIDOR. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE PROTESTO C/C 
PEDIDO DE COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS. PROTESTO DE CHEQUES PRESCRITOS. IRREGULARIDADE. HIGIDEZ 
DA DÍVIDA. POSSIBILIDADE DE MANEJO DE AÇÃO DE COBRANÇA FUNDADA NA RELAÇÃO CAUSAL E DE AÇÃO 
MONITÓRIA. ABALO DE CRÉDITO INEXISTENTE. DANO MORAL NÃO CARACTERIZADO. 
1. Ação ajuizada em 27/07/2007. Recurso especial interposto em 28/07/2011 e distribuído em 22/09/2016. 
Julgamento: Aplicação do CPC/73. 2. O propósito recursal reside em definir se o protesto de cheques prescritos é 
ilegal e se enseja dano moral indenizável. 3. O protesto cambial apresenta, por excelência, natureza probante, tendo 
por finalidade precípua servir como meio de prova da falta ou recusa do aceite ou do pagamento de título de crédito. 
4. De acordo com o disposto no art. 1º da Lei 9.492/97 ("Lei do Protesto Notarial"), são habilitados ao protesto 
extrajudicial os títulos de crédito e "outros documentos de dívida", entendidos estes como instrumentos que 
caracterizem prova escrita de obrigação pecuniária líquida, certa e exigível, ou seja, documentos que propiciem o 
manejo da ação de execução. 5. Especificamente quanto ao cheque, o apontamento a protesto mostra-se viável 
dentro do prazo da execução cambial - que é de 6 (seis) meses contados da expiração do prazo de apresentação -, 
desde que indicados os devedores principais (emitente e seus avalistas). Em relação aos coobrigados (endossantes e 
respectivos avalistas), o art. 48 da Lei 7.347/85 impõe que o aponte a protesto seja realizado no prazo para 
apresentação do título ao sacado. 6. Consoante decidido pela 2ª Seção no REsp 1.423.464/SC, submetido ao rito dos 
recursos especiais repetitivos, "sempre será possível, no prazo para a execução cambial, o protesto cambiário de 
cheque, com a indicação do emitente como devedor" (tema 945). 7. Na hipótese dos autos, os protestos dos cheques 
foram irregulares, na medida em que efetivados cerca de 4 (quatro) anos após a data da emissão dos títulos. 8. 
Cuidando-se de protesto irregular de título de crédito, o reconhecimento do dano moral está atrelado à ideia do 
abalo do crédito causado pela publicidade do ato notarial, que, naturalmente, faz associar ao devedor a pecha de 
"mau pagador" perante a praça. 9. Todavia, na hipótese em que o protesto é irregular por estar prescrita a pretensão 
executória do credor, havendo, porém, vias alternativas para a cobrança da dívida consubstanciada no título, não há 
se falar em abalo de crédito, na medida em que o emitente permanece na condição de devedor, estando, de fato, 
impontual no pagamento. 10. Prescrita a ação executiva do cheque, assiste ao credor a faculdade de ajuizar a ação 
cambial por locupletamento ilícito, no prazo de 2 (dois) anos (art. 61 da Lei 7.357/85); ação de cobrança fundada na 
relação causal (art. 62 do mesmo diploma legal) e, ainda, ação monitória, no prazo de 5 (cinco) anos, nos termos da 
Súmula 503/STJ. 11. Nesse contexto, embora, no particular, tenham sido indevidos os protestos, pois 
extemporâneos, a dívida consubstanciada nos títulos permanecia hígida, não estando caracterizado, portanto, abalo 
de crédito apto a ensejar a caracterização do dano moral. 12. Recurso especial parcialmente provido, apenas para se 
determinar o cancelamento dos protestos. 
(REsp 1677772/RJ, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 14/11/2017, DJe 20/11/2017) 
 
Juros moratórios. Cédula de produto rural financeira. 
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CIVIL. CÉDULA DE PRODUTO RURAL. COOPERATIVA 
EQUIPARADA A ESTABELECIMENTO COMERCIAL E INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. 
INCIDÊNCIA. JUROS MORATÓRIOS. LIMITAÇÃO A 1% AO ANO. APLICAÇÃO DO ART. 5º DO DECRETO-LEI 167/67. 
ACÓRDÃO RECORRIDO DE ACORDO COM A JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE SUPERIOR. SÚMULA 83 DO STJ. AGRAVO 
IMPROVIDO. 
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 5 
 
 
1. É pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido de que as cooperativas de crédito integram o sistema financeiro 
nacional, estando sujeita às normas do Código de Defesa do Consumidor. Precedentes. 
2. A jurisprudência desta Corte Superior, firmou orientação de que a cédula de produto rural tem a mesma natureza 
jurídica da cédula de crédito rural, e, portanto, está submetida ao mesmo regramento imposto à cédula de crédito 
(RMS 10.272/RS, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, QUARTA TURMA, julgado em 28/06/2001, DJ de 15/10/2001, p. 
264). 
3. É aplicável à cédula de produto rural o mesmo tratamento conferido à cédula de crédito rural, quanto aos juros de 
mora, limitados em 1% (um por cento) ao ano, nos termos do art. 5º do Decreto-Lei nº 167/1967. [...] 
 (AgInt no AREsp 906.114/PR, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 06/10/2016, DJe 
21/10/2016) 
 
Títulos de créditos típicos. Desnecessidade de prévia autorização de cônjuge para aval. 
RECURSO ESPECIAL. DIREITO CAMBIÁRIO. AVAL. OUTORGA UXÓRIA OU MARITAL. INTERPRETAÇÃO DO ART. 1647, 
INCISO III, DO CCB, À LUZ DO ART. 903 DO MESMO ÉDITO E, AINDA, EM FACE DA NATUREZA SECULAR DO INSTITUTO 
CAMBIÁRIO DO AVAL. REVISÃO DO ENTENDIMENTO DESTE RELATOR. 
1. O Código Civil de 2002 estatuiu, em seu art. 1647, inciso III, como requisito de validade da fiança e do aval, 
institutos bastante diversos, em que pese ontologicamente constituam garantias pessoais, o consentimento por 
parte do cônjuge do garantidor. 
2. Essa norma exige uma interpretação razoável sob pena de descaracterização do aval como típico instituto 
cambiário. 
3. A interpretação mais adequada com o referido instituto cambiário, voltado a fomentar a garantia do pagamento 
dos títulos de crédito, à segurança do comércio jurídico e, assim, ao fomento da circulação de riquezas, é no sentido 
de limitar a incidência da regra do art. 1647, inciso III, do CCB aos avais prestados aos títulos inominados regrados 
pelo Código Civil, excluindo-se os títulos nominados regidos por leis especiais. 
4. Precedente específico da Colenda 4ª Turma. 5. Alteração do entendimento deste relator e desta Terceira Turma. 
[...] 
 (REsp 1526560/MG, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 16/03/2017, DJe 
16/05/2017) 
 
Termo inicial de correção monetária e de juros de mora em cobrança de cheque. 
RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. CHEQUE. INEXISTÊNCIA DE QUITAÇÃO REGULAR DO 
DÉBITO REPRESENTADO PELA CÁRTULA. TESE DE QUE OS JUROS DE MORA DEVEM FLUIR A CONTAR DA CITAÇÃO, 
POR SE TRATAR DE AÇÃO MONITÓRIA. DESCABIMENTO. CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS MORATÓRIOS. TEMAS DE 
DIREITO MATERIAL, DISCIPLINADOS PELO ART. 52, INCISOS, DA LEI N. 7.357/1985. 
1. A tese a ser firmada, para efeito do art. 1.036 do CPC/2015 (art.543-C do CPC/1973), é a seguinte: "Em qualquer 
ação utilizada pelo portador para cobrança de cheque, a correção monetária incide a partir da data de emissão 
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estampada na cártula, e os juros de mora a contar da primeira apresentação à instituição financeira sacada ou 
câmara de compensação". 
2. No caso concreto, recurso especial não provido. 
(REsp 1556834/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 22/06/2016, DJe 10/08/2016) 
 
Possibilidade de emissão de duplicata com base na soma de diversas notas fiscais parciais. 
RECURSO ESPECIAL. COMERCIAL. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. NÃO OCORRÊNCIA. TÍTULOS DE 
CRÉDITO. DUPLICATA. EMISSÃO. CAUSA DEBENDI. COMPRA E VENDA MERCANTIL E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. 
EXTRAÇÃO DE FATURA. SOMA DE NOTAS PARCIAIS. POSSIBILIDADE. HIGIDEZ DO NEGÓCIO JURÍDICO SUBJACENTE. 
PREÇO DAS MERCADORIAS. REEXAME DE PROVAS. INVIABILIDADE. SÚMULA 7/STJ. 
1. Cinge-se a controvérsia a saber a) se a duplicata pode corresponder a mais de uma nota fiscal ou a mais de uma 
fatura e b) se os títulos de crédito emitidos encontram-se viciados, pois os valores cobrados das mercadorias e dos 
serviços constantes nas faturas e nas notas parciais não guardariam similitude. 
2. A fatura consiste em nota representativa de contratos de compra e venda mercantis ou de prestação de serviços, 
devendo haver, entre outras identificações, a discriminação das mercadorias vendidas e dos preços negociados e a 
menção à natureza dos serviços prestados. Pode, ainda, conter somente a indicação dos números e valores das notas 
parciais expedidas por ocasião das vendas, despachos ou entregas das mercadorias (arts. 1º, caput e § 1º, e 20 da Lei 
nº 5.474/1968). 
3. A duplicata, de extração facultativa, materializada-se no ato da emissão da fatura, constituindo o título de crédito 
genuíno para documentar o saque do vendedor pela importância faturada ao comprador (art. 2º da Lei nº 
5.474/1968). 
4. Apesar de a duplicata só poder espelhar uma fatura, esta pode corresponder à soma de diversas notas parciais. De 
fato, a nota parcial é o documento representativo de uma venda parcial ou de venda realizada dentro do lapso de 
um mês, que poderá ser agrupada a outras vendas efetivadas nesse período pelo mesmo comprador. 
5. Não há proibição legal para que se somem vendas parceladas procedidas no curso de um mês, e do montante se 
formule uma fatura única ao seu final, sobretudo diante da natureza do serviço contratado, como o de concretagem, 
a exigir a realização de diversas entregas de material ao dia. [...] 
(REsp 1356541/MG, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 05/04/2016, DJe 
13/04/2016) 
 
Ausência de responsabilidade do banco por cheque cancelado que não é pago. 
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO PROMOVIDA POR SOCIEDADE EMPRESÁRIA TENDO POR PROPÓSITO RESPONSABILIZAR A 
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA DEMANDADA PELOS PREJUÍZOS PERCEBIDOS EM DECORRÊNCIA DO RECEBIMENTO DE 
CHEQUES COMO FORMA DE PAGAMENTO, QUE, AOS SEREM APRESENTADOS/DESCONTADOS, FORAM DEVOLVIDOS 
PELO MOTIVO N. 25 (CANCELAMENTO DE TALONÁRIO), CONFORME RESOLUÇÃO N. 1.631/89 DO BANCO CENTRAL. 
CONSUMIDOR POR EQUIPARAÇÃO. NÃO CARACTERIZAÇÃO. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. 
INAPLICABILIDADE. DANOS QUE NÃO PODEM SER ATRIBUÍDOS DIRETAMENTE AO DEFEITO DO SERVIÇO. 
VERIFICAÇÃO. RECURSO ESPECIAL IMPROVIDO. 
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 7 
 
 
[...] 6. Incoerente, senão antijurídico, impor à instituição financeira, que procedeu ao cancelamento e à devolução 
dos cheques em consonância com as normas de regência, responda, de todo modo, agora, pelos prejuízos 
suportados por comerciante que, no desenvolvimento de sua atividade empresarial e com a assunção dos riscos a ela 
inerentes, aceita os referidos títulos como forma de pagamento. 
7. A aceitação de cheques como forma de pagamento pelo comerciante não decorre de qualquer imposição legal, 
devendo, caso assuma o risco de recebê-lo, adotar, previamente, todas as cautelas e diligências destinadas a aferir a 
idoneidade do título, assim como de seu apresentante (e suposto emitente). A recorrente, no desenvolvimento de 
sua atividade empresarial, tal como qualquer outro empresário, detém todas as condições de aferir a idoneidade do 
cheque apresentado e, ao seu exclusivo alvedrio, aceitá-lo, ou não, como forma de pagamento. Na espécie, não há 
qualquer alegação, tampouco demonstração, de que o banco demandado foi instado pela autora para prestar 
informação acerca dos cheques a ela então apresentados, ou que, provocado para tanto, recusou-se a presta-la ou a 
concedeu de modo equivocado. 
8. Recurso especial improvido. 
(REsp 1324125/DF, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 21/05/2015, DJe 
12/06/2015) 
 
Não cancelamento do protesto pela prescrição do título de crédito. 
RECURSO ESPECIAL. TÍTULOS DE CRÉDITO.NOTA PROMISSÓRIA. AUSÊNCIA DE PAGAMENTO. PROTESTO 
REGULARMENTE LAVRADO. AJUIZAMENTO DE AÇÃO EXECUTIVA. PRESCRIÇÃO DO TÍTULO. AÇÃO DE 
CANCELAMENTO DO REGISTRO DO PROTESTO FUNDADA EM MOTIVO DIVERSO DO PAGAMENTO DO TÍTULO (LEI 
9.492/97, ART. 26, § 3º). NECESSIDADE DE DECISÃO JUDICIAL. RECURSO PROVIDO. 
1. De acordo com o art. 26, § 3º, da Lei 9.492/97, o cancelamento do registro do protesto advém, normalmente, 
apenas em razão do pagamento do título. Por qualquer outra razão, somente poderá o devedor obter o 
cancelamento mediante decisão judicial favorável. 
2. Como esclarece FRAN MARTINS: "o protesto cambial não cria direitos. Meio de prova especialíssimo, próprio dos 
títulos cambiários, ele apenas atesta um fato, a falta ou recusa do aceite ou do pagamento." Portanto, o protesto 
não se prende imediatamente à exequibilidade do título ou de outro documento de dívida, mas sim à inadimplência 
e ao descumprimento da obrigação representada. Como estas não desaparecem com a mera prescrição do título 
executivo não quitado, o protesto não pode ser cancelado simplesmente em função da inaptidão do título prescrito 
para ser objeto de ação de execução. 
3. Recurso especial provido. 
(REsp 813.381/SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 20/11/2014, DJe 20/05/2015) 
 
Título protestado. Adimplemento posterior. Ônus do devedor a baixa do protesto. Inexistência de dano moral. 
PROCESSO CIVIL. DIREITO DO CONSUMIDOR. RECURSO ESPECIAL. CANCELAMENTO DO PROTESTO. ÔNUS DO 
DEVEDOR. RESSALVA DO RELATOR. 
1. "Legitimamente protestado o título de crédito, cabe ao devedor que paga posteriormente a dívida o ônus de 
providenciar a baixa do protesto em cartório (Lei 9.294/97, art. 26), sendo irrelevante se a relação era de consumo, 
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pelo que não se há falar em dano moral pela manutenção do apontamento" (REsp 1.195.668/RS, Rel. Ministro LUIS 
FELIPE SALOMÃO, Rel. p/ Acórdão Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 11/9/2012, DJe 
17/10/2012). Ressalva do Relator. 
2. Recurso especial provido. 
(REsp 959.114/MS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 18/12/2012, DJe 13/02/2013) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Contratos Empresariais 
Superior Tribunal de Justiça 
 
Súmula 26 do STJ 
O avalista do título de crédito vinculado a contrato de mútuo também responde pelas obrigações pactuadas, quando 
no contrato figurar como devedor solidário. 
 
Súmula 28 do STJ 
O contrato de alienação fiduciária em garantia pode ter por objeto bem que já integrava o patrimônio do devedor. 
 
Súmula 72 do STJ 
A comprovação da mora e imprescindível a busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente. 
 
Súmula 92 do STJ 
A terceiro de boa-fé não e oponível a alienação fiduciária não anotada no certificado de registro do veículo 
automotor. 
 
Súmula 133 do STJ 
A restituição da importância adiantada, a conta de contrato de câmbio, independe de ter sido a antecipação 
efetuada nos quinze dias anteriores ao requerimento da concordata. 
 
Súmula 233 do STJ 
O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da conta-corrente, não é título executivo. 
 
Súmula 247 do STJ 
O contrato de abertura de crédito em conta-corrente, acompanhado do demonstrativo de débito, constitui 
documento hábil para o ajuizamento da ação monitória. 
 
Súmula 259 do STJ 
A ação de prestação de contas pode ser proposta pelo titular de conta-corrente bancária. 
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Súmula 285 do STJ 
Nos contratos bancários posteriores ao Código de Defesa do Consumidor incide a multa moratória nele prevista. 
 
Súmula 286 do STJ 
A renegociação de contrato bancário ou a confissão da dívida não impede a possibilidade de discussão sobre 
eventuais ilegalidades dos contratos anteriores. 
 
Súmula 300 do STJ 
O instrumento de confissão de dívida, ainda que originário de contrato de abertura de crédito, constitui título 
executivo extrajudicial. 
 
Súmula 307 do STJ 
A restituição de adiantamento de contrato de câmbio, na falência, deve ser atendida antes de qualquer crédito. 
 
Súmula 322 do STJ 
Para a repetição de indébito, nos contratos de abertura de crédito em conta-corrente, não se exige a prova do erro. 
 
Súmula 371 do STJ 
Nos contratos de participação financeira para a aquisição de linha telefônica, o Valor Patrimonial da Ação (VPA) é 
apurado com base no balancete do mês da integralização. 
 
Súmula 379 do STJ 
Nos contratos bancários não regidos por legislação específica, os juros moratórios poderão ser convencionados até o 
limite de 1% ao mês. 
 
Súmula 381 do STJ 
Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas. 
 
Súmula 477 do STJ 
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A decadência do art. 26 do CDC não é aplicável à prestação de contas para obter esclarecimentos sobre cobrança de 
taxas, tarifas e encargos bancários. 
 
Súmula 479 do STJ 
As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e 
delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias. 
 
Súmula 530 do STJ 
Nos contratos bancários, na impossibilidade de comprovar a taxa de juros efetivamente contratada – por ausência de 
pactuação ou pela falta de juntada do instrumento aos autos -, aplica-se a taxa média de mercado, divulgada pelo 
BACEN, praticada nas operações da mesma espécie, salvo se a taxa cobrada for mais vantajosa para o devedor. 
 
Súmula 565 do STJ 
A pactuação das tarifas de abertura de crédito (TAC) e de emissão de carnê (TEC), ou outra denominação para o 
mesmo fato gerador, é válida apenas nos contratos bancários anteriores ao início da vigência da Resolução-CMN n. 
3.518/2007, em 30/4/2008. 
 
Súmula 566 do STJ 
Nos contratos bancários posteriores ao início da vigência da Resolução-CMN n. 3.518/2007, em 30/4/2008, pode ser 
cobrada a tarifa de cadastro no início do relacionamento entre o consumidor e a instituição financeira. 
 
Representação comercial. Presunção da existência de exclusividade em zona. 
PROCESSUAL CIVIL E COMERCIAL. RESCISÃO DE CONTRATO. REPRESENTAÇÃO COMERCIAL. ZONA DE ATUAÇÃO. 
EXCLUSIVIDADE. OMISSÃO CONTRATUAL. POSSIBILIDADE DE COMPROVAÇÃO. PAGAMENTO DE COMISSÕES. 
RESOLUÇÃO CONTRATUAL. EFEITO EX TUNC. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. APLICABILIDADE. 
1. Ação ajuizada em 10/08/2001. Recurso especial interposto em 05/03/2014 e atribuído a este gabinete em 
25/08/2016. 
2. É possível presumir a existência de exclusividade em zona de atuação de representante comercial quando: (i) não 
for expressa em sentido contrário; e (ii) houver demonstração por outros meios da existência da exclusividade. 
3. A resolução contratual é cabível nos casos de inexecução do contrato, que pode ocorrer de modo voluntário ou 
involuntário, gerando efeitos retroativamente (ex tunc). 
4. A pretensão do representante comercial autônomo para cobrar comissões nasce mês a mês com o seu não 
pagamento no prazo legal, pois, nos termos do art. 32, §1º, da Lei 4.886/65. Assim, a cada mês em que houve 
comissões pagas a menor e a cada venda feita por terceiro em sua área de exclusividade, nasce para o representante 
comercial o direito de obter a devida reparação. 
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5. É quinquenal a prescrição para cobrar comissões, verbas rescisórias e indenizações por quebra de exclusividade 
contratual,conforme dispõe o parágrafo único do art. 44 da Lei 4.886/65. 
6. Recurso especial parcialmente provido. 
(REsp 1634077/SC, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 09/03/2017, DJe 21/03/2017) 
 
Franquia. Não sujeição ao CDC. Cláusula compromissória. Aplicação do art. 4º, § 2º, da Lei 9.307/96. 
RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. CONTRATO DE FRANQUIA. CONTRATO DE ADESÃO. 
ARBITRAGEM. REQUISITO DE VALIDADE DO ART. 4º, § 2º, DA LEI 9.307/96. DESCUMPRIMENTO. RECONHECIMENTO 
PRIMA FACIE DE CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA "PATOLÓGICA". ATUAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO. POSSIBILIDADE. 
NULIDADE RECONHECIDA. RECURSO PROVIDO. 
1. Recurso especial interposto em 07/04/2015 e redistribuído a este gabinete em 25/08/2016. 
2. O contrato de franquia, por sua natureza, não está sujeito às regras protetivas previstas no CDC, pois não há 
relação de consumo, mas de fomento econômico. 
3. Todos os contratos de adesão, mesmo aqueles que não consubstanciam relações de consumo, como os contratos 
de franquia, devem observar o disposto no art. 4º, § 2º, da Lei 9.307/96. 
4. O Poder Judiciário pode, nos casos em que prima facie é identificado um compromisso arbitral "patológico", i.e., 
claramente ilegal, declarar a nulidade dessa cláusula, independentemente do estado em que se encontre o 
procedimento arbitral. 
5. Recurso especial conhecido e provido. 
(REsp 1602076/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/09/2016, DJe 30/09/2016) 
 
Cláusula de raio em contrato de locação de espaço em shopping center. Legalidade. 
RECURSOS ESPECIAIS DOS DEMANDADOS - AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXIGIBILIDADE CONTRATUAL AJUIZADA POR 
SINDICATO DE LOJISTAS OBJETIVANDO O AFASTAMENTO DA CLÁUSULA DE RAIO UTILIZADA NA LOCAÇÃO DE 
ESPAÇOS EM SHOPPING CENTER - TRIBUNAL A QUO QUE CONSIDEROU ABUSIVA A PRÁTICA POR VIOLAÇÃO À LIVRE 
CONCORRÊNCIA E INICIATIVA PRIVADA, MODIFICAÇÃO UNILATERAL DO PERÍMETRO DE ABRANGÊNCIA DA 
LIMITAÇÃO TERRITORIAL E PREJUÍZO AO CONSUMIDOR. IRRESIGNAÇÃO DAS RÉS. 
[...] 6. Na hipótese, a "cláusula de raio" inserta em contratos de locação de espaço em shopping center ou normas 
gerais do empreendimento não é abusiva, pois o shopping center constitui uma estrutura comercial híbrida e 
peculiar e as diversas cláusulas extravagantes insertas nos ajustes locatícios servem para justificar e garantir o fim 
econômico do empreendimento. 
7. O controle judicial sobre eventuais cláusulas abusivas em contratos de cunho empresarial é restrito, face a 
concretude do princípio da autonomia privada e, ainda, em decorrência de prevalência da livre iniciativa, do pacta 
sunt servanda, da função social da empresa e da livre concorrência de mercado. 
8. Inaplicabilidade do diploma consumerista à espécie, pois não se vislumbra o alegado prejuízo genérico aos 
consumidores delineado pelo Tribunal a quo, uma vez que, o simples fato de não encontrar em todos os shopping 
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centers que frequenta determinadas lojas não implica em efetivo prejuízo, pois a instalação dos lojistas em tais ou 
quais empreendimentos depende, categoricamente, de inúmeros fatores sociais, econômicos. 
9. Inviável a imposição de limitações aos ajustes quando consideradas situações hipotéticas e genéricas envolvendo 
lojistas (de forma ampla) e empreendedor, com caracterização em abstrato da abusividade face o alegado abuso de 
posição dominante para prejudicar concorrência potencial, sendo imprescindível a análise da alegada abusividade 
considerado um específico e pontual caso concreto, o que não ocorre no presente caso. 
10. Os ajustes locatícios, notadamente aqueles firmados para locação de espaço em shopping center, não 
constituem mero contratos de adesão, pois são de livre estipulação/comutativo entre os contratantes, sem a 
preponderância de um sobre outro, onde tanto locador como locatário estão livres para pactuarem as cláusulas 
contratuais que melhor assistam às suas necessidades. 
11. A aventada modificação unilateral das normas gerais complementares do empreendimento de 2.000 (dois mil) 
para 3.000 (três mil) metros de raio, desde que não tenha sido imposta unilateralmente para os contratos de locação 
em curso quando da modificação estatutária, não apresenta qualquer ilegalidade, pois, o dono do negócio pode 
impor limitações e condições para o uso de sua propriedade por terceiros. 
12. A conquista de mercado resultante de processo natural fundado na maior eficiência de agente econômico em 
relação a seus competidores não caracteriza qualquer ilícito, visto que prevista como excludente, nos exatos termos 
do estabelecido no § 1º do artigo 36 da Lei 12.529/11. 
13. Recursos especiais parcialmente providos para julgar improcedente a demanda. 
(REsp 1535727/RS, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 10/05/2016, DJe 20/06/2016) 
 
Cláusula de 13º aluguel em contrato de locação de espaço em shopping center. Possibilidade. 
RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. LOCAÇÃO DE ESPAÇO EM SHOPPING CENTER. AÇÃO DE 
DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO. APLICAÇÃO DO ART. 54 DA LEI DE LOCAÇÕES. COBRANÇA EM DOBRO DO 
ALUGUEL NO MÊS DE DEZEMBRO. CONCREÇÃO DO PRINCÍPIO DA AUTONOMIA PRIVADA. NECESSIDADE DE RESPEITO 
AOS PRINCÍPIOS DA OBRIGATORIEDADE ("PACTA SUNT SERVANDA") E DA RELATIVIDADE DOS CONTRATOS ("INTER 
ALIOS ACTA"). MANUTENÇÃO DAS CLÁUSULAS CONTRATUAIS LIVREMENTE PACTUADAS. RECURSO ESPECIAL 
PROVIDO. 
1. Afastamento pelo acórdão recorrido de cláusula livremente pactuada entre as partes, costumeiramente praticada 
no mercado imobiliário, prevendo, no contrato de locação de espaço em shopping center, o pagamento em dobro do 
aluguel no mês de dezembro. 
2. O controle judicial sobre eventuais cláusulas abusivas em contratos empresariais é mais restrito do que em outros 
setores do Direito Privado, pois as negociações são entabuladas entre profissionais da área empresarial, observando 
regras costumeiramente seguidas pelos integrantes desse setor da economia. 
3. Concreção do princípio da autonomia privada no plano do Direito Empresarial, com maior força do que em outros 
setores do Direito Privado, em face da necessidade de prevalência dos princípios da livre iniciativa, da livre 
concorrência e da função social da empresa. 
 (REsp 1409849/PR, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 26/04/2016, DJe 
05/05/2016) 
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Repasse ao sacado de despesas referentes a tarifa de emissão de boleto bancário. Vedação. 
RECURSO ESPECIAL. CIVIL. AMICUS CURIAE. INGRESSO. DESCABIMENTO. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL. TARIFA 
DE EMISSÃO DE BOLETO BANCÁRIO (TEB). REPASSE. SACADO. VEDAÇÃO. RESOLUÇÃO Nº 3.919/2010 DO CONSELHO 
MONETÁRIO NACIONAL. LIBERDADE DE CONTRATAR. LIMITES. 
1. Segundo a jurisprudência desta Corte, a participação do amicus curiae é prevista no ordenamento jurídico no 
processo e no julgamento de ações de natureza objetiva, admitindo-se excepcionalmente essa espécie de 
intervenção no processo subjetivo quando a multiplicidade de demandas similares demonstrar a generalização da 
decisão a ser proferida. Hipótese não configurada nos autos. 
2. Ação de obrigação de não fazer objetivando a abstenção, por parte da fornecedora/atacadista, da cobrança ou do 
repasse ao varejista/comprador de despesa referente à taxa de emissão de boletos bancários ou similares. 
3. O fato jurídico que enseja a cobrança de tarifa pela emissão de boleto bancário desencadeia uma série de relações 
jurídicas correlacionadas - entre o varejista/comprador e o fornecedor/distribuidor, quando da contratação de dado 
produto, e entre o fornecedor/distribuidor e o banco para fins de cobrança do valor pactuado na relação anterior - 
das quais são partícipes o comprador, o fornecedor ea instituição financeira. 
4. Em regra, o meio de pagamento utilizado pelo comprador, ao adquirir junto ao fornecedor mercadorias do ramo 
farmacêutico, é o boleto bancário. Consequentemente, o fornecedor, que passa à condição de cedente do título, e a 
instituição financeira negociam o valor da tarifa pelo serviço de emissão do boleto, documento em que o 
comprador/varejista figura como sacado. 
5. O art. 1º, § 2º, II, da Resolução nº 3.919/2010 do Conselho Monetário Nacional veda expressamente o repasse ao 
sacado do ônus pelo pagamento da despesa referente à tarifa de emissão de boleto bancário. 
6. Tratando-se de matéria afeta ao sistema financeiro nacional, especialmente no que tange à atividade de 
intermediação financeira, a liberdade de contratar encontra limites que se operam em prol da higidez e da 
estabilidade de todo o sistema. [...] 
(REsp 1568940/RJ, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 01/03/2016, DJe 
07/03/2016) 
 
Contrato de abertura de crédito fixo. Constituição de título executivo extrajudicial. Não incidência da Súmula 233 
do STJ em relação ao contrato de abertura de crédito fixo. 
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. ARTS. 165, 458 E 535 DO CPC. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. AUSÊNCIA DE 
IMPUGNAÇÃO DE FUNDAMENTO AUTÔNOMO DO ACÓRDÃO RECORRIDO. SÚMULA N. 283-STF. CONTRATO DE 
ABERTURA DE CRÉDITO FIXO. TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL. 
1. Sem razão o recorrente quanto à alegação de que o acórdão recorrido é omisso, haja vista que enfrentadas 
fundamentadamente todas as questões levantadas pela parte, porém em sentido contrário ao pretendido, o que 
afasta a invocada declaração de nulidade. 
2. Inviável a apreciação da tese do acórdão recorrido cuja impugnação não abarcou fundamento autônomo e 
suficiente, que basta por si só para manter o acórdão, em face do veto contido no enunciado 283 da Súmula do STF. 
3. O contrato de mútuo bancário ou de abertura de crédito fixo constitui título executivo extrajudicial. Precedentes. 
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 (AgRg no REsp 1255636/RS, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 01/12/2015, DJe 
07/12/2015) 
 
Contrato de abertura de crédito rotativo. Não constituição de título executivo. Aplicação da súmuma 233 do STJ. 
DIREITO CIVIL. EXECUÇÃO FUNDADA EM CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO VINCULADO A NOTA PROMISSÓRIA E 
ESCRITURA DE HIPOTECA. CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO CONCRETO QUE NÃO CONFIRMAM A ILIQUIDEZ DO TÍTULO. 
EXTINÇÃO DO PROCESSO EXECUTIVO. 
1. Emerge no tráfego comercial, como espécie de contrato de abertura de crédito, o chamado crédito documentado, 
ou crédito documentário, consistente no ajuste, geralmente, entre o comprador de mercadoria e instituição 
financeira, para que esta libere o crédito ao vendedor da mercadoria, mediante apresentação dos documentos 
exigidos. 
Contrato caracterizado pela triangularização de transações entre comprador, vendedor e instituição financeira, com 
liberação do crédito condicionada à apresentação da documentação da venda, comumente chamado de vendor. 
2. Aplica-se, no caso, a Súmula n. 233/STJ: "O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da 
conta-corrente, não é título executivo". 
3. A juntada de nota promissória garantidora não torna líquida a dívida cobrada, uma vez que "[a] nota promissória 
vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia em razão da iliquidez do título que a originou" 
(Súmula n. 258/STJ). 
4. No caso, a escritura de hipoteca também não confere liquidez à execução. Não se concebe como um contrato de 
abertura de crédito no valor máximo de R$ 285.643,00, acompanhado de nota promissória no mesmo valor e de 
escritura de hipoteca sem valor certo garantido, possa conferir liquidez e certeza a execução de R$ 434.042,36. 
5. Incabível a execução de hipoteca garantidora de dívidas futuras, como no caso concreto, em que a garantia não 
estava limitada e nem vinculada a um contrato específico, mas a quaisquer débidos, "sem qualquer limitação, 
provenientes ou não de financiamentos diversos e/ou vendas financiadas". A previsão legal de hipoteca de dívida 
futura é novidade legislativa trazida somente pelo Código Civil de 2002, que passou a prever no seu art. 1.487 que a 
"hipoteca pode ser constituída para garantia de dívida futura ou condicionada, desde que determinado o valor 
máximo do crédito a ser garantido". [...] 
(REsp 1022034/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 12/03/2013, DJe 18/04/2013) 
 
Sociedade empresária que contrata com factoring não é consumidora. Empresa de factoring não é instituição 
financeira. 
CONTRATO DE FACTORING. RECURSO ESPECIAL. CARACTERIZAÇÃO DO ESCRITÓRIO DE FACTORING COMO 
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. DESCABIMENTO. APLICAÇÃO DE DISPOSITIVOS DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 
À AVENÇA MERCANTIL, AO FUNDAMENTO DE SE TRATAR DE RELAÇÃO DE CONSUMO. INVIABILIDADE. 
1. As empresas de factoring não são instituições financeiras, visto que suas atividades regulares de fomento 
mercantil não se amoldam ao conceito legal, tampouco efetuam operação de mútuo ou captação de recursos de 
terceiros. Precedentes. 
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2. "A relação de consumo existe apenas no caso em que uma das partes pode ser considerada destinatária final do 
produto ou serviço. Na hipótese em que produto ou serviço são utilizados na cadeia produtiva, e não há considerável 
desproporção entre o porte econômico das partes contratantes, o adquirente não pode ser considerado consumidor 
e não se aplica o CDC, devendo eventuais conflitos serem resolvidos com outras regras do Direito das Obrigações". 
(REsp 836.823/PR, Rel. Min. SIDNEI BENETI, Terceira Turma, DJ de 23.8.2010). 
3. Com efeito, no caso em julgamento, verifica-se que a ora recorrida não é destinatária final, tampouco se insere em 
situação de vulnerabilidade, porquanto não se apresenta como sujeito mais fraco, com necessidade de proteção 
estatal, mas como sociedade empresária que, por meio da pactuação livremente firmada com a recorrida, obtém 
capital de giro para operação de sua atividade empresarial, não havendo, no caso, relação de consumo. 
4. Recurso especial não provido. 
(REsp 938.979/DF, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 19/06/2012, DJe 29/06/2012) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Societário 
Supremo Tribunal Federal 
 
Súmula 260 do STF 
O exame de livros comerciais, em ação judicial, fica limitado às transações entre os litigantes. 
 
Súmula 265 do STF 
Na apuração de haveres não prevalece o balanço não aprovado pelo sócio falecido, excluído ou que se retirou. 
 
Súmula 390 do STF 
A exibição judicial de livros comerciais pode ser requerida como medida preventiva. 
 
Súmula 439 do STF 
Estão sujeitos à fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais, limitado o exame aos pontos 
objeto da investigação. 
 
Superior Tribunal de Justiça 
 
Súmula 389 do STJ 
A comprovação do pagamento do “custo do serviço” referente ao fornecimento de certidão de assentamentos 
constantes dos livros da companhia é requisito de procedibilidade da ação de exibição de documentos ajuizada em 
face da sociedade anônima. 
 
Quórum para exclusão judicial do sócio majoritário não inclui as suas quotas. 
RECURSO ESPECIAL. DIREITO SOCIETÁRIO. AÇÃO DE DISSOLUÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO 
JURISDICIONAL. NÃO OCORRÊNCIA. CERCEAMENTO DE DEFESA. INEXISTÊNCIA. SÓCIO MAJORITÁRIO. PRÁTICA DE 
FALTA GRAVE. EXCLUSÃO. ART. 1.030 DO CÓDIGO CIVIL DE 2002. SÓCIOS MINORITÁRIOS. INICIATIVA. 
POSSIBILIDADE. 
1. Controvérsialimitada a definir se é possível a exclusão judicial de sócio majoritário de sociedade limitada por falta 
grave no cumprimento de suas obrigações, mediante iniciativa da maioria dos demais sócios. 
2. Nos termos do Enunciado nº 216/CJF, aprovado na III Jornada de Direito Civil, o quórum de deliberação previsto 
no art. 1.030 do Código Civil de 2002 é de maioria absoluta do capital representado pelas quotas dos demais sócios. 
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3. Na apuração da maioria absoluta do capital social para fins de exclusão judicial de sócio de sociedade limitada, 
consideram-se apenas as quotas dos demais sócios, excluídas aquelas pertencentes ao sócio que se pretende excluir, 
não incidindo a condicionante prevista no art. 1.085 do Código Civil de 2002, somente aplicável na hipótese de 
exclusão extrajudicial de sócio por deliberação da maioria representativa de mais da metade do capital social, 
mediante alteração do contrato social. [...] 
(REsp 1653421/MG, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 10/10/2017, DJe 
13/11/2017) 
 
Sociedade anônima. “Valor justo de mercado”. Cálculo do valor de reembolso das ações do acionista dissidente. 
RECURSO ESPECIAL. DIREITO EMPRESARIAL. DIREITO SOCIETÁRIO. SOCIEDADE ANÔNIMA DE CAPITAL FECHADO. 
INCORPORAÇÃO DE COMPANHIA CONTROLADA. DIREITO DE RETIRADA. EXERCÍCIO. SÓCIO MINORITÁRIO 
DISSIDENTE. REEMBOLSO. VALOR DAS AÇÕES. CRITÉRIO DE CÁLCULO. VALOR DE PATRIMÔNIO LÍQUIDO CONTÁBIL. 
VALOR JUSTO DE MERCADO. 
1. Na origem, trata-se de ação proposta por acionistas minoritários que controvertem o valor pago a título de 
reembolso pelo exercício do direito de retirada tendo em vista a incorporação da companhia controlada. 
2. Segundo o artigo 45 da Lei nº 6.404/1976, o critério a ser utilizado no cálculo do valor das ações a ser pago a título 
de reembolso aos acionistas dissidentes pode ou não estar previsto no estatuto da sociedade. 
3. Para a doutrina, na omissão do estatuto, o montante a ser pago a título de reembolso, a princípio, é o valor de 
patrimônio líquido constante do último balanço aprovado em assembleia geral, visto representar um piso, um 
mínimo a ser observado, somente podendo ser a ele inferior se estipulado no estatuto o cálculo com base no valor 
econômico da companhia. 
4. O legislador, ao eleger um critério para fixar um patamar mínimo de valor de reembolso, por certo não 
desconsiderou a existência de situações em que esse critério mínimo se mostre inadequado para fins de aferição do 
valor das ações e seja imperiosa a eleição de critério distinto, mais vantajoso, sob pena de aviltar os direitos dos 
acionistas minoritários. 
5. No caso dos autos, as instâncias de cognição plena, atentas às peculiaridades da causa estampadas na prova dos 
autos, concluíram que o valor calculado com base no patrimônio líquido contábil não refletia o valor real das ações e 
era irrisório se comparado com o valor de troca calculado com base no valor justo de mercado. 
6. O Tribunal de origem, ao acolher o valor justo de mercado como critério a ser utilizado para pagamento do valor 
de reembolso das ações do acionista dissidente retirante por ocasião da incorporação da companhia controlada em 
detrimento do patrimônio líquido contábil não infringiu o disposto no artigo 45, § 1º, da Lei nº 6.404/1976. [...] 
(REsp 1572648/RJ, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 12/09/2017, DJe 
20/09/2017) 
 
Herdeiro necessário não possui legitimidade para ação de dissolução parcial de sociedade, salvo em defesa de 
interesse do espólio. 
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE DISSOLUÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE. APURAÇÃO DE HAVERES. COERDEIRO 
NECESSÁRIO. DEFESA DE INTERESSE PRÓPRIO E INDIVIDUAL. ILEGITIMIDADE ATIVA. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 1. 
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É legitimado para propor ação de dissolução parcial de sociedade, para fins de apuração da quota social de sócio 
falecido, o espólio. 
2. A legitimidade ativa, em decorrência do direito de saisine e do estado de indivisibilidade da herança, pode ser 
estendida aos coerdeiros, antes de efetivada a partilha. Essa ampliação excepcional da legitimidade, contudo, é 
ressalvada tão somente para a proteção do interesse do espólio. 
3. No caso dos autos, a ação foi proposta com intuito declarado de pretender para si, exclusivamente, as quotas 
pertencentes ao autor da herança, independentemente da propositura da correspondente ação de inventário ou de 
sua partilha. Desse modo, não detém o coerdeiro necessário a legitimidade ativa para propor a presente ação. [...] 
(REsp 1645672/SP, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 22/08/2017, DJe 
29/08/2017) 
 
Sociedade Limitada. Momento em que se considera dissolvida a sociedade empresária para fins de apuração de 
haveres. 
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADE. 1. VIOLAÇÃO DOS ARTS. 535 E 538 DO CPC/1973. 
INEXISTÊNCIA. INDICAÇÃO DE TEMA PARA PREQUESTIONAMENTO. AUSENTE. ENUNCIADO N. 98/STJ. 
INAPLICABILIDADE. 2. EXERCÍCIO DO DIREITO DE RETIRADA. DIREITO POTESTATIVO. NOTIFICAÇÃO PRÉVIA E 
ATENDIMENTO DE PRAZO LEGAL. ART. 1.029 DO CC. DATA-BASE PARA APURAÇÃO DE HAVERES. 3. PAGAMENTO DE 
HAVERES. JUROS DE MORA. TERMO INICIAL. PRAZO NONGESIMAL PARA PAGAMENTO. 1.031. 4. RECURSO ESPECIAL 
DA EMPRESA PARCIALMENTE PROVIDO. RECURSO ESPECIAL DA SÓCIA RETIRANTE IMPROVIDO. 
1. Ação de dissolução parcial de sociedade ajuizada por sócio retirante contra a sociedade limitada e os demais 
sócios, a fim de obter a apuração dos haveres devidos. 
2. Ausentes os vícios do art. 535 do CPC/1973, porque fundamentado de forma expressa e coerente, a rejeição dos 
embargos de declaração não implica em violação de dispositivo legal. 
3. Do mesmo modo, não há violação do art. 538 do CPC/1973 quando os embargos de declaração opostos não 
deduzem questão cujo prequestionamento se faria necessário, não se aplicando, por consequência, o afastamento 
da multa na forma do enunciado n. 98 da Súmula do STJ. 
2. O direito de retirada de sociedade constituída por tempo indeterminado, a partir do Código Civil de 2002, é direito 
potestativo que pode ser exercido mediante a simples notificação com antecedência mínima de sessenta dias (art. 
1.209), dispensando a propositura de ação de dissolução parcial para tal finalidade. 
3. Após o decurso do prazo, o contrato societário fica resolvido, de pleno direito, em relação ao sócio retirante, 
devendo serem apurados haveres e pagos os valores devidos na forma do art. 1.031 do CC, considerando-se, pois, 
termo final daquele prazo como a data-base para apuração dos haveres. 
4. Inexistindo acordo e propondo-se ação de dissolução parcial com fins de apuração de haveres, os juros de mora 
serão devidos após o transcurso do prazo nonagesimal contado desde a liquidação da quota devida (art. 1.031, § 2º, 
do CC). Precedentes. [...] 
(REsp 1602240/MG, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 06/12/2016, DJe 
15/12/2016) 
 
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Sociedade Limitada. Formação de quórum deliberativo necessário à exclusão de sócio minoritário. 
RECURSO ESPECIAL. DIREITO EMPRESARIAL. SOCIEDADE LIMITADA. EXCLUSÃO DE SÓCIO MINORITÁRIO. PRAZO 
DECADENCIAL DE TRÊS ANOS PARA ANULAÇÃO DA ASSEMBLEIA. DECISÃO DA MAIORIA DOS SÓCIOS, 
REPRESENTATIVA DE MAIS DE METADE DO CAPITAL SOCIAL. QUORUM DE DELIBERAÇÃO EM QUE NÃO PODE SER 
COMPUTADA A PARTICIPAÇÃO, NO CAPITAL SOCIAL, DO SÓCIO EXCLUENDO. 
1. O prazo decadencial para exercício do direito à anulação da deliberação de exclusão de sócio minoritário de 
sociedade limitada é de 3 anos, nos termos do art. 48 do Código Civil. 
2. Após sólida construçãodoutrinária e jurisprudencial que autorizava a exclusão de sócio minoritário, sempre tendo 
em mira o princípio da preservação da empresa e a manutenção de vínculo harmonioso entre os sócios, a matéria 
veio a ser regulada expressamente no novo Código Civil e, especialmente no que toca à sociedade limitada, 
regulamentada em seu art. 1.085. 
3. Do excerto, verifica-se a imposição de requisitos formais e materiais para expulsão extrajudicial de sócio 
minoritário: i) deliberação da maioria dos sócios, representativa de mais da metade do capital social; ii) colocação da 
sociedade em risco pela prática de atos de inegável gravidade; iii) previsão expressa no contrato social; e iv) 
cientificação do excluendo. 
4. Em regra, o direito de sócio participar nas deliberações sociais é proporcional à sua quota no capital social. Por 
outro lado, o § 2° do art. 1.074 do Código Civil veda expressamente, com fundamento no princípio da moralidade e 
do conflito de interesses, que sócio participe de votação de matéria que lhe diga respeito diretamente, como sói a 
exclusão de sócio, haja vista que atinge diretamente sua esfera pessoal e patrimonial. 
5. Nessa linha, para fins de quorum de deliberação, não pode ser computada a participação no capital social do sócio 
excluendo, devendo a apuração se lastrear em 100% do capital restante, isto é, daqueles legitimados a votar. 
6. Na hipótese, a exclusão foi aprovada por unanimidade, mas, apesar de reconhecer isso, o Tribunal de origem 
entendeu pela ilegalidade da deliberação ao fundamento de que os sócios votantes eram detentores do percentual 
de 79,58% do capital social, inferior aos 85% exigidos pelo contrato social. [...] 
(REsp 1459190/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 15/12/2015, DJe 01/02/2016) 
 
Apuração de haveres do sócio retirante. Critérios. Consenso necessário. Balanço de determinação. 
DIREITO EMPRESARIAL. DISSOLUÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE POR QUOTAS DE RESPONSABILIDADE LIMITADA. SÓCIO 
DISSIDENTE. CRITÉRIOS PARA APURAÇÃO DE HAVERES. BALANÇO DE DETERMINAÇÃO. FLUXO DE CAIXA. 
1. Na dissolução parcial de sociedade por quotas de responsabilidade limitada, o critério previsto no contrato social 
para a apuração dos haveres do sócio retirante somente prevalecerá se houver consenso entre as partes quanto ao 
resultado alcançado. 
2. Em caso de dissenso, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça está consolidada no sentido de que o 
balanço de determinação é o critério que melhor reflete o valor patrimonial da empresa. 
3. O fluxo de caixa descontado, por representar a metodologia que melhor revela a situação econômica e a 
capacidade de geração de riqueza de uma empresa, pode ser aplicado juntamente com o balanço de determinação 
na apuração de haveres do sócio dissidente. 
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(REsp 1335619/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, Rel. p/ Acórdão Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA 
TURMA, julgado em 03/03/2015, DJe 27/03/2015) 
 
Debêntures. Prazo prescricional de cobrança. 
Informativo 526 do STF 
Prescreve em cinco anos a pretensão de cobrança de valores relativos a debêntures. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1316256-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 18/6/2013 
 
Responsabilidade da sociedade incorporadora. Extinção da personalidade jurídica da incorporada. 
RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C DO CPC. BRASIL TELECOM. INCORPORAÇÃO DA 
TELESC. EXTINÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA DA INCORPORADA. DIREITOS E OBRIGAÇÕES TRANSMITIDOS À 
INCORPORADORA. BRASIL TELECOM TORNOU-SE SUBSTITUTA, POR INCORPORAÇÃO, DA TELESC. LEGITIMIDADE 
PASSIVA RECONHECIDA. CONSOLIDAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA SOBRE A COMPLEMENTAÇÃO DE AÇÕES DECORRENTE 
DE CONTRATO DE PARTICIPAÇÃO FINANCEIRA. 
1. Para fins do art. 543-C do CPC: 1.1. A sucessão, por incorporação, de empresas, determina a extinção da 
personalidade jurídica da incorporada, com a transmissão de seus direitos e obrigações à incorporadora. 
1.2. Legitimidade passiva da Brasil Telecom S/A para responder pelos atos praticados pela Telesc, quanto a credores 
cujo título não tiver sido constituído até o ato de incorporação, independentemente de se referir a obrigações 
anteriores, ante a sucessão empresarial. 
2. Situação análoga à apreciada pela Segunda Seção desta Corte no julgamento de recurso repetitivo atinente à 
sucessão da Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT) pela Brasil Telecom (REsp. 1.034.255/RS, Rel. 
Ministro Luis Felipe Salomão, 2ª Seção, j. 28/04/2010, DJe 11/05/2010). [...] 
(REsp 1322624/SC, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 12/06/2013, DJe 
25/06/2013) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Falência e Recuperação Judicial 
 
Supremo Tribunal Federal 
 
Súmula 495 do STF 
A restituição em dinheiro da coisa vendida a crédito, entregue nos quinze dias anteriores ao pedido de falência ou de 
concordata, cabe, quando, ainda que consumida ou transformada, não faça o devedor prova de haver sido alienada a 
terceiro. 
 
Superior Tribunal de Justiça 
 
Súmula 29 do STJ 
No pagamento em juízo para elidir falência, são devidos correção monetária, juros e honorários de advogado. 
 
Súmula 36 do STJ 
A correção monetária integra o valor da restituição, em caso de adiantamento de câmbio, requerida em concordata 
ou falência. 
 
Súmula 248, STJ 
Comprovada a prestação dos serviços, a duplicata não aceita, mas protestada, é título hábil para instruir pedido de 
falência. 
 
Súmula 307 do STJ 
A restituição de adiantamento de contrato de câmbio, na falência, deve ser atendida antes de qualquer crédito. 
 
Súmula 361 do STJ 
A notificação do protesto, para requerimento de falência da empresa devedora, exige a identificação da pessoa que a 
recebeu. 
 
Súmula 480 do STJ 
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O juízo da recuperação judicial não é competente para decidir sobre a constrição de bens não abrangidos pelo plano 
de recuperação da empresa. 
Súmula 581 do STJ 
A recuperação judicial do devedor principal não impede o prosseguimento das ações e execuções ajuizadas contra 
terceiros devedores solidários ou coobrigados em geral, por garantia cambial, real ou fidejussória. 
 
Recuperação Judicial. A habilitação de crédito deverá limitar a incidência de juros de mora e correção monetária 
até a data do pedido de recuperação judicial mesmo que a sentença diga de forma diversa. 
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. RECUPERAÇÃO JUDICIAL. HABILITAÇÃO DE CRÉDITO. ATUALIZAÇÃO. 
TRATAMENTO IGUALITÁRIO. NOVAÇÃO. JUROS E CORREÇÃO. DATA DO PEDIDO DA RECUPERAÇÃO. 
1. Ação de recuperação judicial da qual foi extraído o recurso especial, interposto em 21/08/2014 e atribuído ao 
gabinete em 25/08/2016. Julgamento: CPC/73 2. O propósito recursal é decidir se há violação da coisa julgada na 
decisão de habilitação de crédito que limita a incidência de juros de mora e correção monetária, delineados em 
sentença condenatória por reparação civil, até a data do pedido de recuperação judicial. 
3. Em habilitação de créditos, aceitar a incidência de juros de mora e correção monetária em data posterior ao 
pedido da recuperação judicial implica negativa de vigência ao art. 9º, II, da LRF. 
4. O plano de recuperação judicial implica novação dos créditos anteriores ao pedido, e obriga o devedor e todos os 
credores a ele sujeitos. Assim, todos os créditos devem ser atualizados até a data do pedido de recuperação judicial, 
sem que isso represente violação da coisa julgada, pois a execução seguirá as condições pactuadas na novação e não 
na obrigação extinta, sempre respeitando-se o tratamento igualitário entre os credores.[...] 
(REsp 1662793/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 08/08/2017, DJe 14/08/2017) 
 
O fato de a empresa se encontrar em recuperação judicial não obsta a homologação de sentença arbitral 
estrangeira. 
HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA. NATUREZA CONSTITUTIVA. RECUPERAÇÃO JUDICIAL. INEXISTÊNCIA 
DE INCOMPATIBILIDADE. NÃO INCIDÊNCIA DO ART. 6º DA LEI 11.101/2005. PRESSUPOSTOS FORMAIS PREENCHIDOS. 
HOMOLOGAÇÃO DEFERIDA. 
1. A sentença arbitral estrangeira, proferida pela autoridade competente, transitou em julgado, está autenticada 
pelo cônsul brasileiro e traduzida por tradutor juramentado no Brasil. A convenção de arbitragem também conta 
com a chancela consular e está devidamente traduzida. Ademais, a sentença arbitral estrangeira não ofende a 
soberania nacional, a dignidade da pessoa humana e/ou a ordem pública. Pressupostos formais preenchidos. 
2. O processo de homologação de sentença estrangeira tem natureza constitutiva, destinando-se a viabilizar a 
eficácia jurídica de provimento jurisdicional alienígena no território nacional, de modo que tal decisão possa vir a ser 
aqui executada. É, portanto, um pressuposto lógico da execução da decisão estrangeira, não se confundindo, por 
óbvio, com o próprio feito executivo, o qual será instalado posteriormente - se for o caso -, e em conformidade com 
a legislação pátria, na hipótese aplicando-se a Lei n. 11.101/2005, tendo em vista que a requerida se encontra em 
recuperação judicial. 
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3. Por conseguinte, não há falar na incidência do art. 6º, § 4º, da Lei de Quebras como óbice à homologação da 
sentença arbitral, uma vez que se está em fase antecedente à execução, apenas emprestando eficácia jurídica ao 
provimento homologando. 
4. Homologação da sentença arbitral estrangeira deferida. 
(SEC 14.408/EX, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, CORTE ESPECIAL, julgado em 21/06/2017, DJe 31/08/2017) 
 
Falência. A extinção das obrigações do falido não aproveita os codevedores. 
RECURSO ESPECIAL. DIREITO EMPRESARIAL E CIVIL. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. FALÊNCIA DA DEVEDORA 
PRINCIPAL. EXTINÇÃO DA OBRIGAÇÃO PELO DECURSO DO PRAZO DE CINCO ANOS. ART. 135, III, DA ANTIGA LEI DE 
QUEBRAS. EXTENSÃO DO BENEFÍCIO AO AVALISTA E DEVEDOR SOLIDÁRIO. DESCABIMENTO. EXCEÇÃO QUE 
APROVEITA APENAS AO FALIDO. APELO NÃO PROVIDO. 
1. A extinção das obrigações do falido em decorrência da aplicação do art. 135, III, do Decreto-Lei nº 7.661/1945 
(antiga Lei de Quebras), não extingue nem impede o prosseguimento de execução ajuizada contra avalista e devedor 
solidário. 
2. Recurso especial não provido. 
(REsp 1104632/PR, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 20/04/2017, DJe 01/06/2017) 
 
Falência. Autor do pedido de falência não precisa provar insolvência patrimonial do devedor. 
RECURSO ESPECIAL. DIREITO FALIMENTAR E PROCESSUAL CIVIL. PEDIDO DE FALÊNCIA. IMPONTUALIDADE DO 
DEVEDOR. INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL. UTILIZAÇÃO DO PROCESSO FALIMENTAR COM FINALIDADE DE 
COBRANÇA. NÃO OCORRÊNCIA. DÍVIDA DE VALOR CONSIDERÁVEL. DESNECESSIDADE DE APRESENTAÇÃO DE 
INDÍCIOS DE INSOLVÊNCIA DA DEVEDORA. PRECEDENTE ESPECÍFICO DO STJ. 
1. Controvérsia acerca do indeferimento da petição inicial de um pedido de falência instruído com título executivo 
extrajudicial de valor superior a um milhão de reais. 
2. Aplicação do disposto no art. 94, I, da Lei 11.101/2005, autorizando a decretação da falência do devedor que, 
"sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos 
executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de 
falência". 
3. Doutrina e jurisprudência desta Corte no sentido de não ser exigível do autor do pedido de falência a apresentação 
de indícios da insolvência ou da insuficiência patrimonial do devedor. 
4. Não caracterização no caso de exercício abusivo do direito de requerer a falência pelo devedor. 
5. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 
(REsp 1532154/SC, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 18/10/2016, DJe 
03/02/2017) 
 
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Retificação do quadro geral de credores após homologação do plano de recuperação judicial. 
RECURSO ESPECIAL. RECUPERAÇÃO JUDICIAL. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. NÃO OCORRÊNCIA. 
PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. SÚMULA Nº 211/ STJ. IMPUGNAÇÃO JUDICIAL. VALOR DO CRÉDITO. 
PROCEDÊNCIA. PEDIDO DE RETIFICAÇÃO DO QUADRO GERAL DE CREDORES APÓS A HOMOLOGAÇÃO DO PLANO DE 
RECUPERAÇÃO JUDICIAL. POSSIBILIDADE. 
1. Na origem, cuida-se de pedido de retificação do quadro geral de credores em virtude de decisão que julgou 
procedente a impugnação judicial contra a relação de credores no tocante ao valor do crédito. 
2. Cinge-se a controvérsia a saber se é possível a retificação do quadro geral de credores após a homologação do 
Plano de Recuperação Judicial. 
3. As questões passíveis de serem objeto de impugnação judicial contra a relação de credores, previstas no art. 8º da 
Lei nº 11.101/2005 (ausência, legitimidade, importância ou classificação de crédito), somente se estabilizam ou, na 
expressão da lei, consolidam-se após o julgamento do citado instrumento processual (art. 18 da Lei nº 11. 101/2005), 
de modo que se admite a retificação do quadro geral de credores em tais hipóteses, mesmo após a aprovação do 
plano de recuperação judicial. 
4. Recurso especial parcialmente conhecido e não provido. 
(REsp 1371427/RJ, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 06/08/2015, DJe 
24/08/2015) 
 
Extinção das execuções individuais propostas contra devedor em recuperação judicial. 
DIREITO EMPRESARIAL. RECUPERAÇÃO JUDICIAL. APROVAÇÃO DO PLANO. NOVAÇÃO. EXECUÇÕES INDIVIDUAIS 
AJUIZADAS CONTRA A RECUPERANDA. EXTINÇÃO. 
1. A novação resultante da concessão da recuperação judicial após aprovado o plano em assembleia é sui generis, e 
as execuções individuais ajuizadas contra a própria devedora devem ser extintas, e não apenas suspensas. 
2. Isso porque, caso haja inadimplemento da obrigação assumida por ocasião da aprovação do plano, abrem-se três 
possibilidades: (a) se o inadimplemento ocorrer durante os 2 (dois) anos a que se refere o caput do art. 61 da Lei n. 
11.101/2005, o juiz deve convolar a recuperação em falência; (b) se o descumprimento ocorrer depois de escoado o 
prazo de 2 (dois) anos, qualquer credor poderá pedir a execução específica assumida no plano de recuperação; ou (c) 
requerer a falência com base no art. 94 da Lei. 
3. Com efeito, não há possibilidade de a execução individual de crédito constante no plano de recuperação - antes 
suspensa - prosseguir no juízo comum, mesmo que haja inadimplemento posterior, porquanto, nessa hipótese, se 
executa a obrigação específica constante no novo título judicial ou a falência é decretada, caso em que o credor, 
igualmente, deverá habilitar seu crédito no juízo universal. 
4. Recurso especial provido. 
(REsp 1272697/DF, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 02/06/2015, DJe 18/06/2015) 
 
Recuperação judicial. Despesas surgidas após o deferimento do processamento. Não sujeição ao plano de 
recuperação. 
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DIREITO EMPRESARIAL. RECUPERAÇÃO JUDICIAL. CRÉDITO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS POSTERIOR AO PEDIDO. 
NÃO SUJEIÇÃO AO PLANO DE RECUPERAÇÃO E A SEUS EFEITOS. PROSSEGUIMENTO DA EXECUÇÃO NO JUÍZO 
COMUM. RESSALVA QUANTO A ATOS DE ALIENAÇÃO OU CONSTRIÇÃO PATRIMONIAL. COMPETÊNCIA DO JUÍZO 
UNIVERSAL. PRINCÍPIO DA PRESERVAÇÃO DA EMPRESA. 
1. Os créditos constituídos depois de ter o devedor ingressado com o pedidode recuperação judicial estão excluídos 
do plano e de seus efeitos (art. 49, caput, da Lei n. 11.101/2005). Isso porque, "se assim não fosse, o devedor não 
conseguiria mais acesso nenhum a crédito comercial ou bancário, inviabilizando-se o objetivo da recuperação" 
(COELHO, Fábio Ulhoa. Comentários à lei de falências e de recuperação de empresas. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2011, 
p. 191). 
2. Nesse diapasão, devem-se privilegiar os trabalhadores e os investidores que, durante a crise econômico-
financeira, assumiram os riscos e proveram a recuperanda, viabilizando a continuidade de sua atividade empresarial, 
sempre tendo em mente que a notícia da crise acarreta inadvertidamente a retração do mercado para a sociedade 
em declínio. [...] 
(REsp 1298670/MS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 21/05/2015, DJe 26/06/2015) 
 
Falência. Impontualidade injustificada do devedor (art. 94, I, da Lei 11.101/2005). Não há abusividade, mesmo que 
a devedora tenha capacidade econômica. 
DIREITO EMPRESARIAL. FALÊNCIA. IMPONTUALIDADE INJUSTIFICADA. ART. 94, INCISO I, DA LEI N. 11.101/2005. 
INSOLVÊNCIA ECONÔMICA. DEMONSTRAÇÃO. DESNECESSIDADE. PARÂMETRO: INSOLVÊNCIA JURÍDICA. DEPÓSITO 
ELISIVO. EXTINÇÃO DO FEITO. DESCABIMENTO. ATALHAMENTO DAS VIAS ORDINÁRIAS PELO PROCESSO DE 
FALÊNCIA. NÃO OCORRÊNCIA. 
1. Os dois sistemas de execução por concurso universal existentes no direito pátrio - insolvência civil e falência -, 
entre outras diferenças, distanciam-se um do outro no tocante à concepção do que seja estado de insolvência, 
necessário em ambos. O sistema falimentar, ao contrário da insolvência civil (art. 748 do CPC), não tem alicerce na 
insolvência econômica. 
2. O pressuposto para a instauração de processo de falência é a insolvência jurídica, que é caracterizada a partir de 
situações objetivamente apontadas pelo ordenamento jurídico. No caso do direito brasileiro, caracteriza a 
insolvência jurídica, nos termos do art. 94 da Lei n. 11.101/2005, a impontualidade injustificada (inciso I), execução 
frustrada (inciso II) e a prática de atos de falência (inciso III). [...] 
5. No sistema inaugurado pela Lei n. 11.101/2005, os pedidos de falência por impontualidade de dívidas aquém do 
piso de 40 (quarenta) salários mínimos são legalmente considerados abusivos, e a própria lei encarrega-se de 
embaraçar o atalhamento processual, pois elevou tal requisito à condição de procedibilidade da falência (art. 94, 
inciso I). Porém, superando-se esse valor, a ponderação legal já foi realizada segundo a ótica e prudência do 
legislador. 
6. Assim, tendo o pedido de falência sido aparelhado em impontualidade injustificada de títulos que superam o piso 
previsto na lei (art. 94, I, Lei n. 11.101/2005), por absoluta presunção legal, fica afastada a alegação de atalhamento 
do processo de execução/cobrança pela via falimentar. Não cabe ao Judiciário, nesses casos, obstar pedidos de 
falência que observaram os critérios estabelecidos pela lei, a partir dos quais o legislador separou as situações já de 
longa data conhecidas, de uso controlado e abusivo da via falimentar. [...] 
(REsp 1433652/RJ, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 18/09/2014, DJe 29/10/2014) 
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Recuperação judicial. Observados os requisitos legais, o juiz deve homologar o plano. Controle de legalidade. 
Vedação ao controle de viabilidade econômica. 
DIREITO EMPRESARIAL. PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL. APROVAÇÃO EM ASSEMBLEIA. CONTROLE DE 
LEGALIDADE. VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA. CONTROLE JUDICIAL. IMPOSSIBILIDADE. 
1. Cumpridas as exigências legais, o juiz deve conceder a recuperação judicial do devedor cujo plano tenha sido 
aprovado em assembleia (art. 58, caput, da Lei n. 11.101/2005), não lhe sendo dado se imiscuir no aspecto da 
viabilidade econômica da empresa, uma vez que tal questão é de exclusiva apreciação assemblear. 
2. O magistrado deve exercer o controle de legalidade do plano de recuperação - no que se insere o repúdio à fraude 
e ao abuso de direito -, mas não o controle de sua viabilidade econômica. Nesse sentido, Enunciados n. 44 e 46 da I 
Jornada de Direito Comercial CJF/STJ. 
3. Recurso especial não provido. 
(REsp 1359311/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 09/09/2014, DJe 30/09/2014) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Propriedade Industrial 
 
Superior Tribunal de Justiça 
 
Trade Dress. Concorrência desleal. Nulidade de registro de marca. 
RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. CONCORRÊNCIA DESLEAL. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA 
ESTADUAL. TRADE DRESS. CONJUNTO-IMAGEM. ELEMENTOS DISTINTIVOS. PROTEÇÃO LEGAL CONFERIDA PELA 
TEORIA DA CONCORRÊNCIA DESLEAL. REGISTRO DE MARCA. TEMA DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL, DE ATRIBUIÇÃO 
ADMINISTRATIVA DE AUTARQUIA FEDERAL. DETERMINAÇÃO DE ABSTENÇÃO, POR PARTE DO PRÓPRIO TITULAR, DO 
USO DE SUA MARCA REGISTRADA. CONSECTÁRIO LÓGICO DA INFIRMAÇÃO DA HIGIDEZ DO ATO ADMINISTRATIVO. 
COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA JUSTIÇA FEDERAL. 
1. A tese a ser firmada, para efeito do art. 1.036 do CPC/2015 (art. 543-C do CPC/1973), é a seguinte: As questões 
acerca do trade dress (conjunto-imagem) dos produtos, concorrência desleal e outras demandas afins, por não 
envolver registro no INPI e cuidando de ação judicial entre particulares, é inequivocamente de competência da 
justiça estadual, já que não afeta interesse institucional da autarquia federal. No entanto, compete à Justiça Federal, 
em ação de nulidade de registro de marca, com a participação do INPI, impor ao titular a abstenção do uso, inclusive 
no tocante à tutela provisória. 
2. No caso concreto, dá-se parcial provimento ao recurso interposto por SS Industrial S.A. e SS Comércio de 
Cosméticos e Produtos de Higiene Pessoal Ltda., remetendo à Quarta Turma do STJ, para prosseguir-se no 
julgamento do recurso manejado por Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. e Natura Cosméticos S.A. 
(REsp 1527232/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 13/12/2017, DJe 05/02/2018) 
 
Uso indevido de marca. Dano moral in re ipsa. Possibilidade de dano material. 
RECURSO ESPECIAL. PROPRIEDADE INDUSTRIAL. USO INDEVIDO DE MARCA DE EMPRESA. SEMELHANÇA DE FORMA. 
DANO MATERIAL. OCORRÊNCIA. PRESUNÇÃO. DANO MORAL. AFERIÇÃO. IN RE IPSA. DECORRENTE DO PRÓPRIO ATO 
ILÍCITO. INDENIZAÇÃO DEVIDA. RECURSO PROVIDO. 
1. A marca é qualquer sinal distintivo (tais como palavra, letra, numeral, figura), ou combinação de sinais, capaz de 
identificar bens ou serviços de um fornecedor, distinguindo-os de outros idênticos, semelhantes ou afins de origem 
diversa. Trata-se de bem imaterial, muitas vezes o ativo mais valioso da empresa, cuja proteção consiste em garantir 
a seu titular o privilégio de uso ou exploração, sendo regido, entre outros, pelos princípios constitucionais de defesa 
do consumidor e de repressão à concorrência desleal. 
2. Nos dias atuais, a marca não tem apenas a finalidade de assegurar direitos ou interesses meramente individuais do 
seu titular, mas objetiva, acima de tudo, proteger os adquirentes de produtos ou serviços, conferindo-lhes subsídios 
para aferir a origem e a qualidade do produto ou serviço, tendo por escopo, ainda, evitar o desvio ilegal de clientela 
e a prática do proveito econômico parasitário. 
3. A lei e a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça reconhecem a existência de dano material no caso de uso 
indevido da marca, uma vez que a própria violação do direito revela-se capaz de gerar lesão à atividade empresarial 
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do titular, como, por exemplo, no desviode clientela e na confusão entre as empresas, acarretando inexorável 
prejuízo que deverá ter o seu quantum debeatur, no presente caso, apurado em liquidação por artigos. 
4. Por sua natureza de bem imaterial, é ínsito que haja prejuízo moral à pessoa jurídica quando se constata o uso 
indevido da marca. 
A reputação, a credibilidade e a imagem da empresa acabam atingidas perante todo o mercado (clientes, 
fornecedores, sócios, acionistas e comunidade em geral), além de haver o comprometimento do prestígio e da 
qualidade dos produtos ou serviços ofertados, caracterizando evidente menoscabo de seus direitos, bens e 
interesses extrapatrimoniais. 5. O dano moral por uso indevido da marca é aferível in re ipsa, ou seja, sua 
configuração decorre da mera comprovação da prática de conduta ilícita, revelando-se despicienda a demonstração 
de prejuízos concretos ou a comprovação probatória do efetivo abalo moral. 
6. Utilizando-se do critério bifásico adotado pelas Turmas integrantes da Segunda Seção do STJ, considerado o 
interesse jurídico lesado e a gravidade do fato em si, o valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), a título de 
indenização por danos morais, mostra-se razoável no presente caso. 
7. Recurso especial provido. 
(REsp 1327773/MG, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 28/11/2017, DJe 15/02/2018) 
 
Trade dress. Violação. Prova pericial. Indeferimento de prova técnica configura cerceamento do direito de ampla 
defesa. 
PROPRIEDADE INDUSTRIAL. RECURSO ESPECIAL. CONJUNTO-IMAGEM (TRADE DRESS). COMERCIALIZAÇÃO DE 
PRODUTO AFIM. EMBALAGENS ASSEMELHADAS. CONCORRÊNCIA DESLEAL. ART. 209 DA LEI N. 9.279/1996 (LPI). 
PERÍCIA TÉCNICA REQUERIDA. DISPENSA INJUSTIFICADA. CERCEAMENTO DE DEFESA CONFIGURADO. RECURSO 
ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO. 
1. O conjunto-imagem (trade dress) é a soma de elementos visuais e sensitivos que traduzem uma forma peculiar e 
suficientemente distintiva, vinculando-se à sua identidade visual, de apresentação do bem no mercado consumidor. 
2. Não se confunde com a patente, o desenho industrial ou a marca, apesar de poder ser constituído por elementos 
passíveis de registro, a exemplo da composição de embalagens por marca e desenho industrial. 
3. Embora não disciplinado na Lei n. 9.279/1996, o conjunto-imagem de bens e produtos é passível de proteção 
judicial quando a utilização de conjunto similar resulte em ato de concorrência desleal, em razão de confusão ou 
associação com bens e produtos concorrentes (art. 209 da LPI). 
4. No entanto, por não ser sujeito a registro - ato atributivo do direito de exploração exclusiva - sua proteção não 
pode servir para ampliar direito que seria devido mediante registro, de modo que não será suficiente o confronto de 
marca a marca para caracterizar a similaridade notória e presumir o risco de confusão. 
5. A confusão que caracteriza concorrência desleal é questão fática, sujeita a exame técnico, a fim de averiguar o 
mercado em que inserido o bem e serviço e o resultado da entrada de novo produto na competição, de modo a se 
alcançar a imprevisibilidade da conduta anticompetitiva aos olhos do mercado. 
6. O indeferimento de prova técnica, para utilizar-se de máximas da experiência como substitutivo de prova, é 
conduta que cerceia o direito de ampla defesa das partes. 
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7. Recurso especial conhecido e provido. 
(REsp 1353451/MG, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 19/09/2017, DJe 
28/09/2017) 
 
Marcas fracas ou evocativas. Mitigação de exclusividade em relação a terceiros de boa-fé. 
COMERCIAL. PROPRIEDADE INDUSTRIAL. MARCA EVOCATIVA. REGISTRO NO INPI. EXCLUSIVIDADE. MITIGAÇÃO. 
POSSIBILIDADE. 
1. Marcas fracas ou evocativas, que constituem expressão de uso comum, de pouca originalidade, atraem a 
mitigação da regra de exclusividade decorrente do registro, admitindo-se a sua utilização por terceiros de boa-fé. 
2. O monopólio de um nome ou sinal genérico em benefício de um comerciante implicaria uma exclusividade 
inadmissível, a favorecer a detenção e o exercício do comércio de forma única, com prejuízo não apenas à 
concorrência empresarial - impedindo os demais industriais do ramo de divulgarem a fabricação de produtos 
semelhantes através de expressões de conhecimento comum, obrigando-os à busca de nomes alternativos estranhos 
ao domínio público - mas sobretudo ao mercado em geral, que teria dificuldades para identificar produtos similares 
aos do detentor da marca. 
3. A linha que divide as marcas genéricas - não sujeitas a registro - das evocativas é extremamente tênue, por vezes 
imperceptível, fruto da própria evolução ou desenvolvimento do produto ou serviço no mercado. Há expressões que, 
não obstante estejam diretamente associadas a um produto ou serviço, de início não estabelecem com este uma 
relação de identidade tão próxima ao ponto de serem empregadas pelo mercado consumidor como sinônimas. Com 
o transcorrer do tempo, porém, à medida em que se difunde no mercado, o produto ou serviço pode vir a 
estabelecer forte relação com a expressão, que passa a ser de uso comum, ocasionando sensível redução do seu 
caráter distintivo. Nesses casos, expressões que, a rigor, não deveriam ser admitidas como marca por força do óbice 
contido no art. 124, VI, da LPI, acabam sendo registradas pelo INPI, ficando sujeitas a terem sua exclusividade 
mitigada. 
4. Recurso especial a que se nega provimento. 
(REsp 1315621/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 04/06/2013, DJe 13/06/2013)

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