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A Revolução Industrial

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Atividade Diagnóstica 1 – História
A Revolução Industrial
Chamamos de Revolução Industrial o processo que levou à substituição das ferramentas pelas máquinas, da energia humana pela energia motriz e do modo de produção doméstico (ou artesanal) pelo sistema fabril.
O advento da produção em larga escala mecanizada deu início às transformações dos países da Europa e da América do Norte.
Estas nações se transformaram em predominantemente industriais e suas populações se concentraram cada vez mais nas cidades.
Desenvolveu-se primeiro na Inglaterra, nação que no século XVIII, já reunia as condições necessárias para isso.
A industrialização inglesa alterou de modo significativo a organização das sociedades. Houve um intenso processo de urbanização e a relação dos homens e das mulheres com a forma de produção foi alterada, determinando uma nova tendência política e econômica na Europa: o liberalismo.
Posteriormente, essa tendência se espalhou pelo mundo ocidental. As estruturas políticas absolutistas e mercantilistas, portanto, foram entendidas como algo que precisaria passar por transformações para que os Estados se ajustassem à nova realidade competitiva.
Entre as condições que possibilitaram que a Inglaterra fosse a pioneira nesse processo, podemos destacar:
- Liderança política da burguesia: 
O Parlamento era dominado pelos burgueses, que, por sua vez, estimulavam o Estado a investir no processo industrial. A chegada da burguesia ao poder e o fim do absolutismo permitiram que a Inglaterra se diferenciasse dos demais países da Europa. 
- Disponibilidade de matérias-primas: 
Os principais materiais da Revolução Industrial, nesse primeiro momento, foram o ferro e o carvão, minérios que a Inglaterra possuía em abundância. Além disso, como as primeiras indústrias a se desenvolverem foram as têxteis, o algodão, obtido principalmente das colônias inglesas, foi uma matéria-prima fundamental.
- Oferta de mão de obra: 
Os ingleses haviam organizado o chamado “cercamento dos campos”. Tal medida dificultou o acesso á terra, que a partir desse momento só podia ser adquirida pela compra, e então milhares de camponeses foram, aos poucos, deixando as áreas rurais em direção às cidades à procura de trabalho. Lá, tornavam-se mão de obra barata para as indústrias, pois estavam falidos e desesperados. Os trabalhadores das fábricas eram chamados de operários ou proletários, formando o grupo que vendia sua força de trabalho para a burguesia.
- Grande mercado consumidor: 
Além da vantagem de não haver concorrência, uma vez que era o único país que passava por uma revolução industrial no século XVIII, a Inglaterra dispunha de suas colônias, que, de acordo com o pacto colonial, eram obrigadas a comercializar (comprar e vender) exclusivamente com a metrópole. Além disso, o governo inglês evitava ao máximo vender na Inglaterra os tecidos produzidos em outros países. A Índia, uma importante colônia inglesa, já era muito famosa por produzir tecidos de boa qualidade e bastante apreciados no mercado europeu, contudo tais produtos não encontravam muito espaço na Inglaterra. Essa foi uma forma de proteger e incentivar a produção inglesa.
- Disponibilidade de capital: 
Em razão de atividades como a navegação, a pirataria e a exploração de colônias, a Inglaterra dispunha de excedente de capital.
O processo ocorrido na Inglaterra no final do século XVIII, por sua primazia e originalidade, ficou conhecido como Primeira Revolução Industrial, ou Revolução Industrial inglesa. 
Esse processo acarretou uma série de consequências negativas em termos culturais, sociais e econômicos. Alguns aspectos são merecedores de reflexão, como a intensa exploração dos trabalhadores, o uso da mão de obra infantil e feminina sem nenhuma regulamentação, o crescimento do desemprego e o aumento significativo da poluição ambiental.
Consequências da Revolução
A primeira grande transformação se deu graças ao surgimento de novas classes sociais. Afinal, antes da criação das indústrias, não havia os seus donos nem os trabalhadores industriais. Com a criação dessas indústrias, surgiram a burguesia industrial e os operários das fábricas. Os burgueses aumentavam seus lucros com o pagamento de remunerações muito abaixo do valor gerado pelo trabalho de seus empregados. Essa diferença entre o valor produzido pelo trabalho e a soma dos custos de produção e do pagamento da mão de obra chama-se mais-valia, quanto maior a exploração, maior o acúmulo de capital do burguês dono da fábrica e de seus equipamentos, os chamados meios de produção.
De fato, as máquinas aceleravam o processo produtivo, mas também impediam que o trabalhador participasse de todo o conjunto da produção. Com isso, cada vez mais ele tinha menos consciência do resultado final de seu trabalho. O trabalho tornava-se mais segmentado, fazendo do operário um especialista em determinadas etapas do processo produtivo. Contudo, isso tirava do operário o espírito de artesão, capaz de reconhecer cada etapa da produção e, assim, ter a real noção do valor final do produto e de seu trabalho.
Essa alienação crescente dos operários acerca do valor que eram capazes de produzir facilitava o pagamento de salários degradantes por parte dos donos de empresas.
Uma vez que não havia sistema de transporte público eficiente dedicado às classes operárias, os trabalhadores procuravam morar em locais próximos às fábricas. Como a procura era enorme, o preço dessas casas tornou-se muito alto. Assim, as famílias de trabalhadores tinham de se contentar com lugares bem apertados, pois não podiam pagar por melhores moradias.
- Reações dos operários:
É claro que houve reações a tal exploração do operariado. A situação dos trabalhadores mostrava-se extrema, e mesmo tratando-se do primeiro contato deles com aquele tipo de trabalho, aos poucos surgiram respostas ao desrespeito e à exploração que ocorriam em excesso. Uma das primeiras formas de resistência operária foi o movimento chamado ludismo, que objetivava impor algum prejuízo aos donos das fábricas que preferiam as máquinas ao trabalho humano. A não aceitação das novas tecnologias tinha relação direta com o desemprego associado a elas. 
Ainda no início do século XIX, surgiram as primeiras trade unions, ou associações de trabalhadores. Com atuação bastante limitada, essas associações mostraram que os trabalhadores começavam a buscar novas maneiras de defender seus direitos por meio de práticas de ajuda mútua.
Outra manifestação operária que ganhou destaque no século XIX foi o cartismo, O movimento surgiu com a publicação da “Carta do Povo”, de 1836, um documento enviado por representantes das trade unions exigindo do Parlamento inglês uma série de reformas políticas que aumentariam a participação dos operários naquele país, como o sufrágio universal (direito ao voto sem exigência de renda mínima), o voto secreto e a redução das jornadas de trabalho. Mesmo que as exigências não tenham sido imediatamente atendidas, o cartismo refletia uma classe operária cada vez mais consciente do que deveria fazer para realmente alcançar seus objetivos.
O Iluminismo e a Revolução Científica
O Iluminismo foi um conjunto de valores defendidos por filósofos, intelectuais e burgueses, que com a Revolução Científica representaram mais do que uma nova forma de obter conhecimento. Esses valores impulsionaram uma revolução na maneira de compreender o mundo. Um importante grupo social que impulsionou esse movimento foi a burguesia. As transformações econômicas que ocorriam nos Estados europeus demandavam uma reorganização política, econômica, social e cultural. 
Durante a Idade Média, fenômenos da natureza, acontecimentos políticos e econômicos e questões cotidianas eram explicados quase sempre por meio de elementos religiosos. Dessa maneira, a Igreja católica detinha o monopólio do saber e do conhecimento, visto que, além de grande domínio sobre as mentalidades dos indivíduos, controlava o ensino formal em colégios e universidades mantidos por essa instituição. Apesar de a Igreja ter perdido parte deseu poder ao longo do processo de centralização das monarquias, ela ainda exercia forte influência na cultura e na forma de obter conhecimento.
A Idade Moderna na Europa foi marcada pelo Antigo Regime, cujas principais características eram a rígida divisão social e o controle exercido pelo rei absolutista. Cabia ao monarca aplicar e criar as leis; ele era a autoridade máxima do Estado e não deveria ser questionado. O rei também deveria ser responsável pela organização e pela gerência econômica do Estado. Nesse sentido, o Estado nacional intervinha na economia, controlando atividades, preços e locais de comércio.
Um importante grupo que apoiou o processo de centralização política foi a burguesia, que precisava da proteção do rei e, em troca, financiava atividades econômicas e pagava elevados impostos. Em decorrência disso, a relação entre os monarcas e os burgueses, que antes parecia uma boa solução para ambos, tornou-se um problema. Uma vez que a burguesia estava mais rica, buscava mais espaço na sociedade, queria afirmar seus valores e procurava ter maior participação política nos Estados.
- A revolução científica:
Após a crise do século XIV e a consequente desagregação do feudalismo na Europa, um lento movimento de ruptura com a cultura teocêntrica medieval foi iniciado e passou-se a valorizar os seres humanos e a razão. Essa mudança de pensamento possibilitou o interesse em novas explicações para os acontecimentos resultando em episódios que promoveram profundas transformações na História.
A Revolução Científica do século XVII estabeleceu as bases do que hoje chamamos de Ciência, partindo de vários estudos e descobertas nas áreas da Física, da Biologia e da Astronomia. Esses estudos alteraram a maneira de viver naquele período e buscaram encontrar explicações racionais para os acontecimentos do mundo. Por isso, o uso da razão era a principal característica desse movimento. A partir da formulação de hipóteses, da aplicação de um método, de uma reflexão e da atividade prática, ou seja, pelo empirismo, teorias científicas foram criadas, e novas formas de conhecimento foram adotadas. Por meio da aplicação racional para o conhecimento da natureza, os intelectuais daquele período conseguiram criar uma grande base para desenvolver o conhecimento humano. Vários pensadores tiveram seus trabalhos criticados, foram perseguidos e presos por contestar os valores tradicionais defendidos pela Igreja e pelas monarquias modernas.
A Revolução Científica foi mais do que uma revolução do saber; ela representou o questionamento de uma ordem que favorecia o clero e a nobreza.
- O iluminismo:
No século XVIII, alguns filósofos, influenciados pela ideia de valorização da razão, acreditavam que o método racional, utilizado para conhecer e desvendar os fenômenos da natureza, deveria ser aplicado à forma de compreender e de pensar a organização social. A sociedade, a política e a economia deveriam ser estruturadas e entendidas com base em valores racionais.
Muitos iluministas defendiam o que ficou conhecido como direito natural, ou seja, direitos inalienáveis a todos os seres humanos que os tornavam iguais perante a lei. O governante deveria estar no exercício do poder por explicações racionais, e não por causa do direito divino. 
Muitos pensadores iluministas pertenciam à alta burguesia, ou seja, eram membros de uma classe que tinha acesso aos livros e às discussões e debates que se travavam nessa época. Isso significa que as ideias iluministas não chegavam à maioria da população que vivia no século XVIII e, por isso, ficaram por muito tempo restritas às classes letradas.
A burguesia era a maior interessada em alterar a situação política, social e econômica da Europa, uma vez que, apesar de ter grande poder financeiro, não participava das questões políticas, o que era garantido aos nobres. Além disso, seria bastante útil aos burgueses que o Estado deixasse de interferir em suas práticas econômicas, o que possibilitaria aumento dos lucros dos comerciantes.

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